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REABILITAÇÃO LABIRÍNTICA

EXERCÍCIOS FISIOTERAPÊUTICOS :

Os exercícios devem ser realizados diariamente, ou pelo menos a cada dois dias. Fazer pelo menos 20
movimentos para cada exercício (10 para cada lado).
Iniciar a reabilitação pelos mais simples e mais lentamente (de acordo com suas possibilidades).
Aumentar gradativamente a velocidade e o grau de dificuldade.

1 - NA POSIÇÃO SENTADA

MOVIMENTOS OCULARES
a - Olhar alternadamente para cima e para baixo.
b - Olhar alternadamente para a esq. e para a dir.
c - Fixar os olhos no dedo à frente, aproximando e afastando o dedo.

MOVIMENTOS DA CABEÇA
a - Inclinar a cabeça para a frente e para trás.
b - Girar a cabeça alternadamente para a esquerda e direita.
c - Rodar a cabeça para a direita e esquerda.

OUTROS MOVIMENTOS

a - Erguer os ombros e girar.


b - Inclinar-se e apanhar um objeto no chão com as duas mãos e levantá-lo acima da cabeça.
c - Colocar as mãos nos ombros e em seguida girar os cotovelos para trás e para a frente.

2 - NA POSIÇAO DE PÉ

a - Levantar e depois sentar, primeiro com os olhos abertos e, em seguida, fechados.


b - Jogar uma bola ou laranja de uma mão para a outra, acompanhando a trajetória com os olhos.
c - Levantar uma perna de cada vez e passar um objeto por baixo dela.

3 - EXERCÍCIOS A SEREM EXECUTADOS CAMINHANDO


a - Caminhar para frente por 3 metros e retornar de costas. Primeiro com os olhos abertos e depois
fechados.
b – Caminhar em volta de um obstáculo primeiro em um sentido e depois em outro.
c – Caminhar em volta de 2 obstáculos formando um 8.
Um programa de exercícios em casa.

Outros exercícios sugeridos são:

1. Com as mãos unidas, realizar movimentos de um


lado para o outro com o corpo
2. Realizar a rotação de tronco
encima da bola

3. Sentado na posição “cavalinho”, ir para frente e


para trás.

4. Nesta mesma posição, pular sobre a bola.

5. Sentado na bola, ir para frente e para trás, com


ajuda do fisioterapeuta

6. Paciente em decúbito dorsal, fisioterapeuta eleva


uma perna e abaixa a outra, movimentando o
paciente encima da bola. Paciente com os olhos
fechados

Resumo:

O uso dos exercícios de reabilitação em pacientes com vestibulopatias (desordens


vestibulares) começou com Cawthorne e Cooksey, em 1940. Porém, somente hoje em dia a
reabilitação vestibular está se tornando parte do tratamento de tais pacientes. Estudos
recentes têm documentado a eficácia do tratamento em uma variedade de vestibulopatias. O
principal objetivo da R.V. é diminuir o desequilíbrio e aumentar a estabilidade do paciente. O
uso da bola suíça é indicado para diversos distúrbios de equilíbrio, sendo assim, acredita-se
que o uso desta ferramenta pode beneficiar e muito as pessoas com vestibulopatias,
adaptando muito dos exercícios da R.V. para a bola, proporcionando exercícios diferentes
mas com os mesmos objetivos, e acredita-se que com a mesma eficácia.
1. Introdução

Vários são os tipos de tratamento para os sinais e sintomas dos distúrbios de equilíbrio,
dentre os mais conhecidos destacam-se os medicamentosos e os cirúrgicos. Atualmente, a
reabilitação vestibular também tem sido utilizada com maior freqüência na terapêutica de
vestibulopatias (BERGAMO et al, 1999).

A reabilitação vestibular (RV) procura restabelecer o equilíbrio por meio de estimulação e


aceleração dos mecanismos naturais de compensação, induzindo o paciente a realizar o
mais perfeitamente possível os movimentos que estava acostumado a fazer antes de surgir a
tontura (GANANÇA et al, 1999 ). Este termo significa um trabalho não apenas com o sistema
vestibular mas com inúmeras estruturas que fazem parte do nosso sistema de equilíbrio. É
uma opção de tratamento para pacientes portadores de distúrbios vestibulares que envolve
estimulações visuais, proprioceptivas e vestibulares (BENTO; MINITI; MARONE, 1998).

O uso de exercícios para o tratamento de indivíduos com doenças vestibulares começou na


década de 1940 quando Cawthorne (otorrinolaringologista) e Cooksey (fisioterapeuta)
introduziram exercícios físicos no tratamento de pacientes com doença de Ménière que
haviam sido operados, tendo observado uma aceleração na recuperação destes pacientes
(BENTO; MINITI; MARONE, 1998).

Os objetivos da reabilitação são de promover a estabilização visual durante os movimentos


de cabeça; melhorar a interação vestíbulo-visual durante a movimentação da cabeça; ampliar
a estabilidade postural estática e dinâmica e diminuir a sensibilidade individual à essa
movimentação. Os exercícios com os olhos, cabeça e corpo, suscitam o conflito sensorial
que acelera a compensação e recalibração do sistema vestibular (RIBEIRO; TESTA;
WECKX, 2001).

Para se ativar esse processo, é necessário que o paciente use os seus reflexos vestibulares,
provocando conflitos sensoriais tanto nos órgãos do ouvido interno e da visão e
propriocepção. Infelizmente esses conflitos provocam distúrbios neurovegetativos tão
intensos que tornam os pacientes incapazes. Paradoxalmente deve-se encorajar o paciente a
se sentir ainda pior para que possa melhorar (BENTO; MINITI; MARONE, 1998). Porém de
acordo com HERDMAN (1997, p. 606) o clichê “ o que lhe deixa tonto é bom pra você”, é
usado como um critério para os exercícios de reabilitação vestibular, mas isto não está
totalmente correto. Movimentos repetitivos da cabeça certamente deixam pessoas sem
distúrbios vestibulares tontos também.

