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BACTERIOLOGIA

PROFESSOR/A: Oscar Granados


DISCIPLINA: Microbiologia
BACTERIOLOGIA
COLORAÇÃO DE GRAM
• A coloração de Gram recebeu este nome em homenagem a seu descobridor, o
médico dinamarquês Hans Cristian Joaquim Gram. Em 1884,

• Gram observou que as bactérias adquiriram cores diferentes, quando tratadas


com diferentes corantes. Isso permitiu classificá-las em dois grupos distintos:

• Roxas: Gram positivas,


• Vermelhas: Gram-negativas.

• Essa técnica é simples, rápida e tem capacidade de resolução, permitindo o


correto diagnóstico em cerca de 80% dos pacientes em caráter de pronto
atendimento em nível local.
COLORAÇÃO DE GRAM
1. Cubra o esfregaço com violeta-de-metila e deixe por 5. Adicione álcool etílico (99,5º GL) sobre a
aproximadamente 15 segundos; lâmina; descorando-a, até que não
2. Adicione igual quantidade de água sobre a lâmina desprenda mais corante;
coberta com violeta-de-metila e deixe agir por mais 6. Lave em um filete de água corrente;
45 segundos; 7. Cubra a lâmina com safranina e deixe agir
3. Escorra o corante e lave em um filete de água por aproximadamente 30 segundos;
corrente; Cubra a lâmina com lugol diluído (1/20) e 8. Lave em um filete de água corrente;
deixe agir por aproximadamente 1 minuto; 9. Deixe secar ao ar livre, ou seque
4. Escorra o lugol e lave em um filete de água corrente; suavemente, com o auxílio de um papel de
filtro limpo;
10.Coloque uma gota de óleo de imersão sobre
o esfregaço;
11.Leia em objetiva de imersão (100 X).
BACTERIOLOGIA
COLORAÇÃO DE GRAM
BACTERIOLOGIA
COLORAÇÃO DE ZIEHL NEELSEN

• A parede celular das micobactérias caracteriza-se por conter um alto teor de lipídeos,
principalmente ácido micólico, que tornam as mesmas difíceis de serem coradas por
métodos convencionais (ex.: método de Gram), sendo necessário a utilização do
método de Ziehl-Neelsen.

• Uma vez sendo coradas, entretanto, estas bactérias resistem à descoloração até
mesmo por solventes orgânicos fortes, como o álcool-ácido. Por esta razão estas
bactérias são chamadas de bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR).

• É necessário um tratamento com calor durante a coloração inicial com a FUCSINA de


ZIEHL (carbol-fucsina), para que o corante penetre através da parede celular das
micobactérias.
BACTERIOLOGIA
COLORAÇÃO DE ZIEHL NEELSEN

1. Cobrir o esfregaço com o corante fucsina de Ziehl;


2. Realizar o aquecimento da lâmina até a emissão de
vapores, por 3 vezes, para facilitar a penetração da
fucsina. Não deixar o corante secar;
Franz Ziehl
3. Escorrer o corante e lavar a lâmina em água corrente; Bacteriólogo .Friedrich Neelsen
4. Descorar o esfregaço com álcool-ácido (descorante) Em alemán. Patólogo alemán.

seguida, lavar a lâmina em água corrente. Apenas os BAAR


presentes no esfregaço reterão a fucsina;
5. Cobrir o esfregaço com azul de metileno e deixar agir por
um minuto;
BACTERIOLOGIA
COLORAÇÃO DE ZIEHL NEELSEN

6. Escorrer o corante e lavar a lâmina em água corrente;


7. Secar a preparação com papel filtro apertando-o
cuidadosamente sobre a lâmina, sem esfregar, para não remover
a preparação. Deixar a lâmina secar ao ar completamente;
8. Colocar uma gota de óleo de imersão sobre a preparação e
examiná-la ao microscópio com objetiva de imersão (100X); Seta branca: bactérias álcool-ácido sensíveis;
Seta preta: bactérias álcool-ácido resistentes.
9. Interpretar os resultados
BACTERIOLOGIA

CLASSIFICAÇÃO BACTERIANA

NUTRIÇÃO
• AUTOTROFAS: Produzem seu próprio alimento Ex: Nitrosomonas e Nitrobacter Nitrobacter ssp.
bactérias que vivem em relação de mutualismo com as plantas
• HETEROTROFAS: Não produzem seu alimento Ex: Salmonella spp. Bacillus anthracis,
Vibrio cholerae, Escherichia coli.

