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05/05/2020 Análise do Planejamento das Unidades de Terapia Intensiva – InterFISIO

ANÁLISE DO PLANEJAMENTO DAS UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA


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As Instituições Hospitalares possuem várias especialidades médicas, com várias unidades de internação especificas, mas há clientes que
necessitam de tratamentos intensivos diante de complicações clínicas grave, portanto a Portaria GM/MS nº 3432 de 12 de agosto de
1998. – DOU Nº 154, estabelece critérios de classificação para as Unidades de Tratamento Intensivo – UTI 1 .

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é constituída de um conjunto de elementos funcionalmente agrupados, destinados a pacientes
críticos que requer atenção de uma equipe multiprofissional especializada e ininterrupta, atualizada no contexto teórico e pratico com
equipamentos específicos e tecnologias destinadas ao diagnóstico e tratamento, devendo contar com uma estrutura física própria, para
atender com qualidade e segurança os clientes que necessitam de cuidados para diversas patologias 2 .

A UTI é setor obrigatório em todo hospital, devendo ter uma área distinta com capacidade de leitos de 6% a 10 % do total de leitos
existentes no hospital, sendo sua planta física composta de 9 a 10 m 2 por leito, ter uma iluminação adequada com um gerador próprio,
um ambiente climatizado, paredes laváveis, a unidades deve possuir uma visualização permanente dos pacientes e duas pias por
unidade3.

A metodologia de trabalho de uma UTI deve ser definida a partir de sua organização. O projeto deve ser conduzido por um grupo
interdisciplinar composto por médicos, enfermeiros, arquitetos, engenheiros e administradores que deve avaliar todas as características
da UTI, os serviços que serão oferecidos, os critérios de admissão e alta, a demanda e as taxas esperadas de ocupação. Há uma
necessidade de uma analise detalhado dos recursos humanos, das equipes médicas, de enfermagem, fisioterapia, farmácia, nutrição, entre
outros 3 .

Diante dos serviços de saúde prestados a população, há uma defasagem de profissionais qualificados e leitos para o atendimento em UTI
em relação à demanda dos pacientes 4 .

A humanização do espaço físico da instituição certamente contribui para o bem-estar dos usuários e a melhoria da sua imagem,
contribuindo para assegurar sua competitividade no mercado 5 .

Esse estudo de revisão bibliográfica tem como objetivo, analisar o planejamento físico e organizacional, a qualidade do atendimento e
discutir o dimensionamento nas Unidades de Terapia Intensiva, pela equipe multiprofissional.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo de abordagem quantitativo revisão de literatura, sendo definida como um mapeamento teórico do estudo
atual de conhecimento sobre o tema. Os dados foram coletados através do Google Acadêmico, Scielo (Scientific Electronic Library
Online), Bireme (Centro Latino-Americano e do Caribe de informações em Ciências da Saúde), Lilacs (Literatura Latino-Americana e do
Caribe em Ciências da Saúde), além de livros sobre Unidade de Terapia Intensiva, qualidade do atendimento e estrutura física. A
pesquisa considerou artigos e livros publicados de 1987 a 2011. Foram achados cinco mil setecentos e trinta publicações e utilizados
vinte e sete publicações, que se identificaram com os objetivos do estudo.

REFERENCIAL TEÓRICO

1 – ESTRUTURA FÍSICA E ORGANIZACIONAL DAS UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA

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A necessidade de aperfeiçoar estes recursos e restaurar a saúde, fez surgir as Unidades de Terapia Intensivas (UTI’s), cujo projeto deve
considerar o ambiente físico e equipamentos clínicos indispensáveis ao cuidar 6 .

As Unidades de Terapia Intensiva são destinadas ao atendimento de clientes com quadros clínicos graves ou de risco, onde a
metodologia de trabalho deve ser definida a partir de sua organização 2 .