Os exercícios devem ser introduzidos lentamente, para que o paciente possa se sentir menos
ansioso e mais flexível quanto à introdução de novos exercícios. À medida que os sintomas
diminuem, atividades mais difíceis vão sendo introduzidas (BENTO; MINITI; MARONE,
1998). Um paciente que apresenta condição física precária pode limitar o tratamento baseado
em exercícios. Fatores psicológicos podem influenciar no bom andamento do trabalho, e o
fisioterapeuta pode indicar um acompanhamento psicológico para que o paciente complete
com sucesso o programa de reabilitação vestibular e volte a uma vida produtiva e ativa
(BENTO; MINITI; MARONE, 1998).

A melhora do quadro clínico é determinada por adaptações neurais, substituições sensoriais,


recuperação funcional dos reflexos vestibulocular e vestibuloespinhal, condicionamento
global, alteração do estilo de vida e pelo efeito psicológico positivo que a fisioterapia exerce
no paciente (GANANÇA; CAOVILLA, 1998).

De acordo com CARRIÈRE (1999) a bola suíça pode ser usada para retreinar algumas das
funções perdidas em pessoas que apresentem alterações de equilíbrio e postura,
trabalhando equilíbrio, tônus muscular e coordenação visual-espacial.

2. A Bola Suíça como recurso de tratamento de vestibulopatias


CARRIÈRE (1999) relata várias atividades realizadas na bola estimulam os sistemas
sensoriais e podem também melhorar o equilíbrio, embora inicialmente muitos pacientes
possam estar inicialmente limitado pela própria atividade.

BIENSINGER et al (1991) descrevem uma progressão de tratamento funcional para déficits


de equilíbrio periféricos e centrais através de exercícios com bola suíça. A progressão
sugerida é:

-Decúbito dorsal
-Sentado sobre uma superfície estável
-Sentado sobre uma bola suíça (superfície instável)
-Sentado sobre uma bola suíça e colocando os pés sobre uma superfície instável
-Saltitando sobre uma bola suíça
-Ajoelhado sobre uma superfície instável, segurando na bola suíça
-Em pé sobre uma superfície instável.

A proposta deste trabalho é ampliar as sugestões de BIENSINGER et al, adaptando alguns


dos exercícios de Cawthorne-Cooksey e baseados neste princípio, como segue abaixo, com
o paciente sentado na bola:

- Realizar os movimentos com os olhos para cima e para baixo;


- Realizar os movimentos com os olhos de um lado para outro;
- Focalizar o dedo e aproximá-lo e afastá-lo;
- Movimentar a cabeça para frente e para trás, e depois de um lado para outro;
- Curvar-se para frente e pegar objetos no chão;
- Pegar objetos da mão do fisioterapeuta e devolvê-los, em diferentes alturas;
- Jogar uma bola de uma mão para outra acima do nível dos olhos;
- Com os braços abertos encima da bola, movimentar a bola de um lado para outro.

Outros exercícios sugeridos são:

1. Com as mãos unidas, realizar movimentos de um lado


para o outro com o corpo

2. Realizar a rotação de tronco


encima da bola
3. Sentado na posição “cavalinho”, ir para frente e para
trás.

4. Nesta mesma posição, pular sobre a bola.

5. Sentado na bola, ir para frente e para trás, com ajuda do


fisioterapeuta

6. Paciente em decúbito dorsal, fisioterapeuta eleva uma


perna e abaixa a outra, movimentando o paciente encima
da bola. Paciente com os olhos fechados

Fonte: A autora

3. Conclusão

Sugere-se que os exercícios em pé e durante a marcha sejam mantidos, sendo de


fundamental importância para uma reabilitação completa. Acredita-se que com criatividade e
baseado nos exercícios originais da R.V., muitos outros exercícios podem ser inventados,
sendo que os objetivos serão alcançados. Acredita-se que os exercícios acima, se realizados
corretamente e seguindo os mesmos princípios de progressão de velocidade, complexidade
e número de exercícios da Reabilitação Vestibular, produzem estratégias para realizar as
atividades diárias, mesmo na privação de informações visuais, somatossensoriais ou
vestibulares e auxiliam no desenvolvimento da autoconfiança do paciente e estabelecendo
seus limites funcionais.

A bola é uma ferramenta estimulante, no qual o paciente se achará motivado, e sabe-se que
o resultado é mais rápido e eficaz quando o paciente se acha estimulado. As cores vivas e a
forma da bola suíça se tornam neste caso um instrumento útil para induzir reação e
movimento.

Espera-se que esta proposta fundamentada em bibliografias atuais e sérias, sirva de estímulo
para a realização de trabalhos juntando a R.V. e o uso da bola suíça, demonstrando a
Sentado / Deitado / Em pé

EXERCÍCIOS DE REABILITAÇÃO LABIRÍNTICA

Coloque roupas confortáveis anteseficácia


provável de iniciar os exercícios
deste e tente repetir cada um deles
procedimento.
dez vezes em cada sessão.

Sentado:

Para iniciar este exercício você deverá estar sentado. Deite-se então rapidamente e retorne à
posição inicial.

Novamente sentado, gire a cabeça para a esquerda e para a direita.

Continue sentado, mas desta vez você deverá movimentar a cabeça para cima e para baixo.

Ainda sentado, deite-se de costas devagar e movimente a cabeça para a direita e para a
esquerda.

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