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listinha da madrugada

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Questão 1 Uso de letras Português Fonema

Assinale, dentre as palavras a seguir, aquela em que há correspondência entre o número de


fonemas e o de letras.

A Táxi

B Adolescência

C Técnico

D Fixa

E Importante
Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 00004 8 011

Questão 2 Português Fonema

Linguagem inclusiva e linguagem neutra: entenda a diferença!

Publicado em 9 de março de 2021

A linguagem inclusiva ou não sexista é aquela que busca comunicar sem excluir ou invisibilizar
nenhum grupo e sem alterar o idioma como o conhecemos. Essa linguagem propõe que as
pessoas se expressem de forma que ninguém se sinta excluído utilizando palavras que já
existem na língua. Um exemplo é algo que escutamos bastante hoje em dia de pessoas que
começam seus discursos ou apresentações dizendo “Boa noite a todos e todas”. O objetivo aí é
abranger tanto homens como mulheres na conversa.

A linguagem neutra ou não binária, embora tenha o mesmo propósito de incluir a todas as
pessoas, apresenta propostas para alterar o idioma e aqui entram por exemplo as novas gra as
de palavras como as que mencionamos no início desse texto: amigxs, tod@s, todes. Os maiores
defensores dessas mudanças são ativistas do movimento feminista e LGBTQIA+, que veem na
nossa língua uma ferramenta a mais para perpetuar desigualdades.

Uma das pessoas nessa luta é o ativista Pri Bertucci, que se considera uma pessoa trans não
binária há pelo menos 15 anos. Em seu processo para encontrar seu lugar no mundo e se sentir
aceito, ele fundou o instituto SSEX BBOX que há 10 anos trabalha realizando campanhas,
eventos e consultorias para promover equidade social e fomentar a diversidade. Uma das ações
que o instituto lidera no Brasil é incentivar a comunicação inclusiva de várias formas, como
através da criação de um manual de linguagem inclusiva em parceria com a HBO. Em entrevista
para o Politize!, Pri conta que sua motivação em trabalhar nesses projetos nasceu de sua
trajetória e das dificuldades que enfrentou para se sentir parte da sociedade.

“Quando eu tentava explicar meu gênero para minha família e amigos, ninguém entendia nada.
Tive que criar essa linguagem para me explicar, pra dizer quem eu era e como queria ser
chamado. Pra eu me sentir visto e respeitado”, relata ele.

A comunicação inclusiva e o padrão da língua portuguesa

O português, assim como o espanhol e outros idiomas provenientes do latim, possui fortes
marcadores de gênero. Isso quer dizer que mudamos a forma como escrevemos ou falamos
algumas palavras do nosso idioma de acordo com o gênero em questão. Isso acontece com os
substantivos, adjetivos, artigos e pronomes: falamos meninas e meninos, bonitas e bonitos, eles
e elas, e por aí vai. Assim, temos palavras consideradas masculinas e femininas, porém quando
queremos falar de forma genérica ou no plural, é o gênero masculino que se considera o correto
para representar o todo. Logo, se estamos falando de um grupo composto de meninos, meninas
ou mesmo crianças de outros gêneros, o correto segundo a norma da língua é usar “eles” ou
“todos” para se referir ao coletivo.

O uso do masculino quando queremos falar de forma genérica é uma regra que foi determinada
nos anos 60, por um linguista chamado Joaquim Mattoso Câmara Jr. Nessa matéria do Nexo, a
jornalista fala sobre como esse pro ssional de niu o que até hoje é conhecido como a norma
culta da língua portuguesa. Em entrevista ao Politize!, a doutora em linguística Ana Pessotto
contou que desde 2016 tem pesquisado sobre a comunicação inclusiva graças ao interesse de
suas alunas, que queriam aprender mais sobre a marcação de gênero e o masculino
generalizante.

“Foi uma grande descoberta pra mim, como pesquisadora, porque percebi o quanto a linguística
formal brasileira estava defasada no que diz respeito ao estudo e descrição da marcação de
gênero, pautada ainda no trabalho do Mattoso Câmara que, apesar de genial, é da década 70,
quando o trabalho experimental em linguística não era tão difundido como hoje e,
principalmente, o debate sobre linguagem inclusiva, se existia, não tinha essa visibilidade toda”,
conta a pesquisadora.

Segundo ativistas da comunicação inclusiva, a forma como falamos, escrevemos e nos


comunicamos reproduz nossos valores e crenças. Então, muitos dos estereótipos que
conhecemos são validados e perpetuados de forma quase inconsciente. O que a rma esses
ativistas é que embora a língua em si não seja sexista, nossa realidade é, logo a forma como nos
expressamos reproduz essas desigualdades. Uma frase como “eles são os melhores
trabalhadores que temos” não re ete de forma correta a diversidade que o grupo de
trabalhadores pode apresentar. Como podemos saber se há mulheres, pessoas não-binárias ou
que se identi cam de outra forma neste grupo? Será que essas pessoas se sentem
representadas por essa generalização? Esses são alguns dos questionamentos que apresentam.

(Disponível em <https://www.politize.com.br/linguagem-inclusiva-e-linguagem-neutra-
entenda/> Acesso em 22 fev. 2021)

A palavra “sexist a” j á foi dicionarizada e não é mais considerada um neologismo. Nela,


encontram-se:

A 6 fonemas.

B 8 fonemas.

C 5 fonemas.

D 9 fonemas.

E 7 fonemas.
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Questão 3 Acentuação Encontros vocálicos Fonética e f onologia

Assinale a alternativa em que não há acentuação da vogal do hiato.

A Balaustre

B Fuinha

C Paises

D Raizes
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Questão 4 Encontros consonantais Fonética e f onologia Português

Assinale a alternativa em que todas as palavras apresentam dígrafo.

A Ignorar, glicose, vista.

B Gravidade, chapéu, garfo.

C Sunga, quilo, pedra.

D Água, descendente, exceção.

E Arroz, nascer, preguiça.


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Questão 5 Uso de letras Português Ortograf ia

ssinale, a seguir, a alternativa em que as palavras indicadas não apresentam dupla grafia.
A Parênteses e parêntesis.

B Assobiar e assoviar.

C Comprimento e cumprimento.

D Enfarte e Infarto.

E Beringela e berinjela.
4 0000204 93

Questão 6 Uso dos porquês Português

Texto 1

Temos a sorte dos apartamentos em nosso edifício serem providos de sacadas. Embora
pequenas, as sacadas são uma abertura para o universo. Agora, com a diminuição do monóxido
de carbono na atmosfera, com muito menos carros circulando no Rio, várias estrelas se tornaram
visíveis. Estou pensando em comprar um telescópio pela internet. Enquanto isso, contemplo o
céu a olho nu mesmo. Me embriaga não passar de um ser ínfimo no cosmos.

Mas o que me leva a vir para a sacada de madrugada, mais do que as estrelas, é contemplar a
dama de branco, que circula pelo estacionamento a céu aberto do edifício, sempre às três da
manhã. Todos estão dormindo e co contente com isso, pois, com ninguém mais a contemplá-la,
é como se a dama de branco me pertencesse exclusivamente.

Entendi por que ela sempre vem a essa hora. É porque não há ninguém a importuná-la, reclamar
que ela não está usando máscara, como se tornou obrigatório fora de casa. Imagino ver as suas
feições, reparar como é bonita. Uma beleza singular, que não consigo descrever. É
compreensível que ela queira caminhar a céu aberto, e ao mesmo tempo protegida pelos
porteiros, que permanecem em seus abrigos nos portões do condomínio. As ruas de noite são
sempre perigosas e confrangeria meu coração se algum mal acontecesse com a dama de
branco.

Com minha imaginação solta, penso na dama de branco como uma síl de, que parece levitar
acima do solo, com o seu vestido comprido, esvoaçante. Penso nela como uma mulher pura,
inclusive porque nestes tempos de isolamento até os namorados não dormem mais juntos, nem
se encontram. Não consigo imaginá-la na cama com homens, esses seres brutos. Com outra
mulher, talvez, mas agora deve dormir sozinha, quero crer.

Para mim ela está em outra dimensão. Não tenho propriamente uma religião, mas como guardo
dois bons livros de astronomia, que volta e meia releio, penso na grandeza para mim incalculável
do universo. Trilhões de astros, bilhões de anos-luz. Mas penso que, se houver um Deus, Ele não
é bom, como dizem, mas indiferente à sorte humana, isso se houver um pensamento de Deus.
No entanto, como imaginá-Lo? Não deixo de usar para Ele as maiúsculas de praxe. Cheguei a
re etir, sem nenhuma certeza, só dúvidas, se por acaso Ele ainda não estará sendo criado, muito
aos poucos, pela mente humana?

Disponível em: <época.globo.com>. Último conto de Sérgio Sant’Anna. Fragmento.

A oração “Entendi por que ela sempre vem a essa hora” pode ser reescrita, sem prejuízo, em

A Entendi porque ela sempre vem a essa hora

B Entendi por quê ela sempre vem a essa hora.

C Entendi o porque ela sempre vem a essa hora.

D Entendi o porquê de ela sempre vir a essa hora.

E Entendi o por quê ela sempre vem a essa hora.


4 000021293

Questão 7 Acentuação Português Regras de acentuação

Em qual das alternativas a seguir há acentuação grá ca errônea? (Destacou-se a sílaba tônica
das palavras)

A Bárbara / Élida

B Márcio / Emília

C Hífens / rubríca

D História / hífen
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Questão 8 Acentuação Português Regras de acentuação

Leia o trecho do poema de Carlos Drummond de Andrade:

“Eu te amo porque te amo,


Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.”

Com relação à sílaba tônica, as palavras em destaque são classificadas, respectivamente, como:
A proparoxítona, oxítona, oxítona e paroxítona.

B oxítona, paroxítona, oxítona e paroxítona.

C paroxítona, paroxítona, oxítona e oxítona.

D paroxítona, oxítona, paroxítona e oxítona.


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Questão 9 Português Regras de acentuação

Texto para a questão

Em um planeta em que o 1% mais rico possui o dobro da riqueza acumulada por


aproximadamente 90% da população (somos 7,7 bilhões), a frase “estamos juntos, fique em casa”
pode soar como o novo “se não têm pão, comam brioches”. A nal, ao a rmar solidariedade e
tentar mostrar-se muito perto dos fãs em tempos de pandemia, celebridades milionárias que
trocaram os palcos pela sala de estar (ou piscina, ou iates, ou casas de campo etc.) terminaram
trazendo luz para uma exuberante e histórica “personalidade” mundial: a desigualdade. Ela, como
sabemos, não se dá apenas no plano da economia formal, mas nos informa quem deve ou não
estar presente nas imagens que consumimos.

Entre os famosos –gente que um dia o lósofo Edgard Morin chamou de Olimpianos –, o meio
por excelência para criar uma conexão entre o ambiente acolhedor da casa e o mundo repleto
de vírus lá fora foi o Instagram e sua ferramenta Stories. Ao lado do Facebook, elas são as mais
acessadas redes de imagens online, consumidas principalmente pelos bilhões de pessoas que
fazem parte das formas contemporâneas de plebe, aquelas com pouco dinheiro para gastar, mas
com algum tempo para consumir a narrativa cintilante da vida alheia.

Mas desta vez há algo diferente. A quarentena obrigatória fez com que um verdadeiro des le
de rostos e corpos famosos, que geralmente encontrávamos muito perfeitos e vestidos com
roupas caras, trocasse as bolsas Hermès por aspiradores de pó, e taças de champanhe por louça
suja. O que de mais prosaico há no cotidiano de todas e todos nós foi convertido em capital: ei,
plebe, olhe para as minhas mãos cheias de bolhas depois de limpar a casa.

É verdade que a exibição de uma “normalidade” mediada não é exatamente novidade na cultura
de celebridades. O citado Stories e, antes, o Snapchat, são há alguns anos canais nos quais
pessoas famosas exibem, buscando garantir para si uma “autenticidade” (recurso importante na
manutenção do afeto olimpiano-plebe), uma vida mais ordinária, algo da ordem do “gente como
a gente”. É justamente aí que o abismo se instaura: ao mostrar que podem entrar e sair quando
desejarem dessa vida comezinha, ao performar uma existência prosaica, as celebridades fazem
com que seus disputados lugares de raridade sejam reafirmados.
Mas o novo coronavírus descoberto, simbolicamente, no último dia de 2019, após os casos
registrados na China, desvendou o signi cado dessas imagens falsamente prosaicas. Acaba a
aparentemente inocente brincadeira de parecermos estrelas (usando aplicativos que mudam
nossos corpos e rostos nas fotos, como Facetune), enquanto elas brincam de parecer conosco,
mostrando seus gatos e camas desarrumadas. Há uma enorme distância, não só relacionada a
um “estilo de vida” entre nós, mas uma assimetria profunda de visibilidade, na qual apenas um
número restrito de pessoas é consumido por milhões ou bilhões. Essa diferença foi agora
transmutada para uma realidade assustadora: aqueles que são mais vistos são os mais
protegidos, enquanto aqueles que atuam como espectadores são os mais propensos a morrer.

As imagens da boa vida dessas celebridades –que muitos de nós amamos, aplaudimos e
prezamos –soam pedagógicas no contexto da pandemia. Na ressaca provocada pela overdose
de Kardashians e todos os jogadores de futebol multimilionários, nos perguntamos: a nal, o
conto de fadas –“aproveite esse tempo para curtir sua casa” –é possível para quem? Com uma
onda de morte se formando sobre nossas cabeças, como um entregador de Rappi, iFoode
similares pode clicar em um coraçãozinho e curtir o café da manhã do youtuber famoso que está
isolado em seu ótimo apartamento? As trabalhadoras e trabalhadores precarizados de todo o
mundo, sem contratos justos de emprego, podem sonhar? As empregadas domésticas do Brasil,
que nos lembram as distinções de classe e cor perpetuadas em forma de trabalho intelectual e
trabalho braçal, podem sonhar?

(Adaptado de <https://revistazum.com.br/zum-quarentena/casa-dos-artistas/> Acesso em 22


jul. 2020)

Assinale a opção na qual a palavra destacada é acentuada segundo a mesma regra que a
destacada na oração “As empregadas domésticas do Brasil, que n os lembram a s distinções de
classe e cor perpetuadas em forma de trabalho intelectual e trabalho braçal, podem sonhar?”

A celebridades milionárias que trocaram os palcos pela sala de estar

B gente que um dia o filósofo Edgard Morin chamou de Olimpianos

C A quarentena obrigatória fez com que um verdadeiro desfile de rostos

D Há uma enorme distância, não só relacionada a um “estilo de vida” entre nós

E curtir o café da manhã do youtuber famoso que está isolado


Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 000020159

Questão 10 Português Regras de acentuação

E os que leem o que escreve

A palavra destacada no enunciado sofreu mudança de acentuação na última norma ortográ ca.
Assinale a alternativa que também contém palavra que sofreu mudança ortográfica.

A Eles vem cedo para casa hoje

B A sua ideia era melhor que a minha.

C O voo foi ótimo.

D Eu preciso de um chapeu novo.

E Me passe um pé-de-moleque?
4 000020029

Questão 11 Acentuação Português Regras de acentuação

Mundo pós-pandemia viverá 'período de grande alegria e felicidade', diz Karnal

Leandro Karnal prevê um "período de grande alegria e felicidade" para a humanidade logo após
a pandemia do novo coronavírus. (...)

"Na tradição histórica, depois de um período de recolhimento e morte, há uma grande explosão
de vida. É o caso do Renascimento após a Peste Negra. Depois da Revolução Francesa, a moda
em Paris se tornou muito extravagante e internacionalmente famosa. Haverá uma tendência a
uma explosão de sociabilidade em um primeiro momento."

Segundo o lósofo, três fatores aceleram a história: guerra, revolução e epidemia. "O primeiro
fator de uma epidemia, guerra ou revolução é acelerar processos que já estavam em curso. Essa
é uma mudança irreversível. Nós estamos vendo a história mudar tão rapidamente que, há três
meses, se alguém visse como vi hoje tantas pessoas entrarem de máscara no prédio, seriam
detidas por tentativa de assalto. Hoje, quem não está de máscara é visto como infrator", disse.

Ele lembra que a COVID-19 não escolhe vítima. "O vírus é um dado objetivo da natureza: gente
otimista, pessimista, de esquerda e de direita contraem vírus. A tentativa de dar sentido ao vírus
é inteiramente nossa. O vírus vai contaminar quem ele tentar atingir e estiver com a resistência
baixa."

As mudanças acontecem em alta velocidade, observa Karnal. "Há um ano reclamávamos que
tínhamos pouco tempo para car em casa. Eis que todo mundo foi jogado dentro da família dia e
noite".

A violência dentro de casa também é motivo de atenção neste período de isolamento social. "A
família é uma estufa de amor, mas é onde uma erva daninha pode orescer. É preciso denunciar
um agressor, ele nunca agride uma única vez. O agressor é um perturbado que precisa de
tratamento e às vezes encarceramento."
Educação

Um dos setores da sociedade impactados é o educacional, a rma. "A tendência à escola perder o
fetiche da presença já estava marcada. Mas ela continua precisando de bons professores, que
preparem bons materiais e desenvolvam uma habilidade a que não foram treinados, como
virarem youtubers."

Desigualdades

No caso do Brasil, as famílias encaram de maneira diferente a pandemia, de acordo com o poder
aquisitivo. "Não existe uma elite brasileira, existem várias elites. Aqui, o que a epidemia trouxe à
tona, de forma cristalina, é uma desigualdade tão brutal, evidente, que até para a morte somos
distintos. As classes média e alta envolvem um debate sobre como lidar com o tédio e com as
crianças em casa. A classe mais baixa pensa em sobreviver e o risco de perder o emprego. Somos
um país que já estava imerso na informalidade, e ela foi atingida como um raio pela epidemia", diz
o historiador.