As dimensões de uma UTI devem levar em consideração, além do número de pessoas envolvidas em seu funcionamento e sua locomoção
dentro da unidade, os equipamentos e a mobília que serão utilizados. O posicionamento dos mesmos ajudará a definir o local onde serão
instaladas as tomadas, a iluminação, saída de gases e demais equipamentos. Faz-se necessário então, a presença de profissionais
especializados em arquitetura hospitalar, para um projeto que tenha como objetivo a funcionalidade, otimização do espaço, menor custo
de construção e manutenção e de uma equipe multiprofissional, que possui o conhecimento prático dos serviços oferecidos dentro da
unidade de tratamento intensivo. Um ambiente corretamente adaptado às suas funções minimiza a incidência de riscos terapêuticos e
aperfeiçoa sua produtividade 9,10,11 .

A equipe multidisciplinar deve avaliar todas as características da UTI, os serviços oferecidos, os critérios de admissão e alta, a demanda
e a taxa de ocupação esperada, analisar os recursos humanos (equipe médica, enfermagem, fisioterapia, farmácia, nutrição, psicologia,
entre outras) e os serviços de apoio (laboratórios, radiologia e outros) 3 .

A Resolução – RDC 50, DE 21 de Fevereiro de 2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o planejamento, programação,
elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde 7 .

A localização deve ter uma área geográfica distinta dentro do hospital, permitir o fácil acesso aos elevadores de serviço e de emergência,
centro cirúrgico, sala de recuperação pós-anestésica, unidade de emergência, unidades de intermediarias (semi-intensivas) e serviços de
laboratório e radiologia2.

Os projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde devem obedecer a Portaria nº 1.884/6M, de novembro de 1994 do
Ministério da Saúde, acatando ainda as determinações estabelecidas em códigos, leis e normas relacionadas ao assunto e vigentes no
local da construção no âmbito municipal, estadual e federal, atendendo aos princípios de regionalização, hierarquização, acessibilidade,
qualidade e complexidade tecnológica dos serviços de saúde8.
Segundo o arquiteto Roberto Nadalutti em seu depoimento afirma que 12 :

“Considerar os equipamentos e o mobiliário é fundamental para a configuração definitiva dos ambientes, o que normalmente fazemos
depois da aprovação do estudo preliminar. O dimensionamento final dos ambientes depende dos equipamentos e do mobiliário de cada
um (…). O posicionamento dos equipamentos e do mobiliário orienta os projetos de instalações, pois sem colocá-los no lugar você não
sabe definir o layout que vai orientar a colocação de tomadas, dos pontos de luz, de água e de esgoto. Serve também para a orientação de
projetos complementares mais específicos, como ar-condicionado e a localização das centrais de serviços (…). O arquiteto deverá ter
uma perfeita noção dos objetivos e do funcionamento da unidade ou do ambiente e ainda das relações destes espaços funcionais com os
demais.”

Nas primeiras UTI dos anos 1950, os profissionais confrontavam-se diariamente com a dor, morte e o sofrimento, enquanto cuidavam de
pacientes em espaços de confinamento aberto. Nos últimos 50 anos, as UTI possuíam poucos leitos e eram instalados nas enfermarias de
hospitais antigos 13 .

O modelo de UTI mudou com o decorrer do tempo e isso foi justificado pela necessidade de cuidados do paciente ao mesmo tempo em
que a família foi envolvida nesses cuidados 14 .

Abaixo segue uma tabela que resume os aspectos chaves dos modelos de UTI desde 1950 até futuro previsível, com base na Tabela De
Fontaine 15 :

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Tabela.

