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02/09/2023, 22:13 Conceitos de limites de exposição ocupacional

Conceitos de limites de exposição


ocupacional
Os limites de tolerância ocupacional (estabelecidos pela NR-15, pelos
TLVs e BEIs da ACGIH, pela OSHA ou pela NIOSH) são desenvolvidos
como orientações para ajudar no controle de riscos à saúde dos
trabalhadores. Essas recomendações destinam-se à prática de higiene
industrial nos ambientes de trabalho durante as jornadas de trabalho e
devem ser aplicadas pelos profissionais higienistas, incluindo-se aqui os
Técnicos de Segurança do Trabalho.

Limite de tolerância (LT) – NR-15


Os limites de tolerância dizem respeito à concentração ou intensidade
máxima ou mínima a que se relaciona a natureza do agente (ruído, poeira,
gases e vapores) e ao tempo de exposição a ele, de modo que não cause
danos à saúde do trabalhador em uma jornada de trabalho de 8 h semanais
ou de até 48 horas.

Conforme o item 15.1.5 da NR-15, entende-se por


limite de tolerância (para agentes químicos) a concentração
máxima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição
ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador,
durante sua vida laboral. Cabe ressaltar que a NR-15 está
sendo revisada, pois alguns de seus parâmetros, hoje, estão
desatualizados. Desde 1978 ela não foi substancialmente
atualizada. Além disso, está incompleta, porque trata de 140
substâncias químicas, enquanto a ACGIH trata de mais de
650.

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Os limites estabelecidos pela Portaria n° 3.214/78, por meio da NR-15,


nos anexos 11 e 12, foram adaptados para a jornada de trabalho instituída
no Brasil. Esses valores foram adaptados da ACGIH, uma entidade que
congrega higienistas e indústrias do governo norte-americano e que
recomenda os limites de tolerância. O regime de trabalho norte-americano
era de 40 horas semanais e o do Brasil, na época, de 48 horas. Depois,
houve uma adaptação e nossa jornada de trabalho, atualmente, é de 44
horas semanais.

No Anexo 11 da NR-15 são fornecidos os limites de


tolerância para os produtos químicos, bem como a indicação
absorção pela pele (que é apresentada por alguns produtos)
e o grau de insalubridade, além das substâncias que
apresentam o valor-teto.

O limite de tolerância é uma orientação para se fazer


os controles dos contaminantes e não uma indicação entre
concentrações seguras e perigosas.

Com o Anexo 11, o limite passou a ser de tolerância


média ponderada durante o período de trabalho. Essas
concentrações poderão oscilar desde que a média esteja
abaixo desse valor; porém, essas oscilações não podem
ultrapassar um valor chamado valor máximo.

Unidades
As unidades dos limites de tolerância são expressos em partes por
milhão (ppm) ou miligramas por metro cúbico (mg/m³). A substância química
inalada pode ser em forma de gás, vapor ou aerossol.

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Gás: substância química cujas moléculas movem-se livremente


no espaço em que estão confinadas (por exemplo, em um
tanque) nas condições normais de temperatura e pressão
(CNTP).

Vapor: fase gasosa de uma substância química que, nas


condições normais de temperatura e pressão (CNTP), está no
estado líquido ou sólido. Essa quantidade de vapor emitida por
uma substância é expressa como pressão de vapor e é função
da temperatura e da pressão ambiente.

Aerossol: suspensão de partículas sólidas ou de gotículas


líquidas em um meio gasoso, como: poeira, névoa, fumo,
neblina, fibra e fumaça.

Os limites de tolerância para


aerossóis são normalmente fixados em
termos de massa da substância química
no ar por volume. São expressos em
miligramas por metro cúbico (mg/m³). Os
limites de tolerância para gases e
vapores são estabelecidos em partes por
milhão (ppm), mas também podem ser
expressos em miligramas por metro
cúbico mg/m³.

Para fazer a conversão de unidades de concentração de ppm para


mg/m³, devemos utilizar o quadro a seguir:

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Unidade original Fator de multiplicação Nova unidade

ppm 0,0001 %

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% 10.000 ppm

mg/m³ 24,45/M[¹] ppm

ppm M[¹]/24,45 mg/m³

Tabela 01: Conversão de ppm para mg/m³.

