Você está na página 1de 98

Orientações para usuários de drones

1
Assessoria de Comunicação Social – ASCOM
1ª Edição – Maio de 2017
Informação de utilidade pública.
Esta publicação não substitui a legislação em vigor.
Apresentação
A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) editou em maio de 2017 um regu-
lamento especial com regras gerais para o uso civil* de aeronaves não tripuladas
no Brasil, mais conhecidas como drones. As regras da ANAC são complementares
às de outros órgãos, que também devem ser observadas antes de qualquer opera-
ção. Dentre eles, destacam-se as normas do Departamento de Controle do Espaço
Aéreo (DECEA), do Ministério da Defesa e da Agência Nacional de Telecomunica-
ções (ANATEL).
O normativo da ANAC é um marco importante da aviação civil brasileira pela
necessidade de estabelecer requisitos mínimos para operações com esse tipo de
aeronave, que crescem a cada dia no país e, também, no mundo.
Tendo em vista a rapidez das inovações tecnológicas relativas a essas ae-
ronaves e operações, poucos países estabeleceram suas regras até agora. Para
a edição desse regulamento especial, áreas técnicas da Agência estudaram as
melhores práticas e normas internacionais, com destaque àquelas editadas pela
Federal Aviation Administration (FAA), Civil Aviation Safety Authority (CASA) e Eu-
ropean Aviation Safety Agency (EASA), autoridades aeronáuticas dos Estados Uni-
dos, Austrália e da União Europeia, respectivamente.
O objetivo da ANAC é que as operações passem a ocorrer a partir de regras
mínimas, preservando-se um nível de segurança das pessoas e de bens de tercei-
ros. Ao mesmo tempo, o normativo pretende contribuir para o desenvolvimento
sustentável e seguro para esse segmento da aviação. Por se tratar de um regula-
mento especial, está sujeito a alterações que vierem a ser necessárias.
Com esta publicação, a ANAC espera facilitar a compreensão sobre o assunto
e oferecer orientações aos usuários de drones. Para obtenção de informações
mais específicas, consulte a norma editada (Regulamento Brasileiro de Aviação
Civil Especial - RBAC-E nº 94). Se as dúvidas persistirem, entre em contato pelo
Fale com a ANAC pelo site (www.anac.gov.br/faleanac) ou pela central de telea-
tendimento 163.

*As aeronaves não tripuladas militares


não estão sujeitas à regulamentação da ANAC.
Sumário

Glossário 5
Regras de órgãos brasileiros sobre operação de drones 6
Regras da ANAC para uso de Drones 7
Foco principal da Regulamentação 7
Resumo da Regulamentação da ANAC 8
1. Aeromodelos 9

2. RPA Classe 3 (peso máximo de decolagem até 25 kg) 11


Requisitos adicionais para voar com RPA além da linha de visada visual (BVLOS)
ou acima de 400 pés (120m) acima do nível do solo 12
3. RPA Classe 2 (peso máximo de decolagem maior que 25kg e até 150 kg) 15
4. RPA Classe 1 (peso máximo de decolagem maior que 150 kg) 17

Perguntas frequentes 19
Orientações para usuários de drones

Glossário
Drone – Nome popular para aeronave não tripulada.
Aeromodelo – Aeronave não tripulada usada para recreação.
RPA (Aeronave Remotamente Pilotada) – Aeronave não tripulada usada para
outros fins que não a recreação (uso comercial, corporativo ou experimental).
Sistema de RPA (RPAS) – Conjunto formado pela aeronave (RPA), pela estação
de pilotagem remota (RPS), pelo link de comando e controle e por qualquer ou-
tro componente que faça parte do projeto da aeronave.
Piloto remoto – Pessoa que manipula os controles e conduz o voo de uma ae-
ronave não tripulada.
Observador – Pessoa que, sem o auxílio de equipamentos, auxilia o piloto re-
moto na condução segura do voo mantendo contato visual direto com a RPA.
Operação BVLOS – Operação na qual o piloto não consegue manter a RPA den-
tro de seu alcance visual, mesmo com a ajuda de um observador.
Operação VLOS – Operação na qual o piloto mantém o contato visual direto
com a RPA (sem auxílio de lentes ou outros equipamentos).
Operação EVLOS – Operação na qual o piloto remoto só é capaz de manter con-
tato visual direto com a RPA com auxílio de lentes ou de outros equipamentos e
de observadores de RPA.

Tipos de operação
BVLOS VLOS EVLOS

5
Orientações para usuários de drones

Regras de órgãos brasileiros


sobre operação de drones
Se você tem um drone, conheça as regras de todos os órgãos brasileiros rela-
tivas ao assunto antes de usá-lo.
ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil
• Regulamento Brasileiro de Aviação Civil Especial nº 94/2017
• Instrução Suplementar E94.503-001A
• Instrução Suplementar E94-001A
• Instrução Suplementar E94-002A
• Instrução Suplementar E94-003
ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações
• Resolução nº 242, de 30 de novembro de 2000 – Regulamento para Certi-
ficação e Homologação de Produtos para Telecomunicações
• Resolução nº 506, de 1º de julho de 2008 – Regulamento sobre Equipa-
mentos de Radiocomunicação de Radiação Restrita
• Resolução nº 635, de 9 de maio de 2014 – Regulamento sobre Autorização
de Uso Temporário de Radiofrequências
• Portaria nº 465, de 22 de agosto de 2007 – Aprovar a Norma nº 01/2007,
anexa a esta Portaria, que estabelece os procedimentos operacionais ne-
cessários ao requerimento para a execução do Serviço Especial para fins
Científicos ou Experimentais
DECEA - Departamento de Controle do Espaço Aéreo
• ICA 100-40 - Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas e o Acesso
ao Espaço Aéreo Brasileiro
• ICA 100-12 - Regras do Ar
• ICA 100-37 - Serviços de Tráfego Aéreo
Secretaria da Receita Federal do Brasil
• Bens do Viajante
Leia mais em: www.aviacao.gov.br/paginas-tematicas/drone-legal/regras-vigentes

6
Orientações para usuários de drones

Regras da ANAC para uso de Drones


O termo “drone” é usado popularmente para descrever qualquer aeronave
(e até mesmo outros tipos de veículos) com alto grau de automatismo. De forma
geral, toda aeronave drone é considerada uma aeronave não tripulada categori-
zada como Aeromodelo, RPA ou Aeronave Não Tripulada Autônoma.
Pelo regulamento da ANAC, Aeromodelos são aeronaves não tripuladas
utilizadas para lazer. RPA são aeronaves não tripuladas usadas para outros fins,
como corporativo ou comercial. Aeronaves Não Tripuladas Autônomas, nas quais
não há interferência do piloto durante o voo, não estão contempladas na norma
e sua utilização continua proibida no Brasil.

Foco principal da Regulamentação


Autônomos Não autônomos

VANT RPA
Não Aeronave
recreativo Veículos não remotamente
tripulados pilotada

Recreativo Aeromodelo Aeromodelo


autônomo

As RPA estão divididas em três classes, de acordo com o peso máximo de de-
colagem, no qual devem ser considerados os pesos do equipamento, da bateria
ou combustível, e da carga eventualmente transportada.

Classe 1 – RPA: Peso máximo de decolagem maior que 150 kg


Classe 2 – RPA: Peso máximo de decolagem maior que 25 kg e até 150 kg
Classe 3 – RPA: Peso máximo de decolagem de até 25 kg

7
Orientações para usuários de drones

Resumo da Regulamentação da ANAC


RPA RPA
RPA Classe 3 Aeromodelos
Classe 1 Classe 2
BVLOS: Sim
Registro da aeronave? Sim Sim Sim 1
VLOS: Sim 1
Aprovação ou autoriza- Apenas BVLOS ou
Sim Sim2 Não
ção do projeto? acima de 400 pés 2

Limite de idade para


Sim Sim Sim Não
operação?

Certificado médico? Sim Sim Não Não

Apenas para opera- Apenas para operações


Licença e habilitação? Sim Sim
ções acima de 400 pés acima de 400 pés

A distância da aeronave não tripulada NÃO poderá ser inferior a 30


metros horizontais de pessoas não envolvidas e não anuentes com a
operação. O limite de 30 metros não precisa ser observado caso haja
uma barreira mecânica suficientemente forte para isolar e proteger as
Local de operação pessoas não envolvidas e não anuentes. Esse limite não é aplicável para
operações por órgão de segurança pública, de polícia, de fiscalização
tributária e aduaneira, de combate a vetores de transmissão de doenças,
de defesa civil e/ou do corpo de bombeiros, ou operador a serviço de
um destes.

1
Todos os aeromodelos acima de 250 gramas e RPA entre 250 gramas e 25 kg que se destinem a operações na linha de visada visual (VLOS) até 400
pés acima do nível do solo, devem ser cadastrados por meio de ferramenta online disponível no endereço sistemas.anac.gov.br/sisant.
2
Para todos os sistemas de RPA Classe 2 e os de RPA Classe 3 que se destinam a operações além da linha de visada visual (BVLOS) ou acima de 400 pés, o
fabricante pode optar pelo processo de certificação de tipo estabelecido no RBAC nº 21 ou pela autorização de projeto na Subparte E do RBAC-E nº 94.

8
Orientações para usuários de drones

1. Aeromodelos
Os aeromodelos estão dispensados de vários requisitos previstos no regula-
mento da ANAC. Para esses equipamentos, as operações (voos) são permitidas
pela Agência sob total responsabilidade do seu piloto e observando-se os seguin-
tes pontos:
• Somente os equipamentos com peso máximo de decolagem acima de
250g precisam ser cadastrados na ANAC por meio do Sistema de Aerona-
ves não Tripuladas (SISANT), disponível em: sistemas.anac.gov.br/sisant.
• O cadastro vai gerar uma identificação que deverá ser confeccionada em
material não inflamável, ser legível e ficar acessível na aeronave.
• Está dispensada a avaliação de risco da operação, mas é preciso verificar as
condições da aeronave quanto à segurança de voo, ter ciência de todas as
informações necessárias ao planejamento do voo antes de iniciá-lo e atuar
em todas as fases do voo durante a operação.
• Não há restrição quanto à idade mínima para operar aeromodelos.
• Pilotos não precisam de documento emitido pela ANAC e são considera-
dos devidamente licenciados, caso não pretendam voar acima de 400 pés.
• Não é obrigatório possuir seguro com cobertura de danos a terceiros.
• É permitida a troca do piloto remoto em comando durante a operação.
• Não é necessário registrar os voos.
• As operações só poderão ser iniciadas se houver autonomia suficiente da
aeronave para realizar o voo e para pousar em segurança no local previsto,
levando-se em conta as condições meteorológicas conhecidas.
• Operar apenas em áreas distantes de terceiros (no mínimo 30 metros ho-
rizontais). Essa restrição está dispensada caso haja anuência das pessoas
próximas à operação ou exista uma barreira mecânica capaz de isolar e
proteger as pessoas não envolvidas e não anuentes com a operação. Ae-
ronaves com peso máximo de decolagem de até 250g estão dispensadas
dessa exigência.

9
Orientações para usuários de drones

• Não é permitido operar drones sob efeito de substâncias psicoativas e to-


dos os operadores estão sujeitos às regras quanto ao uso de álcool e de
drogas constantes do item 91.17 do Regulamento Brasileiro de Homolo-
gação Aeronáutica (RBHA 91).
• Portar a certidão de cadastro nas operações com aeronaves com peso
máximo de decolagem acima de 250g.
Para operar drones é necessário também seguir as regras da ANATEL e de
utilização do espaço aéreo do DECEA.

10
Orientações para usuários de drones

2. RPA Classe 3 (peso máximo de decolagem até 25 kg)


Para operar RPA Classe 3 de até 25 kg é necessário atender aos seguintes requisitos:
• Idade mínima de 18 anos para pilotar ou auxiliar a operação como observador.
• Somente os equipamentos com peso máximo de decolagem acima de
250g precisam ser cadastrados na ANAC por meio do Sistema de Aerona-
ves não Tripuladas (SISANT), disponível em: sistemas.anac.gov.br/sisant.
• O cadastro vai gerar uma identificação que deverá ser confeccionada em
material não inflamável, ser legível e ficar acessível na aeronave.
• Pilotos não precisam de documento emitido pela ANAC e são considera-
dos devidamente licenciados, caso não pretendam voar acima de 400 pés.
• Só é permitido operar um único sistema de RPA por vez.
• É obrigatório possuir seguro com cobertura de danos a terceiros para pilo-
tar aeronaves com peso máximo de decolagem superior a 250g.
• Fazer uma avaliação de risco operacional para operações com aeronaves
com peso máximo de decolagem superior a 250g.
• É permitida a troca do piloto remoto em comando durante a operação.
• Não é necessário registrar os voos.
• Operar apenas em áreas distantes de terceiros (no mínimo 30 metros ho-
rizontais). Essa restrição está dispensada caso haja anuência das pessoas
próximas à operação ou exista uma barreira mecânica capaz de isolar e
proteger as pessoas não envolvidas e não anuentes com a operação. Ae-
ronaves com peso máximo de decolagem de até 250g estão dispensadas
dessa exigência.
• As operações só poderão ser iniciadas se houver autonomia suficiente da
aeronave para realizar o voo e para pousar em segurança no local previsto,
levando-se em conta as condições meteorológicas conhecidas.
• Não é permitido operar drones sob efeito de substâncias psicoativas e to-
dos os operadores estão sujeitos às regras quanto ao uso de álcool e de
drogas constantes do item 91.17 do Regulamento Brasileiro de Homolo-
gação Aeronáutica RBHA 91.

11
Orientações para usuários de drones

• Portar a certidão de cadastro junto a ANAC, o seguro, a avaliação de risco


e o manual de voo do equipamento nas operações com aeronaves com
peso máximo de decolagem acima de 250g.

Requisitos adicionais para voar com RPA além da linha de visada


visual (BVLOS) ou acima de 400 pés (120m) acima do nível do solo
• Obter registro junto à ANAC e portar um Certificado de Aeronavegabili-
dade Especial RPA (CAER) para cada equipamento que vá operar além da
linha de visada visual (BVLOS) ou acima de 400 pés (120m). Nesse caso, o
proprietário deverá solicitar ao fabricante uma declaração de que aque-
le sistema de RPA específico está de acordo com projeto autorizado pela
ANAC. Essa declaração deve ser apresentada no momento da solicitação
de emissão do certificado. O sistema de RPA será previamente inspeciona-
do pela ANAC para registro e emissão do CAER.
IMPORTANTE! Em situações específicas ou no caso de aeronaves com
propósitos experimentais, o CAER pode ser substituído por um Certifi-
cado de Autorização de Voo Experimental (CAVE) ou uma Autorização
Especial de Voo (AEV).
• Realizar todos os procedimentos específicos recomendados pelo fabrican-
te no manual de manutenção e registrá-los em cadernetas apropriadas.
• Possuir e portar licença e habilitação emitidos pela ANAC, apenas se for
operar acima de 400 pés acima do nível do solo.
Para operar drones é necessário também seguir as regras da ANATEL e de
utilização do espaço aéreo do DECEA.

12
Orientações para usuários de drones

Como fazer o cadastro


O cadastro no Sistema de Aeronaves não Tripuladas (SISANT) é obrigatório para aero-
naves não tripuladas, de uso recreativo (aeromodelo) ou não recreativo (RPA), com peso
máximo de decolagem superior a 250g e limitado a 25kg e que não voará além da linha
de visada visual (BVLOS) ou acima de 400 pés (120 metros) acima do nível do solo (AGL).
O SISANT está disponível em: sistemas.anac.gov.br/sisant.
Deve ser feito 1 (um) cadastro por aeronave e cada equipamento deve estar vincula-
do a uma pessoa ou empresa no Brasil, que será a responsável legal pela aeronave.

• Para cadastrar é necessário informar os dados pessoais (nome, endereço, CPF, e-mail),
os dados de pessoa jurídica (CNPJ), quando for o caso, os dados da aeronave (nome,
modelo, fabricante, número de série e foto que identifique a aeronave) e escolher
uma combinação de nove dígitos, que será o número da identificação do equipa-
mento. O SISANT indicará automaticamente os prefixos PP (aeronaves não tripuladas
de uso não recreativo) e PR (aeronave não tripuladas de uso recreativo - aeromo-
delos). Essa identificação deverá ser confeccionada em material não inflamável, ser
legível e ficar acessível na aeronave.
• Depois de preencher todas as informações solicitadas, o SISANT vai gerar uma certi-
dão de cadastro, que é um documento de porte obrigatório em todas as operações.
É admitido o porte digital do documento.
• O cadastro tem validade de 24 meses e pode ser revalidado em até seis meses. Pas-
sado esse prazo sem a revalidação, o mesmo será desativado e será necessário fazer
um novo cadastro para o equipamento.
• Ao acessar o SISANT, você poderá consultar o manual para cadastramento ao clicar
no ícone “Ajuda”.

IMPORTANTE! As demais RPA (da Classe 3 que operem acima de 400 pés ou da linha
de visada visual - BVLOS e todas das Classe 1 e 2) devem ser registradas na Agência e
identificadas com suas marcas de nacionalidade e matrícula em conformidade com o
RBAC-E nº 94.

13
Orientações para usuários de drones

Foto para o cadastro no SISANT


Na foto, a aeronave deverá conter características que permitam às autoridades iden-
tificá-las durante uma fiscalização. Essas características podem ser marcas produzidas
pelo próprio dono do drone, o número de série do equipamento ou qualquer outro sinal
que atue como diferenciador daquela aeronave em relação a equipamentos semelhan-
tes. Além disso, a ANAC recomenda que não sejam utilizadas fotografias padrão de aero-
naves de forma a evitar que o drone seja facilmente clonado. Confira exemplos de fotos
adequadas ou não para o cadastro do equipamento:

A foto ao lado é recomendável


porque contém marca persona-
lizada que permite relacionar o
equipamento ao proprietário ou
ao operador.
Foto meramente exemplificativa

Foto meramente exemplificativa

A foto ao lado também é reco-


mendável porque possui um des-
taque do código de barras da ae-
ronave que permite identificá-la
durante a fiscalização.

Foto meramente exemplificativa – este código de


barras não pertence a esta aeronave

A foto ao lado não é recomen-


dável porque não possui nada
que permita distinguir o equipa-
mento de algum outro de mes-
mo modelo e fabricante.

14
Orientações para usuários de drones

3. RPA Classe 2 (peso máximo de decolagem maior que 25kg e até


150 kg)
Para operar RPA Classe 2 (peso máximo de decolagem maior que 25kg e até
150kg) é necessário:
• Ter no mínimo 18 anos de idade para pilotar ou auxiliar a operação como
observador.
• Possuir seguro com cobertura de danos a terceiros.
• Fazer uma avaliação de risco operacional (IS-ANAC nº E94-003).
• Operar apenas em áreas distantes de terceiros (no mínimo 30 metros ho-
rizontais). Essa restrição está dispensada caso haja anuência das pessoas
próximas à operação ou exista uma barreira mecânica capaz de isolar e
proteger as pessoas não envolvidas e não anuentes com a operação.
• Operar apenas um único sistema de RPA por vez.
• É possível trocar o piloto remoto em comando durante a operação.
• As operações só poderão ser iniciadas se houver autonomia suficiente da
aeronave para realizar o voo e para pousar em segurança no local previsto,
levando-se em conta as condições meteorológicas conhecidas.
• Obter registro junto à ANAC e um Certificado de Aeronavegabilidade
Especial RPA (CAER). Nesse caso, o proprietário deverá solicitar ao fabri-
cante uma declaração de que aquele sistema de RPA específico está de
acordo com projeto autorizado pela ANAC. Essa declaração deve ser apre-
sentada no momento da solicitação de emissão do certificado. O sistema
de RPA será previamente inspecionado pela ANAC para registro e emissão
do CAER.
IMPORTANTE! Em situações específicas ou no caso de aeronaves com
propósitos experimentais, o CAER pode ser substituído por um Certifi-
cado de Autorização de Voo Experimental (CAVE) ou uma Autorização
Especial de Voo (AEV).

15
Orientações para usuários de drones

• Portar o certificado de marca experimental ou o certificado de matrícu-


la, o certificado de aeronavegabilidade válido, o comprovante do segu-
ro, a avaliação de risco, o manual de voo do equipamento, a licença e a
habilitação emitidos pela ANAC, bem como o Certificado Médico Aero-
náutico (CMA) de 1ª, 2ª ou 5ª classe concedidos pela ANAC ou de 3ª classe
expedido pelo Comando da Aeronáutica.
• Registrar todos os voos.
• Realizar todos os procedimentos específicos recomendados pelo fabrican-
te no manual de manutenção e registrá-los em cadernetas apropriadas. A
manutenção, a manutenção preventiva, os reparos ou as alterações e as
aprovações para o retorno ao serviço devem ser feitas pelo fabricante ou
por organização de manutenção credenciada pelo fabricante ou, ainda,
por pessoa qualificada e devidamente treinada pelo fabricante ou institui-
ção credenciada pelo fabricante.
Para operar drones é necessário também seguir as regras da ANATEL e de
utilização do espaço aéreo do DECEA.

16
Orientações para usuários de drones

4. RPA Classe 1 (peso máximo de decolagem maior que 150 kg)


Para operar RPA Classe 1 (peso máximo de decolagem maior que 150kg) é ne-
cessário:
• Ter no mínimo 18 anos de idade para pilotar ou auxiliar a operação como
observador.
• Possuir seguro com cobertura de danos a terceiros.
• Fazer uma avaliação de risco operacional (IS-ANAC nº E94-003).
• Operar apenas em áreas distantes de terceiros (no mínimo 30 metros ho-
rizontais). Essa restrição está dispensada caso haja anuência das pessoas
próximas à operação ou exista uma barreira mecânica capaz de isolar e
proteger as pessoas não envolvidas e não anuentes com a operação.
• Operar apenas um único sistema de RPA por vez.
• É possível trocar o piloto remoto em comando durante a operação.
• As operações só poderão ser iniciadas se houver autonomia suficiente da
aeronave para realizar o voo e para pousar em segurança no local previsto,
levando-se em conta as condições meteorológicas conhecidas.
• Obter registro junto à ANAC e um Certificado de Aeronavegabilidade (CA)
padrão ou restrito. Nesse caso, o proprietário deverá seguir todos os pro-
cedimentos estabelecidos no RBAC nº21.
IMPORTANTE! Em situações específicas ou no caso de aeronaves com
propósitos experimentais, o CA padrão ou restrito pode ser substituí-
do por um Certificado de Autorização de Voo Experimental (CAVE) ou
uma Autorização Especial de Voo (AEV).
• Executar uma Inspeção Anual de Manutenção (IAM) no sistema de RPA a
cada 12 meses. O proprietário ou operador deve apresentar à ANAC uma
Declaração de Inspeção Anual de Manutenção (DIAM) para o referido siste-
ma de RPA, atestando sua condição de aeronavegabilidade. A manutenção,
a manutenção preventiva, os reparos ou as alterações devem ser executados
como estabelecido nos requisitos aplicáveis Subparte G do RBAC-E nº 94 e
em outras regulamentações aplicáveis, incluindo o RBAC nº 43.

17
Orientações para usuários de drones

• Portar o certificado de marca experimental ou o certificado de matrícu-


la, o certificado de aeronavegabilidade válido, o comprovante do segu-
ro, a avaliação de risco, o manual de voo do equipamento, a licença e a
habilitação emitidos pela ANAC, bem como o Certificado Médico Aero-
náutico (CMA) de 1ª, 2ª ou 5ª classe concedidos pela ANAC ou de 3ª classe
expedido pelo Comando da Aeronáutica.
• Registrar todos os voos.
• Realizar todos os procedimentos específicos recomendados pelo fabrican-
te no manual de manutenção e registrá-los em cadernetas apropriadas. A
manutenção, a manutenção preventiva, os reparos ou as alterações e as
aprovações para o retorno ao serviço devem ser feitas pelo fabricante ou
por organização de manutenção credenciada pelo fabricante ou, ainda,
por pessoa qualificada e devidamente treinada pelo fabricante ou institui-
ção credenciada pelo fabricante.
Para operar drones é necessário também seguir as regras da ANATEL e de
utilização do espaço aéreo do DECEA.

18
Orientações para usuários de drones

Perguntas frequentes
Para realizar uma operação com aeronaves não tripuladas (aeromodelos e
RPA) é necessário seguir apenas à norma da ANAC?
Não. É preciso consultar e seguir também os requisitos do DECEA e da ANATEL.
Em alguns casos específicos, devem ainda ser respeitadas regras publicadas pelo
Ministério da Defesa.