Futuro

Por m, Karnal aconselha. "Seja feliz, não espere o futuro, não dá para acreditar que a felicidade
será sempre adiada para um próximo momento.

"Disponível em <www.cnnbrasil.com.br>. Acesso em 20/06/2020

Assinale a alternativa que contenha palavras com acentuação justi cada pelas mesmas regras,
respectivamente, das palavras com acentos em “O vírus vai contaminar quem ele tentar atingir
e estiver com a resistência baixa” (4°§).

A Virose, oximoro.

B Reis (plural de real), estrategia.

C Papeis, rubrica.

D Fenix, identidade.

E Joquei, Historia (substantivo).


4 000019924

Questão 12 Acentuação Português Regras de acentuação

Assinale a alternativa em que há palavra que não apresenta mais acento.


A Eles têm que saber todos os conteúdos de gramática.

B Eles devem pôr as emoções no lugar na hora da prova.

C As meninas vêm se preparando muito bem para a prova.

D As jóias da coroa inglesa foram roubadas durante a noite.


Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 000019066

Questão 13 Acentuação Português Regras de acentuação

Leia:

Quem tem um amigo tem tudo


Se o poço devorar, ele busca no fundo
É tão dez que junto todo stress é miúdo
É um ponto pra escorar quando foi absurdo
Quem tem um amigo tem tudo

(Emicida)

As palavras destacadas, quanto à tonicidade, devem ser classificadas, respectivamente, como

A paroxítonas.

B oxítonas.

C oxítonas e paroxítonas.

D paroxítonas e oxítonas.
4 000019061

Questão 14 Português Ortograf ia

Indique a alternativa que apresenta uma palavra grafada incorretamente.

A As netas acariciavam-lhe a face enrrugada, mas a avó permanecia impassível.

B A mulher enxugou as lágrimas da mãe, que sempre se negou a enxergar os problemas


do marido.

C Maria não dava sossego à professora, já que estava ansiosa para participar da viagem
organizada pela escola.

D O professor que estava iniciando o módulo não conseguiu tirar as dúvidas de alguns
alunos do sexto ano.
4 000018 924
Questão 15 Encontros vocálicos Português

Leia o trecho abaixo:

As operárias concorreram ao chamado da abelha rainha.

Na palavra em destaque acima, há um hiato. Em qual das palavras abaixo h á u m exemplo desse
mesmo tipo de encontro vocálico?

A reizinho

B história

C coelho

D paisagem
Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 000018 916

Questão 16 Português Regras de acentuação

“Que D. Quixote solicite os favores dela mediante, ações heroicas ou custosas, é um sestro
próprio desse ilustre lunático”

A alternativa que apresenta uma palavra acentuada segundo a mesma regra que a destacada no
enunciado é

A assim as irmandades e associações diversas, sejam mitológicas, cinegéticas ou


coreográficas

B Essa é publicidade constante, barata, fácil, de todos os dias

C um discurso cheio de gratidão e um copo d'água

D é uso antigo, razoável e honesto

E aliás desculpável, não queiras com a própria mão anexar ao teu nome os qualificativos
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Questão 17 T ipos de discurso direto indireto e indireto livre

Texto I

Albert Einstein

A ligação de Einstein com a política da bomba nuclear é bem conhecida: ele assinou a famosa
carta dirigida ao presidente Franklin Roosevelt que persuadiu os Estados Unidos a levar a ideia a
sério, e participou nos esforços do pós-guerra para evitar a guerra nuclear. Mas estas não foram
apenas ações isoladas de um cientista arrastado para o mundo da política. A vida de Einstein foi,
na realidade, utilizando as suas próprias palavras, "dividida entre a política e as equações".

As primeiras atividades políticas de Einstein surgiram durante a Primeira Guerra Mundial, quando
era professor em Berlim. Doente com o que via como desperdício de vidas humanas, envolveu-se
em demonstrações contra a guerra. O seu apoio à desobediência social e encorajamento público
à recusa de recrutamento pouco contribuiu para o tornar querido dos colegas. Depois, a seguir à
guerra, canalizou os seus esforços no sentido da reconciliação e do melhoramento das relações
internacionais. Também isto não o tornou popular e depressa a sua política lhe di cultou as
visitas aos Estados Unidos, mesmo para fazer conferências.

A segunda grande causa de Einstein foi o sionismo. Embora fosse de ascendência judaica,
Einstein rejeitava a ideia bíblica de Deus. Contudo, uma grande tomada de consciência do
antissemitismo, quer antes quer durante a Primeira Guerra Mundial, levou-o a identi car-se
gradualmente com a comunidade judaica e, mais tarde, a tornar-se um adepto aberto do
sionismo. Mais uma vez a impopularidade não deixou de dizer o que pensava. As suas teorias
começaram a ser atacadas e chegou a formar-se uma organização anti-Einstein. Um homem foi
condenado por incitar outros a assassinar Einstein (e multado em apenas seis dólares). Mas
Einstein comentou eumaticamente, quando foi publicado um livro intitulado 100 Autores
Contra Einstein: "Se eu não tivesse razão, um teria sido suficiente".

Em 1933 Hitler subiu ao poder. Einstein estava na América e declarou que não voltaria à
Alemanha. Então, enquanto as milícias nazistas faziam uma busca à sua casa e lhe con scavam o
dinheiro que tinha no banco, um jornal de Berlim publicava o cabeçalho: "Boas notícias de
Einstein—Não regressa". Perante a ameaça nazista, Einstein renunciou ao paci smo e receando
eventualmente que os cientistas alemães construíssem uma bomba nuclear, propôs que os
Estados Unidos zessem a sua. Mas, justamente antes de a primeira bomba atômica ser
detonada, ele avisava publicamente dos perigos de uma guerra nuclear e propunha o controle
internacional das armas nucleares.

Durante toda a vida, os esforços de Einstein em prol da paz tiveram provavelmente poucos
êxitos duráveis e zeram-no certamente ganhar poucos amigos. O seu apoio verbal à causa
sionista, contudo, foi devidamente reconhecido em 1952, quando lhe ofereceram a presidência
de Israel. Recusou, a rmando julgar-se demasiado inocente em matéria de política. Mas talvez a
verdadeira razão tenha sido diferente, parafraseando-o de novo: "As equações são mais
importantes para mim, porque a política é do presente e uma equação é qualquer coisa para a
eternidade".

(Stephen Hawking. Uma breve história do tempo. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2015. p. 231-232.)

Mas talvez a verdadeira razão tenha sido diferente, parafraseando-o de novo:


"As equações são mais importantes para mim, porque a política é do presente e uma
equação é qualquer coisa para a eternidade".

Assinale a alternativa que transpõe corretamente o trecho destacado para o discurso indireto.

A A política é do presente e uma equação é qualquer coisa para a eternidade, logo as


equações são mais importantes para mim.

B Einstein disse que as equações são mais importantes para mim, porque a política é do
presente e uma equação é qualquer coisa para a eternidade.

C As equações são mais importantes para mim, disse Einstein, porque a política é do
presente e uma equação é qualquer coisa para a eternidade.

D Einstein disse que as equações eram mais importantes para ele, porque a política era do
presente e uma equação era qualquer coisa para a eternidade.

E Einstein disse: as equações eram mais importantes para mim, porque a política era do
presente e uma equação era qualquer coisa para a eternidade.
4 000018 103

Questão 18 Português Norma culta e oralidade

A partir do texto a seguir, faça o que se pede na questão.

Como reconhecer quando a criança está sofrendo bullying?

Lidar com críticas constantes ao seu corpo ou as suas atitudes, principalmente em uma fase
cheia de inseguranças, não é fácil. Ataques preconceituosos transformam crianças alegres em
seres tímidos e isolados. Muitas vezes os pais não percebem o problema logo de cara ou não
identificam a causa.

A falta de diálogo sobre o tema prejudica ainda mais a questão. Para combater os efeitos da
violência psicológica intencional, é preciso falar sobre ela e ver seus sinais. O bullying é doloroso
e cruel e nem sempre é fácil compartilhar o problema. Para identi car e combater casos de
bullying primeiro é preciso não enxergar as perseguições como brincadeira e saber que as
consequências podem ser sérias. As vítimas podem desenvolver sérios problemas de autoestima
e grandes di culdades para con ar nas pessoas e se relacionar. Diminuir a incidência desse tipo
de comportamento envolve ações conjuntas e mudanças de postura por parte da escola, família
e até das autoridades policiais, em alguns casos.

Identificando a vítima e os agressores

Os agressores costumam ser populares na escola e ter uma postura agressiva para com os
professores, os colegas e a família. Já as vítimas costumam se isolar e ter poucos amigos. Elas
podem ter sinais de depressão e baixo rendimento escolar.

Sofrer agressões físicas, ser excluído de algum grupo, ser alvo de fofocas ou se submeter a
algum tipo de dominação. Passar por esses ataques deixa estragos visíveis, que podem ser
facilmente percebidos na vida pessoal e escolar. Além de causar baixa autoestima e di culdade
de relacionamento, o bullying afeta a saúde e leva ao desenvolvimento de doenças como a
bulimia e a anorexia, além de ser um fator muitas vezes determinante na decisão de cometer
suicídio.

Conversar e saber o que está acontecendo no dia a dia, o que os colegas dizem, identi car
mudanças de comportamento, tudo isso é essencial. Caso contrário, a descoberta pode se dar
tarde demais. As marcas podem ficar para sempre.

Disponível em: <https://www.terra.com.br/noticias/>. Acesso em 03.05.2020

A expressão logo de cara, em “Muitas vezes os pais não percebem o problema logo de cara ou
não identificam a causa”, é uma marca de oralidade que significa

A de forma tardia.

B de forma incompleta.

C aos poucos, com paciência.

D de imediato, com rapidez.

E lentamente, com parcimônia.


4 000017761

Questão 19 T ipos textuais Português Gêneros textuais

A partir do texto a seguir, retirada da obra Primeiras histórias, de Clarice Lispector, responda à
questão

Jimmy andava de cabeça erguida, o nariz espetado no ar, e, ao atravessar a rua, pegava-me pelo
braço com uma intimidade muito simples. Eu me perturbava. Mas a prova de que eu já estava
nesse tempo imbuída das ideias de Jimmy e sobretudo do seu sorriso claro, é que eu me
repreendia essa perturbação. Pensava, descontente, que evoluíra demais, afastando-me do tipo
padrão – animal. Dizia-me que é fútil corar por causa de um braço; nem mesmo de um braço de
uma roupa. Mas esses pensamentos eram difusos e se apresentavam com a incoerência que
transmito agora ao papel. Na verdade, eu apenas procurava uma desculpa para gostar de Jimmy.
E para seguir suas ideias. Aos poucos estava me adaptando à sua cabeça alongada. Que podia eu
fazer, a nal? Desde pequena tinha visto e sentido a predominância das ideias dos homens sobre
a das mulheres.

Mamãe antes de casar, segundo tia Emília, era um foguete, uma ruiva tempestuosa, com
pensamentos próprios sobre liberdade e igualdade das mulheres. Mas veio papai, muito sério e
alto, com pensamentos próprios também, sobre... liberdade e igualdade das mulheres. O mal foi
a coincidência de matéria. Houve um choque. E hoje mamãe cose e borda e canta no piano e faz
bolinhos aos sábados, tudo pontualmente e com alegria. Tem ideias próprias, ainda, mas se
resumem numa: a mulher deve sempre seguir o marido, como a parte acessória segue a essencial
(a comparação é minha, resultado das aulas do Curso de Direito). (...)

E foi assim que um belo dia, depois de uma noite quente de verão, em que dormi tanto como
nesse momento em que escrevo (são os antecedentes do crime), nesse belo dia Jimmy me deu
um beijo. Eu previra essa situação, com todas as variantes. Desapontou-me, é verdade. Ora, “isso”
depois de tanta loso a e delongas! Mas gostei. E daí em diante dormi descansada; não
precisava mais sonhar. Encontrava-me com Jimmy na esquina. Muito simplesmente dava-lhe o
braço. E mais tarde, muito simplesmente acariciava-lhe os cabelos despenteados. Eu sentia que
Jimmy estava maravilhado com o meu aproveitamento. Suas lições haviam produzido um efeito
raro e a aluna era aplicada. Foi um tempo feliz.

O primeiro parágrafo do texto apresenta uma organização narrativa de

A narrador-personagem com problemas de aceitação pessoal.

B narrador-personagem com reflexões acerca das amizades.

C narrador-personagem com reflexões acerca de uma amizade.

D narrador-personagem com análise de processos temporais.

E narrador-personagem com análise das atitudes de Jimmy.


4 00001753 4

Questão 20 Português Níveis de signif icação da Linguagem

Tudo cancelado. Era março e, de repente, o futuro não estava mais ali, (...) minha apresentação
no teatro São Pedro em POA, o curso de literatura viva para professores que participarão da
primeira Festa da Palavra em Itaúnas... tudo se pulverizou em materialidade imaginada só e sem o
“quando”. Estávamos todos ansiosos indo para o futuro quando o mundo parou de ir. Se bem que
eu andava reclamando de gastar tanto o meu verbo ir. A vida vai levando a gente num frenesi
que, muitas vezes, não se tem tempo nem de desfazer as malas porque uma viagem se sobrepõe
à outra. E o pior, isso era bom, isso era o “sucesso”.

Sem perceber, como escravos robotizados, entramos na doida corrida do ouro, porque dentro do
sistema capitalista de altos lucros para os senhores, tudo nosso é muito caro. Então tem que se
ganhar muito dinheiro pra se viver com a mínima dignidade: saúde, escola boa, comida, roupa,
transporte. Tudo caro. Tudo absurdamente caro. E quem mais trabalha, menos ganha. A comida
é cara. Uma passagem de avião, comprada na hora de viajar, despudoradamente te cobra mais
porque sabe que você precisa, que é uma emergência. Aproveita-se o momento do desespero, é
escancaradamente a taxa desespero! É isso que o capitalismo não quer que pare. Uma máquina
de moer gente para transformar em dinheiro! É isso! Estávamos sendo moídos por dentro,
lutando pesado para achar um canto para nossa necessária aula de Yoga, de música, um
telefonema para os amigos. Congestionadíssimo, o tempo presente, ia sempre acumulado das
tarefas de ontem, impossíveis de serem cumpridas num só dia, e as de hoje que, se não fosse a
vida on-line não pertenceriam ao tempo presente simultaneamente. Esperávamos cartas por
dias. Agora, elas chegam de toda parte do mundo dentro do mesmo “agora” em que apenas se
esperavam cartas há vinte anos atrás. O agora não mudou de tamanho. É certo que pode ser
imenso, mas é um agora apenas.

Não tem mais aquela reunião física, aquele trabalho foi pra onde ninguém sabe, nem quando.
Fora comprar comida, pra que comprar um vestido agora? Pra quê? Aonde vamos? Não vamos.
Há uma hora em que o dinheiro vai acabar. O que faremos? É só uma questão de prazo. Isso me
a ige e ao mesmo tempo me leva para o espaço da ignorância. Aquele em que co quando
ainda não sei o que eu vou fazer, que cena vou escrever, qual poema, que arco dramático terá
esse romance ou essa peça. É profícuo esse lugar. É vazio. Mas é nele que vai brotar o que
houver. Estou perdida. Triste e estranhamente feliz. Tenho alguns compromissos virtuais,
reuniões, aulas, mas, de cara, uma vida inteira voltou pra mim sem horas marcadas. Molho as
plantas, cozinho, malho, amo, namoro meu amor, e as coisas estão todas animadas sabendo que
voltei. No ateliê, recentemente organizado por uma especialista, a fofoca dos lápis, purpurinas,
colas, tesouras e papéis de texturas e cores diversas é imensa. Também me aguardam roupas
para tingir, revista da biblioteca, esculturas para colar, e muitos cadernos com seus manuscritos
decifráveis e a serem digitados. O negócio é animado. Os livros, meu Deus, tantos livros se
assanhando pra mim. Lerei todos?

Tudo se conecta e implora pela empatia, pelas correntes virtuais de solidariedade, pelo mundo
desintoxicado de seu modo egoísta. Esse é o momento para a gente distribuir, olhar para aquilo
que não usamos, compartilhar. Os dias de isolamento da humanidade precisam nos levar a uma
nova sociedade. Estávamos isolados antes. Vivendo para derrotar o outro.

Fiquemos em casa, reinventemos a vida. Há muito o dinheiro está em luta com o amor. Usando o
seu nome em vão. Até bancos falam levianamente de amor e felicidade e lucram trilhões nos
emprestando dinheiro a juros cruéis de dar inveja à mais alta agiotagem, fazendo refém a
humanidade. Agora é hora de eles en arem as mãos nos próprios bolsos e tirarem as mãos dos
nossos. É bom que a reparação tão logo aconteça. Urge. (...)

Enquanto isso sinto que a Natureza está gostando. As praias estão desertas. Ouvem-se mil vozes
de pássaros em Copacabana. Espécies em extinção voltaram a dar as caras. Os céus estão mais
azuis e estrelados em toda parte, de Pequim a Sampa, e o número de desastres automobilísticos
nas estradas despencou geral. Gol nhos aparecem nas orlas, brincam. O planeta respira,
desocupamos seus poros. Parece que a Terra descansa de nós. Eu sinto, ela está farta de nós, da
nossa presença tóxica, predatória, destruindo e pisando afoitos com a bota da pressa querendo
fazer o tudo. Seguíamos vorazes, velozes e furiosos, em busca do pseudo próximo novo. De
repente, aquele futuro imediato não será mais daqui a pouco. Vai demorar e será outro. Estamos
sem quando. Esse importantíssimo advérbio de tempo que nos guiava como uma estrela na
noite escura do inédito. Sabemos que a ciência deve ser ouvida, a arte compartilhada para
nutrição geral e que o Estado, representante do povo que é, tem que segurar a estrutura e nos
manter vivos até chegarmos à nova ordem. Que encontre esta grana. Que milionários usem os
altos lucros agora para nos manter viáveis se quiserem ter gente viva consumindo quando o
futuro voltar a ser possível.

