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Tecnologia em Endoscopia
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
HISTÓRIA DA ENDOSCOPIA DIGESTIVA.................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
A EVOLUÇÃO DO ENDOSCÓPIO............................................................................................... 9
CAPÍTULO 2
A HISTÓRIA DA ENDOSCOPIA ................................................................................................. 17
UNIDADE II
FUNCIONAMENTO DO SERVIÇO DE ENDOSCOPIA................................................................................ 33
CAPÍTULO 1
ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO............................................................................................... 33
UNIDADE III
SEGURANÇA DO PACIENTE................................................................................................................... 41
CAPÍTULO 1
PRINCIPAIS EVENTOS E COMO EVITÁ-LOS ................................................................................ 41
UNIDADE IV
PROCESSAMENTO DE PRODUTOS MÉDICOS UTILIZADOS EM ENDOSCOPIA DIGESTIVA............................ 51
CAPÍTULO 1
AS NORMAS TÉCNICAS DO PROCESSAMENTO DE PRODUTOS MÉDICOS UTILIZADOS EM
ENDOSCOPIA DIGESTIVA ........................................................................................................ 51
UNIDADE V
A EVOLUÇÃO E TECNOLOGIA NA ENDOSCOPIA................................................................................... 96
CAPÍTULO 1
EVOLUÇÃO TÉCNICA DA ENDOSCOPIA MÉDICA..................................................................... 96
REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 102
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
Objetivos
»» Descrever o funcionamento da endoscopia.
7
8
HISTÓRIA DA
ENDOSCOPIA UNIDADE I
DIGESTIVA
CAPÍTULO 1
A evolução do endoscópio
O prefixo grego endo significa “dentro” e foi usado já nos antigos períodos gregos e
romanos. O material considerado um protótipo dos endoscópios foi evidenciado e
descoberto nas ruínas de Pompeia. Foi Fhilip Bozzini que, em 1805, fez a primeira
tentativa de observar o corpo humano vivo diretamente através de um tubo que ele
criou conhecido como Lichtleiter (instrumento guia de luz) para examinar o trato
urinário, reto e faringe. Em 1853, Antoine Jean Desormeaux, da França, desenvolveu
um instrumento especialmente projetado para examinar o trato urinário e a bexiga. Ele
o chamou de “endoscópio” e foi a primeira vez que esse termo foi usado na história
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UNIDADE I │ HISTÓRIA DA ENDOSCOPIA DIGESTIVA
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HISTÓRIA DA ENDOSCOPIA DIGESTIVA │ UNIDADE I
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lâmpada miniatura in vitro, ativada manualmente. O filme teve que ser enrolado
puxando um fio. Este dispositivo, no entanto, ainda era muito primitivo para uso clínico
adequado (SHAH, 2002).
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HISTÓRIA DA ENDOSCOPIA DIGESTIVA │ UNIDADE I
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HISTÓRIA DA ENDOSCOPIA DIGESTIVA │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ HISTÓRIA DA ENDOSCOPIA DIGESTIVA
é um tubo muito rígido, a parte de um endoscópio que entra no corpo de uma pessoa
é relativamente flexível. Ele consiste em dois ou três cabos ópticos principais, cada
um com até 50.000 fibras ópticas separadas (feitas de vidro ou plástico de qualidade
óptica). Um ou dois dos cabos levam a luz para o corpo do paciente; outro transporta
a luz refletida (a imagem do corpo do paciente) de volta para a ocular do médico (ou
em uma câmera, que pode exibi-lo em um monitor de TV). A ótica de um endoscópio é
semelhante àquela de um telescópio. No extremo remoto (distal), há uma lente objetiva,
que liga a uma ou mais seções flexíveis de cabo de fibra ótica (às vezes chamados de
relés) que transportam a luz de volta do corpo do paciente para uma segunda lente na
ocular (ou para um monitor ou CCD), que pode ser girado de lado a lado para ajustar o
foco (muito parecido com as oculares em binóculos). Normalmente, as lentes e os cabos
têm cerca de 0,5 cm (1/5 pol.) de diâmetro (às vezes um pouco maiores, às vezes um
pouco menores).
A maioria dos endoscópios modernos não se limita à entrada e saída de luz do corpo
do paciente: eles também podem ser usados para realizar pequenas cirurgias e outros
procedimentos médicos menores. Normalmente, a extremidade remota do endoscópio
pode ser movida girando os botões ou puxando os cabos, que giram e dobram de um
lado para o outro. Um tubo secundário, ligado aos cabos ópticos principais, pode
ser usado para aspirar material obstrutivo (por exemplo, obstáculos que bloqueiam
os tubos brônquicos nos pulmões) ou para realizar biópsias (remoção de pequenas
amostras de tecido para teste) com uma pequena pinça. Os cirurgiões também podem
fazer lasers de precisão poderosos para baixo para endoscópios para destruir tecidos
doentes, fazer incisões precisas ou curar feridas, observando o tempo todo o que estão
fazendo através da ocular ou no monitor da TV. Este tipo de procedimento é chamado
cirurgia minimamente invasiva e é mais simples, mais rápido, menos caro e muito
menos traumático do que as operações convencionais. No entanto, geralmente ainda
precisa que o paciente tenha um anestésico e nem sempre é sem inconvenientes e
complicações.
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CAPÍTULO 2
A história da endoscopia
A definição de endoscopia passou por uma série de desafios que precisaram ser
superados para que a endoscopia seja segura e bem-sucedida.
»» Quarto, há muito pouca luz dentro do corpo humano, então uma fonte de
luz externa é necessária para a iluminação.
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instrumento com essa fonte de luz para endoscopia da uretra e da bexiga, do reto e do
esôfago (NEZHAT, 2005).