As aeronaves não tripuladas (aeromodelos e RPA) podem pousar e decolar


de qualquer lugar?
Não. Pousos e decolagens podem ser realizados sob total responsabilidade
do piloto remoto em comando e/ou do operador apenas em áreas distantes de
terceiros (mínimo de 30 metros horizontais) ou em áreas próximas a pessoas
anuentes com as operações e desde que não haja proibição de operação no lo-
cal escolhido. A operação de aeronaves não tripuladas em aeródromos deve ser
autorizada pelo operador aeroportuário. Em situações especiais não previstas no
regulamento, as operações em determinada área poderão ser proibidas.

IMPORTANTE! As aeronaves com peso máximo de decolagem até 250g e os


órgãos de segurança pública, de polícia, de fiscalização tributária e aduaneira,
de combate a vetores de transmissão de doenças, de defesa civil e/ou do corpo
de bombeiros, ou de operador a serviço de um desses, não precisam observar as
restrições das áreas distantes de terceiros para pouso e decolagem.

Quais são as regras de operação para aeronaves não tripuladas pelos órgãos
acima citados?
As operações de RPA por esses órgãos ou de operador a serviço deles são per-
mitidas pela ANAC sem observar os critérios de distanciamento das áreas distan-
tes de terceiros, desde que sob total responsabilidade do órgão ou operador e de
acordo com as regras de utilização do espaço aéreo estabelecidas pelo DECEA.
Para cada modalidade de operação deverá haver avaliação de risco operacio-
nal. Aeronaves não tripuladas pertencentes a entidades controladas pelo Estado
não são obrigadas a possuir seguro com cobertura de danos a terceiros.
Operações de outras entidades ou órgãos controlados pelo Estado deverão
possuir autorização expressa da ANAC para se enquadrarem nessas regras.

19
Orientações para usuários de drones

Quais operações estão proibidas com o novo regulamento?


São proibidas operações de aeronaves não tripuladas completamente au-
tônomas (que não permitem qualquer tipo de intervenção de piloto remoto),
operações que coloquem em risco vidas ou propriedades de terceiros e opera-
ções para transporte de pessoas, animais e artigos perigosos ou carga vedada
por autoridades competentes.

IMPORTANTE! Não estão proibidas as operações automatizadas, nas quais o


piloto remoto pode intervir no voo a qualquer tempo.

O que não se pode transportar nas aeronaves não tripuladas?


Não podem ser transportados pessoas, animais, artigos perigosos (RBAC
nº 175) e outros itens proibidos por autoridades competentes. Artigos perigo-
sos poderão ser transportados quando destinados a lançamentos relacionados
a atividades de agricultura e de horticultura, florestais ou outras definidas pelo
novo regulamento.
Poderão ser transportados equipamentos eletrônicos que contenham bateria
de lítio necessária para seu funcionamento, desde que para uso durante o voo,
tais como câmeras fotográficas, filmadoras, computadores etc. Artigos perigosos
requeridos para operação do equipamento também poderão ser transportados.
As regras referentes aos artigos perigosos não se aplicam aos drones contro-
lados pelo Estado (sob total responsabilidade das entidades e em cumprimento
ao RBAC nº 175).

Quais os documentos de porte obrigatório durante as operações?


Os documentos listados nos itens 1, 2, 3 e 4 desta publicação.

IMPORTANTE! Outros documentos poderão ser necessários de acordo com


o DECEA, ANATEL e outros órgãos competentes. Consulte as normas do DECEA e
da ANATEL sobre o assunto.

20
Orientações para usuários de drones

Quando é necessário obter outorga da ANAC para prestação de serviços


com aeronaves não tripuladas?
A outorga de Serviços Aéreos Públicos Especializados (SAE) é necessária ape-
nas para empresas que utilizarem RPA Classe 1 (com peso de decolagem maior
que 150 kg) em operações comerciais. Nesses casos, aplica-se a Resolução ANAC
nº 377/2016, pela qual é necessário entrar com processo de obtenção da outor-
ga junto à Agência.

A ANAC aprova ou autoriza a importação de aeronaves não tripuladas?


Não. A ANAC não emite autorizações ou licenças relacionadas à importação
de aeronaves não tripuladas, seja para aeromodelismo ou uso profissional, es-
tando os critérios de importação sob responsabilidade das autoridades aduanei-
ras. As aprovações e autorizações emitidas pela ANAC para sistema de RPA são
exclusivamente relacionadas a seu projeto, registro e operação.
Como será feita a fiscalização das operações?
Por parte da ANAC, a fiscalização será incluída no programa de vigilância
continuada e as denúncias recebidas serão apuradas na esfera administrativa de
atuação da Agência, de acordo com as sanções previstas no Código Brasileiro de
Aeronáutica (Lei nº 7.565/86).
Os órgãos de segurança pública farão a fiscalização nas esferas civil e penal.
Outros órgãos farão a fiscalização de acordo com os aspectos relacionados
às suas competências, como utilização do espaço aéreo (DECEA), e de radiofre-
quência (ANATEL).

Quais são as penalidades previstas pela ANAC?


Irregularidades em relação ao cumprimento da norma da Agência são passí-
veis de sanções previstas no Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei nº 7.565/86). A
descrição das infrações e das penalidades pode ser consultada na Resolução ANAC
nº 25/2008. Cautelarmente, a ANAC poderá suspender temporariamente as ope-
rações nos casos de suspeita ou de evidência de descumprimento do regula-
mento que impactem o nível de risco da operação.

21
Orientações para usuários de drones

Quais as penalidades previstas por outros órgãos?


Outras sanções também estão previstas nas legislações referentes às respon-
sabilizações nas esferas civil, administrativa e penal, com destaque à inviolabili-
dade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas.
O Código Penal prevê, em seu Art. 261, pena de reclusão de dois a cinco anos
para quem expuser a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou pra-
ticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial
ou aérea.
O Código Penal também tipifica a exposição de pessoas a risco, em seu Art.
132, que prevê pena de detenção de três meses a um ano (ou mais se o crime
for considerado mais grave) nos casos em que se coloquem em perigo direto ou
iminente a vida ou à saúde terceiros.
Pelo Art. 33 do Decreto-Lei das Contravenções Penais, dirigir aeronave sem
estar devidamente licenciado pode gerar pena de prisão simples (quinze dias a
três meses) e pagamento de multa. Pelo Art. 35 do mesmo Decreto-lei, praticar
acrobacias ou fazer voos baixos, fora da zona permitida em lei, bem como fazer
descer a aeronave fora de lugares destinados a essa finalidade, também pode
gerar prisão simples (15 dias a três meses) e multa.
Outras sanções poderão ser aplicadas conforme regras de outros órgãos pú-
blicos como a ANATEL, o DECEA e o Ministério da Defesa.

22
Orientações para usuários de drones

24
Regras da ANAC para uso de drones entram em vigor
Norma cria condições para operações mais seguras

Brasília, 2 de maio de 2017 – A Diretoria Colegiada da ANAC aprovou, nesta terça-feira (02/05), o
regulamento especial para utilização de aeronaves não tripuladas, popularmente chamadas de drones. A
norma (Regulamento Brasileiro de Aviação Civil Especial – RBAC –E nº 94) estará publicada no Diário Oficial
da União desta quarta-feira (03/05).
O objetivo é tornar viáveis as operações desses equipamentos, preservando-se a segurança das
pessoas. A instituição das regras também contribuirá para promover o desenvolvimento sustentável
e seguro para o setor.
O normativo foi elaborado levando-se em conta o nível de complexidade e de risco envolvido nas opera-
ções e nos tipos de equipamentos. Alguns limites estabelecidos no novo regulamento seguem definições de
outras autoridades de aviação civil como Federal Aviation Administration (FAA), Civil Aviation Safety Authority
(CASA) e European Aviation Safety Agency (EASA), reguladores dos Estados Unidos, Austrália e da União Euro-
peia, respectivamente.
A partir de agora, as operações de aeronaves não tripuladas (de uso recreativo, corporativo, comercial
ou experimental) devem seguir as novas regras da ANAC, que são complementares aos normativos de ou-
tros órgãos públicos como o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e da Agência Nacional
de Telecomunicações (ANATEL).
O regulamento sobre aeronaves não tripuladas foi amplamente discutido com a sociedade, associações
e empresas interessadas, bem como com outros órgãos públicos. Foram realizados dois workshops e téc-
nicos da Agência participaram de diversos eventos. A proposta ficou em audiência pública (AP nº 13/2015)
por 60 dias, com sessão presencial. Foram recebidas 277 contribuições.

Assessoria de Comunicação Social da ANAC


Gerência Técnica de Relações com a Imprensa
Telefones: (61) 3314-4491 / 4493 / 4494 / 4496 / 4498 / 4642
Plantão de Imprensa: (61) 99112-8099
E-mail: jornalismo@anac.gov.br
www.anac.gov.br
O novo regulamento da ANAC dividiu as aeronaves não tripuladas em aeromodelos, drones usa-
dos para fins recreativos, e aeronaves remotamente pilotadas (RPA), drones utilizados para operações co-
merciais, corporativas ou experimentais.

DRONES
O termo” drone” é utilizado popularmente para descrever qualquer aeronave (ou mesmo outro tipo de veículo) que
possua alto grau de automatismo. No entanto, como não há uma definição formal para o termo, a regulamentação
da Agência não utiliza essa nomenclatura, mas sim “aeromodelos” e “aeronaves remotamente pilotadas” (RPA). O
que diferencia essas duas categorias de drones é a sua finalidade:

Aeromodelo Aeronave Remotamente Pilotada (RPA)


É toda aeronave não tripulada É uma aeronave não tripulada pilotada
com finalidade de recreação. a partir de uma estação de pilotagem re-
mota que tenha qualquer outra finalidade
que não seja recreativa, tais como comer-
cial, corporativa e experimental.

Pela regra geral, os drones com mais de 250g só poderão voar em áreas distantes de terceiros (no míni-
mo 30 metros horizontais), sob total responsabilidade do piloto operador e conforme regras de utilização
do espaço aéreo do DECEA. Caso exista uma barreira de proteção entre o equipamento e as pessoas a
distância especificada não precisa ser observada.
Para voar com drones com mais de 250g perto de pessoas é necessário que elas concordem previa-
mente com a operação, ou seja, a pessoa precisa saber e concordar com o voo daquele equipamento nas
proximidades onde se encontra.
IMPORTANTE!
As operações totalmente autônomas desses equipamentos, ou seja, naquelas onde o piloto remoto
não é capaz de intervir, continuam proibidas no país. Essas operações diferem-se das automatizadas, nas
quais o piloto remoto pode interferir em qualquer ponto.

Classificação de drones
Os drones de uso comercial, corporativo ou experimental (RPA) foram categorizadas em três classes, de
acordo com o peso máximo de decolagem do equipamento.

Peso Máximo
Classe de Decolagem Exigências de Aeronavegabilidade

A regulamentação prevê que equipamentos desse


porte sejam submetidos a processo de certificação
similar ao existente para as aeronaves tripuladas,
Classe 1 Acima de 150kg promovendo ajustes dos requisitos de certificação ao
caso concreto. Esses drones devem ser registrados no
Registro Aeronáutico Brasileiro e identificados com
suas marcas de nacionalidade e matrícula.

O regulamento estabelece os requisitos técnicos que


devem ser observados pelos fabricantes e determina
Acima de 25 kg
que a aprovação de projeto ocorrerá apenas uma vez.
Classe 2 e abaixo ou
Além disso, esses drones também devem ser regis-
igual a150 kg
trados no Registro Aeronáutico Brasileiro e identifica-
dos com suas marcas de nacionalidade e matrícula.

A norma determina que as RPA Classe 3 que operem


além da linha de visada visual (BVLOS) ou acima de
400 pés (120m) deverão ser de um projeto autoriza-
do pela ANAC e precisam ser registradas e identifica-
das com suas marcas de nacionalidade e matrícula.
Drones dessa classe que operarem em até 400 pés
Abaixo ou (120m) acima da linha do solo e em linha de visada
Classe 3 igual a 25 kg visual (operação VLOS) não precisarão ser de projeto
autorizado, mas deverão ser cadastradas na ANAC
por meio do sistema SISANT, apresentando informa-
ções sobre o operador e sobre o equipamento.
Os drones com até 250g não precisam ser cadastra-
dos ou registrados, independentemente de sua
finalidade (uso recreativo ou não).

Idade mínima para pilotagem


Para pilotar aeronaves não tripuladas RPA, os pilotos remotos e observadores (que auxiliam o piloto
remoto sem operar o equipamento) devem ter no mínimo 18 anos. Para pilotar aeromodelos não há limite
mínimo de idade.
Cadastro
O cadastro dos drones (aeromodelos ou RPA Classe 3) com peso
máximo de decolagem superior a 250g é obrigatório e deve ser feito
pelo Sistema de Aeronaves Não Tripuladas (SISANT) da ANAC pelo en-
dereço sistemas.anac.gov.br/sisant. O número de identificação gerado
na certidão de cadastro deve estar acessível na aeronave ou em local
que possa ser facilmente acessado, de forma legível e produzido em
material não inflamável.

Registro de voos
Os voos com aeromodelo e RPA Classe 3 não precisam ser registrados. O voos com as demais aeronaves
não tripuladas devem ser registrados.

Licença, Habilitação e Certificado Médico Aeronáutico


Operadores de aeromodelos e de aeronaves RPA de até 250g são considerados licenciados, sem neces-
sidade de possuir documento emitido pela ANAC desde que não pretendam usar equipamento para voos
acima de 400 pés.
Serão obrigatórias licença e habilitação emitidas pela ANAC apenas para pilotos de operações com
aeronaves não tripuladas RPA das classes 1 (peso máximo de decolagem de mais de 150 kg) ou 2 (mais de
25 kg e até 150 kg) ou da classe 3 (até 25 Kg) que pretendam voar acima de 400 pés.
Pilotos remotos de aeronaves não tripuladas RPA das classes 1 (mais de 150 kg) e 2 (mais de 25 kg e até
150 kg) deverão possuir ainda o Certificado Médico Aeronáutico (CMA) emitido pela ANAC ou o CMA de
terceira classe do DECEA.
Saiba mais
Operação BVLOS – Operação na qual o piloto não consegue manter o drone dentro de seu alcance visual,
mesmo com a ajuda de um observador.
Operação VLOS – Operação na qual o piloto mantém o contato visual direto com o drone (sem auxílio de
lentes ou outros equipamentos).
Operação EVLOS – Operação na qual o piloto remoto só é capaz de manter contato visual direto com o drone
com auxílio de lentes ou de outros equipamentos e precisa do auxílio de observadores de drone.

BVLOS VLOS EVLOS


Documentos obrigatórios durante as operações
Nas operações realizadas com aeronaves não tripuladas (aeromodelos e RPA) com
peso máximo de decolagem superior a 250g, os operadores deverão portar documen-
tos obrigatórios. Dentre eles estão o manual de voo, documento de avaliação de risco e
apólice de seguro. Leia mais sobre os documentos exigidos pela ANAC para cada uma das
classes no guia de Perguntas frequentes.

IMPORTANTE!
Mais documentos poderão ser necessários de acordo com outros órgãos competentes. Consulte as nor-
mas do DECEA e da ANATEL sobre o assunto.

Seguro
É obrigatório possuir seguro com cobertura contra danos a terceiros nas ope-
rações de aeronaves não tripuladas de uso não recreativo acima de 250g (exceto
as operações de aeronaves pertencentes a entidades controladas pelo Estado).

Transporte de cargas
Não podem ser transportados pessoas, animais, artigos perigosos (RBAC nº 175/2009) e outras cargas
proibidas por autoridades competentes. Artigos perigosos poderão ser transportados quando destinados
a lançamentos relacionados a atividades de agricultura, horticultura, florestais ou outras definidas pelo
novo regulamento.
Poderão ser transportados equipamentos eletrônicos que contenham baterias de lítio necessárias para
seu funcionamento, desde que sejam destinadas para uso durante o voo, tais como câmeras fotográficas,
filmadoras, computadores etc. Artigos perigosos requeridos para operação do equipamento também po-
derão ser transportados.As regras referentes aos artigos perigosos não se aplicam aos drones controlados
pelo Estado (sob total responsabilidade das entidades e em cumprimento ao RBAC nº 175/2009).
Uso de drones por órgãos de segurança pública
As operações de drone por órgãos de segurança pública, de polícia, de fisca-
lização tributária e aduaneira, de combate a vetores de transmissão de doenças
de defesa civil e do corpo de bombeiros, ou de operador a serviço de um desses,
são permitidas pela ANAC sem observar os critérios de distanciamento das áreas
distantes de terceiros. Essas operações devem ocorrer sob total responsabilidade
do órgão ou operador e possuir avaliação de risco operacional. Devem também
obedecer as regras de utilização do espaço aéreo estabelecidas pelo DECEA.

Locais de pousos e decolagens de drones


Pousos e decolagens também podem ser feitos em áreas distantes de terceiros e desde que não haja
proibição de operação no local escolhido. A operação de aeronaves não tripuladas em aeródromos só
pode ocorrer se for expressamente autorizada pelo operador aeroportuário, podendo a ANAC estabelecer
condições específicas.

Fiscalização
Os órgãos de segurança pública farão a fiscalização de drones no dia-a-dia. Casos de
infrações configuradas como contravenção penal ou crime serão tratados por esses ór-
gãos. Por parte da ANAC, a fiscalização será incluída no programa de vigilância conti-
nuada e as denúncias recebidas serão apuradas administrativamente de acordo com as
sanções previstas no Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei nº 7.565/86).
Outros órgãos farão a fiscalização de acordo com os aspectos relacionados às suas com-
petências, como utilização do espaço aéreo (DECEA) e de radiofrequência (ANATEL).

Penalidades previstas pela ANAC


Irregularidades em relação ao cumprimento da norma são passíveis de sanções previstas no Código
Brasileiro de Aeronáutica (Lei nº 7.565/86). A descrição das infrações e das penalidades pode ser consul-
tada na Resolução nº 25/2008. Cautelarmente, a ANAC poderá suspender temporariamente as operações
nos casos de suspeita ou evidência de descumprimento do regulamento que impactem o nível de risco da
operação.

Penalidades previstas por outros órgãos


Outras sanções também estão previstas nas legislações referentes às responsabilizações nas esferas
civil, administrativa e penal, com destaque à inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da
imagem das pessoas.
O Código Penal prevê, em seu Art. 261, prevê pena de reclusão de dois a cinco anos para quem expuser
a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou difi-
cultar navegação marítima, fluvial ou aérea.
O Código Penal também tipifica a exposição de pessoas a risco, em seu Art. 132, que prevê pena de
detenção de três meses a um ano (ou mais se o crime for considerado mais grave) nos casos em que se
coloquem em perigo direto ou iminente a vida ou à saúde terceiros.
Pela Lei das Contravenções Penais, dirigir aeronave sem estar devidamente licenciado pode gerar pena
de prisão simples (quinze dias a três meses) e pagamento de multa. Pelo Art. 35 da mesma lei, praticar
acrobacias ou fazer voos baixos, fora da zona permitida em lei, bem como fazer descer a aeronave fora de
lugares destinados a essa finalidade, também pode gerar prisão simples (15 dias a três meses) e multa.
Outras penalidades poderão ser aplicadas conforme regras de outros órgãos públicos como a ANATEL,
o DECEA e o Ministério da Defesa.

Resumo da regulamentação da ANAC


RPAS Classe 1 RPAS Classe 2 RPAS Classe 3 Aeromodelos

BVLOS: Sim
Registro da aeronave? Sim Sim Sim 1
VLOS: Sim 1
Aprovação ou autoriza- Apenas BVLOS ou acima
Sim Sim2 Não
ção do projeto? de 400 pés 2

Limite de idade para


Sim Sim Sim Não
operação?

Certificado médico? Sim Sim Não Não

Apenas para operações Apenas para operações


Licença e habilitação? Sim Sim
acima de 400 pés acima de 400 pés

A distância da aeronave não tripulada NÃO poderá ser inferior a 30 metros horizontais de pessoas não
envolvidas e não anuentes com a operação. O limite de 30 metros não precisa ser observado caso haja
uma barreira mecânica suficientemente forte para isolar e proteger as pessoas não envolvidas e não
Local de operação
anuentes. Esse limite não é aplicável para operações por órgão de segurança pública, de polícia, de
fiscalização tributária e aduaneira, de combate a vetores de transmissão de doenças, de defesa civil e/ou
do corpo de bombeiros, ou operador a serviço de um destes.

1 Todos os aeromodelos acima de 250 gramas e RPA entre 250 gramas e 25 kg que se destinem a operações na linha de visada visual (VLOS)
até 400 pés acima do nível do solo, devem ser cadastrados por meio de ferramenta online disponível no endereço https://sistemas.anac.gov.br/sisant.
2 Para todos os RPAS Classe 2 e os RPAS Classe 3 que se destinam a operações além da linha de visada visual (BVLOS) ou acima de 400 pés, o fabricante
pode optar pelo processo de certificação de tipo estabelecido no RBAC nº 21 ou pela autorização de projeto na Subparte E do RBAC-E nº 94.

Mais informações
Perguntas Frequentes
www.anac.gov.br/drones
Orientações para Usuários de Drones
Página sobre drones do Ministério de Transportes, Portos e Aviação Civil
INSTRUÇÃO SUPLEMENTAR - IS
IS Nº E94.503-001
Revisão A
Aprovado por: Portaria nº 1.479/SAR, de 2 de maio de 2017.
Assunto: Emissão de Certificado de Autorização de Voo Origem: SAR/GTPN
Experimental para Aeronaves Remotamente
Pilotadas.

1 OBJETIVO

1.1.1 Esta Instrução Suplementar – IS tem o objetivo de orientar a emissão de Certificado de


Autorização de Voo Experimental – CAVE com base no Regulamento Brasileiro da Aviação
Civil Especial n° 94 – RBAC-E 94 para Aeronaves Remotamente Pilotadas (Remotely-
Piloted Aircraft – RPA).

2 REVOGAÇÃO

2.1.1 Esta IS cancela e substitui a IS 21-002A, de 4 de outubro de 2012.

3 FUNDAMENTOS

3.1.1 A Lei 7.565/86 (Código Brasileiro de Aeronáutica - CBAer) estabelece, no parágrafo único
do seu Art. 20, que "Pode a autoridade aeronáutica, mediante regulamento, estabelecer as
condições para voos experimentais, realizados pelo fabricante de aeronave, assim como para
os voos de translado".

3.1.2 A mesma Lei determina, no seu Art. 119, que "As aeronaves em processo de homologação,
as destinadas à pesquisa e desenvolvimento para fins de homologação e as produzidas por
amadores estão sujeitas à emissão de certificados de autorização de voo experimental e de
marca experimental".

3.1.3 A Resolução nº 30, de 21 de maio de 2008, considerando a redação dada pela Resolução n°
162, de 20 de julho de 2010, estabelece, em seu art. 14, que a ANAC pode emitir IS para
esclarecer, detalhar e orientar a aplicação de requisito previsto em RBAC.

3.1.4 O art. 14 da Resolução nº 30, de 21 de maio de 2008, modificado pela Resolução n° 162, de
20 de julho de 2010, também determina, em seu § 1°, que o administrado que pretenda, para
qualquer finalidade, demonstrar o cumprimento de requisito previsto em RBAC poderá
adotar os meios e procedimentos previamente especificados em IS ou apresentar meio ou
procedimento alternativo devidamente justificado, exigindo-se, nesse caso, a análise e
concordância expressa do órgão competente da ANAC. O § 2° do mesmo artigo estabelece
que o meio ou procedimento alternativo deve garantir nível de segurança igual ou superior
ao estabelecido pelo requisito aplicável ou concretizar o objetivo do procedimento
normalizado em IS.

3.1.5 Considerando o exposto nesta seção, esta IS objetiva detalhar e orientar a aplicação da seção
E94.503 do RBAC-E 94 visando à emissão de um Certificado de Autorização de Voo
Experimental para uma Aeronave Remotamente Pilotada.
Origem: SAR/GTPN 1/14
Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS Nº E94.503-001
Revisão A

4 DEFINIÇÕES

4.1.1 Componente crítico: Aquele que possui limite de utilização para revisão, substituição, teste
e/ou calibração previstos no programa de manutenção do fabricante. Estes limites podem ser
estipulados em horas de utilização, número de pousos ou de ciclos, tempo calendárico,
métodos estatísticos de controle ou quaisquer outros métodos de controle predefinidos e
aprovados; podem ser propostos pelos fabricantes (inicialmente e de forma conservadora)
ou pelos operadores (em função de suas operações específicas, desde que sejam tão ou mais
conservadores de que os do fabricante), com a necessária aprovação e o acompanhamento
da ANAC.