Coluna Cercadinho de palavras, Elisa Lucinda, outono inusitado, 2020. Adaptado.

Assinale a alternativa em que há uso de uma linguagem com marcas de oralidade.

A não se tem tempo nem de desfazer as malas porque uma viagem se sobrepõe à outra

B Sem perceber, como escravos robotizados, entramos na doida corrida do ouro, porque
dentro do sistema capitalista de altos lucros para os senhores,tudo nosso é muito caro.

C Uma máquina de moer gente para transformar em dinheiro! É isso!

D O agora não mudou de tamanho. É certo que pode ser imenso, mas é um agora apenas

E Não vamos. Há uma hora em que o dinheiro vai acabar. O que faremos? É só uma
questão de prazo.
4 000016267

Questão 21 T ipos textuais Português Gêneros textuais

Tudo cancelado. Era março e, de repente, o futuro não estava mais ali, (...) minha apresentação
no teatro São Pedro em POA, o curso de literatura viva para professores que participarão da
primeira Festa da Palavra em Itaúnas... tudo se pulverizou em materialidade imaginada só e sem o
“quando”. Estávamos todos ansiosos indo para o futuro quando o mundo parou de ir. Se bem que
eu andava reclamando de gastar tanto o meu verbo ir. A vida vai levando a gente num frenesi
que, muitas vezes, não se tem tempo nem de desfazer as malas porque uma viagem se sobrepõe
à outra. E o pior, isso era bom, isso era o “sucesso”.

Sem perceber, como escravos robotizados, entramos na doida corrida do ouro, porque dentro do
sistema capitalista de altos lucros para os senhores, tudo nosso é muito caro. Então tem que se
ganhar muito dinheiro pra se viver com a mínima dignidade: saúde, escola boa, comida, roupa,
transporte. Tudo caro. Tudo absurdamente caro. E quem mais trabalha, menos ganha. A comida
é cara. Uma passagem de avião, comprada na hora de viajar, despudoradamente te cobra mais
porque sabe que você precisa, que é uma emergência. Aproveita-se o momento do desespero, é
escancaradamente a taxa desespero! É isso que o capitalismo não quer que pare. Uma máquina
de moer gente para transformar em dinheiro! É isso! Estávamos sendo moídos por dentro,
lutando pesado para achar um canto para nossa necessária aula de Yoga, de música, um
telefonema para os amigos. Congestionadíssimo, o tempo presente, ia sempre acumulado das
tarefas de ontem, impossíveis de serem cumpridas num só dia, e as de hoje que, se não fosse a
vida on-line não pertenceriam ao tempo presente simultaneamente. Esperávamos cartas por
dias. Agora, elas chegam de toda parte do mundo dentro do mesmo “agora” em que apenas se
esperavam cartas há vinte anos atrás. O agora não mudou de tamanho. É certo que pode ser
imenso, mas é um agora apenas.

Não tem mais aquela reunião física, aquele trabalho foi pra onde ninguém sabe, nem quando.
Fora comprar comida, pra que comprar um vestido agora? Pra quê? Aonde vamos? Não vamos.
Há uma hora em que o dinheiro vai acabar. O que faremos? É só uma questão de prazo. Isso me
a ige e ao mesmo tempo me leva para o espaço da ignorância. Aquele em que co quando
ainda não sei o que eu vou fazer, que cena vou escrever, qual poema, que arco dramático terá
esse romance ou essa peça. É profícuo esse lugar. É vazio. Mas é nele que vai brotar o que
houver. Estou perdida. Triste e estranhamente feliz. Tenho alguns compromissos virtuais,
reuniões, aulas, mas, de cara, uma vida inteira voltou pra mim sem horas marcadas. Molho as
plantas, cozinho, malho, amo, namoro meu amor, e as coisas estão todas animadas sabendo que
voltei. No ateliê, recentemente organizado por uma especialista, a fofoca dos lápis, purpurinas,
colas, tesouras e papéis de texturas e cores diversas é imensa. Também me aguardam roupas
para tingir, revista da biblioteca, esculturas para colar, e muitos cadernos com seus manuscritos
decifráveis e a serem digitados. O negócio é animado. Os livros, meu Deus, tantos livros se
assanhando pra mim. Lerei todos?

Tudo se conecta e implora pela empatia, pelas correntes virtuais de solidariedade, pelo mundo
desintoxicado de seu modo egoísta. Esse é o momento para a gente distribuir, olhar para aquilo
que não usamos, compartilhar. Os dias de isolamento da humanidade precisam nos levar a uma
nova sociedade. Estávamos isolados antes. Vivendo para derrotar o outro.

Fiquemos em casa, reinventemos a vida. Há muito o dinheiro está em luta com o amor. Usando o
seu nome em vão. Até bancos falam levianamente de amor e felicidade e lucram trilhões nos
emprestando dinheiro a juros cruéis de dar inveja à mais alta agiotagem, fazendo refém a
humanidade. Agora é hora de eles en arem as mãos nos próprios bolsos e tirarem as mãos dos
nossos. É bom que a reparação tão logo aconteça. Urge. (...)

Enquanto isso sinto que a Natureza está gostando. As praias estão desertas. Ouvem-se mil vozes
de pássaros em Copacabana. Espécies em extinção voltaram a dar as caras. Os céus estão mais
azuis e estrelados em toda parte, de Pequim a Sampa, e o número de desastres automobilísticos
nas estradas despencou geral. Gol nhos aparecem nas orlas, brincam. O planeta respira,
desocupamos seus poros. Parece que a Terra descansa de nós. Eu sinto, ela está farta de nós, da
nossa presença tóxica, predatória, destruindo e pisando afoitos com a bota da pressa querendo
fazer o tudo. Seguíamos vorazes, velozes e furiosos, em busca do pseudo próximo novo. De
repente, aquele futuro imediato não será mais daqui a pouco. Vai demorar e será outro. Estamos
sem quando. Esse importantíssimo advérbio de tempo que nos guiava como uma estrela na
noite escura do inédito. Sabemos que a ciência deve ser ouvida, a arte compartilhada para
nutrição geral e que o Estado, representante do povo que é, tem que segurar a estrutura e nos
manter vivos até chegarmos à nova ordem. Que encontre esta grana. Que milionários usem os
altos lucros agora para nos manter viáveis se quiserem ter gente viva consumindo quando o
futuro voltar a ser possível.

Coluna Cercadinho de palavras, Elisa Lucinda, outono inusitado, 2020. Adaptado.

O texto, pertencente à tipologia narrativa, apresenta características do gênero

A crônica, dado que apresenta uma linguagem leve e fala do cotidiano

B fábula, dado que há personificação, em alguns pontos, de elementos inumanos.

C conto, dado que o texto é curto e apresenta pequeno núcleo de acontecimentos

D romance, dado que o texto apresenta enredo estruturado e personagens

E novela, dado que há menor desenvolvimento do enredo e dos personagens.


4 00001624 8

Questão 22 Sílaba e f onemas Português Fonema

Sobre a importância da ciência

Parece paradoxal que, no início deste milênio, durante o que chamamos com orgulho de “era da
ciência”, tantos ainda acreditem em profecias de m de mundo. Quem não se lembra do bug do
milênio ou da enxurrada de absurdos ditos todos os dias sobre a previsão maia de m de mundo
no ano 2012? Existe um cinismo cada vez maior com relação à ciência, um senso de que fomos
traídos, de que promessas não foram cumpridas. A nal, lutamos para curar doenças apenas para
descobrir outras novas. Criamos tecnologias que pretendem simpli car nossas vidas, mas
passamos cada vez mais tempo no trabalho. Pior ainda: tem sempre tanta coisa nova e tentadora
no mercado que fica impossível acompanhar
o passo da tecnologia.

Os mais jovens se comunicam de modo quase que incompreensível aos mais velhos, com
Facebook, Twitter e textos em celulares. Podemos ir à Lua, mas a maior parte da população
continua mal nutrida. Consumimos o planeta com um apetite insaciável, criando uma devastação
ecológica sem precedentes. Isso tudo graças à ciência? Ao menos, é assim que pensam os
descontentes, mas não é nada disso. Primeiro, a ciência não promete a redenção humana. Ela
simplesmente se ocupa de compreender como funciona a natureza, ela é um corpo de
conhecimento sobre o Universo e seus habitantes, vivos ou não, acumulado através de um
processo constante de refinamento e testes conhecido como método científico.

A prática da ciência provê um modo de interagir com o mundo, expondo a essência criativa da
natureza. Disso, aprendemos que a natureza é transformação, que a vida e a morte são parte de
uma cadeia de criação e destruição perpetuada por todo o cosmo, dos átomos às estrelas e à
vida. Nossa existência é parte desta transformação constante da matéria, onde todo elo é
igualmente importante, do que é criado ao que é destruído.

A ciência pode não oferecer a salvação eterna, mas oferece a possibilidade de vivermos livres do
medo irracional do desconhecido. Ao dar ao indivíduo a autonomia de pensar por si mesmo, ela
oferece a liberdade da escolha informada. Ao transformar mistério em desa o, a ciência adiciona
uma nova dimensão à vida, abrindo a porta para um novo tipo de espiritualidade, livre do
dogmatismo das religiões organizadas. A ciência não diz o que devemos fazer com o
conhecimento que acumulamos. Essa decisão é nossa, em geral tomada pelos políticos que
elegemos, ao menos numa sociedade democrática. A culpa dos usos mais nefastos da ciência
deve ser dividida por toda a sociedade. Inclusive, mas não exclusivamente, pelos cientistas.
A nal, devemos culpar o inventor da pólvora pelas mortes por tiros e explosivos ao longo da
história? Ou o inventor do microscópio pelas armas biológicas?

A ciência não contrariou nossas expectativas. Imagine um mundo sem antibióticos, TVs, aviões,
carros. As pessoas vivendo no mato, sem os confortos tecnológicos modernos, caçando para
comer. Quantos optariam por isso?

A culpa do que fazemos com o planeta é nossa, não da ciência. Apenas uma sociedade versada
na ciência pode escolher o seu destino responsavelmente. Nosso futuro depende disso.

As palavras “paradoxal” e “orgulho” contêm, respectivamente, o mesmo número de fonemas de

A inexorável e início

B promessas e jovens

C habitantes e cinismo

D compreender e através

E liberdade e prática
Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 000007679
Questão 23 Relações de sinonímia e antônímia

Sobre a importância da ciência

Parece paradoxal que, no início deste milênio, durante o que chamamos com orgulho de “era da
ciência”, tantos ainda acreditem em profecias de m de mundo. Quem não se lembra do bug do
milênio ou da enxurrada de absurdos ditos todos os dias sobre a previsão maia de m de mundo
no ano 2012?

Existe um cinismo cada vez maior com relação à ciência, um senso de que fomos traídos, de que
promessas não foram cumpridas. A nal, lutamos para curar doenças apenas para descobrir
outras novas. Criamos tecnologias que pretendem simpli car nossas vidas, mas passamos cada
vez mais tempo no trabalho. Pior ainda: tem sempre tanta coisa nova e tentadora no mercado
que fica impossível acompanhar o passo da tecnologia.

Os mais jovens se comunicam de modo quase que incompreensível aos mais velhos, com
Facebook, witter e textos em celulares. Podemos ir à Lua, mas a maior parte da população
continua mal nutrida.

Consumimos o planeta com um apetite insaciável, criando uma devastação ecológica sem
precedentes. Isso tudo graças à ciência? Ao menos, é assim que pensam os descontentes, mas
não é nada disso.

Primeiro, a ciência não promete a redenção humana. Ela simplesmente se ocupa de


compreender como funciona a natureza, ela é um corpo de conhecimento sobre o Universo e
seus habitantes, vivos ou não, acumulado através de um processo constante de re namento e
testes conhecido como método científico.

A prática da ciência provê um modo de interagir com o mundo, expondo a essência criativa da
natureza. Disso, aprendemos que a natureza é transformação, que a vida e a morte são parte de
uma cadeia de criação e destruição perpetuada por todo o cosmo, dos átomos às estrelas e à
vida. Nossa existência é parte desta transformação constante da matéria, onde todo elo é
igualmente importante, do que é criado ao que é destruído.

A ciência pode não oferecer a salvação eterna, mas oferece a possibilidade de vivermos livres do
medo irracional do desconhecido. Ao dar ao indivíduo a autonomia de pensar por si mesmo, ela
oferece a liberdade da escolha informada. Ao transformar mistério em desa o, a ciência adiciona
uma nova dimensão à vida, abrindo a porta para um novo tipo de espiritualidade, livre do
dogmatismo das religiões organizadas.

A ciência não diz o que devemos fazer com o conhecimento que acumulamos. Essa decisão é
nossa, em geral tomada pelos políticos que elegemos, ao menos numa sociedade democrática. A
culpa dos usos mais nefastos da ciência deve ser dividida por toda a sociedade. Inclusive, mas
não exclusivamente, pelos cientistas. A nal, devemos culpar o inventor da pólvora pelas mortes
por tiros e explosivos ao longo da história? Ou o inventor do microscópio pelas armas
biológicas?

A ciência não contrariou nossas expectativas. Imagine um mundo sem antibióticos, TVs, aviões,
carros. As pessoas vivendo no mato, sem os confortos tecnológicos modernos, caçando para
comer. Quantos optariam por isso?

A culpa do que fazemos com o planeta é nossa, não da ciência. Apenas uma sociedade versada
na ciência pode escolher o seu destino responsavelmente. Nosso futuro depende disso.

Marcelo Gleiser é professor de física teórica no Dartmouth College (EUA).

Fonte: www.ufrgs.br /blogdabc/sobre-importancia-da-ciencia/ (postado em 18/10/2010). Acesso


em 5 de abril de 2020.

Na frase “A culpa dos usos mais nefastos da ciência deve ser dividida por toda a sociedade”, a
palavra sublinhada, dentro do contexto, significa

A recorrentes.

B elementares.

C benéficos.

D prejudiciais.

E constantes.
Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 000003 3 96

Questão 24 Fonética e f onologia

Assinale a alternativa em que há apenas um dígrafo.

A apenas.

B frouxo.

C adolescente.

D quilo.

E recobrir.
4 00004 9573
Questão 25 Português Regras de acentuação

O fim do canudinho de plástico

Por Devorah Lev-Tov / Quinta-feira, 5 de Julho de 2018

Em 2015, um vídeo perturbador de uma tartaruga marinha oliva sofrendo com um canudo
plástico preso em sua narina viralizou, mudando a atitude de muitos espectadores quanto ao
utensílio plástico tão conveniente para muitos.

Mas, como pode o canudo plástico, um item insigni cante utilizado brevemente antes de ser
descartado, causar tanto estrago? Primeiramente, ele consegue chegar facilmente aos oceanos
devido a sua leveza. Ao chegar lá, o canudo não se decompõe. Pelo contrário, ele se fragmenta
lentamente em pedaços cada vez menores, conhecidos como microplásticos, que são
frequentemente confundidos com comida pelos animais marinhos.

E, em segundo lugar, ele não pode ser reciclado. “Infelizmente, a maioria dos canudos plásticos
são leves demais para os separadores manuais de reciclagem, indo parar em aterros sanitários,
cursos d’água e, por m, nos oceanos”, explica Dune Ives, diretor executivo da organização
Lonely Whale. A ONG viabilizou uma campanha de marketing de sucesso chamada “Strawless in
Seattle” (ou “Sem Canudos em Seattle”) em apoio à iniciativa “Strawless Ocean” (ou “Oceanos
Sem Canudos”).
Nos Estados Unidos, milhões de canudos de plástico são descartados todos os dias. No Reino
Unido, estima-se que pelo menos 4,4 bilhões de canudos sejam jogados fora anualmente. Hotéis
são alguns dos piores infratores: o Hilton Waikoloa Village, que se tornou o primeiro resort na
ilha do Havaí a banir os canudos plásticos no início deste ano, utilizou mais de 800 mil canudos
em 2017.

Mas é claro que os canudos são apenas parte da quantidade monumental de resíduos que vão
parar em nossos oceanos. “Nos últimos 10 anos, produzimos mais plástico do que em todo o
século passado e 50% do plástico que utilizamos é de uso único e descartado imediatamente”,
diz Tessa Hempson, gerente de operações do Oceans Without Borders, uma nova fundação da
empresa de safáris de luxo & Beyond. “Um milhão de aves marinhas e 100 mil mamíferos
marinhos são mortos anualmente pelo plástico nos oceanos. 44% de todas as espécies de aves
marinhas, 22% das baleias e gol nhos, todas as espécies de tartarugas, e uma lista crescente de
espécies de peixes já foram documentados com plástico dentro ou em volta de seus corpos”.

Mas, agora, o próprio canudo plástico começou a nalmente se tornar uma espécie ameaçada,
com algumas cidades nos Estados Unidos (Seattle, em Washington; Miami Beach e Fort Myers
Beach, na Flórida; e Malibu, Davis e San Luis Obispo, na Califórnia) banindo seu uso, além de
outros países que limitam itens de plástico descartável, o que inclui os canudos. Belize, Taiwan e
Inglaterra estão entre os mais recentes países a proporem a proibição.

