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I - O QUE É APOLOGÉTICA
1.1 - Definição Nominal

A palavra "apologética" vem do grego "apologia" (ἀπολογία, de


ἀπολογέομαι, apologeoma), e significa "uma defesa verbal". O termo é
utilizado 8 (oito) vezes no Novo Testamento: At 22:1; 25:16; 1 Co 9:3;
2 Co 7:11; Fl 1:7,17; 2 Tm 4:16; 1 Pe 3:15.
1.2 – Definição Descritiva
Apologética é a defesa verbal de um sistema incorporado e
padronizado de conhecimentos ou conjunto de ideias e crenças.
Logo, a apologética cristã é a disciplina teológica e filosófica focada
em defender a veracidade do cristianismo contra os seus opositores.
1.3 – Objectivos
Geral:
De forma genéria, o objetivo da apologética é responder de forma
convincente objeções honestas que são levantadas a respeito da
nossa fé.
Específicos:
- Primeiro, a apologética deve fornecer uma resposta aos críticos da fé
cristã, àqueles que buscam minar a base racional do cristianismo, ou
que a criticam do ponto de vista de outra filosofia ou religião.
- O segundo objetivo da apologética é derrubar os ídolos intelectuais
da nossa cultura. Aqui, a apologética opera na ofensiva, apontando as
inconsistências e erros de outras religiões e visões de mundo.
- O terceiro, é encorajar os santos e fortalecer a igreja.
1.4 – Modalidades ou tipos de apologética
A apologética pode ser: defensiva ou ofensiva.
Na ofensiva não quer dizer agressividade, mas sim no sentido de que
o apologista vai até o outro para questioná-lo.
Já na defensiva ele quem recebe o outro e precisa assim se defender
com bons argumentos.
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O apologista pode e deve defender suas razões de crer (1Pe 3.15).


Mas ele também pode atacar. Pode procurar aqueles que se opõem e
propor-lhes perguntas, problemas e repostas (2Co10.5).
O cristão deve estar preparado tanto para uma como para outra,
sendo as duas essenciais para uma boa explanação da fé.

Em tempos de teologia da prosperidade, teologia de missão integral,


neo-ateísmo, igrejas ditas inclusivas, crescimento de igrejas unicistas,
aumento do misticismo e muitos outros falsos ensinos, a abordagem
apologética se faz mais do que necessária.
1.5 – Premissas de partida
a)- Apologética parte da premissa que apenas em Cristo existe
salvação;
Se defendo o evangelho de Cristo é porque creio que só através dele
o homem encontra salvação. Possa até ser que os pastores e
pregadores atuais cometam erros, mas é o evangelho de Cristo é que
salva o ser humano. Cristo é exclusivista, ou seja, ele disse que só
através dele encontramos salvação (João 14-6). O que faz todo
sentido por dois motivos: ele não precisaria morrer na cruz se Buda,
Maomé, Kardec ou qualquer outro tivesse o poder de salvar e porque
a lógica diz que duas sentenças contraditórias não podem ser
verdades ao mesmo tempo. Cristianismo e islamismo, por exemplo,
são tão contraditórios que não podem ser ao mesmo tempo verdade.
Ou um deles é verdadeiro ou nenhum deles.
b)- Discordar não significa discriminar ou desrespeitar.
A cultura moderna predominante prega que para respeitar a religião
do outro tenho que dizer que concordo com ele e que todos vamos
para o céu. Ora isso não passa de ecumenismo barato e relativismo
falacioso. Eles que nem venham dizer que tudo é relativo e o que é
verdade para um pode não ser para o outro. Se for assim pergunto,
dizer que tudo é relativo é verdade para todos ou só para eles?

Discordamos às vezes até mesmo de nossos pais e isso não quer


dizer que estamos desrespeitando eles. O conceito de que para tolerar
o outro tenho que concordar com ele é totalmente falso. Sempre
iremos discordar do outro em alguma coisa, tolerar com quem já
concordo comigo é fácil. Tolerar de verdade é mesmo discordando
dele, respeitá-lo como ser humano.
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1.6 – Métodos
- Método clássico
Este método é o mais comum. A ideia é apresentar provas e
evidências da existência de Deus. Ele emprega a teologia natural para
estabelecer o teísmo como a cosmovisão correta. Neste método,
depois da existência de Deus ter sido demonstrada, o método clássico
passa para uma apresentação das evidências históricas para a
divindade de Cristo, a confiabilidade da Escritura, etc., a fim de
mostrar que o Cristianismo é a melhor versão de teísmo, em oposição
ao, digamos, judaísmo e islamismo

Um dos seus principais objetivos é defender a veracidade teológica do


cristianismo. Ou seja, além das evidências para a existência de Deus,
ele foca em apresentar a divindade de Cristo e veracidade da Bíblia.
Essa escola é chamada de método “clássico” porque assume que
esse é o método usado pela maioria dos apologistas importantes dos
primeiros séculos e não só