Primeira Segunda
Terceira Geração Quarta Geração
Geração Geração
(1980 – Hoje) (Futuro)
(Anos 1950) (Anos 1970)

Quartos
Quartos
individuais
Unidade Quartos individuais individuais com
separados
aberta, sem com portas de vidro portas de vidro
por paredes,
divisória, dobráveis ou dobráveis ou
posto de
exceto deslizantes disposto deslizantes com
enfermagem
cortinas e em semicírculo ou cortinas ou
aberto com
tela, posto de circulo com o posto quebra luz
monitoração
Características enfermagem de enfermagem no privativo. Area
central,
no cetro dos centro, janelas nos planejada para
iluminação
leitos e quartos com reduzir ruídos e
nos quartos
controle da iluminação externa janelas com
com
iluminação e aumento do vista de painel,
interruptores
por controle dos níveis iluminação
separados do
interruptores. luminosidade. controlada pelo
posto de
paciente.
enfermagem.

Acesso da
equipe e a
disponibilidade
Equipe fica Aumento da
Acesso melhor da de alta
mais próxima privacidade
Vantagens equipe durante os tecnologia para
dos e controle da
procedimentos. os cuidados com
pacientes. iluminação.
ambiente
parecido com a
casa.

Menor
acesso e
Falta de
observação
privacidade, Redução da
direta do
incapacidade privacidade do
Desvantagens paciente e
do controle paciente pelas
controle
de ruídos e portas de vidro.
precário do
iluminação.
ruído e
iluminação.

Os números de leitos de uma UTI devem existir com no mínimo cinco leitos, com capacidade para cem ou mais leitos. Estabelecimentos
especializados em cardiologia, cirurgia e emergência devem fazer calculo específicos 6,8 . Do ponto de vista funcional são oito a doze
leitos por unidade. As disposições dos leitos podem ser em área comum ou em quarto fechados. No entanto ambas devem permitir uma
observação continua do paciente 3,16 .

Na área comum é indicada a separação dos leitos por divisórias laváveis de modo a proporcionar uma relativa privacidade aos
pacientes 17 .

Na unidade de quarto fechado devem ser dotadas de painéis de vidro para facilitar a observação. Nessa área é proporcionada uma maior
privacidade, redução de ruídos e possibilidade de isolamento de pacientes infectados ou imunossuprimidos 17 .

A despeito do projeto arquitetônico das UTI os problemas com o ruído e a iluminação brilhante tem se mantido um desafio. O ruído é
risco ambiental que gera desconforto para o paciente. As fontes de ruídos incluem equipamentos, alarmes, telefones, televisões e
conversas da equipe, podendo haver uma diferença individual na percepção do ruído; portanto uma avaliação objetiva do ambiente deve

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ser realizada pela equipe 17 .

De acordo com o Conselho Internacional de Ruído recomenda que os níveis de ruídos nas áreas de terapia intensiva dos hospitais não
ultrapassem 45DB (A) durante o dia, 40DB (A) durante a noite e 20DB (A) durante a madrugada. No entanto na maioria dos hospitais
esta entre 50 e 70 DB (A) 3,11 .

No ambiente hospitalar além da iluminação natural, usam-se luzes artificiais fluorescentes que criam um tipo de iluminação
desconfortável e provoca fadiga visual e cefaleia, se desprotegido 17 . A luz brilhante pode permanecer por muitas horas na UTI, mesmo
quando não há nenhum cuidado direto ao paciente. A iluminação ideal não deve exceder 30 pévala (fc) durante o dia, durante a noite não
deve exceder 6,5 fc e 19 fc para períodos escuros. A iluminação específica para procedimentos e atendimentos de urgência deve ser
posicionada diretamente acima do paciente com pelo menos 150 fc 3, 17 .

O estresse criado pelo ruído e iluminação desnecessários será reduzido para o bem estar dos pacientes, já que no futuro o ambiente ideal
de UTI terá janelas com vista natural 18 .

As Unidades de Terapia Intensiva dispõe de equipamentos eletrônicos essenciais na manutenção da vida dos pacientes, utilizados na
monitoração dos parâmetros fisiológicos ou como opção terapêuticas integrados ao sistema de gases. Essas instalações devem ser
integradas com a fonte de emergência que rapidamente assumem alimentação garantindo o suprimento ininterrupto. O numero de
tomadas sugerido é no mínimo 11 e no máximo 16 por leito, com voltagem de 110 e 220 volts e adequadamente aterradas. As tomadas de
cabeceira devem ser localizadas aproximadamente 90 com acima do piso, a unidade de dispor de tomadas para aparelhos de
transportáveis distantes no máximo de 15 metros de cada leito 3,9 .

