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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

SANTA CRUZ

Geração à Margem: os desafios da juventude no acesso à cultura teatral no bairro


de Santa Cruz e seus impactos na violação dos direitos humanos

Ágatha Greyck Lima Ramos


Bianca da Silva de Andrade
Rafaela Ferreira Mattos da Rocha
Raphael Melgaço dos Santos
Thuany de Souza da Silva

Prof. Wladimir Cerveira de Alencar

2023
RIO DE JANEIRO/RJ
I- DIAGNÓSTICO E TEORIZAÇÃO

1. Identificação das partes envolvidas e parceiros


A Associação Ser Cidadão é a base e principal parceiro deste projeto. Trata-se de uma
Organização não governamental (ONG) localizada em Santa Cruz, Rio de Janeiro, com uma
abordagem dedicada ao desenvolvimento comunitário. Contando com aproximadamente
350 a 400 participantes, dos quais cerca de 60 estão inscritos no curso de teatro.
A Ser Cidadão desempenha um papel significativo na qualificação dos jovens. No que se
refere ao gênero teatral, eles se declaram como "teatro da existência", um espaço onde a
resistência se manifesta, pois esses jovens lutam para existir na cultura teatral. Essa
dimensão única do projeto acrescenta uma camada adicional de compreensão à nossa
pesquisa, destacando a importância do teatro como meio de expressão e empoderamento
para os participantes.
Com isso entrevistamos 10 pessoas, entre elas:
 Alunos do Curso de Teatro (5 entrevistados no dia 19/09/2023):

Gustavo Rodriguez da Silva – Reside em Santa Cruz, rua da Colina n⁰ 7.

Elliê Pedrosa Ribeiro Moreira – Reside em Cesarão, Santa Cruz, rua 21, n⁰ 89, casa 1.

Ana Luiza Custódio – Reside em Cosmos, Rio de Janeiro.

Clara Victória Santos – Reside em rua dos jesuítas 94.

Alana de Andrade – Reside em Avenida Engenheiro Gastão Rangel, 525 casa n⁰ 14.

 Professor do curso de Teatro da Ser Cidadão (1 entrevistado no dia 19/09/2023):

André Avram – Reside em Campo Grande, Rio de Janeiro.

 Coordenador do curso de Teatro da Ser Cidadão (1 entrevistado no dia 12/09/2023):

Luiz Augusto da Rocha Vaz – Reside em Bangu, rua Carcará n⁰ 15.

 Pessoas que assistiram às apresentações do Festival da Ser Cidadão (3 entrevistados no


dia 23/09/2023):

Marcelle Serra Campos – Reside em Guaratiba, rua Quatorze de Junho n⁰ 04.

Stephanie dos Santos – Reside em Santa Cruz, rua São Sebastião n⁰ 32.

Laura Rose – Reside em Inhoaíba, rua dos Garimpeiros.

INSTRUÇÕES: Descrever as partes envolvidas no projeto, inclusive parceiros, se houver,


demonstrando o público participante do projeto que será desenvolvido. Nesta etapa é
importante demonstrar quem são os participantes para justificar a pertinência do projeto.
Explicitar quais são os tipos de dados que os alunos devem buscar no trabalho de campo que
podem ser, dependendo do escopo da atividade:
- dados de violação de direitos;
- dados acerca do conhecimento ou desconhecimento de direitos (em percentual de
entrevistados, por exemplo);
- dados sobre conflitos sociais, disputas jurídicas prevalentes;
- perfil socioeconômico; escolaridade, faixa etária, dados sociais;
- dados sobre formatações familiares;