Fonte: BREVIGLIERO, Ezio; POSSEBON, José; SPINELLI, Robson. Higiene ocupacional: agentes biológicos, químicos

e físicos. São Paulo: Ed. Senac São Paulo, 2006. Página: 74.

[¹] É a massa molecular da substância.

Valor máximo
O valor máximo é determinado por meio do produto do limite de
tolerância, por um fator de desvio, que é função da faixa de valor em que
está esse limite. Na tabela a seguir, é mostrado o fator de desvio para
calcular o valor máximo.

Valor máximo = LT (limite de tolerância) x FD (fator de desvio)

Limite de tolerância (partes por milhão ou Fator de


miligrama por metro cúbico) desvio

0 < LT < 1 3,00

1 < LT < 10 2,00

10 < LT < 100 1,50

100 < LT < 1.000 1,25

LT > 1.000 1,10

Tabela 02: Quadro n° 2 do Anexo 11 da NR-15 (Fator de Desvio para cálculo do valor máximo).

Fonte: BREVIGLIERO, Ezio; POSSEBON, José; SPINELLI, Robson. Higiene ocupacional: agentes biológicos, químicos

e físicos. São Paulo: Ed. Senac São Paulo, 2006. Página: 69.

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Exemplo: O cloro tem um limite de


tolerância de 0,8 ppm; logo, o seu valor
máximo (VM) é o produto do limite de
tolerância por 3,00, que é o fator de
desvio (FD) para produtos com o limite de
tolerância (LT) entre 0 e 1 ppm.
VM = LT x FD
VM = 0,8 x 3,00 = 2,4 ppm
VM = 2,4 ppm

Valor-teto
Representa um valor que não pode ser ultrapassado, pois é um
produto de efeito muito rápido. Dessa forma, não aplicamos o fator de
desvio. O limite de tolerância será o próprio valor teto.

Na tabela a seguir, veja alguns exemplos dos valores-teto de algumas


substâncias.

Produto químico Valor-teto (partes por milhão)

Ácido clorídrico 4,0

Dióxido de nitrogênio 4,0

Formaldeído 1,6

Sulfato de dimetila 0,08

Tolueno diisocianato 0,016

Tabela 03: Valor-teto para alguns produtos químicos conforme Anexo 11 da NR-15.

Fonte: BREVIGLIERO, Ezio; POSSEBON, José; SPINELLI, Robson. Higiene ocupacional: agentes biológicos, químicos

e físicos. São Paulo: Ed. Senac São Paulo, 2006. Página: 69.

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Nível de ação
Os níveis de ação são uma espécie de recurso preventivo, que
antecipa o problema antes que os limites de tolerância estejam excedidos.

Conforme a NR-9, o NA corresponde a uma concentração igual à


metade das concentrações permitidas. Medidas preventivas, controles
médicos e monitoramento do ambiente devem ser iniciados a partir desse
valor de concentração.

Para mais informações sobre os limites de tolerância


estabelecidos pela NR-15, acesse o site da Escola Nacional
da Inspeção do Trabalho (ENIT) e procure pelas Normas
Regulamentadoras, especificamente pela NR-15.

A tabela 4 apresenta os valores do limite de tolerância definidos na


NR-15 e os valores no nível de ação para substâncias químicas conforme
NR-9. Para substâncias químicas que não apresentem limites de tolerância
estabelecidos na NR-15, para fins de prevenção, podem ser utilizados os
valores da ACGIH, segundo a NR-9.

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Anexo
Limite de
da NR- Agente Nível de ação
tolerância
15

Oxigênio
Não definido. 20 %
[nível mínimo]

Monóxido de
10 ppm 20 ppm
carbono

Dióxido de
1250 ppm 2500 ppm
carbono
6
2,5 mg/m³ 5 mg/m³
Óleo ou
(PT>2kgf/cm²) (PT>2kgf/cm²)
material
1,5 mg/m³ 3 mg/m³
particulado
(PT<2kgf/cm²) (PT<2kgf/cm²)

10% do limite
Metano Não definido. inferior de
explosividade

Oxigênio
Não definido. 18%
[nível mínimo]
11 Demais Metade do
Quadro 1 do
agentes do limite de
anexo (tabelado)
anexo tolerância

Asbesto
1,0 f/cm³ 2,0 f/cm³
(amianto)

Fumos de
0,5 mg/m³ 1,0 mg/m³
manganês

Poeira de
2,5 mg/m³ 5,0 mg/m³
manganês

12 Sílica livre Calculado


Metade do
cristalizada – conforme item 2
limite de
Poeira do anexo da
tolerância
respirável seção da sílica.