RESPIRAÇÃO
• AERÓBICAS: Utilizam o oxigênio
• ANAERÓBICAS: Utilizam outros gases Ex: CO2 (Clostridium spp.)
COMPONENTES DA CÉLULA BACTERIANA

DIVISÃO BACTERIANA
BINARIA OU CISSIPARIDADE: uma bactéria se divide em
duas com mesmo material genético

ESPORULAÇÃO: quando em condições ambientais


desfavoráveis podem viver em vida latente, originando um
esporo que as protege do meio até que as condições se
tornem novamente favoráveis.

CONJUNÇÃO: ocorre transferência de material genético em


duas bactérias a partir do Pili Sexual
BACTERIOLOGIA
Bacterioses
Agente etiológico: Clostridium tetani

• C. tetani é um bacilo gram positivo, móvel, anaeróbico,


• Formato de esporo
• Pode sobreviver no solo por muitos anos

Forma de transmissão: Contaminação acidental de ferimentos


profundo com terra contaminada com esporos da bactéria.
BACTERIOLOGIA
Bacterioses
Etiologia

• Forma vegetativa: produz tetanospasmina (similar à toxina botulínica, entretanto as


manifestações clínicas do Botulismo e do Tétano são completamente diferentes).
Altamente suscetível ao calor e desinfetantes.

• Forma esporulada: altamente resistente. Pode sobreviver no solo por meses a anos. Para
matar é necessário: 4 horas de fervura ou autoclavagem por 12 minutos a 121° C.
BACTERIOLOGIA
Bacterioses
Patogênese

Causas diversas

• lesões traumáticas pérfuro-cortantes,


• feridas cirúrgicas,
• locais de injeção subcutânea,
• queimadura,
• úlcera da pele,
• cordão umbilical infectado,
• otite média com perfuração da membrana timpânica,
complicações de feridas crônicas,
• complicações do uso de drogas injetáveis.
BACTERIOLOGIA
Bacterioses

Epidemiologia

• C. tetani pode ser encontrado em 20 a 65% de amostras de terra.


• Principalmente em áreas rurais de solo cultivado e clima quente.
• O maior problema global é o tétano neonatal.
• Acomete primariamente: > 60 anos de idade (60%).
BACTERIOLOGIA

Clostridium tetani

Sintomas: Enrijecimento muscular por todo o corpo


causada pela toxina tetânica
Contratura muscular, opistótono
• riso sardônico,
• trismo
• opistótono.
• Bloqueio da via de relaxamento dos
músculos( espasmos musculares).
• Sensibilidade a ruídos e luminosidade. Riso sardônico
BACTERIOLOGIA

Clostridium tetani

Diagnóstico diferencial

Em relação às formas generalizadas do tétano, que podem apresentar


sintomas parecidos com os de outras doenças,
• Intoxicação pela estricnina
• Meningites
• Raiva .
• Intoxicação pela metoclopramida e intoxicação por neurolépticos
• Processos inflamatórios da boca e da faringe, acompanhados de
trismo –Doença do soro
BACTERIOLOGIA
Clostridium tetani

Transmissão
O tétano acidental

O tétano acidental ocorre pela contaminação de ferimentos externos. A


descontinuidade da pele em contato com os itens a seguir pode levar à
multiplicação dos esporos e à disseminação da doença no organismo:
•poeira;
•terra;
•ferrugem;
•plantas, mordida de animais;
•fezes de animais que contém os esporos.
BACTERIOLOGIA
Clostridium tetani

Tratamento: O indivíduo deverá ser internado em uma unidade assistencial


apropriada, com o mínimo de ruído, luminosidade, com temperatura estável e
agradável.

Casos graves tem indicação de terapia intensiva, onde existe suporte técnico
necessário para manejo de complicações e consequente redução das
sequelas e letalidade.

Os princípios básicos do tratamento são, sedação do paciente, neutralização


da toxina tetânica, desbridamento e limpeza dos focos suspeitos.
BACTERIOLOGIA

Clostridium tetani
Transmissão

• O tétano neonatal
O tétano neonatal, por sua vez, ocorre pela contaminação do cordão
umbilical. Essa contaminação se dá pela aplicação de substâncias no coto
umbilical por familiares mal informados.

