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Fisioterapia
Universidade de Pernambuco (UPE)
347 pag.
Aristides Oliveira.
Aristides.fisio@live.com
Petrolina-PE 2016/17.
Aristides Oliveira
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Aristides Oliveira
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Figura 1 Áreas de projeção dos lóbulos e das fissuras dos pulmões na superfície do corpo, vista
anterior, posterior e lateral.
Traqueia
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com a idade, a calcificação das cartilagens pode ser vistas após os 35 anos e é quase
sempre vista em alguns graus naqueles pacientes com mais 60 anos.
Do brônquio ao alvéolo
Na carina a traqueia se bifurca em brônquio principal (1º geração) direito e
esquerdo (Fig. 4). O brônquio principal direito difere de muitas formas do esquerdo. O
direito geralmente é mais curto e mais largo e sai da traqueia em um angulo de cerca
15º, enquanto que o esquerdo em cerca 35º a linha média do plano sagital. Isso não
necessariamente ocorre. Também, o brônquio principal direito divide-se em três
brônquios lobares; o esquerdo apenas dois. O brônquio lobar suprem diferentes
lóbulos do pulmão, e suas ramificações dentro dos pulmões dão origem aos brônquios
segmentares ou terceira geração. Esses brônquios segmentares suprem a porção do
pulmão conhecida como segmento broncopulmonar. A distribuição desses segmentos
é ilustrada na Figura 4.
Aristides Oliveira
Fisiologia da respiração
Mecânica respiratória
Vias aéreas e volumes pulmonares
A via aérea condutora incluem a traqueal e todos os ramos da via aérea para
baixo até os bronquíolos que são supridos com sangue da artéria bronquial. A via
aérea condutora não contém alvéolos, e não realiza troca gasosa, e, dessa forma,
constituem o que é conhecido como espaço morto anatômico. Distal aos bronquíolos
terminal, o bronquíolo respiratório, que contém o alvéolo, realiza a função de troca
gasosa e seu suprimento deriva da artéria pulmonar. Em função do vasto número de
ramos a velocidade do ar diminui consideravelmente. A difusão de oxigênio ocorre nos
capilares pulmonares adjacentes, e o CO2 difunde do sangue ao longo dos gradientes
de pressão parcial entre o sangue e as zonas respiratórias das vias aéreas.
Aristides Oliveira
Troca gasosa
Pela lei de Graham, na qual a velocidade de difusão de um gás em meio
gasoso é inversamente proporcional à raiz quadrada de seu peso molecular, vemos
que o oxigênio difunde mais rapidamente que o dióxido de carbono (peso molecular do
O2=32 e CO2=44). Um alvéolo normal tem cerca de 100µm de diâmetro, 80% de um
gás se difunde em menos de 0,002 segundos se a distância de difusão é de 0,5 mm.
No enfisema, a distância é muito maior, se a distância for de 7 mm, 0.38 segundos são
necessários para difundir 80% de um gás. A área da barreira sangue-gás é 50-100 m2,
e a diferença da pressão parcial na mistura alveolar venosa de O 2 é 100-40 = 60
mmHg (respirando ar ambiente) e é 46-40 (CO2 alveolar) = 6 mmHg para o CO2. A
membrana alvéolo-capilar é normalmente menor que 0.5µm de espessura. Pela lei de
Fick a quantidade de gás transferida através dessa membrana é proporcional a área, a
constante de difusão, e a diferença na pressão parcial e inversamente proporcional a
espessura da membrana (Fig. 7). A constante de difusão é proporcional à solubilidade
do gás e inversamente proporcional ao peso molecular.
A difusão do gás ocorre entre uma fase gasosa (alvéolo) e uma fase líquida
(capilar pulmonar). Devido ao CO2 ser 25 vezes mais solúvel que o O2 na água na
pressão atmosférica, há difusão mais rápida de CO 2 do capilar do que entrada de O2,
apesar de O2 ter difusão mais rápida na fase gás do alvéolo.
Aristides Oliveira
Figura 10 O efeito das mudanças na relação ventilação-perfusão sobre a PO2 e PCO2 alveolares.
A. V/Q normal. B. V/Q = 0. C V/Q infinita. As setas denotam a direção do fluxo sanguíneo. Adaptado
de: Raff e Levitzky, (2012).
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hipoxemia for shunt intrapulmonar. Aumento na FIO2 torna-se cada vez menos efetiva
com o desequilíbrio V/Q convertido em shunt intrapulmonar. A distinção entre o
desequilíbrio V/Q e o shunt intrapulmonar costumava ser feito mensurando a pressão
parcial de oxigênio (PaO2) a 100% de O2. Hipoxemia por shunt intrapulmonar não pode
ser melhorado pelo aumento da FIO2, e a PaO2 permanece baixa, enquanto a
hipoxemia devido ao desequilíbrio V/Q pode ser melhorado. Dois grandes erros
resultam dessa técnica: respirar 100% reverte a vasoconstricção hipóxica pulmonar1 e
desvia sangue para unidade de baixo V/Q, e 100% de O 2 causa atelectasia por
absorção uma vez que o nitrogênio (do ar) é lavado.
Transporte do gás
O oxigênio é transportado fisicamente dissolvido no sangue é quimicamente
combinado com a hemoglobina (Hb) nas hemácias. A capacidade do oxigênio arterial
é determinada pelo produto do conteúdo de Hb, saturação arterial, e 1.39 ml/ml
(Quantidade de O2 capaz de combinar-se com 1 grama-molecular de Hb). O conteúdo
de oxigênio (CaO2) normal é aproximadamente 20ml/100ml de sangue. A entrega de
oxigênio aos tecidos é determinado pelo produto do C aO2 e débito cardíaco (DC).
Somente três variáveis que pode ser manipulada para melhorar a entrega de O 2 para
os tecidos, são Hb, DC e saturação arterial de O2.
Dissociação da Oxi-hemoglobina
A forma da curva de dissociação da oxi-hemoglobina (HbO2) favorece a
dissociação da HbO2 no capilar sanguíneo suprindo células metabolicamente ativa, e a
Hb se desliga do O2 especialmente fácil na amplitude de PO 2 de 20-40mmHg onde a
curva é tão íngreme, Isso significa que uma pequena diminuição na PO 2 pode resultar
em substancial dissociação adicional entre oxigênio e hemoglobina, liberando mais
oxigênio para ser utilizado pelos tecidos (Fig. 11). A curva da HbO2 desloca para a
direita, ou seja para um dado PO2 existe menos O2 ligado a Hb, com a diminuição do
pH, aumento da PCO2, aumento da temperatura, (2-3-difosfoglicerato (2-3-DPG) e
anemia. Em estados de baixa perfusão tecidual quando ocorre a acidose, a curva
desloca para a direita, e a liberação de O2 é facilitada, pois no mesmo PO2 o sangue
é menos saturado. A diferença entre a quantidade de saturação de O 2 em diferentes
níveis pH e PCO2. auto pH e baixa PCO2 desvia a curva para a esquerda assim como
baixo pH e alta PCO2 desvia a curva para a direita, essa influência do pH (PCO 2) é
conhecido como efeito Bohr e resulta em O2 extra disponível para os tecidos com
queda do pH e aumento da PCO2.
Curva de dissociação do CO2
O dióxido de carbono é transportado no sangue sob as seguintes formas:
dissolvido (5-10%), quimicamente ligado a aminoácidos (5-10%) e como íons
bicarbonato (80-90%). A saturação de O2 do sangue também influencia o carreamento
de CO2. Sangue dessaturado pode carregar mais CO 2 que o oxigenado, esse efeito de
transporte de CO2 é chamada de efeito Haldane. A curva de dissociação do CO 2 difere
da dissociação da HbO2 por que na amplitude fisiológica dele é essencialmente linear
(Fig. 12).
1
O mecanismo da vasoconstrição pulmonar hipóxica não é bem compreendido. A reposta ocorre
localmente, apenas na área da hipóxia alveolar. Ela também pode agir diretamente sobre o músculo liso
vascular pulmonar para produzir vasoconstrição pulmonar hipóxica. Ela também inibe uma corrente de
efluxo de potássio, o que leva a despolarização das células musculares lisas vasculares pulmonares,
permitindo a entrada de cálcio nessas células e provocando contração.
Figura 12 As curvas de dissociação do dióxido de carbono para o sangue (37ºC) com diferentes
saturações da oxi-hemoglobina. Observar que a ordenada é o conteúdo de CO2 no sangue em
mililitros de CO2 por 100ml de sangue. a, ponto arterial; v, ponto venosos misto.
Diagrama O2-CO2
As curvas de dissociação do O2 e CO2 podem ser traçadas juntas para mostra
a saturação de O2 a uma dada PO2 e PCO2. O diagrama permite que a saturação
arterial seja determinada quando a PCO 2 seja maior ou menor que 40mmHg. A baixa
saturação arterial pode ocorrer por causa do efeito de aumento da PCO2.
O efeito das mudanças na relação V/Q mostra outra aplicação que essa
informação pode ser obtida do diagrama O 2-CO2 em que uma única linha representa
todo o espectro de possíveis relações V/Q. O resultado da análise da PO 2 e PCO2
Aristides Oliveira
Muco respiratório
O volume normal de secreção traqueobrônquica é estima-se uma variação de
10 a 100 ml/dia. O muco cobre a via aérea do alvéolo até a traqueia e tem espessura
de 2-5µm. A secreção é uma mistura heterogenia derivada de muitas fontes. Os quatro
maiores constituintes são glicoproteínas (MGP), lipídeos, proteínas e água. As células
produtora de secreção incluem célula alveolar tipo II, células de clara, células
caliciformes, células glandulares mucosa e serosa da superfície do epitélio. As células
caliciformes estão em todo o trato respiratório até o ducto alveolar, onde as células de
claras2* são encontradas.
O muco desempenha importantes funções de defesa das vias aéreas, incluindo
uma fina camada de revestimento que captura materiais particulados e
microrganismos; um meio móvel que pode ser propulsionado pelos cílio; uma camada
a prova d'água que atua reduzindo a perda de líquido através das vias aéreas; e um
meio que transporta substâncias essenciais secretadas, como enzimas, defensinas,
colectinas, antiproteases e imunoglobulinas. O mecanismo de defesa do muco pode
ser sobrecarregado pela excessiva secreção ou um aumento nas proteínas ou células.
As secreções não infectadas traqueobrônquicas são constituídas por 95% de água, 2
a 3% de glicoproteínas e pequena quantidade de algumas outras proteínas e lipídeos.
A glicoproteína "mucosa" é que lhe confere as importantes qualidades viscoelásticas e
a permeabilidade seletiva que possuem. Durante processos inflamatórios, grades
quantidades de macromoléculas, como DNA e actina polimerizada provenientes de
leucócitos, podem ser encontradas no muco, aumentado marcadamente sua
viscosidade.
A secreção de muco da árvore brônquica encontra-se basicamente sob
controle colinérgico. A metacolina estimula sua produção tanto por células de
glândulas mucosas como serosas. Todavia, o controle adrenérgico também deve estar
presente, com os agentes β-adrenérgicos estimulando a secreção mucosa e os α-
adrenérgicos, a secreção serosa.
. O macrófago pulmonar tem função como a primeira linha de defesa contra
partículas inaladas, recrutando outros tipos de células para o pulmão inflamado, e
participa no processo de secreção do muco. A secreção dos macrófagos aumenta a
secreção de glicoproteína em estados de inflamação pulmonar e na bronquite
relacionada ao tabagismo.
2
* Além da função secretora, também exerce o papel na inativação de substância inalada, possuindo
enzimas oxidativas.
DRAKE, R. L. et al. Gray's, atlas de anatomia [recurso eletrônico]. 1ª. ed. Rio de
janeiro: Elsevier, 2011.
MARIEB, E. N.; WILHELM, P. B.; MALLATT, J. Anatomia Humana. 7ª. ed. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2014.
OKOSHI, M. P.; TUCCI, P. J. F.; CICOGNA, A. C. O Efeito Anrep. Arq Bras Cardiol,
Botucatu, v. 63, n. 6, p. 501-505, 1994.
Aristides Oliveira
RAFF, H.; LEVITZKY, M. Fisiologia médica: uma abordagem integrada. 1ª. ed. Porto
Alegre: AMGH, 2012.
WEST, J. B. Fisiologia pulmonar: Princípios bássicos. 8ª. ed. Porto Alegre: Artmed,
2010.
Morfologia cardíaca
O coração é essencialmente uma bomba muscular, possuindo duas câmaras
de recepção, o átrio direito e esquerdo, e duas câmaras de bombeamento principais, o
ventrículo direito e esquerdo. O coração está situado no tórax, posteriomente ao
esterno e às cartilagens costais, e repousa na superfícies posterior do diafragma (Fig.
1). O coração posiciona-se obliquamente no tórax, com seu ápice voltado
anteriormente e à esquerda da linha média do corpo, entre a quinta e a sexta costela
logo abaixo do mamilo esquerdo. A base do coração é sua ampla superfície posterior.
O coração possui quatro margens definidas por quatro pontos na parte anterior do
tórax. A partir da segunda costelas, o ponto superior direito situa-se onde a cartilagem
costal da terceira costela se une ao esterno, o pontos superior esquerdo está na
margem inferior da cartilagem costal da segunda costela, o ponto inferior direito está
situado na cartilagem costal da sexta costela, e finalmente, o ponto inferior esquerdo,
ponto do ápice, situa-se no quinto espaço intercostal na linha medioclavicular.
Aristides Oliveira
Figura 2 Função das valvas atrioventricular (imagem superior) e valvas semilunares (imagem
inferior).
Circulação Coronária
O miocárdio possui sua própria rede de vasos sanguíneos. As artérias
coronárias se originam a partir da parte ascendente da aorta e circundam o coração
(Fig. 2.3). Duas artérias coronárias, direita e esquerda, fornecem sangue oxigenado. A
artéria coronária esquerda passa inferiormente à aurícula esquerda, dividindo-se em
ramos intraventricular anterior e circunflexo enquanto que a artéria coronária direita
fornece pequenos ramos para o átrio direito e termina se dividindo em ramos
marginais direito e interventricular posterior. A maior parte do sangue desoxigenado
provenientes do miocárdio drena para um grande seio vascular, chamado de seio
coronário. O sangue no seio coronário drena para o átrio direito. As principais
tributárias que levam sangue para o seio coronário são: veia cardíaca magna,
interventricular posterior, parva e anteriores do ventrículo direito.
Figura 3 Ilustracão das irrigacão cardíaca artérias e veias, (visão anterior, à esquerda, visão
posterior à direita).
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Fisiologia cardíaca
Coordenação dos eventos cardíacos
A atividade mecânica do coração é precisamente regulada com a atividade
elétrica do coração. Os eventos elétricos e mecânico são sumarizados na figura 4.
Esses eventos incluem propagação da onda de excitação elétrica através do
miocárdio, resultando na sequência de contração do átrio ao ventrículo seguido por
mudanças dinâmicas na pressão e no volume sanguíneo nas câmaras cardíacas, os
sons cardíacos e o tempo desses eventos. O ciclo cardíaco ocorre em 0.8 segundos
quando numa frequência de 75 batidas por minuto. A sístole ventricular ou ejeção
ocorre em cerca de um terço desse tempo. Seu início e término são marcados
respectivamente pelo fechamento e abertura das válvulas AV (mitral e tricúspide).
Diástole ou período entre sucessivas sístoles ventriculares em que o ventrículo enche
de sangue ocorre em dois terços de 0.8 segundos de cada ciclo cardíaco.
Figura 4 Ciclo cardíaco. (a) ECG, (b) Alteração na pressão atrial esquerda (linha verde), pressão
ventricular esquerda (linha azul) e pressão aórtica (linha vermelha), à medida que relacionam com
a abertura e o fechamento das valvas do coração. (c) Bulhas cardía cas. (d) alterações no volume
ventricular esquerdo.
Evento elétrico
Sons cardíacos
Aristides Oliveira
A vasculatura
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Hemodinâmica
8
=
Aristides Oliveira
SNC
Quimoreceptore Carótida
PA
Barroreceptore
Receptores
aferentes
AD AE
VD
VE
vaso
Hormônios
e.g., SRAA
Rins e
glândula
adrenal
Figura 7 Esquema dos reflexos cardiovasculares e suas influências no coração e na função dos
vasos. NTS: Núcleo do trato solitário; Symp: Simpatético; SNC: Sistema Nervoso Central; SRAA:
Sistema Renina-angiotensina-aldosterona.
Sangue
A maior parte do nosso volume de sangue em repouso, 64%, está nas veias e
vênulas sistêmicas. As artérias e arteríolas contêm aproximadamente 13% do volume
de sangue, os capilares sistêmicos, 7%, os vasos pulmonares 9% e o coração 7%. O
sangue serve como meio de transporte para substâncias entre os tecidos do corpo e
desempenham outras funções (e.g., tampão sanguíneo). Cerca de 40% do volume
sanguíneo são ocupados pelas células sanguíneas que ficam suspensas no líquido
aquoso, o plasma, responsável pelo restante do volume. O sangue é composto por
três tipos gerais de "elementos formados": eritrócitos, leucócitos e plaquetas. O
plasma é o componente líquido do sangue e consiste numa solução complexa de
eletrólitos e proteínas.
Reflexo quimioreceptor
Aristides Oliveira
Referências
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Aristides Oliveira
Neurológico
Para simplicar o exame do estado mental, o exame foi divido na abordagem
que enfatiza cinco elementos básicos: (1) alerta e atenção, (2) confusão,
desorientação, ou comportamento anormal, (3) linguagem, (4) memória, e (5) outra
função cortical alta.
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Total 30
Cardiovascular
No contexto das doenças cardiovasculares, deve-se destacar a importância de
incluir, na anamnese do paciente, dados relativos a fatores de risco para doenças
cardiovasculares (tabagismo, hipertensão arterial sistêmica, hipercolesterolemia,
diabetes melito, menopausa, uso de contraceptivos, história familiar de doenças
cardiovasculares).
Sintomas e sintomas:
Sinais vitais
Exame Físico
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(para baixa frequência) e o diafragma (para alta frequência) e deve cobrir todas as
áreas, como ilustrado na figura 1.
Respiratório
Monitorização respiratória.
Vários parâmetros respiratórios devem ser monitorados, incluindo frequência
respiratória (FR), volume corrente ou volume minuto e saturação arterial de oxigênio
(SaO2) em pacientes críticos. Em pacientes ventilados mecanicamente, várias funções
fisiológicas podem ser monitoradas rotineiramente e continuamente através do
ventilador (veja o capítulo), os parâmetro atuais devem ser anotados, incluindo modo
ventilatório, volume corrente, presença da FR, e FR do paciente, fração inspirada de
oxigênio (FiO2), PEEP (positive end-expiratory pressure) e/ou PS e seus níveis.
Quando pertinente, parâmetros de pico de fluxo e relação I:E devem ser notadas.
Pacientes ventilados mecanicamente a complacência estática e dinâmica devem ser
mensuradas diariamente, volume minuto e outros parâmetros. A gasometria mais
recente de ser comparada com as anteriores. Cálculos do gradiente alvéolo-arterial
devem ser realizados.
Oximetria de pulso. A Oximetria de pulso é um método simples, não invasivo e eficaz
para monitorização contínua do oxigênio que é liberado aos tecidos. Entre suas
vantagens, estão a rápida resposta às alterações da saturação e a calibração
permanente.
O oximetro distingui entre oxi-hemoglobina e hemoglobina reduzida baseado
na sua diferença de absorção da luz. Oxi-hemoglobina absorve muito menos luz
vermelho (±660nm) e levemente mais luz infravermelho (±910 a 940nm) que a
hemoglobina não oxigenada. A saturação de oxigênio dessa forma é determinada pela
razão da absorção de luz vermelha e infravermelha.
Os problemas encontrados que afetam a acurácia do oximetro são hipoxemia
severa, estados de baixa perfusão, pigmentação da pele, e hiperbilirrubinemia.
Sinais e Sintomas
Exame Físico
Inspeção do tórax
Estática. Deve-se avaliar a morfologia do tórax (Fig. 2), verificando o tipo (normolíneo,
brevelíneo, longilíneo) e sua simetria. Nessa inspeção, faz-se a revisão de pele e
fâneros e busca-se a circulação venosa colateral.
Dinâmica. Avaliam-se o tipo de respiração e frequência, o ritmo e a amplitude
respiratória, bem como retrações inspiratórias (tiragem). Em situações de doença
obstrutiva com hiperinsuflação pulmonar, o paciente assume a posição sentada como
preferencial, aumentando a eficácia dos músculos inspiratórios.
Palpação do tórax. Nesse exame é importante avaliar pele, tecidos subcutâneo,
músculos e gânglios supraclaviculares e cervicais, verifica-se também a sensibilidade,
elasticidade e expansibilidade torácica e mobilidade respiratória. Deve-se buscar
frêmito toracovocal e suas eventuais anormalidades (reduzido, abolido, aumentado,
por variações do meio condutor da vibração gerada pela voz), frêmito brônquico,
frêmito pleural.
Percussão do tórax. Através da vibração e pela elasticidade dos tecidos, verifica-se a
sensação auditiva para som claro pulmonar, maciço, submaciço ou timpânico. As
estruturas normalmente aeradas produzem som ressonante, som claro pulmonar.
Estruturas pulmonares desaeradas, como nas atelectasias ou nas consolidações,
produzem som surdo correspondendo à macicez dos tecidos examinados. Estruturas
com excesso de ar ou com ar sob pressão produzem som hiper-ressonante ou
timpânico, como o que acontece na hiperinsuflação e no pneumotórax.