Um grande avanço na endoscopia foi o uso de uma melhor ótica. O alemão Maximilian
Carl-Friedrich A Nitze adaptou a tecnologia de microscopia óptica à endoscopia,
por volta de 1877, e a aplicou ao campo da urologia. Como Mikulicz ele trabalhou
com Joseph Leiter e foi o primeiro a incluir como uma solução prática e funcional a
lâmpada elétrica (inventada em 1880 por Edison) em um formato miniaturizado em
um endoscópio em 1888. Ele também desenvolveu dispositivos de eletrocautério e
relatou sua experiência pessoal. em 150 tumores de bexiga, ele removeu: 20 recidivas
e uma morte, um resultado verdadeiramente notável para aqueles dias (NITZE, 1879).
Tudo isso começa com o alemão Georg Kelling, que, em 1901, realizou a primeira
laparoscopia – em um cachorro. Ele usa o ar para insuflar a cavidade abdominal para
melhorar a visualização e, entre 1901 e 1910, parece ter usado o mesmo método em
alguns pacientes. Seu trabalho é notável por várias razões: ele acredita que a endoscopia
é mais segura e barata do que a cirurgia aberta convencional. Este último aplica-se
especificamente à Alemanha após a guerra de 1914-1918. Ele usa um gastroscópio
flexível, feito de segmentos vertebrados de tubos ocos cobertos com borracha da Índia.
Ele defende a preparação do paciente, incluindo a purga antes da laparoscopia ou
endoscopia gastrointestinal, a fim de reduzir as complicações em caso de perfuração. E,
por último, ele pode ser o primeiro a tratar hemorragias na cavidade abdominal causadas
por tuberculose. Infelizmente, pouco mais se sabe sobre este verdadeiro inovador
quando ele morreu e seus pertences foram destruídos durante a guerra de 1939-1945.
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UNIDADE I │ HISTÓRIA DA ENDOSCOPIA DIGESTIVA
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HISTÓRIA DA ENDOSCOPIA DIGESTIVA │ UNIDADE I
Em 2000, a maioria dos órgãos humanos ocos, não cheios de sangue, era
rotineiramente inspecionada usando endoscópios: nariz, faringe, laringe, esôfago,
estômago, duodeno, cólon, bexiga, cavidade abdominal, espaço pleural, brônquios,
canal auditivo externo e cavidades articulares. Notavelmente ausente foi o intestino
delgado. Embora endoscópios muito longos tenham sido desenvolvidos, seu uso era
incômodo, exigia muitas horas de avanço do escopo e não permitia prontamente o
tratamento. Uma equipe de cientistas de Israel e do Reino Unido criou um endoscópio
em miniatura na forma de uma cápsula grande: consistia de uma lente, um sensor de
imagem CCD, um conjunto de LEDs em miniatura para iluminação, o hardware para
transmitir sem fio as imagens a um receptor externo e uma bateria para alimentar o
dispositivo. Uma vez que a cápsula de vídeo é ativada, os LEDs começam a piscar a
uma taxa de duas vezes por segundo e, ao mesmo tempo, o CCD captura uma imagem
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UNIDADE I │ HISTÓRIA DA ENDOSCOPIA DIGESTIVA
que é transmitida sem fio. O paciente engole a cápsula e um dispositivo equipado com
antena localizado sobre o abdome do paciente recebe e registra as imagens. A bateria
de uma cápsula de vídeo dura cerca de 8h; portanto, há cerca de 8h de movimento da
cápsula através do esôfago, estômago, duodeno, intestino delgado e cólon disponíveis,
o suficiente para ver imagens de todo o intestino delgado na maioria dos pacientes.
Os resultados são gratificantes: a cápsula endoscópica vídeo, agora oferecida por
vários fabricantes, tornou-se uma técnica vital para a inspeção do intestino delgado,
em particular para pacientes com perda de sangue gastrintestinal crônica sem achados
superiores (esôfago, estômago e duodeno) ou inferiores (cólon) endoscopia. Como é de
se esperar, a cápsula endoscópica em vídeo está evoluindo: câmeras CCD de visualização
frontal e traseira em uma única cápsula, criação de imagem em 360° de múltiplos CCDs
organizados circunferencialmente em uma cápsula e a captura completa de todas as
imagens dentro da memória da cápsula sem a necessidade de um dispositivo receptor,
mas, em vez disso, requer a recuperação da cápsula após a passagem anal (IDDAN,
2004).
Com a cirurgia laparoscópica, as mãos e os dedos da equipe cirúrgica não estão mais
dentro do paciente, mas ainda estão manuseando o equipamento cirúrgico. Isso significa
que todos os movimentos do instrumento são um resultado direto dos movimentos
da mão da equipe cirúrgica. Em 1994, o primeiro equipamento cirúrgico robótico
foi aprovado pelo FDA: o Sistema Endoscópico Automatizado para Posicionamento
Ótimo (AESOP). A função da AESOP era manobrar um endoscópio dentro do corpo
do paciente durante a cirurgia, com base em comandos de voz dados pelo cirurgião
(UNGER, 1994). Em 2000, os primeiros sistemas de cirurgia robótica geral passaram
a ser aprovados pela FDA. Com os atuais sistemas robóticos, os cirurgiões operam
através de pequenas incisões, observam um sistema de visão 3D de alta definição
ampliado e usam minúsculos instrumentos de pulso que se dobram e giram muito
mais que a mão humana, permitindo visão, precisão e controle aprimorados. A
cirurgia robótica tem sido aplicada em muitas áreas cirúrgicas: cirurgia cardíaca,
colorretal, geral, ginecológica, de cabeça e pescoço, cerebral, torácica e urológica (DI
LEVA, 2014).
