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Ginástica Rítmica

Prof. Me. Marcus Vinícius Patente Alves


O surgimento da modalidade
• A expressão Ginástica Rítmica (GR) se refere a
uma corrente ginástica que, em princípios do
século XX, preconizava uma tentativa de
ruptura com a rigidez do método sueco, muito
utilizado na época.
• Confunde-se com a Dança Moderna que, ao
mesmo tempo, surge como contraponto à
tradicional dança clássica.
• Tanto uma como outra se constituem na
época das vanguardas artísticas, na qual a
ruptura com o formalismo e a rigidez era o
foco principal.
• Isso ocorreu primeiro na pintura, depois na
escultura até atingir todas as artes, inclusive
aquelas em que o movimento humano era o
principal elemento.
• A ginástica natural surgiu no século XVIII, na tentativa de
formular um sistema de exercícios ginásticos baseados em
movimentos naturais do corpo.

• Esta forma de ginástica foi muito influenciada pelo filósofo


e pedagogo Jean Jacques Rousseau (1712 – 1780), autor de
Emilio, onde sustenta a bondade da natureza humana: “O
homem nasce bom, a sociedade o corrompe”. Deu
importância a educação do corpo como parte da educação
total, e afirmou: “Cultivar à inteligência de nossos alunos,
mas cultivai antes de tudo seu físico, porque é ele que vai
orientar o desenvolvimento intelectual”. A Alemanha foi o
primeiro país que colocou em prática a filosofia natural de
Rousseau, através de Johann Basedow (1723 – 1790).

• Em 1774 na escola de Basedow (Philanthropium) a


Educação Física enfatizava a volta ao natural.
• Originária de temas educacionais básicos da
ginástica, recebendo influências de diversas
personalidades que contribuíram para o seu
desenvolvimento, tais como Pestalozzi
(pedagogia), Delsarte e Stebbins (expressão),
Dalcroze, Bode, Mendau (rítmo) Duncan e Laban
(dança).
• A GR foi sistematizada por Rudolf Bode que
estabeleceu seus princípios básicos, introduziu os
trabalhos em grupo e a utilização de alguns
aparelhos como a bola, o tamborim e o bastão,
definiu que a música deveria servir ao
movimento e explorou todas as possibilidades de
utilização do espaço.
• Desde a sua origem até o atual momento, a
GR foi denominada de diferentes maneiras
tais como: Ginástica Moderna, Ginástica
Feminina Moderna, Ginástica Rítmica
Moderna e Ginástica Rítmica Desportiva, este
último nome permaneceu até o ano de 2000,
voltando a partir de 2001, por determinação
da Federação Internacional de Ginástica, a se
chamar somente “GINÁSTICA RÍTMICA”.
• Pode-se aceitar Rudolf Bode como o criador da
Ginástica Rítmica, que recebeu influências de
Duncan, Dalcroze, Laban, Wigman e teve sua obra
ampliada por Medau. Esse último incluiu a bola, o
arco e as maças no esporte.
• Em 1950 foi fundada a LIGIM (Liga Internacional
de Ginástica Moderna), em Frankfurt responsável
pela difusão desse novo esporte. A partir de 1962
fixa-se essa nova denominação: Ginástica
Moderna, uma modalidade independente em
busca de identidade própria.
• Somente em 1963 acontece o primeiro
campeonato mundial promovido pela
Federação Internacional de Ginástica (FIG),
órgão dirigente máximo desta modalidade,
que determina diretrizes, regulamenta e
organiza todos os diferentes tipos de ginástica.
• Na década de 70 a FIG estabelece o primeiro
regulamento oficial e específico para esse
esporte, assim como as bases técnicas para
elementos corporais e com os materiais.
• Passa a ser chamada de Ginástica Rítmica
Desportiva e conhecida pela sigla GRD, em 1972;
sua inclusão nos Jogos Olímpicos se dá em Los
Angeles, em 1984, primeiro na modalidade
individual e somente nos jogos de Atlanta, em
1996, se incorpora a competição de conjuntos.
• Desta forma, fica garantida sua efetivação como
esporte olímpico e a FIG retira a denominação
desportiva, por considerá-la excessiva. Desde
então, utiliza-se o termo Ginástica Rítmica (GR).
• No Brasil, a Confederação Brasileira de Ginástica
(CBG) é a responsável por orientar e organizar
tudo o que se refere às modalidades ginásticas.
• Na GR três nomes podem ser considerados
fundamentais para a introdução desta
modalidade no país: a professora austríaca
Margareth Frohlich que ministrou cursos em
1953, Érica Sauer, professora da antiga Escola
Nacional de Educação Física e Desportos da
Universidade do Brasil, uma das maiores
estudiosas do assunto e Ilona Peuker, professora
húngara e fundadora do Grupo Unido de Ginastas
(GUG), em 1956.
A GR no Brasil
• É possível considerar 4 momentos da GR no Brasil:
1. de 1953 a 1969 como a fase de implementação,
sedimentação e adaptação e consideram a inclusão da
GR nos Jogos Estudantis Brasileiros (JEBs) um dos
principais difusores da modalidade. Através da
professora Margareth Frohlich (Áustria) em São Paulo.