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Tórax Normal. Seu diâmetro Peito escavado. Note a depressão Tórax em barril. Há um aumento
lateral é maior que o na porção inferior do esterno. do diâmetro anteroposterior.
anteroposterior.
Ausculta
Som brônquico ou tubular. Som produzido pela turbulência do fluxo aéreo nas vias
aéreas superiores e nas vias respiratórias inferiores centrais (traqueia e grandes
brônquios).
Som broncovesicular. Originado pela turbulência do fluxo aéreo no nível dos
brônquios fontes e lobares e atenuados pela interposição dos alvéolos e, portanto,
audível perto dos brônquios fontes.
Som vesicular (murmúrio vesicular). Som gerado pela turbulência do fluxo aéreo
nos brônquios centrais, com possível contribuição de remos brônquicos mais
periféricos (de padrão irregular de fluxo aéreo) e atenuados pela camada de
parênquima pulmonar interposta até a parede do tórax.
Sons respiratórios anormais
São sons audíveis quando há processo patológico nas vias aéreas, no parênquima
pulmonar (estertores) ou na pleura (atrito). Não são ouvidos em condições normais.
Genericamente são chamados de ruídos adventícios ou estertores.
Roncos e sibilos. Representam obstrução parcial do fluxo em vias aéreas por
secreção, espasmo, edema de mucosa ou compressão extrínseca; brônquios
estreitados ao ponto de fechamento, cujas paredes opostas oscilam (vibram) entre
posições de fechamento e abertura.
Crepitações: São ruídos discretos, descontínuos, como sequência de estalidos. O
mecanismo básico de produção é a equalização rápida das pressões que se segue à
remoção súbita de uma barreira, separando dois compartimentos contendo gás a
pressões diferentes.
Creptações de final de inspiração: são os ruídos adventícios mais finos que se
originam no pulmão e são causados pela reabertura sequencial das vias aéreas
Ritmos respiratórios
Aristides Oliveira
Abdome
Inicialmente há que se estabelecer os limites entre o abdome e o tórax entre o
abdome e a pélvis. O limite superior da cavidade abdominal corresponde a uma linha
circular que passa pela junção xifoesternal e pela apófise espinhosa de T 7. O limite
inferior corresponde externamente a linha circular que passa pela apófise espinhosa
de L4, cristas ilíacas, espinha ilíaca anteriores e ligamentos de Poupart (ligamentos
inguinais) e sínfise púbica. O abdome pode ser dividido de vários modos, sendo as
divisões em quatro quadrantes ou em nove regiões as mais utilizadas (Fig. 4). A
avaliação do abdome deve seguir essa sequência: Inspeção, ausculta, percussão e
palpação.
Sinais e sintomas
Dor abdominal. O tipo, localização, severidade, cronologia e duração da dor dão
importantes pistas sobre a origem do problema. Dor difusa e sensibilidade é visto na
maioria dos pacientes com problemas abdominais agudo podendo ser sutil e
mascarado em idosos e pelo o uso de corticosteroides. Dor abdominal é o sintoma
chave de peritonite. Porém, a correta avaliação da dor não é possível em pacientes
inconscientes ou sedados, paciente ventilado mecanicamente, pode ser muito difícil de
alcançar o diagnóstico de peritonite. Dor visceral é fracamente localizada devido a sua
característica embotada e dolorosa. Surge de um espasmo ou distensão de um órgão
oco. Dor parietal é bem localizada e aguda (e.g., apendicite aguda). Dor referida é
percebida por estar perto da superfície do corpo e doendo (e.g., pneumonia basal).
Tipos de dor visceral (Veja a Figura 5).
Distensão abdominal. É um sinal não específico que pode, mas não necessita ser
originado do trato gastrointestinal. As causas para distensão abdominal são
relacionada ao aumento do volume intra-abdominal: ascite, edema de intestino,
hematoma. Os achados anormais na percussão incluem timpanismo no caso de alto
conteúdo de ar no abdome ou no intestino e embotamento nos casos de grande
quantidade de fluidos (e.g., ascite).
4 5
Figura 5 Dor visceral: 1. Quadrante superior direito ou dor epigástrica proveniente da arvore biliar
e fígado. 2. Dor epigástrica proveniente estomago, duodeno ou pâncreas 3. Dor periumbilical do
intestino, apêndice ou cólon proximal. 4. Dor suprapúbica ou sacral proveniente do reto. 5. Dor
hipogástrica proveniente do cólon, bexiga, ou útero a dor do cólon pode ser mais difusa do que a
ilustrada.
Inspeção
Coloração da pele
Avalie o contorno do abdome, é simétrico, globoso ou plano? É rígido ou mole?
Note se há peristalse, movimento respiratório e pulsação. Na pele note, cicatriz,
ferimento cirúrgico, se há circulação colateral (tipo veia cava inferior ou tipo portal),
equimose da parede abdominal é vista em hemorragias intraperitoneal ou
retroperitoneal. Descoloração abdominal pode ocorrer como um sinal associado com
infecção da parede abdominal ou com pancreatite.
Ausculta
Auscultação fornece importante informação sobre a motilidade intestinal.
Pratique auscultação até que você esteja familiarizado com a variação dos sons
normais e poderá detectar mudanças sugestivas de inflamação ou obstrução. Os sons
normais consistem em clicks e murmúrio, ocorrendo em uma frequência estimada de 5
a 34 vezes por minuto. A figura 6 ilustra os locais de ausculta abdominal.
Percussão
A percussão auxilia a você avaliar a quantidade e distribuição do gás no
abdome, possíveis massas que são sólidas ou preenchidas com fluídos, e o tamanho
do fígado e baço. Percutir levemente em todos os quatro quadrantes para avaliar a
distribuição do som timpânico e maciço. O som timpânico é predominante devido ao
gás no trato gastrointestinal, mas áreas difusas de macicez dos fluídos e fezes
também são típicas. Note qualquer área larga de macicez sugerindo massa ou
aumento de algum órgão. Essa observação irá guiar a sua palpação.
Palpação
A palpação superficial investigam-se a sensibilidade superficial, a resistência
da parede, a continuidade da parede abdominal, as pulsações e o reflexo cutâneo-
abdominal. Como já descrito, a dor sentida na parede abdominal pode originar-se aí
mesmo ou em outras estruturas. A resistência da parede abdominal em condições
normais é a de um músculo descontraído.
Aristides Oliveira
Aorta abdominal
Artéria renal
Artéria Ilíaca
Artéria femoral
Musculoesquelético
O exame do sistema musculoesquelético incluem inspeção (para articulações,
edema, vermelhidão e deformidade, hipotrofia), palpação (para articulações
aquecidas, sensíveis, crepitante, tônus, trofismo), e investigação da amplitude de
movimento.
Sinais e sintomas.
Dor. A dor articular pode ser de origem intra-articular ou extra-articular (e.g., tendões,
ligamentos, bursa ou nervos) Doença articular caracteristicamente causa edema e
vermelhidão que envolve toda a articulação e limita o repertório de movimentos,
durante ambos passivo ou ativo. Extra-articular por outro lado causa edema e
vermelhidão localizada, afetando alguns aspectos do movimento, também tende a
limitar os movimentos ativos mais que os passivos. A articulação séptica geralmente é
quente, edemaciada, e muito sensível e todos os movimentos estão restritos.
Inspeção
Palpação
Articulações.
Avaliação Neurovascular
Aristides Oliveira
Avaliação tegumentar
A pele é a primeira linha de defesa contra a infecção. Assim, os parâmetros de
avaliação são focados no exame da integridade da pele. A avaliação da pele pode ser
realizada enquanto se examinam outros sistemas. Por exemplo, a pele do tórax e do
abdome pode ser examinada enquanto se auscultam os ruídos pulmonares e
intestinais, respectivamente.
Avaliação Funcional
A capacidade funcional pode ser definida como o grau de preservação do
indivíduo na capacidade de realizar atividades básicas de vida diária como: banhar-se,
vestir-se, transferir, ter continência e alimentar-se, além da capacidade de desenvolver
atividades instrumentais de vida diária - AVD’S como: cozinhar, arrumar a casa,
telefonar, ir as compras e tomar remédios. Existem muitas formas de se avaliar a
capacidade funcional do indivíduo internado na terapia intensiva. A escala de equilíbrio
de Berg pode ser utilizada para avaliar o equilíbrio, o teste TUG (Timed Up and Go) e
o teste de caminhada de 6 minutos avalia o nível submáximo de capacidade funcional
e que melhor reflete a capacidade funcional de exercício para a realização de AVD's, o
índice de Barthel e a MIF (Medida de Independência Funcional) são utilizadas para
medir a capacidade de realização das AVD's.
Delírio
O delirium é um distúrbio da consciência, atenção, cognição e percepção
caracterizada por início agudo e flutuante da função cognitiva, de forma que a
capacidade do paciente receber, processar, armazenar e recordar informações está
marcadamente alterada1. Ele ocorre em curto período (horas ou dias), é geralmente
reversível e pode ser consequência direta de uma condição médica, síndrome de
intoxicação ou abstinência, causada por uso de drogas mesmo em concentração
terapêutica, exposição a toxinas ou a combinação destes fatores.
Aristides Oliveira
Figura 7 Diagrama de Fluxo do Método CAM-ICU Para diagnóstico do delirium é preciso identificar
a presença de alterações do estado mental, desatenção e pensamento desorganizado ou nível
alterado da consciência.
Aristides Oliveira
Aristides Oliveira
SNC. Sistema nervoso central (e periférico); CVS. Sistema Cardiovascular; ENDO. Sistema
Endócrino; GI. Sistema Gastrointestinal; HEM. Sistema Hematológico; INF. Doenças
Infecciosas; REN. Sistema Renal; RESP. Sistema respiratório; REU. Sistema Reumatológico.
Estado Geral Avalie o estado geral, status nutricional, nível de conforto, e a Gestalt* clínica
do paciente.
Cabeça Inspecione pupilas para assimetria e teste a resposta a luz; veja a simetria
facial. Inspecione nariz e orofaringe para sangramento. Inspecione os
lábios, boca e linga para ulceração ou lesões. Assegure-se que o tubo
orotraqueal e enteral estejam bem seguros sem úlceras depressão ou dano
na pele.
Pescoço Avalie a pressão venosa jugular, inspecione os locais de acesso vascular.
Tórax Palpe para ar subcutâneo em pacientes ventilados mecanicamente.
Inspecione para o uso de musculatura acessória incluindo movimento do
diafragma e padrão (paradoxal), Com o estetoscópio ouças os sons
respiratórios bilateralmente. Ouça os sons cardíacos, notado dobramento
do segundo som cardíaco, murmúrios, notando fricção, e galope.
MMSS Avalie a simetria. Inspecione todo os acessos. Avaliar manchas e perfusão
periférica.
Abdome Note o padrão do movimento diafragmático com a respiração. Avalie para
distensão e timpanismo. Palpe para rigidez e defesa involuntária. Avalie
aumento do fígado e baço, para massas e para ruídos e sons intestinais.
MMII Avalia qualquer acesso vascular e palpe o pulso pedioso. Avalie manchas e
perfusão periférica. Avalie edema periférico.
Sistema Pupilas e simetria facial foram avaliadas previamente. Avalie se o paciente
neurológico pode seguir comando e se todas as quatro extremidades movem
e estado igualmente. Avalie a resposta de retirada plantar ao estímulo doloroso.
mental Avalie delirium usando CAM-ICU ou outra escala validada.
Dispositivos Todos os locais cirúrgicos e entrada de dispositivos, incluindo tudo
e incisões endotraqueal, acesso vascular, tubo torácico e enteral, e cateteres urinários
devem ser avaliados. A característica e quantidade de urina na bolça de
Foley devem ser anotadas.
Posterior O exame deve ser realizado quando o paciente é virado. Úlceras de pressão
devem ser inspecionadas. Edema na região posterior devido a posição do
corpo
Monitor e O ventilador (modo, pressão, VM, e formas de onda), monitor hemodinâmico
formato de (pressão venosa, pressão arterial), telemetria, e sinais vitais, bem como
ondas outros monitores beira leito, devem ser inspecionados para anormalidade
quantitativa e qualitativa.
*Gestalt: Um todo organizado que é percebido como mais do que a soma de suas partes.
Aristides Oliveira
2. Pessoa RF, Nácul FE. Delirium em Pacientes Críticos. RBTI. 2006; 18(2): p. 190-
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Aristides Oliveira
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Vol. 33, No. 6. 2005; 33(6): p. 1225-1229.
Indicações e técnica
Os critérios apropriados para RXT a beira leito, publicado pela American
College of Radiology em 2006 estabelece as seguintes indicações:
Aristides Oliveira
A B C
Acessos e tubos. Uma revisão mais compreensiva de acessos e tubos está além do
escopo desse texto. Entretanto é importante conhecer que tipos de acessos e tubos
foram colocados, junto com suas posições ótimas e potenciais complicações de mal
posicionamento (Fig. 2 B a D).
A B C D
Alterações radiológicas
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Figura 3 A. Incidência frontal com imagem focada do lobo superior esquerdo demonstrando nível
hidroaéreo (seta). Nesse paciente, a linha que separa o ar e o líquido é de mesmo tamanho em
ambas as incidências, sugerindo que a lesão cavitária tem forma esférica, o que é característico de
nível hidroaéreo no parênquima pulmonar, nesse caso, um abscesso pulmonar. B. Radiografia PA
revelando uma opacidade no hemitórax esquerdo por trás do cateter venoso central do paciente.
Esta opacidade é mal definida nas margens superior e lateral. Adaptado de: Chiles e Gulla, (2012).
Eritrograma
Quando abaixo do valor normal para idade, sexo e altitude, diz-se estar diante de
um quadro de anemia; quando acima, trata-se de poliglobulia, que pode ser primária
(mieloproliferação crônica, policitemia vera) ou secundária (aumento da eritropoietina
em situações de hipoxemia crônica ou tumores produtores de eritropoetia).
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Leucograma
- Contagem diferencial
Leucopenia
Plaquetograma
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Hiperesplenismo.
Bioquímica
A dosagem de componentes bioquímicos no sangue é utilizada para
diagnóstico e acompanhamento de diversas doenças.
Enzimas.
Desidrogenase láctica (DLH ou LDH). Os valores variam entre 12 e 158 ng/dl. Eleva-
se em casos de hepatopatia, infarto agudo do miocárdio e outras miopatias. É
inespecífica para diagnósticos.
Proteínas Plasmáticas
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Equilíbrio hidroeletrolítico
Em pessoas normais, a água, é distribuída entre os espaços intracelular e
extracelular, constitui 50-60% do peso corporal total. Doentes críticos não somente
resulta de anormalidades na quantidade e distribuição de água, mas também pode ser
causado por normalidade da água e solutos.
Distúrbios do Sódio
Quadro clínico. Hipernatremia é bem menos comum que a hiponatrimia. Por ser um
estado hiperosmolar, os sinais e sintomas envolvem predominantemente o SNC. O
nível de consciência correlaciona-se com a severidade, letargia, irritabilidade,
inquietude, hiporreflexia, espasticidade, febre, náuseas ou vômitos.
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Distúrbios do potássio
Hipocalemia. É definida quando o K+ sérico <3,5 mEq/L (3,5 mmol/L) e pode ser
encontrada em até 20% dos pacientes hospitalizados. Ao identificar a hipocalemia
deve-se procurar e tratar o distúrbio primário que pode ser: baixa ingesta/desnutrição,
perdas gastrointestinais, perdas renais, mudança/desvio - redistribuição de K+ (e.g.,
alcalose). No ambiente hospitalar as causas mais comuns observa-se: diuréticos,
estenose pilórica com drenagem para SNG, vômitos, diarreia,, alcoolismo e trauma.
Alguns medicamentos podem levar a hipocalemia através do deslocamento dentro da
célula (e.g., overdose de insulina, β-adrenérgicos). Os pacientes com hipocalemia com
valores menores que 3,0 mmol/L podem-se observar fraqueza muscular, paralisia,
parestesias, constipação, vômitos, arritmias, alterações no ECG. O tratamento
consiste na reposição de K+ por via oral que é mais segura e de menor risco de
hipercalemia.
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sintomático grave ou aguda deve ser realizado com a administração de cálcio por via
endovenosa, visando interrupção dos sintomas e manter as concentrações de cálcio
total acima de 7 a 7,5 mg/dL.
Distúrbios do Fósforo
Distúrbio do Magnésio
Equilíbrio ácido-base
O pH plasmático é normalmente mantido em níveis próximos a 7,4 para
garantir uma adequada função de células, tecidos, órgãos e sistemas.
Gasometria arterial
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Acidose metabólica
AGurinário: á =( á + á )− á .
Tratamento. A causa básica deve ser corrigida. O uso de bicarbonato de sódio está
reservado para situações onde o pH estiver abaixo de 7,1.
Alcalose metabólica
Acidose respiratória
Alcalose respiratória
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Acidemia (<7.36)
PaCO2 muito PaCO2 muito PaCO2 HCO3 muito HCO3 muito HCO3
alta baixa apropriada baixo alto apropriado
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Alcalemia (pH>7.44)
Distúrbio misto
Predominante Predominante Não é
Alc. met.
Alc. Met. Alc. Resp. possível.
Alc. Resp.
PaCO2 muito PaCO2 muito PaCO2 HCO3 muito HCO3 muito HCO3
alto baixo apropriado baixo alto apropriado
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10. Fishbach F, Dunning III MB. In A Manual of Laboratory and Diagnostic Tests. 9th
ed.: Lippincott Williams & Wilkins; 2015.
Aristides Oliveira
Capítulo 5 – Oxigenioterapia
Esse capítulo foi baseado nos seguintes Guideline: BTS guideline for
emergency oxygen use in adult patients1 e Thoracic Society of Australia and New
Zealand oxygen guidelines for acute oxygen use in adults2.
Introdução
A vida mamífera e os processos bioenergéticos dependem do contínuo
suprimento de oxigênio para manter o metabolismo aeróbico. Oferta reduzida de
oxigênio e incapacidade celular de utilizar o oxigênio resulta em disfunção de órgão e
morte. Prevenção, identificação precoce, e correção da hipóxia tissular são habilidades
essenciais. O entendimento dos passos chaves no transporte de oxigênio dentro do
corpo é essencial para evitar hipóxia tecidual. O transporte de oxigênio do ambiente
para a mitocôndria das células ocorre numa série de passos. O coração, pulmão, e
circulação extrai oxigênio da atmosfera e gerando um fluxo de sangue oxigenado para
os tecidos manterem o metabolismo aeróbico.
Capítulo 5 – Oxigenioterapia
Aplicação clínica
Introdução
Como qualquer outra medicação há uma clara indicação para o tratamento com
o oxigênio e apropriados métodos para administração. Doses inapropriadas e fracasso
na monitorização do tratamento podem ter sérias consequências. Para garantir à
segurança e a efetividade do tratamento a prescrição deve conter o fluxo, sistema de
administração, e monitorização do tratamento. O oxigênio é o tratamento para
hipoxemia, não para a falta de ar. A correta avaliação e prescrição da oxigenioterapia
devem ser baseadas em objetivos bem definidos a serem alcançados.
Aristides Oliveira
Hipóxia
O evento da deficiência de concentração de O 2 no sangue é denominado
hipoxemia, deferente de hipóxia, que é a baixa disponibilidade de O 2 para determinado
tecido, e pode ocorrer na presença de quantidade normal no sangue arterial, como no
infarto agudo do miocárdio ou no acidente vascular encefálico.
Capítulo 5 – Oxigenioterapia
Prescrição de oxigênio
O oxigênio deve ser prescrito para atingir uma saturação alvo de 94-98% para
a maioria dos pacientes críticos ou 88-92% para aqueles em risco de insuficiência
respiratória hipercapnica. Alguns sujeitos normais, especialmente pessoas com idade
>70 anos pode ter saturação abaixo de 94% e não necessitam de O 2 complementar
quando estáveis clinicamente. A PaO2 ideal pode ser determinada pela seguinte
equação: = 100 − 0.3 × .
Aristides Oliveira
Cânula nasal. São confortáveis e permitem que o paciente possa falar, tossir e
se alimentar durante seu uso, podendo atingir F IO2 que varia de 24 a 44% com fluxos
de 1 a 6 L/min. Ocorre variação de 4% entre cada valor de fluxo ajustado (Tabela 3). A
utilização de fluxos superiores não é indicada devido ao risco de irritação local e
dermatites.
TABELA 3 Oxigenioterapia
por cânula nasal.
Fluxo L/min FIO2
1,0 0,24
2,0 0,28
3,0 0,32
4,0 0,36
5,0 0,40
6,0 0,44
Máscaras simples
Capítulo 5 – Oxigenioterapia
Atelectasias de Absorção
A utilização de altas FIO2 promove depleção rápida dos níveis de nitrogênio
(N2) do organismo, havendo assim uma redução da concentração de N 2 no gás
alveolar. Esse fenômeno pode promover colapso pulmonar, pois o oxigênio se difunde
rapidamente para o sangue e o alvéolo perde sua fonte de estabilização. Dessa forma,
a pressão gasosa no interior do alvéolo cai progressivamente até que haja colapso. As
situações que favorecem o aparecimento das atelectasias de absorção: Altas F IO2,
anormalidade do surfactante, existências de áreas com baixa V/Q, e volume corrente
baixo.