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HISTÓRIA DA ENDOSCOPIA DIGESTIVA │ UNIDADE I
pulverização a frio, raios laser para destruição de tecidos, controles de ligadura elástica,
plasma de argônio ionizado para ablação de tecidos e dilatação e balões de ablação por
radiofrequência. Dispositivos mais complexos ou maiores para aplicações específicas
também foram projetados e estão sendo usados em mãos de especialistas: dispositivos
de sutura que podem ser conectados à ponta de um endoscópio, instrumentação de
dissecação submucosa, câmeras adicionais de visualização lateral com clip e sobre
o endoscópio clipes para fechamento de perfurações. Na colonoscopia, o uso de
água em vez de ar ou CO2 durante a inserção tem várias vantagens. Com efeito, o
crescimento do número e a complexidade dos procedimentos endoscópicos durante
a última década é principalmente o resultado de novas tecnologias acessórias, em
vez de novas características dos principais instrumentos endoscópicos. No entanto,
novos endoscópios continuam a ser desenvolvidos: endoscópios com mais de uma
câmera (visão lateral ou visão de 360º ao redor do eixo longitudinal), endoscópios
autopropulsores e de auto navegação que usam pressão de gás para avançar e um
endoscópio baseado em manga invertida tecnologia eliminando o atrito entre o
endoscópio e a mucosa. Endoscópios descartáveis estão sendo desenvolvidos para
prevenir o risco de infecção; esse é um risco conhecido durante procedimentos
endoscópicos superiores e inferiores com o reuso de instrumentos flexíveis complexos
que são desinfetados entre os procedimentos, mas não podem ser esterilizados
(GROEN, 2017).
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HISTÓRIA DA ENDOSCOPIA DIGESTIVA │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ HISTÓRIA DA ENDOSCOPIA DIGESTIVA
Foram desenvolvidos para muitas partes do corpo. Cada um tem seu próprio nome,
dependendo da parte do corpo que se pretende investigar, como:
»» Artroscópio: articulações.
»» Citoscópio: bexiga.
»» Fetoscópio: ventre.
»» Laparoscópio: abdômen.
»» Laringoscópio: laringe.
»» Peritoneoscópio: peritônio.
»» Toracoscópio: tórax.
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HISTÓRIA DA ENDOSCOPIA DIGESTIVA │ UNIDADE I
Funcionamento do procedimento da
endoscopia
»» Um dos dois cabos principais do endoscópio transporta luz de uma
lâmpada brilhante na sala de cirurgia para o corpo, iluminando a cavidade
onde o endoscópio foi inserido.
»» A luz brilha na ocular do médico para que ele ou ela possa ver o que está
acontecendo dentro do corpo do paciente. Às vezes, o cabo de fibra óptica é
direcionado para uma câmera de vídeo (que exibe o que está acontecendo
em um monitor de televisão) ou um CCD (que pode capturar imagens
como uma câmera digital ou alimentá-las em um computador para vários
tipos de aprimoramento de imagem).
Consideram-se indicações para a realização da EDA a dor abdominal alta persistente, dor
abdominal alta associada a sinais e sintomas sugestivos de doença orgânica séria, como
anorexia e perda de peso; disfagia e odinofagia; sintomas de refluxo gastroesofágico que
persistem ou recorrem apesar de terapêutica apropriada; vômitos persistentes de causa
desconhecida; sangramento gastrointestinal oculto; acompanhamento de malignidade;
biópsia de intestino delgado; e avaliação de lesão aguda após ingesta de cáusticos. As
contraindicações para realização da EDA consideram o custo benefício do procedimento,
ou seja, quando os riscos à saúde e à vida do paciente superam os benefícios do exame;
a suspeita ou a evidência de víscera perfurada; a presença de divertículo de Zenker;
doença cardiopulmonar descompensada; pacientes que apresentem coagulopatia
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UNIDADE I │ HISTÓRIA DA ENDOSCOPIA DIGESTIVA
Alguns tratamentos podem ser realizados por meio da realização da EDA. Estes incluem
a dilatação de uma área estreitada do esôfago, estômago e duodeno, remoção de pólipos,
objetos deglutidos e tratamento de vasos sangrantes e úlceras por injeção interna
ou aplicação de calor (usando corrente elétrica diatermal, laser argônio ou heater
probe). Em alguns casos, pode ser utilizada uma medicação para relaxar, ou mesmo
um anestésico poderá ser aplicado na veia momentos antes de iniciar o procedimento,
essa medicação provoca sono e esquecimento por algum tempo. Assim, uma das
recomendações da enfermagem é solicitar que o paciente venha acompanhado, pois não
se deve dirigir após o procedimento ou realizar tarefas que necessitem de atenção, como
operar máquinas ou tomar decisões importantes, já que a sedação diminui reflexos e
o raciocínio. O procedimento dura, em média, 20 minutos e tende a cursar de forma
indolor. Após o procedimento, o paciente deverá permanecer no setor de endoscopia
em torno de 30 minutos, até a neutralização completa dos efeitos do sedativo e/ou
anestésico. A garganta pode ficar adormecida ou levemente irritada, e, por isso, não
se deve oferecer alimento ou água até que o reflexo de deglutição esteja normalizado.
Após a completa recuperação, caso seja indicação médica, o paciente submetido à EDA
poderá retornar à sua dieta regular, a menos que seja aconselhado do contrário. O
paciente poderá apresentar gases ou uma pequena distensão abdominal em razão do ar
que foi introduzido através do endoscópio; contudo, tais desconfortos tendem a passar
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HISTÓRIA DA ENDOSCOPIA DIGESTIVA │ UNIDADE I
A atuação de toda a equipe de enfermagem neste setor inclui cuidados executados nos
atendimentos, exigindo do enfermeiro conhecimento das tecnologias especializadas,
habilidade, competência e tomada de decisão nas situações problema, para orientar
de forma adequada a equipe sob sua responsabilidade. A competência dos enfermeiros
em serviços por imagem foi estabelecida pela Resolução do Conselho Federal de
Enfermagem (COFEN) no 211/1998, em que se destaca, dentre outas funções do
enfermeiro, planejar, organizar, supervisionar, executar e avaliar todas as atividades de
enfermagem em pacientes submetidos aos exames endoscópicos.