4.1.2 Fabricante: Pessoa ou organização que manufatura o sistema de aeronave remotamente


pilotada (Remotely-Piloted Aircraft System – RPAS), criando-o a partir de componentes e
peças. Pode ou não ter projetado o RPAS.

4.1.3 Operador: Pessoa, órgão ou empresa dedicada à operação de RPAS.

4.1.4 Recuperação de emergência: conjunto de funções e procedimentos que objetivam conduzir


a Aeronave Remotamente Pilotada até um local de emergência pré-definido e realizar um
pouso seguro ou terminação do voo. Estas funções podem ser comandadas diretamente pelo
piloto remoto ou pré-programadas e disparadas automaticamente.

4.1.5 Requerente: Pessoa que solicita à ANAC e aos outros órgãos governamentais as aprovações
e solicitações necessárias à operação do RPAS. Pode ser o fabricante ou o operador.

4.1.6 Sistema de terminação de voo: sistema que visa o término imediato do voo e a redução da
energia cinética no momento do impacto, mas não necessariamente garante a localização da
queda.

5 DESENVOLVIMENTO DO ASSUNTO

5.1 Geral

5.1.1 Aplicabilidade

Esta IS é aplicável a qualquer pessoa que pretenda obter Certificado de Autorização de Voo
Experimental para uma aeronave remotamente pilotada civil no Brasil.

Conforme estabelecido no RBAC-E 94.501(c), as RPA Classe 3 que se destinam a operações


experimentais em linha de visada visual (Visual Line of Sight - VLOS) até 400 pés acima da
superfície terrestre (Above Ground Level - AGL) não necessitam de CAVE.

5.1.2 Considerações

Considerando limitações constantes do Certificado de Autorização de Voo Experimental, as


operações de RPAS não devem apresentar ou criar um risco maior, enquanto em voo ou em
solo, do que aquele atribuído a operações de aeronaves tripuladas de classe ou categoria
equivalente para pessoas, propriedades, veículos ou outras aeronaves.

Origem: SAR/GTPN 2/14


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS Nº E94.503-001
Revisão A

5.2 Certificado de Autorização de Voo Experimental

5.2.1 O Certificado de Autorização de Voo Experimental – CAVE é o certificado de


aeronavegabilidade que pode ser emitido de acordo com a seção E94.503 do RBAC-E 94
para RPA experimental com os propósitos de pesquisa e desenvolvimento, demonstração de
cumprimento com requisitos, treinamento de piloto remoto e/ou pesquisa de mercado.

5.2.2 O CAVE não se destina à aeronave remotamente pilotada com qualquer outro fim que não
seja considerado experimental pela ANAC. Estas aeronaves devem obter as autorizações ou
certificações de projeto e de aeronavegabilidade, conforme aplicável, de acordo com o
estabelecido nas Subpartes D e E do RBAC-E 94.

5.2.3 O CAVE é emitido para a RPA, mas o modelo da estação de pilotagem remota e outros
componentes do RPAS também serão avaliados e constarão no CAVE.

5.2.4 Emissão e Validade do CAVE

O Certificado de Autorização de Voo Experimental irá conter as condições e limitações


específicas para a operação do RPAS.

O CAVE indicará para qual(is) dos propósitos foi emitido.

O CAVE será emitido com uma validade de 1 ano ou menos, de acordo com o critério que
a ANAC julgue mais adequado para a manutenção da segurança operacional.

5.2.5 Renovação do CAVE

É possível requerer a renovação do CAVE por meio de uma nova solicitação.

Nestes casos, um novo CAVE será emitido de acordo com o mesmo processo detalhado na
subseção 5.3.

A nova solicitação pode referenciar a carta de solicitação anterior nos casos em que as
informações providas anteriormente permanecem válidas.

Modificações nas condições do novo CAVE requerido devem estar claramente identificadas
na solicitação.

5.2.6 Cancelamento ou Suspensão do CAVE

O CAVE poderá ser suspenso caso o registro da aeronave seja cancelado.

Caso o operador não cumpra com as condições e limitações estabelecidas pelo CAVE, ou
com os regulamentos de aviação civil aplicáveis, a ANAC poderá suspender ou cancelar o
CAVE.

5.3 Processo de Emissão do CAVE

5.3.1 O processo de emissão do CAVE é composto pelas seguintes etapas:

a) Pré-requerimento;

b) Solicitação do CAVE;

Origem: SAR/GTPN 3/14


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS Nº E94.503-001
Revisão A

c) Inspeção do RPAS;

d) Registro da RPA;

e) Emissão do CAVE.

5.3.2 Caso a ANAC identifique, em qualquer etapa, algum aspecto que impeça o andamento do
processo de emissão do CAVE, o requerente será informado pela ANAC, declarando as
razões.

5.3.3 Pré-requerimento

É facultado ao requerente fazer contato com a Gerência-Geral de Certificação de Produto


Aeronáutico - GGCP da ANAC antes do envio da solicitação, para apresentação das
características básicas da aeronave para que a ANAC faça uma pré-avaliação e possa dirimir
eventuais dúvidas do requerente.

Antes de enviar a solicitação à ANAC, o requerente deve realizar a reserva das marcas da
RPA por meio do sistema eletrônico disponível no sítio eletrônico da ANAC.

A aeronave deve ser registrada na categoria Privada Experimental - PET ou Pública


Experimental - PEX, conforme apropriado.

5.3.4 Solicitação do CAVE

O requerente deverá solicitar à GGCP, por meio de carta, a emissão de um CAVE, com base
no requisito E94.501 do RBAC-E 94.

Anexo à carta de solicitação, deverão ser incluídas as seguintes informações:

a) Pessoa de contato (nome, endereço, telefone e e-mail);

b) Identificação do(s) propósito(s) da operação experimental;

c) Nome, modelo e número de série da aeronave;

d) Certidão de Reserva de Marcas (no caso de primeiro CAVE para a RPA) ou


Certificado de Marca Experimental (no caso de RPA já registrada);

e) Cópia da Taxa de Fiscalização da Aviação Civil – TFAC referente à emissão do


CAVE e respectivo comprovante de pagamento;

f) Desenho das três vistas da aeronave, com cotas;

g) Fotos da aeronave;

h) Descrição das características físicas (peso, superfícies de comando, tipo de trem de


pouso, configuração aerodinâmica etc.);

i) Nome, modelo e número de série da estação de pilotagem remota;

j) Descrição dos equipamentos de telemetria, lançamento, recuperação e outros,


quando aplicável;

Origem: SAR/GTPN 4/14


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS Nº E94.503-001
Revisão A

k) Descrição dos equipamentos de comunicação usados no enlace de comando e


controle e da carga paga e descrição dos espectros de frequência utilizados, assim
como os documentos requeridos pela Agência Nacional de Telecomunicações –
ANATEL;

NOTA 1 - O requerente deverá consultar a ANATEL para verificar quais são os


documentos necessários para o uso do espectro, dos transceptores, das antenas,
etc (por exemplo, certificado de homologação de transceptor e licença de estação).

l) Descrição dos equipamentos de navegação, quando aplicável;

m) Manual de voo da aeronave (limites, desempenho, procedimentos normais,


anormais e de emergência) e listas de verificação operacionais - check-list (se
aplicável) que contenham todas as informações necessárias para a operação segura
do protótipo;

n) Para o propósito de pesquisa e desenvolvimento, os objetivos da experiência, o


tempo estimado ou número de voos requeridos pela experiência e as áreas sobre as
quais os voos de experiência serão conduzidos;

o) Determinação da altura máxima de operação; e

I- Caso a altura máxima de operação exceda 400 pés AGL, o requerente deve
apresentar os dados que substanciem que esta operação pode ser conduzida
de forma segura, conforme as orientações contidas em B.3.1, B.3.4,
B.3.6(a)(b)(g) e B.3.7 no Apêndice B.

p) Determinação se a operação é em linha de visada visual ou além dela; e

I- Caso a operação seja além da linha de visada visual (Beyond Visual Line
of Sight - BVLOS), o requerente deve apresentar os dados que substanciem
que esta operação pode ser conduzida de forma segura, conforme as
orientações contidas em todo o Apêndice B.

q) Também deverá ser indicado o local e a data a partir da qual a aeronave e a sua
documentação estarão disponíveis para a inspeção física e verificação documental,
respectivamente.

A ANAC poderá solicitar qualquer outra informação que julgar importante para analisar a
capacidade de operação segura do RPAS.

Caso o requerente já tenha previamente obtido um CAVE para uma aeronave do mesmo
modelo (incluindo os demais componentes do RPAS), a nova solicitação pode referenciar a
carta de solicitação anterior nos casos em que as informações providas anteriormente
permanecem válidas.

O requerente também poderá referenciar dados apresentados para a ANAC como parte de
um processo de autorização de projeto de RPAS em andamento ou já concluído.

A ANAC realizará uma avaliação de segurança, baseada na documentação enviada, e, se


necessário, poderá solicitar visitas às instalações do fabricante e poderá ser solicitada
demonstração em voo.

Origem: SAR/GTPN 5/14


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS Nº E94.503-001
Revisão A

O requerente deverá esclarecer à ANAC os itens abertos durante a avaliação de segurança.

5.3.5 Inspeção do RPAS

Após a conclusão positiva da avaliação da solicitação de emissão do CAVE, a ANAC poderá


realizar uma inspeção física no RPAS para determinar a aeronavegabilidade da aeronave e
verificar os demais componentes do RPAS.

Nos casos em que a ANAC dispensar a realização de inspeção do RPAS, ela poderá solicitar
a apresentação de dados adicionais (por exemplo: fotos, registros, etc.).

A ANAC realizará a inspeção de acordo com lista de verificação. A documentação do RPAS


e o próprio RPAS serão inspecionados pela ANAC para:

a) Verificar se as marcas de identificação, de nacionalidade e de matrícula estão de


acordo com a seção E94.303 do RBAC-E 94;

b) Verificar se existem os mecanismos necessários para cumprir com o estabelecido


na subseção 5.4 desta IS;

c) Verificar se o sistema de controle de voo opera adequadamente;

d) Verificar se os motores, hélices e instrumentos associados operam de acordo com


as instruções do fabricante;

e) Verificar se todos os elementos da estação de pilotagem remota operam


apropriadamente como demonstrado por verificações normais de pré-voo;

f) Verificar o peso e balanceamento da aeronave;

g) Verificar se todos os documentos e registros requeridos para a operação do RPAS


foram fornecidos;

h) Verificar se a configuração do sistema foi estabelecida e corresponde à


documentação analisada;

i) Verificar qualquer outro aspecto que a ANAC considere necessário para a


confirmação adequada da aeronavegabilidade do RPAS.

A ANAC, após a realização da inspeção, emitirá o relatório de inspeção contendo as não


conformidades encontradas.

Correção das não conformidades

a) As não conformidades detectadas na documentação ou na inspeção física devem


ser informadas ao requerente visando à regularização. O requerente deve tomar as
providências para saná-las. Caso, por algum motivo, não seja possível ou adequado
eliminar alguma não conformidade, o requerente deverá consultar a ANAC sobre
sua aceitação ou não.

b) O requerente terá um prazo de até 90 (noventa) dias para resolver as pendências


detectadas, caso contrário, deve haver uma nova inspeção.

Origem: SAR/GTPN 6/14


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS Nº E94.503-001
Revisão A

c) As não conformidades são classificadas em:

I- Item Classe I - Não conformidade maior - é aquela que possa afetar a


segurança de voo, incluindo qualquer não cumprimento da seção 21.3 do
RBAC 21, inclusive em casos pontuais; e

II - Item Classe II - Não conformidade menor - é aquela sistêmica ou pontual


que não seja considerada não conformidade maior.

Após a aprovação da RPA nesta etapa, haverá inclusão do parecer da GGCP favorável à
aeronavegabilidade no Sistema de Aviação Civil (de uso interno da ANAC).

5.3.6 Registro da RPA

O registro da aeronave no Registro Aeronáutico Brasileiro - RAB é um pré-requisito


necessário para a emissão de um Certificado de Autorização de Voo Experimental.

A solicitação para registro da RPA deverá ser enviada para o Registro Aeronáutico Brasileiro
juntamente com os dados solicitados na Resolução Nº 293, de 19 de novembro de 2013, ou
documento que venha a substituí-la.

O primeiro registro de uma aeronave no Brasil se chama matrícula.

A matrícula pode ser solicitada concomitantemente à solicitação de CAVE, no entanto, só


será efetuada após a aprovação da RPA no subparágrafo 5.3.5.5.

5.3.7 Emissão do CAVE

O CAVE será emitido pela Gerência-Geral de Certificação de Produto Aeronáutico - GGCP


após a conclusão das etapas anteriores com sucesso.

O CAVE incluirá os propósitos autorizados e as limitações consideradas como adequadas


pela ANAC para assegurar a segurança da operação.

5.4 Aeronavegabilidade Continuada

5.4.1 Considerações Gerais

O operador é responsável por manter a aeronavegabilidade continuada da sua RPA,


incluindo os demais componentes do RPAS.

O piloto em comando é o responsável por registrar discrepâncias nos sistemas descobertas


durante a operação.

O operador deve manter um registro de todos os voos realizados.

O operador é responsável por manter um registro das grandes modificações.

As manutenções, inspeções e reparos do RPAS devem ser executados seguindo as


orientações do fabricante.

Origem: SAR/GTPN 7/14


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS Nº E94.503-001
Revisão A

Os sistemas novos, modificados, em suspeita de apresentar danos ou que passaram por


grandes manutenções ou reparos devem ser reinspecionados pelo requerente de acordo com
os procedimentos do fabricante.

5.4.2 Programa de Inspeção e Manutenção

O requerente de um Certificado de Autorização de Voo Experimental com propósito de


pesquisa de mercado ou de treinamento de piloto remoto deve estabelecer um programa de
inspeções e de manutenção de forma a assegurar a aeronavegabilidade continuada da RPA,
incluindo os demais componentes do RPAS (veja parágrafo E94.503(b)(1) do RBAC-E 94).

a) Cada fabricante deverá desenvolver e disponibilizar ao operador e à ANAC um


conjunto de manuais de manutenção, inspeção, reparo e outros.

b) Cada fabricante deverá desenvolver e disponibilizar ao operador e à ANAC um


conjunto de planos para execução destas tarefas de manutenção e inspeção que deve
incluir um conjunto de tarefas de verificações anuais.

c) Caso seja necessário, devido à complexidade ou características únicas do RPAS, o


fabricante deverá desenvolver um plano de treinamento de manutenção.

Para cada modelo de RPAS para o qual seja requerido um Certificado de Autorização de
Voo Experimental com propósito de pesquisa de mercado ou de treinamento de piloto
remoto, o fabricante deverá disponibilizar um conjunto de procedimentos para:

a) Inspeções: A periodicidade, os equipamentos e os níveis de habilidade requeridos


para executar as inspeções;

b) Manutenção: Procedimentos de diagnósticos, reparo e substituição de


componentes, incluindo equipamentos e níveis de habilidade requeridos para
executar as manutenções;

c) Estação de Reparo: Listagem dos equipamentos mínimos e recomendados para


instalações de base e de campo;

d) Diagnósticos em Voo: Limites para abortar a missão e ações recomendadas para o


desligamento de sistemas em voo e retorno para a base;

e) Sistema de Terminação de Voo: Deve ser verificado se os componentes do sistema


de terminação de voo estão dentro das tolerâncias de calibração a intervalos
estabelecidos pelo fabricante. A condição satisfatória do sistema de terminação de
voo deve ser verificada pelo piloto em comando antes de cada voo;

f) Sistema de Prevenção de Colisão: Se instalado, deve ser exercitado antes de cada


voo de acordo com os procedimentos recomendados pelo fabricante;

g) Lista de Verificação: O fabricante deve fornecer um conjunto de procedimentos de


listas de verificação a serem seguidos antes e durante qualquer voo;

h) Coleção de Dados: Cada elemento autônomo do RPAS (aeronave, estação de


pilotagem remota, sistema de recuperação etc.) deve ter um número único de
identificação. Componentes críticos dentro de cada elemento também devem ter

Origem: SAR/GTPN 8/14


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS Nº E94.503-001
Revisão A

números únicos de identificação. Detalhes sobre as horas voadas, horas em


operação, ciclos submetidos e manutenções/inspeções executadas em cada
componente/elemento devem ser registrados.

As inspeções e manutenções do RPAS devem constar nos registros de manutenção do RPAS.


As seguintes informações devem ser registradas, no mínimo:

i) Descrição do trabalho executado;

j) Data de conclusão do trabalho;

k) Tempo total de serviço do RPAS;

l) Nome e a assinatura da pessoa que executou a tarefa.

5.4.3 Comunicação de Perda Total de Aeronave

Caso ocorra a perda total ou desativação da RPA, o requerente deverá comunicar o fato ao
Registro Aeronáutico Brasileiro em, no máximo, 30 dias após o evento, para fins de baixa
de registro.

6 APÊNDICES

APÊNDICE A – LISTA DE SIGLAS

APÊNDICE B – CRITÉRIOS ADICIONAIS PARA OPERAÇÕES EXPERIMENTAIS


ACIMA DE 400 PÉS AGL OU ALÉM DA LINHA DE VISADA
VISUAL

7 DISPOSIÇÕES FINAIS

7.1.1 Os casos omissos serão dirimidos pela ANAC.

7.1.2 Esta IS entra em vigor na data de sua publicação.

Origem: SAR/GTPN 9/14


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS Nº E94.503-001
Revisão A

APÊNDICE A – LISTA DE SIGLAS

A.1 SIGLAS

a) AGL Above Ground Level

b) ANAC Agência Nacional de Aviação Civil

c) ANATEL Agência Nacional de Telecomunicações

d) BER Bit Error Rate

e) BVLOS Beyond Visual Line of Sight

f) C2 Comando e Controle

g) CAVE Certificado de Autorização de Voo Experimental

h) CBAer Código Brasileiro de Aeronáutica

i) EVLOS Extended Visual Line of Sight

j) GGCP Gerência-Geral de Certificação de Produto Aeronáutico

k) GTPN Gerência Técnico do Processo Normativo

l) IS Instrução Suplementar

m) PET Privada Experimental

n) PEX Pública Experimental

o) RBAC Regulamento Brasileiro da Aviação Civil

p) RAB Registro Aeronáutico Brasileiro

q) RPA Remotely Piloted Aircraft

r) RPAS Remotely Piloted Aircraft System

s) RPS Remote Pilot Station

t) SAR Superintendência de Aeronavegabilidade

u) SMA Serviço Móvel Aeronáutico

v) SMA(R) Serviço Móvel Aeronáutico em Rota

w) SMAS Serviço Móvel Aeronáutico por Satélite

x) SMAS(R) Serviço Móvel Aeronáutico por Satélite em Rota

y) TFAC Taxa de Fiscalização da Aviação Civil

Origem: SAR/GTPN 10/14


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS Nº E94.503-001
Revisão A

APÊNDICE B– CRITÉRIOS ADICIONAIS PARA OPERAÇÕES


EXPERIMENTAIS ACIMA DE 400 PÉS AGL OU ALÉM DA LINHA DE VISADA VISUAL

B.1 Objetivo

B.1.1 Conforme estabelecido nas subalíneas o)I e p)I do subparágrafo 5.3.4.2 desta Instrução
Suplementar, um requerente de CAVE para RPAS que pretenda realizar operações
experimentais com este Sistema acima de 400 pés AGL ou além da linha de visada visual
deve apresentar dados que substanciem que esta operação pode ser conduzida de forma
segura.

B.1.2 Este apêndice detalha os critérios adicionais que devem ser atendidos para evidenciar que
uma Aeronave Remotamente Pilotada é capaz de conduzir com segurança operações
experimentais acima de 400 pés AGL ou BVLOS.

B.2 Conceitos gerais

B.2.1 As operações com aeronaves remotamente pilotadas conduzidas acima de 400 pés AGL ou
além da linha de visada visual têm perigos com maior severidade associados ao mau
funcionamento dos sistemas presentes no RPAS.

B.2.2 De forma a mitigar os riscos, ainda que se aceite um risco maior em operações experimentais
se comparadas às não experimentais, elas também devem ser conduzidas de forma segura
para não gerar riscos inaceitáveis para terceiros.

B.2.3 Os critérios detalhados neste apêndice têm como objetivo permitir a realização de voos
experimentais acima de 400 pés AGL ou BVLOS de forma segura e coerente com os
preceitos estabelecidos no RBAC-E 94, permitindo assim um desenvolvimento sustentável
e seguro.

B.3 Desenvolvimento do Assunto

B.3.1 Maturidade do Projeto

B.3.1.1 O requerente deve atestar que a RPA tenha pelo menos 15 horas de operação VLOS ou em
linha de visada visual estendida (Extended Visual Line of Sight – EVLOS) abaixo de 400 pés
AGL para demonstrar as principais características e funções do sistema.

B.3.1.2 O requerente deve reportar à ANAC qualquer mau funcionamento do RPAS encontrado
durante qualquer tipo de operação que afete a segurança operacional.

B.3.1.3 O requerente deve garantir que todo mau funcionamento encontrado durante qualquer tipo
de operação tenha sido corrigido antes de solicitar o CAVE para operação acima de 400 pés
AGL ou BVLOS.

B.3.2 Avaliação de Risco

B.3.2.1 O requerente deve demonstrar que nenhuma falha simples do RPAS tenha como
consequência levar a RPA para fora da área restrita.

Origem: SAR/GTPN 11/14


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS Nº E94.503-001
Revisão A

B.3.2.2 O requerente deve apresentar uma análise do resultado da perda da informação (ou
informação errônea) de atitude (rolamento e arfagem), velocidade indicada e altitude
barométrica na operação da RPA.

B.3.2.3 O requerente deverá apresentar uma análise das consequências das falhas das fontes de
navegação (e.g. GPS). A avaliação deve ser estendida aos sistemas que utilizam estas fontes
de navegação, tais como estação remota de pilotagem e controle automático de voo.

B.3.2.4 O requerente deve apresentar uma análise da condição de inserção errônea de waypoints pelo
sistema de guiagem.

B.3.2.5 O requerente deverá apresentar a forma e/ou meios pelos quais falhas de controle automático
de voo são detectadas e/ou mitigadas.

B.3.2.6 O requerente deve apresentar uma análise da consequência de perda do enlace em todas as
fases de voo.

B.3.2.7 O requerente deve descrever como a perda de enlace é identificada pelo piloto remoto.

B.3.2.8 O requerente deve descrever os planos de contingências caso haja perda de enlace.

B.3.3 Enlace de Comando e Controle - C2

B.3.3.1 O requerente deve apresentar uma análise com base nas especificações dos equipamentos
(rádios, antenas) utilizados na RPA e na estação de pilotagem remota (Remote Pilot Station
– RPS) que demonstre que a maior distância entre RPA-RPS especificada nas limitações
operacionais do protótipo é adequada para o funcionamento do sistema.

B.3.3.2 A análise realizada deve levar em consideração as potenciais fontes de degradação na


operação do enlace C2, tais como obstrução das antenas durante curvas e mudanças de
atitude na RPA e formação de condições meteorológicas adversas.

B.3.3.3 O requerente deve determinar os valores mínimos da intensidade do sinal a serem observados
para operação segura do(s) enlace(s) C2 e, com base nos mesmos, estabelecer procedimentos
para o piloto remoto no Manual de Voo do protótipo.

B.3.3.4 A operação adequada do(s) enlace(s) C2 não deve ser afetada por falhas de sistemas não
requeridos ou não essenciais.

B.3.3.5 O requerente deve demonstrar que o(s) enlace(s) C2 utilizados tenham características que
assegurem a confiabilidade e minimizem a vulnerabilidade do sistema a interferências
prejudiciais de radiofrequências. Para tanto, é recomendável que os RPAS que se pretendam
operar BVLOS utilizem radiofrequências destinadas em caráter primário ao Serviço Móvel
Aeronáutico - SMA, ao Serviço Móvel Aeronáutico em Rota - SMA(R), ao Serviço Móvel
Aeronáutico por Satélite - SMAS e ao Serviço Móvel Aeronáutico por Satélite em Rota -
SMAS(R), ou qualquer outra radiofrequência destinada em caráter primário à realização de
testes.

Origem: SAR/GTPN 12/14


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS Nº E94.503-001
Revisão A

B.3.3.6 O(s) enlace(s) C2 deve(m) incorporar características como, por exemplo, criptografia de
dados e salto em frequência, que minimizem os riscos associados a atos de interferência
ilícita.

B.3.4 Recuperação de Emergências

B.3.4.1 Devido à ausência de um piloto a bordo, a capacidade de recuperação de emergências é


necessária para tornar previsíveis as ações em resposta a falhas.