Mesmo ações individuais podem causar um impacto signi cativo no meio ambiente e in uenciar
a indústria: a proibição em uma única rede de hotéis remove milhões de canudos em um único
ano. As redes Anantara e AVANI estimam que seus hotéis tenham utilizado 2,49 milhões de
canudos na Ásia em 2017, e a AccorHotels estima o uso de 4,2 milhões de canudos nos Estados
Unidos e Canadá também no último ano.

Embora utilizar um canudo não seja a melhor das hipóteses, algumas pessoas ainda os preferem
ou até necessitam deles, como aqueles com de ciências ou dentes e gengivas sensíveis. Se
quiser usar um canudo, os reutilizáveis de metal ou vidro são a alternativa ideal. A Final Straw,
que diz ser o primeiro canudo retrátil reutilizável do mercado, está arrecadando fundos através
do Kickstarter.

“A maioria das pessoas não pensa nas consequências que o simples ato de pegar ou aceitar um
canudo plástico tem em suas vidas e nas vidas das futuras gerações” diz David Laris, diretor de
criação e chef do Cachet Hospitality Group, que não utiliza canudos de plástico. “A indústria
hoteleira tem a obrigação de começar a reduzir a quantidade de resíduos plásticos que gera”.

Adaptado de https://www.nationalgeographicbrasil.com/planeta-ou-plastico/2018/07/ m-
canudinho plastico-canudo-poluicao-oceano . Acesso em 14 de março de 2019.

Assinale a alternativa em que todos os vocábulos são acentuados pela mesma regra.

A plástico, últimos, mamíferos, único.

B contrário, hipóteses, sensíveis, hotéis.

C indústria, países, além, já.

D reutilizáveis, através, início, resíduos.

E próprio, sanitários, lá, descartável.


Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 0000028 71

Questão 26 T ipos textuais


O texto 1 se inicia em um processo descritivo e passa para o descritivo-narrativo. Isso se con rma
pelo(a)
A contraste entre o uso abundante de adjetivos concomitante ao parco uso de formas
verbais nas primeiras estrofes em relação à recorrência de formas verbais indicativas de
ação conjugadas, predominantemente, no pretérito imperfeito do modo indicativo nas
estrofes finais.

B uso de verbos conjugados na primeira pessoa do singular do modo indicativo nas


primeiras estrofes em contraste com os verbos conjugados em terceira pessoa do
pretérito imperfeito do indicativo nas estrofes finais.

C frequência com que aparecem, no início do poema, palavras cujos significados estão
associados à tristeza e ao abandono dos becos em contraste com o final do poema em
que comparecem forças preocupadas em garantir ordem na vida pública.

D fato de que a escritora se conforma ao processo mais tradicional na construção dos


poemas.

E necessidade de dar ao poema um tom realista, afastando-o do romantismo


tradicionalmente associado às formas poéticas como um todo.
4 0000068 94

Questão 27 Conotação e denotação

Assinale a alternativa em que a palavra “boca” apresenta sentido denotativo.

A Em boca fechada não entra mosquito.

B Não contem nada a ninguém! Boca de siri!

C Vestirei minha calça boca de sino.

D Na boca da noite tudo acontece.

E É proibido fazer boca de urna.


Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 000002654

Questão 28 Português Regras de acentuação

TEXTO DE APOIO 1:

Política pública de saneamento básico: as bases do saneamento como direito de cidadania e os


debates sobre novos modelos de gestão

Ana Lucia Britto


Professora Associada do PROURB-FAU-UFRJ
Pesquisadora do INCT Observatório das Metrópoles

A Assembleia Geral da ONU reconheceu em 2010 que o acesso à água potável e ao


esgotamento sanitário é indispensável para o pleno gozo do direito à vida. É preciso, para tanto,
fazê-lo de modo nanceiramente acessível e com qualidade para todos, sem discriminação.
Também obriga os Estados a eliminarem progressivamente as desigualdades na distribuição de
água e esgoto entre populações das zonas rurais ou urbanas, ricas ou pobres.

No Brasil, dados do Ministério das Cidades indicam que cerca de 35 milhões de brasileiros não
são atendidos com abastecimento de água potável, mais da metade da população não tem
acesso à coleta de esgoto, e apenas 39% de todo o esgoto gerado são tratados.
Aproximadamente 70% da população que compõe o dé cit de acesso ao abastecimento de
água possuem renda domiciliar mensal de até ½ salário mínimo por morador, ou seja, apresentam
baixa capacidade de pagamento, o que coloca em pauta o tema do saneamento
financeiramente acessível.

Desde 2007, quando foi criado o Ministério das Cidades, identi cam-se avanços importantes na
busca de diminuir o dé cit já crônico em saneamento e pode-se caminhar alguns passos em
direção à garantia do acesso a esses serviços como direito social. Nesse sentido destacamos as
Conferências das Cidades e a criação da Secretaria de Saneamento e do Conselho Nacional das
Cidades, que deram à política urbana uma base de participação e controle social.

Houve também, até 2014, uma progressiva ampliação de recursos para o setor, sobretudo a partir
do PAC 1 e PAC 2; a instituição de um marco regulatório (Lei 11.445/2007 e seu decreto de
regulamentação) e de um Plano Nacional para o setor, o PLANSAB, construído com amplo
debate popular, legitimado pelos Conselhos Nacionais das Cidades, de Saúde e de Meio
Ambiente, e aprovado por decreto presidencial em novembro de 2013.

Esse marco legal e institucional traz aspectos essenciais para que a gestão dos serviços seja
pautada por uma visão de saneamento como direito de cidadania: a) articulação da política de
saneamento com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate
à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde; e b) a
transparência das ações, baseada em sistemas de informações e processos decisórios
participativos institucionalizados.
A Lei 11.445/2007 reforça a necessidade de planejamento para o saneamento, por meio da
obrigatoriedade de planos municipais de abastecimento de água, coleta e tratamento de
esgotos, drenagem e manejo de águas pluviais, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.
Esses planos são obrigatórios para que possam ser estabelecidos contratos de delegação da
prestação de serviços e para que possam ser acessados recursos do governo federal (OGU,
FGTS e FAT), com prazo nal para sua elaboração terminando em 2017. A Lei reforça também a
participação e o controle social, através de diferentes mecanismos como: audiências públicas,
de nição de conselho municipal responsável pelo acompanhamento e scalização da política de
saneamento, sendo que a de nição desse conselho também é condição para que possam ser
acessados recursos do governo federal.
O marco legal introduz também a obrigatoriedade da regulação da prestação dos serviços de
saneamento, visando à garantia do cumprimento das condições e metas estabelecidas nos
contratos, à prevenção e à repressão ao abuso do poder econômico, reconhecendo que os
serviços de saneamento são prestados em caráter de monopólio, o que signi ca que os usuários
estão submetidos às atividades de um único prestador.

FONTE: adaptado de http://www.assemae.org.br/artigos/item/1762-saneamento-basico-como-


direito-de-cidadania

Assinale a alternativa em que todos os vocábulos do enunciado são acentuados pela mesma
regra.

A Uma sólida política de saneamento tem que levar em conta os problemas econômicos
da população.

B Há um sistema acessível, mas também regulatório.

C Pressente-se um crônico sentimento de impotência, resíduo da própria história.

D Os termos de privacidade do sistema construído pelos estagiários são inaceitáveis.

E As audiências públicas são realizadas em caráter extraordinário.


Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 00000264 5

Questão 29 Relações de sinonímia e antônímia

O vocábulo raízes (texto 3, verso 9) se contrapõe a

A semente.

B palha de um pequeno sonho.

C horas a fio.

D licença.

E perdão.
4 000006655
Questão 30 Uso de letras Português Ortograf ia

Marque a opção que completa corretamente os claros encontrados no texto 2, abaixo


destacados:

Os espertos estão sempre tão atentos __(i) __ espertezas alheias (linhas 6 e 7);

__ (ii) __ desvantagem, obviamente (linha 10);

con ou na palavra de um desconhecido para _(iii)___ compra de um ar refrigerado de segunda


mão (linhas 10 e 11);

Há lugares que facilitam mais _(iv)___ pessoas serem bobas (linha 29).

A às – Há – a – às

B as – A – à – as

C às – Há – a – as

D às – A – a – às

E as – A – à – às
4 00000664 5

Questão 31 Português Fonema

Noruega como Modelo de Reabilitação de Criminosos


O Brasil é responsável por uma das mais altas taxas de reincidência criminal em todo o mundo.
No país, a taxa média de reincidência (amplamente admitida mas nunca comprovada
empiricamente) é de mais ou menos 70%, ou seja, 7 em cada 10 criminosos voltam a cometer
algum tipo de crime após saírem da cadeia.

Alguns perguntariam “Por quê?”. E eu pergunto: “Por que não?” O que esperar de um sistema
que propõe reabilitar e reinserir aqueles que cometerem algum tipo de crime, mas nada oferece,
para que essa situação realmente aconteça? Presídios em estado de depredação total,
pouquíssimos programas educacionais e laborais para os detentos, praticamente nenhum
incentivo cultural, e, ainda, uma sinistra cultura (mas que diverte muitas pessoas) de que bandido
bom é bandido morto (a vingança é uma festa, dizia Nietzsche).

Situação contrária é encontrada na Noruega. Considerada pela ONU, em 2012, o melhor país
para se viver (1º no ranking do IDH) e, de acordo com levantamento feito pelo Instituto Avante
Brasil, o 8º país com a menor taxa de homicídios no mundo, lá o sistema carcerário chega a
reabilitar 80% dos criminosos, ou seja, apenas 2 em cada 10 presos voltam a cometer crimes; é
uma das menores taxas de reincidência do mundo. Em uma prisão em Bastoy, chamada de ilha
paradisíaca, essa reincidência é de cerca de 16% entre os homicidas, estupradores e tra cantes
que por ali passaram. Os EUA chegam a registrar 60% de reincidência e o Reino Unido, 50%. A
média europeia é 50%.

A Noruega associa as baixas taxas de reincidência ao fato de ter seu sistema penal pautado na
reabilitação e não na punição por vingança ou retaliação do criminoso. A reabilitação, nesse caso,
não é uma opção, ela é obrigatória. Dessa forma, qualquer criminoso poderá ser condenado à
pena máxima prevista pela legislação do país (21 anos), e, se o indivíduo não comprovar estar
totalmente reabilitado para o convívio social, a pena será prorrogada, em mais 5 anos, até que
sua reintegração seja comprovada.

O presídio é um prédio, em meio a uma oresta, decorado com gra tes e quadros nos
corredores, e no qual as celas não possuem grades, mas sim uma boa cama, banheiro com vaso
sanitário, chuveiro, toalhas brancas e porta, televisão de tela plana, mesa, cadeira e armário,
quadro para a xar papéis e fotos, além de geladeiras. Encontra-se lá uma ampla biblioteca,
ginásio de esportes, campo de futebol, chalés para os presos receberem os familiares, estúdio de
gravação de música e o cinas de trabalho. Nessas o cinas são oferecidos cursos de formação
pro ssional, cursos educacionais, e o trabalhador recebe uma pequena remuneração. Para
controlar o ócio, oferecer muitas atividades, de educação, de trabalho e de lazer, é a estratégia.

A prisão é construída em blocos de oito celas cada (alguns dos presos, como estupradores e
pedó los, cam em blocos separados). Cada bloco tem sua cozinha. A comida é fornecida pela
prisão, mas é preparada pelos próprios detentos, que podem comprar alimentos no mercado
interno para abastecer seus refrigeradores.

Todos os responsáveis pelo cuidado dos detentos devem passar por no mínimo dois anos de
preparação para o cargo, em um curso superior, tendo como obrigação fundamental mostrar
respeito a todos que ali estão. Partem do pressuposto que, ao mostrarem respeito, os outros
também aprenderão a respeitar.

A diferença do sistema de execução penal norueguês em relação ao sistema da maioria dos


países, como o brasileiro, americano, inglês, é que ele é fundamentado na ideia de que a prisão é
a privação da liberdade, e pautado na reabilitação e não no tratamento cruel e na vingança.

O detento, nesse modelo, é obrigado a mostrar progressos educacionais, laborais e


comportamentais, e, dessa forma, provar que pode ter o direito de exercer sua liberdade
novamente junto à sociedade. A diferença entre os dois países (Noruega e Brasil) é a seguinte:
enquanto lá os presos saem e praticamente não cometem crimes, respeitando a população, aqui
os presos saem roubando e matando pessoas. Mas essas são consequências aparentemente
colaterais, porque a população manifesta muito mais prazer no massacre contra o preso
produzido dentro dos presídios (a vingança é uma festa, dizia Nietzsche).

LUIZ FLÁVIO GOMES, jurista, diretor-presidente do Instituto Avante Brasil e coeditor do Portal
atualidadesdodireito.com.br. Estou no blogdolfg.com.br. ** Colaborou Flávia Mestriner Botelho,
socióloga e pesquisadora do Instituto Avante
Brasil. FONTE: Adaptado de http://institutoavantebrasil.com.br/noruega-como-modelo-de
reabilitacao-de-criminosos/ Acessado em 17 de março de 2017.

Um mesmo fonema pode ser representado por letras diferentes. A sequência de palavras que
ilustra esse conceito é:

A taxa – máxima – afixar

B oficina – praça – cela

C presídio – lazer – execução

D exercício – inexorável – exórdio

E preso – sangue – asa


Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 000002567

Questão 32 Norma culta e oralidade

Noruega como Modelo de Reabilitação de Criminosos


O Brasil é responsável por uma das mais altas taxas de reincidência criminal em todo o mundo.
No país, a taxa média de reincidência (amplamente admitida mas nunca comprovada
empiricamente) é de mais ou menos 70%, ou seja, 7 em cada 10 criminosos voltam a cometer
algum tipo de crime após saírem da cadeia.

Alguns perguntariam “Por quê?”. E eu pergunto: “Por que não?” O que esperar de um sistema
que propõe reabilitar e reinserir aqueles que cometerem algum tipo de crime, mas nada oferece,
para que essa situação realmente aconteça? Presídios em estado de depredação total,
pouquíssimos programas educacionais e laborais para os detentos, praticamente nenhum
incentivo cultural, e, ainda, uma sinistra cultura (mas que diverte muitas pessoas) de que bandido
bom é bandido morto (a vingança é uma festa, dizia Nietzsche).

Situação contrária é encontrada na Noruega. Considerada pela ONU, em 2012, o melhor país
para se viver (1º no ranking do IDH) e, de acordo com levantamento feito pelo Instituto Avante
Brasil, o 8º país com a menor taxa de homicídios no mundo, lá o sistema carcerário chega a
reabilitar 80% dos criminosos, ou seja, apenas 2 em cada 10 presos voltam a cometer crimes; é
uma das menores taxas de reincidência do mundo. Em uma prisão em Bastoy, chamada de ilha
paradisíaca, essa reincidência é de cerca de 16% entre os homicidas, estupradores e tra cantes
que por ali passaram. Os EUA chegam a registrar 60% de reincidência e o Reino Unido, 50%. A
média europeia é 50%.

A Noruega associa as baixas taxas de reincidência ao fato de ter seu sistema penal pautado na
reabilitação e não na punição por vingança ou retaliação do criminoso. A reabilitação, nesse caso,
não é uma opção, ela é obrigatória. Dessa forma, qualquer criminoso poderá ser condenado à
pena máxima prevista pela legislação do país (21 anos), e, se o indivíduo não comprovar estar
totalmente reabilitado para o convívio social, a pena será prorrogada, em mais 5 anos, até que
sua reintegração seja comprovada.

O presídio é um prédio, em meio a uma oresta, decorado com gra tes e quadros nos
corredores, e no qual as celas não possuem grades, mas sim uma boa cama, banheiro com vaso
sanitário, chuveiro, toalhas brancas e porta, televisão de tela plana, mesa, cadeira e armário,
quadro para a xar papéis e fotos, além de geladeiras. Encontra-se lá uma ampla biblioteca,
ginásio de esportes, campo de futebol, chalés para os presos receberem os familiares, estúdio de
gravação de música e o cinas de trabalho. Nessas o cinas são oferecidos cursos de formação
pro ssional, cursos educacionais, e o trabalhador recebe uma pequena remuneração. Para
controlar o ócio, oferecer muitas atividades, de educação, de trabalho e de lazer, é a estratégia.

A prisão é construída em blocos de oito celas cada (alguns dos presos, como estupradores e
pedó los, cam em blocos separados). Cada bloco tem sua cozinha. A comida é fornecida pela
prisão, mas é preparada pelos próprios detentos, que podem comprar alimentos no mercado
interno para abastecer seus refrigeradores.

Todos os responsáveis pelo cuidado dos detentos devem passar por no mínimo dois anos de
preparação para o cargo, em um curso superior, tendo como obrigação fundamental mostrar
respeito a todos que ali estão. Partem do pressuposto que, ao mostrarem respeito, os outros
também aprenderão a respeitar.

A diferença do sistema de execução penal norueguês em relação ao sistema da maioria dos


países, como o brasileiro, americano, inglês, é que ele é fundamentado na ideia de que a prisão é
a privação da liberdade, e pautado na reabilitação e não no tratamento cruel e na vingança.

O detento, nesse modelo, é obrigado a mostrar progressos educacionais, laborais e


comportamentais, e, dessa forma, provar que pode ter o direito de exercer sua liberdade
novamente junto à sociedade. A diferença entre os dois países (Noruega e Brasil) é a seguinte:
enquanto lá os presos saem e praticamente não cometem crimes, respeitando a população, aqui
os presos saem roubando e matando pessoas. Mas essas são consequências aparentemente
colaterais, porque a população manifesta muito mais prazer no massacre contra o preso
produzido dentro dos presídios (a vingança é uma festa, dizia Nietzsche).

