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ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE LISBOA

CURSO DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM – Ano letivo 2022/2023

UC Ajuda na Manutenção da Vida

NORMA DE PROCEDIMENTO TÉCNICO-CIENTÍFICO DE ENFERMAGEM

PROCEDIMENTO: ENTUBAÇÃO NASOGÁSTICA E OROGÁSTRICA

Método de introdução de uma sonda através da cavidade nasal ou oral até ao estômago
DEFINIÇÃO

1. Alimentar ou hidratar o cliente.


FINALIDADE 2. Administrar terapêutica.
OU INTENÇÃO 3. Proceder a lavagem gástrica ou aspirar o conteúdo gástrico.
DE 4. Avaliar e tratar uma hemorragia digestiva.
ENFERMAGEM 5. Aliviar vómitos e/ou distensão abdominal.
6. Realizar um exame complementar de diagnóstico e/ou intervenção cirúrgica.

1. Garanta a existência de espaço suficiente para manobrar e desempenhar as atividades necessárias


2. Respeite o direito à privacidade, a intimidade e o sentimento de pudor do cliente; utilizando as
cortinas da unidade ou biombos e mantendo-o sempre coberto com um lençol e evitando a
exposição desnecessária;
3. Respeite os princípios e procedimentos de boa prática com vista à prevenção e controlo das IACS: a
ORIENTAÇÕES higienização das mãos; a utilização de EPI; se o carro de roupa suja não tiver tampa, deixe-o à
GERAIS entrada do quarto de forma a prevenir a contaminação ambiental; calce luvas sempre que a cama
apresentar vestígios de sangue e/ou fluidos corporais, entre outras.
4. Respeite os princípios e procedimentos de boa prática com vista à prevenção de acidentes e à
prestação de cuidados não traumáticos, de acordo com a transição de desenvolvimento do cliente,
entre outras. No caso de existirem grades no leito baixar a grade do lado em que está a cuidar da
pessoa, e levante a grade antes de passar para o lado oposto de forma a prevenir o risco de queda.

Tabuleiro com:
 Sonda gástrica (de comprimento e diâmetro adequado à finalidade).
 Gel hidrossolúvel.
 Luvas limpas.
 Avental.
 Lenços de papel ou toalhetes.
 Compressas.
 Resguardo impermeável.
 Adesivo hipoalérgico para fixar
 Contentores de resíduos adequados ao grau de contaminação (biológico,
químico ou equiparado a urbano.
MATERIAL NECESSÁRIO
 Estetoscópio.
 Seringa de 50/60/100 cc com ponta adaptável à sonda gástrica; na criança
pequena seringa de 5 cc.
 Copo com água e respetiva palhinha.
 Tina reniforme.
 Tiras reagentes ao pH.
 Clamp.
 Spigot.
 Tesoura.
 Material de aspiração.

Dependendo da finalidade da entubação:


MATERIAL NECESSÁRIO  Saco de drenagem passiva ou recipiente ligado a aparelho de aspiração.
 Frasco de colheita de espécimes.
 Fórmula/s para alimentação.

1 UC AMV_2014_Mod.6
Autoria: Equipa Pedagógica UC AMV
Revisão: Prof. ESA (02-11-2022)
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 Balões ou recipientes com água ou soro.

MATERIAL PARA A AULA PRÉ-REQUISITOS

 Bata  Conhecimentos teóricos sobre a NHF Comer e Beber (conforme aulas T/TP
 Folha de Registo de Enfermagem. respetivas e sugestões para estudo em HTA (horas de trabalho autónomo);
 Caneta (tinta cor preta).  Leitura prévia da Norma de Procedimento e análise do suporte multimédia
 Tesoura metálica de pontas curvas. sugerido/fornecido Video ” Cuidados de enfermagem à pessoa com necessidade
de Entubação Nasogástrica
1. Garante o aporte adequado nutricional e hídrico, quando a ingestão alimentar e/ou hídrica se
encontra comprometida ou desajustada.
2. Garante a administração de terapêutica respeitando os princípios e procedimentos de boa prática
com vista à prevenção de acidentes, de acordo com a transição de desenvolvimento do cliente.
3. Assegura que a lavagem gástrica ou a aspiração do conteúdo gástrico, utilizada em tratamentos de
emergência por impedimento da absorção de produtos tóxicos ou no caso de hemorragia gástrica,
utiliza a lavagem com água fria (à temperatura ambiente) para favorecer a vasoconstrição dos vasos
ORIENTAÇÕES
sanguíneos – hemóstase. NOTA: A água gelada provoca vasoconstrição, seguida de vasodilatação
ESPECÍFICAS
imediata, o que aumenta a hemorragia.
4. Promove a descompressão gastrointestinal e o alívio de náuseas/vómitos, através da remoção de
gases ou conteúdo gástrico acumulado no tubo digestivo (por exemplo, utilizada em casos de
traumatismo, grandes cirurgias, obstrução intestinal ou diminuição da motilidade gastrointestinal);
5. Assegura que a colheita de conteúdo gástrico para exame complementar de diagnóstico respeita os
princípios e procedimentos de boa prática com vista à prevenção e controlo das IACS