Calculado
Sílica livre Metade do
conforme item 2
cristalizada – limite de
do anexo da
Poeira total tolerância
seção da sílica.

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Tabela 04: Comparação entre os limites de tolerância e os níveis de ação tratados na NR-15 e na NR-9,

respectivamente

Por exemplo, para o agente químico dióxido de cloro, definido no


Anexo 11 da NR-15, o limite de tolerância é de 0,08 ppm. Já o nível de ação
definido na NR-9, como metade do limite, corresponde a 0,04 ppm.

Thereshold Limit Values (TLV) – American


Conference of Governmental Industrial Hygienists
(ACGIH)
A ACGIH é uma instituição privada, sem fins lucrativos, não
governamental. Seus membros são higienistas ocupacionais ou outros
profissionais de saúde e segurança ocupacional. Eles se dedicam a
promover a saúde e a segurança nos locais de trabalho. É uma entidade
científica e conta com comitês que analisam e reúnem dados publicados na
literatura científica. A ACGIH publica guias de orientação, denominadas
Threshold Limit Values (TLVs) e Biological Exposure Indices (BEIs), para a
utilização dos higienistas ocupacionais na tomada de decisões em relação a
níveis de exposição seguros de vários agentes químicos e físicos
encontrados nos ambientes de trabalho.

A cada ano, a ACGIH publica seus TLVs e BEIs em um livro. Esses


índices representam uma opinião científica, formada pelos comitês de
especialistas em saúde pública e ciências afins. É baseada na análise,
revisão e compilação de dados da literatura científica existente.

Para acessar o livro dos TLVs e BEIs, entre em contato


com a ABHO (Associação Brasileira de Higienistas
Ocupacionais).

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Os TLVs e os BEIs são valores que utilizam como base a saúde. A


ACGIH formula uma conclusão sobre o nível de exposição que um
trabalhador pode vivenciar, sem a ocorrência de efeitos prejudiciais à saúde.
Ela acredita que os órgãos reguladores devem considerar os TLVs e os
BEIs como um ponto de partida muito válido no processo para a
caracterização de risco.

Introdução às substâncias químicas


Definição dos TLVs

São as concentrações das substâncias químicas suspensas no ar.


Representam condições a que a maioria dos trabalhadores possa estar
exposta, dia após dia, durante toda uma vida de trabalho, sem sofrer efeitos
prejudiciais à saúde.

Para utilizar os TLVs, devemos consultar o último livro


dos TLVs a fim de nos certificarmos de que entendemos as
bases e as informações usadas em seu desenvolvimento.
Alguns valores de TLVs podem ser consultados no site da
OSHA.

São três as categorias de limites de exposição (TLVs):

Média ponderada pelo tempo (TWA ou LE-MP)

É a concentração média ponderada no tempo estabelecida


para uma jornada de trabalho de 8 horas diárias e 40 horas
semanais a que se acredita que a maioria dos trabalhadores
possa estar repetidamente exposta, durante toda a vida laboral,
sem sofrer efeitos prejudiciais à saúde.

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Exposição de curta duração (STEL)

É um limite de exposição média ponderada de 15 minutos,


que não deve ser ultrapassado em qualquer momento da
jornada de trabalho, inclusive ao final. Pode ocorrer, no máximo,
quatro vezes durante a jornada, sendo o intervalo de tempo
entre cada ocorrência de, pelo menos, 60 minutos.

O foco está em evitar efeitos tóxicos dose-dependentes,


narcose, irritação e lesão tissular crônica ou irreversível.

Valor-Teto (TLV-C ou LE-Teto)

É a concentração máxima permitida que não deve ser


excedida durante nenhum momento da exposição no trabalho.
Se medições instantâneas não estiverem disponíveis, a
amostragem deverá ser realizada pelo período mínimo de tempo
suficiente para detectar a exposição no Limite de Exposição-
Valor Teto (TLV-C) ou acima dele. É indicado para substâncias
de baixo limite de exposição e alta toxicidade.

Devido à grande variação de sensibilidade de cada trabalhador, um


percentual deles pode sentir desconforto diante de certas substâncias em
concentrações permitidas ou mesmo abaixo delas.