Aristides Oliveira
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Capítulo 5 – Oxigenioterapia
Indicações
As indicações para a VM, como descrito no estudo realizado por Wunsch, et
al., (2010), os autores estudaram os dados epidemiológicos do uso de VM nas UTI’s
dos estados unidos, eles indentificaram que 182,326 indivíduos receberam ventilacão
mecânica, em geral os pacientes tinham idade >65 anos (52.2%). A comorbidade mais
comum foram as doencas pulmonares (13.2%), diabetes (15.4%), dentre as
disfuncões que não envolviam o órgão respiratório foi liderado por problemas renais
(20.7%) e disfuncão cardíaca (18.4%).
Aristides Oliveira
Muito dos efeitos benéficos e adversos estão associado com a média das
pressões das vias aéreas, essa média está relacionada a ambas a duração e
quantidade de pressão aplicada durante a fase inspiratória (pico de pressão
inspiratória, forma de onda da pressão inspiratória, e tempo inspiratório) e a fase
expiratória (positive end-expiratory pressure [PEEP] e FR).
Apesar de a pressão positiva poder melhorar o shunt capilar, isso pode piorar o
shunt anatômico (ocorre quando o sangue passa direito do coração direito para o
esquerdo sem passar pelo pulmão, devido às veias de tebésio e a circulação
bronquial). O aumento na pressão alveolar pode aumentar a resistência vascular
pulmonar, que pode resultar no aumento do fluxo através do shunt anatômico,
diminuindo o fluxo através do pulmão.
Ventilação. é o movimento de gás para dentro e para fora dos pulmões. O volume
corrente (VT) é a quantidade de gás inalado ou exalado durante uma respiração e
ventilação minuto (VE) é o volume de gás respirado em 1 minuto: Dessa forma
= × . A ventilação minuto é também a soma do espaço morto (VD) e
ventilação alveolar (VA). Assim, = +
Aristides Oliveira
Interação Cardiopulmonar
O coração e pulmões estão intimamente ligados por sua localização próxima
dentro do tórax, e mais importante, por suas responsabilidades para oferta de O 2
necessário para células e órgãos enquanto excreta o CO 2 produzido pelo
metabolismo. Ventilação pode profundamente alterar a função cardiovascular.
Hipoxemia aguda prejudica a contratilidade cardíaca e o tono vascular da musculatura
lisa, promovendo colapso cardiovascular. Hipercapnia causa vasodilatação e aumenta
a resistência vascular pulmonar, que impede a ejeção do ventrículo direito e também
comprime o coração dentro da fossa cardíaca em um análogo ao tamponamento.
Tônus autonômico
A resposta autonômica às variações de volume corrente durante a respiração
espontânea resulta em arritmia sinusal. Durante a inspiração ocorre aumento da
frequência cardíaca por inibição vagal. A inflação pulmonar a volume corrente normal
(<10 mL/Kg) induz a retirada do tono vagal, acelerando a frequência cardíaca (FC).
Esse fenômeno é conhecido como arritmia sinusal respiratória e pode ser usada para
documentar o controle autonômico normal, especialmente em pacientes diabético com
risco de neuropatia periférica. O aumento do volume pulmonar com altos volume
corrente (>15 mL/kg), entretanto, diminui a FC pela combinação de ambos, aumento
do tono vagal e retirada simpática. Essa resposta pode reduzir a contratilidade do
ventrículo esquerdo (VE), e é responsável pela hipotensão e bradicardia em pacientes
ventilados.
Aristides Oliveira
Ciclo Ventilatório
Como a respiração é um evento periódico, o ventilador deve ser capaz de
controlar um número de variáveis durante o ciclo ventilatório (e.g., o tempo para iniciar
uma respiração e o tempo para iniciar a próxima). Dessa forma esse intervalo de
tempo pode ser dividido em quatro fases (Fig. 1): (1) inspiração; (2) a mudança da
inspiração para expiração (ciclagem); (3) final da expiração; e (4) a mudança da
expiração para inspiração (disparo ou trigger). Essa convenção é útil para examinar
como o ventilador começa, mantém e termina a respiração e o que é feito entre as
inspirações.
O disparo a fluxo reduz o trabalho que o paciente deve realizar para iniciar a
inspiração. Isto por que, o trabalho é proporcional ao volume que o paciente inspira
vezes a mudança na linha base de pressão necessária para o disparo. O disparo a
pressão é necessário alguma mudança e consequentemente um irredutível quantidade
de trabalho para realizar o disparo. Com disparo a fluxo ou a volume, contudo, a linha
basal da pressão não precisa mudar, e teoricamente, o paciente não precisa fazer
nenhum trabalho para disparar o ventilador.
Variável Alvo
Aqui alvo quer dizer restringir a magnitude de uma variável durante a
inspiração. A variável alvo é uma que pode ser alcançada e mantida no nível presente
antes do final da inspiração (i.e., ela não termina ao fim da inspiração). Pressão, fluxo
ou volume podem ser a variável alvo e atualmente todas podem ser ativadas para uma
única respiração (e.g., usando a Pmax característica no ventilador Dräger). O termo
limite, aqui substituindo por alvo, foi feito para ser consistente com a nova
nomenclatura vigente, onde o termo limite vem sendo aplicado em situações de
alarme somente.
Aristides Oliveira
Lembre-se, que a variável alvo não deve ser confundida com a variável
ciclagem. Pois a ciclagem significa "final da inspiração". A variável ciclagem sempre
finaliza a inspiração. A variável alvo não termina a inspiração; ela somente estabelece
um limite superior para pressão, volume ou fluxo (Fig. 2).
Variável Ciclagem
A fase inspiratória sempre termina quando alguma variável alcança o valor pré-
definido. Essa variável de ciclagem pode ser pressão, volume, fluxo, ou tempo.
Quando o ventilador é ajustado para ciclar à pressão, ele envia um fluxo até
que a pressão pré-definida seja alcançada, no qual o tempo inspiratório pare e o fluxo
expiratório inicie. A aplicação mais comum da ciclagem a pressão em ventilação
mecânica é para configuração de alarmes.
Quando o ventilador é ajustado para ciclar a volume, ele envia um fluxo até que
o presente volume tenha passado através da válvula de controle. Por definição, tão
logo o volume ajustado é cumprido, o fluxo para e a fase expiratória se inicia. Se a
expiração não iniciar imediatamente após o fluxo inspiratório ter parado, então uma
pausa inspiratória foi ajustada, e o ventilador é, por definição, ciclado a tempo (veja a
Fig. 2).
Quando o ventilador é ajustado para ciclar a fluxo, ele envia um fluxo até o
nível pré-ajustado seja alcançado. O fluxo então para, e a expiração é iniciada. A
aplicação mais frequente da ciclagem a fluxo é no modo pressão de suporte (PS).
Nesse modo, a variável de controle é a pressão, e o ventilador fornece um fluxo
necessário para alcançar a pressão inspiratória alvo. Em fazer isso, o fluxo inicia em
um relativo alto valor e diminui exponencialmente (assumindo que os músculo
inspiratório do paciente estão inativos após o disparo). Uma vez que fluxo tenha
diminuído até um valor relativamente baixo (tal como 25% do pico de fluxo,
tipicamente presente pela fabricante), o ciclo inspiratório termina.
Figura 2 Essa figura ilustra a distinção entre o temo alvo e ciclo. A. A inspiração tem como alvo a
pressão e é ciclado a tempo. B. O fluxo é o alvo, mas o volume não é, e a inspiração é ciclada a
volume. C. Ambos o volume e fluxo são o alvo, e a inspiração é ciclada a tempo. Adaprtado de:
Tobin, (2013).
Curva de fluxo-tempo
O fluxo inicia-se, nos modos controlados, depois de determinado intervalo de
tempo (depende da FR ou da relação inspiração/expiração – I:E) ou através de um
limite de sensibilidade (disparo ou trigger) pré-estabelecido. Após o disparo o fluxo
aumenta até atingir um valor pré-fixado, chamado de pico de fluxo. Esse valor definido
pelo operador no modo volume controlado e pode ser mantido constante ou ter valor
decrescente no tempo. Assim, o fluxo vai definir o tempo que a válvula inspiratória
permanecerá aberta (Tins), de acordo com o VT (volume corrente) estabelecido.
Aristides Oliveira
Figura 14 Seis formas de onda de fluxo disponível para PPV: fluxo constante (quadrada), fluxo
constante convexa (linha pontilhada acima e a esquerda), rampa descendente (descendente
quadrada), rampa descendente côncava (linha pontilhada acima e a direita), rampa descendente
côncava (linha pontilhada acima e a direita), rampa descendente, e padrão de fluxo sinusoide.
Adaptado de: Chang, (2014).
Figura 4 Gráfico fluxo- e pressão-tempo. O primeiro gráfico, à esquerda, marca as várias fases do
ciclo respiratório (descrição no texto). O segundo, à direita, mostra um atraso no tempo de subida
do pico de fluxo. Adaptado de: Chang, ( 2014).
Aristides Oliveira
mensuração da pressão estática sendo mantida no mesmo nível por 0.5 seg, criando
um platô no final da forma de onda.
Figura 5 Use a pausa inspiratória para criar e mensurar o pico de pressão alveolar (Pico PALV ou
pressão de platô) e a pressão transpulmonar (PTA). O pico de PALV é utilizado para calcular a
complacência estática; PTA é usada para calcular a resistência do fluxo aéreo. Flow: Fluxo; Peak:
pico; Resistance: resistência. Adaptado de: Chang, (2014).
No gráfico do fluxo, a seta dupla mostra que nenhum fluxo está sendo enviado
do ventilador por 0,5 s. Durante esse período, as válvulas inspiratória e expiratória
estão fechadas mantendo o volume de gás constante nos pulmões do paciente,
permitindo a mensuração da pressão pulmonar ou, mais importante, a pressão
alveolar (PALV). Desde que não haja fluxo, a pressão correspondente criada pela
resistência do fluxo dissipa imediatamente. A pressão cai do pico de pressão alveolar
(PALV), para o nível da pressão de platô (Pplatô), que pode ser mensurada. Uma vez que
se conheça o pico de PALV, a resistência do circuito e das vias aéreas pode ser
determinada [ ê =( )].
Curva pressão-volume
A curva pressão-volume (PV) pode ser usada para monitorizar mudanças na
∆
complacência pulmonar ( ê = ∆ ) e resistência das vias aéreas.
Figura 6 Curva pressão-volume típica para respiração com pressão positiva. A curva representa a
pressão e o volume medidos nas vias aéreas superiores. O ponto mais alto do volume corrente (VT
[linha vertical]) e o pico de pressão inspiratória (PIP [linha horizontal]) representa a complacência
dinâmica que é representada pela relação pressão-volume. B. Curva PV mostrando o pico de
inspiratório de pressão (PIP), a pressão de abertura das vias aéreas (PAO), e pressão nas vias
aéreas (Pta)
Mudança na entrega do fluxo pode alterar a forma da curva PV (Fig. 7). Altos
fluxos resultam em alta Pta ( = ⁄ ). Assim, se a Raw é 2 cmH2O/L/s e o fluxo
é 1.0 L/s (60 L/min), Pta é 2.0 cmH2O.
Aristides Oliveira
A B
Figura 7 A. Com mudança na complacência, o volume entregue muda, mas a pressão permanece
constante. B. Curva PV de um paciente com ARDS/SARA durante a ventilação controlada. Note a
diminuição na área (representando o trabalho não elástico inspiratório e expiratório) e a mudança
da curva para a direita com a diminuição da complacência.
Figura 8 Mudanças na curva PV durante a ventilação com volume controlado com a mudança da
complacência pulmonar. A entrega de volume permanece constante, mas a PIP muda.
Figura 9 A. Curva PV durante a ventilação por pressão demostrando mudanças na resistência das
vias aéreas. Com aumento da resistência, menos volume é entregue, e a curva diminui e se alarga.
B. Curva P-V de um paciente com DPOC durante ventilação controlada. Note o aimento do trabalho
não eslástico inspiratório e expiratório (alargamento da curva) e mudança na complacência
dinâmica para cima e para a esquerda.
Figura 10 Curva PV de um paciente disparando o ventilador. Note que a área dentro do circulo, que
indica o esforço do paciente para disparar o ventilador.
Aristides Oliveira
Curva fluxo-volume
A curva fluxo-volume (FV) é utilizada durante a ventilação mecânica para vários
propósitos. Inclusive é útil para avaliar a interação paciente ventilador.
Figura 152 Curva normal de FV durante a ventilação. A curva inspiratória está na parte superior, e
a curva expiratória na parte inferior. Note a mudança linear no fluxo expiratório do pico final da
expiração. Também, o fluxo expiratório final é zero.
A figura 13 ilustra uma das mais valiosas utilidades da curva FV, avaliando a
Raw. A curva A na Fig. 13 é a curva FV refletindo uma complacência normal. As
curvas B e C refletem aumento na Raw. A curva FV inspiratória não é significantemente
afetada por que o ventilador está ajustado para enviar um fluxo constante (50 L/min) e
volume (cerca de 530 mL). Entretanto o pico de fluxo expiratório final diminui com o
aumento da Raw.
A C
B D
Figura 13 A. Curva F-V com a forma de fluxo sinusoide durante a inspiração com ventilação a
volume. B. Curva F-V durante a ventilação com três diferentes ajustes de fluxo. C. F-V duante a
ventilação por pressão controlada. D. Curva F-V durante a ventilação mecânica com pressão
controlada em diferentes ajustes. Com o aumento da pressão, a entrega de fluxo e volume
aumentam. A complacência e a resistência das vias aéreas são constantes nesse exemplo.
Aristides Oliveira
A queda do pico de fluxo expiratório final abaixo do normal está associada com
obstrução das vias aéreas (e.g., broncoespasmo). A figura 14, B, ilustra o exemplo da
curva FV que poderia ser obtida em pacientes com obstrução das vias aéreas. Note
que há um achatamento na curva expiratória.
A B
Figura 14 A. Curva F-V mostrando ventilação por volume controlado com o fluxo constante, mas
com mudanças na resistência das vias aéreas (Raw) (complacência constante). A curva A mostra
uma Raw normal. As curvas B e C representa o progressivo aumento da Raw. Note a queda no
fluxo expiratório e o pico de fluxo expiratório final com aumento da resistência. B. Curva F-V
durante a ventilação em um paciente com DPOC. Note o diminuído pico de fluxo expiratório final e
o formato achado da curva expiratória. (note: A escala de fluxo é 0 a 30 L/min durante a inspiração
e de 0 a -20 L/min na expiração).
Figura 15 Aprisionamento aéreo (auto-PEEP) identificado na curva F-V em que a porção expiratória
da curva não retorna a zero, mas alcança um valor menor que zero.
Modo à Volume
Ventilação mandatória contínua com volume controlado – modo controlado
Aristides Oliveira
Figura 17 Ventilação mecânica assistido controlada limitada por volume. Note que nos dois
primeiros ciclos no gráfico de pressão ocorre negativação (setas), enquanto que no último não
ocorre.
Modo à Pressão
Ventilação mandatória contínua com pressão controlada – modo controlado
Figura 19 Ventilação mecânica assistido - controlada limitada por pressão. Note que no gráfico de
pressão ocorre negativação.
Esse modo tem várias vantagens. Primeiro, ele permite o ajuste máximo de
pressão, que reduz o risco de hiperdistensão. Segundo, o ventilador entrega o padrões
de fluxo desacelerado, além de ser considerado um componente das estratégias
ventilatórias protetivas. Também pode ser mais confortável para o paciente que respira
espontaneamente. As desvantagens desse modo são que o volume entregue para o
paciente varia o VT e o volume expirado (VExp) diminuem quando as características
pulmonares deterioram-se. A tabela 3 sumariza os fatores que afetam a entrega de
gás durante a ventilação por pressão controlada.
Aristides Oliveira
Modo Espontâneo
Nesse modo há ambas as características mandatória e espontânea. Em uma
respiração assistida, todo ou parte do ciclo respiratório é gerado pelo ventilador, que
faz parte do trabalho respiratório para o paciente. Se a pressão das vias aéreas sobe
acima da linha de base durante a inspiração, a respiração é assistida. Por exemplo,
durante a pressão de suporte a pressão alvo é ajustada, mas o paciente inicia a
respiração (disparo pelo paciente). O ventilador entrega a pressão ajustada acima da
linha de base da pressão para assistir o esforço respiratório do paciente. O paciente
cicla a respiração.
O tempo de subida (i.e., o tempo necessário para que seja atingida a pressão
de suporte ajustada) mais apropriada e o critério de ciclagem devem ser ajustados
para aumentar o conforto do paciente. Uma negativação excessiva indica que o tempo
de subida é muito curto (fluxo é muito rápido), entretanto um conqueive na subida na
Aristides Oliveira
pressão inicial das vias aéreas indica que o tempo de subida é muito longo (fluxo é
muito lento). O critério de ciclagem deve ser ajustado para que o paciente não dispare
duas vezes ou ative os músculos expiratórios para finalizar a respiração.
ê =
Aristides Oliveira
A estimativa do volume minuto para homem é igual a 4.0 multiplicado pela área
de superfície corporal e para mulheres é igual a 3.5 multiplicado pela área de
superfície corporal. A área de superfície corporal (ASC) pode ser obtida por duas
fórmulas:
Fórmula de Dubois:
. .
= 0.007184 × × Onde o peso é em Kg e a altura em cm.
Fórmula de Masteller:
×
( )= Onde a altura é em cm e o peso em Kg.
Volume corrente
O volume corrente é o volume de ar que entra e sai dos pulmões a cada
respiração. O volume corrente é calculado da altura do paciente. Uma vez que na UTI
a altura pode ser difícil de mensurar, o peso predito é utilizado como um substituto que
pode ser calculado pela fórmula que se segue:
O uso de altos volumes corrente foi utilizado como padrão durante muitos anos.
O racional por trás dessa estratégia era que altos volumes correntes poderia
constantemente abrir partes do pulmão que colapsavam no final da expiração, dessa
forma, prevenindo shunt, com isso prevenindo necessidade de altos níveis de FIO2.
Atualmente, sabe-se que altos volumes ou excessiva pressão inspiratória de platô
(>30 cmH2O) resultam em hiperdistensão alveolar sendo denominado de volutrauma e
barotrauma, respectivamente. Atualmente, as estratégias de ventilação protetiva
enfatizam baixos volumes correntes (≤6 mL/Kg de peso ideal) em pacientes com
SDRA/SARA o estudo realizado por Amato, et al., (1998) mostra que a redução do
volume corrente de 12 para 6 mL/Kg de peso ideal reduziu a mortalidade em 46% com
o uso de baixos volume corrente.
PEEP
O uso de baixo volume corrente pode promover atelectasias, ainda mais na
ventilação mecânica de longa duração, que pode ser a razão para utilizar PEEP
(Positive end-expiratory pressure) em altos níveis, que pode ser benéfico em pacientes
com SDRA/SARA. A PEEP aumenta a capacidade residual funcional e é útil para
tratar hipoxemia refratária (baixa P aO2 não responsiva a altas FIO2). Altos níveis de
PEEP pode induzir ao comprometimento hemodinâmico e hiperinsuflação. Entretanto
auto nível de PEEP pode ser benéfico para alguns tipos de pacientes na UTI, como
Relação I:E
A relação inspiração:expiração normalmente é mantida na faixa de 1:2 e 1:4.
Uma relação I:E maior (maior relação E) pode ser usado em pacientes que precisam
de tempo expiratório adicional devido a possibilidade de aprisionamento de ar e auto-
PEEP. A presença de auto-PEEP pode ser avaliada ocluindo a porta expiratória do
circuito do ventilador no final da expiração. Auto-PEEP está presente quando a
pressão no final da expiração não retorna a linha de base (i.e., 0 cmH 2O ou o nível de
PEEP quando a PEEP é usada) no final da expiração.
A relação I:E inversa tem sido utilizada para corrigir hipoxemia refratária em
pacientes com SDRA/SARA com complacência muito baixa. Mas isso não deve ser o
ajuste inicial desde que a relação I:E inversa tem suas complicações inerentes ao
sistema cardiovascular. Essa relação inversa deve ser utilizada apenas após a falha
das estratégias tradicionais em melhorar a oxigenação e ventilação do paciente.
Aristides Oliveira
Pico pressão
Os limites aceitáveis de pressões de pico ≤40 cmH2O e de platô ≤28-30
cmH2O. Pressões acima desses limites refletem hiperdistensão alveolar e risco de
baro/volutrauma. A pressão de pico é a pressão máxima alcançada ao final da
administração do fluxo inspiratório, quando o seu valor ao final da expiração for igual a
zero (sem presença de PEEP – pressão positiva ao final da expiração). A pressão de
platô é a pressão estática da retração elástica de todo o sistema respiratório, ao final
da insuflação realizada pelo ventilador mecânico.
Alarmes
Embora os diferentes ventiladores tenham diferentes sistemas de alarmes, os
seguintes alarmes devem ser básicos para qualquer ventilador: alarme de baixo
volume exalado, alta e baixa pressão inspiratória, apneia, alta frequência, e F IO2.
3#
Fonte: https://c.aarc.org/resources/protocol_resources/documents/general_vent.pdf
Alarme de baixo volume exalado. Esse alarme deve ser ajustado em cerca de 100
mL a menos que o volume expirado mecanicamente. Esse alarme é disparado se o
paciente não exala adequado volume corrente. É tipicamente utilizado para detectar
vazamento no sistema ou desconexão.