B.3.4.2 A capacidade de recuperação de emergências deve ser constituída por:

a) Um sistema, procedimento ou função de terminação de voo; ou

b) Um sistema ou função de recuperação de emergências implementado(a) nos


sistemas embarcados na RPA, o qual pode incluir a realização de uma rota pré-
programada para alcançar uma área não povoada pré-definida para execução de um
pouso forçado; ou

c) Qualquer combinação das opções anteriores.

B.3.4.3 A capacidade de recuperação de emergências deve ser efetiva para lidar, no mínimo, com os
seguintes cenários de falha:

a) Perda do enlace C2;

b) Perda da capacidade de navegação; e

c) Perda da energia elétrica primária.

B.3.5 Navegação

Todo RPAS que se destina à operação experimental BVLOS deve possuir um sistema de
navegação com desempenho e confiabilidade suficientes para garantir a segurança da
operação, para tanto o seguinte é requerido:

B.3.5.1 Dois sistemas de navegação com um alerta de discrepância entre os dados das fontes
distintas;

B.3.5.2 O requerente deve estabelecer margens em relação ao volume autorizado, levando em conta
a precisão de seus sistemas de navegação e a capacidade de manobra da aeronave de forma
a garantir um nível aceitável de confiança de que tais limites não sejam excedidos em voo.
Na ausência ou insuficiência destes dados, a margem deve ser de 600 metros no plano
horizontal, a partir de todo o perímetro autorizado, 75 pés abaixo do teto e 75 pés acima do
piso.

B.3.6 Informações e Alertas para o Piloto Remoto

As seguintes informações e alertas devem ser apresentadas de forma clara e coerente na RPS
para o piloto remoto durante todo o voo:

a) Altitude barométrica da RPA, se operar acima de 400 pés;

Origem: SAR/GTPN 13/14


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS Nº E94.503-001
Revisão A

b) Altura Geométrica da RPA em relação ao nível do solo;

c) Atitude da RPA;

d) Direção de voo da RPA;

e) Velocidades necessárias para operação segura da RPA;

f) Parâmetros essenciais do motor da RPA;

g) Indicação e alertas de autonomia da RPA (ex: nível de combustível e de carga da


bateria);

h) Indicação da qualidade do enlace de comando e controle (ex: intensidade do sinal,


taxa de erro de bit – BER, etc);

i) Posição atual da RPA sobreposta a um mapa que também indique a área onde o voo
é permitido segundo parágrafo B3.5.2.

B.3.7 Iluminação Externa da RPA

B.3.7.1 O sistema de iluminação externa da RPA deve estar em funcionamento tanto para operações
diurnas, quanto noturnas. A iluminação deverá incluir a instalação de luz anticolisão
estroboscópica de cor branca ou vermelha.

B.3.7.2 O sistema de iluminação da RPA deve permitir uma efetiva visualização da RPA, de modo
que a aeronave seja avistada por pessoas que possam estar próximas do local de operação da
RPA. Deve ser demonstrado que a aeronave é visível, mesmo à noite, à distância tal que
permita que a aeronave seja vista, no mínimo, 30 segundos antes de chegar ao ponto do qual
foi avistada, considerando para isto a máxima velocidade em que a aeronave pode se
deslocar.

B.3.7.3 Toda RPA que opere acima de 400 pés em relação ao solo deverá possuir sistema de
iluminação que permita a visualização da RPA a uma distância mínima de 2 km,
considerando uma inclinação de até 5 graus em relação ao plano horizontal de voo da RPA.
De forma alternativa a este item, é facultado ao requerente demonstrar cumprimento com as
seções 23.1401 ou 27.1401 dos RBAC 23 ou 27, conforme aplicável.

Origem: SAR/GTPN 14/14


INSTRUÇÃO SUPLEMENTAR - IS
IS Nº E94-001
Revisão A
Aprovado por: Portaria nº 1.481/SAR, de 2 de maio de 2017.
Assunto: Autorização de Projeto de Sistema de Aeronave Origem: SAR/GGCP
Remotamente Pilotada – Procedimentos Gerais.

1 OBJETIVO

1.1.1 Esta Instrução Suplementar – IS tem por objetivo fornecer informações sobre os
procedimentos gerais para a autorização de um projeto de um Sistema de Aeronave
Remotamente Pilotada (Remotely Piloted Aircraft System – RPAS), conforme estabelecido
na Subparte E do Regulamento Brasileiro da Aviação Civil Especial nº 94 – RBAC-E 94.

2 REVOGAÇÃO

2.1.1 N/A

3 FUNDAMENTOS

3.1.1 O Art. 66, § 1º da Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986 (Código Brasileiro de


Aeronáutica - CBAer), dispõe que compete à autoridade aeronáutica promover a segurança
de voo, devendo estabelecer os padrões mínimos de segurança relativos a projetos de
aeronaves e demais componentes aeronáuticos.

3.1.2 O art. 8º, XVII da Lei nº 11.182, de 27 de setembro de 2005, dispõe que a competência para
proceder à homologação e emitir certificados, atestados, aprovações e autorizações, relativos
às atividades de competência do sistema de segurança de voo da aviação civil, cabe à
Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC como autoridade de aviação civil.

3.1.3 A Resolução nº 30, de 21 de maio de 2008, considerando a redação dada pela Resolução n°
162, de 20 de julho de 2010, estabelece, em seu art. 14, que a ANAC pode emitir IS para
esclarecer, detalhar e orientar a aplicação de requisito previsto em RBAC.

3.1.4 O art. 14 da Resolução nº 30, de 21 de maio de 2008, modificado pela Resolução n° 162, de
20 de julho de 2010, também determina, em seu § 1°, que o administrado que pretenda, para
qualquer finalidade, demonstrar o cumprimento de requisito previsto em RBAC poderá
adotar os meios e procedimentos previamente especificados em IS ou apresentar meio ou
procedimento alternativo devidamente justificado, exigindo-se, nesse caso, a análise e
concordância expressa do órgão competente da ANAC. O § 2° do mesmo artigo estabelece
que o meio ou procedimento alternativo deve garantir nível de segurança igual ou superior
ao estabelecido pelo requisito aplicável ou concretizar o objetivo do procedimento
normalizado em IS.

3.1.5 A seção E94.401 do RBAC-E 94 estabelece que, exceto nos casos listados, somente é
permitido operar um RPAS civil no Brasil se o projeto do RPAS for autorizado pela ANAC
levando em consideração a classe do RPAS, a altura máxima de operação e o tipo de
operação (Visual Line of Sight – VLOS ou Beyond Visual Line of Sight – BVLOS).
Origem: SAR/GGCP 1/8
Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS Nº E94-001
Revisão A

4 DEFINIÇÕES

4.1.1 Requerente: Pessoa que solicita à ANAC e aos outros órgãos governamentais as
autorizações e solicitações necessárias para o projeto do RPAS.

4.1.2 Responsável Técnico: Engenheiro com atribuição adequada e registro no Conselho


Regional de Engenharia e Agronomia - CREA.

5 DESENVOLVIMENTO DO ASSUNTO

5.1 Aplicabilidade

5.1.1 Esta IS é aplicável a qualquer pessoa que pretenda obter autorização de um projeto de RPAS
de acordo com a Subparte E do RBAC-E 94.

5.2 Atribuição de Responsabilidades

5.2.1 A autorização de um projeto de RPAS é um processo que objetiva assegurar que a aeronave
não tripulada atenda aos requisitos mínimos de aeronavegabilidade aplicáveis. Esta atividade
envolve responsabilidades tanto daqueles que pretendem receber a autorização como da
Gerência-Geral de Certificação de Produto Aeronáutico – GGCP.

5.2.2 São responsabilidades dos requerentes:

Solicitar a abertura de um processo de autorização de projeto de RPAS junto à GGCP,


conforme estabelecido no apêndice B;

Submeter à GGCP os documentos técnicos referentes à demonstração de cumprimento dos


requisitos da Subparte E do RBAC-E 94;

Apresentar quaisquer esclarecimentos e dados técnicos complementares solicitados pela


GGCP;

Realizar as análises e executar todos os ensaios no laboratório, solo e voo, conforme


aplicável, julgados necessários pela GGCP para a autorização de projeto de RPAS, bem
como elaborar e apresentar à GGCP os relatórios dos resultados de ensaios (se aplicável);

Permitir as inspeções pela GGCP, quando necessárias, para determinação da conformidade


do RPAS com os dados técnicos apresentados, bem como para comprovação do
cumprimento dos requisitos da Subparte E do RBAC-E 94; e

Permitir que a GGCP testemunhe ou realize, se aplicáveis, os ensaios em laboratório, solo e


voo necessários à verificação do cumprimento dos requisitos da Subparte E do RBAC-E 94.

5.2.3 São responsabilidades da GGCP:

Responder ao requerente, dentro de um prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data do


recebimento do requerimento inicial, informando a abertura do processo e seu número, ou
informando as pendências que tenham impedido a abertura do processo;

Analisar a abrangência e suficiência dos documentos administrativos e documentos técnicos


apresentados pelo requerente;

Origem: SAR/GGCP 2/8


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS Nº E94-001
Revisão A

Solicitar esclarecimentos e/ou novos documentos e dados técnicos considerados necessários


à análise do projeto de modificação;

Testemunhar ou realizar, ao seu critério, e se aplicável, os ensaios em laboratório, solo e voo


necessários à verificação do cumprimento dos requisitos de aeronavegabilidade referentes à
autorização de projeto de RPAS;

Autorizar o projeto de RPAS quando estiver assegurado que este atende aos requisitos de
aeronavegabilidade aplicáveis.

5.3 Processo de Autorização de Projeto de RPAS

5.3.1 Orientação ao processo: Antes de iniciar um processo de autorização de projeto de RPAS, a


GGCP pode responder a questionamentos referentes aos procedimentos para obtenção da
autorização, bem como orientar quanto ao material regulatório apropriado, políticas comuns
ou outros materiais de orientação pertinentes.

5.3.2 Reunião inicial: Antes da abertura de um processo de autorização de projeto de RPAS, uma
reunião inicial pode ser solicitada pelo requerente ou pela ANAC. Nesta reunião uma breve
apresentação do projeto pode ser feita pelo requerente, e constitui uma boa oportunidade
para descrever os detalhes técnicos do projeto à ANAC. O principal propósito é familiarizar
a autoridade com a proposta de projeto, sobretudo, identificar especificidades do sistema ou
instalação, bem como novas tecnologias ou configurações. Além disto, nesta ocasião, pode-
se informar ao requerente quanto à necessidade de se: cumprir com requisitos adicionais,
conforme RBAC-E 94.401(b), condições especiais, meios alternativos de cumprimento etc.

5.3.3 Plano de trabalho: O requerente deverá apresentar um plano de trabalho para o requerimento
de autorização de projeto de RPAS proposto. Nele serão definidos a base de requisitos
utilizada, condições especiais, níveis equivalentes de segurança, isenções, lista dos requisitos
afetados, meios de cumprimento e proposta de cronograma. O Plano de Trabalho será, assim,
uma provisão ou guia do processo. Ressalta-se que este documento será acordado entre as
partes envolvidas e poderá ser revisado, se necessário, sempre que ocorrer alguma alteração
nas premissas originalmente utilizadas.

5.3.4 Abertura do processo: Um processo de autorização de projeto de RPAS é iniciado quando


do recebimento, pela ANAC, de uma carta dirigida à GGCP, enviada pelo requerente,
solicitando a abertura de um processo de autorização de projeto de RPAS. Junto à carta deve
ser enviado também o plano de trabalho e os dados básicos do RPAS (conforme Apêndice
B).

5.3.5 Taxas dos serviços: Após a avaliação dos documentos administrativos e técnicos requeridos,
a ANAC informará ao requerente o número do processo. Caso aplicável, também serão
informados o código do serviço e o valor da Taxa de Fiscalização da Aviação Civil – TFAC
referente aos serviços, a fim de o requerente possa emitir e quitar a Guia de Recolhimento
da União – GRU.

5.3.6 Submissão dos dados técnicos: Devem ser submetidos à GGCP, para revisão e aceitação,
todos os dados técnicos referentes ao projeto de RPAS. Estes dados devem mostrar que a
proposta de RPAS cumpre com todos os requisitos definidos no Plano de Trabalho. Por fim,
enfatiza-se que é responsabilidade do requerente demonstrar o cumprimento com os
regulamentos aplicáveis.

Origem: SAR/GGCP 3/8


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS Nº E94-001
Revisão A

5.3.7 Análise dos dados técnicos: A GGCP examinará os dados submetidos, analisará as propostas
de ensaios, conduzirá inspeções e, se assim entender, testemunhará os ensaios. Enfatiza-se
que é atribuição da GGCP determinar se os dados técnicos ora apresentados são suficientes
ou não para demonstrar o cumprimento com os requisitos.

5.3.8 Declaração de conformidade: Caso sejam requeridos ensaios, o Responsável Técnico – RT


deverá verificar a conformidade da aeronave, das peças, componentes ou sistemas instalados
com os dados técnicos apresentados e com as propostas de ensaios aprovadas e enviar
documento de Declaração de Conformidade assinado à ANAC.

5.3.9 Ensaios de desenvolvimento: De acordo com o projeto podem ser necessários ensaios
mecânicos, estruturais, de inflamabilidade, de qualificação, de voo de desenvolvimento, para
verificação de funcionamento de sistemas e equipamentos instalados, entre outros, conforme
aplicável. Os respectivos relatórios de resultados, contendo laudos, conclusões,
especificações técnicas etc., poderão ser aceitos pela ANAC, no âmbito do processo de
autorização de projeto de RPAS.

5.3.10 Ensaios no solo: Ensaios e testes no solo, caso requeridos pela ANAC, serão realizados pelo
requerente e, se necessário, testemunhados pela ANAC ou profissional credenciado, a fim
de demonstrar o cumprimento de requisitos elencados no Plano de Trabalho. Após a
inspeção do RPAS pelo RT, com a consequente emissão da Declaração de Conformidade
para a ANAC, o projeto de RPAS pode ser submetido à execução dos ensaios no solo. Por
fim, o requerente deve ainda elaborar e encaminhar para a apreciação da ANAC os relatórios
de resultados, devidamente assinados pelo RT.

5.3.11 Ensaios em voo de demonstração de cumprimento de requisitos: Os voos de demonstração


de cumprimento de requisitos, caso sejam requeridos pela ANAC, são de responsabilidade
e execução do requerente. A ANAC, a seu critério, poderá testemunhar os referidos ensaios.
Após a execução dos ensaios em voo de demonstração de cumprimento de requisitos, é
responsabilidade do requerente elaborar e encaminhar para a ANAC os relatórios de
resultados, devidamente assinados pelo RT e pelo piloto que executou os ensaios. Antes da
realização dos ensaios em voo, o requerente deverá verificar a IS E94.503-001 sobre a
necessidade de obtenção de um Certificado de Autorização de Voo Experimental – CAVE.
A preparação da aeronave para ensaios em voo, conforme previsto nas propostas de ensaio
previamente acordadas, é responsabilidade do requerente e consiste, entre outras, nas
seguintes atividades: instalação e calibração das instrumentações de ensaio, as quais serão
verificadas pela ANAC em inspeções de conformidade e colocação da aeronave nas
condições de peso e balanceamento previstas para o ensaio em voo.

5.3.12 Declaração de cumprimento de requisitos: Após finalização de todas as atividades definidas


no Plano de Trabalho, o requerente deverá apresentar uma declaração devidamente
preenchida e assinada pelo RT, atestando o cumprimento de todos os requisitos aplicáveis,
conforme RBAC-E 94.401(b)(3).

5.4 Encerramento do Processo de Autorização

5.4.1 O requerente pode solicitar, a qualquer tempo, o arquivamento do processo, conforme sua
conveniência.

Origem: SAR/GGCP 4/8


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS Nº E94-001
Revisão A

5.4.2 Caso um processo permaneça por mais de 05 (cinco) meses sem que haja qualquer
manifestação ou resposta por parte do requerente, ele será arquivado compulsoriamente pela
GGCP.

5.4.3 Após o arquivamento, o processo poderá ser reaberto a pedido do requerente. A reabertura
do processo implicará em todos os encargos administrativos relativos à abertura de um novo
processo, inclusive, quando for o caso, no pagamento de uma nova TFAC referente a
abertura de processo.

5.4.4 O processo será encerrado e o RPAS autorizado após a aceitação ou aprovação pela GGCP
de todos os dados técnicos, inspeções, ensaios, manuais e documentação necessária para a
conclusão do processo. Após a finalização do processo, será emitido ofício de autorização
de projeto de RPAS acompanhado da folha de especificações do RPAS.

5.5 Suspensão ou Cancelamento de uma Autorização

5.5.1 A ANAC suspenderá ou cancelará uma autorização de projeto de RPAS se for constatado
que o projeto possui características que acarretam condições inseguras.

5.6 Confidencialidade

5.6.1 Todos os dados técnicos apresentados à GGCP para substanciar a autorização de um projeto
de RPAS são considerados propriedade do detentor do projeto e, portanto, de caráter
reservado, não podendo por esta razão serem divulgados ou utilizados por terceiros, a não
ser com expressa autorização de seu detentor.

6 APÊNDICES

APÊNDICE A – LISTA DE REDUÇÕES

APÊNDICE B – DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA ABERTURA DO PROCESSO

7 DISPOSIÇÕES FINAIS

7.1.1 Os casos omissos serão dirimidos pela ANAC.

7.1.2 Esta IS entra em vigor na data de sua publicação.

Origem: SAR/GGCP 5/8


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS Nº E94-001
Revisão A

APÊNDICE A – LISTA DE REDUÇÕES

A.1 Siglas

a) ANAC Agência Nacional de Aviação Civil

b) ART Anotação de Responsabilidade Técnica

c) BVLOS Beyond Visual Line of Sight

d) CAVE Certificado de Autorização de Voo Experimental

e) CBAer Código Brasileiro de Aeronáutica

f) CREA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia

g) GGCP Gerência-Geral de Certificação de Produto Aeronáutico

h) GRU Guia de Recolhimento da União

i) IS Instrução Suplementar

j) RBAC Regulamento Brasileiro da Aviação Civil

k) RPA Remotely Piloted Aircraft

l) RPAS Remotely Piloted Aircraft System

m) RPS Remote Pilot Station

n) RT Responsável Técnico

o) TFAC Taxa de Fiscalização da Aviação Civil

p) VLOS Visual Line of Sight

Origem: SAR/GGCP 6/8


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS Nº E94-001
Revisão A

APÊNDICE B– DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA ABERTURA DO PROCESSO

B.1 Documentos Técnicos

B.1.1 Plano de Trabalho com as seguintes informações:

a) Nome e modelo do RPAS;

b) Nome e modelo da aeronave remotamente pilotada (Remotely Piloted Aircraft –


RPA);

c) Nome e modelo da estação de pilotagem remota (Remote Pilot Station – RPS);

d) Desenho das três vistas da aeronave, com cotas;

e) Fotos da RPA e da RPS, quando possível;

f) Identificação do(s) uso(s) previsto para o RPAS;

g) Peso máximo de decolagem previsto;

h) Determinação se a autorização solicitada intenta operação em linha de visada visual


ou além dela;

i) Determinação se a autorização solicitada intenta operação a uma altura máxima de


até 400 pés em relação ao solo ou se a altura máxima de operação excede este limite;

j) Classe pretendida de aprovação;

k) Descrição das características físicas (superfícies de comando, tipo de trem de pouso,


configuração aerodinâmica etc.);

l) Descrição de quaisquer aspectos relevantes ou pouco usuais da operação do RPAS


como, por exemplo, lançamento por catapulta, pouso por engate mecânico, etc.

m) Lista de requisitos que se intenta cumprir para a obtenção da autorização de projeto


de RPAS, com seus respectivos meios de cumprimento.

n) Proposta de datas para a execução das atividades relacionadas a demonstração de


cumprimento de requisitos.

B.2 Documentos Administrativos

B.2.1 Carta de solicitação de abertura de processo de autorização de projeto de RPAS;

B.2.2 Cópia integral da Anotação de Responsabilidade Técnica – ART relativa ao serviço de


engenharia a ser executado, que contenha descrição do projeto submetido à ANAC;

B.2.3 Cópia do comprovante de pagamento da ART acima;

B.2.4 Declaração de responsabilidade pelo projeto de RPAS informando nome, endereço e registro
no CREA do RT, perante a GGCP;

Origem: SAR/GGCP 7/8


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS Nº E94-001
Revisão A

B.2.5 Declaração isentando a GGCP de quaisquer ônus e responsabilidades por ocasionais danos
ocorridos na aeronave durante a realização dos ensaios em solo e em voo;

B.2.6 Cópia do comprovante de pagamento da TFAC (caso aplicável).

Origem: SAR/GGCP 8/8


INSTRUÇÃO SUPLEMENTAR - IS
IS Nº E94-002
Revisão A
Aprovado por: Portaria nº 1.480/SAR, de 2 de maio de 2017.
Assunto: Autorização de Projeto de Sistema de Aeronave Origem: GTPN/SAR
Remotamente Pilotada – RPAS – Requisitos
Técnicos

1 OBJETIVO

1.1.1 Esta Instrução Suplementar – IS – tem por objetivo orientar a demonstração de cumprimento
dos requisitos das seções E94.405 e E94.407 da Subparte E do Regulamento Brasileiro da
Aviação Civil Especial n° 94 – RBAC-E 94.

1.1.2 Esta IS descreve um meio aceitável, mas não o único meio para obter a autorização de
projeto.

2 REVOGAÇÃO

2.1.1 N/A

3 FUNDAMENTOS

3.1.1 O Art. 66, § 1º da Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986 (Código Brasileiro de


Aeronáutica - CBAer), dispõe que compete à autoridade aeronáutica promover a segurança
de voo, devendo estabelecer os padrões mínimos de segurança relativos a projetos de
aeronaves e demais componentes aeronáuticos.

3.1.2 O art. 8º, XVII da Lei nº 11.182, de 27 de setembro de 2005, dispõe que a competência para
proceder à homologação e emitir certificados, atestados, aprovações e autorizações, relativos
às atividades de competência do sistema de segurança de voo da aviação civil, cabe à
Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC como autoridade de aviação civil.

3.1.3 A Resolução nº 30, de 21 de maio de 2008, considerando a redação dada pela Resolução n°
162, de 20 de julho de 2010, estabelece, em seu art. 14, que a ANAC pode emitir IS para
esclarecer, detalhar e orientar a aplicação de requisito previsto em RBAC.

3.1.4 O art. 14 da Resolução nº 30, de 21 de maio de 2008, modificado pela Resolução n° 162, de
20 de julho de 2010, também determina, em seu § 1°, que o administrado que pretenda, para
qualquer finalidade, demonstrar o cumprimento de requisito previsto em RBAC poderá
adotar os meios e procedimentos previamente especificados em IS ou apresentar meio ou
procedimento alternativo devidamente justificado, exigindo-se, nesse caso, a análise e
concordância expressa do órgão competente da ANAC. O § 2° do mesmo artigo estabelece
que o meio ou procedimento alternativo deve garantir nível de segurança igual ou superior
ao estabelecido pelo requisito aplicável ou concretizar o objetivo do procedimento
normalizado em IS.

Origem: GTPN/SAR 1/9


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS Nº E94-002
Revisão A

4 DEFINIÇÕES

4.1.1 N/A

5 DESENVOLVIMENTO DO ASSUNTO

5.1 Aplicabilidade

5.1.1 Esta IS é aplicável a qualquer pessoa que pretenda demonstrar cumprimento dos requisitos
das seções E94.405 e E94.407 da Subparte E do RBAC-E94. A obrigatoriedade da
autorização do projeto de RPAS, por parte da ANAC, é fundamentada no requisito RBAC-
E 94.401(a).

5.2 Pontos Importantes Sobre Autorização de Projeto de RPAS

5.2.1 Devido à grande variedade de tipos de aeronaves, de métodos de construção e de operações


possíveis, poderá haver variações nos métodos relacionados à demonstração de
cumprimento com os requisitos para cada projeto de RPAS. Assim, o desenvolvedor em
potencial de um RPAS é encorajado a consultar a ANAC antes de começar um projeto.

5.3 Confidencialidade

5.3.1 Todos os dados técnicos apresentados à GGCP para substanciar a autorização de um projeto
de RPAS são considerados propriedade do detentor do projeto e, portanto, de caráter
reservado, não podendo, por esta razão, ser divulgados ou utilizados por terceiros, a não ser
com expressa autorização de seu detentor.