O suprimento de gases e vácuo deve ser mantido por 24 horas, sendo recomendadas duas saídas de oxigênio por leito e uma de ar
comprimido. As saídas devem ser apropriadas para cada gás evitando troca acidental. É preconizado dois pontos de vácuo por leito,
porem recomenda-se três. O sistema de vácuo deve manter o mínimo de 290 mmHg e não deve fica abaixo de 194 mmHg.Também deve
ser instalado um sistema de alarme para pressões altas e baixas de gases 9,10,11 .

A fonte de água deve ser certificada, especialmente se forem realizadas hemodiálise. As instalações de pias e lavatórios devem estar
próximas a entrada dos módulos dos pacientes ou entre cada dois leitos da UTI. Os lavatórios devem ser largos e profundos para evitar
respingos, com torneiras que dispensem o contato com as mãos. Em cada lavatório deve haver dispensador para sabão liquido também
acionado sem o contato com as mãos e toalheiros para papeis descartáveis 10,11 .

A renovação de ar em áreas critica é exigida no mínimo seis trocas de ar por hora, sendo duas com ar externo. As entradas de ar devem
ser localizadas mais alto possíveis em relação ao piso e possuir filtros de grande eficiência 3,9,10 .

O sistema de ar condicionado e aquecimento devem passar por filtragens apropriadas. A tomada de ara deve respeitar uma distancia
mínima de oito metros de locais onde haja emanação de agentes infecciosos ou gases nocivos 3 .

Nos quartos privativos das Unidades de Terapia Intensivas, a temperatura deve ser ajustada individualmente com variação entre 24 e 26
graus e umidade relativa do ar de 40% a 60% 3 .

O atendimento as necessidades do paciente pela monitoração continua e estrutura adequada, é o selo de qualidade de todo cuidado
critico.

2 – VERIFICAR A ADEQUAÇÃO QUANTITATIVA E QUALITATIVA DA EQUIPE MULTIPROFISSONAL NA ELABORAÇÃO


DE UMA UTI

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No século XVII, William Petty questionou pela primeira vez o valor dos serviços prestados de saúde e bem estar social. Já no século
XIX, Florence Nightingale mostrou a utilidade e a necessidade de analisar as atividades hospitalares para avaliação dos resultados 19 .

A partir do século XX, surgem os programas organizados para melhoria da qualidade, com destaque inicial para os controles de
qualidade ao final da linha de produção. O método evolui para os controles estatísticos de processos de produção, para valorização das
pessoas e para o desenvolvimento da tecnologia 19 .

A crise no sistema de saúde brasileiro, sobretudo nas organizações hospitalares públicas, vem de longa data, sempre associada à
conjuntura econômica do país e ao descaso dos gestores públicos em relação à administração da saúde e tornou-se ainda mais grave após
a reforma do Estado, tendo em vista que esta teve como diretrizes básicas a redução de despesas, principalmente com o quantitativo de
funcionários públicos, o que trouxe um efeito imediato na política de recursos humanos na saúde, gerando dificuldades assistenciais e
gerenciais, pois afetou diretamente o quantitativo e o qualitativo de pessoal nas instituições 20 .

A insuficiência numérica e qualitativa de recursos humanos para o serviço de saúde tem sido a nível nacional, questão preocupante para
os profissionais que ocupam cargos de gerência, uma vez que a inadequação desses recursos, para atendimento das necessidades de
assistência aos pacientes, compromete seriamente com a qualidade do cuidado e implica em questões legais e de saúde do trabalhador 21 .