• O “mal de sete dias”. Culturalmente, os cuidados com o cordão umbilical


compreendiam colocar borra de café, teia de aranha e outras substâncias para
cicatrização do cordão umbilical. Tais medidas provocaram contaminação do
coto umbilical e infecção pelo tétano, associada à vacinação inadequada da
mãe. O recém-nascido veio a óbito por volta do sétimo dia, tempo em que
levava para a doença se disseminar e causar a morte.
BACTERIOLOGIA
Clostridium tetani
Vacinação

•O esquema vacinal completo recomendado pelo ministério da saúde e de 3 doses


administradas no primeiro ano de vida com reforços aos 15 meses e 4 anos de idade, a
partir dessa idade o reforço deve ser feito a cada 7 anos

•Em caso de ferimentos graves e gestação deve se antecipar a dose de reforço, caso a
ultima dose tenho sido há mais de 5 anos

•Existem pelos 10 tipos de vacinas

•DTPa-VIP/Hib → (tríplice bacteriana acelular combinada às vacinas inativada


poliomielite e Haemophlilus influenzae tipo b)
•DTPa-VIP-HB/Hib → (tríplice bacteriana acelular combinada às vacinas inativada
poliomielite, hepatite B e Haemophlilus influenzae tipo b)
BACTERIOLOGIA
Meningite bacteriana
• Inflamação das meninges, membrana que envolve o encéfalo e a medula espinhal.
Agente etiológico:
• Neisseria meningitidis,
• Streptococcus pneumoniae
• Haemophilus influenzae.
• Cerca de 50 outras espécies de bactérias foram registradas como patógenos
oportunistas que ocasionalmente causam meningite. Particularmente
• Listeria monocytogenes,
• Estreptococos do grupo B,
• Estafilococos
BACTERIOLOGIA
Meningite bacteriana
EPIDEMIOLOGIA
• A doença é fatal em 10% dos casos, e atinge 50% quando a
infecção quando atinge a corrente sanguínea

Vulnerabilidade

• Crianças com menos de 6 anos de idades não tem um sistema


imune completamente formado contra a doença
• Idosos imunodeprimidos
BACTERIOLOGIA

Meningite bacteriana
TRANSMISSÃO

• O periodo de incubação varia de 2 a 10 dias


• Pelo contato direto pessoa – pessoa
• Contato com doentes ou portadores
• Através das vias respiratórias
• Óbitos podem acontecer entre 24 e 48 horas
BACTERIOLOGIA
Meningite bacteriana
PATOGENIA
• Para causar meningite, o microrganismo deve colonizar a mucosa da
nasofaringe, atravessá-la para atingir a corrente sanguínea, sobreviver
aos mecanismos de defesa do hospedeiro no espaço intravascular,
invadir a barreira hematoencefálica (BHE) e replicar-se no espaço
subaracnoide desencadeando a doença
• As sequelas podem variar desde dificuldades no aprendizado até
paralisia cerebral, passando por problemas como surdez
BACTERIOLOGIA
Meningite bacteriana
SINTOMAS
• Rigidez no pescoço (nuca)
• Enfraquecimento do corpo
• Irritação
• Petéquias (Manchas vermelhas da pele)
• Sinais de kerning positivo
• Sinal de reflexo de brudzinski positivo
• Sinal de reflexo contralateral de brudzinski
BACTERIOLOGIA
Meningite bacteriana

Incapacidade de Resistencia a flexão


estender a perna passiva do pescoço
BACTERIOLOGIA
Meningite bacteriana

Punção lombar.
• Doenças que afetam o sistema nervoso central, como a
meningite, geralmente requerem uma punção lombar para o
diagnóstico.
• Uma agulha é inserida entre as duas vértebras da região
inferior da espinha dorsal. Uma amostra do líquido
cerebrospinal, que está contido no espaço subaracnóideo
BACTERIOLOGIA
Meningite bacteriana
TRATAMENTO
Uso de antibióticos intravenosos (IV)

• Cloranfenicol

• Vancomicina

• Ceftriaxona

• Penicilinas
BACTERIOLOGIA
Botulismo
ETIOLOGIA

• O botulismo é uma doença adquirida através da mais potente


toxina produzida pelo Clostridium botulinum.

• Caracteriza-se como uma doença grave, de evolução aguda, e


que provoca alterações digestivas e neurológicas, podendo
levar a falência respiratória seguida de óbito.
BACTERIOLOGIA
Botulismo
ETIOLOGIA
• O nome “Botulismo” deriva-se da palavra latina botulus
que significa salsicha, porque os primeiros casos
descritos dessa doença ocorreram na Alemanha, no
século XVIII,
• Encontra-se naturalmente em diversos ambientes, como:
Solo, Àgua, Mel, Pólen, Legumes frescos e especiarias,
se desenvolvendo bem em condições de anaerobiose
BACTERIOLOGIA
Botulismo
• C. botulinum é um bacilo anaeróbico gram-positivo reto ou levemente
curvo com flagelos peritríquios, com largura entre 0,5 µm a 2,0 µm por
1,6 a 22,0 µm de comprimento

• A destruição dos esporos botulínicos ocorre, de modo geral, à


temperatura de esterilização (120 °C por 30 minutos).