5.4 Demonstração de cumprimento com os requisitos técnicos

5.4.1 Manual de voo de RPAS - RBAC-E 94.405(a)(1)

Exceto quando explicitamente mencionado nesta seção, esta Instrução Suplementar indica a
norma ASTM F2908-14, Standard Specification for Aircraft Flight Manual (AFM) for a
Small Unmanned Aircraft System (sUAS), como contendo um meio aceitável pela ANAC
para elaborar um manual de voo de RPAS.

O manual de voo do RPAS deve incluir todos os procedimentos - normais, anormais ou de


emergência - que requeiram uma ação do piloto remoto, de acordo com o relatório de análise
de segurança requerido pelo requisito RBAC-E 94.405(a)(3) e toda qualquer outra avaliação
de segurança conduzida pelo requerente.

Não é requerido pela ANAC que o manual de voo do RPAS inclua as informações de
manuseio, serviço e instruções para manutenção e aeronavegabilidade continuada na forma
estabelecida no item 7.10 da ASTM F2908-14 sendo, no entanto, facultada a sua adoção por
parte do requerente, desde que atenda ao estabelecido no RBAC-E 94.405(a)(2). Para mais
informações, veja a seção 5.4.2 desta Instrução Suplementar.

5.4.2 Manual de manutenção - RBAC-E 94.405(a)(2)

O manual de manutenção requerido deve ser elaborado pelo requerente a partir de um


programa de manutenção e aeronavegabilidade continuada que permita ao operador manter
o RPAS em condições seguras de operação.

Origem: GTPN/SAR 2/9


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS Nº E94-002
Revisão A

Esta Instrução Suplementar identifica a seção 5 da ASTM F2909-14, Standard Practice for
Maintenance and Continued Airworthiness of Small Unmanned Aircraft Systems (sUAS),
como contendo um meio aceitável pela ANAC para elaboração de um programa de
manutenção e de aeronavegabilidade continuada de RPAS.

O manual de manutenção deve também estabelecer forma de registro adequado para todas
as tarefas de manutenção. A seção 6 da ASTM F2909-14 apresenta um meio aceitável pela
ANAC para elaboração dos registros de manutenção da RPAS.

O manual de manutenção deve listar todos os números de parte de todos os componentes,


incluindo software e configurações, autorizados para serem utilizados no projeto.

5.4.3 Relatório de análise de segurança - RBAC-E 94.405(a)(3)

O relatório de análise de segurança deve conter, no mínimo, as seguintes informações:

a) Uma descrição dos sistemas que tenham impacto na segurança de voo do RPAS;

b) Uma análise compreensiva de eventos potencialmente perigosos e seus efeitos;

c) Uma lista de alarmes fornecidos na estação de pilotagem remota (Remote Pilot


Station – RPS);

d) Procedimentos a serem seguidos em caso de maus-funcionamentos ou falhas;

e) Identificação dos procedimentos a serem adotados, automaticamente ou iniciados


pelo piloto remoto, nos seguintes casos de falha:

I- Mau-funcionamento de um atuador de comando de voo;

II - Perda do piloto automático;

III - Perda de um motor;

IV - Perda completa do sistema elétrico da aeronave remotamente pilotada


(Remotely Piloted Aircraft – RPA);

V- Perda completa do sistema elétrico da RPS;

VI - Fogo na RPA;

VII - Fogo na RPS;

VIII - Perda de capacidade de navegação;

IX - Perda do enlace de comando e controle;

X- Interferência intencional (ilícita) no enlace de comando e controle;

XI - Interferência não-intencional no enlace de comando e controle;

XII - Perda da comunicação com o controle de tráfego aéreo;

Origem: GTPN/SAR 3/9


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS Nº E94-002
Revisão A

XIII - Perda de comunicação entre o piloto remoto e outras pessoas envolvidas


na operação da RPA;

XIV - Perda de pressão ou ruptura de envelope de gás, caso aplicável;

XV - Alguma outra falha para a qual seja necessário ou conveniente o


estabelecimento de procedimentos de contingência, conforme identificado
na lista de eventos potencialmente perigosos e seus efeitos.

Todos os casos listados acima devem ser mitigados através da incorporação de soluções de
projeto ou procedimentos operacionais, evitando que os mesmos resultem em eventos que
tenham o potencial de causar ferimentos graves ou fatais a pessoas diretamente envolvidas
ou não com a operação.

5.4.4 Operação do enlace de comando e controle - RBAC-E 94.405(b)

O requerente deve apresentar uma análise com base nas especificações dos equipamentos
(rádios, antenas) utilizados na RPA e na estação de pilotagem remota (Remote Pilot Station
- RPS) e nos dados obtidos durante ensaios em voo, que demonstre que a maior distância
entre RPA-RPS especificada nas limitações operacionais do RPAS é adequada para o
funcionamento do sistema;

Deve ser demonstrado através de ensaios que o sistema de comunicação empregado pelo
enlace de comando e controle, em condições ambientais representativas da operação, é capaz
de operar satisfatoriamente, transmitindo e/ou recebendo a quantidade de informação
requerida para o voo seguro, a uma distância pelo menos 20% maior que o máximo alcance
especificado entre o RPS e a RPA. Nesta distância devem também ser realizadas curvas de
360° para a direita e para a esquerda com ângulos de rolagem igual ou superior a 10°.

O efeito de condições climáticas e topologia deverá ser levado em conta na determinação do


alcance máximo do enlace de comando e controle.

Caso o projeto preveja o chaveamento entre estações de comando e controle durante a


operação da RPA, deve ser demonstrado que o chaveamento se dá de forma adequada, sem
oscilações ou perturbações que afetem o voo seguro da RPA.

Para autorização de RPAS que se destine a operação além da linha de visada visual (Beyond
Visual Line of Sight – BVLOS), os seguintes itens adicionais se aplicam:

a) A análise realizada de acordo com o subparágrafo 5.4.4.1 deve levar em


consideração as potenciais fontes de degradação na operação do enlace de comando
e controle – C2, tais como sombreamento das antenas durante curvas e mudanças
de atitude na RPA, formação de condições meteorológicas adversas, obstáculos
naturais ou artificiais, efeitos da curvatura da Terra, entre outros aplicáveis. Os
ensaios deverão, na medida do possível, reproduzir tais condições;

b) A operação adequada do(s) enlace(s) C2 não deve ser afetada por falhas de sistemas
não requeridos ou não essenciais;

c) O requerente deve demonstrar que o(s) enlace(s) C2 utilizados tenham


características que assegurem a confiabilidade e minimizem a vulnerabilidade do
sistema a interferências prejudiciais de radiofrequências. Para tanto, é

Origem: GTPN/SAR 4/9


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS Nº E94-002
Revisão A

recomendável que os RPAS que se pretendam operar BVLOS utilizem


radiofrequências destinadas em caráter primário ao Serviço Móvel Aeronáutico -
SMA, ao Serviço Móvel Aeronáutico em Rota - SMA(R), ao Serviço Móvel
Aeronáutico por Satélite - SMAS e ao Serviço Móvel Aeronáutico por Satélite em
Rota - SMAS(R), ou qualquer outra radiofrequência destinada em caráter primário
à operação do RPAS;

d) O(s) enlace(s) C2 deve(m) incorporar características como, por exemplo,


criptografia de dados e salto em frequência, que minimizem os riscos associados a
atos de interferência ilícita.

NOTA 1 - A ASTM F-3002, Standard Specification for Design of the Command and Control
System for Small Unmanned Aircraft Systems (sUAS), contém orientações adequadas sobre
o projeto de enlaces de comando e controle.

5.4.5 Demonstrações em solo ou voo - RBAC-E 94.405(c)

Demonstrações em voo, quando requeridas, serão compostas pelo seguinte:

a) Um mínimo de dois voos, nos quais o envelope de operação, desempenho e


características de voo determinados em projeto seja demonstrado;

b) Demonstrações dos casos de falha detalhados no relatório de análise de segurança


que possam ser demonstrados sem comprometer a integridade do RPAS ou a
segurança de terceiros.

Demonstrações adicionais poderão ser solicitadas para fins de demonstração de


cumprimento dos requisitos aplicáveis.

Poderá ser solicitada inspeção de engenharia, com a finalidade de avaliar se o sistema e seus
componentes são compatíveis e cumprem com os requisitos de aeronavegabilidade.

5.4.6 Informações e alertas relevantes para operações BVLOS ou acima de 400 pés AGL -
RBAC-E 94.407(a)

Para aqueles RPAS que se destinem a operar BVLOS, pelo menos as seguintes informações
devem ser apresentadas na RPS, durante todo o voo, para o piloto remoto:

a) Imagem de vídeo frontal da RPA;

b) Altitude barométrica da RPA, caso se intente autorização da mesma para voo acima
de 400 pés em relação ao solo;

c) Altura geométrica da RPA em relação ao nível do solo;

d) Ângulos de arfagem, inclinação e proa da RPA;

e) Direção de voo da RPA;

f) Velocidades necessárias para operação segura da RPA;

g) Parâmetros essenciais do motor da RPA;

Origem: GTPN/SAR 5/9


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS Nº E94-002
Revisão A

h) Indicação e alertas de autonomia da RPA (ex: nível de combustível e de carga da


bateria);

i) Indicação da qualidade do enlace de comando e controle (ex: intensidade do sinal,


taxa de erro de bit - BER, etc.);

j) Posição atual da RPA sobreposta a mapa que também indique a área onde o voo foi
autorizado.

Deverá ser demonstrado que as taxas de atualização de informação e atrasos na apresentação


das informações de voo não comprometem a capacidade do piloto em controlar a RPA.

Deverão ser providos ao piloto alertas sobre a ocorrência de eventos que possam afetar a
operação segura da RPA, tais como:

a) Degradação das informações de posição e navegação do RPAS;

b) Degradação do enlace de comando e controle;

c) Quantidade de combustível que comprometa a operação segura da RPA;

d) Carga baixa de baterias relacionadas a propulsão, comando ou controle;

e) Alertas que indiquem risco de exceder os limites da área onde o voo foi autorizado;

f) Alertas que indiquem risco de exceder os limites de altura ou altitude em que o voo
foi autorizado;

g) Outros alertas que tenham sido definidos como relevantes a partir da Análise de
Risco de Projeto de RPAS.

Deverá ser demonstrado que os alertas são sempre apresentados com tempo suficiente para
que o piloto possa tomar as providências necessárias em relação ao evento ocorrido. Atrasos
na apresentação dos alertas deverão ser levados em conta nesta demonstração.

Para RPAS Classe 2 ou 3 que se destine a operação na linha de visada visual (Visual Line of
Sight – VLOS) e cuja altura máxima de operação exceda 400 pés acima do nível do solo
(Above Ground Level – AGL), são aplicáveis os itens (b), (c) e (h) do parágrafo 5.4.6.1, todo
o parágrafo 5.4.6.2, itens (c), (d), (f) e (g) do parágrafo 5.4.6.3 e todo o parágrafo 5.4.6.4.

5.4.7 Sistema de navegação para operações BVLOS - RBAC-E 94.407(b)

O requerente deve estabelecer no AFM os limites de desempenho demonstrados do sistema


de navegação nos planos horizontal e vertical, os quais devem ser refletidos nos
procedimentos de planejamento de voos BVLOS em termos de distâncias em relação a áreas
de perigo e altitudes seguras de operação.

O requerente deve demonstrar que os erros totais do sistema nos eixos longitudinal e
transversal em relação à trajetória de voo (cross-track e along track) são menores que o valor
especificado no plano horizontal durante 95% do tempo de voo.

Origem: GTPN/SAR 6/9


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS Nº E94-002
Revisão A

O requerente deve demonstrar que o erro total do sistema no eixo vertical é menor que o
valor especificado no plano vertical durante 99,7% do tempo de voo.

O requerente deve estabelecer procedimentos de emergência para os casos que resultem em


degradação da capacidade de navegação (por exemplo, perda de uma fonte de navegação)
apropriados de acordo com as capacidades funcionais de cada equipamento utilizado.

Os projetos dos sistemas de navegação e dos demais sistemas que suportem o seu
funcionamento (tal como os sistemas de alimentação elétrica) devem atender os níveis de
criticidade identificados no Relatório de Análise de Risco, levando em conta os cenários em
que a RPA irá operar BVLOS.

O RPAS deve possuir ao menos dois sistemas de navegação com um alerta de discrepância
entre os dados das fontes distintas.

Sistemas cuja perda da capacidade de navegação seja classificada como catastrófica não
poderão ter sua capacidade de navegação baseada unicamente em GNSS.

5.4.8 Capacidade de recuperação de emergências para operações BVLOS ou acima de 400


pés AGL - RBAC-E 94.407(c)

A capacidade de recuperação de emergências deve ter o objetivo de prevenir riscos a


terceiros e deve ser constituído por:

a) Um sistema, procedimento ou função de terminação do voo que objetive finalizar


o voo imediatamente, ou;

b) Um procedimento de recuperação de emergência que seja implementado através de


comandos fornecidos pelo piloto ou pelos sistemas embarcados, o qual pode incluir
um curso automático pré-programado para alcançar uma área pré-definida de
pouso, ou;

c) Qualquer combinação das opções anteriores.

A capacidade de recuperação de emergências deve ser efetiva para lidar com os seguintes
cenários de falha:

a) Perda de enlace C2;

b) Perda de capacidade de navegação;

c) Perda de fonte elétrica primária; e

d) Outras falhas para as quais a Análise de Segurança tenha apontado a recuperação


de emergências como ação mitigatória efetiva.

A capacidade de recuperação de emergência deve ser executável em todo envelope de voo


na mais adversa combinação de condições ambientais e operacionais.

A capacidade de recuperação de emergência deve ser salvaguardada de interferência que


possa resultar em operação inadvertida ou não autorizada.

Origem: GTPN/SAR 7/9


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS Nº E94-002
Revisão A

Caso requeira energia elétrica para operar, a capacidade de recuperação de emergências deve
ser alimentada pelo barramento elétrico que forneça a maior confiabilidade para operação.

A capacidade de recuperação de emergência deve ser possível após perda do sistema elétrico
primário.

O uso de explosivos para realizar a destruição em voo da RPA não é um meio aceitável para
cumprir com este requisito.

5.4.9 Sistema de iluminação externa para operações BVLOS ou acima de 400 pés AGL -
RBAC-E 94.407(d)

De acordo com o requisito RBAC-E 94.407(d), todo RPAS destinado a operação BVLOS
deve possuir um sistema adequado de iluminação da aeronave. Este item da IS tem a
finalidade de orientar o requerente quanto à definição de iluminação adequada, associada
com o contexto de operação do RPAS.

Adicionalmente, em cumprimento ao requisito RBAC-E 94.403(d), esta seção é também


aplicável a todo RPAS Classe 2 ou 3 destinado a operação VLOS cuja altura máxima de
operação exceda 400 pés AGL.

Desta forma, como meio aceitável para cumprimento deste requisito:

a) O sistema de iluminação externa da RPA deve estar em funcionamento tanto para


operações diurnas, quanto noturnas. A iluminação deverá incluir a instalação de luz
anticolisão estroboscópica de cor branca ou vermelha.

b) O sistema de iluminação da RPA deve permitir uma efetiva visualização da RPA,


de modo que a aeronave seja avistada por pessoas que possam estar próximas do
local de operação da RPA. Deve ser demonstrado que a aeronave é visível, mesmo
à noite, à distância tal que permita que a aeronave seja vista, no mínimo, 30
segundos antes de chegar ao ponto do qual foi avistada, considerando para isto a
máxima velocidade em que a aeronave pode se deslocar.

c) Toda RPA que opere acima de 400 pés em relação ao solo deverá possuir sistema
de iluminação que permita a visualização da RPA a uma distância mínima de 2 km,
considerando uma inclinação de até 5 graus em relação ao plano horizontal de voo
da RPA. De forma alternativa a este item, é facultado ao requerente cumprir os
requisitos do RBAC 23.1401 ou 27.1401 conforme aplicável.

6 APÊNDICES

APÊNDICE A – LISTA DE REDUÇÕES

7 DISPOSIÇÕES FINAIS

7.1.1 Os casos omissos serão dirimidos pela ANAC.

7.1.2 Esta IS entra em vigor na data de sua publicação.

Origem: GTPN/SAR 8/9


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS Nº E94-002
Revisão A

APÊNDICE A – LISTA DE REDUÇÕES

A.1 Siglas

a) AFM Aircraft Flight Manual

b) ANAC Agência Nacional de Aviação Civil

c) BER Bit Error Rate

d) BVLOS Beyond Visual Line of Sight

e) C2 Comando e Controle

f) CBAer Código Brasileiro de Aeronáutica

g) IS Instrução Suplementar

h) RBAC Regulamento Brasileiro de Aviação Civil

i) RPA Remotely Piloted Aircraft

j) RPAS Remotely Piloted Aircraft System

k) RPS Remote Pilot Station

l) sUAS Small Unmanned Aircraft System

m) VLOS Visual Line of Sight

Origem: GTPN/SAR 9/9


INSTRUÇÃO SUPLEMENTAR-IS
IS Nº E94-003
Revisão A

Aprovado por: Portaria nº 1.474/SPO, de 2 de maio de 2017.


Assunto: Procedimentos para elaboração e utilização de avaliação de Origem: SPO
risco operacional para operadores de aeronaves não
tripuladas

1. OBJETIVO

Esta Instrução Suplementar tem por objetivo estabelecer os procedimentos para elaboração e
utilização de avaliação de risco operacional para operadores de aeronaves não tripuladas, para
cumprimento dos parágrafos E94.103(f)(2) e E94.103(g)(2) do RBAC-E nº 94.

2. REVOGAÇÃO

Não aplicável.

3. FUNDAMENTOS

3.1. A Resolução nº 30, de 21 de maio de 2008, institui em seu art. 14, a Instrução Suplementar -
IS, norma suplementar de caráter geral editada pelo Superintendente da área competente,
objetivando esclarecer, detalhar e orientar a aplicação de requisito previsto em RBAC ou
RBHA.

3.2. O administrado que pretenda, para qualquer finalidade, demonstrar o cumprimento de requisito
previsto em RBAC ou RBHA, poderá:

a) adotar os meios e procedimentos previamente especificados em IS; ou

b) apresentar meio ou procedimento alternativo devidamente justificado, exigindo-se, nesse


caso, a análise e concordância expressa do órgão competente da ANAC.

3.3. O meio ou procedimento alternativo mencionado no item 3.2b desta IS deve garantir nível de
segurança igual ou superior ao estabelecido pelo requisito aplicável ou concretizar o objetivo
do procedimento normalizado em IS.

3.4. A IS não pode criar novos requisitos ou contrariar requisitos estabelecidos em RBAC ou outro
ato normativo.

4. DEFINIÇÕES

4.1. Para os efeitos desta IS são válidas as definições do RBAC-E nº 94, e as seguintes definições:
Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS nº E94-003
Revisão A

4.1.1. perigo significa condição, objeto ou atividade que potencialmente pode causar lesões às
pessoas, danos a bens (equipamentos ou estruturas), perda de pessoal ou redução da habilidade
para desempenhar uma função determinada;

4.1.2. probabilidade significa a frequência com que um evento, como consequência de um perigo
existente, possa ocorrer. A divisão dos níveis de probabilidade fica a critério do operador, mas
como orientação ela pode ser dividida em 5 níveis:

- Nível 5 (frequente): é provável que ocorra muitas vezes, ou historicamente tem ocorrido
frequentemente;

- Nível 4 (ocasional): é provável que ocorra algumas vezes, ou historicamente tem ocorrido
com pouca frequência;

- Nível 3 (remoto): é improvável, mas é possível que venha a ocorrer, ou ocorre raramente;

- Nível 2 (improvável): é bastante improvável que ocorra e não se tem notícia de que tenha
alguma vez ocorrido; e

- Nível 1 (muito improvável): é quase impossível que o evento ocorra.

4.1.3. severidade significa o grau da consequência de um evento, como decorrência de um perigo


existente ou de uma situação insegura, tomando como referência a pior condição possível. A
divisão dos níveis de severidade fica a critério do operador, mas como orientação ela pode ser
dividida em 5 níveis;

- Nível A (catastrófico): morte de múltiplas pessoas;

- Nível B (crítico): morte de pessoa, lesões gravíssimas, capazes de deixar sequelas


significativas e/ou incapacitantes, tais como cegueira, paralisia, amputações, etc.;

- Nível C (significativo): lesões sérias a pessoas, mas não incapacitantes nem com sequelas
significativas;

- Nível D (pequeno): incidentes menores, danos a objetos, animais ou vegetação no solo, lesões
leves;

- Nível E (insignificante): somente danos ao equipamento.

4.1.4. risco significa a avaliação das consequências de um perigo, expressa em termos de


probabilidade e severidade, tomando como referência a pior condição possível;

Nota: o risco é sempre expresso em termo em termos de probabilidade e severidade. Então, por exemplo,
se um risco for classificado como “4D”, ele seria de probabilidade “ocasional” e severidade “pequena”.
Se for classificado como “3A”, ele seria de probabilidade “remota” e severidade “catastrófica”, e assim
sucessivamente.

4.1.5. tolerabilidade significa o grau de aceitabilidade em razão do resultado da avaliação de risco.


A tolerabilidade deve ser estabelecida pelo operador e a seu critério, mas como orientação ela
pode ser determinada de acordo com a seguinte tabela:

Origem: SPO 2/10


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS nº E94-003
Revisão A

Severidade
Catastrófico Crítico Significativo Pequeno Insignificante
A B C D E
Frequente 5 5A 5B 5C 5D 5E
4A 4B 4C 4D 4E
Probabilidade

Ocasional 4
Remoto 3 3A 3B 3C 3D 3E
Improvável 2 2A 2B 2C 2D 2E
Muito improvável 1 1A 1B 1C 1D 1E

- Risco extremo (classificações 4A, 5A e 5B): a operação não deve ocorrer e, caso esteja
ocorrendo, deve cessar imediatamente, enquanto persistir a condição ou até que medidas
mitigadoras suficientes reduzam o risco para um nível aceitável pelo operador. Caso ainda se
decida prosseguir com a operação, controles preventivos para mitigação do risco devem ser
estabelecidos, devem estar em vigor e a aprovação da hierarquia mais alta da empresa
(presidente) deve ser requerida.
- Alto risco (classificações 3A, 4B e 5C): a operação não deveria ocorrer e, caso esteja
ocorrendo, deveria cessar imediatamente, enquanto persistir a condição ou até que medidas
mitigadoras suficientes reduzam o risco para um nível aceitável pelo operador. Caso ainda se
decida prosseguir com a operação, controles preventivos para mitigação do risco devem ser
estabelecidos, devem estar em vigor e a aprovação da hierarquia de gestão da empresa (gerente
ou diretor) deve ser requerida.
- Risco moderado (classificações 1A, 2A, 2B, 3B, 3C, 4C, 4D, 5D, 5E): a operação pode
ocorrer com controles preventivos para mitigação do risco estabelecidos e que devem estar em
vigor, conforme necessários. Operações neste nível de risco deveriam ser aprovadas por nível
hierárquico imediatamente superior (chefia imediata).
- Baixo risco (classificações 1B, 1C, 2C, 2D, 3D, 3E, 4E): a operação pode ocorrer e controles
preventivos para mitigação de risco e aprovação por nível hierárquico imediatamente superior
(chefia imediata) são opcionais.
- Risco muito baixo (classificações 1D, 1E e 2E): a operação é aceitável como concebida, e
nenhum controle preventivo para mitigação de risco e aprovação é requerida para que ela
ocorra.

Nota: a classificação aqui proposta não é obrigatória, pode ser adaptada e até simplificada, de acordo com a
complexidade da operação e nível de exposição ao risco, sem necessidade de aprovação da ANAC. No
entanto, o operador deve possuir sempre um método consistente de avaliação de risco e ele é o
responsável pela avaliação de risco que produzir, mesmo quando utilizar o modelo proposto nesta IS.

5. PROCEDIMENTOS

5.1. Introdução

5.1.1. O parágrafo E94.103(f)(2) do RBAC-E nº 94 versa o seguinte:

(f) A operação de RPA de peso máximo de decolagem acima de 250 gramas somente é
permitida pela ANAC em áreas distantes de terceiros, conforme permitido o uso do espaço
aéreo pelo DECEA, sob total responsabilidade do seu operador, nas seguintes condições:
(...)

Origem: SPO 3/10


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS nº E94-003
Revisão A

(2) se houver uma avaliação de risco operacional, em formato aceitável, contemplando cada
cenário operacional, que deve estar atualizada dentro dos últimos 12 meses calendáricos
prévios à operação.