2. De 1970 a 1979, período de grande ascensão, com


apoio dos órgãos estaduais e com a destacada
orientação de Ilona Peuker e Daisy Barros, no Rio de
Janeiro.
3. O terceiro período, entre 1980 e 1989, nomeado “a
internacionalização” da GR brasileira, com
significativas participações de Vera Miranda (Rio de
Janeiro) e Bárbara Elisabeth Laffranchi (Paraná).

4. Por fim, o período de 1990 a 1999 é considerado


importante por marcar conquistas significativas do
Brasil em competições internacionais, sob a direção de
Leticia Barros (Rio de Janeiro), Yara Blanco Zamberlam
(Rio Grande do Sul) e Bárbara Elisabeth Laffranchi
(Paraná). Pela primeira vez uma equipe brasileira
obtém um título internacional: campeã no conjunto,
nos Jogos Pan-americanos de Winnipeg, no Canadá
em 1999.
• Apaixonada por esse esporte, a professora
Theresinha Bonfim trouxe essa modalidade
esportiva para Minas Gerais, formando a
primeira equipe de competição: o GRUGIM
(Grupo de Ginástica Moderna), do qual a
professora Maria Inês Machado de Salles faria
parte mais tarde.
Principais Resultados do Brasil
• No campeonato mundial de Ginástica Rítmica em
1975 em Madri, na Espanha, a ginasta Maria Inês
Machado de Salles classificou-se em 16º lugar no
individual geral e 11° lugar no aparelho Fita.

• A partir de 1999, o Brasil marcou definitivamente


a sua presença entre os melhores países nesta
modalidade, conquistando o primeiro lugar nos
Jogos Pan Americanos de Winnipeg, no Canadá.
• Em 2000, oitavo lugar nas Olimpíadas de Sydney,
na Austrália. Primeira vez que o Brasil participa
de uma final olímpica.

• Em 2001, primeiro lugar nos Quatros Continentes


em Curitiba, Brasil. Todas esta classificações
obtidas nos exercícios de Conjuntos. Também em
2001, na competição dos Quatro Continentes,
Larissa Barata, do Brasil, conquistou cinco
medalhas de ouro na categoria juvenil.
• A equipe brasileira foi bicampeã nos Jogos Pan
Americanos de Santo Domingos, na República
Dominicana, em 2003 e tricampeão no Rio de
Janeiro, em 2007.
• Nas Olimpíadas de Atenas, 2004 , o Brasil
manteve o oitavo lugar como nas Olimpíadas
de Sydney.
• O Brasil entrou definitivamente para a história
mundial de Ginástica Rítmica!
• Podemos entender o momento atual (de 2000 a 2012)
como o de consolidação da GR brasileira, resultado dos
mais de 50 anos de trabalho de profissionais e ginastas
comprometidas com a busca de um estilo próprio,
aprimoramento técnico e obtenção de resultados
expressivos.
• Equipe campeã dos Jogos Pan-americanos de 2003,
2007 e 2011 nas provas de conjunto, sob a orientação
técnica de Bárbara Laffranchi, Mônica Carvalho e
Camila Ferezin. Mesmo com excelentes resultados,
infelizmente a equipe brasileira não participou das
Olimpíadas de Londres – 2012.
Características da GR
• A GR é uma atividade física, parte da cultura
corporal de movimento, um esporte que obedece
a regras do Código de Pontuação Internacional de
Ginástica e é, por esta regulamentação,
essencialmente feminina.
• Possui características expressivas marcantes,
deve ser executada com composição e execução
de encadeamentos fundamentados sobre uma
técnica corporal bem definida, com manipulação
técnica específica de cinco materiais oficiais
(corda, arco, bola, maças e fita) e suporte musical
apropriado.
• Analisando a GR vários autores concluíram que ela
incorpora movimentos de outras atividades físicas, mas
que sua essência é única e suas características são
próprias.