LUIZ FLÁVIO GOMES, jurista, diretor-presidente do Instituto Avante Brasil e coeditor do Portal
atualidadesdodireito.com.br. Estou no blogdolfg.com.br. ** Colaborou Flávia Mestriner Botelho,
socióloga e pesquisadora do Instituto Avante
Brasil. FONTE: Adaptado de http://institutoavantebrasil.com.br/noruega-como-modelo-de
reabilitacao-de-criminosos/ Acessado em 17 de março de 2017.

Assinale a alternativa em que o particípio sublinhado está utilizado de acordo com a norma
culta.

A O policial tinha pego o bandido.

B O condenado foi prendido por dez anos.

C A pena fora suspendida pelo juiz.

D Foi terrível o juiz ter aceitado aquela denúncia.

E O preso tinha ganho a liberdade.


Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 000002556

Questão 33 Português Relações de sinonímia e antônímia

Noruega como Modelo de Reabilitação de Criminosos

O Brasil é responsável por uma das mais altas taxas de reincidência criminal em todo o mundo.
No país, a taxa média de reincidência (amplamente admitida mas nunca comprovada
empiricamente) é de mais ou menos 70%, ou seja, 7 em cada 10 criminosos voltam a cometer
algum tipo de crime após saírem da cadeia.

Alguns perguntariam “Por quê?”. E eu pergunto: “Por que não?” O que esperar de um sistema
que propõe reabilitar e reinserir aqueles que cometerem algum tipo de crime, mas nada oferece,
para que essa situação realmente aconteça? Presídios em estado de depredação total,
pouquíssimos programas educacionais e laborais para os detentos, praticamente nenhum
incentivo cultural, e, ainda, uma sinistra cultura (mas que diverte muitas pessoas) de que bandido
bom é bandido morto (a vingança é uma festa, dizia Nietzsche).

Situação contrária é encontrada na Noruega. Considerada pela ONU, em 2012, o melhor país
para se viver (1º no ranking do IDH) e, de acordo com levantamento feito pelo Instituto Avante
Brasil, o 8º país com a menor taxa de homicídios no mundo, lá o sistema carcerário chega a
reabilitar 80% dos criminosos, ou seja, apenas 2 em cada 10 presos voltam a cometer crimes; é
uma das menores taxas de reincidência do mundo. Em uma prisão em Bastoy, chamada de ilha
paradisíaca, essa reincidência é de cerca de 16% entre os homicidas, estupradores e tra cantes
que por ali passaram. Os EUA chegam a registrar 60% de reincidência e o Reino Unido, 50%. A
média europeia é 50%.

A Noruega associa as baixas taxas de reincidência ao fato de ter seu sistema penal pautado na
reabilitação e não na punição por vingança ou retaliação do criminoso. A reabilitação, nesse caso,
não é uma opção, ela é obrigatória. Dessa forma, qualquer criminoso poderá ser condenado à
pena máxima prevista pela legislação do país (21 anos), e, se o indivíduo não comprovar estar
totalmente reabilitado para o convívio social, a pena será prorrogada, em mais 5 anos, até que
sua reintegração seja comprovada.

O presídio é um prédio, em meio a uma oresta, decorado com gra tes e quadros nos
corredores, e no qual as celas não possuem grades, mas sim uma boa cama, banheiro com vaso
sanitário, chuveiro, toalhas brancas e porta, televisão de tela plana, mesa, cadeira e armário,
quadro para a xar papéis e fotos, além de geladeiras. Encontra-se lá uma ampla biblioteca,
ginásio de esportes, campo de futebol, chalés para os presos receberem os familiares, estúdio de
gravação de música e o cinas de trabalho. Nessas o cinas são oferecidos cursos de formação
pro ssional, cursos educacionais, e o trabalhador recebe uma pequena remuneração. Para
controlar o ócio, oferecer muitas atividades, de educação, de trabalho e de lazer, é a estratégia.

A prisão é construída em blocos de oito celas cada (alguns dos presos, como estupradores e
pedó los, cam em blocos separados). Cada bloco tem sua cozinha. A comida é fornecida pela
prisão, mas é preparada pelos próprios detentos, que podem comprar alimentos no mercado
interno para abastecer seus refrigeradores.
Todos os responsáveis pelo cuidado dos detentos devem passar por no mínimo dois anos de
preparação para o cargo, em um curso superior, tendo como obrigação fundamental mostrar
respeito a todos que ali estão. Partem do pressuposto que, ao mostrarem respeito, os outros
também aprenderão a respeitar.

A diferença do sistema de execução penal norueguês em relação ao sistema da maioria dos


países, como o brasileiro, americano, inglês, é que ele é fundamentado na ideia de que a prisão é
a privação da liberdade, e pautado na reabilitação e não no tratamento cruel e na vingança.

O detento, nesse modelo, é obrigado a mostrar progressos educacionais, laborais e


comportamentais, e, dessa forma, provar que pode ter o direito de exercer sua liberdade
novamente junto à sociedade. A diferença entre os dois países (Noruega e Brasil) é a seguinte:
enquanto lá os presos saem e praticamente não cometem crimes, respeitando a população, aqui
os presos saem roubando e matando pessoas. Mas essas são consequências aparentemente
colaterais, porque a população manifesta muito mais prazer no massacre contra o preso
produzido dentro dos presídios (a vingança é uma festa, dizia Nietzsche).

LUIZ FLÁVIO GOMES, jurista, diretor-presidente do Instituto Avante Brasil e coeditor do Portal
atualidadesdodireito.com.br. Estou no blogdolfg.com.br. ** Colaborou Flávia Mestriner Botelho,
socióloga e pesquisadora do Instituto Avante
Brasil. FONTE: Adaptado de http://institutoavantebrasil.com.br/noruega-como-modelo-de
reabilitacao-de-criminosos/ Acessado em 17 de março de 2017.

“(... ) uma sinistra cultura de que bandido bom é bandido morto.”

O adjetivo em destaque apresenta, no texto, o significado de:

A errada

B maligna

C desprezível

D forte

E correta
Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 000002551

Questão 34 Acentuação Português

Assinale a alternativa cujo vocábulo só pode ser empregado com acento gráfico.
A Diálogo

B Até

C Análogo

D É

E Música
Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 00000228 9

Questão 35 Relações de sinonímia e antônímia

Assinale a alternativa em que as palavras são antônimas.

A escrupuloso/diligente

B ambicioso/ modesto

C didático/facilitador

D protocolar/cerimonioso

E habilidoso/jeitoso
Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 000002274

Questão 36 Encontros vocálicos Português Fonema

Dígrafo é o grupo de duas letras formando um só fonema. Ditongo é a combinação de uma


vogal com uma semivogal, ou vice-versa, na mesma sílaba. Nas palavras “também” e “ontem”,
observa-se que há, para cada palavra, respectivamente,

A dígrafo – dígrafo / dígrafo – dígrafo.

B ditongo nasal – ditongo nasal / ditongo nasal – ditongo nasal.

C dígrafo – ditongo nasal / ditongo nasal – dígrafo.

D ditongo nasal – dígrafo / dígrafo – ditongo nasal.

E dígrafo – ditongo nasal / dígrafo – ditongo nasal.


Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 000002264

Questão 37 Uso de letras Português Ortograf ia

Texto 1

A QUÍMICA EM NOSSAS VIDAS


Carlos Corrêa

Há a ideia generalizada de que o que é natural é bom e o que é sintético, o que resulta da ação
do homem, é mau. Não vou citar os terremotos, tsunamis e tempestades, tudo natural, que não
têm nada de bom, mas certas substâncias naturais muito más, como as toxinas produzidas
naturalmente por certas bactérias e os vírus, todos tão na moda nestes últimos tempos. Dentre
os maiores venenos que existem, seis são naturais. Só o sarin (gás dos nervos) e as dioxinas é que
são de origem sintética.

Muitos alimentos contêm substâncias naturais que podem causar doenças, como por exemplo o
isocianato de alila (alho, mostarda) que pode originar tumores, o benzopireno (defumados,
churrascos) causador de câncer do estômago, os cianetos (amêndoas amargas, mandioca) que
são tóxicos, as hidrazinas (cogumelos) que são cancerígenas, a saxtoxina (marisco) e a
tetrodotoxina (peixe estragado) que causam paralisia e morte, certos taninos (café, cacau)
causadores de câncer do esôfago e da boca e muitos outros.

A má imagem da Química resulta da sua má utilização e deve-se particularmente à dispersão de


resíduos no ambiente (que levam ao aquecimento global e mudanças climáticas, ao buraco da
camada de ozônio e à contaminação das águas e solos) e à utilização de aditivos alimentares e
pesticidas.

Muitos desses males são o resultado da pouca educação dos cidadãos. Quem separa e compacta
o lixo? Quem entrega nas farmácias os medicamentos que se encontram fora do prazo de
validade? Quem trata os e uentes dos currais e das pocilgas? Quem deixa toda a espécie de lixo
nas areias das nossas praias e matas? Quem usa e abusa do automóvel? Quem berra contra as
queimadas mas enche a sala de fumaça, intoxicando toda a família? Quem não admira o fogo de
artifício, que enche a atmosfera e as águas de metais pesados?

Há o hábito de utilizar a expressão “substância química” para designar substâncias sintetizadas,


imprimindo-lhes um ar perverso, de substância maldita. Há tempos passou na TV um anúncio
destinado a combater o uso do tabaco que dizia: “… o fumo do tabaco contém mais de 4000
substâncias químicas tóxicas, irritantes e cancerígenas…”. Bastaria referir “substâncias”, mas teve
de aparecer o quali cativo “químicas” para lhes dar um ar mais tenebroso. Todas as substâncias,
naturais ou de síntese, são “substâncias químicas”! Todas as substâncias, naturais ou de síntese,
podem ser prejudiciais à saúde! Tudo depende da dose.

Qualquer dia aparecerá uma notícia na TV referindo, logo a seguir às notícias dos dirigentes e
jogadores de futebol, que “A água, substância com a fórmula molecular H2O, foi a substância
química responsável por muitas mortes nas nossas praias”… por falta de cuidado! Porque os
Químicos determinaram as estruturas e propriedades dessas substâncias, haverá razão para lhes
chamar “substâncias químicas”? Estamos sendo envenenados pelas muitas “substâncias
químicas” que invadem as nossas vidas?

A ideia de que o câncer está aumentando devido a essas “substâncias químicas” é desmentida
pelas estatísticas sobre o assunto, à exceção do fumo do tabaco, que é a maior causa de
aumento do câncer do pulmão e das vias respiratórias. O aumento da longevidade acarreta
necessariamente um aumento do número de cânceres. Curiosamente, o tabaco é natural e essas
4000 substâncias tóxicas, irritantes e cancerígenas resultam da queima das folhas do tabaco. A
reação de combustão não foi inventada pelos químicos; vem da idade da pedra, quando o
homem descobriu o fogo.

O número de cânceres das vias respiratórias na mulher só começou a crescer em meados dos
anos 60, com a emancipação da mulher e o subsequente uso do cigarro. É o tipo de câncer
responsável pelo maior número de mortes nos Estados Unidos. Não é verdade que as
substâncias de síntese (as “substâncias químicas”) sejam uma causa importante de câncer; isso
sucede somente quando há exposição a altas doses. As maiores causas de câncer são o cigarro,
o excesso de álcool, certas viroses, in amações crônicas e problemas hormonais. A melhor
defesa é uma dieta rica em frutos e vegetais.

Há alguns anos, metade das substâncias testadas (naturais e sintéticas) em roedores deram
resultado positivo em alguns testes de carcinogenicidade. Muitos alimentos contêm substâncias
naturais que dão resultado positivo, como é o caso do café torrado, embora esse resultado não
possa ser diretamente relacionado ao aparecimento de um câncer, pois apenas a presença de
doses muito elevadas das substâncias pode justificar tal relação.

Embora um estudo realizado por Michael Shechter, do Instituto do Coração de Sheba, Israel,
mostrasse que a cafeína do café tem propriedades antioxidantes, atuando no combate a radicais
livres, diminuindo o risco de doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer, a verdade é que,
há meia dúzia de anos, só 3% dos compostos existentes no café tinham sido testados. Das trinta
substâncias testadas no café torrado, vinte e uma eram cancerígenas em roedores e faltava
testar cerca de um milhar! Vamos deixar de tomar café? Certamente que não. O que sucede é
que a Química é hoje capaz de detectar e caracterizar quantidades minúsculas de substâncias, o
que não sucedia no passado. Como se disse, o veneno está na dose e essas substâncias estão
presentes em concentrações demasiado pequenas para causar danos.

Diante do que se sabe das substâncias analisadas até aqui, todos concordam que o importante é
consumir abundantes quantidades de frutos e vegetais. Isso compensa inclusive riscos
associados à possível presença de pequenas quantidades de pesticidas.

CORRÊA, Carlos. A Química em nossas vidas. Disponível em:


<http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=49746&op=all>. Acesso em 17 Abr 2015. (Texto
adaptado)

Texto 2
CONSUMIDORES COM MAIS ACESSO À INFORMAÇÃO QUESTIONAM A VERDADE QUE
LHES É VENDIDA
Ênio Rodrigo

Se você é mulher, talvez já tenha observado com mais atenção como a publicidade de produtos
de beleza, especialmente os voltados a tratamentos de rejuvenescimento, usualmente possuem
novíssimos "componentes anti-idade" e "micro-cápsulas" que ajudam "a sua pele a ter mais
rmeza em oito dias", por exemplo, ou mesmo que determinados organismos "vivos" (mesmo
depois de envazados, transportados e acondicionados em prateleiras com pouco controle de
temperatura) fervilham aos milhões dentro de um vasilhame esperando para serem ingeridos
ajudando a regular sua ora intestinal. Homens, crianças, e todo tipo de público também não
estão fora do alcance desse discurso que utiliza um recurso cada vez mais presente na
publicidade: a ciência e a tecnologia como argumento de venda.

Silvania Sousa do Nascimento, doutora em didática da ciência e tecnologia pela Universidade


Paris VI e professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG), enxerga nesse processo um resquício da visão positivista, na qual a ciência pode ser
entendida como verdade absoluta. "A visão de que a ciência é a baliza ética da verdade e o mito
do cientista como gênio criador é amplamente difundida, mas entra, cada vez mais, em atrito
com a realidade, principalmente em uma sociedade informacional, como ( 1 ) nossa", acrescenta.

Para entender esse processo numa sociedade pautada na dinâmica da informação, Ricardo
Cavallini, consultor corporativo e autor do livro O marketing depois de amanhã (Universo dos
Livros, 2007), a rma que, primeiramente, devemos repensar a noção de público especí co ou
senso comum. "Essas categorizações estão sendo postas de lado. A publicidade contemporânea
trata com pessoas e elas têm cada vez mais acesso ( 2 ) informação e é assim que vejo a
comunicação: com fronteiras menos marcadas e deixando de lado o paradigma de que o público
é passivo", acredita. Silvania concorda e diz que a sociedade começa ( 3 ) perceber que a verdade
suprema é estanque, não condiz com o dia-a-dia. "Ao se depararem com uma informação, as
pessoas começam a pesquisar e isso as aproxima do fazer cientí co, ou seja, de que a verdade é
questionável", enfatiza.

Para a professora da UFMG, isso cria o "jornalista contínuo", um indivíduo que põe a verdade à
prova o tempo todo. "A noção de ciência atual é a de verdade em construção, ou seja, de que
determinados produtos ou processos imediatamente anteriores à ação atual, são defasados".

Cavallini considera que ( 4 ) três linhas de pensamento possíveis que poderiam explicar a
utilização do recurso da imagem cientí ca para vender: a quantidade de informação que a
ciência pode agregar a um produto; o quanto essa informação pode ser usada como diferencial
na concorrência entre produtos similares; e a ciência como um selo de qualidade ou garantia. Ele
cita o caso dos chamados produtos "verdes", associados a determinadas características com viés
ecológico ou produtos que precisam de algum tipo de "auditoria" para comprovarem seu
discurso. "Na mídia, a ciência entra como mecanismo de validação, criando uma marca de avanço
tecnológico, mesmo que por pouquíssimo tempo", finaliza Silvania.

O fascínio por determinados temas cientí cos segue a lógica da saturação do termo, ou seja,
ecoar algo que já esteja exercendo certo fascínio na sociedade. "O interesse do público muda
bastante e a publicidade se aproveita desses temas que estão na mídia para recriá-los a partir de
um jogo de sedução com a linguagem" diz Cristina Bruzzo, pesquisadora da Faculdade de
Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e que acompanhou ( 5 ) apropriação
da imagem da molécula de DNA pelas mídias (inclusive publicidade). "A imagem do DNA, por
exemplo, foi acrescida de diversos sentidos, que não o sentido original para a ciência, e
transformado em discurso de venda de diversos produtos", diz.

Onde estão os dados comprovando as a rmações cientí cas, no entanto? De acordo com
Eduardo Corrêa, do Conselho Nacional de Auto Regulamentação Publicitária (Conar) os
anúncios, antes de serem veiculados com qualquer informação de cunho cientí co, devem
trazer os registros de comprovação das pesquisas em órgãos competentes. Segundo ele, o
Conar não tem o papel de avalizar metodologias ou resultados, o que ca a cargo do Ministério
da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou outros órgãos. "O consumidor
pode pedir uma revisão ou con rmação cientí ca dos dados apresentados, contudo em 99% dos
casos esses certi cados são garantia de qualidade. Se surgirem dúvidas, quanto a dados
numéricos de pesquisas de opinião pública, temos analistas no Conar que podem dar seus
pareceres", esclarece Corrêa. Mesmo assim, de acordo com ele, os processos investigatórios são
raríssimos.

