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TEA - Transtorno do Espectro Autista.

Conceitos e intervenções.
PROFª MICHELE LORIANO
PROFª ERICA BASTIDA
1º CICLO DE FORMAÇÃO INCLUSIVA
Quem somos nós?
MICHELE LORIANO

Sou profissional da
Graduada em Pedagogia,
educação há pelo menos 10
Pós-graduada em Educacão
anos. Tenho experiência no
especial e inclusiva;
ensino público e privado e
Neuropsicopedagoga
nas mais diversas
Institucional e clínica;
metodologias de ensino.
Especializanda em TEA e
Sou PEB I efetiva há 5 anos
em investigação para TEA.
na rede municipal e agente
de inclusão.
Quem somos nós?
ERICA BASTIDA

Pós-graduação lato sensu em Saúde Mental com ênfase em


TEA - Faculdade de Tecnologia Machado de Assis (Curitiba)
Pós-graduação Lato Sensu em Deficiência Mental – Unirio
Pós-graduação Lato Sensu em Gestão Educacional e Docência
no Ensino Superior - Esab
Psicopedagoga pela FACON (Clínica e Institucional)
Professora na Rede Municipal de Ensino de Sorocaba
Mãe da Ana Julia (com TEA) e Luiz Augusto (Típico)
Esposa do Ricardo
O que é autismo?
Compreendendo o Assunto
mais Profundamente
Conceito e Definição

Um transtorno do desenvolvimento de causas neurobiológicas


definido de acordo com critérios eminentemente clínicos. As
características básicas são anormalidades qualitativas e
quantitativas que, embora muito abrangentes, afetam de
forma mais evidentes as áreas da interação social, da
comunicação, do comportamento. processamento sensorial e
da informação.
Espectro?
"(...) O argumento para o autismo estar em um espectro ou ser um
transtorno do espectro baseia-se na similaridade de
sintomatologia de indivíduos (...) na medida em que indivíduos
que diferem em gravidade ou padrão de sintomas têm causas
similares ou vias causais subjacentes semelhantes, a moção do
autismo como um transtorno de espectro faz sentido, em termos
teóricos." Whitman, 2015, p.33
Níveis de suporte
Nível 1 exige certo apoio, nível 2 exige apoio substâncial e
nível 3 exige muito apoio substâncial nas tarefas do dia a
dia etc.

Índices

2004 - 1 pessoa em 164 tinham TEA;


2012 - 1 pessoa em 88 tinham TEA;
Atualmente - 1 pessoa em 60 tem TEA no Brasil e 1
pessoa em 48 no Estado de São Paulo;
Sendo o quadro de meninos com TEA, quatro vezes
maior do que de meninas.
Fonte:
https://autismoerealidade.org.br/2020/05/29/novo-
documento-afirma-que-1-em-cada-54-pessoas-possui-tea/
Mudanças na classificação CID 11
Sinais de alerta
para TEA
https://tismoo.us/saude/quais-os-sinais-e-sintomas-de-autismo/
Pouco ou nenhum contato alinhar, brincar ou Não atender / responder
visual organizar objetos de formas quando chamado
diferentes
não manter contato visual, ou Muitas vezes confundido por
pelo menos não olhar nos olhos alinhar objetos, muitas vezes surdez ou algum nível de
por mais de 2 segundos. classificá-los por cor, por deficiência auditiva, muitos
tamanho, ou categoria, por autistas costumam não atender
exemplo. Assim como brincar de pelo nome quando são
maneira "não convencional" com chamados.
brinquedos e objetos.
Não ser sociável Rotinas Movimentos repetitivos
(stims/esteriotipias)
Não se interessar por outras Ser muito preso a rotinas, querem
crianças ou isolar-se, ainda que sempre fazer as mesmas coisas, nos Fazer movimentos repetitivos sem função
estejam num ambiente com mesmos horários, ou ainda, ter os aparente é outro sinal importante em
outras pessoas, é um dos mais objetos nas mesmas posições e muitas crianças com Transtorno do
comuns comportamentos entre ordem é outra característica muito Espectro do Autismo. Os mais comuns são
as pessoas que estão dentro do comum na maioria dos autistas. A o movimento de balançar rapidamente as
espectro do autismo. rotina traz segurança e duas mãos soltas, chamado de “flapping”, e
previsibilidade para todos nós. A o balançar do tronco para frente e para
maioria das pessoas com autismo, trás. Muitas crianças também mudam seus
porém, tem isso potencializado e movimentos repetitivos de tempos em
pode ficar preso a rotinas, de maneira tempos, como se fossem fases que se
inflexível. alteram.
Falta de fala ou ecolalia Hiperfoco e interesses restritos Não imitar