O ambiente imprevisível da UTI exige uma intensa qualificação profissional, pois fatores de risco como contato com os pacientes
infectados, bips de monitores, sofrimento de pacientes e conflitos interpessoais dos profissionais do setor geram uma rotina de forte
estresse 22 .

Além do estresse, existe a necessidade da preocupação com os aspectos organizacionais da unidade, cuidados com o quadro de pessoal e
seu dimensionamento, tão importante quanto às aparelhagens e técnicas utilizadas no setor 23 .

Para prever a quantidade de profissionais por categoria e garantir a qualidade do atendimento, se faz necessário conhecer a realidade e
caracterizar o perfil do Centro de Terapia Intensiva. Quando quantidade de funcionários excede a demanda de pacientes, há um aumento
no custo para a instituição, assim como sua escassez compromete a qualidade do atendimento 24 .

Dentre os fatores que influenciam no dimensionamento do quadro de pessoal, podem ser citados: planta física, número de leitos,
quantidade e qualidade dos equipamentos e capacidade de pessoal 3 .

Uma equipe multiprofissional altamente capacitada é hoje um diferencial para os Centros de Terapia Intensiva. Para a formação dessa
equipe é indispensável à elaboração de um projeto em parceria com setor de recrutamento de pessoal, proporcionando um treinamento
admissional e de educação continuada, como forma de estimular os conhecimentos teóricos, científicos e comportamentais 23 .

Para ampliar o conhecimento acerca da clientela atendida em uma instituição, se faz necessário à adoção de um Sistema de Classificação
de Pacientes (SCP) em suas respectivas unidades, inclusive nas UTIs, bem como o desenvolvimento de habilidade e competências dos
profissionais para garantir a assistência e o gerenciamento de maneira mais segura e participativa 25 .

Assim, em sua prática administrativa, os profissionais necessitam lançar mão de instrumentos que os auxiliem a gerenciar cada unidade
de internação, bem como, as necessidades dos pacientes, direcionados para a melhoria da qualidade de assistência, que, com a busca de
estratégias possibilitem uma maior satisfação da equipe multiprofissional em seu trabalho cotidiano.

3 – DISCUTIR COMO A ESTRUTURA FISICA INFLUENCIA NA ASSISTENCIA DE QUALIDADE

A estrutura da UTI modificou no decorrer dos anos, pela necessidade de atender os cuidados e superar as expectativas dos clientes e da
família. O conceito de ambiente hospitalar restaurador exige um planejamento detalhado na produção de bens e serviços para favorecer
um ambiente que faça a diferença na recuperação total do paciente 3,26 .

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A visão de futuro de uma UTI é desdobrada em planejamentos específicos para a melhoria da estrutura física e de recursos humanos, dos
processos de diagnósticos e tratamento, de fluxo e armazenamento de informações, visando obtenção de resultados. Na gestão de
processos define as funções, as tarefas e os limites de responsabilidade e autoridade das pessoas, as prioridades e os custos 3 .

Cuidados onerosos nem sempre garantem cuidados eficientes e eficazes em UTI, sendo eficácia a obtenção do resultado esperado em
questão e eficiência significa a realização de acordo com o padrão de conformidade, tendo relação com a forma e com o tempo de
execução de processo. A análise dos erros passa a ser considerada uma oportunidade para a melhoria da qualidade, pelo estabelecimento
de ações corretivas e preventivas, visando à melhoria do serviço com redução de custo 3,27 .

Quanto mais acolhedora a UTI para pacientes e familiares, mais aberto será o ambiente para uma cultura de cuidados e suporte favorável
a recuperação. Um bom exemplo de como uma estrutura física e a função da UTI mudou em relação à ênfase de atender as necessidades
dos pacientes e a família como unidade é a criação de um ambiente com o design mais acolhedor que encoraja a presença de membros
das famílias, que deixam de ser apenas visitantes para ser peças importantes no bem estar do paciente 3,17 .