RODRIGO, Enio. Ciência e cultura na publicidade. Disponível em:


<http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-
67252009000100006&script=sci_arttext>.Acesso em 22/04/2015.

Texto 3

SOLUÇÃO
João Paiva

Eu quero uma solução


homogênea, preparada,
coisa certa, controlada
para ter tudo na mão.
Solução para questão
que não ouso resolver.
Diluída num balão
elixir pra me entreter.
Faço centrifugação
para ter ar uniforme
uso varinha conforme,
seja mágica ou não.
Busco uma solução
tudo lindo, direitinho
eu quero ter tudo certinho
ter o mundo nesta mão.
Procuro mistura,
então aqueço tudo em cadinho.
E vejo não ter solução
mas apenas um caminho...

PAIVA, João. Quase poesia, quase química. Disponível em:


<http://www.spq.pt/files/docs/boletim/poesia/quase-poesia-quase-quimica-jpaiva2012.pdf>
Acesso em: 22/04/2015.

TEXTO 4

PSICOLOGIA DE UM VENCIDO
Augusto dos Anjos

Eu, filho do carbono e do amoníaco,


Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.

"Quem usa e abusa do automóvel?" (4º parágrafo, texto 1).

Assinale a opção em que a regra ortográ ca diverge em relação à gra a dos verbos acima
apresentados.

A simbolizar

B analisar

C improvisar

D pesquisar

E paralisar
4 000005951

Questão 38 Acentuação Português Regras de acentuação

Texto 1

A QUÍMICA EM NOSSAS VIDAS


Carlos Corrêa

Há a ideia generalizada de que o que é natural é bom e o que é sintético, o que resulta da ação
do homem, é mau. Não vou citar os terremotos, tsunamis e tempestades, tudo natural, que não
têm nada de bom, mas certas substâncias naturais muito más, como as toxinas produzidas
naturalmente por certas bactérias e os vírus, todos tão na moda nestes últimos tempos. Dentre
os maiores venenos que existem, seis são naturais. Só o sarin (gás dos nervos) e as dioxinas é que
são de origem sintética.

Muitos alimentos contêm substâncias naturais que podem causar doenças, como por exemplo o
isocianato de alila (alho, mostarda) que pode originar tumores, o benzopireno (defumados,
churrascos) causador de câncer do estômago, os cianetos (amêndoas amargas, mandioca) que
são tóxicos, as hidrazinas (cogumelos) que são cancerígenas, a saxtoxina (marisco) e a
tetrodotoxina (peixe estragado) que causam paralisia e morte, certos taninos (café, cacau)
causadores de câncer do esôfago e da boca e muitos outros.

A má imagem da Química resulta da sua má utilização e deve-se particularmente à dispersão de


resíduos no ambiente (que levam ao aquecimento global e mudanças climáticas, ao buraco da
camada de ozônio e à contaminação das águas e solos) e à utilização de aditivos alimentares e
pesticidas.
Muitos desses males são o resultado da pouca educação dos cidadãos. Quem separa e compacta
o lixo? Quem entrega nas farmácias os medicamentos que se encontram fora do prazo de
validade? Quem trata os e uentes dos currais e das pocilgas? Quem deixa toda a espécie de lixo
nas areias das nossas praias e matas? Quem usa e abusa do automóvel? Quem berra contra as
queimadas mas enche a sala de fumaça, intoxicando toda a família? Quem não admira o fogo de
artifício, que enche a atmosfera e as águas de metais pesados?

Há o hábito de utilizar a expressão “substância química” para designar substâncias sintetizadas,


imprimindo-lhes um ar perverso, de substância maldita. Há tempos passou na TV um anúncio
destinado a combater o uso do tabaco que dizia: “… o fumo do tabaco contém mais de 4000
substâncias químicas tóxicas, irritantes e cancerígenas…”. Bastaria referir “substâncias”, mas teve
de aparecer o quali cativo “químicas” para lhes dar um ar mais tenebroso. Todas as substâncias,
naturais ou de síntese, são “substâncias químicas”! Todas as substâncias, naturais ou de síntese,
podem ser prejudiciais à saúde! Tudo depende da dose.

Qualquer dia aparecerá uma notícia na TV referindo, logo a seguir às notícias dos dirigentes e
jogadores de futebol, que “A água, substância com a fórmula molecular H2O, foi a substância
química responsável por muitas mortes nas nossas praias”… por falta de cuidado! Porque os
Químicos determinaram as estruturas e propriedades dessas substâncias, haverá razão para lhes
chamar “substâncias químicas”? Estamos sendo envenenados pelas muitas “substâncias
químicas” que invadem as nossas vidas?

A ideia de que o câncer está aumentando devido a essas “substâncias químicas” é desmentida
pelas estatísticas sobre o assunto, à exceção do fumo do tabaco, que é a maior causa de
aumento do câncer do pulmão e das vias respiratórias. O aumento da longevidade acarreta
necessariamente um aumento do número de cânceres. Curiosamente, o tabaco é natural e essas
4000 substâncias tóxicas, irritantes e cancerígenas resultam da queima das folhas do tabaco. A
reação de combustão não foi inventada pelos químicos; vem da idade da pedra, quando o
homem descobriu o fogo.

O número de cânceres das vias respiratórias na mulher só começou a crescer em meados dos
anos 60, com a emancipação da mulher e o subsequente uso do cigarro. É o tipo de câncer
responsável pelo maior número de mortes nos Estados Unidos. Não é verdade que as
substâncias de síntese (as “substâncias químicas”) sejam uma causa importante de câncer; isso
sucede somente quando há exposição a altas doses. As maiores causas de câncer são o cigarro,
o excesso de álcool, certas viroses, in amações crônicas e problemas hormonais. A melhor
defesa é uma dieta rica em frutos e vegetais.

Há alguns anos, metade das substâncias testadas (naturais e sintéticas) em roedores deram
resultado positivo em alguns testes de carcinogenicidade. Muitos alimentos contêm substâncias
naturais que dão resultado positivo, como é o caso do café torrado, embora esse resultado não
possa ser diretamente relacionado ao aparecimento de um câncer, pois apenas a presença de
doses muito elevadas das substâncias pode justificar tal relação.

Embora um estudo realizado por Michael Shechter, do Instituto do Coração de Sheba, Israel,
mostrasse que a cafeína do café tem propriedades antioxidantes, atuando no combate a radicais
livres, diminuindo o risco de doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer, a verdade é que,
há meia dúzia de anos, só 3% dos compostos existentes no café tinham sido testados. Das trinta
substâncias testadas no café torrado, vinte e uma eram cancerígenas em roedores e faltava
testar cerca de um milhar! Vamos deixar de tomar café? Certamente que não. O que sucede é
que a Química é hoje capaz de detectar e caracterizar quantidades minúsculas de substâncias, o
que não sucedia no passado. Como se disse, o veneno está na dose e essas substâncias estão
presentes em concentrações demasiado pequenas para causar danos.

Diante do que se sabe das substâncias analisadas até aqui, todos concordam que o importante é
consumir abundantes quantidades de frutos e vegetais. Isso compensa inclusive riscos
associados à possível presença de pequenas quantidades de pesticidas.

CORRÊA, Carlos. A Química em nossas vidas. Disponível em:


<http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=49746&op=all>. Acesso em 17 Abr 2015. (Texto
adaptado)

Texto 2

CONSUMIDORES COM MAIS ACESSO À INFORMAÇÃO QUESTIONAM A VERDADE QUE


LHES É VENDIDA
Ênio Rodrigo

Se você é mulher, talvez já tenha observado com mais atenção como a publicidade de produtos
de beleza, especialmente os voltados a tratamentos de rejuvenescimento, usualmente possuem
novíssimos "componentes anti-idade" e "micro-cápsulas" que ajudam "a sua pele a ter mais
rmeza em oito dias", por exemplo, ou mesmo que determinados organismos "vivos" (mesmo
depois de envazados, transportados e acondicionados em prateleiras com pouco controle de
temperatura) fervilham aos milhões dentro de um vasilhame esperando para serem ingeridos
ajudando a regular sua ora intestinal. Homens, crianças, e todo tipo de público também não
estão fora do alcance desse discurso que utiliza um recurso cada vez mais presente na
publicidade: a ciência e a tecnologia como argumento de venda.

Silvania Sousa do Nascimento, doutora em didática da ciência e tecnologia pela Universidade


Paris VI e professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG), enxerga nesse processo um resquício da visão positivista, na qual a ciência pode ser
entendida como verdade absoluta. "A visão de que a ciência é a baliza ética da verdade e o mito
do cientista como gênio criador é amplamente difundida, mas entra, cada vez mais, em atrito
com a realidade, principalmente em uma sociedade informacional, como ( 1 ) nossa", acrescenta.

Para entender esse processo numa sociedade pautada na dinâmica da informação, Ricardo
Cavallini, consultor corporativo e autor do livro O marketing depois de amanhã (Universo dos
Livros, 2007), a rma que, primeiramente, devemos repensar a noção de público especí co ou
senso comum. "Essas categorizações estão sendo postas de lado. A publicidade contemporânea
trata com pessoas e elas têm cada vez mais acesso ( 2 ) informação e é assim que vejo a
comunicação: com fronteiras menos marcadas e deixando de lado o paradigma de que o público
é passivo", acredita. Silvania concorda e diz que a sociedade começa ( 3 ) perceber que a verdade
suprema é estanque, não condiz com o dia-a-dia. "Ao se depararem com uma informação, as
pessoas começam a pesquisar e isso as aproxima do fazer cientí co, ou seja, de que a verdade é
questionável", enfatiza.

Para a professora da UFMG, isso cria o "jornalista contínuo", um indivíduo que põe a verdade à
prova o tempo todo. "A noção de ciência atual é a de verdade em construção, ou seja, de que
determinados produtos ou processos imediatamente anteriores à ação atual, são defasados".

Cavallini considera que ( 4 ) três linhas de pensamento possíveis que poderiam explicar a
utilização do recurso da imagem cientí ca para vender: a quantidade de informação que a
ciência pode agregar a um produto; o quanto essa informação pode ser usada como diferencial
na concorrência entre produtos similares; e a ciência como um selo de qualidade ou garantia. Ele
cita o caso dos chamados produtos "verdes", associados a determinadas características com viés
ecológico ou produtos que precisam de algum tipo de "auditoria" para comprovarem seu
discurso. "Na mídia, a ciência entra como mecanismo de validação, criando uma marca de avanço
tecnológico, mesmo que por pouquíssimo tempo", finaliza Silvania.

O fascínio por determinados temas cientí cos segue a lógica da saturação do termo, ou seja,
ecoar algo que já esteja exercendo certo fascínio na sociedade. "O interesse do público muda
bastante e a publicidade se aproveita desses temas que estão na mídia para recriá-los a partir de
um jogo de sedução com a linguagem" diz Cristina Bruzzo, pesquisadora da Faculdade de
Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e que acompanhou ( 5 ) apropriação
da imagem da molécula de DNA pelas mídias (inclusive publicidade). "A imagem do DNA, por
exemplo, foi acrescida de diversos sentidos, que não o sentido original para a ciência, e
transformado em discurso de venda de diversos produtos", diz.

Onde estão os dados comprovando as a rmações cientí cas, no entanto? De acordo com
Eduardo Corrêa, do Conselho Nacional de Auto Regulamentação Publicitária (Conar) os
anúncios, antes de serem veiculados com qualquer informação de cunho cientí co, devem
trazer os registros de comprovação das pesquisas em órgãos competentes. Segundo ele, o
Conar não tem o papel de avalizar metodologias ou resultados, o que ca a cargo do Ministério
da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou outros órgãos. "O consumidor
pode pedir uma revisão ou con rmação cientí ca dos dados apresentados, contudo em 99% dos
casos esses certi cados são garantia de qualidade. Se surgirem dúvidas, quanto a dados
numéricos de pesquisas de opinião pública, temos analistas no Conar que podem dar seus
pareceres", esclarece Corrêa. Mesmo assim, de acordo com ele, os processos investigatórios são
raríssimos.

RODRIGO, Enio. Ciência e cultura na publicidade. Disponível em:


<http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-
67252009000100006&script=sci_arttext>.Acesso em 22/04/2015.

Texto 3

SOLUÇÃO
João Paiva

Eu quero uma solução


homogênea, preparada,
coisa certa, controlada
para ter tudo na mão.
Solução para questão
que não ouso resolver.
Diluída num balão
elixir pra me entreter.
Faço centrifugação
para ter ar uniforme
uso varinha conforme,
seja mágica ou não.
Busco uma solução
tudo lindo, direitinho
eu quero ter tudo certinho
ter o mundo nesta mão.
Procuro mistura,
então aqueço tudo em cadinho.
E vejo não ter solução
mas apenas um caminho...

PAIVA, João. Quase poesia, quase química. Disponível em:


<http://www.spq.pt/files/docs/boletim/poesia/quase-poesia-quase-quimica-jpaiva2012.pdf>
Acesso em: 22/04/2015.

TEXTO 4

PSICOLOGIA DE UM VENCIDO
Augusto dos Anjos

Eu, filho do carbono e do amoníaco,


Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!

ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.

Dentre os vocábulos abaixo, assinale aquele cuja regra de acentuação é diversa daquela usada
no vocábulo destacado em:

"(...) a verdade é questionável ". (3º parágrafo, texto 2)

A abdômen

B fóssil

C fascínio

D tórax

E câncer
Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 000005950

Questão 39 Relações de sinonímia e antônímia

Texto 1
A QUÍMICA EM NOSSAS VIDAS
Carlos Corrêa

Há a ideia generalizada de que o que é natural é bom e o que é sintético, o que resulta da ação
do homem, é mau. Não vou citar os terremotos, tsunamis e tempestades, tudo natural, que não
têm nada de bom, mas certas substâncias naturais muito más, como as toxinas produzidas
naturalmente por certas bactérias e os vírus, todos tão na moda nestes últimos tempos. Dentre
os maiores venenos que existem, seis são naturais. Só o sarin (gás dos nervos) e as dioxinas é que
são de origem sintética.

Muitos alimentos contêm substâncias naturais que podem causar doenças, como por exemplo o
isocianato de alila (alho, mostarda) que pode originar tumores, o benzopireno (defumados,
churrascos) causador de câncer do estômago, os cianetos (amêndoas amargas, mandioca) que
são tóxicos, as hidrazinas (cogumelos) que são cancerígenas, a saxtoxina (marisco) e a
tetrodotoxina (peixe estragado) que causam paralisia e morte, certos taninos (café, cacau)
causadores de câncer do esôfago e da boca e muitos outros.

A má imagem da Química resulta da sua má utilização e deve-se particularmente à dispersão de


resíduos no ambiente (que levam ao aquecimento global e mudanças climáticas, ao buraco da
camada de ozônio e à contaminação das águas e solos) e à utilização de aditivos alimentares e
pesticidas.

Muitos desses males são o resultado da pouca educação dos cidadãos. Quem separa e compacta
o lixo? Quem entrega nas farmácias os medicamentos que se encontram fora do prazo de
validade? Quem trata os e uentes dos currais e das pocilgas? Quem deixa toda a espécie de lixo
nas areias das nossas praias e matas? Quem usa e abusa do automóvel? Quem berra contra as
queimadas mas enche a sala de fumaça, intoxicando toda a família? Quem não admira o fogo de
artifício, que enche a atmosfera e as águas de metais pesados?

Há o hábito de utilizar a expressão “substância química” para designar substâncias sintetizadas,


imprimindo-lhes um ar perverso, de substância maldita. Há tempos passou na TV um anúncio
destinado a combater o uso do tabaco que dizia: “… o fumo do tabaco contém mais de 4000
substâncias químicas tóxicas, irritantes e cancerígenas…”. Bastaria referir “substâncias”, mas teve
de aparecer o quali cativo “químicas” para lhes dar um ar mais tenebroso. Todas as substâncias,
naturais ou de síntese, são “substâncias químicas”! Todas as substâncias, naturais ou de síntese,
podem ser prejudiciais à saúde! Tudo depende da dose.

Qualquer dia aparecerá uma notícia na TV referindo, logo a seguir às notícias dos dirigentes e
jogadores de futebol, que “A água, substância com a fórmula molecular H2O, foi a substância
química responsável por muitas mortes nas nossas praias”… por falta de cuidado! Porque os
Químicos determinaram as estruturas e propriedades dessas substâncias, haverá razão para lhes
chamar “substâncias químicas”? Estamos sendo envenenados pelas muitas “substâncias
químicas” que invadem as nossas vidas?

A ideia de que o câncer está aumentando devido a essas “substâncias químicas” é desmentida
pelas estatísticas sobre o assunto, à exceção do fumo do tabaco, que é a maior causa de
aumento do câncer do pulmão e das vias respiratórias. O aumento da longevidade acarreta
necessariamente um aumento do número de cânceres. Curiosamente, o tabaco é natural e essas
4000 substâncias tóxicas, irritantes e cancerígenas resultam da queima das folhas do tabaco. A
reação de combustão não foi inventada pelos químicos; vem da idade da pedra, quando o
homem descobriu o fogo.

O número de cânceres das vias respiratórias na mulher só começou a crescer em meados dos
anos 60, com a emancipação da mulher e o subsequente uso do cigarro. É o tipo de câncer
responsável pelo maior número de mortes nos Estados Unidos. Não é verdade que as
substâncias de síntese (as “substâncias químicas”) sejam uma causa importante de câncer; isso
sucede somente quando há exposição a altas doses. As maiores causas de câncer são o cigarro,
o excesso de álcool, certas viroses, in amações crônicas e problemas hormonais. A melhor
defesa é uma dieta rica em frutos e vegetais.