• Alimentos ácidos (pH < 4,5) podem ser processados em temperaturas


abaixo de 100 °C, pois o meio ácido possibilita a destruição do
microrganismo
BACTERIOLOGIA
Botulismo
EPIDEMIOLOGIA
• Possui distribuição mundial e envolve casos isolados ou surtos familiares.
• Um grama de toxina botulínica é suficiente para matar 30 milhões de camundongos
• Em função de sua alta letalidade, entre 30 e 65%. A doença é considerada um
problema de saúde pública.
• No Brasil, de 1999 a 2006 foram confirmados 32 casos de botulismo. Destes, 31 de
origem alimentar com taxa de letalidade de 28%, segundo a Coordenação de Doenças
de Transmissão Hídrica e Alimentar
BACTERIOLOGIA
Botulismo
SINTOMAS
• Paralisia muscular
• Dificuldades respiratórias
• Náuseas
• Vômitos
• Diarreia
• Dor abdominal • Visão turva
• Ptose palpebral
• Sistemas neurológicos
• Disfagia
• Boca seca
BACTERIOLOGIA
Botulismo
TRATAMENTO

• Os pacientes devem estar hospitalizados em regime de


terapia intensiva com monitoramento cardiovasculares e
respiratórios, sendo necessário o uso de sonda
nasogástrica para administração de alimentos devido as
alterações das deglutições, evitando assim, a aspiração
pela via respiratória e o uso de ventilação mecânica que
pode se estender por vários dias.
BACTERIOLOGIA
Botulismo
TRATAMENTO

• O uso de microbianos não são mais recomendados, pois não tem ação sobre a toxina.
• O uso da antitoxina deve ser administrado o quanto antes, pois atuará sobre a toxina
circulante, impedindo a sua fixação no sistema nervoso, diminuindo as lesões
neurológicas e a gravidade da doença.
• A antitoxina, em geral e trivalente e contém anticorpos anti-A, anti-B e anti-E
recomendado dose única que em geral contém 7.500 UI de soro anti-A, 5.500 UI de
soro anti-B e 8.500 UI de soro anti-E
BACTERIOLOGIA
Botulismo
PREVENÇÃO
• A profilaxia da doença é feita evitando o consumo de alimentos
enlatados, principalmente daqueles que estão fora do prazo de validade.
• O mel é um dos mais perigosos, e, portanto, crianças com menos de 1
ano devem evitar o consumo desse alimento.
• Se consumir, você deve verificar a procedência do produto, as condições
da embalagem, por exemplo latas enferrujadas.
• É recomendado cozinhar esses alimentos, posto que altas temperaturas
eliminam a bactéria. Além disso, a ingestão de água tratada é essencial.
BACTERIOLOGIA
GANGRENAS

• A gangrena gasosa é uma infecção do tecido muscular com risco à vida. É


causada principalmente pela bactéria anaeróbia Clostridium perfringens e
de rápida propagação, que, se não for tratada, leva rapidamente à morte.

FONTE FOTO: GOOGLE


BACTERIOLOGIA
GANGRENAS
ETIOLOGIA
• Essa bactéria pode ser encontrada em praticamente todos os ambientes do planeta, sendo
especialmente prevalente na microbiota intestinal de humanos e animais, solos, vegetação em
decomposição e cursos d’agua
• Clostridium perfringens é uma bactéria Gram-positiva que apresenta a conformação de bacilo,
com laterais paralelas retas e pontas levemente arredondadas
BACTERIOLOGIA
GANGRENAS
EPIDEMIOLOGIA

• Apesar de não ser o único causador da gangrena gasosa, o C. perfringens é responsável


por mais de 80% dos seus casos.

• A doença possui baixa incidência (aproximadamente 3000 casos por ano), a sua
mortalidade é elevada, variando entre 25 e 100%, dependendo do estado imune do
hospedeiro e do nível de excelência e eficiência dos hospitais do país
BACTERIOLOGIA
GANGRENAS
SINTOMAS
• As suas formas patogênicas mais comuns em humanos se dividem em 3 tipos:
• Toxinfecção alimentar,
• Enterite necrosante
• Gangrena gasosa,
• Sendo que as duas primeiras relacionadas ao consumo de alimentos contaminados,
se enquadrando como Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA).
• Já gangrena gasosa é uma infecção muito mais perigosa, que pode evoluir para óbito
rapidamente, e está associada a não-desinfecção de feridas profundas
BACTERIOLOGIA
GANGRENAS
SINTOMAS
Toxinfecção alimentar
Os sintomas mais comuns desse tipo de contaminação incluem diarreia e dores
abdominais, que têm início de 8 a 16 horas após a ingestão do alimento contaminado,
podendo persistir por até 24 horas antes de serem interrompidas naturalmente em
indivíduos saudáveis.