2. Problemática e/ou problemas identificados


Ao pesquisar e estudar uma possível problemática para abordar em nosso projeto de
extensão, identificamos que uma das principais dificuldades existentes em Santa Cruz é a
falta de projetos sociais, programas e incentivos voltados a cultura e, por conta disso,
decidimos falar em algo mais específico e mais emblemático na região: os desafios que a
juventude encontra ao tentar ter acesso à cultura teatral no bairro de Santa Cruz e seus
impactos na violação dos direitos humanos.
Quando começamos a fazer o projeto de extensão, percebemos que um dos maiores
problemas no bairro de Santa Cruz é a falta de acesso à cultura, em especial, a cultura
teatral, tendo em vista que Santa Cruz, um bairro bastante conhecido pela sua historicidade
dos tempos coloniais, abriga diversas obras arquitetônicas antigas, alguns raríssimos
projetos e atividades sociais que sobrevivem mesmo com a falta de recursos e até mesmo
museus que remontam os tempos antigos, mas quando paramos para analisar o acesso da
população a esses programas culturais, principalmente relacionados ao teatro, percebemos
que é bastante escasso, quase inexistente na região, seja pelo fato de não existir teatro na
localidade, seja por não haver tanto incentivo e investimento a esse tipo de cultura, ou
porque que nem todo mundo tem acesso ou ciência dos programas e projetos de cunho
cultural (devido à falta de informação).
A falta de acesso à cultura teatral no bairro Santa Cruz possui raízes históricas, por
exemplo:
1. O bairro Santa Cruz era uma área rural muito usada para criação de gado e
realização da agropecuária. Dessa forma, o governo regional nunca se preocupou
com à população em si, mas com a exploração e aquisição de recursos dessa terra.
2. O acesso à cultura teatral sempre esteve concentrada na região central da cidade do Rio de
Janeiro, região está responsável por ter recebido e acomodado a família real. Dessa forma, a
concentração dos museus, artes, bibliotecas, manifestações artísticas, etc sempre esteve
localizada no centro da cidade (sede administrativa da família real).
3.
3. Demanda sociocomunitária e justificativa acadêmica
Ao visitar o projeto teatral do SerCidadão, nós tivemos a oportunidade de falar com muitas
pessoas importantes e especiais, principalmente com o Coordenador do projeto e das peças
teatrais e com os atores e atrizes que fazem as artes cênicas. Por meio dessa conversa,
vimos que muitos jovens enfrentam barreiras ao ter acesso à cultura teatral relacionadas a
falta de recursos financeiros para pagar ingressos ou cursos de teatro, a ausência de espaços
culturais adequados em suas comunidades ou a falta de programas educacionais que
valorizem as artes cênicas e até mesmo a falta de recursos para que essa projeto se
mantenha de pé, além da falta de incentivo. As pessoas trabalham por amor, em prol da
sociedade e dos sonhos daquelas pessoas que ali estão e se entregam de corpo e alma para
a arte. Esse projeto sobrevive graças ao amor que eles têm pela arte e pela ambição e
determinação de talvez, futuramente, alcançarem voos altos.
Essa Associação cultural e educacional, sem fins lucrativos, feita pelas próprias pessoas que
amam e contracenam, tem como objetivo democratizar o acesso à arte e à cultura teatral
para a juventude, sem qualquer tipo de distinção ou discriminação: todos são muito bem-
vindos. Eles consideraram esse projeto um trabalho importante para eliminar barreiras ao
acesso teatral e para muitos que estão ali, funcionam como uma válvula de escape.
Diante disso, nós percebemos que a falta de acesso à cultura para essa comunidade viola os
direitos humanos básicos, pois lhe foram negados a oportunidade de ter acesso à cultura,
pois o projeto Ser Cidadão existe porque as pessoas amam o que fazem e porque amam a
artes cênicas.
O teatro, na vida desses jovens, desempenha um papel importante no desenvolvimento
cultural e educacional. Ele permite que os indivíduos expressem suas emoções, exercitem
sua criatividade, ampliem seus horizontes e se conectem com diferentes perspectivas e
experiências. Além disso, o teatro promove habilidades essenciais para a vida cotidiana,
como comunicação efetiva, trabalho em equipe e autoconfiança.
A falta de acesso à cultura teatral para os jovens pode acarretar diversos problemas, como:
1. Limitação da criatividade e imaginação: o teatro ajuda a estimular a criatividade e a
imaginação dos jovens, permitindo que eles possam explorar diferentes horizontes e
realidades. A falta desse acesso limita o desenvolvimento dessas habilidades essenciais, que
podem ser usadas também na resolução de problemas rápidos e do dia a dia.