5.1.2. E o parágrafo E94.103(g)(2) do RBAC-E nº 94 versa o seguinte:

(g) A operação de RPA de peso máximo de decolagem acima de 250 gramas de um órgão de
segurança pública, de polícia, de fiscalização tributária e aduaneira, de combate a vetores de
transmissão de doenças, de defesa civil e/ou do corpo de bombeiros, ou de operador a serviço
de um destes, somente é permitida pela ANAC, conforme permitido o uso do espaço aéreo
pelo DECEA, sob total responsabilidade do órgão ou do operador, em quaisquer áreas, nas
seguintes condições:
(...)
(2) se houver uma avaliação de risco operacional, contemplando cada modalidade de operação,
nos termos de Instrução Suplementar específica, que deve estar atualizada dentro dos últimos
12 meses calendáricos prévios à operação.

5.1.3. Esta IS estabelece os critérios mínimos que devem ser atendidos na elaboração e utilização de
avaliação de risco operacional para operadores de aeronaves não tripuladas.

5.1.4. Os parágrafos E94.103(f)(2) e E94.103(g)(2) podem ser atendidos de forma alternativa ao


disposto nesta IS, pelos operadores de aeronaves não tripuladas cujas operações estejam
contempladas em um sistema de gerenciamento de segurança operacional (SGSO).

5.1.5. Esta IS não se aplica aos operadores de aeronaves não tripuladas de uso recreativo, visto que o
RBAC-E nº 94 não obriga que eles elaborem ou utilizem uma avaliação de risco operacional.
No entanto, recomenda-se que o operador considere elaborar e utilizar a referida avaliação de
risco em suas operações, cujos critérios podem ser inspirados nesta IS.

5.1.6. Sugestões de aprimoramento desta IS podem ser encaminhadas para o e-mail


gtno.spo@anac.gov.br.

5.2. Procedimentos para elaboração da avaliação de risco operacional

5.2.1. A avaliação de risco operacional deve ser realizada por meio do preenchimento do documento
proposto no Apêndice B desta IS, ou por modelo proposto pelo operador, mas que contenha
pelo menos o seguinte:

a) identificação do operador;

b) identificação das aeronaves envolvidas. Pode ser realizado uma única avaliação para várias
aeronaves que realizam um mesmo tipo de operação, que devem ser identificadas pelo seu
número de cadastro ou de registro;

c) identificação do cenário operacional;

d) listagem da legislação e da regulamentação mais relevante aplicável, com as suas últimas


atualizações. Pelo menos o CBA e as regulamentações aplicáveis da ANAC, do DECEA e da
Anatel devem constar da lista. A cada edição da avaliação de risco a listagem deve ser revisitada
para verificar possíveis atualizações dos regulamentos. A listagem deve estar atualizada na data
de assinatura do documento que contém a avaliação de risco;

Origem: SPO 4/10


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS nº E94-003
Revisão A

Nota: até o momento da Revisão A desta IS, estavam publicados:


- o Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei nº 7.565/1986);
- o RBAC-E nº 94, da ANAC;
- a IS nº E94-001 - Revisão A, da ANAC;
- a IS nº E94-002 - Revisão A, da ANAC;
- a IS nº E94-003 – Revisão A, da ANAC (esta IS);
- a IS nº E94.503-001 – Revisão A, da ANAC;
- a Resolução nº 25/2008, da ANAC;
- a ICA 100-40, reeditada em 10 de março de 2017, do DECEA;
- a ICA 100-12, reeditada em 10 de novembro de 2016, do DECEA;
- a ICA 100-37, reeditada em 10 de novembro de 2016, do DECEA;
- a Resolução Anatel nº 242, de 30 de novembro de 2000;
- a Resolução Anatel nº 506, de 1º de julho de 2008; e
- a Resolução Anatel nº 635, de 9 de maio de 2014.
Alguns dos dispositivos acima podem não ser aplicáveis a um operador específico, e então não precisam
ser listados, assim com outros de interesse podem ser incluídos. É, contudo, dever do operador e do
piloto remoto se manterem atualizados com relações às novas publicações e revisões. Pode ser
mencionado também na avaliação de risco eventuais procedimentos internos do operador para manter o
pessoal envolvido atualizado das edições e revisões da legislação ou regulamentação pertinentes.

e) uma declaração se o operador é ou não obrigado a se manter em “área distante de terceiros”,


conforme definido no parágrafo E94.3(a)(3) do RBAC-E nº 94.

Nota: se o operador estiver enquadrado nos parágrafos E94.103(g) ou E94.103(h) do RBAC-E nº 94, ele não
é obrigado a se manter em áreas distantes de terceiros, mas sob sua inteira responsabilidade. Caso ele
não esteja enquadrado nos referidos parágrafos, ele somente pode operar em áreas distantes de terceiros.

f) uma declaração se os pilotos e/ou observadores precisam passar por algum tipo de
treinamento inicial ou periódico específico. Caso a resposta seja positiva, eles devem ser
especificados ou feita uma referência a um documento que os contenha;

g) uma descrição sobre quem acionar e como proceder em caso de um acidente com lesão a
pessoas;

h) a avaliação de risco, considerando os perigos, a probabilidade e severidade da consequência,


o risco associado, a tolerabilidade, o nível hierárquico da aprovação da operação e eventuais
medidas mitigatórias do risco. Pelo menos três tipos de situações deveriam ser considerados na
avaliação em cada cenário (dentre outros que o operador puder identificar):
- perda do link;
- existência de tráfego aéreo local; e
- presença de pessoas não anuentes.

Nota: para a ANAC, a tolerabilidade deve levar em conta principalmente as consequências para pessoas e para
o tráfego aéreo (que indiretamente afeta pessoas). Mas o operador pode incluir outros elementos de risco
na sua análise, de acordo com a sua conveniência, como risco a bens materiais de terceiros, etc...

Exemplo de aplicação:

Cenário operacional hipotético: realização de inspeções em linhas de transmissão com RPA.

Situação 1 Perda do link


Probabilidade de ocorrência 3 (remoto). Há notícias de perda de link com o modelo de
(vide item 4.1.2 desta IS) aeronave considerado.
Origem: SPO 5/10
Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS nº E94-003
Revisão A

Severidade da ocorrência E (insignificante). Em caso de perda de link, a aeronave se dirigirá


(vide item 4.1.3 desta IS) para o crash site programado.
Risco 3E
(vide item 4.1.4 desta IS)
Tolerabilidade Baixo risco
(vide item 4.1.5 desta IS)
Nível hierárquico de
Operacional
autorização da operação
Medidas de mitigação do Utilização de check list de pré-operação, com item específico de
risco verificação da programação do crash site.
Situação 2 Existência de tráfego aéreo local
Probabilidade de ocorrência 1 (muito improvável). Não há notícias de tráfego aéreo na região.
(vide item 4.1.2 desta IS)
Severidade da ocorrência A (catastrófico). Se ocorrer um encontro com aeronave tripulada
(vide item 4.1.3 desta IS) pode ocorrer queda da aeronave e morte de pessoas.
Risco 1A
(vide item 4.1.4 desta IS)
Tolerabilidade Risco moderado
(vide item 4.1.5 desta IS)
Nível hierárquico de
Chefia imediata.
autorização da operação
Antes de autorizar a operação, chefia imediata deve se assegurar
Medidas de mitigação do
da inexistência de tráfego aéreo no local da operação do dia, e da
risco
conformidade com a regulamentação do DECEA.
Situação 3 Presença de pessoas não anuentes
1 (muito improvável). É bastante rara a ocorrência de pessoas não
Probabilidade de ocorrência anuentes a menos de 30 metros do local da operação e, em caso de
(vide item 4.1.2 desta IS) falha catastrófica, a probabilidade de atingir aquela pessoa é muito
pequena.
B (crítico). Se ocorrer um encontro em caso de falha catastrófica
Severidade da ocorrência do equipamento, a severidade provável são lesões sérias à pessoa
(vide item 4.1.3 desta IS)
atingida ou morte.
Risco 1B
(vide item 4.1.4 desta IS)
Tolerabilidade Risco baixo
(vide item 4.1.5 desta IS)
Nível hierárquico de
Operacional
autorização da operação
Utilização de check list de pré-operação, com item específico de
verificação da eventual presença de pessoas no local. Caso estas
pessoas estejam a menos de 30 metros do local da operação, a
Medidas de mitigação do
operação não pode ser iniciada antes que essas pessoas sejam
risco
removidas. Caso uma pessoa acesse acidentalmente a área dentro
do limite dos 30 metros durante a operação, a operação deverá ser
suspensa tão rápido quanto seja praticável.
Situação 4 Ventos acima de X nós no local da operação
Probabilidade de ocorrência 4 (Ocasional).
(vide item 4.1.2 desta IS)
Severidade da ocorrência A (Catastrófico). Destruição da aeronave e/ou possíveis danos à
(vide item 4.1.3 desta IS) linha de transmissão em caso de colisão.*
Risco 4A
(vide item 4.1.4 desta IS)
Tolerabilidade Risco extremo
(vide item 4.1.5 desta IS)
Nível hierárquico de
Presidente da empresa
autorização da operação

Origem: SPO 6/10


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS nº E94-003
Revisão A

Interrupção da operação até que o vento fique abaixo de X nós.


Medidas de mitigação do
Caso se decida operar nestas condições, é requerida a aprovação
risco
do nível hierárquico mais alto da empresa (presidente).
* Embora não haja identificado na situação 4 um risco imediato a pessoas, é discrição do operador agravar a
severidade com o fim de proteger os seus bens materiais ou os de terceiros. Desse modo, ele pode classificar como
“catastrófica” a severidade onde outros, por não identificarem danos imediatos a pessoas, poderiam optar por
classificar como “pequeno”, “significativo” ou “crítico”.

i) a identificação da matriz de risco utilizada. O operador pode utilizar o modelo proposto, ou


utilizar um padrão personalizado que seja consistente com a sua realidade operacional, que será
utilizada como base para o preenchimento da avaliação de risco;

j) uma declaração de que todos os pilotos remotos conhecem e cumprem a legislação e


regulamentação aplicáveis, assim como conhecem as consequências do descumprimento;

k) identificação do responsável pelas informações; e

l) data e assinatura da avaliação, assim como a indicação do mês da validade.

5.2.2. Caso o operador não utilize o modelo proposto no Apêndice B desta IS, pelo menos o título
“Avaliação de Risco Operacional” e a referência ao RBAC nº 94 devem ser mantidos, a fim de
que a fiscalização identifique o documento como relacionado ao cumprimento do parágrafo
E94.103(g)(2) ou E94.103(h)(2) do RBAC-E nº 94.

5.2.3. A ANAC não receberá nem aprovará as avaliações de risco operacional, e elas podem ser
utilizadas assim que forem impressas e assinadas por um responsável. Todas as folhas do
documento deverão estar rubricadas. É admissível assinatura digital.

5.2.4. É obrigatório o porte da avaliação de risco operacional confeccionada de acordo com esta IS
pelo piloto-remoto da aeronave. É admitido o porte do documento em formato digital, mas se a
assinatura for a tinta, a cópia deverá estar digitalizada e com a assinatura e rubricas visíveis. O
operador deve manter o documento físico original para referência e apresentá-lo para
fiscalização sempre que solicitado.

5.2.5. Caso a avaliação de risco seja substituída por uma versão atualizada, a versão anterior pode ser
descartada.

6. APÊNDICES

Apêndice A – Reservado

Apêndice B – Modelo de avaliação de risco operacional

7. DISPOSIÇÕES FINAIS

7.1. Os casos omissos serão dirimidos pelo Superintendente de Padrões Operacionais.

7.2. Esta IS entra em vigor na data de sua publicação.

Origem: SPO 7/10


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS nº E94-003
Revisão A

APÊNDICE A – RESERVADO

Origem: SPO 8/10


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS nº E94-003
Revisão A

APÊNDICE B – MODELO DE AVALIAÇÃO DE RISCO OPERACIONAL

Avaliação de Risco Operacional


Em cumprimento ao parágrafo [E94.103(f)(2) ou E94.103(g)(2)] do RBAC-E nº 94 da ANAC

Operador:
CPF ou CNPJ:
Aeronave(s): [incluir o cadastro ou o registro da(s) aeronave(s)]

Cenário operacional:

Aspectos gerais:

Legislação aplicável: [listar principalmente o CBA e as regras da ANAC, DECEA e Anatel]

O operador é obrigado a se manter em áreas distantes de terceiros? [Sim/Não]

Os pilotos e observadores devem passar por algum treinamento inicial ou periódico específico
provido pela empresa? Se sim, especificar:

Em caso de acidente com lesões a pessoas, quem acionar? Como proceder?

Avaliação do risco: [ver o exemplo de preenchimento no corpo da IS]

Situação 1 Perda do link


Probabilidade de ocorrência
Severidade da ocorrência
Risco
Tolerabilidade
Nível hierárquico de autorização da operação
Medidas de mitigação do risco
Situação 2 Existência de tráfego aéreo local
Probabilidade de ocorrência
Severidade da ocorrência
Risco
Tolerabilidade
Nível hierárquico de autorização da operação
Medidas de mitigação do risco
Situação 3 Presença de pessoas não anuentes
Probabilidade de ocorrência
Severidade da ocorrência
Risco
Tolerabilidade
Nível hierárquico de autorização da operação
Medidas de mitigação do risco
Situação 4
Etc....

Origem: SPO 9/10


Data de emissão: 3 de maio de 2017. IS nº E94-003
Revisão A

Matriz de risco: [o operador deve utilizar uma matriz própria ou adotar o modelo aqui proposto]
Probabilidade da ocorrência:
- Nível 5 (frequente): é provável que ocorra muitas vezes, ou historicamente tem ocorrido frequentemente;
- Nível 4 (ocasional): é provável que ocorra algumas vezes, ou historicamente tem ocorrido com pouca frequência;
- Nível 3 (remoto): é improvável, mas é possível que venha a ocorrer, ou ocorre raramente;
- Nível 2 (improvável): é bastante improvável que ocorra e não se tem notícia de que tenha alguma vez ocorrido; e
- Nível 1 (muito improvável): é quase impossível que o evento ocorra.

Severidade da ocorrência:
- Nível A (catastrófico): morte de múltiplas pessoas;
- Nível B (crítico): morte de pessoa, lesões gravíssimas, capazes de deixar sequelas significativas e/ou incapacitantes,
tais como cegueira, paralisia, amputações, etc.;
- Nível C (significativo): lesões sérias a pessoas, mas não incapacitantes nem com sequelas significativas;
- Nível D (pequeno): incidentes menores, danos a objetos, animais ou vegetação no solo, lesões leves;
- Nível E (insignificante): somente danos ao equipamento.

Tolerabilidade:

Severidade
Catastrófico Crítico Significativo Pequeno Insignificante
A B C D E
Frequente 5 5A 5B 5C 5D 5E
Probabilidade

Ocasional 4 4A 4B 4C 4D 4E
Remoto 3 3A 3B 3C 3D 3E
Improvável 2 2A 2B 2C 2D 2E
Muito improvável 1 1A 1B 1C 1D 1E

- Risco extremo (classificações 4A, 5A e 5B): a operação não deve ocorrer e, caso esteja ocorrendo, deve cessar
imediatamente, enquanto persistir a condição ou até que medidas mitigadoras suficientes reduzam o risco para um nível
aceitável pelo operador. Caso ainda se decida prosseguir com a operação, controles preventivos para mitigação do risco
devem ser estabelecidos, devem estar em vigor e a aprovação da hierarquia mais alta da empresa (presidente) deve ser
requerida.
- Alto risco (classificações 3A, 4B e 5C): a operação não deveria ocorrer e, caso esteja ocorrendo, deveria cessar
imediatamente, enquanto persistir a condição ou até que medidas mitigadoras suficientes reduzam o risco para um nível
aceitável pelo operador. Caso ainda se decida prosseguir com a operação, controles preventivos para mitigação do risco
devem ser estabelecidos, devem estar em vigor e a aprovação da hierarquia de gestão da empresa (gerente ou diretor) deve
ser requerida.
- Risco moderado (classificações 1A, 2A, 2B, 3B, 3C, 4C, 4D, 5D, 5E): a operação pode ocorrer com controles
preventivos para mitigação do risco estabelecidos e que devem estar em vigor, conforme necessários. Operações neste
nível de risco deveriam ser aprovadas por nível hierárquico imediatamente superior (chefia imediata).
- Baixo risco (classificações 1B, 1C, 2C, 2D, 3D, 3E, 4E): a operação pode ocorrer e controles preventivos para mitigação
de risco e aprovação por nível hierárquico imediatamente superior (chefia imediata) são opcionais.
- Risco muito baixo (classificações 1D, 1E e 2E): a operação é aceitável como concebida, e nenhum controle preventivo
para mitigação de risco e aprovação é requerida para que ela ocorra.

Disposições finais:

Declaro para os devidos fins que todos os pilotos remotos conhecem e cumprem a legislação e
regulamentação aplicáveis, em especial as acima listadas, assim como conhecem as consequências do
descumprimento.

Responsável pelas informações:


Data e assinatura:

Esta avaliação de risco operacional é válida até [mês/ano + 12 meses].

Origem: SPO 10/10


REGULAMENTO BRASILEIRO
DA AVIAÇÃO CIVIL ESPECIAL
RBAC-E nº 94

Título: REQUISITOS GERAIS PARA AERONAVES NÃO


TRIPULADAS DE USO CIVIL
Aprovação: Resolução nº 419, de 2 de maio de 2017. Origem: SAR/SPO

SUMÁRIO

PREÂMBULO

SUBPARTE A – GERAL
E94.1 Aplicabilidade
E94.3 Definições
E94.5 Classificação do RPAS e da RPA
E94.7 Responsabilidade e autoridade do piloto remoto em comando
E94.9 Requisitos para piloto remoto e observador
E94.11 Aeronavegabilidade civil
E94.13 [Reservado]
E94.15 Uso de substâncias psicoativas
E94.17 Descumprimento às regras estabelecidas
E94.19 Porte de documentos

SUBPARTE B – REGRAS DE VOO


E94.101 Aplicabilidade
E94.103 Regras gerais para a operação de aeronaves não tripuladas
E94.105 Atribuições de pré-voo
E94.107 Posto de trabalho do piloto remoto
E94.109 Requisitos de autonomia
E94.111 Áreas de pousos e decolagens para aeronaves não tripuladas
E94.113 Limitações operacionais para RPA com CAVE
E94.115 Operações internacionais

SUBPARTE C – [RESERVADA]

SUBPARTE D – REGISTRO E MARCAS


E94.301 Registro e cadastro
E94.303 Marcas de identificação, de nacionalidade e de matrícula

SUBPARTE E – AUTORIZAÇÃO DE PROJETO DE RPAS


E94.401 Autorização do projeto do RPAS
E94.403 Determinação dos requisitos aplicáveis para autorização do projeto do RPAS
E94.405 Projeto do RPAS – Geral
E94.407 Projeto do RPAS para operações BVLOS
E94.409 Projeto de RPAS Classe 2
E94.411 Projeto de RPAS Classe 1
E94.413 Modificações do projeto

SUBPARTE F – CERTIFICADOS DE AERONAVEGABILIDADE PARA RPA


Data da emissão: 3 de maio de 2017 RBAC-E nº 94

E94.501 Disposições gerais


E94.503 Emissão de CAVE e AEV para RPA
E94.505 Emissão de Certificado de Aeronavegabilidade Especial para RPA Classe 2 ou 3
E94.507 Emissão de Certificado de Aeronavegabilidade para RPA Classe 1
E94.509 Validade

SUBPARTE G – AERONAVEGABILIDADE CONTINUADA DE RPAS


E94.601 Disposições gerais
E94.603 Aeronavegabilidade continuada de RPAS Classe 1
E94.605 Manutenção requerida para RPAS Classe 1
E94.607 Operação após manutenção, manutenção preventiva, reconstrução ou alterações de RPAS Classe 1
E94.609 Inspeções de RPAS Classe 1
E94.611 Equipamentos de testes e inspeções em sistema de altímetro e em equipamento automático de informação de
altitude (Modo C) de RPAS Classe 1
E94.613 Testes e inspeções do transponder de RPAS Classe 1
E94.615 Registros de manutenção de RPAS Classe 1
E94.617 Transferência de registros de manutenção de RPAS Classe 1
E94.619 Pesagem e balanceamento de RPA Classe 1
E94.621 Aeronavegabilidade continuada de RPAS Classe 2
E94.623 Aeronavegabilidade continuada de RPAS Classe 3 BVLOS

SUBPARTE H – DISPOSIÇÕES FINAIS


E94.701 Contravenções

Origem: SAR/SPO 2/26


Data da emissão: 3 de maio de 2017 RBAC-E nº 94

PREÂMBULO

Este Regulamento Brasileiro da Aviação Civil Especial – RBAC-E aborda os requisitos gerais de
competência da ANAC para aeronaves não tripuladas. Por natureza, um RBAC-E possui a finalidade
de regular matéria exclusivamente técnica que possa afetar a segurança da aviação civil, com vigência
limitada no tempo e restrita a um número razoável de requisitos e pessoas, até que os requisitos
contidos nos mesmos sejam incorporados em RBAC apropriado ou definitivamente revogados. Este
Regulamento Especial estabelece as condições para a operação de aeronaves não tripuladas no Brasil
considerando o atual estágio do desenvolvimento desta tecnologia. Objetiva-se promover um
desenvolvimento sustentável e seguro para o setor e, assim, algumas restrições operacionais –
notadamente sobre as áreas não distantes de terceiros – foram julgadas como necessárias neste
momento. É esperado que a experiência obtida na prática nos próximos anos resulte em um maior
conhecimento e superação dos desafios para uma ampla integração desta classe de aeronaves no
sistema de aviação civil. Adicionalmente, devem ser observadas as regulamentações de outros entes
da administração pública direta e indireta, tais como a Agência Nacional de Telecomunicações –
ANATEL, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo – DECEA e o Ministério da Defesa, assim
como as legislações referentes às responsabilizações nas esferas civil, administrativa e penal que
podem incidir sobre o uso de aeronave não tripulada, com destaque àquelas disposições referentes à
inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas.

Origem: SAR/SPO 3/26


Data da emissão: 3 de maio de 2017 RBAC-E nº 94

SUBPARTE A
GERAL

E94.1 Aplicabilidade
(a) Este Regulamento Especial se aplica a aeronaves não tripuladas de uso civil (doravante
denominadas apenas de aeronaves não tripuladas) capazes de sustentar-se e/ou circular no espaço
aéreo mediante reações aerodinâmicas, nas seguintes condições:
(1) se possuírem certidão de cadastro, certificado de matrícula brasileiro ou certificado de marca
experimental, emitidos pela ANAC; ou
(2) se operarem em território brasileiro.
(b) As regras estabelecidas no RBHA 91, ou RBAC que vier a substituí-lo, e nos RBAC nº 21, 43,
45, 61 e na Resolução nº 293/2013, não se aplicam às aeronaves não tripuladas, salvo disposição
contrária expressa neste Regulamento Especial.