Há alguns anos, metade das substâncias testadas (naturais e sintéticas) em roedores deram
resultado positivo em alguns testes de carcinogenicidade. Muitos alimentos contêm substâncias
naturais que dão resultado positivo, como é o caso do café torrado, embora esse resultado não
possa ser diretamente relacionado ao aparecimento de um câncer, pois apenas a presença de
doses muito elevadas das substâncias pode justificar tal relação.

Embora um estudo realizado por Michael Shechter, do Instituto do Coração de Sheba, Israel,
mostrasse que a cafeína do café tem propriedades antioxidantes, atuando no combate a radicais
livres, diminuindo o risco de doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer, a verdade é que,
há meia dúzia de anos, só 3% dos compostos existentes no café tinham sido testados. Das trinta
substâncias testadas no café torrado, vinte e uma eram cancerígenas em roedores e faltava
testar cerca de um milhar! Vamos deixar de tomar café? Certamente que não. O que sucede é
que a Química é hoje capaz de detectar e caracterizar quantidades minúsculas de substâncias, o
que não sucedia no passado. Como se disse, o veneno está na dose e essas substâncias estão
presentes em concentrações demasiado pequenas para causar danos.

Diante do que se sabe das substâncias analisadas até aqui, todos concordam que o importante é
consumir abundantes quantidades de frutos e vegetais. Isso compensa inclusive riscos
associados à possível presença de pequenas quantidades de pesticidas.

CORRÊA, Carlos. A Química em nossas vidas. Disponível em:


<http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=49746&op=all>. Acesso em 17 Abr 2015. (Texto
adaptado)

Texto 2

CONSUMIDORES COM MAIS ACESSO À INFORMAÇÃO QUESTIONAM A VERDADE QUE


LHES É VENDIDA
Ênio Rodrigo

Se você é mulher, talvez já tenha observado com mais atenção como a publicidade de produtos
de beleza, especialmente os voltados a tratamentos de rejuvenescimento, usualmente possuem
novíssimos "componentes anti-idade" e "micro-cápsulas" que ajudam "a sua pele a ter mais
rmeza em oito dias", por exemplo, ou mesmo que determinados organismos "vivos" (mesmo
depois de envazados, transportados e acondicionados em prateleiras com pouco controle de
temperatura) fervilham aos milhões dentro de um vasilhame esperando para serem ingeridos
ajudando a regular sua ora intestinal. Homens, crianças, e todo tipo de público também não
estão fora do alcance desse discurso que utiliza um recurso cada vez mais presente na
publicidade: a ciência e a tecnologia como argumento de venda.

Silvania Sousa do Nascimento, doutora em didática da ciência e tecnologia pela Universidade


Paris VI e professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG), enxerga nesse processo um resquício da visão positivista, na qual a ciência pode ser
entendida como verdade absoluta. "A visão de que a ciência é a baliza ética da verdade e o mito
do cientista como gênio criador é amplamente difundida, mas entra, cada vez mais, em atrito
com a realidade, principalmente em uma sociedade informacional, como ( 1 ) nossa", acrescenta.

Para entender esse processo numa sociedade pautada na dinâmica da informação, Ricardo
Cavallini, consultor corporativo e autor do livro O marketing depois de amanhã (Universo dos
Livros, 2007), a rma que, primeiramente, devemos repensar a noção de público especí co ou
senso comum. "Essas categorizações estão sendo postas de lado. A publicidade contemporânea
trata com pessoas e elas têm cada vez mais acesso ( 2 ) informação e é assim que vejo a
comunicação: com fronteiras menos marcadas e deixando de lado o paradigma de que o público
é passivo", acredita. Silvania concorda e diz que a sociedade começa ( 3 ) perceber que a verdade
suprema é estanque, não condiz com o dia-a-dia. "Ao se depararem com uma informação, as
pessoas começam a pesquisar e isso as aproxima do fazer cientí co, ou seja, de que a verdade é
questionável", enfatiza.

Para a professora da UFMG, isso cria o "jornalista contínuo", um indivíduo que põe a verdade à
prova o tempo todo. "A noção de ciência atual é a de verdade em construção, ou seja, de que
determinados produtos ou processos imediatamente anteriores à ação atual, são defasados".
Cavallini considera que ( 4 ) três linhas de pensamento possíveis que poderiam explicar a
utilização do recurso da imagem cientí ca para vender: a quantidade de informação que a
ciência pode agregar a um produto; o quanto essa informação pode ser usada como diferencial
na concorrência entre produtos similares; e a ciência como um selo de qualidade ou garantia. Ele
cita o caso dos chamados produtos "verdes", associados a determinadas características com viés
ecológico ou produtos que precisam de algum tipo de "auditoria" para comprovarem seu
discurso. "Na mídia, a ciência entra como mecanismo de validação, criando uma marca de avanço
tecnológico, mesmo que por pouquíssimo tempo", finaliza Silvania.

O fascínio por determinados temas cientí cos segue a lógica da saturação do termo, ou seja,
ecoar algo que já esteja exercendo certo fascínio na sociedade. "O interesse do público muda
bastante e a publicidade se aproveita desses temas que estão na mídia para recriá-los a partir de
um jogo de sedução com a linguagem" diz Cristina Bruzzo, pesquisadora da Faculdade de
Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e que acompanhou ( 5 ) apropriação
da imagem da molécula de DNA pelas mídias (inclusive publicidade). "A imagem do DNA, por
exemplo, foi acrescida de diversos sentidos, que não o sentido original para a ciência, e
transformado em discurso de venda de diversos produtos", diz.

Onde estão os dados comprovando as a rmações cientí cas, no entanto? De acordo com
Eduardo Corrêa, do Conselho Nacional de Auto Regulamentação Publicitária (Conar) os
anúncios, antes de serem veiculados com qualquer informação de cunho cientí co, devem
trazer os registros de comprovação das pesquisas em órgãos competentes. Segundo ele, o
Conar não tem o papel de avalizar metodologias ou resultados, o que ca a cargo do Ministério
da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou outros órgãos. "O consumidor
pode pedir uma revisão ou con rmação cientí ca dos dados apresentados, contudo em 99% dos
casos esses certi cados são garantia de qualidade. Se surgirem dúvidas, quanto a dados
numéricos de pesquisas de opinião pública, temos analistas no Conar que podem dar seus
pareceres", esclarece Corrêa. Mesmo assim, de acordo com ele, os processos investigatórios são
raríssimos.

RODRIGO, Enio. Ciência e cultura na publicidade. Disponível em:


<http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-
67252009000100006&script=sci_arttext>.Acesso em 22/04/2015.

Texto 3

SOLUÇÃO
João Paiva
Eu quero uma solução
homogênea, preparada,
coisa certa, controlada
para ter tudo na mão.
Solução para questão
que não ouso resolver.
Diluída num balão
elixir pra me entreter.
Faço centrifugação
para ter ar uniforme
uso varinha conforme,
seja mágica ou não.
Busco uma solução
tudo lindo, direitinho
eu quero ter tudo certinho
ter o mundo nesta mão.
Procuro mistura,
então aqueço tudo em cadinho.
E vejo não ter solução
mas apenas um caminho...

PAIVA, João. Quase poesia, quase química. Disponível em:


<http://www.spq.pt/files/docs/boletim/poesia/quase-poesia-quase-quimica-jpaiva2012.pdf>
Acesso em: 22/04/2015.

TEXTO 4

PSICOLOGIA DE UM VENCIDO
Augusto dos Anjos

Eu, filho do carbono e do amoníaco,


Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!

ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.

Marque a opção em que a respectiva substituição dos termos destacados não prejudicaria o
sentido encontrado no contexto dado.

I - Silvania (…) enxerga nesse processo um resquício da visão positivista, na qual a ciência pode
ser entendida como verdade absoluta. (texto 2, 2º parágrafo)

II - “ (…) é assim que vejo a comunicação: com fronteiras menos marcadas e deixando de lado o
paradigma de que o público é passivo" (texto 2, 3º parágrafo)

III - Silvania concorda e diz que (…) a verdade suprema é estanque. (…) Texto 2, 3º parágrafo)

IV - Monstro de escuridão e rutilância, (texto 4, verso 2)

A excesso – modelo – relevante – fluorescência;

B resto – arquétipo – absoluta – trevas;

C vestígio – modelo – importante – trevas;

D vestígio – modelo – absoluta – fluorescência

E excesso – arquétipo – máxima – fluorescência.


4 00000594 6

Questão 40 Uso de letras Português Ortograf ia

Texto 1

A QUÍMICA EM NOSSAS VIDAS


Carlos Corrêa

Há a ideia generalizada de que o que é natural é bom e o que é sintético, o que resulta da ação
do homem, é mau. Não vou citar os terremotos, tsunamis e tempestades, tudo natural, que não
têm nada de bom, mas certas substâncias naturais muito más, como as toxinas produzidas
naturalmente por certas bactérias e os vírus, todos tão na moda nestes últimos tempos. Dentre
os maiores venenos que existem, seis são naturais. Só o sarin (gás dos nervos) e as dioxinas é que
são de origem sintética.
Muitos alimentos contêm substâncias naturais que podem causar doenças, como por exemplo o
isocianato de alila (alho, mostarda) que pode originar tumores, o benzopireno (defumados,
churrascos) causador de câncer do estômago, os cianetos (amêndoas amargas, mandioca) que
são tóxicos, as hidrazinas (cogumelos) que são cancerígenas, a saxtoxina (marisco) e a
tetrodotoxina (peixe estragado) que causam paralisia e morte, certos taninos (café, cacau)
causadores de câncer do esôfago e da boca e muitos outros.

A má imagem da Química resulta da sua má utilização e deve-se particularmente à dispersão de


resíduos no ambiente (que levam ao aquecimento global e mudanças climáticas, ao buraco da
camada de ozônio e à contaminação das águas e solos) e à utilização de aditivos alimentares e
pesticidas.

Muitos desses males são o resultado da pouca educação dos cidadãos. Quem separa e compacta
o lixo? Quem entrega nas farmácias os medicamentos que se encontram fora do prazo de
validade? Quem trata os e uentes dos currais e das pocilgas? Quem deixa toda a espécie de lixo
nas areias das nossas praias e matas? Quem usa e abusa do automóvel? Quem berra contra as
queimadas mas enche a sala de fumaça, intoxicando toda a família? Quem não admira o fogo de
artifício, que enche a atmosfera e as águas de metais pesados?

Há o hábito de utilizar a expressão “substância química” para designar substâncias sintetizadas,


imprimindo-lhes um ar perverso, de substância maldita. Há tempos passou na TV um anúncio
destinado a combater o uso do tabaco que dizia: “… o fumo do tabaco contém mais de 4000
substâncias químicas tóxicas, irritantes e cancerígenas…”. Bastaria referir “substâncias”, mas teve
de aparecer o quali cativo “químicas” para lhes dar um ar mais tenebroso. Todas as substâncias,
naturais ou de síntese, são “substâncias químicas”! Todas as substâncias, naturais ou de síntese,
podem ser prejudiciais à saúde! Tudo depende da dose.

Qualquer dia aparecerá uma notícia na TV referindo, logo a seguir às notícias dos dirigentes e
jogadores de futebol, que “A água, substância com a fórmula molecular H2O, foi a substância
química responsável por muitas mortes nas nossas praias”… por falta de cuidado! Porque os
Químicos determinaram as estruturas e propriedades dessas substâncias, haverá razão para lhes
chamar “substâncias químicas”? Estamos sendo envenenados pelas muitas “substâncias
químicas” que invadem as nossas vidas?

A ideia de que o câncer está aumentando devido a essas “substâncias químicas” é desmentida
pelas estatísticas sobre o assunto, à exceção do fumo do tabaco, que é a maior causa de
aumento do câncer do pulmão e das vias respiratórias. O aumento da longevidade acarreta
necessariamente um aumento do número de cânceres. Curiosamente, o tabaco é natural e essas
4000 substâncias tóxicas, irritantes e cancerígenas resultam da queima das folhas do tabaco. A
reação de combustão não foi inventada pelos químicos; vem da idade da pedra, quando o
homem descobriu o fogo.

O número de cânceres das vias respiratórias na mulher só começou a crescer em meados dos
anos 60, com a emancipação da mulher e o subsequente uso do cigarro. É o tipo de câncer
responsável pelo maior número de mortes nos Estados Unidos. Não é verdade que as
substâncias de síntese (as “substâncias químicas”) sejam uma causa importante de câncer; isso
sucede somente quando há exposição a altas doses. As maiores causas de câncer são o cigarro,
o excesso de álcool, certas viroses, in amações crônicas e problemas hormonais. A melhor
defesa é uma dieta rica em frutos e vegetais.

Há alguns anos, metade das substâncias testadas (naturais e sintéticas) em roedores deram
resultado positivo em alguns testes de carcinogenicidade. Muitos alimentos contêm substâncias
naturais que dão resultado positivo, como é o caso do café torrado, embora esse resultado não
possa ser diretamente relacionado ao aparecimento de um câncer, pois apenas a presença de
doses muito elevadas das substâncias pode justificar tal relação.

Embora um estudo realizado por Michael Shechter, do Instituto do Coração de Sheba, Israel,
mostrasse que a cafeína do café tem propriedades antioxidantes, atuando no combate a radicais
livres, diminuindo o risco de doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer, a verdade é que,
há meia dúzia de anos, só 3% dos compostos existentes no café tinham sido testados. Das trinta
substâncias testadas no café torrado, vinte e uma eram cancerígenas em roedores e faltava
testar cerca de um milhar! Vamos deixar de tomar café? Certamente que não. O que sucede é
que a Química é hoje capaz de detectar e caracterizar quantidades minúsculas de substâncias, o
que não sucedia no passado. Como se disse, o veneno está na dose e essas substâncias estão
presentes em concentrações demasiado pequenas para causar danos.

Diante do que se sabe das substâncias analisadas até aqui, todos concordam que o importante é
consumir abundantes quantidades de frutos e vegetais. Isso compensa inclusive riscos
associados à possível presença de pequenas quantidades de pesticidas.

CORRÊA, Carlos. A Química em nossas vidas. Disponível em:


<http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=49746&op=all>. Acesso em 17 Abr 2015. (Texto
adaptado)

Texto 2

CONSUMIDORES COM MAIS ACESSO À INFORMAÇÃO QUESTIONAM A VERDADE QUE


LHES É VENDIDA
Ênio Rodrigo
Se você é mulher, talvez já tenha observado com mais atenção como a publicidade de produtos
de beleza, especialmente os voltados a tratamentos de rejuvenescimento, usualmente possuem
novíssimos "componentes anti-idade" e "micro-cápsulas" que ajudam "a sua pele a ter mais
rmeza em oito dias", por exemplo, ou mesmo que determinados organismos "vivos" (mesmo
depois de envazados, transportados e acondicionados em prateleiras com pouco controle de
temperatura) fervilham aos milhões dentro de um vasilhame esperando para serem ingeridos
ajudando a regular sua ora intestinal. Homens, crianças, e todo tipo de público também não
estão fora do alcance desse discurso que utiliza um recurso cada vez mais presente na
publicidade: a ciência e a tecnologia como argumento de venda.

Silvania Sousa do Nascimento, doutora em didática da ciência e tecnologia pela Universidade


Paris VI e professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG), enxerga nesse processo um resquício da visão positivista, na qual a ciência pode ser
entendida como verdade absoluta. "A visão de que a ciência é a baliza ética da verdade e o mito
do cientista como gênio criador é amplamente difundida, mas entra, cada vez mais, em atrito
com a realidade, principalmente em uma sociedade informacional, como ( 1 ) nossa", acrescenta.

Para entender esse processo numa sociedade pautada na dinâmica da informação, Ricardo
Cavallini, consultor corporativo e autor do livro O marketing depois de amanhã (Universo dos
Livros, 2007), a rma que, primeiramente, devemos repensar a noção de público especí co ou
senso comum. "Essas categorizações estão sendo postas de lado. A publicidade contemporânea
trata com pessoas e elas têm cada vez mais acesso ( 2 ) informação e é assim que vejo a
comunicação: com fronteiras menos marcadas e deixando de lado o paradigma de que o público
é passivo", acredita. Silvania concorda e diz que a sociedade começa ( 3 ) perceber que a verdade
suprema é estanque, não condiz com o dia-a-dia. "Ao se depararem com uma informação, as
pessoas começam a pesquisar e isso as aproxima do fazer cientí co, ou seja, de que a verdade é
questionável", enfatiza.

Para a professora da UFMG, isso cria o "jornalista contínuo", um indivíduo que põe a verdade à
prova o tempo todo. "A noção de ciência atual é a de verdade em construção, ou seja, de que
determinados produtos ou processos imediatamente anteriores à ação atual, são defasados".

Cavallini considera que ( 4 ) três linhas de pensamento possíveis que poderiam explicar a
utilização do recurso da imagem cientí ca para vender: a quantidade de informação que a
ciência pode agregar a um produto; o quanto essa informação pode ser usada como diferencial
na concorrência entre produtos similares; e a ciência como um selo de qualidade ou garantia. Ele
cita o caso dos chamados produtos "verdes", associados a determinadas características com viés
ecológico ou produtos que precisam de algum tipo de "auditoria" para comprovarem seu
discurso. "Na mídia, a ciência entra como mecanismo de validação, criando uma marca de avanço
tecnológico, mesmo que por pouquíssimo tempo", finaliza Silvania.
O fascínio por determinados temas cientí cos segue a lógica da saturação do termo, ou seja,
ecoar algo que já esteja exercendo certo fascínio na sociedade. "O interesse do público muda
bastante e a publicidade se aproveita desses temas que estão na mídia para recriá-los a partir de
um jogo de sedução com a linguagem" diz Cristina Bruzzo, pesquisadora da Faculdade de
Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e que acompanhou ( 5 ) apropriação
da imagem da molécula de DNA pelas mídias (inclusive publicidade). "A imagem do DNA, por
exemplo, foi acrescida de diversos sentidos, que não o sentido original para a ciência, e
transformado em discurso de venda de diversos produtos", diz.