Enterite necrótica
Essa doença é caracterizada por dores abdominais intensas, diarreia com sangue,
vomito e obstrução da luz intestinal, sintomas esses que geralmente se manifestam
aproximadamente 1 a 2 dias após a ingestão do alimento contaminado
BACTERIOLOGIA
GANGRENAS
SINTOMAS
Gangrena gasosa

Dentro de poucos dias após a contaminação inicial, já é possível observar-


se feridas e marcas negras que se formam na região do inoculo devido à
natureza necrosante da infecção, além da formação de pústulas gasosas
causadas pela produção de gás originada do metabolismo bacteriano
BACTERIOLOGIA
GANGRENAS
TRATAMENTO
• Antibióticos
• Cirurgia para remoção de todo o tecido morto e infectado
• Se houver suspeita de gangrena gasosa, o tratamento deve se iniciar de imediato.
• São dadas altas doses de antibióticos, geralmente penicilina e clindamicina e
todo o tecido infectado e morto é removido cirurgicamente.
• Uma em cada cinco pessoas com gangrena gasosa em um requer amputação.
BACTERIOLOGIA
COQUELUCHE
INTRODUÇÃO
• A coqueluche é uma infecção respiratória, transmissível e causada por
bactéria (Bordetella Pertussis).
• Está presente em todo o mundo.
• Sua principal característica são crises de tosse seca.
• Pode atingir, também, tranqueia e brônquios.
• Crianças menores de seis meses podem apresentar complicações da
coqueluche que, se não tratada corretamente, pode levar à morte.
BACTERIOLOGIA
COQUELUCHE
ETIOLOGIA
• Bordetella Pertussis é um bacilo aeróbico gram negativo, imóvel
e pequeno
• Após da década de 1940, com o aparecimento da vacina
(DTP) o numero de casos diminuiu, porém atualmente novos
casos são identificados a cada 2 ou 3 anos
• Período de incubação é de 5 a 10 dias, podendo em alguns
casos chegar a 21 dias
BACTERIOLOGIA
COQUELUCHE
A doença evolui em três fases sucessivas:

1. Fase catarral: duração de 1 ou 2 semanas, inicia com febre baixa, mal estar,
febre baixa, coriza e tosse seca, seguidos de surtos de tosse produtiva que se
tornam cada vez mais intensas e frequentes
2. Fase paroxística: geralmente febre baixa com picos de febre ao longo do dia,
a manifestação típica são os paroxismo de tosse seca, o paciente apresenta
sensação de asfixia acompanhada de um ruido característico seguidos de
vômitos. Essa fase dura de 2 a 6 semanas
3. Fase de convalescência: o paroxismo de tosse frequente desaparecem
dando lugar a episódios de tosse comum dura por até 3 meses o homem e o
único reservatório natural e nas crianças a doença pode ser letal
BACTERIOLOGIA
COQUELUCHE
Transmissão

• A maior transmissibilidade da doença ocorre na fase catarral.


• Para efeito de controle, considera-se que esse período compreende o
intervalo entre 5 dias após o contato com um doente (final do período de
incubação) até 3 semanas após o início dos acessos de tosse típicos da
doença (fase paroxística).
• Em lactentes menores de 6 meses, o período de transmissibilidade pode
prolongar-se por até 4 a 6 semanas após o início da tosse
BACTERIOLOGIA
COQUELUCHE
Tratamento
• Os macrolídeos são as drogas de escolha para as pessoas infectadas e seus contatos.
• Eritromicina,
• Azitromicina
• Claritromicina são agentes apropriados de primeira linha para o tratamento da coqueluche.
• O tratamento com esses antimicrobianos só é eficaz se administrado na fase catarral.
BACTERIOLOGIA
DIFTERIA

• A difteria, é uma doença toxi-infecciosa aguda,


contagiosa, potencialmente letal e imunoprevenível,
causada pelo bacilo toxigênico Corynebacterium
diphtheriae,

• Em geral, a difteria é uma doença grave que necessita de


assistência médico-hospitalar imediata e isolamento.
BACTERIOLOGIA
DIFTERIA
• Esta doença toxi-infecciosa aguda, contagiosa, potencialmente letal e imunoprevenível,
causada pelo bacilo toxigênico Corynebacterium diphtheriae, que pode produzir uma
exotoxina de origem proteica, a toxina diftérica.
• Frequentemente se aloja nas amígdalas, faringe, laringe, fossas nasais e, ocasionalmente,
em outras mucosas e na pele. É caracterizada por apresentar placas
pseudomembranosas típicas branco-acinzentadas e aderentes.
BACTERIOLOGIA
DIFTERIA
APRESENTAÇÕES CLÍNICAS

