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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

ESCOLA DE ENFERMAGEM

Gabrielle Lourenço Pereira


Mariana Pelinson Gomes Tiago
Mariana Queiroz Vieira
Iviny Caroline Ferreira Faria

SEMINÁRIO FINAL DE GERÊNCIA DO CUIDADO DE ENFERMAGEM EM


TERAPIA INTENSIVA: UTI ADULTO - TRAUMA

BELO HORIZONTE

2024
UTI ADULTO - TRAUMA

A relevância e discussão sobre a qualidade na assistência à saúde ganham destaque no


cenário hospitalar contemporâneo. No Sistema Único de Saúde (SUS), o fluxo de pacientes é
determinado pela complexidade de suas demandas e pelo nível de densidade tecnológica
necessário para atender a essas necessidades. Esse fluxo é estruturado por mecanismos de
referência organizados pelo sistema de regulação.
Quando os níveis de atenção primária e secundária não possuem os recursos adequados para
atender às necessidades do usuário, este é encaminhado a outros níveis assistenciais, podendo
ser direcionado a serviços de referência, como unidades de atenção terciária, que incluem
hospitais. As unidades hospitalares oferecem uma variedade de serviços, destacando-se as
Unidades de Terapia Intensiva (UTI), para as quais o paciente pode ser encaminhado
dependendo da gravidade do problema (Ministério da Saúde, 2007; Ministério da Saúde,
2011).
As internações hospitalares podem ocorrer em enfermarias ou quartos comuns para casos
estáveis e tratáveis, enquanto em situações complexas, com risco de agravamento e morte, a
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é indicada para proporcionar suporte à vida. Na UTI, são
oferecidos cuidados profissionais especializados e recursos tecnológicos complexos, 24 horas
por dia, com o objetivo de reverter a gravidade da condição (Marini & Wheeler, 1999).
A Portaria do Ministério da Saúde de 1998 (Portaria 3.432) define a unidade de terapia
intensiva como um setor hospitalar destinado ao atendimento de pacientes em estado de risco
ou gravidade, com assistência médica e de enfermagem em tempo integral, contando com
equipamentos, tecnologia e outros recursos específicos e adequados ao tratamento.
A utilização de serviços de saúde é influenciada por variações no perfil demográfico e
epidemiológico da população em cada momento histórico.

1.ESTRUTURA, DIMENSIONAMENTO E PROFISSIONAIS:

PLANTA:
UNIDADE FUNCIONAL: INTERNAÇÃO

UNIDADE / QUANTIFICAÇÃO DIMENSÃO


Nº (mín.) (mín.) INSTALAÇÕES
AMBIENTE
ATIV.
É obrigatória a
existência em
hospitais terciários e
secundários com
capacidade ≥ 100
leitos, bem como
Internação nos especializados
Intensiva UTI / que atendam
CTI (1) pacientes graves ou
risco e em EAS que
3.3 atendam gravidez /
parto de alto risco.
Neste último caso o
EAS deve dispor de
UTI’s adulto e
neonatal.
3.3.2;
Posto de 1 para cada área Ao menos
3.3.3; Enfermagem Área coletiva ou um dos
de serviços de conjunto de postos HF; EE
3.3.5
Enfermagem quartos, (quando
independente do nº houver
de leitos. mais de
um) deve
possuir
6,0 m2.