Alarme de alta pressão inspiratória. Deve ser ajustado 10 a 15 cmH2O acima do PIP
observado. Esse alarme dispara quando a PIP é maior ou igual ao ajustado. Uma vez
que o alarme é disparado por obstrução de fluxo, a inspiração é imediatamente
terminada e o ventilador cicla. As causas comuns incluem água no circuito, torção ou
mordida no tubo endotraqueal, secreção nas vias aéreas, broncoespasmo, rolhas,
pneumotórax hipertensivo, diminuição da complacência pulmonar, aumento da
resistência das vias aéreas, e tosse.
Alarme de alta frequência. Alta frequência deve ser ajustada a 10/min acima da
frequência observada. O disparo de alta frequência pode indicar que o paciente está
em angústia respiratória.
Alarme de alta e baixa FIO2. A alta FIO2 deve ser ajustada a 5 a 10% da FIO2
analisada e a baixa FIO2 deve ser ajustada de 5 a 10% abaixo da FIO2 analisada.
Aristides Oliveira
Adaptado de: KILICKAYA, O.; GAJIC, O. Initial ventilator settings for critically ill patients.
Critical Care, v. 17, n. 123, 2013.
Sinais vitais
Os sinais vitais (FC, PA, FR e temperatura) podem fornecer informações úteis
sobre a condição geral do paciente. Durante a VM, mudanças nos sinais vitais do
paciente frequentemente indicam alterações na situação cardiovascular.
Frequência cardíaca
Pressão Arterial
Frequência respiratória
Aristides Oliveira
Temperatura
Hipotermia. É menos comum entre os pacientes críticos, mas pode ocorrer como
resultado de problemas do sistema nervoso central (SNC), desordens metabólicas, e
de certas drogas e toxinas. Algumas vezes a hipotermia é induzida com o objetivo de
diminuir a taxa metabólica basal.
Exame físico
A inspeção, palpação e ausculta foram previamente discutidas no capítulo 3.
Dessa forma, é sugerido à realização de uma revisão do capítulo citado.
Avaliação ventilatória
A avaliação direta da tensão arterial de dióxido de carbono (PaCO2) via punção
arterial é o método mais acurado para avaliar o estado ventilatório do paciente.
Hipoventilação e acidose respiratória estão presentes quando a P aCO2 está elevada
com concomitante diminuição do pH. Essa condição pode estar correlacionada pelo
aumento da FR ou VT. Por outro lado, a frequência ou VT deve ser reduzido quando
ocorrem hiperventilação e alcalose respiratória.
Avaliação da oxigenação
Mudanças na oxigenação do paciente são comumente avaliadas por (1) tensão
arterial de oxigênio (PaO2), (2) gradiente alvéolo-arterial de oxigênio [P(A-a)O2], (3)
relação arterio-alveolar de oxigênio (PaO2/PAO2), e (4) relação PaO2/FiO2.
P(A-a)O2 é a diferença entra a PAO2 e PaO2, e pode ser calculada pela seguinte
fórmula: ( ) = − . A PaO2 é obtida pela gasometria arterial e a P AO2
( )
pode ser calculada pela seguinte equação: = − × − , onde
PB é a pressão barométrica, PH2O é a pressão de vapor de água (geralmente 47 mmHg
à 37ºC), R é consciente respiratório (estimado em 0.8 quando a FIO2 < 60% e 1
quando FiO2 > 60%). A PAO2 é principalmente afetada por mudanças na FIO2, PaCO2, e
PB. O valor de referência da P(A-a)O2: ( ) = 2.5 + (0.21 × ).
Shunt intrapulmonar. Hipoxemia causada por shunt intrapulmonar não responde bem
as altas concentrações de O2 suplementar. Isso ocorre por que o sangue não entra em
contato com o alvéolo ventilado (oxigenado). A P aCO2 é normal ou baixa devido aos
quimiorreceptores que respondem rapidamente a hipoxemia aumentando o volume
minuto. PEEP associado com O2 suplementar é, geralmente, necessário para correção
da hipoxemia.
Aristides Oliveira
Capnografia
Figura 16 Esquema de uma respiração típica. P-T = Pressão de disparo. D-T = Tempo inspiratório
de disparo. D-B = Tempo de retorno da pressão das vias aéreas a zero. D-I = tempo de atraso
inspiratório. Área 1 = Produto da pressão-tempo do disparo. D-E = tempo de atraso expiratório. P-E
= mudança de pressão expiratória supra-platô. Área E= área de pressão expiratória. Copiado de:
Nilsestuen e Hargett, (2005).
Aristides Oliveira
Figura 23 O gráfico superior mostra a curva fluxo-tempo para um fluxo constante, ventilação a
volume. O gráfico do meio representa a curva pressão-tempo mensurado nas vias aéreas
superiores. O gráfico inferior é a curva pressão-tempo por pressão esofágica. O ciclo a é um ciclo
controlado sem esforço do paciente. No ciclo b o paciente dispara com fluxo adequado. A linha
pontilhada mimetiza um ciclo respiratório passivo como visto em a. O ciclo c é disparado pelo
paciente com fluxo inadequado (linha sólida). A área sobreada mostra como a curva (linha
pontilhada) deveria parecer com a respiração controlada. Adaptado de Cairo, (2012).
Figura 24 Imagem da esquerda mostra a pressão das vias aéreas sob o tempo e a imagem da
direita mostra o fluxo sob o tempo e a imagem da direita mostra o fluxo sob o tempo. A
curva ilustra a mudança de pressão e fluxo em diferentes tempos de subida ajustados. O
tempo de subida rápido (a) também tem fluxo mais rápido (a). Em geral, a sincronia é
ótima quando a forma de onda da pressão tem uma configuração quadrada lisa (curva
b). Usar muito slope pode resultar em assincronia (curva d). Adaptada de: Cairo, (2012).
Aristides Oliveira
Figura 25 (ciclagem prematura) Esse paciente está sendo ventilado com volume controlado
contínua mandatória. O pico de pressão difere. A respiração marca pelas setas A mostra o pico no
final da inspiração, sugerindo que o paciente não mais está inspirando. Note que o ciclo marcado
pela seta B não é disparada pelo paciente e o pico de pressão que ocorre no inicio da inspiração; a
pressão gerada pelo os músculos inspiratório do paciente "puxa para baixo" a curva de pressão, e
o ventilador está forçando a entrada de gás mais rápido do que o paciente está "puxando,"
resultando em um pico de pressão nas vias aéreas precocemente no ciclo inspiratório. Há também
um esforço não efetivo (seta T). Adaptado de: de Wit, (2011).
Ciclagem prematura. Esse tipo de assincronia pode ser identificado pela curva de
pressão-tempo, que irá mostrar uma concavidade após o término (indicando esforço
contínuo do paciente para disparar) e na curva de fluxo-tempo, que irá mostrar alto e
prolongado fluxo durante a respiração, seguido por rápida desaceleração e um padrão
convexo no fluxo expiratório na curva fluxo-tempo, que indica esforço contínuo de
disparo (Fig. 26).
Figura 26 (atraso de ciclagem) O paciente está sendo ventilado com dois tipos de ciclo
respiratório. No ciclo com alto pico de pressão, alto pico de fluxo, e grande volume corrente, o
fluxo retorna a zero na metade da inspiração mecânica.O paciente para a inspiração, mas o
ventilador continua enviando pressão. O equilíbrio da pressão é alcançado (seta A) e nenhum
fluxo é enviado. Esse paciente está sendo ventilado com SIMV e PS. A PEEP é 10 cmH2O. O ciclo
mandatório (seta A) é pressão controlada (28 cmH2O enviado a 1,70 s), resultando em um pico de
pressão de 38 cmH2O. A PS (10 cmH2O) tem sensibilidade de ciclagem de 25%. A PEEP é 10
cmH2O. Adaptado de: de Wit, (2011).
Prevenção
Aristides Oliveira
A extubação não planejada incluem dois tipos distintos, auto extubação que
refere ao paciente ativamente retira o tubo, a razão para auto extubação incluem
desconforto ou dor causada pela via aérea artificial, e ansiedade devido a inabilidade
do paciente para conversar ou respirar por si. A extubação acidental, segundo tipo, é
atribuída a ambas, manipulação inapropriada durante os cuidados com o paciente ou
ação não proposital do paciente, e.g., tosse. Esses dois tipos pode diferir
Restrição física. Auto extubação é a razão primária para o uso dessa estratégia, por
outro lado, a restrição pode evocar ou piorar a agitação e delirium nesses pacientes,
assim resultando no aumento do risco de auto extubação. É importante lembrar que, a
restrição do pulso pode ser seguido por efeitos fisiológicos e psicológicos adversos,
principalmente hipertensão, taquicardia, déficit de circulação, lesão nervosa, úlceras
de pressão.
Aristides Oliveira
Características patofisiológicas
Pressão nos pulmões. Como já descrito, para inflamar os pulmões é necessária uma
pressão para sobrepor a resistência das vias aéreas, a inércia (pressão necessária
para acelerar os gases), e das propriedades elásticas do pulmão e caixa torácica. Ao
final da inspiração, fluxo zero, a pressão transpulmonar (P alveolar - Ppleural) é a principal
força que mantem o pulmão inflado, assim a pressão transpulmonar e o volume são
intrinsecamente relacionados. A distensão regional pulmonar (i.e., heterogênea ou
homogênea) é o fator chave na geração da LPIV/VILI. A pressão alveolar é facilmente
estimada como a pressão alveolar durante o fluxo zero, a pressão durante a pausa no
final da inspiração é chamada de pressão de platô (P pla). Se o paciente não está
realizando esforço inspiratório, a Ppla representa a pressão para distender o pulmão e
a caixa torácica. Durante a inspiração, o aumento do tamanho em pulmões doentes se
dá de forma heterogênea, essa expansão heterogênea leva à concentrações regionais
de forças nos pulmões, ou estresses (força por unidade de área) e deformação (strain
em inglês) que é o estiramento causado por uma tensão em relação ao seu
comprimento no estado de relaxamento.
Forças Físicas
Tratamento clínico
Aristides Oliveira
Fisiopatologia
Estratégias ventilatórias
PEEP. Recomenda-se que sempre se use PEEP em pacientes com LPA/SARA, para
diminuir o potencial de lesão pulmonar associada ao uso de concentrações tóxicas de
oxigênio inspirado e para evitar o colapso pulmonar ao final da expiração. Ainda é
contraditório os valores de PEEP a ser utilizados nesses pacientes ("alta" 15 cmH2O
ou baixa 8 cmH2O).
Aristides Oliveira
Avaliação clínica
Lesão da medular
Aristides Oliveira
As indicações para admissão na UTI são: 1. dispneia severa que não responde
à terapia inicial, 2. mudanças no nível de consciência, 3. persistência ou piora da
hipoxemia (PaO2 <40 mmHg) e/ou severa ou piora da acidose respiratória pH <7,25
independente do oxigênio suplementar e VNI, 4. necessidade para intubação e
ventilação mecânica e 5. instabilidade hemodinâmica e necessidade de vasopressor.
A intubação endotraqueal segure-se utilizar cânulas de maior diâmetro, acima de 8
mm, para reduzir a resistência das vias aéreas e facilitar a remoção de secreções.
Suporte ventilatório
Nessa sessão não será apresentada estratégias de VNI, para tal leia o capítulo
7. As indicações para ventilação mecânica na exacerbação aguda são, falha ou
intolerância a VNI, parada cardiorrespiratória, comprometimento da consciência ou
delírio não controlado com medicações e necessidade de sedação, aumento do risco
de aspiração brônquica, secreções copiosas, arritmia ventricular severa, hipoxemia
severa, instabilidade hemodinâmica severa não responsiva a fluidos e vasopressores.
Os objetivos da ventilação mecânica invasiva é promover o repouso da musculatura,
promover a melhora dos distúrbios agudos da troca gasosa, redução da HD e
otimização da sincronia paciente-ventilador.
Aristides Oliveira
Ajustes ventilatórios
Os ajustes iniciais para pacientes com DPOC são descritos na tabela 13,
abaixo segue o pensamento dos ajustes.
1. Para finalidade de desmame com FIO2<40%, 150 a 200 mmHg ou maior sugere
sucesso no desmame.
2. Para pacientes com edema pulmonar não-cardiogênico, o limiar é <300 mmHg para
LPA e <200 mmHg para SDRA
DC= 4 a 8 L/min
Aristides Oliveira
= −
Relação I:E
Exemplo 1 Exemplo 2
Quando o Tins e Texp são conhecidos Quando o %Tins é conhecido:
Qual é a relação I:E se o Tins é 0.4 s e o Qual é a relação I:E se o Tins é 25% ou
Texp é 1.2 s? 0.25?
% 1−%
: = : : = :
% %
0.4 1.2 0.25 1 − 0.25
= : = 1: 3 = :
0.4 0.4 0.25 0.25
0.75
= (1): = 1: 3
0.25
Exemplo 3 Exemplo 4
Quando o Tins e FR são conhecidas: Quando o volume minuto (VE) e fluxo são
Qual é a relação I:E se o Tins é 1.5 s e a conhecidos:
FR é 15/min? Dado: VT= 800 mL (0.8 L)
Tins = 1.5s FR = 12/min
60 Fluxo= 40 L/min
=
− Qual é a relação I:E
= = 2.5 : = :( − ) sabe-se que
. = ×
= ( × ): ( − × )
: = /
= (0.8 × 12): (40 − 0.8 × 12)
= 1.5/2.5 = 9.6: (40 − 9.6)
. .
= : = .
: .
= 1: 1.67 = 1: 3.2
Equação
×
= ×( − )+
60
mPaw: média de pressão nas vias aéreas PEEP: Positive end-expiratory pressure
em cmH2O em cmH2O
FR: Frequência respiratória por minuto Valores normais
PIP: pico inspiratório de pressão Abaixo de 30 cmH2O (adultos)
Ventilação minuto: expirado e alveolar
Equação 1: Equação 2:
= × = ( − )×
VE: Ventilação minuto expirado em L/min VD: Volume de espaço morto em mL
VA: Ventilação minuto alveolar em L/min FR: Frequência respiratória por minuto
VT: Volume corrente em mL
Equação:
16 a 20 %volume
Aristides Oliveira
Resistência vascular
Pulmonar Sistêmica
Equação: Equação:
80 80
=( − )× =( − )×
RVP: Resistência vascular pulmonar em RVS=(MPA-RA)X80/DC
dyn.seg/cm5 RVS: Resistência vascular: sistêmica
PMAP: Pressão média da artéria PAM: Pressão arterial média
pulmonar RA: Média da pressão do átrio direito em
DC: débito cardíaco mmHg
80: Fator de conversa de mmHg/L/min DC: débito cardíaco
para Dyn.seg/cm5 80: Fator de conversa de mmHg/L/min
Valor normal para Dyn.seg/cm5
50 a 150 dyn.seg/cm5 Valor normal:
800 a 1,500 dyn.seg/cm5
Equação 1: Equação 2:
×
= ( )×( − )
=
×( − )
Equação 1: Equação 2:
á + 50
á = =
730
Equação 1: Equação 2:
( ) = 103.5 − (0.42 × ) ( ) = 104.2 − (0.27 × )
Aristides Oliveira
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Aristides Oliveira
Objetivos e indicações
O objetivo da VNI é proporcionar assistência ventilatória, reduzindo o trabalho
respiratório pelos mesmos mecanismos da ventilação invasiva, aumentando a pressão
transpulmonar, inflando os pulmões, e aumentando o volume corrente (V T). A exalação
é realizada pelo recolhimento elástico passivo. Outro benefício inclue o aumento da
capacidade residual funcional (CRF) que abre os alvéolos colapsados, reduzindo o
shunt e melhorando a relação ventilação/prefusão (V/Q) em certas formas de
insuficiência respiratória como no edema agudo pulmonar cardiogênico (EAPC). Os
benefícios mais significante da VNIPP é evitar a intubação endotraqueal. A intubação
endotraqueal está associada com complicações tais como trauma das vias aéreas,
aumento do risco de aspiração, pneumonia nosocomial, e considerável desconforto
por parte do paciente, necessitando o uso de sedativos, que resulta a maior
permanência hospitalar, alta taxa de mortalidade e aumento nos custos.
Apesar das vatangens da VNIPP relacionada a invasão das vias aéreas, a falta
da conexação direta com as vias aéreas inferiores também representa um desafio. O
paciente deve ser capaz de proteger suas vias éreas e ser capaz de mobilizar suas
secreções adequadamente, ou a falência do método é invevitável. Como a via aérea
do paciente deve permitir o fluxo de ar diretamtente para seus pulmões, a VNIPP não
pode ser utilizada em pacientes com grandes obstruções das vias aéreas.
Adicionalmente, o vazamento de ar em volta da interface está presente em quase
todas as interfaces e pode interferir com a eficácia da ventilação. Além disso, paciente
deve ser capaz de cooperar e sincronizar a respiração com o ventilador. O sucesso da
VNIPP e a prevenção de maiores complicações depende da seleção apropriada dos
pacientes. O processo de seleção deve considerar o diagnóstico do paciente e as
características, bem como o risco de falência da terapeutica.. A tabela 1 descreve os
critérios de seleção de acordo com o BTS Guideline. Uma vez que a necessidade de
suporte ventilatório esteja estabelecido, o segundo passo é excluir o paciente que
tenham contraindicações para a utilização da VNIPP. A tabela 2 descreve as
contraindicações de acordo com o III Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica.
Aristides Oliveira
Insuficiência respiratória
Insuficiência respiratória é definido como a incapacidade para manter a troca
gasosa adequada e é caracterizado por anormalidades na tensão de gás arterial. A
4$
É a quantidade de sangue que será bombeado pelo coração em uma contração. Índice
cardíaco (IC) = Débito cardíaco (DC)/superfície corpórea
Aristides Oliveira
insuficiênca tipo 1 é definida por uma P aO2 < 60 mmHg com PaCO2 normal ou
reduzida. A insuficiência tipo 2 é definida por PaO2 < 60 mmHg e a PaCO2 > 45 mmHg.
A insuficiência respiratória pode ser aguda, cronica agudiza, ou crônica. Essa distinção
é importante na decisão para localização do tratamento do paciente e a estratégia de
tratamento mais apropriado, particularmente no tipo 2:
Modo espontâneo
Nesse modo, somente desponível em ventilação controlada a pressão o
paciente iniciar e finaliza a inspiração. A inspiração inicia quando o ventilador é
disparado pelo paciente. A pressão é mantida em quando o mínimo fluxo inspiratório
ajustado está ocorrendo, ou seja, enquanto houver fluxo a pressão é mantida
constante. O final da assistência inspiratória (e.g., ciclagem da inspiração para
expiração) ocorre quando o fluxo inspiratório alcança a porcentagem do pico de fluxo
ajustado. Nesse modo, a pressão inspiratória alvo ("limite"), a sensibilidade do disparo
e a porcentagem do pico de fluxo para ciclagem devem ser selecionados. Uma vez
que cada ciclo é terminado pelo critério de fluxo mas que pelo volume ou tempo, o
paciente controla a duração do ciclo respiratório, bem como a profundidade da
inspiração e o padrão de fluxo. Esse modo é também chamado de ventilação com
pressão de suporte (PSV ou PS) Figura 1a.
Aristides Oliveira
Modo assistido
Nesse modo a diferença entre os níveis de (IPAP e EPAP) determina o nível de
pressão de suporte, além disso, o paciente controla o início da inspiração mas a
duração do ciclo é regulado pelo operador. Ajusta-se se é controlado a volume ou a
pressão, a relação inspiratório expiratória (I:E) ou o tempo inspiratório (T ins) e a
sencibilidade do disparo figura 1b.
Inspiracão: Inspiracão:
esforço do esforço do
paciente paciente
Inspiracão:
disparo a
tempo
Modo controlado
Figura 1 Diferente modos de disparos inspiratório e expiratório. (A) Modo espontâneo: o paciente
controla o início e o final da inspiração. A inspiração inicia quando o ventilador é disparado pelo
paciente e a ciclagem ocorre quando o fluxo inspiratória alcança a porcentagem predefinida do
pico de fluxo inspiratório. (B) Modo assistido: o paciente controla o início da inspiração mas o fim
da inspiração é realizado pelo tempo. Quando a FR de back-up está presente, esse modo é
chamado de assistido controlado. Nesse último modo, se a FR do paciente é menor que a
ajustada, o sistema move para o modo controlado. (C) Modo controlado: há o ciclo pré-ajustado
baseado no tempo. O ventilador controla o início e o final da inspioração e assim a FR. FR,
frequência respiratória, Paw, pressão nas vias aéreas. Modificado de Rabec, et al., (2011).
Interfaces
A efetividade da VNI é fortemente influenciada pela escolha da interface que
enviará a pressão positiva nas vias aéreas. A variedade de interfaces disponíveis (Fig.
2), incluíndo máscara nasal, oronasal, máscara facial total, capacetes (helmets), peça
bucal. Todas as interfaces tem vantagens e desvantagens (tabela 4); assim sendo
deve-se escolher uma que optimize o conforto do paciente e adesão a VNI.
Aristides Oliveira
A B C D
Figura 2 A. Mascara nasal. B. Máscara oronasal. C. Máscara facial total. D. Capacete (Helmet). E.
Bucal.