• Afirmam que a GR se compara à Ginástica Artística de


solo e à Dança, por sua técnica corporal semelhante e
por ser uma atividade de expressão que utiliza
acompanhamento musical.

• Assemelha-se também ás atividades circenses, pois o


manejo de materiais se compara à habilidade e
destreza do malabarismo e, a elasticidade dos
movimentos corporais, está próxima ao
contorcionismo.
CONCEITO E CARACTERÍSTICAS
ESPECÍFICAS DA GINÁSTICA
RÍTMICA
• Ginástica: Sua origem etimológica vem do
grego “gymnastike”: a arte de exercitar o
corpo ( Ayoub, 2004 p. 31).

• Rítmica: Parte da teoria musical que trata das


relações entre as expressões musicais e o
tempo (Holanda, 2005 p. 1764)
• Ginástica Rítmica:
• Relação harmoniosa entre o corpo e os
aparelhos manipulados em um espaço,
envolvendo música e movimento rítmico.
Os três elementos: movimentos
corporais, materiais e música
• Os elementos que integram as séries de GR são
combinações de grupos corporais fundamentais, como
saltos, giros e pivots, posições de equilíbrio, movimentos de
flexibilidade e ondas, deslocamentos variados, saltitos e
movimentos pré-acrobáticos.
• Os elementos corporais são a base indispensável das séries
individuais e de conjunto e devem ser realizados em várias
direções, planos, com ou sem deslocamento, em apoio
sobre um ou dois pés, coordenados com movimentos de
todo o corpo.
• Os encadeamentos destes elementos coordenados com o
manejo dos materiais constituem, para os árbitros, critérios
de apreciação do nível de dificuldade e qualidade dos
exercícios.
• Atualmente praticado, em nível de
competição, apenas por mulheres.
• Diferencia-se das outras ginásticas pelo uso de
aparelhos manuais: corda, arco, bola, maças e
fita.
• Possui dois tipos de competições:
– Individual: Quatro aparelhos – mudança a cada ciclo Olímpico.
– Conjunto (cinco ginastas): * Um tipo de aparelho
* Dois tipos de aparelhos
Formas de competição
• Nos campeonatos de GR as equipes apresentavam
séries individuais, com quatro materiais diferentes
cada uma e séries em conjunto, com seis ginastas. A
partir de 1995, as séries começam a ser apresentadas
com cinco ginastas.
• Tal alteração trouxe uma série de novas configurações
espaciais nas séries em conjunto, como também
diferentes formas de relação entre as ginastas e,
principalmente, novas formas de trocas de materiais
entre as ginastas, fundamentais na elaboração das
coreografias.
• A arbitragem das composições de GR é complexa
e os exercícios devem obedecer a regras
específicas em relação às dificuldades no
manuseio dos materiais e na execução dos
elementos corporais.

• Muito embora o Código de Pontuação ainda seja


composto por regras subjetivas, há uma
preocupação em buscar objetividade na forma de
avaliar as séries. A cada ciclo olímpico a FIG
promove reuniões para discutir mudanças
necessárias de acordo com as tendências e para
propor novas regras.
Elementos Corporais da
Ginástica Rítmica
• A Ginástica rítmica, muito conhecida como GR, é a
combinação de elementos corporais (saltos,
equilíbrios, flexibilidade e pivôs) com os movimentos
dos aparelhos manuais oficiais (corda, bola, aro, fita e
maça) em harmonia com a música escolhida para cada
momento denominado composição coreográfica.

• Os elementos corporais na GR são ações motoras que


norteiam esta modalidade em nível de julgamento,
possui as dificuldades previstas no código de
pontuação da FIG.