3.32 Área para


1,5 m2
prescrição médica

10,0 m2 com
distância de
Quarto (isolamento Mínimo de 5 leitos
1 m entre HF; FO; FAM;
ou não) podendo existir
paredes e AC; EE; FVC;
quartos ou áreas
leito, exceto ED; E
coletivas, ou ambos
cabeceira e
a critério do EAS. O
pé do leito =
nº de leitos de UTI
1,2 m
deve corresponder a
no mínimo 6% do
total de leitos do 9,0 m2 por
EAS. Deve ser leito com
previsto um quarto distância de 1
de isolamento para m entre
cada 10 leitos de paredes e leito,
Área coletiva de
UTI ou fração. exceto
tratamento (exceto
cabeceira, de 2 HF; FO; FAM;
3.3.1 neonatologia)
m entre leitos e AC; EE; FVC; ED
à
pé do leito =
3.3.3; 1,2 m (o
espaço
3.3.5 destinado a
à circulação da
3.3.7 unidade pode
ser incluído
nesta distância.
Sala de
higienização e
2
5.3.1; preparo de Dispensável se esta 4,0 m com
HF
atividade ocorrer no dimensão
5.3.2 equipamentos /
material CME mínima igual a
1,5 m.

3.3.8 Sala de entrevistas 6,0 m2

Zona verde - cliente não infectado com suspeita de colonização, com histórico de internação
hospitalar nos últimos 06 meses ou acompanhado pela equipe de home care, (até sair
resultado dos swab’s retal e nasal, devendo ser coletado swab’s na admissão, e a cada sete
dias durante a permanência na UTI). Esses leitos são para clientes admitidos que ainda não
tenham confirmação de infecção ou colonização. Logo após o resultado no swab o cliente é
encaminhado para a “zona azul”, ou “zona amarela”.
Zona azul - cliente não infectado e sem histórico de internação nos últimos 06 meses.
Abrange os leitos 5, 6, 7, 8 para clientes não infectados, “inconscientes ou não”, junto a
quartos privativos, 17 e 18 para clientes não infectados “conscientes e orientados” com
acompanhante.
Zona amarela - Cliente infectado com qualquer tipo de bactéria como, por exemplo:
enterococcusspp, Staphylococcus aureus, Klebsiellapneumoniae, Acinetobacterbaumannii,
Pseudomonasaeruginosa e Enterobacter spp. Ao julgar pelo número elevado de clientes
infectados abrange maior número de leitos sendo eles 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15 e 16 incluindo
os isolamentos com quarto privativo 19 e 20 exclusivos para precaução por gotículas e
aerossóis.

Deve ser designada uma equipe multiprofissional, legalmente habilitada, a qual deve ser
dimensionada, quantitativa e qualitativamente, de acordo com o perfil assistencial, a demanda
da unidade e legislação vigente, contendo, para atuação exclusiva na unidade, no mínimo, os
seguintes profissionais:
I - Médico diarista/rotineiro: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração, nos turnos matutino
e vespertino, com título de especialista em Medicina Intensiva para atuação em UTI Adulto.
II - Médicos plantonistas: no mínimo 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração, em cada
turno.
III - Enfermeiros assistenciais: no mínimo 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração, em
cada turno; (Redação dada pela Resolução - RDC nº 26, de 11 de maio de 2012).
IV - Fisioterapeutas: no mínimo 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração, nos turnos
matutino, vespertino e noturno, perfazendo um total de 18 horas diárias de atuação.
V - Técnicos de enfermagem: no mínimo 01 (um) para cada 02 (dois) leitos em cada turno;
(Redação dada pela Resolução - RDC nº 26, de 11 de maio de 2012).
VI - Auxiliares administrativos: no mínimo 01 (um) exclusivo da unidade.
VII - Funcionários exclusivos para serviço de limpeza da unidade, em cada turno.
Vamos calcular os custos mapeados de mão de obra para enfermeiros e técnicos de
enfermagem, com base nas informações fornecidas.

Mapeamento de Custos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI):

Para Enfermeiros Assistenciais:

Considerando a necessidade de 1 enfermeiro para cada 10 leitos em cada turno, em uma UTI
com 20 leitos, teremos 2 enfermeiros por turno (20 leitos / 10 leitos por enfermeiro = 2
enfermeiros).O custo mapeado para enfermeiros assistenciais em um turno de 8 horas, com o
custo por hora do enfermeiro sendo R$29,00, seria de R$232,00.