Alem disso ambientes que apresenta luz natural, elementos da natureza, cores suaves, sons tranqüilizadores e vistas agradáveis,
contribuem para melhoria no quadro fisiológico do paciente, levando a menor necessidade de uso de medicação para dor e colaborando
para resultados positivos 3 .

A criação de uma ambiente restaurador no cenário da unidade de terapia intensiva é centrada em estratégias que regulem o estimulo
ambiental, assegurem o conforto do paciente e dos membros da família e melhorem a colaboração e comunicação. Ações como reduzir os
sons de aparelhos barulhentos ou colocar uma cadeira para que um familiar sente-se a beira de leito, é abordagens que demonstram
atenção a saúde do cliente e qualidade de atendimento 17 .

Os profissionais que integram um hospital são seu principal recurso. Prestar atenção aos seus comportamentos é a chave para controle e
melhoria do atendimento. A UTI é um dos setores de maior complexidade dentro da estrutura hospitalar e resvala em pontos críticos de
organização e gerenciamento. Programas de mudanças de comportamento da equipe multiprofissional atingem efeitos positivos na rotina
de cuidados 17 .

O caminho da busca continua da qualidade e o principal fator de vantagens competitivas. Reconhecer que o serviço prestado pode ser
aperfeiçoado é essencial, mesmo quando a instituição é líder no mercado. O principal diferencial de qualidade de um serviço está na
capacitação técnica, cientifica e humanística de sua equipe interdisciplinar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A satisfação dos usuários em relação ao espaço físico é de grande relevância nos estabelecimentos de saúde, razão pela qual a sua
humanização tem sido um tema amplamente discutido na literatura em eventos acadêmicos e profissionais recentes. O efeito desse
ambiente sobre o paciente tem sido examinado com fatores positivos e negativos.

Os hospitais que combinam elementos criativos no ambiente com ênfase nos cuidados focalizados na família são os lideres na criação de
espaços restauradores para recuperação da saúde.

O desgaste fisiológico e emocional pelo qual passa a maioria dos clientes, familiares e visitantes, bem como a exaustiva rotina da equipe
multidisciplinar, deve ser considerado desenvolvimento do projeto.

Os aspectos emocionais do ambiente da UTI são tão críticos quanto os elementos físicos, e podem ser ate mais importantes na
recuperação do cliente. O espaço físico não poderá eliminar o sofrimento do cliente, mas pode contribuir para a melhoria do seu bem
estar e dos funcionários através da criação de um ambiente mais humanizado e adequado as suas expectativas e necessidades.

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Criar uma cultura que ocorre a comunicação respeitosa entre todos os membros da equipe de saúde, é um padrão de excelência e serve
como um ingrediente essencial em todo o ambiente restaurador da UTI.

Obter qualidade implica apoio da alta administração da instituição, e esforço conjunto, cooperação mutua e envolvimento de toda equipe
interdisciplinar.

REFERÊNCIAS

1- BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 3432 de 12 de agosto de 1998. – DOU Nº 154. Estabelece critérios de classificação
para as Unidades de Tratamento Intensivo – UTI.

2 – Saraiva CAS. Fatores físicos-ambientais e organizacionais em uma unidade de terapia intensiva neonatal: implicações para a saúde
do recém-nascido. – Trabalho de conclusão do curso de mestrado profissionalizante em Engenharia. Universidade Federal do Rio Grande
do Sul. Porto Alegre, 2004.

3 – Knobel E.Terapia Intensiva: Enfermagem. São Paulo: Editora Atheneu, 2010.

4 – Paladini EP. Avaliação estratégica da qualidade. São Paulo: Atlas, 2002

5 – www.proarq.fau.ufrj.br/site/cadernos_proarq/cadernosproarq11.pdf, acesso em 15 de Outubro de 2011.

6- Madureira CR, Veiga K, Sant’ana AFM. Gerenciamento de tecnologia em terapia intensiva. Rev.latino-am.enfermagem, Ribeirão
Preto, v. 8, n. 6, p. 68-75, dezembro 2000.