• De acordo com o novo código de pontuação da FIG


(2013-2016), para todos os aparelhos, os elementos
corporais são os saltos, equilíbrios e rotações.
• Nesse sentido, os elementos corporais podem
ser considerados os fundamentos da
modalidade. Segundo Souza, Toledo e
Palermo (1997) são eles: passos, corridas,
ondas, saltitos, saltos, giros, movimentos em
oito, pivôs, equilíbrios, balanceamentos,
circunduções e movimentos pré-acrobáticos.
• Os outros fundamentos da GR são os manejos
possíveis para os cinco aparelhos (arco, bola,
corda, fita e maças), que, segundo Toledo (2009)
resume-se a: balançar, dar batida, circundar,
dobrar, envolver no corpo, equilibrar, fazer
espirais, formar figuras, lançar, fazer molinete,
movimentos assimétricos, movimentos em oito,
pequeno circulo, quicar, rolar, fazer rotação,
serpentinas e solturas.

• Finalmente e não menos importante, também


são fundamentos da GR, a música, a rítmica e a
expressão corporal.
SALTOS
• caracteriza-se por um impulso do corpo, através
da ação de uma perna ou ambas em conjunto,
com a ação efetiva dos braços, possuindo três
fases: impulso, voo e aterrisagem.
• Saltar é um movimento explosivo com equilíbrio
dinâmico, no qual existe uma perda total de
contato com o solo e uma acentuada fase de
permanência no ar.
• É uma das mais difíceis partes da técnica do
trabalho sem aparelhos, pois exige execução com
maior dinâmica, grande amplitude e elevada
altura na sua melhor performance.
• No salto distinguem-se três fases:
– impulsão,
– suspensão
– recepção.
• Posar: é a atitude de ficar estática numa
posição, por um tempo pré-estabelecido.
• O salto é considerado difícil se:
• A elevação do corpo for considerável
• For grande a amplitude
• A forma do salto for nitidamente definida

• Durante o salto, pode ocorrer:


• Modificação da orientação da ginasta
• Modificação da posição das pernas
• Modificação da posição do corpo
• A chegada ao solo (recepção) é muito
importante, pois uma descida muito forte
pode levar a uma penalização.
• Os saltos são executados especialmente com a
corda ou aro, (porque fazem parte do
elemento corporal obrigatório (ECO) desses
aparelhos, mas os saltos devem estar
presentes em todos os aparelhos).
Saltitar
• Possui as mesmas características do saltar,
diferencia-se por sua menor amplitude e
menor elevação do movimento.
OS EQUILÍBRIOS
• Sustentar o corpo numa posição estática por um
tempo determinado. Consiste na formação de
uma posição estática num exercício. Temos o
equilíbrio dinâmico e estático, em provas oficiais
o equilíbrio estático é o cobrado.
• O equilíbrio estático é considerado pela atitude
do corpo na posição ortostática, sem oscilação,
durante uma pequena parcela de tempo. Em sua
execução existe a possibilidade de diferentes
posições iniciais de pernas e braços, semi-
ajoelhadas e de pé.
• No equilíbrio se distingue três fases: a
preparação, a manutenção e a finalização.
• O equilíbrio é considerado difícil se:
• For executado com um pé e em meias pontas
• For nitidamente mantido (2 segundos no mínimo)
• A sua forma for nitidamente definida
• A sua forma for ampla

• O aparelho a ser utilizados nos elementos de


equilíbrio é em especial as maças.
OS PIVÔS (Rotações)
• São voltas sobre um só apoio. Rodar simboliza a
exaltação do movimento. Num pivô distinguem-
se três fases: a preparação, a rotação e a fixação.
É necessário um domínio dos equilíbrios para
abordar um grupo de pivôs.

• Girar: caracteriza-se por uma rotação do corpo ou


objeto em torno do seu eixo longitudinal ou
transversal, com apoio no solo.
• A cabeça desempenha um papel importante
no êxito dos pivôs, pois ela não roda no
mesmo tempo que o corpo, geralmente
adotamos pontos fixos para executar os pivôs.
A qualidade do apoio em fase final é
determinante para a beleza do pivô.
• O pivô pode ser em dedan (para dentro) ou
dehor (para fora) e é considerado difícil se:
• For realizado em meia ponta
• A forma for bem definida durante a rotação e no fim
desta
• A forma for mais ampla