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UNIDADE I │ HISTÓRIA DA ENDOSCOPIA DIGESTIVA
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FUNCIONAMENTO
DO SERVIÇO DE UNIDADE II
ENDOSCOPIA
CAPÍTULO 1
Estrutura e funcionamento
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UNIDADE II │ FUNCIONAMENTO DO SERVIÇO DE ENDOSCOPIA
A unidade de endoscopia é um setor composto de várias áreas, nas quais são realizados
procedimentos endoscópicos, em condições de segurança, para os pacientes e equipe
multiprofissional. Seu planejamento e sua organização devem seguir as regulamentações
da RDC/ANVISA. Este regulamenta que a infraestrutura deve ser adequada às operações
desenvolvidas, para assegurar a qualidade dos procedimentos. A área física deve
ser planejada de acordo com o número de atendimentos previstos (ambulatorial ou
unidade inserida em ambiente hospitalar), tipo de procedimento realizado, quantidade
de profissionais envolvidos, fluxo do artigo para o reprocessamento e a tecnologia
utilizada (MUNHÓZ; SOARES, 2000).
II- Serviço de endoscopia tipo II: é aquele que, além dos procedimentos
descritos no inciso I do Art. 4o, realiza ainda procedimentos endoscópicos
sob sedação consciente, com medicação passível de reversão com uso
de antagonistas;
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FUNCIONAMENTO DO SERVIÇO DE ENDOSCOPIA │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ FUNCIONAMENTO DO SERVIÇO DE ENDOSCOPIA
Art. 12. O paciente submetido à endoscopia, nos serviços tipo II e III, sob
qualquer tipo de sedação ou anestesia não tópica, só pode ser liberado
na presença de um acompanhante adulto.
Art. 13. O serviço de endoscopia deve exigir que o paciente com idade
inferior a dezoito anos e não emancipado ou que tenha sido considerado
legalmente incapaz esteja acompanhado pelo responsável legal.
II - Sala de consulta/procedimento;
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FUNCIONAMENTO DO SERVIÇO DE ENDOSCOPIA │ UNIDADE II
I - Termômetro;
II - Esfigmomanômetro;
III - estetoscópio;
VI - Aspirador;
d) tubos endotraqueais;
g) desfibrilador.
Art. 21. O serviço de endoscopia tipo III deve possuir, no mínimo, além
dos itens discriminados no Artigo 20 desta Resolução, equipamentos,
instrumental, materiais e medicamentos que permitam a realização do
ato anestésico e recuperação pós-anestésica com segurança.
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UNIDADE II │ FUNCIONAMENTO DO SERVIÇO DE ENDOSCOPIA
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FUNCIONAMENTO DO SERVIÇO DE ENDOSCOPIA │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ FUNCIONAMENTO DO SERVIÇO DE ENDOSCOPIA
Fonte: <https://www.gentside.com.br/endoscopia/endoscopia-como-e-feito-preparo-o-que-e-o-exame-de-endoscopia_
art6314.html>. Acesso em: 5/7/2019.
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SEGURANÇA DO UNIDADE III
PACIENTE
CAPÍTULO 1
Principais eventos e como evitá-los
A segurança do paciente e a melhoria da qualidade são cada vez mais priorizadas em todas
as áreas da saúde. Erros na endoscopia são comuns, mas muitas vezes são irrelevantes e,
portanto, não são corrigidos. Uma série de pequenos erros, no entanto, pode culminar
em um evento adverso significativo. Isso não é surpreendente, dado o volume crescente
e a complexidade dos casos, combinados com padrões de trabalho por turnos. Há um
crescente corpo de evidências que sugerem que as listas de verificação de segurança
cirúrgica podem prevenir erros e, portanto, impactar positivamente na morbidade e
mortalidade dos pacientes. Consequentemente, listas de verificação cirúrgicas são
obrigatórias para todos os procedimentos. Muitos hospitais estão exigindo o uso de
listas de verificação semelhantes para endoscopia. Não há orientação sobre a melhor
forma de implementar listas de verificação de endoscopia nem qualquer medida de sua
utilidade na endoscopia (TOSO et al., 2016).
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UNIDADE III │ SEGURANÇA DO PACIENTE
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SEGURANÇA DO PACIENTE │ UNIDADE III
capturados à medida que o paciente passa pelo processo de tratamento, podem ocorrer
danos significativos. Assim, os erros podem ser “com ou sem consequências” e os quase
acidentes podem ser uma oportunidade para intervir, evitando assim um evento mais
sério no futuro.
Na década passada, a base de evidências sobre como evitar que erros ocorram na área
da saúde expandiu-se drasticamente. Sabemos agora que os erros podem ser evitados
por meio de um melhor trabalho em equipe e cultura de segurança na área da saúde, e
que o treinamento da equipe e liderança organizacional para iniciativas de segurança
e melhoria de qualidade são fatores importantes. A intervenção de segurança que
capturou a atenção de todos os cirurgiões e intervencionistas. Em 2009, um documento
de referência descreveu o desenvolvimento e aplicação em oito hospitais mundiais
da lista de verificação da Organização Mundial da Saúde. Essa ferramenta simples,
uma lista de verificação, demonstrou a capacidade de reduzir significativamente
a mortalidade de 1,5% antes da introdução do checklist a 0,8% após a sua aplicação
(RANNI; SHOJANIA, 2008).
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UNIDADE III │ SEGURANÇA DO PACIENTE
Estas não são exaustivas nem obrigatórias e todas as unidade de endoscopia devem
desenvolver um que eles se sentem melhor funciona para sua equipe. No entanto, listas
de verificação eficazes devem ser tão concisas e amigáveis quanto possível, cobrindo as
principais questões que podem dar origem a um evento adverso. Em relação à aplicação
prática de uma lista de verificação de endoscopia, é de vital importância que um
indivíduo assuma a liderança para a conclusão da lista de verificação e seja responsável
por garantir que ocorra. Isto não precisa necessariamente ser o endoscopista e pode
igualmente ser a enfermeira responsável. Quem lidera, no entanto, deve garantir que
toda a equipe esteja engajada no processo.