ETAPAS FUNDAMENTAÇÃO

1. Higiene das mãos Antes do contacto com o doente para o proteger de


microrganismos que transportamos nas mãos
Adulto/idoso Evita a ansiedade provocada pelo desconhecido;
2. Informa a pessoa (e família) do procedimento, e pede o
consentimento e colaboração, atendendo à sua capacidade e Respeita o direito da pessoa à informação;
disponibilidade para processar a informação e às Obtém o consentimento informado.
características do seu desenvolvimento.

Recém-nascido e lactente:
- Está algum tempo com a criança antes de realizar o Embora nesta idade a criança não compreenda explicações,
procedimento. não deve ser submetida a um procedimento sem aviso.
- Refere o que se vai fazer e, de seguida, realizar o Embora a criança não entenda o significado das palavras
procedimento. relaciona o seu sentido ao tom.
- Fala em tom de voz firme e agradável. Promove a distração.
- Utiliza objeto para a distrair durante o procedimento.

Toddler Nota: se o estádio de desenvolvimento da criança não


- Antes do procedimento utiliza um boneco para dramatizar o permitir a sua cooperação, ponderar a aplicação de medidas
que irá acontecer (demonstrando o que é permitido ou não de contenção.
fazer), conta uma história ou faz desenhos.
- Explica o procedimento com uma linguagem firme e
consistente, com frases curtas, centradas na necessidade da
criança, recompensando os comportamentos positivos e

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ETAPAS FUNDAMENTAÇÃO

ignorando os negativos. (e.g., vamos colocar o tubo e depois


podes brincar) e realizá-lo de seguida.
- Permite que a criança participe no procedimento (e.g.,
ajudando a segurar o copo), caso não seja possível dar um
brinquedo para que ela o segure ou brinque durante o
procedimento.
- Sugere aos pais que fiquem próximos da criança,
conversem com ela, lhe dêem a mão.

Pré-escolar
- Explica o procedimento as vezes que forem necessárias,
pouco tempo antes da sua realização. Poder-se-á referir o
que a criança poderá fazer para ajudar (e.g., não mexer a
cabeça, permanecer sentada).
- Dá uma explicação simples e honesta do procedimento,
esclarecendo que o mesmo não é usado como uma punição.
- Permite que a criança manuseie o equipamento antes do
procedimento ser realizado. Poder-se-ão contar histórias ou
usar brinquedos e materiais para explicar e dramatizar.
- Incentiva os pais a ficarem junto da criança, segurando-lhe a Evita a ansiedade provocada pelo desconhecido, adequando
mão e conversando com ela. à idade;
Respeita o direito à informação;
Escolar Obtém o consentimento informado.
- Explica à criança de forma simples e honesta a necessidade
específica do procedimento e de como ele é.
- Permite que a criança decida sobre o que for possível.
- Explica o que pode fazer para auxiliar e elogiar a sua
cooperação.
- Especialmente em crianças menores poderá ser usado um
brinquedo para dramatização.
- Permite que os pais segurem a mão da criança e falem com
ela durante o procedimento.

Adolescente
- Promove toda a informação que o adolescente deseja sobre
o procedimento e explica como poderá colaborar.
- Conversa em privacidade com o adolescente, atendendo às
suas reais preocupações, nomeadamente no que respeita à
alteração da sua imagem e à sua integridade.
- Permite que o adolescente realize as escolhas possíveis a
respeito do procedimento.
- Pede aos pais para acompanharem ou aguardarem,
atendendo à escolha do adolescente.