Aristides Oliveira
Monitorização
A monitorização do paciente em VNI tem o objetivo de determinar se a VNI
está sendo realizada segura e efetivamente. A VNI deve ser iniciada em um ambiente
protegido tal como a UTI. A monitorização deve incluir avaliação clínica, combinada
com oximetria de pulso e gasometria arterial. A monitorização varia de acordo com a
localização em que o tratamento está sendo realizado e dessa forma, a etiologia da
insuficiência respiratória, se o paciente é candidato para a ventilação, e se há outras
comorbidades.
Avaliação clínica
O monitoramento fisiológico não é um substituto da avaliação clínica e a
observação do paciente sob ventilação deve ser realizada regularmente. As
características clínicas que devem ser avaliadas são: Movimento da caixa torácica,
coordenação do esforço respiratório com o ventilador, utilização da musculatura
acessória, frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR), conforto do paciente
e estado mental.
Aristides Oliveira
ASMA
A VNI pode ser utilizada em conjunto com o tratamento medicamentosos
convencional para o cuidado de pacientes selecionados com exacerbação aguda e
grave da asma. Apesar do BTS guideline descrever que há pouca evidência para a
recomendação nesses pacientes, a recomendação é que a VNI não seja utilizada
roteneiramente em pacientes com asma aguda (Grau de recomendação C).
Na revisão realizada por Keenan, et al., (2011), não recomendam o uso da VNI
em pacientes que tem exacerbação da asma devido a falta de evidência, além disso,
também não ercomenda a utilização de CPAP via máscara em pacientes que tem
exacebação da asma, devido a falta estudos randomizados controlados. Em uma
revisão da cochrane realizada por Lim, et al., (2012), foram incluidos 5 estudos, os
autores concluiram que há poucos estudos para apoiar a utilização de VNI em
paciente com estado asmático.
Ajustes iniciais
SDRA/LPA
Há falta de evidência clínica que dê suporte ao uso da VNI na lesão pulmonar
aguda/síndrome do desconforto respiratório agudo. Os limitados estudos que foram
realizado sugerem que não há efetividade na presença de falência multipla de órgãos.
A VNI foi o principal abordagem ventilatória escolhida por Patel, et al., (2016)
em seu estudo radomizado controlado. O objetivo fisiológico da VNI foi diminuir a
carga muscular respiratória e aliviar a dispneia, usando PSV, bem como melhorar as
trocas gasosas e recrutar alvéolo com a aplicação apropriada de PEEP. A escolha
adequada de PEEP pode prevenir atelectrauma, assim reduzindo o risco de lesão
pulmonar. No presente estudo os pacientes receberam VNI através do capacete
(Helmet) e foi comparado com aqueles que utilizavam VNI via máscara facial. A PEEP
foi ajusta de acordo com as estratégias protetiva recomendadas para SDRA. Os
Aristides Oliveira
ajustes de elevada PEEP não pode ser ajustada para o grupo com máscara facial
devido ao desconforto do paciente e o elevado vazamento de ar. Os autores concluem
que VNI com helmet resulta em significante redução nas taxas de intubação, redução
na permanência da UTI e há também significante redução na mortalidade em 90 dias.
Pós-operativo
Ambos CPAP e VNIPP tem sido usado com sucesso em pacientes no período
pós operativo. Comparando o com o tratamento padrão, CPAP usado após cirurgia
abdominal ou toracoabdominal melhora a hipoxemia e reduz a incidência de
complicações, tais como pneumonia, atelectasias e a necessidade de intubação
endotraqueal. Pacientes com insuficiência respiratória hipoxêmica após resecção
pulmonar necessita menos de intubação endotraqueal e mostra reduzida mortalidade
se tratado com VNIPP comparandos com o tratamento padrão. A VNIPP em
pacientes pós cirurgia cardíaca se beneficiam da VNI pois a PEEP com ou sem PS
restaura o volume pulmonar devido a abertura de áreas com atelectasia, aumenta a
Na revisão da cochrane realizada por Faria, et al., (2015), foram incluidos dois
estudos com 269 participantes. Essa revisão comparou oxigenio terapia com CPAP e
BiPAP. Os achados indica que o CPAP ou BiPAP é efetivo e seguro para o tratamento
de insuficiência respiratória aguda após cirurgia abdominal superior. Ainda, comparado
com a oxigênio terapia, VNIPP significativamente reduz o tempo de internação na UTI
por cerca de dois dias e redução na taxa de intubação endotraqueal e melhora dos
gases arterial e pH em uma hora após a intervenção, a intervensão também reduz o
risco de pneumonia, sepse, e infecção da ferida operatória. Entretanto, devido a
qualidade das evidência serem baixas, os altores sugerem que mais estudos com boa
qualidade sejam necessários para confirmar os achados.
Pós-extubação
A VNIPP tem sido usando como ambas, terapia após o desenvolvimento da
insuficiência respiratória aguda e como medida preventiva em pacientes recentemente
extubados. A fanlência na extubação está associado com alta morbidade e
mortalidade. Assim, a VNIPP não deve ser utilizada como método de resgate na
insuficiência respiratória desenvolvida após a extubação, pois ela pode retarda a
reintubação
Aristides Oliveira
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O desmame pode ser classificado pela duração e dificuldade, sendo eles, (1)
Simples - O ventilador é descontinuado após o teste de respiração espontânea (TRE),
(2) Difícil - O ventilador é descontinuado após 3 TRE ou até 7 dias após o início do
desmame e (3) Prolongado - O ventilador é descontinuado após > 3 TER e >7 para ter
sucesso após o início do desmame. As proporções encontradas foram 52%, 20-40% e
14% para desmame simples, difícil e prolongado. A mortalidade é de 5%, 15% e 15%
em cada grupo respectivamente.
Aristides Oliveira
Problemas neurológicos
A bomba respiratória é controlada no tronco encefálico que é o gerador de
ritmo e padrão, ainda recebe feedback do córtex, quimiorreceptores, e
mecanorreceptores. A falência desse controle pode vir de vários fatores. Esses fatores
podem ser estruturais (e.g., acidente vascular encefálico) ou metabólicos (e.g.,
alcalose metabólica ou sedação). A falência nos nervos periféricos também pode ser
resultado de fatores estruturais ou metabólicos.
Sistema respiratório
Os pacientes que exibem a dependência ventilatória fazem, pois eles
apresentam um desequilíbrio entre a capacidade da bomba respiratória e a carga
colocada sob ela. Isso pode se dar por fraqueza muscular, que também pode ser
devido à atrofia e remodelamento pela inatividade. E também pode ser consequência
de lesão por overuse e de lesões associadas com neuropatia e miopatia. As drogas,
(e.g., bloqueadores musculares e corticoides) também contribuem para miopatia.
Finalmente, hiperinsuflação dinâmica pode colocar os músculos ventilatórios em
desvantagens levando a fadiga muscular.
Fatores cardiovasculares
A ventilação mecânica invasiva traz efeitos positivos na atividade cardíaca,
como descrito anteriormente, a ventilação invasiva, diminui a pré e pós-carga através
da redução do retorno venoso, reduz o shunt, melhora a disponibilidade de oxigênio, a
retirada da ventilação invasiva irá remover esses efeitos. Além disso, a potencial
redução do suporte ventilatório pode induzir isquemia cardíaca ou insuficiência
cardíaca. Os mecanismos são (1) aumento da demanda metabólica; (2) aumento no
retorno venoso; e (3) o aumento da pós-carga do ventrículo esquerdo.
Aristides Oliveira
Além desses testes supracitados, deferentes técnica tem sido usada para o
desmame, e essas incluem gradual redução na taxa mandatória durante a ventilação
intermitente mandatória, gradual redução na pressão de suporte, e respiração
espontânea através do tubo-T, CPAP (continuous positive airway pressure).
Figura 1 Algoritmo comum para a transição da ventilação mecânica para a respiração espontânea.
Abreviações: TRE: teste de respiração espontânea. Modificado de: McConville e Kress, (2012).
Avaliação e monitorização
O guideline Taskforce ACCP/SCCM/AARC recomenda que a avaliação para
retirada do suporte ventilatório em pacientes com insuficiência respiratória deva ser
realizado durante o teste de respiração espontânea (TRE) mais do que quando o
paciente está recebendo substancial suporte ventilatório. O período inicial da
respiração espontânea pode ser utilizado para avaliar a capacidade de continuar o
TRE. Os critérios que são avaliados durante o TRE são padrão respiratório, adequada
troca gasosa, estabilidade hemodinâmica, e subjetivamente o conforto do paciente.
Aristides Oliveira
Método
Uma vez que o paciente preencha os critérios, a abordagem preferida é a
condução do TRE envolvendo pouco ou nenhum suporte ventilatório. O guideline
CHEST/ATS18 sugere que o TRE inicial deve ser conduzido com pressão inspiratória
de (5-8 cmH2O) em vez de sem (tubo T ou CPAP) (moderada qualidade de evidência).
Aristides Oliveira
Extubação
Após o paciente demonstrar a habilidade de manter a respiração espontânea, a
próxima decisão a ser feita é se o paciente pode tolerar a extubação. Como ambos,
atraso e falência na extubação estão associados com o aumento na duração da
ventilação mecânica e mortalidade. Por outro lado, a retirada prematura pode levar a
perda da vias aéreas, comprometimento nas trocas gasosas, aspiração, e fadiga dos
músculos inspiratórios. O desafio clínico é balancear agressividade e segurança. Um
indicador qualitativo comum é direcionado ao balanço da taxa de reintubação (i.e.,
necessidade de reintubação/número de extubação). Um valor muito baixo sugere
inapropriada retirada do ventilador, e valores elevados agressividade inapropriada na
Aristides Oliveira
Teste de Permeabilidade
O III consenso de ventilação mecânica recomenda a realização do teste de
permeabilidade, que é o escape aéreo entre a via aérea e cânula traqueal após
desinsuflação do balonete, este método pode ser usado para identificar pacientes com
maior probabilidade de obstrução de via aérea, por edema ou granuloma, após a
extubação traqueal, especialmente após ventilação mecânica prolongada.
Rotina de extubação
a extubação endotraqueal é geralmente realizada quando os pacientes estão
acordados ou sai da anestesia geral, a escala visual analógica (EVA) pode ser
utilizada para determinar se o grau de analgesia está adequada. Estabilidade
cardiovascular, equilíbrio acidobásico normal, normotermia, e reflexos protetivos das
vias aéreas intactos devem estar presentes. Na preparação para extubação, o
ventilador deve ser ajustado para garantir adequado esforço respiratório com mínimo
suporte. A oxigenação deve ser maximizada com 100% de FIO2. Posicionar o paciente
em 30º a 45º aumenta o volume residual funcional, permitindo longos períodos de
apneia antes que ocorra a dessaturação de oxigênio.
Complicações da extubação
Algumas complicações relacionadas à extubação são hipoxemia. No período
imediatamente após a extubação, insuficiência respiratória pode ser causado por
pouca ventilação. Broncoespasmo e tosse pode também dificultar a adequada
ventilação e pode ser tratada com anestésicos. Deficiente reflexo de deglutição pode
ser um risco para aspiração pulmonar.
Aristides Oliveira
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Aristides Oliveira
Antes da intubação o paciente deve ser avaliado também para afastar qualquer
contra indicação em potencial que incluem traumatismo crânio encefálico (TCE), lesão
da coluna cervical, queimadura das vias aéreas, e trauma facial. O grau de dificuldade
na intubação devido às estruturas anatômicas também pode ser avaliado utilizando o
método de classificação de Mallampati (Figura 1). Esse método é baseado nas
estruturas anatômicas visíveis com a boca aberta e a língua protusa na posição
sentada. A facilidade para intubação oral varia de classe 1 (fácil) a classe 4 (mais
difícil).
Aristides Oliveira
Ventilação sob máscara difícil (1º aspecto). Diz-se que a ventilação é difícil quando
não é possível - para apenas um operador - manter a SpO2 acima de 90% usando FIO2
de 100% em paciente cuja saturação era normal antes da indução anestésica.
Equipamento
Todos os equipamentos devem ser checados imediatamente antes da
intubação, incluindo, suprimento de oxigênio, máscara facial, equipamento de
aspiração, ambú com válvula de PEEP, laringoscópio de vários tamanhos, tubo
endotraqueal, seringa para verifique a integridade do cuff do tubo endotraqueal,
capnógrafo (se disponível), amarração (fitas ou cadarços), e estetoscópio.
Pré-oxigenação
Ventilação espontânea
Posicionamento
O paciente pode ser pré-oxigendo em semi-sentado (20º de inclinação), essa
posição demonstra impacto benéfico em termo de tempo para desasturação. Durante
a tentativa de intubação o paciente deve ser posicionado em decúbito dorsal, com o
pescoço estendido para alinhar o eixo oral, faringeal e laringeal. Para se alcançar o
melhor posicionamento da cabeça pode-se usar um coxim na região subescapular
(Fig. 3). Essa posição não só facilita a intubação endotraqueal, mas também a
ventilação com a máscara.
A B C
Figura 3 A. Fraco alinhamento dos eixos oral (A.M.), laríngeo (A.L) e faríngeo (A.P). B. Flexão
cervical com bom alinhamento dos eixos. C. Posição final com alinhamento dos eixos.
Aristides Oliveira
Manobra de recrutamento
Traqueostomia
A traqueostomia é um procedimento utilizado para estabelecer acesso a
traqueal via incisão no pescoço. A realização da traqueostomia tem se tornado uma
alternativa para a intubação endotraqueal prolongada. Sabe-se que o prolongamento
de permanência do tubo orotraqueal, pode levar ao aumento no risco de pneumonia
Indicações
As indicações para a colocação do tubo de traqueostomia (TQT) incluem
insuficiência respiratória aguda com expectativa de ventilação mecânica prolongada,
falência no desmame da ventilação mecânica, obstrução das via aérea superior, via
aérea difícil, e elevada quantidade de secreção (tabela 3). A razão mais comum para a
colocação da TQT na UTI é fornecer acesso para ventilação mecânica prolongada.
Técnica de realização
Ambas as cirurgia aberta (Fig. 5) ou traqueostomia percutânea (Fig. 6) são
métodos utilizados para realizar a TQT. Geralmente, a traqueostomia é realizada sob
anestesia geral ou sedação, embora possa ser praticada com anestesia local. Quase
sempre, os pacientes já estão sob ventilação mecânica e sedados.
Aristides Oliveira
Figura 6. A traqueostomia percutânea deve ser realizada guiada por broncoscopia para visualizar o
local de entrada da agulha, para evitar lesão traqueal posterior, e garantir que o fio guia e o
dilatador está avançado distalmente. Adaptado de: Cheung e Napolitano, (2014).
Complicações
Algumas complicações são relacionadas ao procedimento e outras a cânula.
As complicações da TQT podem ser consideradas em dois momentos: precoce e
tardia (tabela 4). Pneumotórax após a traqueostomia é um das complicações mais
descritas, com uma incidência maior que 17% em alguns estudos. Por essa razão, a
radiografia pós-operativa é rotineiramente realizada para garantir o posicionamento da
cânula e descartar o pneumotórax. Hemorragia permanece uma das mais comuns
complicações intra-operatória, entretanto hemorragia maior permanece rara.
Tipicamente, a fonte do sangramento é o sistema venoso jugular anterior. O mal
posicionamento da tubo/cânula é uma complicação mais temida durante a inserção é
o mal posicionamento do tubo, resultando em perda das vias aéreas (e.g., falsa
passagem) e/ou lesão das estruturas em volta (e.g., esôfago).
TABELA 4 Complicações
Precoce Tardia
Hemorragia Estenose traqueal
Parada cardiorrespiratória Traqueomalácia
Dano estrutural da traqueia Fístula traqueoesofágica
Aspiração Pneumonia
Pneumotórax Aspiração
Hipoxemia/dessaturação Disfagia
Enfisema subcutâneo
Morte
Adaptado de: Durbin, (2005) e Epstein, (2005).
Aristides Oliveira
Figura 717 A. Componente padrão do tubo de traqueostomia. B. (1) angulado e (2) curvo note que
o tubo angulado tem uma porção reta e uma porção curva, enquanto que o tubo curvo tem um
angulo de curvatura uniforme.
O tubo de traqueostomia pode ser mantido por fitas através do flange da cânula
(Fig. 8C) e então amarradas em volta do pescoço do paciente. Alternativamente,
existem fitas de velcro podem ser utilizadas.
Aristides Oliveira
Figura 8 Fixador da via aérea artificial. A. Fixador descartável Jack Smart. B. AnchorFast Guard –
Fixador de Tubo Endotraqueal – Hollister. C. Fixador Para Cânula de Traqueostomia Descartável –
Jarc Smart.
Algumas alternativas para esse problema são leitura labial, mas essa técnica é
difícil em pacientes intubados oralmente, papel para escrita, mas alguns pacientes têm
amarrações ou até mesmos acessos vasculares que impedem a escrita ou até mesmo
a incapacidade para segurar a caneta. Uma solução melhor são frases, palavras ou
desenhos. Isso permite o paciente se comunicar apenas apontando.
1 2
Figura 9. A. Umidificador aquecido. B. HME: 1. Linha para amostra de gás, 2. Circuíto do paciente,
3. Gás frio e seco do ventilador, 4. HME, 5. Gases aquecidos e umidificados do e para o paciente.
Aristides Oliveira
de cuff desinsuflado). Quando fornecido para pacientes com baixo volume corrente (o
HME aumenta o espaço morto, que levar ao aumento da ventilação e P aCO2), em
pacientes com temperatura corpórea < 32ºC, o HME deve ser trocado para o modo
aerossol ou removido do circuito durante a aerossol terapia.
Em uma pesquisa no reino unido realizada por Burke, et al., (2007), mostrou
que em 66% a Pcuff estava inflada > 30 cmH2O, e 12% estava inflada <20 cmH2O. A
pressão mais elevada mensurada foi 70 cmH2O. Os mesmo autores realizaram uma
pesquisa via telefone em 79 UTI's com a seguinte questão "o cuff traqueal é
rotineiramente mensurado na sua unidade?" se sim, "qual a frequência que é
realizada" e "qual a faixa de pressão?", os autores encontram que 68% das UTI's
rotineiramente realizam a mensuração. A frequência varia de uma vez por dia à a uma
vez por turno. Não houve uniformidade no estabelecimento da pressão que variaram
entre 14 a 35 cmH2O.
Aristides Oliveira
Obstrução do tubo
Vazamento do cuff
Extubação acidental
Aristides Oliveira
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Aristides Oliveira
Indicações
A aspiração pode ser um procedimento com riscos potenciais, não deve ser
indicado como um procedimento de rotina, mas diante de condições clínicas que
evidencie a necessidade de tal procedimento. Os sinais clínicos, agitação, queda na
SpO2, sons pulmonares (e.g., roncos e sibilos), mudanças no padrão respiratório e
padrão serrilhado no traçado do gráfico fluxo-volume (fig. 1) são indicadores de
retenção de secreções.
Contraindicações
Não há contraindicações absolutas para a aspiração, mas é de suma
importância a correta avaliação do risco/benefício deste procedimento em situações e
momentos específicos. Podemos destacar algumas patologias que representam risco:
hemoptise não explicada, coagulopatias severas, crises de broncoespasmo severo,
estridor laríngeo, fraturas da base do crânio, instabilidade hemodinâmica, pressão
intracraniana elevada, pós neurocirúrgicos de fossa posterior ou troco cerebral
(edema), LPA/SARA.
Aristides Oliveira
Prática clínica
Essa sessão será baseada em: AARC CLINICAL PRACTICE GUIDELINES,
(2010) e Chaseling, et al., (2014), e na revisão de Pedersen, et al., (2009).
Seleção da sonda
2. ℎ ( )= ×3
8
ℎ ( )= × 3 = 12
2
Seleção da pressão
Duração do procedimento
Pré-oxigenação
Hiperinsuflação
Aristides Oliveira
Aristides Oliveira
Prática clínica
A compressão torácica é realizada durante o período expiratório do paciente,
portanto deve acompanha o movimento expiratório das costelas. Durante a aplicação
o paciente deve estar com o tronco firmemente apoiado, em decúbito dorsal ou lateral.
Contraindicações
Quando a técnica é realizada com compressão exagerada pode resultar em
fraturas ou luxações torácicas, principalmente em pacientes com tórax senil ou
raquíticos. A compressão torácica exagerada deve ser evitada em pacientes com
história de pneumotórax espontâneo, derrame pleural, edema agudo de pulmão e
fraturas de costelas.
Drenagem Postural
A drenagem postural (DP) é um componente da terapia de higiene brônquica.
Ela consiste de drenagem postura, posicionamento, e mudança de decúbito e é
alguma vezes acompanhada por percussão e/ou vibração torácica. A DP é
frequentemente usada em conjunto com a administração de aerosois e outros
procedimentos.
Complicações
Em casos em que ocorra hipoxemia, administre alta concentração de oxigênio
durante o procedimento se potencial para ou observada à existência de hipoxemia. Se
o paciente se tornar hipoxêmicos durante o procedimento, administre 100% de
oxigênio, pare o procedimento imediatamente, retorne o paciente à posição original, e
consulte o médico. Garante adequada ventilação. Hipoxemia durante a DP pode ser
evitada em doenças pulmonares unilateral colocando o lado envolvido na porção
superior (i.e., lesão do pulmão direito, posicione o paciente em decúbito lateral
esquerdo). Nos casos em que ocorra aumento da pressão intracraniana, hipotensão
aguda durante o procedimento, hemorragia pulmonar, arritmias, o procedimento deve
ser imediatamente parado e um médico deve ser consultado. Nos casos onde ocorram
vômitos e aspiração, pare o procedimento, retorne a posição inicial, aspire as vias
aéreas e consulte o médico.