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SEGURANÇA DO PACIENTE │ UNIDADE III
Cada unidade de endoscopia terá suas próprias ideias sobre a melhor maneira de
incorporar uma lista de verificação em seus protocolos. Alguns podem optar por ter uma
versão em papel, seja como parte do livreto de admissão ou de um formulário dedicado
separado. Outros podem incorporá-lo ao sistema de relatórios de endoscopia eletrônica,
alguns dos quais têm a facilidade de incluir todos os itens da lista de verificação em seu
programa ou de personalizar campos para incluir uma lista de verificação. Uma vez que
o modelo de checklist tenha sido acordado pelos usuários da endoscopia, um período
de treinamento e implementação deve ser planejado. Um programa de implementação
cuidadosamente planejado com notificação adequada é um pré-requisito para a adoção
e sustentabilidade, a longo prazo, de uma lista. Uma abordagem multifacetada ajudará
e isso pode ser alcançado apresentando as evidências de sua utilidade. Simplesmente
lançar a lista de verificação sem treinamento e familiarização provavelmente não será
bem-sucedida, se os membros da equipe não entenderem a lógica por trás de seu uso.
Idealmente, recomenda-se que vários funcionários sejam convidados a defender o
uso da lista de verificação e que atuem como líderes na implementação da mudança.
Isso pode incluir uma enfermeira-chefe, endoscopista e até mesmo trainees. Se
possível, alguns ou todos eles podem ter um tempo dedicado para dar suporte aos
usuários durante a primeira semana de sua introdução, a fim de ajudar na solução de
problemas, lembrar as equipes e facilitar o uso. É necessária uma forte liderança dentro
da equipe de enfermagem e médica, inclusive dos diretores médicos e de enfermagem
da instituição para estabelecer uma mudança na prática. Se mal feito, as evidências
sugerem que o paciente pode estar em maior risco, especialmente se todos pressupõem
que outra pessoa tenha concluído as verificações necessárias. O feedback interino (por
exemplo, cerca de 4 a 6 semanas), após a introdução da lista de verificação, permitirá
que a equipe contribua com ideias sobre como melhorar e adaptar a lista de verificação.
Compartilhar exemplos clínicos “internos” de onde a lista de verificação mitigou um
erro também pode facilitar a captação, como por exemplo:
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UNIDADE III │ SEGURANÇA DO PACIENTE
Uma lista de verificação não impedirá todos os erros na endoscopia – ela não pode
alcançar isso, nem deve ser planejada para isso. Se, no entanto, puder evitar um
pequeno número de erros e promover uma cultura aprimorada de segurança por meio
de um melhor trabalho em equipe na sala de endoscopia, seu uso será justificado. Nos
casos em que o erro ocorre e uma lista de verificação não foi usada, é provável que haja
espaço para críticas. A lista de verificação é uma ferramenta simples, barata e eficaz
que tem o potencial de promover endoscopia segura e confiável, em parte por meio de
um sistema de verificações robustas, mas também pelo aprimoramento do trabalho em
equipe na endoscopia.
Endoscopia na gravidez
A realização de exames endoscópicos durante a gravidez levanta o problema da
segurança para o feto no útero devido ao risco de indução de parto prematuro. Como
é evidente, a realização de endoscopia durante a gravidez pode ser particularmente
importante, já que estudos radiológicos estão contraindicados devido à teratogenese
por radiações. Terapêuticas medicamentosas empíricas sem diagnóstico endoscópico
definitivo são indesejáveis devido à possibilidade de teratogenese medicamentosa e
terapêutica cirúrgica, por exemplo, por hemorragia digestiva é indesejável pelo risco de
morte fetal. As vantagens da endoscopia devem ser ponderadas em função do risco para
o feto, pela medicação utilizada durante a endoscopia, possibilidade de descolamento
da placenta ou de traumatismo fetal durante a endoscopia, de lesão fetal devido a
arritmias, hipotensão, hipertensão ou hipóxia transitória. Na endoscopia alta, os quais
sugerem que os benefícios desta técnica, quando realizada por hemorragia digestiva alta
evidente excedem os riscos, uma vez que tem uma elevada sensibilidade diagnóstica
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SEGURANÇA DO PACIENTE │ UNIDADE III
Complicações pós-procedimento de
endoscopia
As complicações infecciosas são consequências raras da endoscopia gastrointestinal.
Podemos dividi-las em três áreas principais: as complicações infecciosas resultantes
da própria flora microbiana do doente; infecções transmitidas de doente para doente
através do endoscópio; infecções transmitidas entre o doente e o pessoal de saúde.
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UNIDADE III │ SEGURANÇA DO PACIENTE
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SEGURANÇA DO PACIENTE │ UNIDADE III
opioide de ação curta suprime a tosse; no entanto, pode aumentar o risco de apneia. Na
balança, a titulação cuidadosa de propofol com um opioide de ação curta como fentanil
ou remifentanil é preferível. A pré-oxigenação é muito importante, especialmente para
endoscopias superiores, incluindo a colangiopancreatografia retrógrada endoscópica.
Ele pode fornecer “tempo de apneia seguro” estendido, em caso de dificuldades nas
vias aéreas. O propofol deve ser administrado após o endoscopista estar pronto para
introduzir o endoscópio. O tempo de dosagem deve ser tal que o efeito clínico máximo
coincida com a inserção do endoscópio. Esta prática restabelece a ventilação espontânea
se o paciente for apneico. A inserção de uma via aérea nasal para administrar oxigênio
suplementar através de um sistema de respiração mapleson é prática rotineira em
alguns centros e contribuiu para uma redução significativa nas taxas de hipoxemia.