A palavra pele (como podemos observar na tabela a seguir), que


aparece depois de alguns nomes químicos na lista de TLV®, significa que a
exposição total do trabalhador ao contaminante pode ser afetada pela
absorção pela pele. A notação “pele” quer chamar a atenção para que
precauções adequadas sejam tomadas para proteger o resto do corpo à
exposição.

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Podemos observar na tabela a seguir o formiato de metila como


exemplo. Para a média ponderada pelo tempo (TWA), temos a referência de
50 ppm. Para a exposição de curta duração (STEL), encontramos o valor:
de 100 ppm (o que quer dizer que o trabalhador poderá ficar exposto, no
máximo, até quatro vezes por 15 minutos a concentrações tão elevadas
quanto o STEL e tendo como intervalo entre cada exposição 60 minutos).
Na coluna Notações, observamos que tem a palavra “pele”, o que quer dizer
que o formiato de metila é absorvido pela pele do trabalhador exposto. A
mesma planilha apresenta o dado do peso molecular do formiato de metila
e, por fim, a base do TLV. No caso do formiato de metila, o trabalhador
exposto a esse produto químico poderá apresentar problemas no sistema
nervoso central, sofrer irritação no trato respiratório superior e danos aos
olhos, entre outros efeitos.

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VALORES ADOTADOS

Peso
Substância TWA STEL TETO Notações Base do TLV
Mol.

Dor de cabeça,
Ácido 4,7
- - Pele 27,03 náusea, efeito na
cianídrico ppm
tireoide

Dano ao fígado,
Brometo comprometimento
5 ppm - Pele 108,98
de etila do sistema
nervoso central

Irritação na pele e
Brometo no trato
1 ppm - Pele 94,95
de metila respiratório
superior

Comprometimento
Chumbo 0,1
- Pele 323,45 do sistema
tetraetila mg/m³
nervoso central

Comprometimento
Chumbo 0,15
- Pele 267,33 do sistema
tetrametila mg/m³
nervoso central

Comprometimento
do sistema
nervoso central,
Formiato 50 100
Pele 60,05 dano aos olhos,
de metila ppm ppm
irritação do trato
respiratório
superior

Tabela 05: Substâncias com valores adotados pela TLV

Fonte: Livro de TLVs e BEIs ABHO Ano 2019.

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É importante ressaltar que a lista de TLV® não inclui todas as


substâncias encontradas nas indústrias, uma vez que pouco ou nenhum
dado está disponível para muitos materiais.

Introdução aos índices biológicos de exposição –


definição dos BEIs
O monitoramento biológico permite avaliarmos a exposição e o risco à
saúde dos trabalhadores. É a medida de concentração de uma substância
química (determinante) em meios biológicos das pessoas expostas e é um
indicador da absorção do agente químico.

Os BEIs (Índices Biológicos de Exposição) são valores


guias de orientação para avaliar os resultados do
monitoramento biológico. Refletem indiretamente a dose
absorvida por um trabalhador exposto a uma dada
substância química. Servem também como um
complemento para o monitoramento ambiental por meio da
avaliação da concentração no ar. É importante, pois pode
ajudar o profissional de saúde a detectar e determinar uma
exposição e absorção pela pele ou por via digestiva, além da
absorção por via respiratória.

A maioria dos BEIs está baseada em uma correlação


direta com o TLV. Alguns BEIs (como o chumbo, por
exemplo) não são derivados do TLV, porém, são diretamente
relacionados ao desenvolvimento de um efeito adverso à
saúde.

As diretrizes dos BEIs devem ser usadas na avaliação


de riscos potenciais à saúde na prática da higiene
ocupacional. Os BEIs não indicam uma distinção clara entre

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as exposições perigosas e as não perigosas; por exemplo, é


possível que a concentração de um determinante em um
indivíduo exceda o BEI sem que isso se torne um risco
aumentado à saúde. Deverá ser realizada uma investigação
se a maioria dos resultados das amostras obtidas de um
grupo de trabalhadores do mesmo local e turno de trabalho
exceder o BEI.

Não se deve confiar em resultados de uma amostra


biológica isolada; devem ser realizadas avaliações múltiplas.
Como medida administrativa, pode ser apropriado fazer
rodízios entre os trabalhadores nessa exposição. Assim como,
se houver razões para acreditar que ocorreu uma exposição
significativa do trabalhador a um determinado produto
químico, pode-se retirar o trabalhador desse ambiente apenas
com uma única avaliação. Também devemos ter em mente
que resultados abaixo do BEI não indicam que temos
ausência de risco à saúde. Os BEIs aplicam-se a exposições
de 8 horas por dia, 5 dias por semana.