• Durante o pivô pode ocorrer à modificação da


perna de apoio. O pivô é considerado o ECO
no aparelho fita.
A FLEXIBILIDADE
• É definida operacionalmente como amplitude
máxima de movimento voluntário em uma ou
mais articulações, sem lesioná-las. Estes
elementos consistem na obtenção de uma
posição bastante estendida para atestar a
flexibilidade da ginasta, pode se aplicado em
qualquer aparelho.
• Obs.: o ECO do aparelho ARCO são todos os
grupos de elementos corporais fundamentais.
• CORRER: “É uma extensão natural do andar e
se caracteriza por uma fase com apoio e uma
fase aérea ou sem apoio”, podendo variar sua
amplitude e velocidade.
• ROLAR: movimento de rotação do corpo em
tomo de seu eixo longitudinal ou transversal,
com todo o corpo em contato com o solo.
• ONDULAR: transferir energia entre as
diferentes partes do corpo.
ELEMENTOS PRÉ-ACROBÁTICOS
• Na ginástica rítmica, utiliza-se o termo pré-
acrobático para as acrobacias. Embora as
bibliografias em geral não apresentem a
diferenciação entre acrobáticos e pré-
acrobáticos, é nosso entendimento que a
denominação pré-acrobático é dada para as
acrobacias que não necessitam de fase de voo,
ou seja, aquelas que são realizadas mais
próximas do solo possível.
PRÉ-ACROBÁTICOS
• São movimentos originários dos elementos
acrobáticos da Ginástica Artística, devendo ser
executados de forma passageira,
caracterizando-se por rolamentos, apoio sobre
uma ou duas mãos, passagem pelo espacate
ou apoio sobre o peito.
• A propósito das pré-acrobacias, são proibidos
os elementos próprios da ginástica artística
feminina (por exemplo: mortal, rondada, flic-
flac...).
• Os elementos pré-acrobáticos autorizados são,
pois, exercícios realizados no solo.
• Não são dificuldades em si. Mas as ginastas
utilizam-nos muito frequentemente para
mostrarem o seu virtuosismo.
• Apanhar um aparelho, numa posição no solo,
depois de uma perda de contato e de uma
perda de controle visual é considerado um
elemento de risco que dá valor ao
encadeamento.
DESCRIÇÃO E DEFINIÇÃO DOS
ELEMENTOS PRÉ-ACROBÁTICOS DO
CICLO ATUAL
• Apresentaremos abaixo a descrição dos
elementos pré-acrobáticos encontrados no ciclo
atual, portanto de acordo com o Código de
Pontuação de GR da FIG publicado no ano 2013,
os elementos são:
– Rolamento para frente;
– Rolamento para trás;
– Reversão para frente;
– Reversão para trás;
– Estrela e variações;
– “Ralenkova” – inversão com início no solo;
– Mata borrão – inversão no solo com o ombro com passagem na
vertical com o corpo estendido.
– “Salto Plongé” – salto com o corpo flexionado para frente caindo
para um rolamento à frente.
– Reversões com diferentes tipos de apoio, como: mãos, antebraço
e peito.
Rolamentos
• Rolamento para frente: Partindo da posição em pé,
apoiar as mãos no solo e, impulsionando o corpo com
as pernas, rolar sobre as costas em posição grupada,
finalizando sobre os pés, elevando-se à posição em pé.

• Rolamento para trás: Partindo da posição de pé,


flexionar as pernas, deixando-se rolar para trás
grupado, apoiando as mãos no solo ao lado da cabeça,
com os dedos voltados para trás e os polegares
voltados para os ouvidos. Em continuidade ao ato de
rolar, empurrar o solo com as mãos até a posição
agachada, finalizando em pé.
Reversões
• Reversão para frente: O executante realiza um apoio
invertido com as pernas afastadas longitudinalmente,
deixando o corpo desequilibra para trás. Quando a
primeira perna tocar o solo, as mãos perdem o contato
com o mesmo, indo o executante à posição de pé.

• Reversão para trás: Partindo da posição em pé, com


uma perna à frente da outra e braços elevados. O
executante desequilibra-se para trás, levando as mãos
ao solo, elevando a perna que está à frente. Ao tocar as
mãos no solo, o executante deverá lançar as pernas
afastadas longitudinalmente, passando pelo apoio
invertido à posição de pé.
• Reversão lateral: Partindo da posição de pé, com os
braços elevados, dar um passo à frente, flexionar a
perna de impulsão, apoiar as mãos no solo na mesma
direção do pé que está à frente, formando uma linha
imaginaria entre eles.