2. Falta de oportunidades de expressão: o teatro é uma forma poderosa de expressão


artística que permite aos jovens explorarem suas emoções, compartilhar suas histórias e se
conectar com outros indivíduos. Sem acesso ao teatro, os jovens podem enfrentar
dificuldades na busca por meios saudáveis de se expressarem, além de serem propensos a
desenvolverem ansiedade e depressão, por exemplo.
3. Limita as habilidades de comunicação e empatia: O teatro ensina os jovens a se
comunicarem efetivamente, tanto verbalmente quanto através da linguagem corporal. Além
disso, ao interpretar personagens diferentes, eles aprendem a entender as motivações e
perspectivas dos outros. A falta de acesso ao teatro pode prejudicar o desenvolvimento
dessas habilidades cruciais.
4. Impede o autoconhecimento e autocontrole: o teatro ajuda o jovem a ter o autocontrole
de suas emoções e ações e a praticar o autoconhecimento, ajudando-lhes a se conhecerem
melhor, explorando suas emoções e identidades próprias.

5. Perda do contato com a história e cultura: O teatro muitas vezes retrata eventos
históricos ou culturais importantes, oferecendo aos jovens uma oportunidade única de
aprender sobre seu passado e sua herança. Sem acesso a essa forma de arte, os jovens
podem perder um meio valioso de se conectar com sua história e cultura.

Ao privarmos os jovens de ter acesso à cultura teatral, estamos limitando o potencial de


crescimento individual e coletivo, pois o teatro desempenha um papel importante na vida
da juventude, principalmente aquele que se entrega e ama a arte, contribuindo para o seu
desenvolvimento pessoal, emocional e social. Além disso, a falta de acesso da juventude à
esses espaços extremamente ricos culturalmente promove um certo tipo de exclusão e a
violação dos seus direitos humanos básicos, que incluem o direito à liberdade de expressão
e expressão artística, o direito à educação, o direito ao lazer e à participação cultural.
O impacto do teatro na vida das pessoas possui um resultado muito positivo de tal maneira
que contribui para o desenvolvimento cultural e social. Nós resolvemos trabalhar essa
temática para abordar a falta de acesso (como é difícil) e como o teatro é uma maneira de
melhorar a vida das pessoas dessa comunidade.

Um projeto que aborda a falta de acesso à cultura teatral pode ser extremamente relevante
academicamente, pois o projeto de extensão possibilita a participação ativa do aluno na
sociedade em que está inserido, tornando-o um meio social necessário através da possível
análise de situações do dia a dia. O grande ponto do projeto de extensão é retribuir à
sociedade a oportunidade do nosso aprendizado de maneira mais branda e objetiva. A
participação em projetos de extensão relacionados à cultura teatral proporciona aos alunos
a oportunidade de vivenciar experiências práticas que complementam sua educação formal.
Isso pode incluir o desenvolvimento de habilidades de comunicação, trabalho em equipe,
expressão artística e análise crítica. Além disso, a participação em projetos de extensão
garante mais destaque aos alunos, pois além de demonstrar proatividade, o estudante
participa desses projetos de extensão possuem mais capacidade para a atuação profissional
futuramente e traz também a possibilidade de conhecer diferentes realidades. Dessa forma,
pode-se observar que o contato com a sociedade é muito importante, sendo bastante
importante na nossa aprendizagem, além de podermos colocar em prática os ensinamentos
obtidos na faculdade.

4. Objetivos a serem alcançados:


 Elaborar um documentário destacando a importância do teatro e fazendo uma
abordagem histórica do seu surgimento e de sua chegada no Rio de Janeiro:
Nós falaremos da chegada do teatro no Brasil e no Rio de Janeiro e, consequentemente, no
bairro de Santa Cruz, fazendo um resgate histórico dessa manifestação artística. Vamos falar
também sobre a importância do teatro e faremos uma abordagem histórica do seu surgimento e
como chegou no bairro de Santa Cruz e iremos relacionar a falta de acesso a esse tipo de cultura às
pessoas que moram na periferia, relatando a importância que essa arte possui na vida das pessoas,
além de dizer os impactos positivos que geram na sociedade, principalmente na vida de muitos
jovens.

 Promover a apreciação da nossa cultura e do teatro regional:


Estimular o interesse e a apreciação pela cultura teatral é um dos objetivos do nosso projeto.
Isso pode ser alcançado por meio da divulgação de espetáculos acessíveis, programas educacionais
que introduzem as pessoas ao teatro e por meio oportunidades para que elas participem de
atividades teatrais.