Para Técnicos de Enfermagem:

De acordo com a recomendação de 1 técnico de enfermagem para cada 2 leitos em cada


turno, em uma UTI com 20 leitos, teremos 10 técnicos de enfermagem por turno (20 leitos / 2
leitos por técnico de enfermagem = 10 técnicos de enfermagem).O custo mapeado para
técnicos de enfermagem em um turno de 8 horas, com o custo por hora do técnico de
enfermagem sendo R$19,00, seria de R$1.520,00.
Portanto, os custos mapeados de mão de obra para enfermeiros assistenciais e técnicos de
enfermagem, em um turno de 8 horas, seriam R$232,00 e R$1.520,00, respectivamente.
Esses valores são calculados com base nas diretrizes estabelecidas para a adequada cobertura
de profissionais de enfermagem na UTI, levando em consideração o número de leitos e a
jornada de trabalho.

Mapa de Processos:
Mapa de processos

Forcenecedores Entradas Processo Saída Cliente

Laboratórios de Resultados de Central de Alta melhorado Unidade


análises exames leitos internação

CDI Laudos Óbito Bloco cirúrgico


Passagem de
Nutrição Dietas caso Prontuáro Faturamento
Completo
Preparo do
Farmácia Medicamentos Material usado CME
Leito
Hemotransfusão Hemoderivados Roupas Hotelaria
Admissão do
Hemodiálise Dialises Necrotério
paciente
CME Mat. Processados
Assistência
Almoxarifado Mat em estoque multiprofissi
Gestão de Pessoas Recursos onal
humanos
Liberação do
TI Software paciente
Hardware

Eng clínica Eq. Hospitalares

Hotelaria Roupas/higieniza
ção

SCIH Diretrizes

Central de leitos Pacientes

Enfermaria

Centro cirúrgico

4. GERENCIAMENTO DE RISCO
Gerenciamento de Risco

Tarefa Quem Executa Resultado Perigo Barreira


Esperado

Treinamento de Enfermeiro; Profissionais Profissionais Revisão de


equipe Técnico em atualizados; desatualizados; protocolos;
Enfermagem; Seguimento de eventos adversos; treinamentos
Médicos; Protocolo; emergências; periódicos;
Fisioterapeutas; Raciocínio desmotivação da treinamentos para
Fonoaudiólogos Clínico; equipe; baixa possíveis eventos
; Maior qualidade de serviços adversos e
Terapeutas Segurança ao prestados; falta de situações de
Ocupacionais. Paciente. comunicação. emergência.

Monitoramento Técnico de Celeridade na Risco de infecção;


de Curativo. Enfermagem e recuperação de Risco de necrose;
enfermeiro. feridas; Risco de amputação.
Diminuição no
risco de
desfechos
negativos.

Transporte Técnico de Pacientes sendo Risco de quedas ;


interno do Enfermagem; locomovidos Risco de
paciente . Equipe médica; com segurança Intercorrências com o
Enfermeiro; pelas paciente durante o
Setor de dependências processo.
transposte do hospital.

Cuidados com o Técnico de Acesso à via Técnica incorreta;


acesso venoso enfermagem intravenosa Desconforto para o
Enfermeiro paciente;
Médico Risco de Infecção;
Material Inadequado;

Monitoramento Técnico de Manutenção da Abertura da lesão;


de lesão por Enfermagem; integridade Surgimento de novas
pressão Enfermeiro. tissular. lesões;
Contaminação da
ferida.

REFERÊNCIAS:

1.Castro, R. R.; Barbosa, N. B.; Alves, T.; Najberg, E. (2016). Perfil das Internações em
Unidades de Terapia Intensiva Adulto na Cidade de Anápolis. Revista de Gestão em Sistemas
de Saúde - RGSS, 5(2), jul/dez.
2.Silva, DRBG; Silveira, HA; Silva, JKF; Magalhães, KRM. Segregação de leitos por zona:
idealização de uma estratégia. Revista Recien, São Paulo, v. 9, n. 26, p. 105-115, 2019.

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