3. Assegura que a pessoa não se alimentou durante a hora A presença de conteúdo gástrico aumenta o risco de
anterior. aspiração.
4. Explica o procedimento que vai realizar Minimiza desconforto emocional e físico.
- Explica as etapas do procedimento e a forma de
colaboração em cada uma delas: fazer respirações curtas e
sucessivas na inserção da sonda; fletir a cabeça durante a Evita risco de infeção
passagem da sonda pela orofaringe; beber água durante a

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ETAPAS FUNDAMENTAÇÃO

progressão da sonda pelo esófago.


- Avalia a necessidade de higiene oral
6. Avalia as respostas verbais e não-verbais, determina os Uma forma de comunicação reduz o receio e fomenta o auto-
níveis de conhecimentos e ansiedade, estabelecendo um controlo da pessoa durante o procedimento.
código (um sinal) que a pessoa possa utilizar durante o A capacidade da enfermeira para avaliar, informar e apoiar a
procedimento para expressar a necessidade de interromper, pessoa com acções que transmitam segurança ajuda a
momentaneamente, a realização da técnica. reduzir o impacto desagradável deste procedimento,
tornando-o mais tolerável.
7.Promove a privacidade da pessoa Melhora o conforto emocional e físico.
Ajuda ou posiciona a pessoa em semi-fowler ou fowler, se não
existir contra-indicação, ou em decúbito lateral com
cabeceira ligeiramente elevada.

Antes dos procedimentos assépticos ou limpos para proteger


8. Realiza a higiene das mãos. o doente de microrganismos que transportamos nas mãos e
da sua própria flora.
Os tipos de sondas e os diâmetros adequam-se à finalidade
da entubação gástrica.
São medidas em “French” e 1 F (French) = 0,33 mm.
Nas sondas em idade pediátrica o diâmetro não deve
ultrapassar 50% do diâmetro da narina

Tamanho da sonda Grupo de idade


5,6 e 8 F RN a 18 meses
8,10 e 12 F 18 meses a 6 anos
12, 14 e 16 F > 6 anos

Nos adultos para alimentação podem usar-se sondas de


calibre entre os 8F e 16F (14F e 18F para alimentos em
suspensão ou dietas com proteínas completas ou com
9. Prepara o material, nomeadamente tipo de sonda, calibre, fibras).
de acordo com a finalidade da entubação e a idade, saco de Para exames de diagnóstico e descompressão, usam-se
drenagem, aparelho de aspiração, recipiente de colheita de sondas de calibre entre os 14F e os 16F.
espécimen (se necessário), etc. Para lavagem gástrica usam-se sondas com calibre entre os
16F e os 20F.

Sem evidência científica que recomenda o uso preferencial


de sondas enterais de baixo diâmetro para reduzir o risco de
infeção respiratória associada à utilização da sonda.

O saco de drenagem passiva ou recipiente ligado a aparelho


de baixa pressão utiliza-se na descompressão gástrica.
O frasco de colheita de espécimes deve estar devidamente
rotulado.

Os balões ou recipientes com água ou soro utilizam-se na


lavagem gástrica e/ou para hidratação.

10. Leva o material para junto da pessoa. Facilita a manipulação de material e a livre circulação do
Coloca o tabuleiro com material em cima da mesa de enfermeiro na unidade da pessoa.

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Autoria: Equipa Pedagógica UC AMV
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refeições.
11. Posiciona-se do lado da cama oposto à mão dominante. Facilita a inserção da sonda nasogástrica (SNG) e privilegia a
correta mecânica corporal da enfermeira.
12. Coloca os contentores de resíduos junto à zona onde vai Facilita a estética da execução da técnica.
trabalhar. Facilita a triagem dos resíduos após a sua produção.
13. Verifica se a pessoa está na posição indicada (semi-fowler Facilita a progressão da SNG. Facilita a deglutição de água.
ou fowler). Previne a aspiração pulmonar do vómito.
O decúbito lateral pode ser utilizado nas pessoas com estado
Os lactentes e os toddlers: de consciência alterado ou nos casos em que a elevação da
Podem necessitar de imobilização na posição de decúbito cabeceira da cama estiver contraindicada.
dorsal com imobilização em múmia ou ser posicionado em
semi-fowler ou fowler, utilizando uma segunda pessoa para o Pode não ser necessária a imobilização se a criança puder ser
segurar firmemente e mantê-la calma durante o entretida de maneira eficaz usando medidas de
procedimento. entretenimento ou relaxamento