Falta da fala ou a regressão dela, uma quase obsessão por um assunto É imitando que se aprende. E, não ter essa
não apontar, específico é muito comum na habilidade, pode dificultar o aprendizado
A repetição de frases ou palavras maioria das pessoas com autismo, de muitas crianças com autismo, o que não
soltas que querem ler, se informar, falar é raro. Até mesmo um bebê de dias de vida,
sobre determinado tema — alguns instintivamente, imita — se você ficar
chegam a tornar-se praticamente um abrindo sua boca várias vezes, o bebê
especialista no assunto. Por muitos, tenderá a abrir a boca também. Imitar é
essa característica é considerada uma inato do ser humano.
vantagem em algumas áreas
profissionais, a depender do assunto
de interesse.
Comorbidades
O que é Manejo?
Definições:
Oxford Languages Dicio Sinônimos

manejo Manejo Ato de pôr as mãos em:


/ê/ substantivo masculino Ato de manejar, 1 manipulação, manuseio,
substantivo masculino de fazer uso de algo com as mãos: o maneio, manuseamento.
1. 1.ato ou efeito de manejar; manejo de um instrumento. Ação de Administração: 2 administração,
maneio, manuseio. dirigir, de governar; governo, chefia, direção, gestão, chefia, comando,
2. HIPISMO administração: responsável pelo manejo condução, controle, domínio,
conjunto de exercícios a que se da fábrica. Reunião de exercícios para gerência, governo.
submetem os cavalos para ser doma de cavalos de equitação. Lugar
domados. onde esses cavalos são domados.
O manejo nada mais é - ou deveria ser dentro da educação, a
adequação de materiais e espaços de acordo com as necessidades do
educando. Assim como o modo e maneira de lidar com ele em todos
os momentos, seja nos tranquilos ou nos momentos de crise.
Mas para isso, precisamos observar atentamente e conhecer esse
indivíduo para além do laudo e seus rótulos.

"[...] Quando as necessidades educacionais de crianças com TEA são


atendidas, respeitando a condição espectral do transtorno, ações
educacionais poderão garantir que alcancem o nível universitário
(especialmente aquelas que não apresentam deficiência intelectual
importante), assim como qualidade de vida individual e familiar e
inserção social no mercado de trabalho, sempre que as condições
fenotípicas da doença possibilitem. " Manejo comportamental de
crianças com Transtornos do Espectro do Autismo em condição de
inclusão escolar, pág. 25.
Indicação
https://portal.educacao.rs.gov.br/Portals/1/Files/3155.pdf
Indicação
https://apeoc.org.br/wp-content/uploads/2018/04/Guia_escolar_autismo.pdf
O que é e Assim, esta ação permite que todos
tenham o direito de integrar e

como fazer a participar das várias dimensões de


seu ambiente, sem sofrer qualquer
tipo de preconceito e discriminação.

inclusão dar
certo?
Inclusão:
é o ato de incluir e acrescentar, ou seja, adicionar
coisas ou pessoas em grupos e núcleos que antes não
faziam parte. Socialmente, a inclusão representa um
ato de igualdade entre os diferentes indivíduos que
habitam determinada sociedade.
A inclusão em diversos espaços sociais,
incluindo escolas e espaços educacionais é um
direito garantido por diversas leis (C.F, LDB,
ECA etc), mas como o capacitismo e exclusão
ainda enraizados em nossa sociedade, grande
parte das escolas brasileiras não estão
capacitadas nem preparadas então,, a inclusão
não acontece como deveria, e acaba ocorrendo a
integração em seu lugar.
Neste caso, no entanto, as escolas precisam estar
preparadas para dar o suporte necessário para
esses alunos, seja na infraestrutura da instituição
(rampas, sinais, elevadores, etc...) e,
principalmente, na capacitação dos profissionais
de ensino para este tipo de acompanhamento. É
função do educador estar preparado para educar
os mais diferentes tipos de indivíduos.
Canal de comunicação
aberto com a família e
demais profissionais
Estar em contato com a família é fundamental para conhecer bem a criança
com autismo. O professor deve buscar saber quais terapias e estímulos o
aluno recebe fora da escola, para ajudá-lo a encontrar as melhores formas de
incluí-lo em sala de aula
O espectro autista é amplo e cada criança irá apresentar características
únicas.
APOIO MULTIDISCIPLINAR

O professor também precisa do apoio de todos os profissionais que lidam com a criança com autismo:
médico, psicólogo, fonoaudiólogo, entre outros. Isso porque não há uma criança com autismo igual a outra:
algumas falam, outras não, umas têm deficiência intelectual, outras são superdotadas etc.
Devido a essa variedade de sintomas e níveis de gravidade no espectro autista, cada criança tem que ser
analisada de acordo com a sua individualidade. O professor precisa do apoio de uma equipe multidisciplinar
para auxiliar no processo de inclusão escolar, pois é muito difícil para ele, dar conta sozinho. Trocas com os
professores, sensibilização de todos os funcionários da escola.
Intervenção – Escola X Família X Terapeutas

Diálogo;
Relatos da família quanto aos comportamentos;
Construção coletiva;
Integração entre os grupos;
Auxílio na adaptação do currículo estruturado
Plano de Desenvolvimento Individual - PDI

Acessar o nível de desenvolvimento da criança;