Instalações adequadas
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UNIDADE III │ SEGURANÇA DO PACIENTE
Não se podem efetuar exames endoscópicos sem se assegurar que os aparelhos estejam
em boas condições, o que obriga ao cumprimento de normas de desinfecção e à revisão
periódica dos aparelhos. Isso se aplica aos acessórios. A crescente complexidade
das técnicas efetuadas atualmente obriga ao conhecimento de uma série crescente
de acessórios, que devem estar disponíveis para resolver situações tecnicamente
complicadas ou mesmo para resolver complicações. Não é boa prática médica realizar
certos procedimentos sem dispor dos acessórios necessários para resolver os problemas
que possam ocorrer, obrigando a internamentos prolongados e/ou intervenções
cirúrgicas com maior morbimortalidade.
Equipe treinada
50
PROCESSAMENTO
DE PRODUTOS
MÉDICOS UNIDADE IV
UTILIZADOS EM
ENDOSCOPIA
DIGESTIVA
CAPÍTULO 1
As normas técnicas do processamento
de produtos médicos utilizados em
endoscopia digestiva
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UNIDADE IV │ PROCESSAMENTO DE PRODUTOS MÉDICOS UTILIZADOS EM ENDOSCOPIA DIGESTIVA
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PROCESSAMENTO DE PRODUTOS MÉDICOS UTILIZADOS EM ENDOSCOPIA DIGESTIVA │ UNIDADE IV
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UNIDADE IV │ PROCESSAMENTO DE PRODUTOS MÉDICOS UTILIZADOS EM ENDOSCOPIA DIGESTIVA
§1o Não podem ser utilizados saneantes que estejam com os parâmetros
divergentes daqueles constantes do rótulo do produto.
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PROCESSAMENTO DE PRODUTOS MÉDICOS UTILIZADOS EM ENDOSCOPIA DIGESTIVA │ UNIDADE IV
Art. 45. A selagem de embalagens tipo envelope deve ser feito por
termoseladora ou conforme orientação do fabricante.
Art. 46. Não é permitido o uso de caixas metálicas sem furos para
esterilização de produtos para saúde.
I - nome do produto;
II - data da esterilização;
IV - método de esterilização; e
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UNIDADE IV │ PROCESSAMENTO DE PRODUTOS MÉDICOS UTILIZADOS EM ENDOSCOPIA DIGESTIVA
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PROCESSAMENTO DE PRODUTOS MÉDICOS UTILIZADOS EM ENDOSCOPIA DIGESTIVA │ UNIDADE IV
A norma ISO exige padrões adicionais em condições de uso (por exemplo, temperatura
e tempo) para demonstrar que não há efeito negativo da transferência de resíduos
de ciclos anteriores (resíduos da carga ou do detergente). Desinfetantes contendo
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Apesar de sua forte acidez, o MDE raramente apresenta efeitos adversos na pele e
mucosa humana, ao contrário do ácido clorídrico e de outras soluções com a mesma
acidez. Sistemas de ácido hipocloroso gerados eletrolicamente operam com pH 5.75 –
6.75 e ≥ 180 ppm de cloro livre disponível. Normalmente, o desinfetante é produzido
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e fornecido no local por meio de um gerador externo que fornece diretamente o EWD.
O gerador controla a produção de desinfetantes utilizando o monitoramento do
sistema validado que garante que apenas o produto “na especificação” seja entregue. O
gerador controla o pH, a condutividade, a potência e a taxa de fluxo da célula, com cada
parâmetro tendo uma faixa de tolerância específica que é continuamente verificada
pelo sistema de monitoramento. O desinfetante é seguro para manusear, exigindo o
mínimo de equipamento de proteção individual. É não tóxico, não sensibilizante, não
irritante e não mutagênico.
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Escovas de uso único garantem uma qualidade de limpeza padronizada, pois estas
têm cerdas não danificadas, sem nenhum tecido remanescente de exames anteriores.
Consequentemente, as diretrizes europeias e nacionais recomendam apenas o uso
de escovas de uso único. Danos nos componentes frágeis do endoscópio podem ser
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Existe uma clara tendência em direção aos componentes endoscópicos de uso único
(por exemplo, portas de biópsia, válvulas, cápsulas distais). Se esses componentes
do endoscópio destacáveis forem reutilizáveis, eles devem ser limpos com escovas
dedicadas, de acordo com orientações do fabricante. Durante a limpeza manual,
é importante seguir o tempo de contato, a temperatura e a concentração, conforme
recomendado pelo fabricante, para garantir a eficácia do detergente. O enxágue dos
canais do endoscópio pode ser feito manualmente ou pode ser suportado por dispositivos
automatizados de lavagem/enxágue. Todas as diretrizes enfatizam a limpeza completa
dos canais de endoscópios.
Por causa de suas restrições de material e design, a maioria dos endoscópios flexíveis
não são resistentes à temperatura. Portanto, processos de esterilização a vapor em
temperaturas elevadas não podem ser aplicados para esterilização de endoscópios
flexíveis. Os seguintes processos alternativos de baixa temperatura estão disponíveis:
esterilização por gás de óxido de etileno; esterilização de gás peróxido de hidrogênio
com e sem plasma; esterilização a vapor e formaldeído a baixa temperatura. Deve-
se reconhecer que os processos de esterilização a baixa temperatura só são eficazes
se a limpeza completa já tiver sido feita. O reprocessamento manual e o uso de um
EWD antes de enviar o endoscópio a um CME para esterilização serão importantes
para proteger o pessoal de reprocessamento. A maioria dos países europeus não aceita
imersão de endoscópios em esterilizantes químicos líquidos, porque os dispositivos não
são embrulhados em embalagens estéreis até o próximo uso. Um ponto crítico é também
a qualidade da água final de enxágue que pode prejudicar o efeito de esterilização.