14. Coloca o avental Promove segurança da pessoa e do profissional


15. Realiza a avaliação inicial e seleção da narina com maior
permeabilidade:
- Solicita à pessoa para se assoar. Verifica se existem obstruções ou deformações nasais, de
- Solicita à pessoa para tapar uma das narinas, de forma forma a evitar traumatismos na mucosa.
alternada, pede-lhe para respirar e observa a ventilação. Deve ser feita aspiração de secreções, se necessário
- Examina as narinas quanto à integridade e Identifica a capacidade de deglutição e o risco de aspiração.
permeabilidade.
- Avalia a necessidade de higiene nasal
- Avalia o reflexo faríngeo, pedindo para deglutir.
- Se a inserção pelo nariz está contra-indicada (e.g.,
cirurgia, trauma, ou em crianças com menos de 4 meses de
idade uma vez que respiram quase exclusivamente pelo
nariz) opte pela inserção da sonda através da cavidade oral.
16. Corta 3 cm de adesivo hipoalérgico para marcar nível de Assegura marcação da sonda.
sonda
Corta 10 cm de adesivo hipoalérgico para fixar a sonda ou
utiliza adesivo próprio para fixação
17. Coloca o resguardo impermeável sobre o tórax da pessoa Protege a roupa da pessoa de secreções de eventuais
vómitos ou líquido drenado pela sonda nasogástrica.
18. Higiene das mãos A integridade completa das luvas não pode ser garantida
19. Calça luvas limpas. Utiliza equipamento de proteção individual para evitar o
contacto com produtos biológicos.
Assegura técnica limpa, na medida em que o tubo
gastrointestinal não é estéril
20. Mede o comprimento da sonda a ser introduzida: Esta consciente do comprimento correto a inserir determina
a profundidade aproximada da introdução.
Entubação nasogástrica: desde a extremidade do nariz ao
lóbulo da orelha, até ao apêndice xifóideo.
Nas crianças com menos de 1 ano de idade: desde a
extremidade do nariz ao lóbulo da orelha e desta até ao Na preparação da sonda deve-se atender ao tipo de material:
ponto médio entre a cicatriz umbilical e o apêndice xifóideo. As sondas de PVC (material rígido) podem ser colocadas em
água morna, de modo a se tornarem mais flexíveis e menos
Entubação orogástrica: desde a comissura labial ao lóbulo da traumáticas aquando da introdução;

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Autoria: Equipa Pedagógica UC AMV
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orelha, até ao apêndice xifóideo. As sondas de silicone podem ser refrigeradas ou colocadas
em gelo, de forma a tornar o material mais consistente e
Marca a distância medida com adesivo ou tinta indelével facilitar a sua progressão na introdução. A refrigeração pode
ainda exercer efeito anestésico nas terminações nervosas.
21. Lubrifica com gel hidrossolúvel, com lidocaína ou com Reduz a fricção e o atrito da sonda com a mucosa,
água, com auxílio de compressas limpas, os primeiros 10 cm minimizando a probabilidade de traumatismo da mucosa,
da sonda, em todo o seu diâmetro. facilitando a sua progressão e minimiza a dor/desconforto.
As substâncias lipídicas em contacto com a árvore
traqueobrônquica constituem um meio por excelência para o
desenvolvimento de microorganismos – infeção (pneumonia
lipídica).
22. Fornece à pessoa um copo com água com palhinha, se O movimento de deglutição durante a inserção da sonda
consciente e não contra-indicado, realçando a necessidade facilita a sua progressão pela orofaringe, porque promove o
de respirar pela boca e de deglutir durante o procedimento fechamento da glote.
(água ou saliva) - apenas para pessoas que têm reflexo de
deglutição intacto
23. Introduz a sonda na narina selecionada e direcionando-a As sondas têm uma curvatura natural a 15 ou 20 cm da
para trás e para baixo. extremidade. Esta curvatura facilita a introdução devido à
anatomia da nasofaringe.
Aquando da inserção por via oral, a introdução da sonda
lateralmente na cavidade oral, reduz a probabilidade de
reflexo do vómito.
24. Solicita ou ajuda a flexão da cabeça Encerra a glote e reduz o risco de a sonda se desviar para as
vias aéreas.
25. Sincroniza a inserção da sonda com os movimentos de Evita o reflexo de vómito.
deglutição e na criança pequena coloca a chucha na boca. De cada vez que a pessoa deglute insere-se 7 a 13 cm de
sonda gástrica.
Caso ocorra o reflexo de vómito: A sonda pode não avançar por se encontrar enrolada na
- Nunca forçar o avanço da sonda. faringe.
- Exterioriza a sonda cerca de 1 a 2 cm até à orofaringe;
- Proporciona momento de repouso. Se durante a introdução da sonda aumentar a frequência
- Incentiva a dissociação de tempos respiratórios curtos e respiratória, existir tosse paroxística ou sinais de cianose
sucessivos. bem como a formação de vapor de água ou ruídos da
- Se persiste, pede à pessoa para abrir a cavidade bucal e passagem de ar na sonda, pode significar que a sonda se
inspecciona se a sonda se encontra enrolada na parte encontra nas vias áreas. Numa sonda de pequeno diâmetro
posterior; estes sintomas podem não ser tão evidentes.
- Incentiva a ingestão de pequenos goles de água ou a
realização do movimento de deglutição e prossegue a
introdução.