Costuma-se argumentar que a ordem das duas fases na apologética


clássica é essencial. Isto é, antes que alguém possa discutir de forma
significativa as evidências históricas, a existência de Deus já deverá
ter sido estabelecida, pois a cosmovisão de uma pessoa é uma grade
através da qual os milagres, fatos históricos e outros dados empíricos
são interpretados. Sem um contexto teísta, jamais poderia
demonstrar-se que um evento histórico foi um milagre divino. O outro
lado da moeda dessa afirmação é que ninguém pode apelar a
supostos milagres a fim de provar a existência de Deus. Como Sproul,
Gerstner e Lindsley argumentam, “milagres não podem provar a
existência de Deus. Na realidade, somente Deus pode provar
milagres. Isto é, somente sob a evidência anterior de que Deus existe
é que um milagre torna-se possível”.
William Lane Craig contribui com a defesa da apologética clássica
desse volume. Outros apologistas contemporâneos que podem ser
classificados como apologistas clássicos incluem R.C. Sproul, Norman
Geisler, Stephen T. Davis e Richard Swinburne.
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- Método Evidencial
O método evidencial é bastante semelhante ao método clássico,
porém ele não tem um compromisso direto à teologia Cristã.

Muitas vezes esse método apresentará evidências racionais (que não


são tratadas como provas, como no método anterior), mas sem a
cosmovisão Cristã de que Jesus é Deus, por exemplo.
O evidencialismo como método apologético pode ser caracterizado
como uma abordagem “de um passo”. Os milagres não pressupõem a
existência de Deus (como afirmam a maioria dos apologistas clássicos
contemporâneos), mas podem servir como um tipo de evidência a
favor da existência de Deus. Esse método é bastante eclético (Que
seleciona; que escolhe de várias fontes) em seu uso das várias
evidências positivas e críticas negativas, utilizando tanto argumentos
filosóficos como históricos.
Além de Gary R. Habermas, um dos contribuintes deste livro,
defensores do evidencialismo incluem John W. Montgomery, Clark
Pinnock e Wolfhart Pannenberg (veja o artigo de Harbermas para
vários outros que ele classifica sob esse método).

- O Método do Caso Cumulativo

Esse método é muito parecido com os dois anteriores também, porém


oferece uma abordagem exclusiva.
Ele trabalha como se fosse uma grande tese de defesa, acumulando
diversas evidências históricas e lógicas para construir um caso de
defesa da fé.
É um argumento esclarecido que reúne várias linhas ou tipos de
dados numa espécie de hipótese ou teoria que explica de forma
abrangente esses dados e faz isso melhor do que qualquer hipótese
alternativa.
Os dados que o caso cumulativo procura explicar inclui a existência e
a natureza do cosmo, a realidade da experiência religiosa, a
objetividade da moralidade, e outros fatos históricos, tais como a
ressurreição de Jesus.

Além de Feinburg e Mitchell, a escola do caso cumulativo incluiria


provavelmente C.S. Lewis e C. Stephen Evans.
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- Método Pressuposicional
Devido aos efeitos destrutivos do pecado, os pressuposicionalistas
geralmente sustentam que não existe terreno comum suficiente entre
crentes e incrédulos que permitiria os seguidores dos três métodos
anteriores alcançar os seus objetivos. O apologista deve
simplesmente pressupor a verdade do cristianismo como o ponto de
partida apropriado na apologética.
A ideia aqui é que o Cristianismo já é um sistema de pensamento
perfeito e com autoridade própria. Ou seja, ele não precisa de fatores
externos para comprová-lo.

Isso porque a verdade Bíblica seria superior a qualquer outro método


de raciocínio, seja baseado em sensações ou razão. Ou seja, a
verdade que existe um Deus todo poderoso e criador dos céus e da
terra é tão evidente, que são os ateus e agnósticos os que questionam
o cristianismo que precisam defender os seus argumentos.

No roul pressuposicionalistas temos Cornelius Van Til e Gordon Clark


(…), bem como Greg Bahsen e Francis Schaeffer.
- Método da Epistemologia Reformada

Este é um método bastante filosófico, porém vai ao encontro com


ideias presentes nas Escrituras

Esse método diz que a crença em Deus é algo natural do ser humano,
ou seja, é uma crença básica e que não precisa de uma defesa.

Esse argumento encontra base bíblica nos dois primeiros capítulos da


carta de Paulo aos Romanos. A ideia ganhou força com João Calvino,
na Reforma Protestante, que dizia que todo homem nasce com um
senso do divino.
De maneira mais impressionante, eles argumentam que a crença em
Deus não requer o apoio de evidência ou argumento para que isso
seja racional. A apologista da epistemologia reformada não evita
necessariamente estabelecer argumentos positivos em defesa do
cristianismo, mas ele argumentará que tais argumentos não são
necessários para a fé racional
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A lista de epistemologistas reformados contemporâneos inclui o


contribuinte deste volume, Kelly James Clark, já mencionado. Mas
quatro outros nomes que estariam no topo desta lista seriam Alvin
Plantinga, Nicholas Wolterstorff, George Mavrodes e William Alson.

1.7- Perfil do apologeta

O apologeta deve tentar ser educado, manso, humilde e respeito o


máximo possível, pois uma apresentação de bons argumentos pode
ser prejudicada pela arrogância. Cristo sempre debatia com seus
inimigos, mas o fazia de maneira educada só usando palavras
ásperas quando realmente não tinha outro jeito.
De igual modo, deve ser dado aos estudos e pesquisas, de maneiras
que esteja apto e capacitado a nível intelectual para desempenhar
essa tarefa importante.

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