Aristides Oliveira
Avaliação da necessidade
Os seguintes devem ser avaliados juntos para estabelecer a necessidade de
drenagem postural, produção excessiva de secreção, efetividade da tosse, história de
problemas pulmonares tratado com sucesso através da DP (e.g., bronquiectasias,
fibrose cística, abcesso pulmonar), diminuição dos sons pulmonares ou creptos ou
roncos sugerindo secreção nas vias aéreas, mudança dos sinais vitais, anormalidade
na radiografia de tórax consistente com atelectasias, tampão mucoso, ou infiltrados,
deterioração na valor do gás arterial ou saturação de oxigênio.
O paciente deve ser questionado sobre como ele/ela se sente antes, durante e
após a terapia, A sensação de dor, desconforto, falta de ar, tontura, e náuseas deve
ser considerada na decisão de mudar ou para a terapia. Moderada mudança na
frequência respiratória são esperadas. Bradicardia, taquicardia ou aumento na
irregularidade do pulso, ou dramático aumento na pressão arterial são indício que a
terapia deve ser interrompida. As mudanças nos achados radiográficos podem ser
lentos ou dramáticos de acordo com a resolução ou melhora da atelectasia. Assim
como a saturação de oxigênio deve melhorar com a resolução da atelectasia. Ainda, a
resolução da atelectasia e tampão mucoso reduz a resistência e aumenta a
complacência.
Monitorização
Durante a terapia o paciente deve ser monitorado antes, durante e após a
terapia. Deve-se monitorar a resposta subjetiva (dor, desconforto, dispnéia),
frequência de pulso, arritmia e ECG se disponível, padrão e frequência respiratória,
expansão simétrica do tórax, sincronia toracoabdominal, produção de secreção
(quantidade, cor, consistência, odor) e efetividade da tosse, status mental, coloração
da pele, sons pulmonares, pressão arterial, oximetria de pulso (S pO2), pressão
intracraniana (PIC).
Frequência
Em pacientes críticos, a DP deve ser realizada a cada 4 a 6 horas como
indicado. A indicação da DP deve ser reavaliada pelo menos a cada 48 horas baseado
na avaliação do tratamento individual. Nos pacientes em respiração espontânea, a
frequência deve ser determinada pela avaliação da resposta a terapia.
Aristides Oliveira
Figura 2. Posições da drenagem postural. A. Lobos superiores. B. Lobo superior, médio e inferior.
C. Lobos inferiores. Fonte: http://clinicalgate.com/airway-clearance-techniques/
Aristides Oliveira
VAS
Alvéolo
Baixo
volume
pulmonar
CRF
Alto
volume
pulmonar
Figura 3. Maior pressão fora das vias aéreas (pressão pleura) que dentro, causado pelo huff. O
ponto de igual pressão (EPP) em diferentes volumes move em direção a vias aéreas centrais com
o aumento do volume pulmonar. CRF: capacidade residual funcional. VAS: vias aéreas superiores
Tosse
A atividade mucociliar, ciclos respiratório normal, e tosse são os principais
mecanismos de remoção de secreção dos pulmões. A eficiência da tosse pode estar
alterada por várias doenças onde ocorre o aumento da viscosidade e volume,
discinesia dos cílios, e inefetividade da tosse reduzindo a habilidade para limpar as
secreções. Em indivíduos saldáveis, o movimento mucociliar e a predisposição de
fluxo cefálico são os mecanismos primários do clearance das secreções da periferia e
pequenas vias aéreas, enquanto que a tosse é o mecanismo primário para retirar as
secreções da via aérea central. Durante a tosse normal, a velocidade do fluxo varia
inversamente com a área de corte transversal da via aérea, criando alta velocidade
linear, aumentando a turbulência, e altas forças de cisalhamento dentro das vias
aéreas. Essas forças cisalha e retira as secreções do lúmen da via aérea.
Aristides Oliveira
Tosse dirigida
A tosse dirigida é um componente da higiene brônquica para limpar ou
mobilizar secreções quando a tosse espontânea é inadequada. A tosse dirigida é uma
manobra intencional que é instruída, supervisionada, e monitorada. Técnica de
expiração forçada (TEF ou huff) e tosse assistida manualmente são exemplos de tosse
direta. A tosse dirigida procura mimetizar os atributos da tosse efetiva, auxilia no
controle voluntário sob o reflexo de tosse, e compensar as limitações físicas (e.g.,
aumentando o controle glótico, força dos músculos inspiratório e expiratório, e
estabilidade das vias aéreas). A tabela 5 descreve o procedimento para a realização
da tosse dirigida, além disso, é importante orientar e ensinar o paciente a respiração
diafragmática, e a realizar a inspiração através do nariz e expirar pela boa, que pode
ser aberta ou com os lábios semi-serrados.
Indicações
Contraindicações
Complicações
Tosse assistida
A tosse assistida é um recurso não invasivo empregado nos casos em que os
pacientes são incapazes de expulsar forçosamente o ar para remover as secreções
brônquicas. Podem-se citar os pacientes com comprometimento neuromuscular, no
pós-operatório imediato de cirurgias torácicas e abdominais altas, e pouco
colaborativos.
Aristides Oliveira
O fluxo expiratório pode ser rápido (AFER) ou lento (AFEL). Quando AFER, o
objetivo é promover a progressão das secreções dos brônquios de médio para grande
calibre. Essa técnica se assemelha a TEF. A AFEL tem por objetivo mobilizar
secreções dos pequenos brônquios até as vias aéreas proximais. A ideia central da
AFE é a modulação da expiração em função da localização das secreções nas vias
aéreas.
Cobertura
protetora
Cone circular
Ar exalado
Figura 5. Flutter composto por uma peça bucal, um cone, uma esfera de metal, e uma cobertura
removível perfurada.
Indicações e contraindicações
Aristides Oliveira
Tosse: Que é normal devido à irritação das secreções que está se "movendo", mas
que não está alta o suficiente para ser removida dos pulmões. O paciente pode ser
orientado a expirar mais lentamente ou não expirar completamente.
Dor no tórax ou costelas: se o paciente sentir qualquer dor recomende a expirar mais
lentamente. Se a dor continuar o procedimento deve ser parado e relatado.
Acapella
A acapella é um pequeno dispositivo, que combina PEP e oscilação de alta
frequência. O acapella está disponível em dois modelos, verde para pacientes que
podem manter o fluxo expiratório ≥ 15 L/min por 3 segundos e azul para pacientes
com fluxo expiratório ≤ 15 L/min. O fabricante sugere que Acapella ® pode oferecer
benefícios alternativos aos outros aparelhos como é necessário menor tempo de
terapia, é autoaplicável, pode ser usado em qualquer posição e é ajustável com a
amplitude de diferentes funções pulmonares, outra vantagem do acapella é a
possibilidade de utiliza-lo associado à nebulização, Mesquita, et al., (2014) avaliou as
diferentes configurações do nebulizador, parte distal do Acapella ®, entre a peça bucal
e o acapella, e nebulizador sozinho (controle), os autores concluem que o nebulizador
deve ser posicionado entre a peça bucal e o acapella ou diretamente através do
nebulizador, diferentemente do que recomenda o fabricante, posicionar na parte distal
do Acapella®.
Indicações e contraindicações
Técnica de uso
Aristides Oliveira
Figura 18. The Vest System (esquerda). Formas de onda de fluxo, pressão das vias aéreas e
pressão esofágica durante a respiração com Vest Airway Clearance System (OAFPT).
Mecanismo de ação
O que não pode ser demonstrado em pacientes com fibrose cística, onde as
terapias tradicionais (ciclo ativo da respiracão, drenagem postural mais percussão e
drenagem postural) mostraram maiores quantidades de secrecão quando comparado
com OAFPT os autores realizaram apenas uma sessão Osman, et al., (2010).
Figura 8. Percussionaire Gold Edition IPV-1S Universal Percussionator. Gráfico com as formas de
onda de fluxo, pressão das vias aéreas, e esofágica quando respirando com ventilação
intrapulmonar percussiva.
Aristides Oliveira
Mecanismos de ação
Figura 9. Mecanismo pelo qual um dispositivo percussivo intrapulmonar cria pulsos de fluxo
pequeno e expande as vias aéreas obstruídas de secreção (A) a pressão acumula-se por trás das
áreas bloqueadas e move o muco em direção as vias aéreas maiores (B) para ser expelida
Evidência
As recomendações do AARC Clinical Practice Guideline 17 (as THB são
resumidas na tabela 5) são baseados em baixo nível de evidência. 1. Não há
recomendações para o tratamento de rotina em pacientes com pneumonia não
complicada. 2. Terapia torácica não é recomendada rotineiramente em pacientes com
DPOC. 3. THB pode ser considerado em pacientes com DPOC com sintomas de
retenção de secreções, guiado pela preferência do paciente, tolerância, e efetividade.
4. THB não é recomendada se o paciente é capaz de mobilizar as secreções com a
tosse, mas instruções na técnica de tosse efetiva (e.g., TEF) pode ser útil.
Aristides Oliveira
Algoritmos
Avalie as indicações:
Dificuldade com a mobilização das secreções com produção de secreção > 25
mL/dia
Evidência de retenção das secreções
Rolha induzindo atelectasia
Corpo estranho nas vias aéreas
Diagnóstico de fibrose cística, bronquiectasia, ou doença pulmonar cavitária.
Aristides Oliveira
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Aristides Oliveira
Atelectasia
Atelectasia refere-se ao colapso pulmonar, assim, atelectasia é a perda de
volume pulmonar, podem ocorrer ambos em parte ou em todo o pulmão com ou sem
desvio do mediastino. Que é diferente da consolidação pulmonar, onde o volume
pulmonar é normal. No contexto de medicina pulmonar, vários tipos de atelectasia
podem ser categorizados de acordo com a etiologia (tabela 1).
Atelectasia por absorção pode ocorrer por dois mecanismos distintos. (1)
oclusão completa das vias aéreas pode ser por intubação seletiva, rolha de secreção
de pequenas ou grandes vias aéreas e (2) atelectasia pode ocorre na ausência de
obstrução. Zonas pulmonares com baixa ventilação relativa perfusão são susceptíveis
ao colapso, isso pode ocorre quando a concentração de oxigênio é aumentada
levando a alto influxo de oxigênio do alvéolo para o capilar, e o alvéolos
progressivamente se torna menor.
Diminuição da complacência
Deficiência de oxigenação
Apresentação clínica
Aristides Oliveira
Figura 1 Colapso pulmonar total do lado esquerdo devido à pressão da efusão pleural levando a
desvio da traqueia para o lado direito. Copiado de: Ray, Bodeham e Paramasivam, (2014).
Mobilização controlada
A técnica mais frutífera para aumentar o volume pulmonar é exercício. Quando
adequadamente orientando, isso combina posturas ereta, que reduz a pressão no
diafragma e econraja a distribuição basal do ar, com respiração profunda natural. Esse
é a primeira linha de tratamento ara pacientes que podem sair do leito. Pacientes que
não podem caminhar pode usar atividade controlada ativamente por simplesmente
tranferir do leito para cadeira. Ainda menos ambicioso, quando o paciente esta restrito
ao leito, os pacientes podem simplesmente mudar para decúbito lateral.
Posicionamento
Mudar o paciente pode não parecer um procedimento dramático mas essa
simples ação pode afetar vários aspector da função pulmonar. Ele pode ser usado por
si só, ou em conjunto com outras técnicas (e.g., drenagem postural). Nenhum
tratamento fisioterapêutico pode ser realizado sem levar em consideração a posição
em que é relazada.
Aristides Oliveira
Exercícios respiratórios
Os exercícios respiratporios para aumentar o volume pulmonar deve ser
realizado em ciclos de mais que 3 ou 4 respirações para que o esforço máximo seja
realizado em cada ciclo respiratório, evitar tontura decorrente do hiperventilação, além
disso, a tensão no ombro deve ser desencorajada pois os pacientes tendem a realizar
a respiração mais apical.
Uma vez inflado, o alveolo permance aberto por cerca de uma hora com um volume
corrente normal, então isso é aconselhável realizar pelo menos 10 respirações
profundas a cada desperter para manter o volume pulmonar.
Respiração profunda
Condições ótimas são necessárias para garantir que as repirações profundas
alcancem as regiões periféricas. Para facilitar isso, alivie a dor, nausea, boca seca,
desconforto, ansiedade ou tensão, evite distrações, minimize a "falta de ar" (e.g.,
paciente precisa de tempo para ter seu fôlego restaurado após a mudança postural),
posicione corretamente o paciente, geralmente em decúbito lateral (inclinado para
prono), para facilitar a máxima expansão das bases do pulmão voltado para cima. Se
o decúbito lateral é impossível (i.e., dreno torácica bilateral), sedestação é a proxima
opção. Long-sitting (i.e., sentado com as pernas no leito) pode ser necessário em
algumas circunstância mas permite limitada expação apenas.
A inspiração pode ser em tempos com pausa ou sem pausa inspiratória, essa
técnica consiste em inspirações nasais curtas, sucessivas e programadas. Essas
inspirações ocorrem em dois, três, ou até seis tempos repetitivos, sendo ou não
intercaladas por períodos de pausa inspiratória, essa técnica também é conhecida
como “sniff” que ao final da inspiração realiza-se uma inspiração melhorando a
ventilação colateral.
Pausa inspiratória
O ar pode ser direcionado para áreas pouco aeradas por interpelando
inspiração profunda com pausa inspiratório por alguns segundos na inspiração
máxima. Isso distribui o ar mais uniformemente entre os seguimentos pulmonares e
impulsiona a ventilação colateral. A máxima inspiração com a pausa inspiratória (de 2-
5 segundos) pode ajudar a diminuir o colapso das vias aéreas e resolver atelectasia. O
objetivo é gerar um adequado gradiente de pressão transpulmonar por um apropriado
período de tempo para expandir o alvéolo atelectasiado. Um aumento no tempo de
inflação alveolar pode tambér se especialmente imporatne, uma vez que o aumento de
água intersticial no pulmão é comum em pacientes pós cirúrgico. Entretanto, a técnica
de pausa inspiratória pode ser inaprópriada para pacientes dispneicos, e tempo
sucificiente deve ser permitido entre cada série de tratamento para previnir a fadiga do
paciente. A observção irá determinar se a pausa inspiratória é efetiva, confrotável ou,
contrariamente, pertuba o padrão respiratório. Instruções exatas são necessárias para
evitar tensão nos ombros.
Aristides Oliveira
Respiração diafragmática
Esse exercício é uma tentativa para melhora o movimento diafragmático
durante o ciclo respiratório resultando em redução no uso dos músculos acessórios e
um padrão respiratório mais normalizado. Os exercícios de respiração diafragmática é
comumente utilizada em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC),
pois esses pacientes adotam um padrão de respiração rápida e superficial,
frequentemente com assincronia (i.e., respiração paradoxal) entre o tórax e o abdome.
Os paceintes com hiperinsuflação pulmonar e aumento do volume de reserva
expiratório (VRE), os músculos inspiratorios estão permantemente em posição
encurtada que aumenta a pobre relação comprimento/tensão. Entretanto, esses
exercícios devem ser cuidadosamente avaliados em pacientes com severa DPOC
(grau C) BTS/AC.PRC guideline28.
Essa técnica aumenta a pressão positiva dentro das vias aéreas e da apóio ao
pequeno bronquíolos prevenino o colapso prematuro das vias aéreas. Esse suporte
das vias aéreas deve promover efetiva expiração e potencial resultado na capacidade
residual funcional. Esse padrão respiratório diminui significativamente a frequência
respiratória e aumenta o volume corrente melhorando a ventilação alveolar e melhora
a ventilação de regiões não ventiladas previamente. Essa técnica pode ser utilizada
em conjunto com a respiração diafragmática.
A B
Indicações
Contraindicações
Aristides Oliveira
Administração
Monitorização
Recomendações
Indicacões
Aristides Oliveira
Contraindicações
Há muitas situações clínica em que a RPPI não deve ser utilizada (tabela 2).
Com excessão do pneumotórax não tratado, a maioria das contraindicações são
relativa. Como todos os procedimentos, o paciente deve ser cuidadosamente avaliado
na decisão de realizar o procedimento.
TABELA 2 Contraindicações
Pneumotórax hipertensivo (não tratado)
Pressão intracraniana (PIC) >15 mmHg
Instabilidade hemodinâmica
Cirurgia facial, oral o crânio recente
Fístula traqueoesofágica
Cirurgia esofágica recente
Hemoptise ativa
Nausea
Tuberculose ativa não tratada
Evidência radiográfica de bolha
Complicações
Discontinuação e monitoramento
Aristides Oliveira
A B C
Figura 5. A. Sistema Spring-Loaded, B. EPAP selo d’agua, C. Luva de latex conectada a um tubo
endotraqueal de 8mm.
Aristides Oliveira
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Aristides Oliveira
Figura 1 Representação gráfica da condição e suas vias que contribuem para a fraqueza
diafragmática adiquirida em pacientes críticos. Como ilustrado, diferentes condições podem levar
a atrofia do diafragma com o desequilíbrio entre síntese proteíca e proteólise, enquanto que a
proteína muscular restante pode ser prejudicada pelo aumento da oxidação e desfosforilação. O
estresse oxidativo e inflamação são proposto como sendo os maiores fatores que levam a essa
condição. E adição, certas drogas pode diminuir o drive neural, e excitação-contração. Modificado
de: (Doorduin, et al., 2013).
Uma pesquisa realizada por Bonnevie, et al., (2015) avaliaram o treino dos
músculos respiratórios (TMR) com 265 fisioterapeutas que atuavam em UTI Francesa.
Um total de 36% responderam que utilizam o TMR, os demais responderam que não
utilizam o TMR devido a falta de conhecimento da técnica em pacientes ventilados
A grande parte (35%) do TMR foi enderessada para pacientes que não tiveram
sucesso no desmame da VM. O treino foi utilizado para todos os pacientes em 35%,
outros 33% responderam que o treino era utilizado em alguns pacientes dependendo
de alguns fatores tais como: MRC (Medical Research Council), realizado antes da
extubação, nível de consciência, prescrição médica entre outros. Somente 5%
responderam que o TMR é usada baseada na avaliação (e.g., pressão inspiratória
máxima [PImáx]).
Definicão
Fadiga muscular
Fadiga é a perda da capacidade para desenvolver força em resposta à carga, e
é reversível pelo descanso. Esta geralmetne associada com abrupta diminuição da
força muscular que a fraqueza. Isso pode ser divido a falência de qualquer um das
ligações na cadeia de comando do cérebro ao músculo. A falência dentro do sistema
nervoso central é chamada de fadiga central ao passo que a fadiga periférica ocorre
na junção neuromuscular ou dentro do músculo. Ambos os tipos podem afetar o
diafragma e a fadiga dos músculos respiratório são identificados em 10% dos
pacientes hospitalizados com exacerbação de doença pulmonar obstrutiva crônica
(DPOC).
A fadiga dos músculos inspiratórios é menos comum que a fadiga dos
músculos sistemicos devido a grande capacidade de reserve que o diafragma possui.
Tendo uma alta proporção de fibras resistentes a fadiga e a forma não usual em que a
perfusão aumenta ao invéz de diminuir durante a contração. Assim, a fadiga pode
ocorrer se a demanda de energia excede o suprimento, como quando o trabalho
respiratório está aumentado por severa obstrução do fluxo aéreo.
Aristides Oliveira
Endurance
Consite na capacidade de manutenção de atividade de contração muscular ao
longo do tempo, e relaciona-se à resistência de um músculo ou grupo muscular com o
desenvolvimento da fadiga. Embora a força dos músculos respiratórios e a endurance
pareçam está intimamente ligadas, em muitas situações a capacidade ventilatória ou
as pressões respiratórias máximas não predizem a endurance.
Características clínicas
Os três sinais que indicam fadiga das musculatura inspiratória, fraqueza e/ou
sobrecarga são respiração abdominal paradoxal, respiração rápida e superficial que
reduz a carga elástica, menos comum, alteração entre o movimento do abdome e a
caixa torácica com objetico que cada grupo muscular possa descansar por sua vez,
que é similar a mudar uma sacola pesada de uma mão para a outra.
Avaliação
História, sinais e sintomas
Aristides Oliveira
O termo SNIP (sniff nasal inspiratory pressure) que se traduz por pressão
inspiratória medida na narina durante uma manobra inspiratória rápida e profunda
similar a fungar. A SNIP mede a ação conjunta do diafragma e dos outros músculos
inspiratórios e reflete acuradamente a pressão esofágica (P es), com a vantagem de
não ser invasiva. Entretanto, a correlação entre a Pes e a SNIP diminui quando há
grande obstrução das vias aéreas, o que ocorre na asma e na DPOC. A especificidade
do teste é baseada em estudos eletromiográficos demonstrando que durante a
manobra ocorre contração seletiva, especialmente dos músculos acessórios
inspiratórios. Embora essa manobra tenha correlação razoável com a PI máx, ela não a
substitui e deve ser utilizada como medida complementar durante a avaliação. As
vantagens e desvantagens desse teste estão descritas na tabela 4.
Aristides Oliveira
Aristides Oliveira
Princípios de treino
Existem três princípios de traino que tem foram estabelecidos para todos os
músculos esqueléticos: sobrecarga, especificidade e revercibilidade. Isso também se
aplica aos músculos respiratórios.