Continua a introdução da sonda até que a posição marcada


esteja na narina ou comissura labial. Não passe a sonda além
da marca original.
Atende a queixa de desconforto ou otalgia que pode indicar a
Remove a sonda, caso se verifique sinais de desconforto colocação incorreta da sonda na traqueia.
como por exemplo, tosse, cianose ou aparecimento súbito de
dor no ouvido.
26. Clampa a sonda (tampão Spigot). Evita entrada de ar para estomago
27. Fixa temporariamente a sonda com adesivo Para não deslocar a sonda durante a verificação do
posicionamento da sonda

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ETAPAS FUNDAMENTAÇÃO

28. Verifica a correta posição da sonda no estômago, com Os métodos tradicionais para verificar a posição da sonda,
pelo menos um dos seguintes testes: como a injeção de ar, podem ser ineficazes.
a) Para medições corretas do pH injecta-se 30ml, 2 a 5ml, ou
a) Aspiração do conteúdo gástrico e confirmação de pH. 0,5 a 1ml de ar, respectivamente no adulto, criança pequena
ou RN pré-termo (de forma a retirar as formulas, fármacos
ou líquidos presentes ao longo desta), antes de aspirar 5 a
10ml do conteúdo gástrico.
O pH habitual do suco gástrico (2 a 4) pode estar dentro de
valores de 4 (numa pessoa que toma fármacos inibidores da
secreção gástrica, após 4h de jejum), ou de 6 (em
alimentação entérica contínua).
O pH do líquido pleural da árvore brônquica é geralmente
superior a 6.

b) Coloca o estetoscópio sobre o epigastro e injeta b) A injeção de ar traduz-se num som de “borbulhar” quando
rapidamente 20cc a 30cc de ar no adulto; na criança pequena se encontra no estômago, pelo facto de ser uma cavidade
2 a 5 ml de ar e nos RN pré-termos 0,5 a 1 ml de ar (após esta oca. Pode ser ineficaz em sondas de calibre reduzido.
introdução retira o ar injetado).
c)Caso se verifique que a água borbulha intermitentemente é
c)Mergulha a extremidade da sonda num copo de água. indicativo de que a sonda está nas vias aéreas. Este método
pode levar a que a pessoa aspire água na fase inspiratória,
caso a sonda esteja localizada nas vias aéreas.
Se a água borbulhar de forma contínua, a sonda pode ter
permitido libertar algum ar que existia no estômago.

d)Radiografia tórax/abdómen. d)A radiografia permite a visualização da linha opaca da


sonda. Este é um método pouco utilizado dado a sua
dispendiosidade e risco de exposição da pessoa a radiação,
sendo, por isso, pouco utilizada.
29. Preenche a sonda com água. Torna a sonda mais pesada e evita que esta se desloque, a
quantidade de água a introduzir será a suficiente para
preencher a sonda.
30. Fixa a sonda definitivamente ao nariz, evitando a pressão Realiza uma pequena dobra para facilitar a sua remoção,
no mesmo. fixa-o na asa do nariz e envolve-o em espiral na sonda.
31. Após a fixação da sonda e segundo a finalidade da A descompressão pode ser feita por um recipiente coletor
entubação: conectado à SNG. A drenagem pode ser feita por dois
- Mantém a sonda clampada. métodos: passivo (a drenagem faz-se sem aplicação de uma
- Adapta um recipiente coletor para colheita de produtos pressão negativa, ou seja, o conteúdo gástrico passa para o
para análise ou para descompressão; recipiente coletor pela ação da gravidade) e ativo (consiste na
- Administra soro, água ou alimentação através da SNG; aplicação de uma força de sucção contínua de baixa pressão
- Administra terapêutica. e intermitente).