• Apoiar as mãos no solo, o executante deverá


impulsionar a outra perna (perna de impulsão),
passando pelo apoio invertido, mantendo as pernas
afastadas, girando em torno do eixo Antero–posterior
até a perna de elevação tocar o solo, ligeiramente
flexionada. Imediatamente, a perna de impulsão se
aproximará do solo, enquanto as mãos perdem contato
com os mesmos. O exercício será finalizado de pé com
os braços elevados e pernas afastadas.
Reversões com diferentes tipos de
apoio
• Com uma das mãos: executar a reversão para frente com
apoio de uma das mãos; na posição em pé o executante
realiza um apoio invertido com uma das mãos e pernas
afastadas longitudinalmente, deixando o corpo
desequilibrar-se para trás. Quando a primeira perna tocar o
solo, a mão de apoio perde o contato com o solo, indo o
executante à posição em pé.

• Antebraço: executar a reversão para frente com o apoio do


antebraço; na posição de joelhos o executante realiza um
apoio invertido com os antebraços e pernas afastadas
longitudinalmente, deixando o corpo desequilibrar-se para
trás. Quando a primeira perna tocar o solo os antebraços
perde o contato com o mesmo, indo o executante à posição
em pé.
• Peito: executar a reversão com o peito; na
posição de joelhos o executante realiza um
apoio invertido com o apoio do peito e pernas
afastadas longitudinalmente, deixando o
corpo desequilibrar-se para trás.
• Quando a primeira perna tocar o solo o peito
perde contato com o mesmo, indo o
executante a posição em pé.
• Ralenkova: Inversão com saída do solo.

• Mata Borrão:
– Rolamento de peito, podendo ser executado para frente e
para trás, com passagem na vertical com o corpo
estendido.
– Vela, decúbito dorsal elevar as pernas e o quadril,
mantendo o corpo numa posição de equilíbrio invertido e
ereto, apoiado apenas na nuca e nos braços, com as mãos
no solo ou ajudando a manter o quadril elevado.

• “Salto Plongé”: Salto espacato com rolamento à


frente. Salto com as pernas afastadas lateralmente com
o tronco flexionado à frente seguido de um rolamento.
OS ELEMENTOS PRÉ-ACROBÁTICOS
NAS COREOGRAFIAS DE GINÁSTICA
RÍTMICA
• Em uma composição coreográfica de GR, tanto
conjunto quanto individual os elementos pré-
acrobáticos servem como ligação entre as dificuldades
corporais e devem ser executados de forma passageira,
ou seja, sem interromper a sequencia dos exercícios e
sem paradas para preparar a execução dos mesmos.
• Nas composições com aparelhos há a necessidade
deste aparelho estar em movimento durante a
execução do elemento pré-acrobático, o manejo
deverá estar interligado com o início, meio ou fim da
realização do mesmo.
• Os elementos pré-acrobáticos não podem ser
repetidos exatamente igual na mesma
coreografia, porém podem se realizados em
sequência que significa executá-los seguidamente
de forma igual, por exemplo, 2 ou 3 rolamentos
para frente ou ainda 2 ou 3 reversões laterais.
• Se o pré-acrobáticos é realizado iniciando ou
finalizando de formas diferentes é considerado
como elemento diferente, isso significa que uma
reversão para frente começando em pé e uma
reversão para frente começando no solo são
elementos diferentes, portanto podem ser
executados em uma mesma coreografia
• Os pré-acrobáticos também estão presentes
nas séries em forma de Elemento Dinâmico de
Rotação que consiste em uma ginasta realizar
um lançamento, executar dois ou mais
elementos de rotação embaixo do voo do
aparelho e recuperar o mesmo rapidamente
ao finalizar as rotações, o risco está
exatamente nesta agilidade de execução, pois
a ginasta pode perder o aparelho.
• Durante os Elementos Dinâmicos de Rotação
(EDR) cada elemento pré-acrobático pode ser
realizado duas vezes: de forma isolada e a outra
em séries de dois, três ou mais elementos, e
ainda, repetido uma vez na maestria (que são
movimentos não ordinários).
• Lembramos que nos EDRs nem todo movimento
de rotação é necessariamente um pré-
acrobáticos como, por exemplo, os chainées que
são giros verticais em torno do eixo corporal com
os dois pés no solo.
• Nas competições de conjunto os elementos
acrobáticos são utilizados, principalmente, nas
colaborações que são os exercícios em que uma
ginasta depende da outra para executar um
acontecimento coreográfico, podem ser
realizados ao mesmo tempo por todas ou então
em subgrupos, deslocando-se ou não em
direções e formas variadas e necessariamente
deve acontecer o lançamento de pelo menos um
dos aparelhos, inclusive de dois ou mais
aparelhos simultâneos ou sucessivos por uma
mesma ginasta.
• Segundo Lourenço e Rinaldi:
• Já a característica principal das colaborações com
rotação corporal é a perda do contato visual com o
aparelho que se dá exatamente ao executar os
elementos de rotação do corpo em torno de qualquer
eixo durante o voo do aparelho podendo passar por
cima, por baixo ou através da companheira ou do
próprio aparelho que poderá estar seguro por uma
ginasta ou no ar. Estas colaborações valem uma
pontuação maior e são muito utilizadas nas
composições.
• A princípio de difícil execução, estes
movimentos passaram a fazer parte do
cotidiano dos conjuntos inclusive em
coreografias da categoria pré-infantil onde
não há a presença de aparelhos nos conjuntos
dando a oportunidade das pequenas ginastas
executarem elementos elaborados de
colaboração com a utilização de pré-
acrobáticos sem se preocupar com os difíceis
lançamentos.
Aparelhos Oficiais
• Corda