Sobrecarga
Para obter um resposta ao treino, as fibras musculares devem ser
sobrecarregadas. Dentro deste princípios estão implícitos o conceito de duração,
intensidade e frequência. Apesar da maioria dos estudos a duração do TMR ser de 2-3
meses, as adaptações estruturais podem ser evidentes dentro de 6 semanas.
Indepedente do tipo de treino, a intervenção tem sido realizada com duração 10-30
min, frequência de 1-2 vezes por dia, e 5-7 dias por semana, com intensidade variável,
mas em geral ≥30% da PImáx, com incremento gradual.
Especificidade
A especificidade implica que a natureza da mudança na estrutura e função
muscular é determinada pelo estímulo aplicado. Geralmente o músculo respiratório
responde a alta frequência, baixa carga como uma responta ao treino de endurance
(i.e., baixa intensidade e longa duração), e contrações de baixa frequência, alta carga
(i.e., alta intensidade e curta duração) em resposta ao treino de força. Entretanto, bem
como a carga específica, há um elemento do fluxo específico que deve estar em
mente, devido a altas cargas não pode ser obreposta em altas velocidade de
encurtamento muscular. O treino com alta carga e baixa velocidade (e.g., manobra de
Müller) gera aumento na PImáx, mas não gera aumento na velocidade máxima de
encurtamento (i.e., pico de fluxo inspiratório). Inversamente, o treino com baixa cargas
e alta velocidade de encurtamento (e.g., hiperpneia sem carga), gera aumento na
velocidade máxima de encurtamento, mas não da PImáx. Assim, o treino com carga e
velocidade de encuratamento intermediários gera melhora em ambas, PImáx e aumento
na velocidade de encurtamento.
Reversibilidade
O princípio da reversibilidade sustenta que quando o treino físico é parado, o
corpo reajusta de acordo com a diminuição da demanda fisiológica, e a adaptação
benéfica pode ser perdida. Infelizmente, a extensão e o tempo do curso de regressão
seguido o traino não são bem documentados para os músculos inspiratórios.
Como descrito acima, o método de treino pode ser dividido em dois tipos: treino
resistivo (i.e., treino de força) e treino de endurance.
Aristides Oliveira
quanto menor o orifício maior será a carga. Dessa forma, o sistema é fluxo-
dependente. A carga pode ser ajustada em uma variação de 30 a 80% da PImáx. Nesse
tipo de treinamento, pressupõem-se que quanto maior a carga, mais força o paciente
deverá desenvolver, resultando em hipertrofia muscular. O tempo preconizado para o
treinamento é de 15 a 30 minutos, duas vezes ao dia. Uma limitação inerente é que a
pressão inspiratória, e assim a carga de treino, varia com o fluxo e não apenas com o
orifício. Assim, é de vital importância que o padrão respiratório seja monitorado
durante o procedimento se um quantificável estímulo de treino é para ser fornecida.
Bocal
corpo
Válvula inspiratória
Tensor
Válvula expiratória
Câmara infeior
Botão de ajuste Figura 3 Visão expandida da construção interna do
equipamento de treinamento, threshold
®
Mola Powerbreathe . Adaptado de: (Caine & McConnell,
2000).
Suporte
Aristides Oliveira
Treinamento de endurante
Sensibilidade do ventilador mecânico
Por outro lado, Schellekens, et al., (2016), refere-se que apesar da razoável
perspectiva fisiológica, nunca foi provado que este "treino" de fato melhorar a
endurance dos músculos respiratórios.
Aristides Oliveira
É importante ressaltar que a maioria dos estudos, exceto por dois, utilizaram o
Threshold como método de TMR, com início do treinamento variando de 30% a 50%
da PImáx, o treino foi realizado duas vezes ao dia, a aplicação variou de 3-6 séries com
6-10 respirações, o descanso entre as séries foi de 1 a 2 minutos, sendo realizada de
3 a 7 vezes por semana, o aumento diário de carga variam de 1 a 2 cmH2O. Os
pacientes dos estudos estudos incluídos estavam intubados seja por tubo
endotraqueal utilizando pressão de suporte ≥48-72hrs após ventilação controlada, ou
pacientes que tiveram insucesso no desmame (em pacientes traqueostomizados com
o cuff inflado durante o treino).
Contraindicações
Não há nenhum relato de eventos adversos seguido ao TMR. Bissett,
Leditschke e Green, (2012) avaliaram 195 treinamentos realizados por 10 pacientes
dependentes de ventilação mecânica, o treino foi realizado através do equipamento
Threshold, 5-6 dias por semana, o equipamento foi conectado ao tubo de
traqueostomia sem oxigênio suplementar, os autores avaliaram as seguintes variáveis
fisiológicas, (frequência cardíaca, pressão arterial média, S pO2 e frequência
respiratória), os autores não encotraram nenhum efeito adverso nas 195 sessões
estudadas. Os autores concluem que em pacientes selecionados com nenhum efeito
deletério foi observado.
Questões prática
Postura - tem um papel na obtenção da do resultado ótimo, a posição ideal para
instituição do TMR é sentado ou em pé. As posições supina ou com a cabeceira
elevada são conhecidas por dificultar a função da musculatura respiratória e a função
muscular inspiratória é optimizada na posição de pé.
Aristides Oliveira
Monitoramento
O progresso deve ser avaliado pelas mudanças na (1) função dos músculos
inspiratórios, e (2) sinais e sintomas clínicos. A avaliação dos músculos respiratórios,
como previamente discutidos, servem também como controle dos resultados do TMR.
Iniciando o treino
O tipo, equipamentos, duração, frequência, podem variar amplamente
dependendo do paciente, dos objetivos, recursos físicos e humanos, nível de
colaboração do paciente. A maioria dos estudos relatam que o treino deve ser
realizado por pelo menos 6 semanas, mas, a quantidade de repetições e a quantidade
realizada por dia e quantas vezes por semana permanece obscura. Para melhor
padronização do treino, essas indicações serão baseadas no trabalho de Bissett, et
al., (2012a).
O treino realizado com o Threshold, uma vez por dia, durante o período da
manhã, realizar 3 a 5 séries com 6 respirações, o descanso é realizado entre as séries
de acordo com a necessidade do paciente, geralmente menos que 5 minutos, o
treinamento é realizado 7 vezes por semana e/ou de acordo com a disponibilidade, a
resistência incial foi ajustada em 50% da PImáx. Os autores orientam utilizar a escala
de Borg modificada (0= nenhum esforço a 10 = maior esforço possível), sempre que o
paciente realizare 6 respirações e referir um valor abaixo de 6 na escala de borg, a
carga deve ser aumentada de 2 a 4 cmH2O.
Interrupção do treino
De acordo com Bissett, et al., (2012a), os seguintes critérios devem ser
utilizados para imediata interrupção e alerta ao médico intensivista: aumento ou
diminuição de 20% da pressão arterial de repouso, aumento ou diminuição de 20% da
frequência cardíaca de repouso, nova arritimia, dessaturação de oxigênio >10%,
pressão (sistólica) da artéria pulmonar > 60 mmHg, suspeita de pneumotórax e
agitação com risco de desconexão do equipamento ou dos acessos ou necessidade
de aumento no nível de sedação.
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Aristides Oliveira
Capítulo 13 - Mobilização
Introdução
O efeito da doença aguda, e as terapias instituídas (bloqueio neuromuscular,
sedação, ventilação mecânica invasiva), pode ter efeitos que percistem após a alta da
unidade de terapia intensiva (UTI), esses efeitos incluem profunda e prolongada
disfunção neuromuscular. Fan, et al., (2014b) em seu estudo longitudinal mostram que
os pacientes que sobreviveram a lesão pulmonar aguda (LPA) que apersentavam com
fraqueza muscular adquirida na UTI diminui com o tempo, 36% na alta hospitalar, 22%
em 3 meses pós- lesão pulmonar aguda (LPA), 15% em 6 meses, 14% em 12 meses e
9% em 24 meses. A fraqueza muscular adquirida na UTI é comum (mais de 60% em
alguns estudos) e inicia nos primeiros dias da doença aguda. É plausível que a
mobilização precoce (exercícios nos pacientes enquando eles ainda recebem suporte
ventilatório) pode proteger contra a fraqueza adquirida na UTI e limita a disfunção
neuromuscular a longo tempo. Vários estudos tem demonstrado a praticidade e
segurança em mobilizar o paciente crítico.
Capítulo 13 – Mobilização
Aristides Oliveira
Escore Definicão
0 Incapaz de tentar ou concluir a tarefa completa em razão de fraqueza
1 Dependência total
2 Assistência máxima (o paciente realiza ≤ 25% do trabalho)
3 Assistência moderada (o paciente realiza 26% - 74% do trabalho)
4 Assistência mínima (o paciente realiza ≥ 75% do trabalho)
5 Apenas supervisão
6 Independência modificada
7 Independência total
Adaptado de: da Silva, et al., (2017)
Capítulo 13 – Mobilização
Sistema cardiovascular
O sistema cardiovascular passa por dramática e extensiva mudança durante o
período de imobilidade. Perda de água (i.e., desidratação) e o descondicionamento
cardíaco são desencadeados pela redistribuição dos líquidos quando em supino.
Durante a ortostase, os líquidos são continuamente expostos ao efeito da gravidade,
direcionando a linfa e o sangue a mover-se para os membros inferiores. Como grande
parte do sangue (75%) estão contidos nas veias abaixo do coração, a adoção da
posição supina altera o líquido dos membros inferiores para o abdome, tórax e cabeça,
isso resulta em temporário aumento do retorno venoso para o coração e eleva a
pressão intracraniana.
Aristides Oliveira
Sistema hematológico
A diurese associada com o imobilismo causa gradual redução do volume
plasmático (aumento da viscosidade). O volume plasmático é reduzindo em torno de
10% durante uma semana de imobilismo, reduzindo em torno de 15% após 4
semanas. Devido à atrofia da musculatura associada com imobilismo, há uma gradual
redução na demanda de oxigênio, isso pode ser visto pela redução da eritropoiese,
que resulta na diminuição do hematócrito (número de eritrócito e nível de
hemoglobina). Todos esses fatores associados com redução da função pulmonar
resultam em redução da saturação arterial de oxigênio, ao mesmo tempo, ocorre
aumento na concentração de dióxido de carbono sanguíneo. O efeito disso é a hipóxia
(baixa concentração de oxigênio no sangue) que pode levar gerar um estado de
confusão no paciente.
Sistema respiratório
A posição supina ocasiona a redução do volume corrente (VT), além disso, o
paciente pode desenvolver contraturas das articulações costovertebrais, levando a
restrição pulmonar. O volume residual (i.e., volume que permanece nos pulmões após
expiração total) está diminuído na posição supina, aumentando o risco de porções
colapsadas no pulmão, essa redução parece ser devido ao aumento do sangue no
tórax e abdome que resulta em aumento no fluxo sanguíneo pulmonar e o
deslocamento do conteúdo abdominal em direção ao tórax. A diminuição da
capacidade vital forçada (CVF) e volume expirado forçado no primeiro segundo (VEF1)
pode ocorrer devido à obstrução das vias aéreas, potencialmente devido acúmulo de
secreção, aumento da resistência nas vias aéreas e perda do recolhimento elástico
devido a alterações estruturais nos pulmões.
Capítulo 13 – Mobilização
Sistema musculoesquelético
Quase metade da força muscular normal é perdida dentro de 3-5 semanas de
imobilismo, que está associado com perda de cerca de 12% na força muscular em
cada semana. As fibras musculares consistem principalmente de dois tipos; contração
lenta (tipo 1) e contração rápida (tipo 2). As fibras tipo 1 produz grande quantidade de
energia e contraem por longos períodos (resistente à fadiga), elas contem grande
quantidade de mioglobina, numerosos capilares e mitocôndrias, essas fibras
predominam nos músculos antigravitacionais. As fibras tipo 2, rápida contração, mas
rápida fadiga. Elas contêm baixa quantidade de mioglobina, e relativamente, poucas
mitocôndrias. Assim, elas realizam movimentos rápidos com elevado consumo
energéticos.
O imobilismo afeta essas fibras, por exemplo, a força das fibras tipo 2
diminuem dramaticamente comparadas com as tipo 1, sugere-se que a atrofia seja
preferencial em fibras tipo 2. Em atletas de elite, após a lesão, o imobilismo atinge as
fibras dependendo do esporte (e.g., atletas de endurance, as fibras tipo 1 são
afetadas, enquanto corredores, as fibras tipo 2 são afetadas).
A atrofia da fibra pode ser relacionada ao tamanho inicial da fibra, que explica
em parte por que os primeiros músculos a ser tornarem fracos e atrofiar são aqueles
nos membros inferiores, que normalmente resistem às forças gravitacionais na
posição de pé. O músculo esquelético perde a tono quando a descarga peso de peso
não mais ocorre.
Aristides Oliveira
Sistema Nervoso
Nos pacientes restrito ao leito ocorre frequentemente à redução nos estímulos
ambientais. A informação para o cérebro decorre de duas fontes primárias, fora e
dentro do corpo, essas informações competem entre si. Quando a fonte externa é
menor, a atenção é elevada para fonte interna, ou seja, dentro do corpo. A privação
sensorial e social ambas tem relação com as mudanças na neuroquímica cerebral que
pode estar associada com percepção sensória alterada, desorientação e confusão. O
isolamento sensório está associado com agressividade, insônia, e redução no limiar de
dor. A falta de conhecimento sobre a restrição ao leito pode levar a ansiedade e
depressão.
Capítulo 13 – Mobilização
Sistema Renal
Na posição ereta, a gravidade auxilia na drenagem da urina dos rins através
dos ureteres até a bexiga. Na posição supina esse transporte é realizado através da
peristalse dos ureteres. Mas, o cálice renal é totalmente dependente da gravidade
para drenar totalmente e, quando o corpo está em posição semi elevada, a urina é
coletada nas porções inferiores do cálice renal.
A retenção urinária ocorre uma vez que a força que a gravidade exerce sobre
os esfíncteres da bexiga não mais existe, reduzindo a urgência urinária. Ainda com o
movimento do conteúdo abdominal cranialmente, ocorre redução da pressão sobre a
bexiga reduzindo a urgência mesmo quando a mesma está cheia. O problema da
retenção urinária pode diminuir a ingesta hídrica. Além disso, a retenção pode
propiciar o desenvolvimento de infecções urinárias.
Sistema endócrino
Uma das maiores complicações da imobilização prolongada é a progressiva
perda de massa muscular (i.e., sarcopenia), essa condição torna-se pior pelas
alterações nos níveis de homônimos adrenais os glicocorticoides. Após a lesão ou
inanição, o cortisol, hormônio do estresse é liberado, ele age como um anti-
inflamatório natural e promove geração de glicose derivada da proteína e gorduras
(i.e., gliconeogênese). Com a imobilização após a lesão, o cortisol está elevado
promovendo quebra da proteína muscular e liberação de amino ácidos no sangue.
Aristides Oliveira
Sistema Gastrointestinal
Inicialmente, o imobilismo está associado à redução no sentido de paladar,
cheiro e a perda de apetite resultando em queda na ingesta que leva ao progressivo
desuso do trato gastrointestinal (GI). O repouso ao leito elimina os benefícios normais
que a gravidade e a atividade exercem sobre o GI. A deglutição é mais difícil em
pessoas restritas ao leito, o tempo de trânsito esofágico e gástrico pode estar até 66%
mais lento na posição semideitada do que na posição ereta. O aumento do tempo
nesse transito aumenta a absorção de água no cólon e reto, como resultado, as fezes
progressivamente tornam-se mais "duras" causando constipação. Em pacientes
recebendo medicação como a morfina apresenta redução expressiva da motilidade
gastrointestinal. Adicionalmente, a constipação crônica pode elevar a pressão na
parede do colón, que por sua vez pode resultar em diverticulite. Durante o imobilismo,
a excreção de bicarbonato pode estar diminuída, aumentando a acidez dentro do
estômago. Assim, em supino, esses pacientes pode experienciar a secreção gástrica
ácida realizando pressão sob o esfíncter esofagico (cardíaco), causando irritação.
Assim, os pacientes podem apresentar sintomas associados com refluxo gástrico, tão
como regurgitação e relato de dor queimante na região cardíaca.
Cardiovascular
Pulmonar ↑ FC de repouso Cognitivo/comunicação
Ventilação comprometida VS alterado Delirio
↑FR DC alterado Ansiedade
↑ no risco de embolismo Hipotensão ortostática Depressão
pulmonar Edema
↑ Risco de TVP
Musculoesquelético
Fraqueza severa Neuromuscular
↓ massa magra Perda na função da junção
Doente crítico com
↑ na deposição de gordura neuromuscular
↓ na densidade mineral óssea resposta inflamatória Excitação muscular alterada
Contraturas sistêmica Postura contro/equilíbrio alterados
Reflexos tendíneos profundos
alterado
Tegumentário
Úlceras de pressão
Feridas
Gastrointestinal/genitourinário Metabólico
↑ da excreção de minerais Controle da glicose alterada
Dificuldade na micção ↓ dos hormônios anabólicos
↓ na taxa de filtração glomerular ↑ dos hormônios catabólicos
↓ do apetite
↓ da motilidade intestinal
Figura 1 Potencial efeito da doença crítica no corpo/estrutura. FC: Frequência Cardíaca; FR:
Frequência Respiratória; DC: Débito Cardíaco; VS: Volume Sístólico. Modificado de: Nordon-Craft,
et al., (2012).
Capítulo 13 – Mobilização
Etiologia
Muitos fatores tem implicado no desenvolvimento da fraqueza muscular
adiquirida, incluindo imobilidade prolongada, inflamação sistêmica, sepse, falência de
múltiplos órgãos e excesso de sedação, mais recetemente atenção tem focado em
várias controversias dos fatores de risco incluíndo corticoesteróides, bloqueio
neuromuscular e hiperglicemia. Puthucheary, et al., (2013) estudaram propectivamente
63 pacientes, incluídos dentro de 24 horas de admissão na UTI e foram
acompanhados por 7 dias, os autores determinaram a perda muscular através da
ultrasonografia do músculo reto femoral nos dias 1, 3, 7 e 10. Foi observado redução
significativa na área de secção tranversal desse músculo no dia 10 (-17,7% [IC 95%, -
20,9% a -4,8%]; p<0.001), além disso, os autores puderam observar que a diminuição
muscular era maior em pacientes que apresentaram falência de múltiplos órgãos
comparado com aqueles que apresentaram falência de um único órgão no 7º dia
(−15.7%[IC 95%, −19.1% a −12.4%] vs −3.0% [IC 95%, −10.5%a 4.6%], p<0.001), os
autores concluem que a degradação muscular ocorre rapidamente no paciente crítico,
e a maior diminuição da área de secção transversa do reto femoral estava associado
com a falência de múltiplos órgão, principalmente naqueles que apresentam com
falência de 4 órgãos com perda maior que 15% no final da primeira semana.
Fisiopatologia
A causa de degeneraçao axonal motora e sensório na polineuropatia do doente
crítico (PDC), a atrofia e necorse das miofibrila na miopatia do doente crítico (MDC)
são complexos e envolvem alterações funcionais e estruturais em ambos nervos e
músculos. Possivelmente estão envolvidos anormalidade da microvasculatura,
desequilíbrio metabólico, disfunção dos canais de íons, e disfunção bioenergética
(Figura 2).
Aristides Oliveira
Alterações
microvasculares Falência bioenergética
• Vasodilatação • Depleção de antioxidante
• ↑ da permeabilidade • ↑ ERO
• Edema no endoneuro • Disfunção mitocondrial
• Hipóxia • Apoptose
• Extravasamento Patogênese da
• Produção de citocinas
polineuropatia
e Miopatia no
doente grave
Capítulo 13 – Mobilização
Manifestações clínicas
A Fraqueza muscular adquirida na UTI pode afetar a musculatura periférica
bem como a musculatura respiratória. A fraqueza pode ser desencadeada por ambas
PDC, por MDC ou por ambas. As características clínicas são listadas na tabela 5.
Métodos de avaliação
Dada as características clínicas (tabela 3), seria simples usar graduação
manual da força muscular para identificar a distribuição e o grau de fraqueza muscular
o MRC é utilizado para esse propósito, os pacientes que apresentam <80% do escore
máximo (i.e., <48 de 60) representa fraqueza muscular, entretanto, aproximadamente
apenas 25 a 29% dos pacientes estão adequadamente acordado para avaliar a força
muscular. Dessa forma, métodos mais acurados são necessários para avaliar a
fraqueza muscular. Elevação dos níveis de creatina quinase (CK) está associada com
a necrose da fibra muscular, mas não é utilizada como diagnóstico por si só devido a
baixa sensibilidade. O padrão ouro no diagnóstico da fraqueza muscular permanece a
eletromiografia (EMG). Entretanto, a avaliação de rotina para todos os pacientes na
UTI com teste eletrofisiológico (i.e., estudos de condução nervosa e ou
eletromiografia) não é viável devido a problemas com o custo e disponibilidade de
ambos equipamento e especialistas, bem como desafios no teste (e.g., devido a
edema nos membros) e a interpretação do resultados em pacientes críticos. A
eletromiografia pode detectar atividade muscular anormal, entretanto, os achados na
EMG sugere ambos, neuropatia ou miopatia, a coperação do paciente é necessária
com o objetivo de avaliar a contração voluntária mínima ou máxima durante a EMG
assim distinguindo neuropatia da miopatia. Dentro de 2 a 5 dias após o início dos
sintomas pode-se notar na EMG a redução na amplitude do componente potencial de
ação muscular, sensório ou ambos, com velocidade de condução preservada e
Aristides Oliveira
Figura 3 Proposta de
algorítmo diagnóstico para
avaliar as complicações
neuromuscular no
paciente crítico. EF =
Eletrofisiológico; SNC =
Sistema Nervoso Central;
± com/sem. Modificado de:
Schweickert e Hall, (2007).