A lavagem da cavidade gástrica pode ser uma medida de


atuação nas intoxicações por venenos ou fármacos.
32. Tranquiliza a pessoa, esclarece as dúvidas, fornece Incentiva respirações profundas e repouso.
informação e suporte psicoemocional. Minimiza a ansiedade.
33. Limpa o nariz com compressas com soro fisiológico e se Reduz a proliferação microbiana associada à presença de
necessário realiza a higiene oral e hidrata os lábios vestígios de secreções e aumenta o conforto da pessoa
assistida.
34. Retira o resguardo Rejeita para contentor de resíduos adequados ao grau de

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ETAPAS FUNDAMENTAÇÃO

contaminação
35. Retira as luvas Pela possibilidade da contaminação das mãos durante a
Realiza a higiene das mãos remoção das luvas
36. Retira avental Rejeita para contentor de resíduos adequados ao grau de
contaminação
37. Realiza a higiene das mãos Após risco de exposição a fluidos orgânicos para proteger o
profissional de saúde e o ambiente da disseminação de
microrganismos do doente.
38. Posiciona a pessoa atendendo às suas preferências e à Promove conforto
necessidade de alternância de decúbitos Promove o relaxamento após a intervenção.
Valoriza as reações psicoemocionais da pessoa (impacto na
autoimagem).
39. Atende a uma correta manutenção da sonda: Promove segurança da pessoa
- Procede à mudança de posição dos adesivos que fixam a
sonda nasogástrica diariamente ou em SOS. De acordo com o material da própria SNG-as de polivinil –
- Vigia lesões da pele da narina e nariz de modo a prevenir PVC - devem ser mudadas de 7 em 7 dias, pois são
soluções de continuidade. deterioradas pelo suco gástrico
- Vigia a correta localização da sonda nasogástrica, antes de A sonda de látex ou poliuretado, duma forma geral, pode
cada utilização, de forma a prevenir a aspiração do conteúdo permanecer colocada até 15 dias
gástrico. As de poliuretano – PUR - são inertes e mais resistentes ao
- Mantém a sonda nasogástrica desobstruída e sem ar no suco gástrico, podendo estar aplicadas até 4 semanas.
sistema, evita re-entubações desnecessárias e desconforto As de silicone são as de duração mais longa, requerem
abdominal. substituição de 3 em 3 meses.
- Assegura que a unidade da pessoa é composta por uma
seringa de alimentação, um copo de água e guardanapos em Estes prazos são estabelecidos de acordo com o fabricante e
perfeitas condições de utilização. as normas do serviço e devem ser ajustados às condições do
- Substitui a sonda de acordo com a validade do material cliente e do material.
empregue.
40. Arruma a unidade da pessoa assistida Após contacto com o doente para proteger o profissional de
saúde e o ambiente da disseminação de microrganismos do
Realiza Higiene das mãos. doente.
41. Arruma o restante material (de aspiração, estetoscópio, Os resíduos provenientes da prestação de cuidados de saúde
taças, adesivo, tiras reagentes,….) devem ser triados e eliminados junto ao local de produção, e
separados imediatamente de acordo com os grupos a que
pertencem
42. Realiza a higiene das mãos. Após contacto com ambiente envolvente do doente para
proteger o profissional e o ambiente da disseminação de
microrganismos do doente.
43. Realiza os registos de enfermagem inerentes ao Assegura a continuidade dos cuidados.
procedimento:
- Data e hora.
- Motivo da entubação.
- Via selecionada (oro ou naso) e justificação.
- Características da sonda utilizada (tipo de material –
especificar a data futura recomendada para a sua
substituição - e calibre).
- Método (s) utilizados de confirmação da localização da
sonda.
- Características do conteúdo drenado/aspirado:

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ETAPAS FUNDAMENTAÇÃO

Tipo, quantidade, frequência e tolerância da hidratação e


alimentação entérica.
- Intercorrências/complicações e reação/colaboração da
pessoa