Atualmente, a esterilização com gás peróxido de hidrogênio usada em alguns
endoscópios gastrintestinais tem limitações técnicas. Gastroscópios, as colonoscopias
e os duodenoscópios têm de três a sete longos canais separados e, portanto, excedem
a capacidade do lúmen dos esterilizadores existentes. O transporte em contêineres
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A higiene inadequada das mãos também foi identificada como um fator que facilitou
a transmissão de um paciente para outro. Organismos oficiais europeus, americanos
e australianos, bem como sociedades profissionais, publicaram declarações para
conscientizar os profissionais de saúde de que o design complexo, especialmente
dos duodenoscópios, pode impedir a reprocessamento eficaz. Eles iniciaram ações
apropriadas e publicaram recomendações para melhorar o reprocessamento do
endoscópio.
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infecção por Clostridium difficile é um problema crescente nas unidades de saúde. Até
hoje, a endoscopia não foi considerada um fator de risco para a transmissão.
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»» Higiene das mãos inadequada (por exemplo, em contato com os pacientes, antes de
manusear um endoscópio reprocessado).
»» Manuseio inadequado de dispositivos médicos antes, durante e após procedimentos
endoscópicos.
Higiene insuficiente nos cuidados com o paciente »» Uso de acessórios não esterilizados em diagnóstico invasivo e terapia (por exemplo, pinça de
e no reprocessamento biópsia não estéril, armadilhas de polipectomia).
»» Manejo inadequado de medicação intravenosa (por exemplo, seringas, tubos ou
medicamentos contaminados e expirados no tempo).
»» Limpeza insuficiente e descontaminação do ambiente do paciente.
»» Sem separação estrita entre áreas de trabalho e fluxos de trabalho limpos e contaminados.
»» Projeto de endoscópios e seus componentes (por exemplo, válvulas) que dificultam a
limpeza.
Limitações de design e danos em relação aos
»» Pequenos e estreitos lumens e canais ramificados, não acessíveis a escovas de limpeza (risco
endoscópios e seus componentes
de biofilmes).
»» Danos invisíveis às superfícies do endoscópio (interno e externo).
»» Limpeza inadequada (por exemplo, escovação insuficiente dos canais do endoscópio,
extremidades distais, sistemas de elevador, portas da válvula).
»» Limpeza e desinfecção incompletas dos endoscópios devido à falta de canais únicos e não
limpos e desinfectados (por exemplo, canal auxiliar, canal do elevador).
»» Acessórios de limpeza contaminados (por exemplo, escovas de limpeza, adaptadores).
»» Uso de detergentes e desinfetantes inadequados ou incompatíveis.
»» Concentrações inadequadas, durações de contato e temperaturas de produtos químicos de
processo.
»» Soluções contaminadas ou expiradas no tempo.
»» Tubos contaminados, recipientes, água de enxaguamento final, filtros, sistema de dosagem
Reprocessamento inadequado de endoscópios e
etc.
acessórios
»» Biofilme em EWD ou ADD, tubagens de água, contentores etc.
»» Reprocessamento inadequado de garrafas de água e sistemas de enxágue (por exemplo,
limpeza insuficiente, não esterilização).
»» Uso de água contaminada no reprocessamento de endoscópios.
»» Defeitos mecânicos/eletrônicos de EWD ou ADD.
»» Uso incorreto do EWD (por exemplo, conexões erradas).
»» Carga errada ou inadequada.
»» Falta de manutenção regular de EWD ou ADD.
»» Nenhum desempenho do ciclo de autodesinfecção, conforme recomendado pelo fabricante.
»» Secagem insuficiente antes do armazenamento (por exemplo, ligado a Pseudomonas spp.).
»» Condições de armazenamento inadequado e tempo de armazenamento.
Endoscópio contaminado ou defeituoso, Água
»» Armários de secagem/armazenamento contaminados.
contaminada usada na unidade de endoscopia
»» Transporte inadequado de endoscópios reprocessados (risco de recontaminação).
»» Uso de qualidade do ar inadequada durante a secagem ou armazenamento.
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Os RAE têm como função a desinfeção de endoscópios flexíveis num sistema fechado,
após uma limpeza manual. Assim, o seu ciclo inclui a desinfeção e o enxaguamento, mas
não a limpeza. Existem diversos modelos no mercado. Todos eles fazem a desinfeção e
o enxaguamento, mas, para além disso, alguns modelos oferecem adicionalmente:
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Secagem opcional após o enxaguamento final. A secagem pode ser de dois tipos: a
secagem entre exames, que envolve remoção dos fluidos residuais das faces externas
e do interior dos canais; a secagem alargada no final do dia de trabalho de forma a
manter os endoscópios armazenados em segurança pelo menos de um dia para o outro,
para prevenir a recontaminação pelos líquidos residuais, ou por fatores ambientais.
Atendendo a que estes equipamentos não integram uma fase de limpeza, esta deve
ser efetuada manualmente. A máquina deve ser eficaz, segura e confiável, e suportar o
design dos endoscópios e respetivos acessórios.
III. Reduzir o risco de exposição dos olhos, pele e trato respiratório aos
produtos químicos utilizados no processo (sistema fechado).
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Armazenamento
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Rastreabilidade
Acessórios
»» Deve ser realizado um controle visual para garantir que as válvulas estão
visivelmente limpas e não estão danificadas.
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Manutenção
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Testes e validação
Aquisição do equipamento
Recomendações
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›› bactericida;
›› micobactericida;
›› fungicida;
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Fases do reprocessamento
Para garantir que os endoscópios flexíveis sejam seguros para o uso do paciente,
toda a equipe envolvida no reprocessamento deste equipamento deve entender e
seguir consistentemente uma série de etapas que foram reduzidas a sete etapas
essenciais. Garantir a adesão a essas etapas requer um programa completo e efetivo
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Equipe de reprocessamento
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Administrativos
Políticas internas
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Fiscalizações
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Documentações
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Processamento atrasado
Inventários
»» localização de uso;
Espaço físico
Treinamentos
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Uma avaliação de risco ou análise abrangente de lacunas deve ser realizada para
assegurar que:
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»» Amostras em swab:
›› Da porção distal.