7 – BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução – RDC N 50, de 21 de Fevereiro de 2002.
Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos
assistenciais de saúde.

8 – BRASIL. Ministério da Saúde. Secretária de Assistência à Saúde. Departamento de Normas Técnicas. Normas para projetos físicos
de estabelecimentos assistenciais de saúde. Brasília, 1994. p.11-26.

9 – Knobel E, Kuhl SD. Organização e funcionamento das UTIs. In: Condutas no paciente grave. Knobel E. São Paulo, Atheneu, PP.
1315-32, 1998.

10 – Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Departamento de Normas e Técnicas: Normas para Projetos Físicos de
Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, p 140, 1995.

11 – Ministério da Saúde. Secretaria Nacional de Organização e Desenvolvimento de Serviços de Saúde. Normas e Padrões de
Construções e Instalações de Serviços de Saúde, p 25-87, 1987.

12- Toledo LC. Feitos para Curar – Arquitetura Hospitalar e Processo Projetual no Brasil. Editora ABDEH. 1edição.Rio de Janeiro,
2006.

13 – Fairman J, Lynaugh J. Critical Care Nursing: A History. Philadelphia, University of Pennsylvania Press, 1998.

14- Stchler JF: Creating healing environments in critical care units. Crit Care Nurs Q 24(3): 1-20, 2001.

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15 – Fontaine DK, Prinkey Briggs L, et al: Designing humanistic critical care environments. Crit Care Nurs Q 24(3): 21-34, 2001.

16- GOMES, W. SOUZA, M. L. Evidência e interpretação em pesquisa: as relações entre qualidades e quantidades. Psicologia em
Estudo, Maringá, v. 8, n. 2, p. 313,2003.

17 – Morton P.G., Fontaine DK. Cuidados críticos de enfermagem: uma abordagem holística; [revisão técnica Ivone Evangelista Cabral;
tradução Aline Vecchi… et al.] – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.

18 – Jastremski CA: ICU bedside environment: A nursing perspective. Crit Care Clin 16 (4): 723-734, 2000.

19 – Azevedo AC. Avaliação de desempenho de serviços de Saúde Publica. 25 (1): 64-71, 1991.

20 – Cecílio LCDO. A modernização gerencial dos hospitais públicos: o difícil exercício da mudança. Rev Admin Publ 1997 maio-jun;
31(3) : 36-47.

21 – Gaidzinski RR. Dimensionamento de pessoal de enfermagem em instituições hospitalares [tese] São Paulo: Escola de Enfermagem
USP, 1998.

22- Gallo H. Efeitos da unidade de terapia intensiva sobre o enfermeiro. Cuidados Intensivos de Enfermagem – Uma Abordagem
Holística. Guanabara Koogan 6 edição. Cap 10 p.99-109, 1997.

23- Castelli M, Lacerda DPD, Carvalho MHR. Enfermagem no CTPI. Pessoal e treinamento de Isabel Cristina Kowal/Olm Cunha & Rita
de Cassia Pires Coli; cap 7 p. 67-73. São Paulo. Roca, 1998.

24 – Laselva CR, Moura Jr DF, Reis EAA. No alvo, o melhor profissional – seleção e treinamento. In: Bork: Enfermagem de excelência:
da visão a ação. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, PP 151-66, 2003.

25 – NICOLA, Anair Lazzari and ANSELMI, Maria Luiza. Dimensionamento de pessoal de enfermagem em um hospital universitário.
Rev. bras. enferm. [online]. 2005, vol.58, n.2, pp. 186-190. ISSN 0034-7167.

26 – Knobel E, Novaes MAFP, Bork AM. Humanização dos CTIs. In: Manual de condutas de pacientes graves. Atheneu, São Paulo,
1998.

27 – Knobel E, Novaes MAFP, Karam CH. Humanização do CTI: uma questão de qualidade. Experiência do CTI do Hospital Israelita
Albert Einstein. In: Âmbito Hospitalar 118(2) : 19-27, 1999.

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