PROCEDIMENT
REMOÇÃO DA SONDA NASOGÁSTRICA
O

Remoção da sonda naso ou orogastrica


DEFINIÇÃO

- Luvas limpas.
- Avental.
- Resguardo impermeável.
- Contentores de resíduos adequados ao grau de contaminação (biológico,
MATERIAL NECESSÁRIO
químico ou equiparado a urbano.
- Compressas limpas e lenços de papel.
- Taça com água morna
- Material para os cuidados de higiene à cavidade oral (caso necessário)
1. Higiene das mãos. Antes do contacto com o doente para proteger o doente de
microrganismos que transportamos nas mãos.
2. Informa a pessoa do procedimento que se irá realizar. Permite evitar a ansiedade provocada pelo desconhecido.
Respeita o direito da pessoa à informação.
3. Solicita o seu consentimento e colaboração. Obtenção do consentimento informado.
4. Avalia da necessidade de higiene oral.
6. Posiciona confortavelmente a pessoa.
7. Realiza a higiene das mãos. Antes de procedimentos assépticos ou limpos para proteger
o doente de microrganismos que transportamos nas mãos e
da sua própria flora.
8. Prepara o material.
9. Leva o material para junto da pessoa. Coloca o tabuleiro
com material em cima da mesa de refeições junto da pessoa
10. Verifica o posicionamento da pessoa: posição semi-
fowler.
11. Interrompe a administração de alimentação entérica ou o Previne que a roupa da cama fique suja por conteúdo
sistema de sucção, caso existam gástrico.
12. Coloca o resguardo impermeável sobre a face anterior do
tórax da pessoa
13. Higiene das mãos A integridade das luvas não pode ser garantida.
14. Coloca o avental e as luvas
15. Retira a fita adesiva com compressa embebida em água
morna ou creme emoliente.

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CURSO DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM – Ano letivo 2022/2023

UC Ajuda na Manutenção da Vida

PROCEDIMENT
REMOÇÃO DA SONDA NASOGÁSTRICA
O

16. Explica à pessoa que deve respirar profundamente e que Evita que se verifique a aspiração acidental de conteúdo
quando a sonda estiver a ser removida deve suster a gástrico.
respiração.
17. Clampa a sonda com os dedos, dobrando-a sobre si Impede a saída de conteúdo gástrico da sonda.
mesma.
18. Com movimentos suaves e firmes remove a sonda Minimiza os traumatismos e o desconforto.
enquanto a pessoa assistida sustém a respiração.
19. Coloca a sonda nasogástrica e as luvas no contentor de Rejeita para contentor de resíduos adequados ao grau de
resíduos contaminação
20. Realiza higiene das mãos Após risco de exposição a fluidos orgânicos para proteger o
profissional de saúde e o ambiente da disseminação de
microrganismos do doente.
21. Caso necessário calçar novas luvas e proceder aos Promove conforto à pessoa assistida.
cuidados de higiene à cavidade oral
22. Retira o avental Para proteger o profissional de saúde e o ambiente da
disseminação de microrganismos do doente.
23. Realiza higiene das mãos Após contacto com o doente para proteger o profissional de
saúde e o ambiente da disseminação de microrganismos do
doente.
24. Arruma o material e a unidade da pessoa assistida. Respeita a estética.
Os resíduos provenientes da prestação de cuidados de saúde
devem ser triados e eliminados junto ao local de produção, e
separados imediatamente de acordo com os grupos a que
pertencem.
25 Realiza higiene das mãos Após contacto com ambiente envolvente do doente para
proteger o profissional e o ambiente da disseminação de
microrganismos do doente.
26. Faz o registo do procedimento: Possibilita a continuidade dos cuidados.
- Hora;
- Intercorrências;
- Características do conteúdo gástrico (cor, quantidade,
cheiro, consistência);
- Reação e colaboração da pessoa assistida.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Koogan

 Circular Normativa nº 13/DQS/DSD de 14 de junho (2010). Orientação de Boa Prática para a Higiene das Mãos nas
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 Norma nº 029/2012 de 28 de dezembro (2012). Precauções básicas do controlo da infeção (atualizada em


31/10/2013). Lisboa: Direção Geral de Saúde

10 UC AMV_2014_Mod.6
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UC Ajuda na Manutenção da Vida

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REGISTO DE AUTOAVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM

Na realização do
procedimento realizei
corretamente

Na realização do
procedimento tive
dificuldades em realizar

Na realização do
procedimento fundamentei
corretamente

Na realização do
procedimento tive
dificuldades em
fundamentar

Em relação à dificuldades
na realização do
procedimento proponho
melhorar através de

Em relação às dificuldades
de fundamentação
pretendo ler/estudar sobre

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