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PROCESSAMENTO DE PRODUTOS MÉDICOS UTILIZADOS EM ENDOSCOPIA DIGESTIVA │ UNIDADE IV
»» Amostras líquidas:
›› Amostras do enxágue.
Neutralização
Métodos de inspeção
Os métodos de inspeção que podem ser utilizados são baseados nos seguintes
princípios:
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Amostragem
A fim de assegurar higiene adequada, duas pessoas são, geralmente, necessárias para
realização da amostragem. A amostragem deve ser conduzida sob condições assépticas.
Qualquer contaminação pelo coletador deve ser excluída. Para tanto, o coletador deve
usar um avental limpo, novo, longo e descartá-lo de forma adequada antes de cada
teste e cada local de teste. Desinfecção higiênica das mãos também é obrigatória antes
de coletar cada amostra. O endoscópio deve estar suspenso livremente antes de a
amostra ser coletada. É recomendado que as amostras de swab sejam as primeiras a
ser coletadas.
»» Amostras de swab: o swab estéril deve ser umedecido com soro fisiológico
estéril (0,9%) sob condições assépticas. Cada local crítico especificado no
plano de ação deve ser cuidadosamente avaliado com o swab umedecido
e, então, deve ser transferido para um tubo de teste para transporte e
enviado imediatamente para o laboratório.
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PROCESSAMENTO DE PRODUTOS MÉDICOS UTILIZADOS EM ENDOSCOPIA DIGESTIVA │ UNIDADE IV
»» A contagem máxima total for menor ou igual a 20 cfu por canal (menor
ou igual a 1 cfu/ml da amostra de enxágue para 20ml do volume da
amostragem).
»» Reprocessamento:
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UNIDADE IV │ PROCESSAMENTO DE PRODUTOS MÉDICOS UTILIZADOS EM ENDOSCOPIA DIGESTIVA
»» Amostragem:
Classificação do material
Sabe-se que, pela classificação de Spaulding (1957), ainda em vigor, estabelece 3 níveis:
artigos críticos, artigos semicríticos e artigos não críticos de categorias de dispositivo
médico. A classificação de um dispositivo médico depende do uso pretendido deste
dispositivo.
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2. Classificação dos desinfetantes:
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UNIDADE V │ A EVOLUÇÃO E TECNOLOGIA NA ENDOSCOPIA
A EVOLUÇÃO E
TECNOLOGIA NA UNIDADE V
ENDOSCOPIA
CAPÍTULO 1
Evolução técnica da endoscopia
médica
A endoscopia é uma parte vital dos processos de diagnóstico médico e uma ferramenta
cotidiana nos ambientes médicos atuais. A evolução das tecnologias de endoscopia foi
influenciada pelo desejo de obter informações sobre o estado clínico do paciente a partir
da aparência óptica das cavidades corporais. Dados sobre os processos biológicos dentro
do corpo eram difíceis de encontrar. Profissionais médicos, engenheiros e inventores
participavam do processo de evolução e implantação de novas tecnologias.
Havia, no entanto, partes de cavidades viscerais que não podiam ser alcançadas. Para
essa endoscopia flexível, foi inventada a tentativa de captar estreitas e angulosas
cavidades corporais, como o cólon. Os médicos adquiriram uma visão adicional do
corpo humano. O equipamento fotográfico para endoscopias deu a oportunidade de
tirar imagens do interior do corpo humano. Mas essa ideia foi logo substituída pela
videoendoscopia, que facilitou a rotina clínica e deu a múltiplos espectadores a chance
de acompanhar as intervenções.
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A EVOLUÇÃO E TECNOLOGIA NA ENDOSCOPIA │ UNIDADE V
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UNIDADE V │ A EVOLUÇÃO E TECNOLOGIA NA ENDOSCOPIA
nível de propagação de tumores no corpo. O instrumento pode ser usado para coletar
amostras de tecidos usando a biópsia por agulha fina. A colangiopancreatografia
retrógrada endoscópica já existe há mais de 28 anos, utilizando radiografias e
endoscopia para conhecer o estado correto do corpo, do pâncreas, da vesícula biliar,
dos ductos e do fígado. O raio X aumenta a clareza da imagem dos pequenos dutos
associados. Outro instrumento que ajuda antes da descoberta da Pill Camera é o
uso do manômetro por gastroenterologistas, garantindo um registro adequado da
pressão muscular ao longo do esôfago ou órgão anoréxico. O instrumento permite
estabilidade motilidade e isso tem a ver com dificuldade em excretar e engolir.
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A EVOLUÇÃO E TECNOLOGIA NA ENDOSCOPIA │ UNIDADE V
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UNIDADE V │ A EVOLUÇÃO E TECNOLOGIA NA ENDOSCOPIA
100
encaixa na unidade e pode ser puxado para o lado do paciente por um braço flexível.
Sensores de pressão localizados dentro, na frente e atrás dos balões permitem que os
gradientes de pressão gerados pelo algoritmo do computador através do balão sejam
criados, resultando no movimento do dispositivo. Os balões têm um diâmetro máximo
predefinido e são projetados para moldar a forma da parede do cólon e garantir que a
pressão máxima do cólon de 80 mBar não seja excedida. Após estudos em animais, o
dispositivo mostrou-se promissor em um estudo de viabilidade com o dispositivo sendo
usado para intubar o ceco.
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REFERÊNCIAS
Referências
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multitasking platform EndoSamurai for natural orifice transluminal endoscopic
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REFERÊNCIAS
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PERRETTA, S. et al. The ANUBISCOPE flexible platform ready for prime time:
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REFERÊNCIAS
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