E94.3 Definições
(a) Para os propósitos deste Regulamento Especial são válidas as definições abaixo:
(1) aeromodelo significa toda aeronave não tripulada com finalidade de recreação;
(2) Aeronave Remotamente Pilotada (Remotely-Piloted Aircraft – RPA) significa a aeronave
não tripulada pilotada a partir de uma estação de pilotagem remota com finalidade diversa de
recreação;
(3) área distante de terceiros significa área, determinada pelo operador, considerada a partir de
certa distância horizontal da aeronave não tripulada em operação, na qual pessoas não envolvidas e
não anuentes no solo não estão submetidas a risco inaceitável à segurança. Em nenhuma hipótese a
distância da aeronave não tripulada poderá ser inferior a 30 metros horizontais de pessoas não
envolvidas e não anuentes com a operação. O limite de 30 metros não precisa ser observado caso haja
uma barreira mecânica suficientemente forte para isolar e proteger as pessoas não envolvidas e não
anuentes na eventualidade de um acidente;
Nota: O limite de 30m, neste caso, é critério para a aplicação das regras da ANAC. O acesso ao
espaço aéreo é de competência do DECEA, o qual poderá estabelecer limites inferiores de maior
magnitude.
(4) Estação de Pilotagem Remota (Remote Pilot Station – RPS) significa o componente do
RPAS contendo os equipamentos necessários à pilotagem da RPA;
(5) observador de RPA significa pessoa que, sem o auxílio de equipamentos ou lentes (exceto
as corretivas), auxilia o piloto remoto na condução segura do voo, mantendo contato visual direto
com a RPA;
(6) Operação Além da Linha de Visada Visual (Beyond Visual Line of Sight – BVLOS
operation) significa a operação que não atenda às condições VLOS ou EVLOS;
(7) operação autônoma significa a operação normal de uma aeronave não tripulada durante a
qual não é possível a intervenção do piloto remoto no voo ou parte dele;
(8) Operação em Linha de Visada Visual (Visual Line of Sight – VLOS operation) significa a
operação em condições meteorológicas visuais (VMC), na qual o piloto, sem o auxílio de
Origem: SAR/SPO 4/26
Data da emissão: 3 de maio de 2017 RBAC-E nº 94

observadores de RPA, mantém o contato visual direto (sem auxílio de lentes ou outros equipamentos)
com a aeronave remotamente pilotada, de modo a conduzir o voo com as responsabilidades de manter
as separações previstas com outras aeronaves, bem como de evitar colisões com aeronaves e
obstáculos;
(9) Operação em Linha de Visada Visual Estendida (Extended Visual Line of Sight – EVLOS
operation) significa a operação em VMC, na qual o piloto remoto, sem auxílio de lentes ou outros
equipamentos, não é capaz de manter o contato visual direto com a RPA, necessitando dessa forma
do auxílio de observadores de RPA para conduzir o voo com as responsabilidades de manter as
separações previstas com outras aeronaves, bem como de evitar colisões com aeronaves e obstáculos,
seguindo as mesmas regras de uma operação VLOS.;
(10) operação remotamente pilotada significa a operação normal de uma aeronave não
tripulada durante a qual é possível a intervenção do piloto remoto em qualquer fase do voo, sendo
admitida a possibilidade de voo autônomo somente em casos de falha do enlace de comando e
controle, sendo obrigatória a presença constante do piloto remoto, mesmo no caso da referida falha
do enlace de comando e controle;
(11) pessoa anuente significa uma pessoa cuja presença não é indispensável para que ocorra
uma operação de aeronave não tripulada bem sucedida, mas que por vontade própria e por sua conta
e risco concorde, expressamente, que uma aeronave não tripulada opere perto de sua própria pessoa
ou de seus tutelados legais sem observar os critérios das áreas distantes de terceiros;
Nota: Considerando o princípio da autonomia e que o cidadão tem o direito de assumir e administrar
o próprio risco quando somente ele ou seus tutelados legais (no caso de menores de idade) estarão
expostos, a ANAC permite a operação de aeronaves não tripuladas perto de pessoas sem observar os
critérios das áreas distantes de terceiros, desde que essas pessoas tenham dado expressamente a
sua anuência, manifestando dessa forma a sua vontade. Contudo, a ANAC esclarece àqueles que
livremente optarem por dar essa anuência que não é possível garantir um nível de risco aceitável de
segurança operacional e que o controle da exposição a esse risco é de sua inteira responsabilidade.
(12) pessoa envolvida significa uma pessoa cuja presença é indispensável para que ocorra uma
operação de aeronave não tripulada bem sucedida;
(13) piloto remoto é a pessoa que manipula os controles de voo de uma aeronave não tripulada;
e
(14) Sistema de Aeronave Remotamente Pilotada (Remotely-Piloted Aircraft System – RPAS)
significa a RPA, sua(s) RPS, o enlace de pilotagem e qualquer outro componente, como especificado
no seu projeto.

E94.5 Classificação do RPAS e da RPA


(a) O RPAS e a RPA são classificados de acordo com o peso máximo de decolagem (PMD) da
RPA da seguinte maneira:
(1) Classe 1: RPA com peso máximo de decolagem maior que 150 kg;
(2) Classe 2: RPA com peso máximo de decolagem maior que 25 kg e menor ou igual a 150
kg; e
(3) Classe 3: RPA com peso máximo de decolagem menor ou igual a 25 kg.

Origem: SAR/SPO 5/26


Data da emissão: 3 de maio de 2017 RBAC-E nº 94

Nota: a unidade de medida considerada para o rótulo "peso máximo de decolagem" é a de massa (kg),
em razão do uso já consagrado pela comunidade aeronáutica, que rotula de "peso" o que tecnicamente
se refere a "massa".

E94.7 Responsabilidade e autoridade do piloto remoto em comando


O piloto remoto em comando de uma aeronave não tripulada é diretamente responsável pela condução
segura da aeronave, pelas consequências advindas, e tem a autoridade final por sua operação.

E94.9 Requisitos para piloto remoto e observador


(a) Todos os pilotos remotos e observadores de RPA devem ser maiores de 18 anos.
(b) Todos os pilotos remotos de RPA Classe 1 ou 2 devem possuir um Certificado Médico
Aeronáutico (CMA) de 1ª, 2ª ou 5ª Classe válido, conforme o parágrafo 67.13(g) do RBAC nº 67, ou
um CMA de 3ª Classe válido emitido pelo Comando da Aeronáutica segundo a ICA 63-15.
(c) Todos os pilotos remotos que atuarem em operações acima de 400 pés acima do nível do solo
(Above Ground Level – AGL), ou que atuarem em operações de RPAS Classe 1 ou 2, devem possuir
licença e habilitação emitida ou validada pela ANAC. A ANAC determinará, para cada tipo de
operação, os critérios aceitáveis para a emissão da licença e habilitação apropriadas.

E94.11 Aeronavegabilidade civil


(a) Somente é permitido operar uma aeronave não tripulada que esteja em condições
aeronavegáveis.
(b) O piloto remoto em comando de uma aeronave não tripulada é responsável pela verificação de
suas condições quanto à segurança do voo. Ele deve descontinuar o voo, assim que possível, quando
ocorrerem problemas mecânicos, elétricos ou estruturais que comprometam a segurança da operação.

E94.13 [Reservado]

E94.15 Uso de substâncias psicoativas


O piloto remoto em comando e os observadores (se aplicável) de uma aeronave não tripulada devem
obedecer aos requisitos aplicáveis da Seção 91.17 do RBHA 91, ou disposições correspondentes que
venham a substituí-las.

E94.17 Descumprimento às regras estabelecidas


(a) O não cumprimento dos requisitos estabelecidos neste Regulamento Especial será apurado e
os infratores estarão sujeitos às sanções previstas na Lei nº 7.565/86 (CBA).
(b) Por medida cautelar, a ANAC poderá suspender temporariamente as operações quando houver
suspeita ou evidência de descumprimento de requisitos deste Regulamento Especial que afetem
significativamente o nível de risco da operação.

Origem: SAR/SPO 6/26


Data da emissão: 3 de maio de 2017 RBAC-E nº 94

E94.19 Porte de documentos


Somente é permitido operar uma RPA de peso máximo de decolagem acima de 250 gramas se,
durante toda a operação, estiverem disponíveis na RPS os seguintes documentos:
(a) a Certidão de Cadastro, o Certificado de Matrícula ou o Certificado de Marca Experimental,
conforme aplicável, todos válidos;
(b) o certificado de aeronavegabilidade válido, se aplicável;
(c) o manual de voo;
(d) a apólice de seguro ou o certificado de seguro com comprovante de pagamento, dentro da
validade, se aplicável;
(e) documento que contém a avaliação de risco a que se referem os parágrafos E94.103(f)(2) e
E94.103(g)(2) deste Regulamento Especial; e
(f) licença, habilitação e extrato do CMA, válidos e conforme aplicáveis segundo este
Regulamento Especial.
Nota: os documentos acima listados abrangem somente os que são requeridos possuir por parte da
ANAC. Outros documentos podem ser necessários por parte do DECEA, da ANATEL, ou de outros
órgãos competentes.

Origem: SAR/SPO 7/26


Data da emissão: 3 de maio de 2017 RBAC-E nº 94

SUBPARTE B
REGRAS DE VOO

E94.101 Aplicabilidade
Esta subparte estabelece requisitos para operações de aeronaves não tripuladas.

E94.103 Regras gerais para a operação de aeronaves não tripuladas


(a) É proibido o transporte de pessoas, animais, artigos perigosos referidos no RBAC nº 175 ou
carga proibida por autoridade competente, em aeronaves não tripuladas.
(1) Essa proibição não se aplica aos artigos perigosos transportados por uma aeronave não
tripulada, quando tais artigos:
(i) se destinem a lançamentos relacionados a atividades de agricultura, horticultura,
florestais, controle de avalanche, controle de obstrução por gelo e deslizamentos de terra ou controle
de poluição;
(ii) sejam equipamentos eletrônicos que contenham baterias de lítio necessárias para seu
funcionamento, desde que sejam destinadas para uso durante o voo, tais como câmeras fotográficas,
filmadoras, computadores etc. Este item não isenta o cumprimento de requisitos de certificação
exigidos por outros regulamentos da ANAC;
(iii) sejam transportados por aeronaves não tripuladas pertencentes a entidades controladas
pelo Estado, sob total responsabilidade das referidas entidades, desde que cumpram os dispositivos
aplicáveis do RBAC nº 175; ou
(iv) forem requeridos a bordo da aeronave não tripulada, de acordo com os requisitos
pertinentes de aeronavegabilidade e/ou de operações.
(b) É vedado operar uma aeronave não tripulada, mesmo não sendo com o propósito de voar, de
maneira descuidada ou negligente, colocando em risco vidas ou propriedades de terceiros.
(c) É proibida a operação autônoma de aeronaves não tripuladas.
(d) Todas as operações de aeronaves não tripuladas de uso não recreativo acima de 250 gramas de
peso máximo de decolagem devem possuir seguro com cobertura de danos a terceiros, exceto as
operações de aeronaves pertencentes a entidades controladas pelo Estado.
(e) A operação de aeromodelos de peso máximo de decolagem acima de 250 gramas somente é
permitida pela ANAC em áreas distantes de terceiros, sob total responsabilidade do seu operador,
conforme permitido o uso do espaço aéreo pelo DECEA.
(f) A operação de RPA de peso máximo de decolagem acima de 250 gramas somente é permitida
pela ANAC em áreas distantes de terceiros, conforme permitido o uso do espaço aéreo pelo DECEA,
sob total responsabilidade do seu operador, nas seguintes condições:
(1) se forem atendidas as demais exigências deste Regulamento Especial; e
(2) se houver uma avaliação de risco operacional, em formato aceitável, contemplando cada
cenário operacional, que deve estar atualizada dentro dos últimos 12 meses calendáricos prévios à
operação.

Origem: SAR/SPO 8/26


Data da emissão: 3 de maio de 2017 RBAC-E nº 94

(g) A operação de RPA de peso máximo de decolagem acima de 250 gramas de um órgão de
segurança pública, de polícia, de fiscalização tributária e aduaneira, de combate a vetores de
transmissão de doenças, de defesa civil e/ou do corpo de bombeiros, ou de operador a serviço de um
destes, somente é permitida pela ANAC, conforme permitido o uso do espaço aéreo pelo DECEA,
sob total responsabilidade do órgão ou do operador, em quaisquer áreas, nas seguintes condições:
(1) se forem atendidas as demais exigências deste Regulamento Especial; e
(2) se houver uma avaliação de risco operacional, contemplando cada modalidade de operação,
nos termos de Instrução Suplementar específica, que deve estar atualizada dentro dos últimos 12
meses calendáricos prévios à operação.
(h) Outros órgãos ou entidades controlados pelo Estado não mencionados no parágrafo (g) desta
seção somente podem operar sob as condições do referido parágrafo (g) mediante autorização
expressa da ANAC, sendo exigido que se demonstre:
(1) o interesse público da operação; e
(2) que haveria um risco maior à vida se a operação fosse realizada por meios alternativos.
(i) A operação de aeronaves não tripuladas até 250 gramas de peso máximo de decolagem é
permitida pela ANAC, sob total responsabilidade do seu operador, conforme permitido o uso do
espaço aéreo pelo DECEA, se forem atendidas as demais exigências deste Regulamento Especial.
Nota: o usuário deve sempre atentar que não basta cumprir as regras da ANAC para poder operar,
mas é preciso cumprir também as regras do DECEA, da ANATEL e eventualmente de outras
autoridades competentes, que podem criar restrições ou proibições operacionais além das regras da
ANAC.
(j) Operações de aeronaves não tripuladas fora dos critérios estabelecidos nos parágrafos (e), (f),
(g), (h) e (i) desta seção são proibidas.
(k) O operador deve manter registros de todos os voos realizados de RPA Classes 1 e 2, em formato
aceitável pela ANAC.

E94.105 Atribuições de pré-voo


Antes de iniciar um voo, o piloto remoto em comando de uma aeronave não tripulada deve tomar
ciência de todas as informações necessárias ao planejamento do voo.

E94.107 Posto de trabalho do piloto remoto


(a) É necessária a presença de um piloto remoto requerido para a operação na RPS durante todas
as fases do voo, sendo admitida a troca do piloto remoto em comando durante a operação.
(b) Um piloto remoto somente pode operar um único RPAS por vez.

E94.109 Requisitos de autonomia


(a) Somente é permitido iniciar uma operação de aeronave não tripulada se, considerando vento e
demais condições meteorológicas conhecidas, houver autonomia suficiente para realizar o voo e
pousar em segurança no local previsto.

Origem: SAR/SPO 9/26


Data da emissão: 3 de maio de 2017 RBAC-E nº 94

(b) As RPA Classe 1 devem atender às disposições das seções 91.151 e 91.167 do RBHA 91, ou
disposições correspondentes que vierem a substituí-las.

E94.111 Áreas de pousos e decolagens para aeronaves não tripuladas


(a) A operação de aeronaves não tripuladas em aeródromos deve ser autorizada pelo respectivo
operador aeroportuário, podendo a ANAC estabelecer restrições ou condições específicas para tal
operação.
(b) Pousos e decolagens de RPA podem ser realizados, sob total responsabilidade do piloto remoto
em comando e/ou do operador, conforme aplicável, desde que:
(1) o pouso ou a decolagem seja feito em áreas distantes de terceiros, com exceção dos
operadores citados nos parágrafos E94.103(g), (h) ou (i), que poderão pousar e decolar, sob sua inteira
responsabilidade; e
(2) não haja proibição de operação no local escolhido.
(c) Caso haja alguma situação especial, não prevista por este Regulamento Especial, que cause
perturbação à ordem pública, a ANAC poderá proibir as operações em determinada área, mesmo que
essa área atenda aos outros critérios do parágrafo (b) desta Seção.
(d) Caso o RPAS preveja uma ou mais áreas para pouso de emergência (crash site), essas áreas
devem atender às exigências desta Seção.

E94.113 Limitações operacionais para RPA com CAVE


(a) Somente é permitido operar uma RPA civil com CAVE, conforme permitido o uso do espaço
aéreo pelo DECEA:
(1) para os propósitos para os quais o certificado foi emitido;
(2) sem fins lucrativos; e
(3) sobre áreas distantes de terceiros.
(b) A ANAC pode estabelecer as limitações adicionais que considere necessárias para garantir a
segurança.

E94.115 Operações internacionais


Uma aeronave não tripulada somente poderá, em voo, cruzar as fronteiras nacionais para acessar o
território brasileiro após a emissão de autorização expressa da ANAC, observada a regulamentação
específica sobre o controle do espaço aéreo e de demais órgãos competentes.

Origem: SAR/SPO 10/26


Data da emissão: 3 de maio de 2017 RBAC-E nº 94

SUBPARTE C
[RESERVADA]

SUBPARTE D
REGISTRO E MARCAS

E94.301 Registro e cadastro


(a) Todas as RPA que sejam de um projeto autorizado ou de um tipo certificado devem ser
registradas atendendo ao disposto na Resolução n° 293, de 9 de novembro de 2013, que dispõe sobre
o Registro Aeronáutico Brasileiro. Essas aeronaves fazem jus a um Certificado de Marca
Experimental ou a um Certificado de Matrícula, conforme aplicável.
(b) Exceto como previsto no parágrafo (d) desta seção, todo aeromodelo, ou RPA Classe 3 que
opere somente em VLOS até 400 pés AGL, e que não seja de um projeto autorizado ou de um tipo
certificado, deve ser cadastrado junto à ANAC e vinculado a uma pessoa (física ou jurídica, com CPF
ou CNPJ no Brasil), que será a responsável legal pela aeronave.
(c) Exceto como previsto em (d), todo aeromodelo, ou RPA Classe 3 que opere somente em VLOS
até 400 pés AGL, e que não seja de um projeto autorizado ou de um tipo certificado, deve ser
identificado com o seu número de cadastro.
(1) A identificação deve ser mantida em uma condição legível para uma inspeção visual
próxima e estar localizada:
(i) no lado externo da fuselagem da aeronave; ou
(ii) em um compartimento interno da aeronave que possa ser facilmente acessado sem
necessidade de uso de qualquer ferramenta.
(d) As aeronaves não tripuladas de peso máximo de decolagem de até 250 gramas não precisam
ser cadastradas junto à ANAC ou identificadas.
(e) O cadastro efetuado segundo esta seção será válido por 24 meses. O cadastro não revalidado
até 6 meses depois de vencido será inativado e não poderá mais ser revalidado.

E94.303 Marcas de identificação, de nacionalidade e de matrícula


(a) Somente é permitido operar um RPAS registrado se:
(1) a RPA atender ao disposto nos parágrafos e seções 45.11(a)(1) e (a)(2); 45.12-I(b), (d) e (e);
45.13; 45.14; 45.15 (se aplicável); 45.16 (se aplicável); 45.21; 45.22; 45.23-I; 45.25; 45.27(a)-I e (b)-
I; 45.29-I (sempre que praticável); 45.30-I; 45.31; e 45.33 do RBAC 45, conforme aplicável;
(2) a placa de identificação da RPA requerida pelo parágrafo 45.11(a) do RBAC 45 estiver
fixada:
(i) no lado externo da fuselagem da RPA, de forma legível; ou
(ii) em um compartimento interno da RPA que possa ser facilmente inspecionado; e
(3) a RPS possuir uma placa de identificação à prova de fogo que:

Origem: SAR/SPO 11/26


Data da emissão: 3 de maio de 2017 RBAC-E nº 94

(i) inclua a informação especificada no parágrafo (a) da seção 45.13 do RBAC 45, usando
um método aprovado de marcação à prova de fogo; e
(ii) seja colocada de modo a ser improvável que seja danificada ou removida durante serviços
normais, ou perdida ou destruída em caso de acidente;
(b) Exceto como previsto no parágrafo (d)(1) desta seção, ninguém pode remover, trocar ou
colocar as informações requeridas pelo parágrafo 45.13(a) do RBAC 45 em qualquer RPA ou RPS
sem a aprovação da ANAC.
(c) Exceto como previsto no parágrafo (d)(2) desta seção, ninguém pode remover ou instalar uma
placa de identificação requerida pela seção 45.11 do RBAC 45 ou pelo parágrafo (a)(3) desta seção
sem a aprovação da ANAC.
(d) Pessoas executando trabalhos de manutenção, desde que de acordo com métodos, técnicas e
práticas aceitáveis pela ANAC, podem:
(1) remover, trocar ou colocar os dados de identificação requeridos pelo parágrafo 45.13(a) do
RBAC 45 em qualquer RPA ou RPS; ou
(2) remover uma placa de identificação requerida pela seção 45.11 do RBAC 45 ou pelo
parágrafo (a)(3) desta seção, se necessário para operações de manutenção.
(e) Ninguém pode instalar uma placa de identificação removida segundo o parágrafo (d)(2) desta
seção em qualquer RPA ou RPS que não seja naquela da qual a placa foi removida.
(f) Motores e hélices de tipo certificado devem atender às disposições aplicáveis do RBAC 45.
(g) Se for impossível colocar as informações requeridas em concordância com o previsto em
função da configuração ou dimensões de uma aeronave, as informações deverão ser colocadas no
maior tamanho possível e na maior das superfícies autorizadas.

Origem: SAR/SPO 12/26


Data da emissão: 3 de maio de 2017 RBAC-E nº 94

SUBPARTE E
AUTORIZAÇÃO DE PROJETO DE RPAS

E94.401 Autorização do projeto do RPAS


(a) Somente é permitido operar um RPAS civil no Brasil se o projeto do RPAS for autorizado pela
ANAC levando em consideração a Classe do RPAS e o tipo de operação (VLOS ou BVLOS), exceto
nos seguintes casos:
(1) RPAS Classe 3 que se destinem exclusivamente para operações VLOS até 400 pés AGL;
(2) a RPA possua Certificado de Tipo; ou
(3) a RPA seja utilizada de acordo com o estabelecido na seção E94.503 deste regulamento.
(b) Um requerente de autorização de projeto de RPAS deve:
(1) demonstrar, de maneira aceitável pela ANAC, que o RPAS satisfaz os requisitos aplicáveis
desta Subparte vigentes na data em que o requerimento foi apresentado, salvo se:
(i) for determinado de outra forma pela ANAC; ou
(ii) a conformidade com emendas que estarão vigentes em data futura seja optada pelo
requerente ou exigida pela ANAC;
(2) demonstrar, de maneira aceitável pela ANAC, que o RPAS satisfaz qualquer requisito
adicional estabelecido pela ANAC a fim de garantir um nível de risco aceitável; e
(3) fornecer uma declaração certificando que o requerente cumpriu com os requisitos aplicáveis.
(c) Não obstante o estabelecido nesta subparte, qualquer interessado pode requerer um Certificado
de Tipo para um projeto de aeronave remotamente pilotada de qualquer classe com base no RBAC
21.

E94.403 Determinação dos requisitos aplicáveis para autorização do projeto do RPAS


(a) Os RPAS Classe 2 que se destinam exclusivamente a operações VLOS devem demonstrar
cumprimento com os requisitos das seções E94.405 e E94.409 deste Regulamento Especial.
(b) Os RPAS Classes 2 se destinam a operações BVLOS devem demonstrar cumprimento com os
requisitos das seções E94.405, E94.407 e E94.409 deste Regulamento Especial.
(c) Os RPAS Classe 3 que se destinam a operações BVLOS devem demonstrar cumprimento com
os requisitos das seções E94.405 e E94.407 deste Regulamento Especial.
(d) Os RPAS Classe 3 que se destinam a operações VLOS acima de 400 pés AGL devem
demonstrar cumprimento com os requisitos da seção E94.405 e dos parágrafos (a), (c) e (d) da seção
E94.407 deste Regulamento Especial.

E94.405 Projeto do RPAS – Geral


(a) O requerente deve apresentar de maneira aceitável pela ANAC os seguintes documentos:
(1) manual de voo do RPAS que estabeleça as condições, as limitações e os procedimentos para
a operação segura do RPAS;

Origem: SAR/SPO 13/26


Data da emissão: 3 de maio de 2017 RBAC-E nº 94

(2) manual de manutenção do RPAS que contenha as informações necessárias para a


aeronavegabilidade continuada do RPAS; e
(3) relatório de análise de segurança que demonstre que o RPAS é seguro quando operado da
maneira especificada no manual de voo.
(b) O requerente deve demonstrar que a operação do enlace de comando e controle é adequada à
distância máxima pretendida para a operação da RPA.
(c) Demonstrações em voo e/ou em solo podem ser requeridas pela ANAC.

E94.407 Projeto do RPAS para operações BVLOS


Todos os RPAS que se destinam a operações BVLOS devem:
(a) apresentar informações e alertas relevantes sobre a condição da aeronave para o piloto remoto;
(b) possuir um sistema de navegação com desempenho e confiabilidade suficientes para garantir a
segurança da operação;
(c) possuir capacidade de recuperação de emergências; e
(d) possuir um sistema adequado de iluminação da aeronave.