 Fomentar o projeto teatral da comunidade como um veículo de defesa dos direitos


humanos, desenvolvendo a sua importância na vida dessa sociedade:
Trabalhar em colaboração com o projeto teatral local Ser Cidadão e relacionar com os
direitos humanos, demonstrando como o teatro pode ser uma ferramenta poderosa para a defesa
desses direitos, além de ser uma forma de resistência.

Apresentar o teatro aos jovens do bairro de Santa Cruz:

O presente trabalho atua como estimulador para os jovens da comunidade de Santa Cruz,
apresentando o teatro como forma de lazer, educação, cultura, demonstrando que o acesso à
cultura é livre para todos.

5. Referencial teórico (subsídio teórico para propositura de ações da extensão)


No presente estudo trabalharemos utilizando a teoria criada pelo teatrólogo Augusto Boal,
conhecida como o Teatro do Oprimido. Se trata de um método teatral que se utiliza da
chamada “árvore do teatro do oprimido”, uma ilustração que cada parte demonstra uma da
diversas técnicas criadas por Boal, que juntas formam essa metodologia.
O ponto principal que diferencia essa teoria das outras, é o fato de tratar o teatro como
uma forma política, na qual a classe “oprimida” tem o controle total do que é produzido,
afinal, as peças teatrais foram feitas por ela, para ela. Existe uma conexão entre o
telespectador e os atores, há uma quebra de quarta parede, o que permite que todos
participam ativamente, auxiliando nesta construção de uma visão social do cotidiano da
população.
É pertinente dizer que a arte, em um contexto geral, é política, o que o Teatro do Oprimido
busca trazer, é colocar uma parcela da população, que se encontra sem voz, na margem da
sociedade, no palco, sendo escutada pela primeira vez de se aventurar em uma área da
cultura na qual existe um estigma muito forte, de ser apenas para as classes mais altas. Ele
trás o teatro para aonde não tem o teatro, tanto como edifício, quanto como arte.
Despertando nos participantes, a vontade de se expressar criativamente os seus sonhos,
desejos e o seu dia a dia no subúrbio.

Quando falamos sobre o teatro, é preciso entender, que não um luxo para os poucos
afortunados, pelo contrário, se trata de um direito humano de segunda geração que é
positivado no direito no Brasil, sendo encontrado até mesmo em sua Carta Magna, no art.
215.
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e
acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a
difusão das manifestações culturais.

No artigo acima, vemos que o Estado não apenas tem a obrigação de permitir todo e
qualquer manifestação de cultura, deixando claro que existem exceções, visto que nenhum
direito é absoluto, mas também nos apresenta um fato que muitos não aceitam, o Estado
brasileiro deve fomentar a participação da população na cultura, através de incentivo e na
promoção de políticas publicas favoráveis a arte e a cultura.
Sobre esse tema temos também o Protocolo de San Salvador e o Pacto Internacional sobre
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, ambos recebidos como equivalentes a emendas
constitucionais, ratificados, respectivamente, em 1996 e 1992, que possui em ambos o
seguinte artigo de mesmo conteúdo (art. 14 e art. 15, respectivamente)
Os Estados Partes neste Protocolo/Pacto reconhecem o direito de toda pessoa
a:

a. Participar na vida cultural e artística da comunidade;

b. Gozar dos benefícios do progresso científico e tecnológico;

c. Beneficiar-se da proteção dos interesses morais e materiais que lhe


caibam em virtude das produções científicas, literárias ou artísticas de que
for autora.

2. Entre as medidas que os Estados Partes neste Protocolo


deverão adotar para assegurar o pleno exercício deste direito, figurarão as
necessárias para a conservação, desenvolvimento e divulgação da ciência, da
cultura e da arte.

3. Os Estados Partes neste Protocolo comprometem -se a


respeitar a liberdade indispensável para a pesquisa científica e a atividade
criadora.

4. Os Estados Partes neste Protocolo reconhecem os benefícios


que decorrem da promoção e desenvolvimento da cooperação e das relações
internacionais em assuntos científicos, artísticos e culturais e, nesse sentido,
comprometem-se a propiciar maior cooperação internacional nesse campo.