Perceber suas habilidades;
Compreender suas preferências;
Fazer a junção da Equipe Multidisciplinar (Escola, Terapias, Família)
Definir metas a curto, médio e longo prazo
Perceber outras questões além da cognição: psicomotoras, emocionais, sensoriais,
etc.
Traçar um plano de ação junto a comunidade escolar: alunos, professores,
funcionários.
Benefícios X Resultados
Diálogo entre os profissionais e família;
Diminuição de crises;
Compreensão de todos da escola frente as mais diferentes necessidades da criança
Antecipação nas ações que ofereçam perigo
Facilitação no processo ensino X aprendizagem
INCLUSÃO de fato
Oferta de um currículo estruturado, garantindo o direito a aprendizagem (no seu ritmo e
tempo);
Melhora na compreensão das comandas e nas inevitáveis mudanças de rotina;
Aproximação do aluno frente a todas as pessoas envolvidas no contexto escolar.
LEI Nº 12.764, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2012

Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista
Art. 3o São direitos da pessoa com transtorno do espectro autista:
I - a vida digna, a integridade física e moral, o livre desenvolvimento da personalidade, a segurança e
o lazer;
II - a proteção contra qualquer forma de abuso e exploração;
III - o acesso a ações e serviços de saúde, com vistas à atenção integral às suas necessidades de saúde,
incluindo:
a) o diagnóstico precoce, ainda que não definitivo;
b) o atendimento multiprofissional;
c) a nutrição adequada e a terapia nutricional;
d) os medicamentos;
e) informações que auxiliem no diagnóstico e no tratamento;
IV - o acesso:
a) à educação e ao ensino profissionalizante;
b) à moradia, inclusive à residência protegida;
c) ao mercado de trabalho;
d) à previdência social e à assistência social.
Parágrafo único. Em casos de comprovada necessidade, a pessoa com transtorno do espectro
autista incluída nas classes comuns de ensino regular, nos termos do inciso IV do art. 2o, terá
direito a acompanhante especializado.
Art. 7o O gestor escolar, ou autoridade competente, que recusar a matrícula de aluno com
transtorno do espectro autista, ou qualquer outro tipo de deficiência, será punido com multa de 3
(três) a 20 (vinte) salários-mínimos.
§ 1o Em caso de reincidência, apurada por processo administrativo, assegurado o contraditório e
a ampla defesa, haverá a perda do cargo.
LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015
Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).

Art. 3o Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se:


I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços,
mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e
tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso
coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida;
II - desenho universal: concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados por todas as
pessoas, sem necessidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos de tecnologia assistiva;
III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias,
práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa
com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão
social;
XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que exerce atividades de alimentação, higiene e locomoção do estudante
com deficiência e atua em todas as atividades escolares nas quais se fizer necessária, em todos os níveis e
modalidades de ensino, em instituições públicas e privadas, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados
com profissões legalmente estabelecidas;
CAPÍTULO IV
DO DIREITO À EDUCAÇÃO
Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacional
inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo
desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo
suas características, interesses e necessidades de aprendizagem.
Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar educação
de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência, negligência e
discriminação.
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e
avaliar:
I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades, bem como o aprendizado ao longo de
toda a vida;
II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir condições de acesso, permanência,
participação e aprendizagem, por meio da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade que eliminem
as barreiras e promovam a inclusão plena;
X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas de formação inicial e continuada de
professores e oferta de formação continuada para o atendimento educacional especializado;
XI - formação e disponibilização de professores para o atendimento educacional especializado, de tradutores
e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de profissionais de apoio;
XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso de recursos de tecnologia assistiva, de forma a
ampliar habilidades funcionais dos estudantes, promovendo sua autonomia e participação;
XIII - acesso à educação superior e à educação profissional e tecnológica em igualdade de oportunidades e
condições com as demais pessoas;
XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em cursos de nível superior e de educação profissional técnica e
tecnológica, de temas relacionados à pessoa com deficiência nos respectivos campos de conhecimento;
XV - acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de condições, a jogos e a atividades recreativas,
esportivas e de lazer, no sistema escolar;
XVI - acessibilidade para todos os estudantes, trabalhadores da educação e demais integrantes da comunidade
escolar às edificações, aos ambientes e às atividades concernentes a todas as modalidades, etapas e níveis de
ensino;
XVII - oferta de profissionais de apoio escolar;
XVIII - articulação intersetorial na implementação de políticas públicas.
Dicas para trabalhar
com os alunos
Elaboração do
quadro de rotina
n fo rm a ç õ es
uz ir a s i
Red di tiv o s,
e ss á ri a s ( au
desnec )
vi su a is et c
Não impedir as estereotipias, se estas não
apresentarem riscos ao aluno e/ou aos demais
Impedir tudo que
ofereça risco
REALIZAR ADEQUAÇÃO CURRICULAR
Obrigada!
ebastida@educacao.sorocaba.sp.gov.br
mloriano@sedu.sorocaba.sp.gov.br
educacaoespecial@sorocaba.sp.gov.br

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@neuropsicopedag.michele.loriano

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