Capítulo 13 – Mobilização
Aristides Oliveira
metabolismo muscular e alerta e são medidas preventivas para estase venosa e TVP"
A atual definição de mobilização precoce refere-se a aplicação de atividade física
dentro de 2 a 5 dias da admissão ou da lesão.
Capítulo 13 – Mobilização
Antes de mobilizar o paciente uma avaliação detalhada deve ser realizada. Isto
é para garantir que o ambiente é seguro e não tenha muitos objetos que venha a
atrapalhar ou causar acidentes, que os acessos sejam suficientemente longos e
estejam apropriadamente posicionados, a altura do leito ótima, e o equipamento
aproprado para a mobilização esteja em mãos. Quando mobilizar o paciente, é
necessário que haja pessoas disponíveis para assistir a atividade, dependendo do
nível desta. Adicionalmente, a disponibilidade da equipe no local para revisar o
paciente caso ocorra um evento de deteriorização durante a mobilização. Deve-se dar
atenção também ao manter o paciente informado sobre oque está acontencendo e
quando. Instruções claras, concisas e calma irá garantir a confiança do paciente e
segurança geral da mobilização.
Aristides Oliveira
Na cohort retrospectiva realizada por Clark, et al., (2013), nesse estudo foram
avaliadas a efetividade do protocolo de mobilização precoce em UTI de trauma e
queimados, nenhum efeito adverso foi reportado pelos autores, demonstrando que a
mobilização nessa população de pacientes é segura e praticável. Klein, et al., (2015)
prospectivamente, pelo método pré- e pós-intevensão, avaliaram a mobilização
precoce em pacientes em UTI neurológica, os achados desse estudo sugerem
siguinificativamente maiores níveis de mobilidade, menor tempo de UTI e
hospitalização, e maior probabilidade de alta para o domicílio, esse estudo mostra que
a mobilização precoce não é somente praticável, ela pode ser parte do tratamento
padrão na UTI neurológica.
Capítulo 13 – Mobilização
Aristides Oliveira
FCMPI: Frequência Cardíaca Máxima Predita para a Idade. Copiado de: Adler e Malone
(2012).
Capítulo 13 – Mobilização
Cinesioterapia (manual)
O posicionamento pode ser utilizado para aumentar o estresse gravitacional
associado com mudança dos líquido, através da alevação da cabeceira e outras
posições que se aproximam da posição ereta. A posição elevada aumenta o volume
pulmonar e a troca gasosa, estimula a atividade autonômica, e pode reduzir o estresse
cardíaco da compressão causada pelo conteúdo abdominal, como visto no capítulo 11.
Aristides Oliveira
servir como uma nova abordagem no tratamento da dor em pacientes críticos como
notado pelo Behavourial Pain Score (veja capítulo 3) que estava diminuído durante e
após a intervenção, como demonstra o estudo de Amidei e Sole, (2013). Nesse estudo
nenhum evento adverso foi reportado.
Eletroestimulação neuromuscular
The ERS and ESICM Task Force on Physiotherapy2 para pacientes críticos
recomenda “a eletroestimulação em pacientes que não são capazes de mover-se
espontaneamente e com alto risco de disfunção musculoesquelética”, nível C de
recomendação.
Capítulo 13 – Mobilização
Fisiologia
Aristides Oliveira
Capítulo 13 – Mobilização
A EENM pode ser utilizada como uma técnica para prevenir a perda da massa
muscular em pacientes críticos, como demonstrado o estudo realizado por Gerovasili,
et al., (2009), os pacientes foram estimulados do 2º ao 9º dia de internação, os autores
observaram a diminuição de massa muscular em ambos os grupos, mas a redução de
massa muscular foi significativamente menor no grupo EENM do que no grupo
controle, o que demonstra que a EENM pode ser iniciada precocemente durante o
curso da UTI como uma estratégia para prevenção na redução da massa muscular.
Além disso, a EENM previne a polineuromiopatia, como descrito por Routsi, et al.,
(2010), os pacientes foram randomizados nas 24 a 48 horas pós admissão e
receberam EENM até a alta da UTI, a EENM foi realizada em ambas as pernas nos
músculos vasto lateral, vasto medial e fibular longo, com parâmetros de onda bifásica,
simétrica f: 45Hz, pulso de 400 µs, 12 segundos on, (0.8s rampa ascendente e 0.8s
descendnete) e 6 segundos off, com intensidade capaz de iniciar a contração. Nesse
trabalho a polineuromiopatia foi observada em 3 pacientes no grupo EENM e 11
pacientes no grupo controle (OR = 0.22, CI 95% = 0.05 – 0.92, p=0.04), além disso, os
autores também observaram que o grupo EENM teve menor tempo de desmame da
ventilação mecânica, com redução no tempo de desmame isso se traduz também em
menor tempo de ventilação mecânica e menor tempo de internação na UTI nos
paciente que não desenvolveram polineuromiopatia. Assim, os autores concluem que
a aplicação de 55 minutos de EENM previne o desenvolvimento de polineuromiopatia.
Aristides Oliveira
Cicloergômetro
O cicloergômetro é um pedal estacionário com um mecanismo automático que
pode alterar a quantidade de trabalho realizado pelo paciente. Podendo ser utilizado
pacivamente (sem trabalho do paciente) ou ativamente (Figura 6). Essa intervenção
pode ser mais adequada para pacientes que não podem tolerar atividades fora do
leito, tal como ortostase, transferências para a cadeira, ou caminhar. Com raros
eventos adversos.
Capítulo 13 – Mobilização
Aristides Oliveira
Reabilitação Virtual
Novos equipamentos que, em geral são utilizados para entretenimento ou até
mesmo voltados para fittness na população adulta como o Nintendo Wii, esse sistema
utiliza controles sem fio e pranchas sensíveis a pressão permitindo que as pessoas
interajam com o console e recebe feedback para ajustar seus movimentos
apropriadamente. Essa técnica já vem sendo utilizada mais largamente em pacientes
pós-AVE, UTI-pediátrica. Essa modalidade se adequa a proposta da reabilitação, as
atividades com vídeo game fornece importante aprendizado motor, oportunidade para
treino cardiovascular, musculoesquelético e equilíbrio. Os pacientes recebem imediato
feedback visual e auditivo do seu desempenho. Adicionalmente, os pacientes que
realizam a mesma tarefa diversas vezes fornecem meios para monitorar a melhora do
desempenho (Fig. 8).
Capítulo 13 – Mobilização
Aristides Oliveira
Protocolos
1 - Gosselink, et al., (2011)
NÍVEL 0 Sem Instável na Avaliacão básica. Instabilidade = Instabilidade cardiorespiratória: Mudanca de deúbito a Nenhuma
comperacão avaliacão PAM < 60 mmHg ou FIO2>60% ou PaO2/FIO2 <200 ou FR > 30 ipm. cada 2 horas intervenção
1 2
S5Q =0 básica Instabilidade neurológica; Cirurgia aguda ; Temperatura >40ºC.
NÍVEL 1 Pouca Estável na Condição neurológica ou Posicionamento corporal4 Fisioterapia4
cooperacão avaliacão cirúrgica ou trauma que não Mudar a cada 2hrs ADM Passiva
1 3
S5Q =<3 básica permite transferir para a Posição de Fowler Cicloergômetro
cadeira Órteses EENM
NÍVEL 2 Moderada Estável na Condições neurológica ou Posicionamento corporal4 Fisioterapia4
cooperacão avaliacão cirurgica ou trauma ou Mudar a cada 2hrs ADM Passiva/Ativa
1 3
S5Q =>3 básica obsedidade que não permita Órteses Treino resistido braços e pernas
transferência ativa para a Sedestacão no leito Passivo/Ativo pernas e/ou ciloergômetro
cadeira (mesmo se MRC>36) Transferência passiva para a cadeira no leito ou na cadeira
NMES
4 4
NÍVEL 3 Quase completa Estável na MRC>36 Posicionamento corporal Fisioterapia
cooperacão avaliacão EEB sentado-em pé =0 Mudar a cada 2hrs ADM Passiva/Ativa
1 3
S5Q =4/5 básica EEB em pé = 0 Transferência passiva leito para cadeira Treino resistido braços e pernas
EEB sentado >1 Sentar beira leito Pernas passivo/ativo e/ou ciloergômetro
Ortostase com assistência (2> pessoas) no leito ou na cadeira
NMES
AVD
NÍVEL 4 Completa Estável na MRS >48 Posicionamento corporal4 Fisioterapia4
cooperacão avaliacão EEB sentado para de pé = 0 Transferência ativa do leito para cadeira ADM Passiva/Ativa
1 3
S5Q =5 básica EEB de pé = 0 Sentar beira leito Treino resistido braços e pernas
EEB sentado >2 Ortostase com assistência (1> pessoas) Cicloergômetro ativo para pernas
e/ou braços no leito ou na cadeira
Caminhar (com assistência)
NMES
AVD
NÍVEL 5 Completa Estável na MRC >48 Posicionamento corporal4 Mesmo que o nível 4.
cooperacão avaliacão EEB sentado para de pé >1 Transferência ativa do leito para cadeira
1 3
S5Q =5 básica EEB de pé >2 Sentar beira leito
EEB sentado >3 Ortostase
(Continua)
Capítulo 13 – Mobilização
Abreviações: S5Q: Standardized Five Questions, PAM: Pressão arterial média, EENM:
estimulação elétrica neuromuscular, AVD: Atividades de vida diária. Traduzido de: Gosselink, et
al., (2011).
Aristides Oliveira
CATEGORIA A:
Admissão na unidade
Paciente inconsciente
Avalie o paciente
Sem nova arritmia cardíaca no eletrocardiograma
Paciente com baixa dose de inotrópico: dopamina
<10mcg/kg/min; Nor/adrenalina<0.1mcg/kg/min
Implemente o corpo de elemnetos
<20% variabilidade da pressão sanguínea
Posição: O paciente em posição semi-elevada de pelo menos 30º
Oxigenação suficiente: (SpO2>94%) pode ser mantido
com objetivo de chegar a 45º
Considere: frequência cardía <75% da FC máx predita
Garanta mudanças regulares de posicão
Capítulo 13 – Mobilização
Aristides Oliveira
CATEGORA C
PACIENTE DESCONDICIONADO
Capítulo 13 – Mobilização
Aristides Oliveira
Estagio 1: Exercício ativo, resistido e exercício no leito uma vez que o paciente esteja acordado e obedece
comandos
Se capáz de realizar o estágio 1 e capaz de elevar ambos os bracos >90 graus (flexão de ombro)
contra a gravidade então progrida para o estágio 2
Se capaz de realizar o estágio 2 mas não consegue elevar a perna, tente tilt table e/ou SBL passivamente
Se capaz de realizar o estágio 2 (SBL) sem suporte e pode realizar elevação da perna reta então progrida para o
estágio 3
Se capaz de ficar em pé. Transferir com mínima assistência. Progrida para o estágio 4.
Capítulo 13 – Mobilização
Aristides Oliveira
Capítulo 13 – Mobilização
SIM
Algoritmo para mobilizar paciente com trombose venosa profunda na extremidade inferior conhecida. TVP: Trombose Venosa Profunda, HBPM: Heparina de
Baixo Peso Molecular, HNF: Heparina Não Fracionada, NAO: Novo anticoagulante Oral, RNI: Razão Interncaional de normalização, VCI: Veia Cava Inferior.
*Se iniciado com Varfarina (Coumandin), HBPM geralmente iniciada. Use o guideline HBPM para a decidir a mobilização nessas situações. Traduzido de:
Hillegass, et al., (2016).
Aristides Oliveira
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Aristides Oliveira
A insuficiência pode ser induzida pela cirurgia e anestesia esta última induz
imediata redução do tono muscular, induzindo a redução do diâmetro do tórax, volume
pulmonar, e dimensões das vias aéreas, com consequente desenvolvimento de
atelectasia, resultando em anormalidades na relação ventilação/perfusão (V/Q) e
aumento do shunt. Outro fator importante se irá ocorrer o desenvolvimento ou não da
insuficiência respiratória é a função dos músculos respiratórios.
Aristides Oliveira
Fatores de risco
Como descrito, as complicações pulmonares pós-operatória trazem consigo
grandes problemas relacionados à morbidade, mortalidade e custos. Com isso em
mente, é crucial traçar uma avaliação criteriosa dos fatores de riscos no âmbito pré-
operatório. Sabe-se que os fatores de risco para o desenvolvimento das CPPO estão
associados ao paciente, ao procedimento e a anestesia, alguns fatores podem ser
modificáveis e outros não, a identificação desses fatores pode ser útil para traçar
estratégias que minimizem as complicações pós-operatórias.
A doença pulmonar crônica foi o mais frequente fator de risco para CPPO,
assim, os achados anormais no exame de tórax (definido como diminuição dos sons
pulmonares, expiração prolongada, creptos, sibilos ou roncos) são fortes preditores de
CPPO. Os pacientes com DPOC podem ter fadiga crônica dos músculos respiratórios.
Além da nutrição deficiente, desordens hidroeletrolíticas, e endócrinas que contribuem
para fraqueza muscular. Alguns pacientes tem broncoespasmos em consequência da
sua doença.
Tabagismo
Classificação ASA
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Dependência funcional
Balanço hídrico
Asma - Boas evidências sugerem que asma não é um fator de risco para CPPO,
segundo Qaseem, et al., (2006).
Diabetes Mellitus
Relacionados ao procedimento
Os fatores de risco relacionados ao procedimento são tão importante quantos
os fatores de risco relacionados ao paciente na estimativa de risco para CPPO. Esses
fatores incluem local da cirurgia, duração do procedimento, anestesia e cirurgia de
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Local da cirurgia
Além do local da incisão outro fator que pode aumentar a taxa de CPPO é a
realizacão da cirurgia de emergência. Na revisão sistemática e metánalise, Pasin, et
al., (2017) avaliaram 213 artigos incluindo 269,367 pacientes que realizaram cirurgia
aberta da aorta abdominal: A média de CPPO foi 10.3% (9.48% cirurgia eletiva e
22.9% em cirurgia de emergência) a complicação mais frequente foi hipóxia [10.8%],
ventilação mecânica prolongada (10.7%) e pneumonia (7.30%). A CPPO estava
associada com aumento da mortalidade hospitalar em 28-dias, a média de mortalidade
Duração da cirurgia
Anestesia
Não existe vantagem clara de uma técnica anestésica sobre a outra na redução
da CPPO, a opinião geral é que a anestesia geral piora as chances de CPPO. A
anestesia local (ou regional) tem a vantagem da não manipulação das vias aéreas ou
afetar o controle ventilatório.Não há necessidade do uso de bloqueio neuromuscular e
pode haver menor impacto no controle ventilatório do que com anestesia geral. O
bloqueio neuroaxial (anestesia espinhal ou epidural) com anestésico local pode
resultar na fraqueza dos músculos respriatórios e tosse deficiente. Anestesia geral tem
vantagens de garantir a cooperação do paciente, controle das vias aéreas, aspiração
das secreções via tubo endotraqueal. As desvantagens incluem o uso conjunto do
bloqueio neuromuscular, alteração do controle ventilatório e manipulação das vias
aéreas, com seu potencial para secreções e broncoespasmo.
Estratificação de risco
Além dos fatores previamente discutidos, muitos autores buscaram
desenvolver índices que pudessem de forma simples, rápida estratificar os riscos de
complicações cardíacas e pulmonares pós-operatória. Não há método universalmente
aceito tão pouco um método que complete todos os requisitos, muitos desses índices
podem ser utilizados em conjunto para melhor estratificar o risco para os pacientes
submetidos ao procedimento cirúrgico, melhorando e/ou antencipando possível
problemas no período pós-operatório.
Cardiovascular
Muitos pacientes submetidos a cirurgias não cardíacas de grande porte são de
risco para complicações cardiovasculares perioperatórias. A probabilidade de
complicações é influenciada por ambas as características do paciente e cirurgia. Os
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Pulmonares
Arozullah Indexes
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Mais tarde Gupta et al., (2013) desenvolveram uma ferramenta interativa para
predizer a variedade de ambas as complicações pulmonar e não pulmonar após a
cirurgia. Como exemplo, uma calculadora permite ao clínico estimiar o risco de
pneumonia pós-operatória. Sete fatores significativamente prediz CPPO. esses são,
idade, ASA, DPOC, dependência funcional, sepse pré-operatória, uso de cigarro antes
da cirurgia, e tipo cirurgia. Os autores desenvolveram essa ferrameta gratuítamente
para download (http://www.surgicalriskcalculator.com/home) que fornece uma
estimativa numérica do risco para pneumonia pós-operatória.
Estatus funcional
Segundo o Guideline 2014 ACP/AHA, a capacidade funcional é um preditor
confiável para eventos cardíacos perioperatório e a longo tempo. Pacientes com
reduzida capacidade funcional, como já descrito anteriormente, tem risco elevado para
complicações pulmonares e cardíacas. Inversamente, aqueles com boa capacidade
funcional pré-operatória sao de baixo risco. A capacidade funcional é frequentemente
expressa em termos de equivalente metabólico (MET), onde 1 MET é o consumo
basal de oxigênio de um homem de 40 anos com 70 Kg. A capacidade funional no
perioperatório é classificada como, execelente (> 10 METs), boa (7 a 10 METs),
moderada (4 a 6 METs), pobre (<4 MTEs). O risco cardíaco perioperatório e a longo
tempo são aumentas em pacientes incapazes de realizar 4 METs de trabalho durante
as atividades de vida diária. A capacidade funcional pode ser avaliada através da
escala de atividade, tal como DASI (Duke Activity Status Index) (tabela 10) já validada
no brasil.
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Fisioterapia
As complicações pós-operatória permanece uma importante causa de
morbidade pós-operatória, contribuindo com significante desconforto do pacientes,
tempo de permanência hospitalar, uso de recursos e aumento geral nos custos
hospitalares. As estratégias para diminuir a incidência de CPP inclue avaliação para o
reconhecimento e modificação dos fatores de risco.
A metánalise realizada por Gu, Wang e Liu, (2015), foram incluídos 19 estutos
com um total de 1348 pacientes, comparados com o grupo controle, aqueles que
receberam ventilação protetiva tiveram menor risco de lesão pulmonar e infecção
pulmonar, e altos níveis de pressão parcial de CO 2. Os autores não encontraram
nenhuma diferença quanto a atelectasia, mortalidades tempo de hospitalização e UTI
ou na relação PaO2/FIO2.
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Quando o paciente é admitido na UTI após a cirurgia, ele está não responsivo
devido a variedade de medições, incluíndo anestésicos voláteis, benzodiazepínicos,
narcoticos, e bloqueadores neuromuscular. Os anestésicos voláteis tendem a dissipar
rapidamente mas pode manter seu efeito durante 20 a 60 minutos pós-operatório.
Geralmente esses pacientes não apresentam problemas ventilatórios complexos e
pode ser extubados dentro de 24 horas. Em adição, muitos desses pacientes que
apresenta com hipoxemia ou hipercapnia pós-operatória pode ser tratado com
sucesso através do CPAP (continuous positive airway pressure) ou VNI.
Aristides Oliveira
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com tratamento usual ou nenhum exercício. Além disso TMR está associado com
menor tempo de hospitalização, Os autores concluem que TMR pré-operatório é
seguro e parece ter efeito profilático contra a CPP. Na revisão sistemática e
metánalise Kendall, et al., (2017) avaliaram o efeito do TMR na redução das CPP e no
tempo de hospitalização. Os autores concluem que o TMR diminui a CPP (Risco
Relativo (RR)=0.50, 95%CI: 0.39, 0.64) e o tempo de hospitalização (Diferença média
= -1.41, 95%CI: -2.07, -0.75).
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Pouwels, et al., (2015) realizou uma revisão sistemática para avaliar o efeito do
exercício no pré-operatório de pacientes com aneurisma de aorta abdominal (AAA) os
autores relatam redução das complicações pós-operatórias no grupo treinamento, os
autores falharam em mostrar melhores resultados no tempo de hospitalização ou até
mesmo na melhora da função respiratória, os autores atribuem esses achados a alta
heterogenicidade, pequenas amostras no estudos, e apesar de alguns estudos
incluídos mostrarem qualidade metodológica de moderada a boa, os autores concluem
que o exercício físico pode ter efeito benéfico, mas se o exercício leva a menores
complicações ou recuperação mais rápida permanece imprecisa.
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Dor pós-operatória
É inevitável que o procedimento cirúrgico cause lesão tecidual, seja ela através
da própria incisão. A presença da dor no pós-operatório causa desconforto ao
pacientes, reducãod a qualidade de vida, reduz a incursão inspiratória, ou seja, o
paciente realiza respirações superficiais e monótonas, redução da movimentação no
leito, dificuldade para tossir, pela redução da capacidade de inspirar profundamente e
pelo medo em força a tosse. Todos esses fatores podem levar a complicações
pulmonares pós-operatórias, principalmente, atelectasia, retenção de secreção que
resulta em pneumonia, desequeilíbrio V/Q dando origem a hipoxemia. Além disso, a
dor no período pós-operatório é um fator de risco muito importante para o
desenvolvimento de delirium.
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