E94.409 Projeto de RPAS Classe 2


Os RPAS Classe 2 devem satisfazer os seguintes requisitos adicionais:
(a) considerando o seu envelope de voo operacional, a RPA deve:
(1) ser segura em controle e manobra durante todas as fases do voo; e
(2) ter desempenho adequado, levando em conta o máximo peso de operação, todas as
condições de carregamento e altitudes de operação;
(b) os sistemas de geração, armazenamento e distribuição de energia para qualquer sistema do
RPAS devem ser capazes de:
(1) fornecer a energia requerida para a operação adequada de cargas conectadas durante todas
as condições pretendidas de operação; e
(2) alimentar as cargas essenciais requeridas para voo e pouso seguros mesmo na ocorrência de
qualquer falha simples ou mau funcionamento;
(c) cada sistema de alimentação do sistema de propulsão da RPA deve ser projetado, arranjado e
construído para:
(1) garantir o funcionamento adequado do sistema de propulsão em todas as condições de
operação e manobras pretendidas; e
(2) fornecer a quantidade mínima necessária de combustível/energia para garantir o
funcionamento do grupo motopropulsor em sua máxima tração/potência, além da operação de todos
os sistemas que se utilizam dessa fonte de alimentação;
(d) O sistema de armazenamento de combustível/energia para alimentação do sistema de propulsão
da RPA deve:
(1) resistir às cargas esperadas em todas as fases de operação; e
(2) ser construído, arranjado e instalado de forma a minimizar condições perigosas à aeronave;
Origem: SAR/SPO 14/26
Data da emissão: 3 de maio de 2017 RBAC-E nº 94

(e) o sistema de propulsão da RPA deve ser construído, arranjado e instalado de forma a garantir
um pouso seguro. A operação adequada do sistema de propulsão deve ser garantida quando for
necessária ao funcionamento adequado do sistema de recuperação de emergência;
(f) as estruturas primárias da aeronave devem resistir às cargas esperadas em todas as fases de
operação;
(g) as estruturas primárias da aeronave devem ser projetadas e fabricadas por meios aceitáveis de
projeto e produção;
(h) o projeto dos comandos e sistemas de comando deve minimizar a possibilidade de travamento
e operação inadvertida, incluindo prevenção à montagem incorreta e engajamento não intencional de
dispositivos de travamento de superfícies de controle;
(i) o projeto de cada comando e sistema de comando deve permitir sua operação com facilidade e
precisão apropriada para suas funções;
(j) deve haver meios para fornecer, ao piloto remoto, os parâmetros requeridos de voo e de
operação dos sistemas para operar a RPA de forma segura;
(k) informações referentes às condições inseguras de operação dos sistemas devem ser fornecidas
em tempo hábil ao piloto remoto de modo a lhe permitir tomar as ações corretivas adequadas. A
apresentação destas informações deve minimizar possíveis erros do piloto remoto que possam gerar
perigos adicionais;
(l) todos os sistemas devem ser projetados para minimizar erros de operação que possam contribuir
para a geração de perigos;
(m) cada componente de um sistema essencial para a segurança do voo deve:
(1) ser de um tipo e projeto apropriado para a função pretendida; e
(2) ser instalado de acordo com as limitações especificadas para aquele componente;
(n) os sistemas necessários para a operação segura de um RPAS devem funcionar
apropriadamente;
(o) o RPAS deve ser capaz de operar com segurança em todas as condições operacionais e
ambientais possíveis e previstas em seu perfil de operação; e
(p) cada sistema do RPAS, considerado separadamente, ou em relação a outros sistemas, deve ser
projetado e instalado de modo que a operação ou falha deste não resulte em riscos inaceitáveis à
segurança operacional.

E94.411 Projeto de RPAS Classe 1


Os RPAS Classe 1 devem obter um Certificado de Tipo conforme o RBAC 21. O Certificado de Tipo
será emitido para a RPA, porém deverá englobar todo o RPAS, incluindo as interdependências entre
os seus componentes.

E94.413 Modificações do projeto


(a) Qualquer modificação em um RPAS de tipo certificado deve ser feita como estabelecido no
RBAC 21.

Origem: SAR/SPO 15/26


Data da emissão: 3 de maio de 2017 RBAC-E nº 94

(b) Qualquer modificação em um RPAS de Classe 2 ou 3 que tenha seu projeto autorizado em
conformidade com esta Subparte apenas pode ser realizada após o detentor da autorização garantir
que o projeto modificado cumpre com todos os requisitos aplicáveis.

Origem: SAR/SPO 16/26


Data da emissão: 3 de maio de 2017 RBAC-E nº 94

SUBPARTE F
CERTIFICADOS DE AERONAVEGABILIDADE PARA RPA

E94.501 Disposições gerais


(a) Exceto como previsto em (c), nenhuma aeronave não tripulada poderá voar sem possuir um
certificado de aeronavegabilidade válido.
(b) Os seguintes tipos de certificado de aeronavegabilidade podem ser emitidos para uma RPA:
(1) Certificado de Autorização de Voo Experimental – CAVE;
(2) Autorização Especial de Voo – AEV;
(3) Certificado de Aeronavegabilidade Especial para RPA – CAER;
(4) Certificado de Aeronavegabilidade categoria restrita; e
(5) Certificado de Aeronavegabilidade padrão.
(c) As RPAs Classe 3 que se destinam unicamente a operações VLOS até 400 pés AGL e os
aeromodelos não necessitam possuir qualquer certificado de aeronavegabilidade.

E94.503 Emissão de CAVE e AEV para RPA


(a) Um CAVE pode ser emitido para RPA com os seguintes propósitos, mediante cumprimento da
seção 21.193 do RBAC 21:
(1) pesquisa e desenvolvimento. Ensaios de novas concepções de projeto de aeronave, novos
equipamentos aeronáuticos, novas instalações em aeronaves, novas técnicas operacionais e/ou novos
empregos para a aeronave;
(2) demonstração de cumprimento com requisitos. Condução de ensaios em voo ou outras
operações visando demonstrar cumprimento com os requisitos aplicáveis, incluindo os voos
necessários à autorização de projeto de RPAS, emissão de certificado de tipo ou certificado
suplementar de tipo, voos para substanciar modificações de projeto e voos para demonstrar
cumprimento com requisitos de funcionamento e de confiabilidade;
(3) treinamento de piloto remoto. Treinamento dos pilotos remotos do requerente; e
(4) pesquisa de mercado. Utilização da aeronave com o propósito de conduzir pesquisas de
mercado, demonstrações para venda e treinamento dos pilotos remotos do comprador da aeronave.
(b) O requerente de um CAVE com propósito de treinamento de piloto remoto e/ou pesquisa de
mercado faz jus ao certificado se, além das exigências da seção 21.193 do RBAC 21:
(1) ele estabelecer um programa de inspeções e de manutenção de forma a assegurar a
aeronavegabilidade continuada da aeronave; e
(2) ele demonstrar que a RPA voou um mínimo de 50 (cinquenta) horas.
(c) Uma AEV pode ser emitida para RPA com os seguintes propósitos, mediante cumprimento da
seção 21.199 do RBAC 21:
(1) translado de aeronave para uma base onde reparos, modificações ou serviços de manutenção
serão executados, ou para uma base onde a aeronave será armazenada;

Origem: SAR/SPO 17/26


Data da emissão: 3 de maio de 2017 RBAC-E nº 94

(2) entrega ou exportação de aeronave ao seu comprador;


(3) ensaios em voo de produção de aeronaves recém-fabricadas, inclusive treinamento de piloto
remoto do fabricante;
(4) evacuação da aeronave de áreas perigosas;
(5) condução de voos de demonstração para cliente, inclusive treinamento de piloto remoto do
mesmo, em aeronaves novas que tenham satisfatoriamente completado ensaios em voo de produção.

E94.505 Emissão de Certificado de Aeronavegabilidade Especial para RPA Classe 2 ou 3


(a) O requerente de um Certificado de Aeronavegabilidade Especial para uma RPA Classe 2 ou 3
que se destina a operações não experimentais faz jus a esse certificado mediante a comprovação do
registro da RPA e a apresentação de uma declaração de conformidade do RPAS com seu projeto
autorizado pela ANAC, emitida pelo seu fabricante.
(b) A ANAC poderá vistoriar o RPAS para verificar se ele está conforme o projeto autorizado e
se apresenta condições de operação segura.

E94.507 Emissão de Certificado de Aeronavegabilidade para RPA Classe 1


Uma RPA Classe 1 que possua um Certificado de Tipo emitido conforme o RBAC 21 faz jus ao
Certificado de Aeronavegabilidade correspondente definido no mesmo regulamento mediante
cumprimento da seção 21.183 ou 21.185 do RBAC 21, conforme aplicável.

E94.509 Validade
(a) Exceto se devolvido por seu detentor, suspenso ou cassado, um certificado de
aeronavegabilidade somente é válido como segue:
(1) um certificado de aeronavegabilidade padrão ou um certificado de aeronavegabilidade
especial, categoria restrita, é válido pelo período de tempo especificado pela ANAC, e desde que a
aeronave seja mantida segundo estabelecido nas demais subpartes deste regulamento, conforme
aplicável, e enquanto for válido seu certificado de matrícula;
(2) uma autorização especial de voo é válida pelo período de tempo especificado na mesma;
(3) um certificado de aeronavegabilidade especial de RPA é válido por tempo indeterminado e
enquanto:
(i) a aeronave estiver em conformidade com seu projeto autorizado, exceto por aquelas
alterações realizadas de acordo com o estabelecido no parágrafo E94.413(b);
(ii) a aeronave não apresentar condição insegura; e
(iii) a aeronave estiver registrada no Brasil; e
(4) um certificado de autorização de voo experimental para os propósitos de pesquisa e
desenvolvimento, demonstração de cumprimento com requisitos, treinamento de tripulação ou
pesquisa de mercado é válido por 1 (um) ano após a data de emissão ou renovação, exceto se um
período menor for estabelecido pela ANAC.

Origem: SAR/SPO 18/26


Data da emissão: 3 de maio de 2017 RBAC-E nº 94

(b) O proprietário, operador ou depositário de uma aeronave com certificado de


aeronavegabilidade deve disponibilizá-la à ANAC, sempre que requerido, para a condução de
inspeções e vistorias.
(c) O proprietário, operador ou depositário de uma aeronave cujo certificado de
aeronavegabilidade tenha perdido sua validade, por qualquer motivo, deve devolvê-lo à ANAC, caso
assim requerido.

Origem: SAR/SPO 19/26


Data da emissão: 3 de maio de 2017 RBAC-E nº 94

SUBPARTE G
AERONAVEGABILIDADE CONTINUADA DE RPAS

E94.601 Disposições gerais


(a) O operador ou, na falta deste, o proprietário, é o responsável pela conservação do RPAS em
condições aeronavegáveis.
(b) Exceto para RPAS Classe 2 ou Classe 3, somente é permitido operar um RPAS segundo este
Regulamento Especial se tiver sido executada uma Inspeção Anual de Manutenção (IAM) neste
RPAS nos últimos 12 meses. O proprietário ou operador deve apresentar à ANAC uma Declaração
de Inspeção Anual de Manutenção (DIAM) para o referido RPAS, atestando sua condição de
aeronavegabilidade.

E94.603 Aeronavegabilidade continuada de RPAS Classe 1


(a) Somente é permitido executar manutenção, manutenção preventiva, reparos ou alterações em
RPAS Classe 1 se a execução se der como estabelecido nos requisitos aplicáveis desta Subparte e em
outras regulamentações aplicáveis, incluindo o RBAC 43.
(b) Somente é permitido operar um RPAS Classe 1 que possua um manual de manutenção do
fabricante ou instruções para aeronavegabilidade continuada contendo uma seção de limitações de
aeronavegabilidade se os tempos para substituição de componentes, os intervalos de inspeção e os
procedimentos específicos contidos naquela seção forem cumpridos.
(c) Somente é permitido modificar um RPAS Classe 1 com base em um certificado suplementar
de tipo se quem modificar for o detentor deste certificado ou possuir autorização por escrito do
detentor.

E94.605 Manutenção requerida para RPAS Classe 1


Cada proprietário ou operador deve:
(a) ter esse RPAS inspecionado segundo esta Subparte e deve, entre inspeções obrigatórias, reparar
discrepâncias que eventualmente apareçam, conforme previsto no RBAC 43.
(b) assegurar-se de que o pessoal de manutenção tenha feito as anotações apropriadas nos registros
de manutenção do RPAS, indicando que este tenha sido aprovado para retorno ao serviço.

E94.607 Operação após manutenção, manutenção preventiva, reconstrução ou alterações de


RPAS Classe 1
(a) Somente é permitido operar um RPAS que tenha sofrido manutenção, manutenção preventiva,
reconstrução ou alterações se:
(1) ele tiver sido aprovado para retorno ao serviço por uma pessoa autorizada e devidamente
qualificada pela ANAC e conforme a Seção 43.7 do RBAC 43; e
(2) as anotações nos registros de manutenção requeridas pelas seções 43.9 ou 43.11 do RBAC
43, como aplicável, tiverem sido feitas.

Origem: SAR/SPO 20/26


Data da emissão: 3 de maio de 2017 RBAC-E nº 94

E94.609 Inspeções de RPAS Classe 1


Somente é permitido operar um RPAS Classe 1 se os tempos para revisão geral, os intervalos de
inspeção e os procedimentos específicos contidos no programa de manutenção recomendado pelo
fabricante forem cumpridos.

E94.611 Equipamentos de testes e inspeções em sistema de altímetro e em equipamento


automático de informação de altitude (Modo C) de RPAS Classe 1
(a) Somente é permitido operar um RPAS Classe 1 se:
(1) dentro dos 24 meses precedentes, cada sistema de pressão estática, cada altímetro e cada
equipamento automático de informação de altitude (se requerido na área de operação) tiver sido
testado, inspecionado e considerado conforme com o Apêndice E do RBAC 43, exceto quanto à
abertura dos drenos do sistema ou das válvulas de fonte alternada de pressão estática, seguindo-se a
qualquer abertura e fechamento do sistema de pressão estática; e
(2) após a instalação ou manutenção do sistema automático de informação de altitude ou do
transponder, quando é possível que erros na correspondência dos dados de altitude sejam
introduzidos, o sistema como um todo tiver sido testado, inspecionado e considerado conforme com
o parágrafo (c) do Apêndice E do RBAC 43.
(b) Os testes requeridos pelo parágrafo (a) desta seção devem ser conduzidos:
(1) pelo fabricante do RPAS; ou
(2) por uma organização de manutenção detentora de Categoria, classe e Especificações
Operativas apropriadas e que tenha:
(i) autorização da ANAC para executar trabalhos em instrumentos;
(ii) autorização da ANAC para reparar o tipo e o modelo do equipamento a ser testado;
(iii) autorização da ANAC para executar o teste específico; ou
(iv) autorização da ANAC para trabalhar no tipo específico de RPAS a ser testado; ou
(3) por um mecânico de manutenção aeronáutica detentor de habilitação em célula e/ou
aviônicos, e qualificado em instrumentos (apenas para os testes e inspeções do sistema de pressão
estática).
(c) Os altímetros e equipamentos automáticos de informação de altitude aprovados conforme uma
Ordem Técnica Padrão (OTP) – Technical Standard Order (TSO) – são considerados testados e
inspecionados quando da data de sua fabricação.
(d) É vedado operar um RPAS acima da altitude máxima na qual todos os altímetros e o
equipamento automático de informação de altitude da aeronave (se requerido na área de operação)
tenham sido testados com resultados satisfatórios.

E94.613 Testes e inspeções do transponder de RPAS Classe 1


(a) Somente é permitido utilizar um transponder como especificado no parágrafo 91.215(a) do
RBHA 91, ou disposições correspondentes que venham a substitui-lo, se, dentro dos 24 meses
precedentes, o transponder tiver sido testado, inspecionado e considerado conforme com o Apêndice
F do RBAC 43.

Origem: SAR/SPO 21/26


Data da emissão: 3 de maio de 2017 RBAC-E nº 94

(b) Após qualquer instalação ou manutenção do transponder, quando erros na correspondência de


dados podem ser introduzidos, o sistema como um todo tiver sido testado, inspecionado e considerado
conforme com o parágrafo (c) do Apêndice E do RBAC 43.
(c) Os testes e inspeções requeridos por esta Seção devem ser conduzidos:
(1) por uma organização de manutenção certificada pela ANAC; ou
(2) pelo fabricante da aeronave na qual o transponder a ser testado está instalado, se este tiver
sido instalado pelo próprio fabricante.

E94.615 Registros de manutenção de RPAS Classe 1


(a) Exceto para trabalho executado segundo as seções E94.611 e E94.613 deste Regulamento
Especial, cada proprietário ou operador deve conservar, pelos períodos estabelecidos no parágrafo (b)
desta Seção, os seguintes registros:
(1) registro de manutenção, manutenção preventiva e alteração e registros de inspeção anual e
outras inspeções obrigatórias, como apropriado, para cada RPAS (incluindo célula, motor, hélice,
rotor, estações de terra e equipamentos). Os registros devem conter:
(i) a descrição (ou referência a dados aceitáveis pela ANAC) do trabalho realizado;
(ii) a data de término do trabalho realizado; e
(iii) a assinatura e o número da licença da pessoa que aprovou o retorno da aeronave ao
serviço; e
(2) registros contendo as seguintes informações:
(i) o tempo total de voo de cada célula, motor e hélice;
(ii) a presente situação de partes com tempo de vida limitado de cada célula, motor, hélice,
rotor e equipamento;
(iii) o tempo desde a última revisão geral de itens instalados no RPAS que requerem revisão
geral com base em tempos específicos;
(iv) a identificação da presente situação do RPAS em relação a inspeções, incluindo os
tempos desde a última inspeção obrigatória requerida pelo programa de inspeções segundo o qual o
RPAS e seus componentes são mantidos;
(v) a situação atualizada, quando aplicável, das diretrizes de aeronavegabilidade e diretrizes
de segurança aplicáveis, incluindo, para cada uma, o método para cumpri-la, o número da diretriz de
aeronavegabilidade ou da diretriz de segurança e a data de revisão. Se a diretriz de aeronavegabilidade
ou diretriz de segurança requerer ações periódicas, o tempo e a data em que a próxima ação será
requerida; e
(vi) cópias dos formulários requeridos pelo parágrafo 43.9(a) do RBAC 43 para cada grande
alteração ou grande reparo da célula, motores, hélices, rotores e equipamentos correntemente
instalados no RPAS.
(b) O proprietário ou operador deve conservar os seguintes registros pelos períodos abaixo:
(1) os registros requeridos pelo parágrafo (a)(1) desta Seção, até que o trabalho seja repetido
pela terceira vez consecutiva, mesmo que ele tenha sido substituído por trabalho mais detalhado, ou
por 2 anos após o término do trabalho, o que for maior;

Origem: SAR/SPO 22/26


Data da emissão: 3 de maio de 2017 RBAC-E nº 94

(2) os registros requeridos pelo parágrafo (a)(2) desta Seção, permanentemente e devem ser
transferidos com o RPAS caso ele ou algum de seus componentes principais (RPA, RPS, etc.) seja
vendido; e
(3) uma listagem de defeitos fornecida a um proprietário ou operador conforme a Seção 43.11
do RBAC 43 até que todos os defeitos tenham sido reparados e o RPAS aprovado para retorno ao
serviço.
(c) Cada proprietário ou operador deve disponibilizar todos os registros requeridos por esta Seção
a um fiscal, sempre que requerido.

E94.617 Transferência de registros de manutenção de RPAS Classe 1


Qualquer proprietário ou operador que venda um RPAS ou algum de seus componentes principais
(RPA, RPS, etc.) deve transferir para o comprador, no momento da venda, os seguintes registros
correspondentes, em linguagem clara ou em forma codificada, a critério do comprador, desde que a
forma codificada permita a recuperação das informações de maneira aceitável pela ANAC:
(a) os registros especificados no parágrafo E94.615(a)(2) deste Regulamento Especial; e
(b) os registros especificados no parágrafo E94.615(a)(1) deste Regulamento Especial que não
estiverem incluídos nos registros requeridos pelo parágrafo (a) desta Seção, exceto quando o
comprador autorizar o vendedor a manter a custódia física de tais registros. No entanto, a custódia
física não exime o comprador da responsabilidade estabelecida pelo parágrafo E94.615(c) deste
Regulamento Especial.

E94.619 Pesagem e balanceamento de RPA Classe 1


(a) Aeronaves cujos manuais do fabricante definem intervalos de tempo entre pesagens devem ser
pesadas de acordo com tais manuais.
(b) qualquer aeronave deve ser pesada:
(1) sempre que houver dúvidas quanto à exatidão de seu peso e balanceamento; e
(2) após ter sido submetida a serviços de manutenção, alterações e reparos que possam ter
alterado seu peso, incluindo pintura geral, grandes reparos, grandes alterações, etc.
(c) A ficha de peso e balanceamento de uma aeronave deve ser recalculada sempre que a aeronave
sofrer alteração por remoção, instalação ou mudança de posição de equipamentos, acessórios etc.
(d) A pesagem de uma aeronave deve ser executada por empresa certificada para o serviço.

E94.621 Aeronavegabilidade continuada de RPAS Classe 2


(a) Somente é permitido operar um RPAS Classe 2 se os procedimentos específicos contidos no
programa de manutenção do RPAS recomendado pelo fabricante forem cumpridos.
(b) Todas as ações de manutenção deverão ser registradas em cadernetas apropriadas.
(c) A manutenção, manutenção preventiva, reparos ou alterações e aprovações para o retorno ao
serviço devem ser realizados:
(1) pelo fabricante; ou

Origem: SAR/SPO 23/26


Data da emissão: 3 de maio de 2017 RBAC-E nº 94

(2) por organização de manutenção credenciada pelo fabricante; ou


(3) por pessoa qualificada e devidamente treinada pelo fabricante ou instituição credenciada
pelo fabricante.

E94.623 Aeronavegabilidade continuada de RPAS Classe 3 BVLOS


(a) Somente é permitido operar um RPAS Classe 3 destinada a operações BVLOS se:
(1) os procedimentos específicos recomendados pelo fabricante no manual de manutenção
forem cumpridos;
(2) a pessoa que executa manutenção for devidamente treinada e qualificada; e
(3) todas as ações de manutenção forem registradas em cadernetas apropriadas.

Origem: SAR/SPO 24/26


Data da emissão: 3 de maio de 2017 RBAC-E nº 94

SUBPARTE H
DISPOSIÇÕES FINAIS

E94.701 Contravenções
(a) De acordo com as disposições deste Regulamento Especial, para os efeitos de aplicação do art.
33 do Decreto-Lei n° 3.688, de 3 de outubro de 1941, entende-se como devidamente licenciado o
operador que possuir:
(1) no caso de aeromodelo acima de 250 gramas de peso máximo de decolagem, a comprovação
de cadastro emitido junto à ANAC e sua identificação na aeronave;
(2) no caso de RPA de peso máximo de decolagem superior a 250 gramas e até 25kg, em VLOS
ou EVLOS até 400 pés AGL:
(i) a comprovação de cadastro emitido junto à ANAC e sua identificação na aeronave;
(ii) o seguro com cobertura de danos a terceiros, exceto das aeronaves pertencentes a
entidades controladas pelo Estado;
(iii) documento que contém a avaliação de risco a que se referem os parágrafos E94.103(f)(2)
e E94.103(g)(2) deste Regulamento Especial; e
(iv) manual de voo;
(3) no caso de RPA de peso máximo de decolagem superior a 250 gramas e até 25kg, em
BVLOS até 400 pés AGL:
(i) o seguro com cobertura de danos a terceiros, exceto das aeronaves pertencentes a
entidades controladas pelo Estado;
(ii) certificado de marca experimental ou certificado de matrícula;
(iii) certificado de aeronavegabilidade válido;
(iv) documento que contém a avaliação de risco a que se referem os parágrafos E94.103(f)(2)
e E94.103(g)(2) deste Regulamento Especial; e
(v) manual de voo;
(4) no caso das demais RPA de peso máximo de decolagem superior a 250 gramas e até 25kg:
(i) o seguro com cobertura de danos a terceiros, exceto das aeronaves pertencentes a
entidades controladas pelo Estado;
(ii) licença e habilitação emitida pela ANAC;
(iii) certificado de marca experimental ou certificado de matrícula;
(iv) certificado de aeronavegabilidade válido;
(v) documento que contém a avaliação de risco a que se referem os parágrafos E94.103(f)(2)
e E94.103(g)(2) deste Regulamento Especial; e
(vi) manual de voo; ou
(5) no caso de RPA de peso máximo de decolagem acima de 25kg:

Origem: SAR/SPO 25/26


Data da emissão: 3 de maio de 2017 RBAC-E nº 94

(i) o seguro com cobertura de danos a terceiros, exceto das aeronaves pertencentes a
entidades controladas pelo Estado;
(ii) licença e habilitação emitida pela ANAC;
(iii) o CMA de 1ª, 2ª ou 5ª Classe emitido segundo o RBAC nº 67, ou o CMA de 3ª Classe
válido emitido pelo Comando da Aeronáutica segundo a ICA 63-15;
(iv) certificado de marca experimental ou certificado de matrícula;
(v) certificado de aeronavegabilidade válido;
(vi) documento que contém a avaliação de risco a que se referem os parágrafos E94.103(f)(2)
e E94.103(g)(2) deste Regulamento Especial; e
(vii) manual de voo.
(b) Todos os operadores de aeromodelos e de RPA até 250 gramas de peso máximo de decolagem
são considerados como devidamente licenciados, para os efeitos de aplicação do art. 33 do Decreto-
Lei n° 3.688, de 3 de outubro de 1941, por força deste Regulamento Especial, sem necessidade de
possuir documento emitido pela ANAC.
Nota: os documentos acima listados abrangem somente os que são requeridos possuir por parte da
ANAC. Outros documentos podem ser necessários por parte do DECEA, da ANATEL, ou de outros
órgãos competentes.

Origem: SAR/SPO 26/26

Você também pode gostar