Portanto, ora, é inegável o quão importante a cultura, seja ela teatral ou não, na vida de um
indivíduo, acaba sendo necessário democratizar esse acesso, autorizando essas minorias
periféricas para se descobrir na arte. Não é à toa que temos diversas politicas organizadas
pelo governo para auxiliar nesta jornada, desde o Projeto Mais Cultura, lançado em 2007,
que promove grupos e artistas jovens independentes, ou a Lei 13.018/2014, mais conhecida
como a Lei Cultura Viva, que permite que escolas sejam autorizadas para se tornarem polos
culturais locais, ou até mesmo a lei 12.287/2010 que obriga o ensino de arte na educação
básica.
Diretamente ou indiretamente, todas essas políticas publicas nos dão um panorama curioso
em relação a situação problema, afinal, falamos de um bairro que nunca teve um Teatro,
houveram oportunidades para se criar um, tivemos uma lei nº 139 de 1979, que fala sobre o
assunto, mas foi vetado, o motivo era que no projeto de lei nº 399, o local onde seria
construído o espaço cultural era uma escola, a Escola Professor Coqueiro, portanto
considerando Santa Cruz sendo um bairro carente, seria inviável abertura do teatro.
Diversas outras vezes houveram tentativas para a criação de um teatro no bairro, todas
infrutíferas. Essa dificuldade do acesso da população, com o foco nos jovens, bate de frente
a todas as legislações citadas anteriormente, pois o direito a cultura e lazer é indispensável
para a construção de uma pessoa, como o próprio Francisco Humberto Cunha Filho em seu
livro sobre Direito Cultural:
Passo seguinte, ao contrastar direito cultural e direito fundamental,
averiguei serem aqueles, tanto em forma como em conteúdo, espécie destes
se encaixam no texto constitucional, alguns, inclusive, nas cláusulas pétreas,
e sendo eventualmente suprimidos ou negligenciados, tal atitude afeta
valores de dignidade como a expressão a própria identidade individual e
social(CUNHA FILHO, 2000, p. 134)

Ao segregarmos parte da população, deixando-a apenas como uma “mão de obra”, sem
autorizar que ela se expresse, fere-se um dos princípios norteadores do direito, o princípio
da dignidade humana, se vai contra a própria constituição, e continuará alimentando ideias
arcaicas e preconceitos, aumentando a disparidade entre classes sociais.

INSTRUÇÕES: Breve exposição e discussão dos referenciais teóricos utilizados para entender
e esclarecer a situação-problema que orientará o desenvolvimento do projeto,
apresentando-os e relacionando-os com o desenvolvimento do projeto. O referencial teórico
escolhido deve ser assertivo para justificar as escolhas das ações formuladas, ou seja, obras
e autores citados devem ser apresentar respostas teóricas-científicas apropriadas para os
desafios enfrentados durante a execução do projeto de extensão.

6. Metas, critérios ou indicadores de avaliação do projeto


INSTRUÇÕES: Descrever o detalhamento dos objetivos previstos no item 4, indicando como
eles serão alcançados, definindo os critérios e os indicadores necessários para o
entendimento do impacto do projeto de extensão desenvolvido na/da comunidade em
articulação com a disciplina do curso da IES.
Nesse item, devemos contemplar:
- Número de participantes;
- Representatividade de grupos sociais (marcadores sociais) na comunidade impactada;
- Percentual de mediações realizadas com êxito, por exemplo, frente ao número de litígios
apurados;
- Número de oficinas realizadas;
- Número de conflitos jurídicos solucionados com êxito;
- Percentual de incremento do conhecimento de direitos
- Outros: especificar de acordo com a natureza do projeto

II- PLANEJAMENTO PARA DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

1. Identificação do público beneficiado (opcional)


Nosso trabalho teve como enfoque principal um grupo de pessoas, predominantemente
composto por jovens, que fazem parte de um projeto social teatral de iniciativa própria, mas
que não possuem nenhum tipo de auxílio, acolhimento, reconhecimento e visibilidade. Esse
projeto foi criado pelo amor que essas pessoas possuem pela arte e pela cultura teatral.
Trata-se de um grupo de pessoas extremamente importantes para a cultura local que
ajudam também a fortalecer a cultura comunitária, mas que estão esquecidos e
negligenciados, à margem da sociedade. Ao conhecermos esse projeto e os integrantes
dessa arte fantástica, nós vimos que há a falta de acesso à cultura teatral para os jovens,
além de haver uma clara violação de seus direitos básicos e de recursos de incentivo e
investimentos Estatal, como não vemos em outros bairros nobres do Rio de Janeiro por
exemplo, e por isso, resolvemos abordar essa temática no nosso projeto de extensão.