A difteria pode se apresentar de diversas formas clínicas:


• - Faringoamigdaliana ou faringotonsilar (angina diftérica), a forma mais
comum;
• Difteria hipertóxica (difteria maligna), sendo casos mais graves;
• Nasal (rinite diftérica), mais frequente em lactentes;
• Laríngea (laringite diftérica); - Cutânea;
• Outras localizações (vagina, ouvido e conjuntiva).
BACTERIOLOGIA
DIFTERIA
SINTOMAS
Os principais sintomas da difteria, que surgem geralmente após seis dias da infecção, são:
• Membrana grossa e acinzentada, cobrindo as amígdalas e podendo cobrir outras
estruturas da garganta.
• Dor de garganta discreta.
• Gânglios inchados (linfonodos aumentados) no pescoço.
• Dificuldade em respirar ou respiração rápida em casos graves.
• Palidez.
• Febre não muito elevada.
• Mal-estar geral.
BACTERIOLOGIA
DIFTERIA
DIAGNÓSTICO

O diagnóstico de difteria é realizado pelo isolamento e


identificação do C. diphtheriae por meio de cultura de amostras
biológicas, coletadas adequadamente, das lesões existentes:
• Ulcerações
• Criptas das amígdalas
• Lesões cutâneas,
BACTERIOLOGIA
DIFTERIA
TRATAMENTO

• Utilização de soro antidiftérico (SAD)


• Antibióticos
• Penicilina
• Eritromicina
• Repouso
• Manutenção do equilíbrio hidrelétrico
• Nebulização
• Aspiração das secreções
BACTERIOLOGIA
TUBERCOLOSE

• Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch, é a bactéria que


provoca a maioria dos casos de tuberculose.
• Foi descrita pela primeira vez em 24 de março de 1882 por Robert
Koch, que recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia/Medicina por
esta descoberta em 1905.
BACTERIOLOGIA
TUBERCOLOSE
• Bactéria aeróbia obrigatória,
• bacilo, imóvel,
• resistente a desinfetantes fracos,
• resistente ao ácido gástrico,
• pode sobreviver em estado latente por semanas,
• Tem parede é muito rica em lipídeos chamados: ácidos micólicos
• Não se cora pelo Gram, se os ácidos micólicos forem removidos
com etanol alcalino, as bactérias se coram como Gram-positivas.
BACTERIOLOGIA
TUBERCOLOSE

A infecção pelo M. tuberculosis se inicia quando o bacilo atinge os alvéolos


pulmonares e pode se espalhar para os nódulos linfáticos e através da corrente
sanguínea para tecidos mais distantes onde a doença pode se desenvolver:
• Pulmões,
• Rins,
• Cérebro
• Ossos.
BACTERIOLOGIA
TUBERCOLOSE

• Após a transmissão do bacilo de Koch, pela via inalatória pode ocorrer quatro
situações:
• O indivíduo, por meio de sus defesas elimina o bacilo.
• O bacilo se desenvolve, mas não causa a doença.
• A tuberculose se desenvolve, causando tuberculose primária.
• A ativação da doença acontece vários anos depois. Tuberculose pós primária (por
reativação endógena).
BACTERIOLOGIA
TUBERCOLOSE
EVOLUÇÃO DA TUBERCULOSE
Tuberculose primária: Infecção evolui para TB Doença (1 a 5% dos casos ) Em algumas pessoas, o
bacilo da tuberculose supera as defesas do sistema imunológico e começa a se multiplicar,
resultando na progressão de uma simples infecção por tuberculose para a doença em si.

1- Fase Inicial (1-3 dias) - Fagocitose: os macrófagos fagocitam os bacilos;


2- Segunda fase: Colonização: bacilos que não foram eliminados se multiplicam no interior dos
macrófagos.
3- Terceira fase – Caseação-Calcificação: a caverna ou tubérculo é preenchida com material
necrótico.
• Os bacilos entram em estado de dormência. Finalmente, há calcificação das cavernas.
BACTERIOLOGIA
TUBERCOLOSE

A infecção pós primária, ocorre a partir de um novo contágio, por um agente mais
agressivo.
Em adultos, é frequente ocorrer a reativação endógena de foco já existente no
organismo ou por uma carga bacilar do exterior ( reinfecção).
Os sintomas que podem ocorrer nesta fase são:

• febre baixa vespertina


• Sudorese noturna
• Emagrecimento
• Tosse
• Acompanhada ou não de escarros com presença de hemoptise.
O período de incubação é de 4 á 12 semanas após a infecção .
Alguns pacientes podem ser assintomáticos ou apresentarem quadros parecidos com
gripe comum, podendo ser ignorados tais sintomas.
BACTERIOLOGIA
TUBERCOLOSE
Transmissão

A forma pulmonar, além de ser mais frequente, é a principal responsável pela


manutenção da cadeia de transmissão da doença.
A transmissão da tuberculose acontece de pessoa para pessoa contendo gotículas de
saliva com o agente infeccioso e o risco é maior em contato direto em ambientes
fechados com pouca circulação de ar.
É transmissível enquanto o indivíduo estiver eliminando os bacilos.
Calcula-se que durante um ano em uma comunidade, uma pessoa com tuberculose
pulmonar ativa e sem tratamento, pode infectar entre 10 a 15 pessoas.
BACTERIOLOGIA
TUBERCOLOSE
Transmissão

Com o início do tratamento, a transmissão


tende a diminuir gradativamente, e em geral,
após 15 dias, o risco de transmissão da doença é
bastante reduzido.
BACTERIOLOGIA
TUBERCOLOSE TOMO
Diagnóstico para tuberculose pulmonar
• Radiografia de tórax
• Tomografia computadorizada
• Teste tuberculínico
• Bacteriologia e estudo anatomopatológico

RX - TORAX PULMÃO NORMAL


BACTERIOLOGIA
TUBERCOLOSE

Dii
3 COLETAS DE ESCARRO

AVALIADA DE 48 A 96H
POSITIVO SE 10mm OU MAIOR
BACTERIOLOGIA
TUBERCOLOSE
• Diagnóstico

Os critérios diagnósticos para tuberculose extrapulmonar


são específicos para cada localização, por meio da
Dii
identificação do agente em exame anatomopatológico
histológico.
BACTERIOLOGIA
TUBERCOLOSE
TRATAMENTO
• O tratamento da tuberculose dura no mínimo seis meses, é gratuito e está
disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
• São utilizados quatro medicamentos para o tratamento dos casos de

• Rifampicina, Dii
tuberculose que utilizam o esquema básico:

• Isoniazida,
• Pirazinamida
• Etambutol.
• A tuberculose tem cura quando o tratamento é feito de forma adequada,
até o final.
BACTERIOLOGIA
TUBERCOLOSE

• A vacina BCG (Bacilo de Calmette e Guérin) é indicada


para prevenir as formas graves de Tuberculose (Miliar e
Meníngea). Possui esquema de vacinação em dose única o
Dii
mais precocemente possível, preferencialmente nas primeiras
12 horas após o nascimento, ainda na maternidade.
• Na rotina, a vacina é destinada a crianças na faixa etária de
0 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias de vida. Bebês
prematuros não devem tomar esta vacina até atingirem 2 kg. Aplicação intradérmica( ID)
BACTERIOLOGIA
LEPTOSPIROSE

• A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda que resulta


da exposição direta ou indireta a urina de animais
(principalmente ratos) infectados pela bactéria Leptospira;
• A infecção entra no hospedeiro através da pele com lesões, pele
íntegra imersa por longos períodos em água contaminada ou
através de mucosas.
BACTERIOLOGIA
LEPTOSPIROSE
ETIOLOGIA
• Leptospiras são espiroquetas curvas com tamanho de 6 a 12 µm
(micrometros) de comprimento por 0,1 µm de diâmetro.
• São móveis por flagelos.
• O gênero é composto de duas espécies.
• Leptospira biflexa é encontrada no meio ambiente e não causa doença,
• Leptospira interrogans é um agente importante de doença.
• Crescem em temperaturas entre 28 a 30 °C e sobrevivem em ambiente úmido,
e não toleram temperaturas elevadas.
• É uma zoonose importante, transmitida principalmente pela urina de
roedores portadores do agente.
BACTERIOLOGIA
LEPTOSPIROSE
EPIDEMIOLOGIA

• A doença apresenta elevada incidência em determinadas áreas além do


risco de letalidade, que pode chegar a 40% nos casos mais graves.
• Sua ocorrência está relacionada às condições precárias de infraestrutura
sanitária e alta infestação de roedores infectados.
BACTERIOLOGIA
LEPTOSPIROSE
SINTOMAS
• O período de incubação, ou seja, tempo entre a infecção da doença até o
momento que a pessoa leva para manifestar os sintomas, pode variar de 1 a
30 dias e normalmente ocorre entre 7 a 14 dias após a exposição a
situações de risco.

