A transferência do comando de segurança para as Forças Armadas não é a
solução para o Rio de Janeiro, a mencionada “Cidade Maravilhosa”. Pois, a um grande contraste. A cidade do Rio de Janeiro é conhecida pelo seu carnaval e seu povo animado, porém há uma outra face obscura que preenche os noticiários na TV, a qualidade de vida nessa região que é comprometida por diversos fatores. Em primeiro momento, o Rio de Janeiro apresenta uma beleza natural exuberante que fascinam a todos. Em contrapartida, o Estado mencionado encontra-se com muitos problemas no quesito segurança e corrupção, onde a guerra do tráfico, crimes e desvirtuamento fazem um cenário de violência tenebroso. Vale ressaltar, que o direito de ir e vir de cada cidadão que é garantido em nossa Constituição Federal de 1988, e também é conferido a todo cidadão pela Declaração dos Direitos Humanos da ONU, está sendo deteriorado por aqueles que tem por obrigação propiciar um contexto favorável para o desenvolvimento das potencialidades de cada habitante do país.
Em suma, a tão falada Intervenção Federal no Rio de Janeiro, que de fato
está prevista na Constituição de 1988, não é a estratégia que vai salvar o Estado do Rio de Janeiro. Porque os militares das Forças Armadas não tem o papel de fazer a segurança pública, elas tem uma missão completamente diferente, estão lidando com a soberania do Estado, defendendo fronteiras,trabalhando em missões humanitárias, na defesa da biodiversidade do nosso País e em várias outras atividades. De fato, a missão das Forças Armadas não é sair com um fuzil no meio da rua e barbarizar o cidadão ou sair com o fuzil e subir morro, como mostram nos jornais. O que vai resgatar o Rio de Janeiro é o investimento na educação, saúde pública, segurança pública (prescrito no Art.144, 5º,CRFB/1988), onde a polícia militar cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública, além do investimento em uma política transparente e outros direitos e garantias fundamentais prescritos em nossa Carta Magna. Pois, a política da repressão praticada hoje em todo país não apresenta resultados há décadas, a não ser o aumento da violência e do número de mortes, inclusive de policiais. No fundo essa política equivocada, que é muito lucrativa para diversos segmentos econômicos e até religiosos, apenas aprofunda e enraíza cada vez mais a segregação social. Portanto, diante da falida política de segurança pública praticada no Rio de Janeiro atualmente e que custou e custa bilhões aos cofres públicos, hoje deveríamos nos perguntar se o Estado tivesse investido tantos recursos em políticas de inclusão social talvez o Rio de Janeiro experimentasse uma realidade diferente.