O público será beneficiado porque o nosso projeto visa demonstrar como o teatro é
importante e como faz parte da vida das pessoas de maneira indireta, pois diariamente nós
consumimos seus “derivados”, por meio de série, filmes e novelas, e os benefícios sociais
que essa manifestação artística traz na vida em sociedade, além de demonstrar como o
teatro é importante e tem um papel crucial na vida desses jovens, que vivem e são
apaixonados por esse tipo de arte.

Hoje em dia, muitas pessoas consideram o teatro como algo supérfluo e inútil, mas para
esse grupo de jovens extremamente talentosos, trata-se uma forma de expressão e
manifestação artística que está além do entendimento de grande parcela da população.
Para eles, é um mundo extraordinário, grandioso, e até mesmo “a vida” deles, pois se
entregam e se dedicam arduamente a ela.

Nosso objetivo ao realizar esse projeto era trazer visibilidade ao projeto e a esses jovens,
pois o teatro gera um impacto bastante positivo na vida deles e eles infelizmente são um
grupo marginalizados, que ninguém liga ou se importa. Além disso, é importante falar da
importância e dos benefícios que essa arte traz na vida das pessoas, principalmente na vida
dessa juventude em específico, e como a arte teatral é uma forma de resgate cultural e de
vidas. Dito isto, queremos mostrar que até mesmo em grupos que menos se espera, há uma
violação clara de direitos humanos básicos e fundamentais sendo realizadas, e esses grupos
não necessariamente estão distantes da gente, muito pelo contrário, estão sempre
próximos a nossa realidade.

2. Plano de ação no modelo 5W2H ou CANVAS ou DESIGN THINKING (ou outras


ferramentas de planejamento de preferência do docente)

Etapas O que? Quem? Quando? Como? Formas de


Acompanhamento

Definir os Realizar uma reunião Todos os 21/08/2023 Reunião Monitoramento do


objetivos do para debater os integrantes presencial progresso e
trabalho objetivos e definir o feedback
tema

Pesquisar Realizar pesquisas e Todos os Durante 2 Através de Monitoramento do


sobre o tema análise de dados para integrantes meses pesquisas sobre progresso e
escolhido compreender a o tema e com a feedback
situação da juventude ajuda do NOPH
em relação à cultura (Núcleo de
teatral e direitos Orientação e
humanos Pesquisa
Histórica de
Santa Cruz)

Visitar o Coletar informações Todos os Toda terça- Visitamos o Impressões e


Projeto Ser sobre o tema e integrantes feira, durante projeto local de experiências
Cidadão conhecer a situação 2 meses teatro para compartilhadas
da cultura teatral do entender suas
bairro de Santa Cruz atividades e
vivenciar a
realidade do
tema
Criar o Criar uma conta no Ágatha Greyck Criação Configurar a Através das
Instagram e Instagram para Lima Ramos , 29/08/2023 e conta e definir postagens
postar compartilhar Bianca da Silva postagens estratégias de
conteúdos conteúdos de Andrade, frequentes postagens
relacionados ao Thuany de
projeto e envolver a Souza da Silva
comunidade

Filmar e Filmar e realizar Todos os Toda terça- Obter Reuniões


entrevistar os entrevistas com os integrantes feira, durante permissões de periódicas com a
participantes participantes do 2 meses filmagem, equipe para discutir
do Projeto Ser teatro para coletar registrar as aulas o andamento do
Cidadão informações sobre e elaborar projeto e feedback
suas experiências e perguntas das partes
perspectivas relevantes entrevistadas

Ágatha Greyck
Assistir ao Assistir ao Festival Lima Ramos , 23/09/2023 Assistir a Anotar e registrar a
Festival de de teatro EnCENA, Bianca da Silva apresentação e apresentação
teatro do para obter uma de Andrade, tomar notas
Projeto Ser compreensão mais Rafaela Ferreira
Cidadão profunda do tema Mattos da
Rocha, Thuany
de Souza da
Silva

Ágatha Greyck
Elaborar o Coletar informações Lima Ramos , Durante 2 Através de Feedback dos
relatório e preparar o relatório Bianca da Silva meses pesquisas e responsáveis pelo
de Andrade, análise dos relatório e revisão
Rafaela Ferreira dados coletados do trabalho
Mattos da
Rocha, Thuany
de Souza da
Silva