• Arco

• Bola

• Maças

• Fita
ESTRUTURA DA GR

ELMENTOS CORPORAIS

GRUPO OUTROS GRUPOS


FUNDAMENTAL

SALTOS SALTITOS
EQUILÍBRIOS DESLOCAMENTOS
PIVÔS CIRCUNDUÇÕES
FLEXIBILIDADES/ONDAS BALANCEIOS,
PASSOS RÍTMICOS
GIROS

ELEMENTOS COM OS APARELHOS


CORDA – ARCO – BOLA – MAÇAS – FITA

EXERCÍCIO EXERCÍCIO DE
INDIVIDUAL CONJUNTO
SIMBOLOS GERAIS DOS GRUPOS FUNDAMENTAIS DE
MOVIMENTOS CORPORAIS

SALTOS FLEXIBILIDADES

PIVÔS
ONDAS

EQUILÍBRIOS
Possibilidades de manejos com
aparelhos oficiais da Ginástica Rítmica
Possibilidades de manejos com
aparelhos oficiais da Ginástica Rítmica
Cada fundamento possui outras
variações de execução
• Ao eixo em que o manejo é executado, podendo
ser transversal ou longitudinal. Essa variação é
comum a todos os manejos.
• Ao plano do movimento do aparelho, podendo
ser vertical (em pé), horizontal (paralelo ao solo),
quando este está no ar ou no solo, ou em relação
ao contato do mesmo com o corpo do praticante.
• Esta variação também é comum a todos os
manejos como, por exemplo, no manejo dos
pequenos círculos ou na rotação das maças.
• A trajetória que percorre no ar ou no solo,
podendo ser uma reta ou linha (vertical ou
horizontal), uma diagonal, um círculo, uma
parábola, etc. Esta variação com frequência no
manejo do lançar (com arco, por exemplo) e no
rolar (com a bola, por exemplo).
• Ao local de contato em que o aparelho está em
movimento : sobre o solo, sobre ou sob o corpo
ou a algum segmento corporal, entre o corpo e o
solo
• A amplitude do manejo, ou seja, ao espaço
aéreo que o aparelho ocupa em decorrência
da amplitude de movimento dos segmentos
corporais que impulsionam e definem estes
manejos. Refere-se ao “tamanho” em que é
executado o manejo, principalmente, aqueles
que formam desenhos como a serpentina,
espiral, movimentos em oito, solturas,
circunduções e etc.
• À posição do aparelho em relação aos planos
anatômicos de orientação refere-se aos planos
em que são executados os manejos: frontal (a
frente do corpo), transversal (horizontal –
paralelo ao solo), dorsal (atrás do corpo),
superior (acima da cabeça) e face lateral (ao lado
do corpo).
• Também usa-se o plano baixo próximo do nível
do chão, plano médio está próximo do centro de
gravidade do corpo e o plano alto está próximo a
altura da cabeça.

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