• As manifestações clínicas variam desde formas assintomáticas e subclínicas


até quadros graves, associados a manifestações fulminantes. São divididas
em duas fases: FASE PRECOCE E FASE TARDIA.
BACTERIOLOGIA
LEPTOSPIROSE
SINTOMAS

FASE PRECOCE:
• Febre
• Dor de cabeça
• Dor muscular, principalmente nas panturrilhas
• Falta de apetite
• Náuseas/vômitos
BACTERIOLOGIA
LEPTOSPIROSE
SINTOMAS
FASE TARDIA:
• Síndrome de Weil - tríade de icterícia, insuficiência renal e hemorragias
• Síndrome de hemorragia pulmonar - lesão pulmonar aguda e sangramento maciço
• Comprometimento pulmonar - tosse seca, dispneia, expectoração hemoptoica
• Síndrome da angustia respiratória aguda – SARA
• Manifestações hemorrágicas – pulmonar, pele, mucosas, órgãos e sistema nervoso
central
BACTERIOLOGIA
LEPTOSPIROSE
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
O método laboratorial de escolha depende da fase evolutiva em que se encontra o
paciente.

Fase precoce: Fase tardia:


•Exame direto •Cultura
•Cultura •ELISA-IgM
•Detecção do DNA pela reação em cadeia da •Microaglutinação (MAT)
polimerase (PCR)
BACTERIOLOGIA
LEPTOSPIROSE
TRATAMENTO
• Para os casos leves, o atendimento é ambulatorial, mas, nos casos graves, a hospitalização
deve ser imediata, visando evitar complicações e diminuir a letalidade.

• A automedicação não é indicada. Ao suspeitar da doença, a recomendação é procurar um


serviço de saúde e relatar o contato com exposição de risco.

• A antibioticoterapia está indicada em qualquer período da doença, mas sua eficácia


costuma ser maior na 1ª semana do início dos sintomas.

FASE TARDIA:
FASE PRECOCE: • Penicilina cristalina
• Doxiciclina • Penicilina G cristalina
• Ampicilina
• Amoxicilina • Ceftriaxona
• Cefotaxima
BACTERIOLOGIA
HANSENÍASE OU LEPRA

• A hanseníase, descoberta pelo cientista chamado Armauer


Hansen (1873), passou a ser reconhecida oficialmente por esse
nome a partir de 1976. É uma das doenças mais antigas da
história da medicina.
• A doença tem um passado triste, de discriminação e isolamento
dos doentes. Esse isolamento nos dias de hoje não é mais
necessário pois a doença tem tratamento e tem cura.
BACTERIOLOGIA
HANSENÍASE OU LEPRA
ETIOLOGIA
É uma doença infecciosa de evolução crônica, causada pelo bacilo
de Hansen, o Mycobacterium leprae. Bacilo álcool ácido resistente,
intracelular obrigatório e de reprodução lenta.
Acometimento em células:
• Cutânea ( pele )
• Schwann ( nervos periféricos )
• Fígado
• Testículos
• olhos
BACTERIOLOGI A
HANSENÍASE OU LEPRA
EPIDEMIOLOGIA

• A hanseníase é mais comum em países subdesenvolvidos e


em desenvolvimento.
• baixa letalidade
• baixa mortalidade,
• ocorre em qualquer idade, raça ou gênero.
BACTERIOLOGIA
HANSENÍASE OU LEPRA
QUEIXAS

Os profissionais de saúde devem estar atentos:


• Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte
do corpo com sensaçãode amortecimento, formigamento ou falta de suor;
• Pele com diminuição de pelos;
• Queixas de queimaduras ou bolhas;
• Sensação de formigamento; (Parestesias)
BACTERIOLOGIA
HANSENÍASE OU LEPRA
QUEIXAS
• Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e pernas,
• Inchaço de mãos e pês;
• Diminuição da forca das mãos e pês “cansados” perde o chinelo ao caminhar;
• Ulceras de pernas e pês;
• Caroços no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos;
• Inchaço, edema e dor nas “juntas”;
• Entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz.
• Respiração “pesada”, ruidosa, sempre;
BACTERIOLOGIA
HANSENÍASE OU LEPRA
TRANSMISSÃO
BACTERIOLOGIA
HANSENÍASE OU LEPRA
TRANSMISSÃO

• A maioria da população é resistente ao bacilo e não desenvolve a doença


• Contato intimo e prologado como a convivência de familiares na mesma
residência, dependendo da condição imunológica do individuo
• Não se transmite através de talheres, copos, pratos não sendo necessário
separar utensílios domésticos
BACTERIOLOGIA
BACTERIOLOGIA
HANSENÍASE OU LEPRA
TRATAMENTO

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