Limites de exposição ocupacional


Depois de concluída a inspeção
de campo, o higienista deve decidir se
é ou não necessário realizar
amostragem. Essa amostragem deve
ser realizada somente se o seu
propósito for claro e objetivo. O
higienista ocupacional deve
perguntar-se: para que servem os
resultados da amostragem? Quais perguntas responderiam?

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Esses dados obtidos a partir de uma amostragem ambiental e biológica


geralmente são comparados com limites de exposição ocupacional – LEO
(ou em inglês: exposure ocupacional limit – OEL), recomendados ou
obrigatórios.

Muitos países têm estabelecido limites de exposição ocupacional,


biológica e de inalação de agentes químicos e físicos. Atualmente, existem
mais de 60.000 substâncias químicas em uso comercial e cerca de 650
foram avaliadas por diferentes organizações e países. Os limites utilizados
(TLV®) são os estabelecidos no EUA pela Conferência Americana de
Higienistas Industriais Governamentais (ACGIH). A maioria dos valores de
Limite de Exposição Ocupacional – LEO, utilizado pela Occupational Safety
and Health Administration – OSHA, nos Estados Unidos, baseia-se no
TLV®.

Entretanto, o National Institute for Occupational Safety and Health –


NIOSH, do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados
Unidos, possui seus próprios limites, chamados de “limites recomendados
de exposição (REL)”.

Na amostragem de pele, concentrações aceitáveis são calculadas em


função da toxicidade, da velocidade de absorção, do montante absorvido e
da dose total. O controle biológico de um trabalhador pode ser usado para
investigar a absorção pela pele. Nos EUA, o NIOSH, do CDC, recomenda
valores limites denominando-os de Recommended Exposure Limits (REL) e
a agência encarregada da fiscalização dos ambientes de trabalho, a OSHA,
estabelece os Permissibile Exposure Limits (PEL) de valor legal.

Com a obra de Max Gruber, no Instituto de Higiene de Munique,


publicada em 1883, estabeleceu-se a primeira tentativa de publicação de
um OEL com o monóxido de carbono, o gás tóxico ao qual muitas pessoas
são expostas no local de trabalho. Gruber descreveu a exposição de duas
galinhas e doze coelhos a concentrações de monóxido de carbono durante

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um período de até 47 horas ao longo de três dias. Ele concluiu que o limite
do monóxido de carbono para manifestar efeito nocivo é encontrado em
uma concentração de 500 ppm (partes por milhão), mas, com segurança,
em 200 partes por milhão.

Entre os anos de 1933 e 1938, a União Soviética regulamentou os


primeiros limites de exposição ocupacional.

No ano de 1947, a ACGIH estabeleceu os primeiros limites de


exposição ocupacional, com as TLVs. Em 1970, a OSHA/EUA estabeleceu
os Permissible Exposure Limits (PELS) e os Recommended Exposure Limits
(RELS).

Hoje em dia cerca de cinquenta países, ou grupos, estabeleceram


OEL, muitos dos quais coincidem com o TLV®. No Reino Unido, os OEL são
chamados de “limites de exposição profissional”; na Alemanha, de
“concentrações máximas no trabalho” (MAK). OEL foi criado para exposição
de gases, vapores e partículas na atmosfera, "mas não contempla agentes
biológicos".

Os limites que predominaram são


publicados, anualmente, pela Conferência
Americana de Higienistas Industriais
Governamentais – ACGIH, chamados de
valor limite de tolerância (threshold limit
value-TLV®). Pode-se dizer que a
contribuição do OEL para a prevenção ou
redução das doenças do trabalho é um
fato amplamente aceito.

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Como vimos, passaram-se três séculos de Ramazzini até os TLV®-


ACGIH, passando pelo Gruber. Avançou-se mais um pouco com os
Permissible Exposure Limits (PELS) e os Recommended Exposure Limits
(RELS) da OSHA/EUA, no ano de 1970. Parece pouco avanço, porém,
grande é o desafio de fazer “achados científicos” entre meio ambiente do
trabalho e os agravos à saúde dos trabalhadores.

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