Apresentar o Ensaiar, preparar os Todos os 23/10/2023 Apresentação no Presencialmente na


projeto recursos necessários integrantes auditório Universidade
e apresentar o projeto Estácio de Sá

Entregar o Entregar o relatório Todos os 30/10/2023 Coletar e Presencialmente na


relatório final com resultados analisar os Universidade
e lições aprendidas dados finais, Estácio de Sá
integrantes além de entregar
o relatório final

3. Descrição da forma de participação do público participante na formulação do projeto,


seu desenvolvimento e avaliação.
INSTRUÇÕES: Apresentar a maneira como os participantes sociocomunitários envolvidos
atuaram/atuarão na formulação, desenvolvimento e avaliação do projeto. Importante
destacar que essas etapas serão definidas, a partir de encontros/conversas/trocas/escuta da
comunidade, contexto no qual a delimitação das ações do projeto de extensão serão
produto também da interação entre o público acadêmico e o público local em construção
conjunta.
4. Cronograma do projeto
14/08/23 - Realizamos a organização do grupo e o encontro com os participantes do
trabalho para compartilhar e opinar sobre qual tema seria abordado em nosso projeto de
extensão.
21/08/2023 - Decidimos qual tema iríamos abordar mediante a uma votação em grupo onde
todos os participantes concordaram, o qual o assunto escolhido foi “Geração à Margem: os
desafios da juventude no acesso à cultura teatral no bairro de Santa Cruz e seus impactos na
violação dos direitos humanos.”
28/08/2023 – Após a aula, marcamos de nos encontrar pessoalmente com as partes
integrantes do Projeto Teatral Social de Santa Cruz no dia seguinte, 29/08/2023, pois o
projeto ocorre toda terça-feira.
29/08/2023 - Fomos conhecer o local, o projeto teatral e perguntamos se poderíamos fazer
o nosso projeto de extensão, explicando e apresentando ao coordenador e ao professor o
trabalho acadêmico que iríamos desenvolver. Após o sinal positivo, nós colhemos algumas
informações iniciais para que pudéssemos dar início ao nosso trabalho. Além disso, tivemos
a oportunidade de conhecer os coordenadores e os participantes das peças teatrais.
29/08/2023 – Criamos a conta no Instagram pertinente ao nosso projeto de extensão.
04/09/2023 – Conversamos e definimos algumas ideias e o que poderia ser feito, além dos
próximos passos. Houve uma breve divisão de tópicos entre os participantes, mas todos se
comprometeram em ajudar a fazer cada parte do trabalho juntos, em equipe.
12/09/2023 – Voltamos ao local do projeto e apresentamos o presente trabalho
formalmente. Coletamos também simultaneamente a autorização do Luís Vaz, coordenador
e co-fundador do Teatro do Oprimido, junto ao Augusto Boal, e a autorização da
_____________, responsável pela administração do local onde é desenvolvido o projeto
teatral Ser Cidadão para dar início ao estudo. Nesse segundo encontro, nós colhemos mais
informações e conhecemos ainda mais sobre o projeto Ser Cidadão.
19/09/2023 a 10/10/2023 – Ocorreram, semanalmente, visitas as aulas do projeto, onde
colhemos imagens e entrevistas, participando e entendendo da rotina dos alunos do projeto
comunitário teatral Ser Cidadão.
Simultaneamente, utilizamos o Instagram para divulgação do projeto social e do nosso
estudo.
A partir dos dados coletados neste período, nós fomos construindo ao mesmo tempo o
relatório, ocorrendo também as pesquisas teóricas referenciadas e utilizadas no estudo.
28/09/2023 a 29/09/2023 – Participamos de um evento organizado pelo projeto social, que
visava a apresentação de várias Cias de teatro para o público de Santa Cruz.
Acompanharemos a organização do evento, e coletaremos imagens e informações
relacionados ao espetáculo.
17/10/2023 a 24/10/2023 - Foi produzido e finalizada a parte audiovisual do presente
estudo.
INSTRUÇÕES: Apresentar as etapas e ações previstas no projeto segundo o calendário
acadêmico. Nesta etapa é importante demonstrar como o projeto será estruturado,
desenvolvido e avaliado dentro do período da disciplina, considerando as etapas previstas
no Plano de Ensino, inclusive os Seminários de Extensão, demonstrando a pertinência e
articulação acadêmica do ensino-aprendizagem por projetos.

