Você está na página 1de 3

Ciberativismo: um espaço alternativo de resistência dos

quilombolas de Oriximiná, Pará.


Ana Caroline Albuquerque SOARES
Allan Soljenítsin Barreto RODRIGUES

O desenvolvimento de inúmeras tecnologias ocorrido nas últimas décadas, proporcionou a


expansão dos meios de comunicação e a melhoria nos sinais de transmissão, o que facilitou,
de certo modo, a comunicação como um todo, quer seja interpessoal, entre grupos e outros. É
nesse contexto que a Internet se consolida como um espaço de trocas comerciais, fonte de
cultura, informação, entretenimento, além de se efetivar como uma ferramenta alternativa de
expressão para as minorias e de participação social. Assim, o objetivo deste estudo é
apresentar e discutir como os quilombolas se apropriam da Internet como um canal
alternativo de resistência e prática comunicativa. A pesquisa de campo, que compreende o
site da Associação dos Remanescentes de Quilombos de Oriximiná – ARQMO, aponta para
o fato de que as novas tecnologias possibilitam aos sujeitos vivenciarem novas formas de
comunicar e novas estratégias de luta e resistência. Percebe-se ainda que, os espaços
midiáticos são também territórios de batalha para grupos, movimentos e comunidades. Por
fim, é possível dizer que as comunidades quilombolas de Oriximiná, conseguiram se
apropriar da Internet como um espaço ativista, que possibilita a mobilização, a visibilidade
da resistência e luta por direitos e cidadania.

PALAVRAS-CHAVE: Comunicação, Ciberativismo, Comunidades, Quilombolas,


Resistência.

Conclusão:
Nas últimas décadas, o ciberespaço se tornou um espaço alternativo de comunicação e
articulação dos movimentos sociais e da sociedade em geral. Por seu alcance e por sua
possibilidade de comunicação econômica e veloz, a Internet se tornou em um meio
fundamental e eficaz para ampliar e fortalecer as estratégias de resistência e luta dos grupos
sociais.

Conforme as orientações de Machado (2003), é importante atentar que ao adentrar a rede


mundial de computadores qualquer cidadão pode assumir, ao mesmo tempo, uma
multiplicidade de papéis – militante, editor, consumidor, transmissor de conteúdo e outros.
De certo modo, os quilombolas de Oriximiná ao se apropriarem das mídias digitais, assumem
o papel de ativistas digitais/sociais, superando, até certo ponto, limitações econômicas,
geográficas e de infraestrutura telecomunicacional.

Em suma, a Internet é um espaço público que possibilita, sem a interferência direta de


governos e corporações, novos caminhos para o enfrentamento político, social e econômico.
De certo modo, as comunidades quilombolas de Oriximiná, assessoradas pela CPI,
conseguiram perceber que os espaços midiáticos são também territórios de batalha para
grupos, movimentos e comunidades que estão empenhados há muito tempo em conquistar a
liberdade em sua plenitude, especialmente no que diz respeito à permanência em terras
ancestrais e de usufruto coletivo.
Ciberativismo: um espaço alternativo de resistência dos
quilombolas de Oriximiná, Pará.
Gabriel Nascimento de Carvalho
Simone Helen Drumond Ischkanian

O ciberativismo tem se mostrado um espaço alternativo e poderoso de resistência para comunidades


quilombolas, como as de Oriximiná, no estado do Pará. Essas comunidades enfrentam uma série de desafios
e violações de direitos, como a falta de acesso à terra, a degradação ambiental, a ameaça de deslocamento
forçado e a discriminação racial.

O uso das tecnologias informacionais e das redes sociais permite que os quilombolas de Oriximiná ampliem
suas vozes, divulguem suas lutas e mobilizem apoio em níveis local, nacional e até internacional. Algumas
maneiras pelas quais o ciberativismo tem sido utilizado por essas comunidades incluem:

1. Visibilidade e conscientização: O ciberativismo permite que as comunidades quilombolas de


Oriximiná compartilhem suas histórias, tradições e desafios com um público mais amplo. Através de blogs,
vídeos, fotos e outras formas de mídia digital, eles podem educar e conscientizar as pessoas sobre sua
cultura, direitos e as questões que enfrentam, como a luta pela demarcação de terras e a preservação
ambiental.
2. Mobilização e engajamento: As redes sociais e outras plataformas digitais oferecem às comunidades
quilombolas a oportunidade de se conectar e mobilizar de forma mais efetiva. Eles podem formar grupos
online, compartilhar informações e coordenar ações de protesto, pressão política e defesa de direitos. O
ciberativismo permite a rápida disseminação de informações e facilita a organização de eventos, campanhas
e petições online.
3. Denúncia e documentação: O uso das tecnologias informacionais possibilita que as comunidades
quilombolas de Oriximiná documentem violações de direitos, conflitos e impactos ambientais negativos em
tempo real. Fotos, vídeos e relatos compartilhados nas redes sociais podem ser usados como evidências e
ampliar a visibilidade de problemas enfrentados pelas comunidades. Isso ajuda na pressão por justiça,
responsabilização e mudanças de políticas.
4. Fortalecimento da identidade e cultura: O ciberativismo permite que as comunidades quilombolas de
Oriximiná fortaleçam sua identidade cultural e valorizem suas tradições. Eles podem usar plataformas
digitais para compartilhar conhecimentos tradicionais, histórias ancestrais, músicas, danças e outros aspectos
culturais que são fundamentais para sua identidade. Isso ajuda a preservar e fortalecer sua cultura em meio a
desafios de assimilação cultural e marginalização.

É importante destacar que, embora o ciberativismo ofereça oportunidades significativas, as comunidades


quilombolas de Oriximiná também enfrentam desafios na utilização dessas tecnologias.

O acesso à internet pode ser limitado, especialmente em áreas remotas, e a falta de infraestrutura de
telecomunicações pode dificultar a conexão estável e rápida. Além disso, a falta de conhecimento técnico e
recursos financeiros pode ser um obstáculo para a participação digital plena.

Apesar desses desafios, o ciberativismo tem se mostrado uma ferramenta valiosa para as comunidades
quilombolas de Oriximin.
Luta, Resistência e Ciberativismo nas comunidades
quilombolas de Oriximiná, Pará.
Gabriel Nascimento de Carvalho
Simone Helen Drumond Ischkanian

As comunidades quilombolas de Oriximiná, no estado do Pará, têm uma longa história de luta e resistência
contra as injustiças sociais, a discriminação racial e as violações de direitos. O ciberativismo tem se mostrado uma
ferramenta poderosa para fortalecer essa luta e ampliar a voz dessas comunidades. Algumas questões-chave
relacionadas à luta, resistência e ciberativismo nas comunidades quilombolas de Oriximiná incluem:
1. Demarcação de terras: A demarcação e regularização das terras quilombolas é uma luta central para
essas comunidades. O ciberativismo tem permitido que elas documentem e denunciem as invasões e ameaças às suas
terras, bem como mobilizem apoio nacional e internacional para a causa. O uso das redes sociais e outras plataformas
digitais tem ampliado a visibilidade dessas lutas, fortalecendo a pressão sobre as autoridades competentes.
2. Preservação ambiental: As comunidades quilombolas de Oriximiná têm uma relação estreita com a
natureza e enfrentam os impactos da exploração predatória de recursos naturais em seus territórios. O ciberativismo
tem sido uma ferramenta para a documentação dos danos ambientais, como desmatamento e contaminação dos rios,
além de divulgar as práticas sustentáveis adotadas pelas comunidades. Isso contribui para a conscientização e para a
pressão por políticas de preservação ambiental.
3. Direitos humanos e justiça social: O ciberativismo tem desempenhado um papel fundamental na
defesa dos direitos humanos e da justiça social nas comunidades quilombolas de Oriximiná. Por meio das redes
sociais, essas comunidades têm denunciado casos de discriminação racial, violência policial e outras violações de
direitos. Além disso, o ciberativismo tem promovido debates e mobilizado apoio para a luta contra o racismo estrutural
e a busca por igualdade e justiça.
4. Fortalecimento da identidade e cultura: O ciberativismo tem proporcionado às comunidades
quilombolas de Oriximiná uma plataforma para fortalecer sua identidade cultural, valorizar suas tradições e desafiar
estereótipos negativos. As redes sociais e outras plataformas digitais permitem o compartilhamento de histórias,
músicas, danças, artesanato e outros aspectos culturais que são essenciais para a preservação da identidade quilombola.
Isso contribui para a autoafirmação das comunidades e a valorização de sua cultura ancestral.
5. Mobilização e solidariedade: O ciberativismo tem promovido a mobilização e a solidariedade entre as
comunidades quilombolas de Oriximiná e outros grupos e movimentos sociais. Por meio das redes sociais, essas
comunidades têm se conectado a outras lutas e estabelecido parcerias, compartilhando estratégias, experiências e apoio
mútuo.
O ciberativismo tem permitido a construção de redes de solidariedade e o fortalecimento coletivo das lutas
por direitos e justiça.

Você também pode gostar