5. Equipe de trabalho (descrição da responsabilidade de cada membro)


O trabalho proposto foi dividido em partes igualitárias para todos os integrantes do grupo,
que totalizam ao todo 5 membros, de modo que cada um recebeu um tópico para que fosse
desenvolvido, sob sua responsabilidade, de acordo com que foi combinado durante o
desenvolvimento do trabalho do projeto de extensão.
A distribuição dos tópicos do trabalho se deu de forma democrática e ficou dividido da
seguinte forma:

1. A Ágatha Greyck Lima Ramos realizou a criação da conta no Instagram pertinente ao


nosso projeto de extensão, ficou responsável por apresentar e descrever as
responsabilidades destinadas a cada membro do grupo, levando em conta os fatores
do projeto e colaborou ativamente na pesquisa do referencial teórico que seria
utilizado em nosso projeto de extensão.

2. A Bianca da Silva de Andrade ficou incumbida de criar um plano de ação contendo


todas as informações sobre as etapas executadas durante a montagem desse
trabalho, incluindo desde um cronograma com todos os prazos descritos até as
formas de acompanhamento do resultado, além de ter sido responsável por
descrever de forma objetiva e clara, no máximo três objetivos que se pretendiam
alcançar ao desenvolver esse trabalho. Além disso, a aluna também participou
ativamente das entrevistas realizadas em nosso projeto e ajudou na pesquisa do
referencial teórico que seria utilizado em nosso trabalho de extensão.

3. A Rafaela Ferreira Mattos da Rocha realizou o cronograma do projeto, evidenciando


as ações previstas em conformidade com o calendário acadêmico e participou
ativamente da pesquisa do referencial teórico que seria utilizado em nosso projeto
de extensão.

4. O Raphael Melgaço dos Santos ficou responsável pelos áudios e pela gravação das
entrevistas que foram usados em nosso trabalho (parte audiovisual), além de ter
participado ativamente das entrevistas realizadas durante o desenvolvimento do
nosso trabalho e da pesquisa do referencial teórico que seria utilizado pelo grupo.

5. A Thuany de Souza da Silva, ficou responsável por identificar a problemática do tema


abordada pelo grupo, por relacionar a situação-problema escolhida com a demanda
socio comunitária, além de como esse projeto é pertinente de forma acadêmica
tendo em vista a formação do aluno, pela identificação do público alvo e por
descrever os recursos previstos e utilizados ao longo do desenvolvimento do projeto
de extensão.

INSTRUÇÕES: Apresentar a(s) responsabilidade(s) e a(s) ação(ções) pactuadas de cada


membro da equipe de trabalho, segundo o problema, as justificativas sociocomunitária e
acadêmica do projeto.

6. Recursos previstos

Ao longo de todo o desenvolvimento do projeto acadêmico, não foi necessário


desembolsar nenhum recurso financeiro, apenas recursos materiais, humanos e
institucionais.
Nós decidimos utilizar os recursos materiais tecnológicos, como o celular, por
diversas finalidades, por exemplo: para realizar pesquisas acerca do tema e para
estudar sobre o assunto, para realizar o registro do nosso trabalho e para fazer os
slides do trabalho, além do recurso audiovisual para que pudéssemos desenvolver as
gravações das entrevistas.
Utilizamos também os recursos humanos, composto pelos participantes do grupo,
totalizando 5 pessoas, que participaram ativamente do projeto e foram responsáveis
pela criação e desenvolvimento de assuntos para a conclusão do trabalho, e pelos
integrantes entrevistados do Projeto Teatral que ajudaram e participaram do nosso
projeto de forma impecável e extraordinária.
E por fim, utilizamos também os recursos institucionais disponibilizados pela nossa
instituição de ensino IES UNESA, por meio do uso da infraestrutura das salas de aula
para que pudéssemos discutir sobre o trabalho e através das orientações e aulas
feitas pelo excelentíssimo mestre da Universidade Estácio de Sá, Wladimir Cerveira
de Alencar, que nos conduziu em direção aos objetivos de aprendizagem propostos
por este projeto de ensino acadêmico.

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