Onde estão os dados comprovando as a rmações cientí cas, no entanto? De acordo com
Eduardo Corrêa, do Conselho Nacional de Auto Regulamentação Publicitária (Conar) os
anúncios, antes de serem veiculados com qualquer informação de cunho cientí co, devem
trazer os registros de comprovação das pesquisas em órgãos competentes. Segundo ele, o
Conar não tem o papel de avalizar metodologias ou resultados, o que ca a cargo do Ministério
da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou outros órgãos. "O consumidor
pode pedir uma revisão ou con rmação cientí ca dos dados apresentados, contudo em 99% dos
casos esses certi cados são garantia de qualidade. Se surgirem dúvidas, quanto a dados
numéricos de pesquisas de opinião pública, temos analistas no Conar que podem dar seus
pareceres", esclarece Corrêa. Mesmo assim, de acordo com ele, os processos investigatórios são
raríssimos.

RODRIGO, Enio. Ciência e cultura na publicidade. Disponível em:


<http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-
67252009000100006&script=sci_arttext>.Acesso em 22/04/2015.

Texto 3

SOLUÇÃO
João Paiva

Eu quero uma solução


homogênea, preparada,
coisa certa, controlada
para ter tudo na mão.
Solução para questão
que não ouso resolver.
Diluída num balão
elixir pra me entreter.
Faço centrifugação
para ter ar uniforme
uso varinha conforme,
seja mágica ou não.
Busco uma solução
tudo lindo, direitinho
eu quero ter tudo certinho
ter o mundo nesta mão.
Procuro mistura,
então aqueço tudo em cadinho.
E vejo não ter solução
mas apenas um caminho...

PAIVA, João. Quase poesia, quase química. Disponível em:


<http://www.spq.pt/files/docs/boletim/poesia/quase-poesia-quase-quimica-jpaiva2012.pdf>
Acesso em: 22/04/2015.

TEXTO 4

PSICOLOGIA DE UM VENCIDO
Augusto dos Anjos

Eu, filho do carbono e do amoníaco,


Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!

ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.

Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas existentes no texto 2,


respectivamente.
A à (1) – há (2) – à (3) – há (4) – a (5).

B a (1) – à (2) – a (3) – à (4) – há (5).

C à (1) – a (2) – a (3) – há (4) – a (5).

D a (1) – à (2) – há (3) – há – (4) a (5).

E a (1) – à (2) – a (3) – há (4) – a (5).


4 00000593 2

Questão 41 Norma culta e oralidade

Assinale a alternativa em que o pronome grifado não apresenta vício de linguagem.

A Quando Ana entrou no consultório de Vilma, encontrou-a com seu noivo.

B Caro investidor, cuide melhor de seu dinheiro.

C O professor proibiu que o aluno utilizasse sua gramática.

D Aída disse a Luís que não concordava com sua reprovação.

E Você deve buscar seu amigo e levá-lo em seu carro até o aeroporto.
Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 000002059

Questão 42 Português Ortograf ia

Assinale a alternativa em que a grafia de todas as palavras está correta.

A Mulçumano é todo indivíduo que adere ao islamismo.

B Gostaria de saber como se entitula esse poema em francês.

C Esses irmãos vivem se degladiando, mas no fundo se amam.

D Não entendi o porquê da inclusão desses asterísticos.

E Essa prova não será empecilho para mim.


Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 000002056

Questão 43 Relações de sinonímia e antônímia

Texto 1

O MENINO QUE TINHA MEDO DE POESIA


(Pedro Gabriel – Março de 2014)

─ Mãe, acho que tem um poema debaixo da minha cama!

Quando menino, a poesia me assustava. Parecia ter dentes a ados, pernas desajeitadas, mãos
opressoras. E nem as mãos da professora mais dócil conseguiam me acalmar. Não compreendia
uma palavra, uma metáfora, uma rima pobre, rica ou rara. Não entendia nada. Tentava adivinhar o
que o poeta queria dizer com aquela frase entupida de imagens e sentidos subjetivos. Achava-
me incapaz de pertencer àquilo. Não conseguia mergulhar naquele mundo. Eu, sem saber nadar
em versos, afogava-me na incompreensão de um soneto; ela – a tão sagrada poesia – não me
afagava e me deixava morrer na praia, entre um alexandrino e um heptassílabo.

Toda vez que eu era obrigado a decorar poesia, sentia vontade de sumir, de virar um móvel e
car imóvel até tudo se acabar. Por dentro, sentia azia, taquicardia, asma espontânea, tremelique
e gagueira repentina. Por fora, ngia que estava tudo bem. Eu sempre escolhia o poema mais
curto da lista que a escola sugeria. Naquele dia, sobrou Pneumotórax, de Manuel Bandeira, e eu
queria ser aquele paciente para não precisar declamá-lo. Eu queria tossir, repetir sem parar: trinta
e três… Trinta e três… Ter uma doença pequena, uma desculpa qualquer, um atestado médico
assinado pelo meu avô que me deixasse em casa – não a semana toda, mas só o tempo da aula.

Depois, para a prova de francês, não tive escolha: fui obrigado a decorar Le dormeur du Val, de
Rimbaud. Eu lembro que, antes de car em pé de frente para o meu professor, eu queria que
alguém me desse dois tiros no peito. Queria ser esse soldado e dormir, tranquilo, na paz celestial
daquele vale até que a turma toda esquecesse a minha existência. Ou que a guerra fosse
declarada nda. Ou que eu fosse declamado culpado. A Primeira Guerra Mundial parecia durar
menos do que aqueles 15 minutos de exame. Minha boca está seca até hoje. Minhas mãos estão
molhadas até agora. Só eu sei o que suei por você, querida Poesia.

Aos 17, a poesia ainda me apavorava. Podia ser o verso mais delicado do mundo, eu tinha medo.
Podia ser o poeta mais simpático da face da Terra, eu descon ava. Desconversava, lia outra coisa.
Ou não lia nada. Talvez por não querer entendê-la. Talvez por achar não merecê la. E assim
cava à mercê da minha rebeldia. Não queria aprender a contar sílabas, queria ser verso livre.
Tolo! Até a liberdade exige teoria!

Se hoje eu pudesse falar com aquele menino, diria-lhe que a poesia não é nenhum decassílabo
de sete cabeças. Que se ela o assusta é porque ela o deseja. Que se ele sente medo é porque
ele precisa dela. Não há mais monstro debaixo da sua cama. O monstro agora está em você.

- Filho, acho que tem um poema por dentro de quem você ama…

Disponível em: <www.intrinseca.com.br/site/2014/.../o-menino-que-tinha-medo-de-poesia> .


(texto adaptado) Acesso em: 29 Abr 2014

Texto 2

A MULHER QUE NÃO SENTE MEDO DE ABSOLUTAMENTE NADA


(Jeanna Bryner – Dezembro de 2010)

Você gostaria de não sentir medo? Pelo menos uma pessoa no mundo não tem medo de nada:
uma mulher de 44 anos, que até ajudou pesquisadores a identi carem o local em que vive o
fator medo no cérebro humano.

Os pesquisadores tentaram inúmeras vezes assustar a mulher: casas mal-assombradas, onde


monstros tentaram evocar uma reação de rejeição, aranhas e cobras, e uma série de lme de
terror apenas entreteram a paciente.

A mulher tem uma doença rara chamada síndrome de Urbach-Wiethe que destruiu sua
amígdala. A amígdala é uma estrutura em forma de amêndoa situada no fundo do cérebro. Nos
últimos 50 anos, estudos mostraram que ela tem um papel central na geração de respostas de
medo em diferentes animais.

Agora, o estudo envolvendo essa paciente é o primeiro a confirmar que essa região do cérebro é
responsável pelo medo nos seres humanos. A descoberta pode levar a tratamentos para
transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Tratamentos de psicoterapia que seletivamente
amorteçam a hiperatividade na amígdala podem curar pacientes com TEPT.

Estudos anteriores com a mesma paciente revelaram que ela não conseguia reconhecer
expressões faciais de medo, mas não se sabia se ela tinha a capacidade de sentir medo. Para
descobrir, os pesquisadores deram vários questionários padronizados à paciente, que sondaram
os diferentes aspectos do medo, desde o medo da morte até o medo de falar em público.

Além disso, durante três meses ela carregou um diário que informatizava sua emoção, e que,
aleatoriamente, pedia-lhe para classi car o seu nível de medo ao longo do dia. O diário também
indicava emoções que ela estava sentindo em uma lista de 50 itens. Sua pontuação média de
medo foi de 0%, enquanto para outras emoções ela mostrou funcionamento normal.

Em todos os cenários, ela não mostrou nenhum medo. Baseado no seu passado, os
pesquisadores encontraram muitas razões para ela reagir com medo. Ela própria contou que não
gosta de cobras, mas quando entrou em contato com duas, não sentiu medo. Além disso, já lhe
apontaram facas e armas, ela foi sicamente abordada por uma mulher duas vezes seu tamanho,
quase morreu em um ato de violência doméstica, e em mais de uma ocasião foi explicitamente
ameaçada de morte.

O que mais se sobressai é que, em muitas destas situações a vida da paciente estava em perigo,
mas seu comportamento foi desprovido de qualquer senso de desespero ou urgência. E quando
ela foi convidada a lembrar como se sentiu durante as situações, respondeu que não sentiu
medo, mas que se sentia chateada e irritada com o que aconteceu.

Segundo os pesquisadores, sem medo, pode-se dizer que o sofrimento dela não tem a
intensidade profunda e real suportada por outros sobreviventes de traumas. Essencialmente,
devido aos danos na amígdala, a mulher está imune aos efeitos devastadores do transtorno de
estresse pós-traumático.

Mas há uma desvantagem: ela tem uma incapacidade de detectar e evitar situações
ameaçadoras, o que provavelmente contribuiu para a frequência com que ela enfrentou riscos.
Os pesquisadores dizem que esse tipo de paciente é muito raro, mas para entender melhor o
fenômeno, seria ótimo estudar mais pessoas com a condição.

Disponível em<:http://hypescience.com> (texto adaptado de http://www.livescience.com).


Acesso em: 29 Abr 2014

Texto 3

CONSOADA
(Manuel Bandeira)

Quando a Indesejada das gentes chegar


(Não sei se dura ou caroável),
Talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
— Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.

Disponível em: <http://www.poesiaspoemaseversos.com.br> Acesso em: 29 Abr 2014.

Texto 4

AUTOSSABOTAGEM: O MEDO DE SER FELIZ

(Raphaela de Campos Mello – Outubro de 2012)


A cada passo dado você sente que a felicidade se afasta alguns metros? Talvez esteja,
inconscientemente, queimando chances de se realizar. Repense as próprias atitudes para
interromper esse ciclo destrutivo.

Por medo dos riscos e das responsabilidades da vida, podemos acabar inconscientemente com
as nossas realizações. Isso se chama autossabotagem. São atitudes forjadas por uma parte de
nós que não nos vê como merecedoras do sucesso ou que subestima nossa capacidade de lidar
com a vitória.

Pode ser aquela espinha que apareceu no nariz no dia daquele encontro especial ou da gripe
que a pegou na véspera daquela importante reunião.

"Muitos desses comportamentos destrutivos estão quase fora do domínio da consciência",


a rma o psicólogo americano Stanley Rosner, coautor do livro O Ciclo da Auto Sabotagem - Por
Que Repetimos Atitudes que Destroem Nossos Relacionamentos e Nos Fazem Sofrer (ed.
BestSeller).

"A autonomia, a independência e o sucesso são apavorantes para algumas pessoas porque
indicam que elas não poderão mais argumentar que suas necessidades precisam ser protegidas",
diz o autor.

O lósofo e psicanalista paulista Arthur Meucci, coautor de A Vida Que Vale a Pena Ser Vivida
(ed. Vozes) comenta sobre os ganhos secundários. "Há jovens que saem de casa para tentar a
vida, enquanto outros permanecem na zona de conforto, porque continuam recebendo atenção
dos pais e se eximem de enfrentar as dificuldades da fase adulta", afirma.

O problema é que, ao fazermos isso, não nos desenvolvemos plenamente. "Todo mundo busca a
felicidade, a questão é ter coragem de viver, o que signi ca correr riscos e assumir
responsabilidades", diz ele.

Disponível em: <http://exame.abril.com.br/estilo-de-vida/noticias/autossabotagem-o-medo-de


ser-feliz.> (Texto adaptado). Acesso em 29 Abr 2014

Texto 5

O QUASE

(Sarah Westphal Batista da Silva)

Ainda pior que a convicção do não, e a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase. É o quase
que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu ainda está vivo, quem quase amou não
amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem
por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto,
contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos na frouxidão
dos abraços, na indiferença dos “Bom Dia” quase que sussurrados. Sobra covardia e falta
coragem até para ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.Talvez esses
fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, mas não são. Se a virtude estivesse
mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de
cinza. O nada não ilumina, não inspira, não a ige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um
traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas
que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia à
dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta
cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo m é instantâneo ou indolor não
é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de
tentar. Descon e do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando,
fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo,
quem quase vive já morreu.

Disp. em: <www.pensador.uol.com.br>. Acesso em: 29 Abr 2014.

Indique o par de vocábulos que se enquadra num mesmo campo semântico, de acordo com o
texto 5.

A ondas / nublados (2º parágrafo; 2º parágrafo).

B outono / morna (1º parágrafo; 2º parágrafo).

C cinza / alma (2º parágrafo; 3º parágrafo).

D não / talvez (1º parágrafo, linha 1; 1º parágrafo).

E destino / você (3º parágrafo; 3º parágrafo).


4 00000564 5

Questão 44 Encontros vocálicos Português

Nas palavras gratuito, vácuo, frear e minguam, há, respectivamente,


A ditongo crescente, ditongo decrescente, hiato e tritongo.

B hiato, ditongo crescente, hiato e tritongo.

C hiato, ditongo decrescente, hiato e ditongo crescente.

D ditongo decrescente, ditongo crescente, hiato e tritongo.

E ditongo decrescente, ditongo crescente, hiato e ditongo crescente.


Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 000001509

Questão 45 Separação silábica Português

Quanto à separação silábica, assinale a alternativa correta.

A trans-a-tlân-ti-co; hi-dre-lé-tri-ca; su-bes-ti-mar; in-te-rur-ba-no; bi-sa-vô

B ist-mo; ma-gnó-lia; ap-ti-dão; felds-pa-to; sols-tí-cio

C a-fta; sub-lin-gual; téc-ni-co; rép-til; rit-mo

D e-clip-se; trans-tor-no; de-cep-ção; of-tal-mo-lo-gis-ta; ra-diou-vin-te

E ra-di-ou-vin-te; pre-en-cher; pers-pi-caz; de-sa-ten-to; in- te-rur-ba-no


Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 000001507

Questão 46 Relações de sinonímia e antônímia

TEXTO 3

Poesia Matemática
Millôr Fernandes

1 Às folhas tantas
2 do livro matemático
3 um Quociente apaixonou-se
4 um dia
5 doidamente
6 por uma Incógnita.
7 Olhou-a com seu olhar inumerável
8 e viu-a do ápice __ base
9 uma figura ímpar;
10 olhos romboides, boca trapezoide,
11 corpo retangular, seios esferoides.
12 Fez de sua uma vida
13 paralela à dela
14 até que se encontraram
15 no infinito.
16 "Quem és tu?", indagou ele
17 em ânsia radical.
18 "Sou a soma do quadrado dos catetos.
19 Mas pode me chamar de Hipotenusa."
20 E de falarem descobriram que eram
21 (o que em aritmética corresponde
22 a almas irmãs)
23 primos entre si.
24 E assim se amaram
25 ao quadrado da velocidade da luz
26 numa sexta potenciação
27 traçando
28 ao sabor do momento
29 e da paixão
30 retas, curvas, círculos e linhas senoidais
31 nos jardins da quarta dimensão.
32 Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana
33 e os exegetas do Universo Finito.
34 Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
35 E enfim resolveram se casar
36 constituir um lar,
37 mais que um lar,
38 um perpendicular.
39 Convidaram para padrinhos
40 o Poliedro e a Bissetriz.
41 E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
42 sonhando com uma felicidade
43 integral e diferencial.
44 E se casaram e tiveram uma secante e três cones
45 muito engraçadinhos.
46 E foram felizes
47 até aquele dia
48 em que tudo vira afinal
49 monotonia.
50 Foi então que surgiu
51 O Máximo Divisor Comum
52 frequentador de círculos concêntricos,
53 viciosos.
54 Ofereceu-lhe, a ela,
55 uma grandeza absoluta
56 e reduziu-a a um denominador comum.
57 Ele, Quociente, percebeu
58 que com ela não formava mais um todo,
59 uma unidade.
60 Era o triângulo,
61 tanto chamado amoroso.
62 Desse problema ela era uma fração,
63 a mais ordinária.
64 Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
65 e tudo que era espúrio passou a ser
66 moralidade
67 como aliás em qualquer
68 sociedade.

RELEITURAS. Poesia matemática. Disponível em: <http://www.releituras.com/millor_poesia.asp>.


Acesso em 09/05/2013.

Assinale a opção que apresenta o par de de nições adequadas às palavras “ortodoxos” (v. 32,
texto 3) e “espúrio” (v. 65, texto 3), respectivamente.

A Que segue rigorosamente uma tradição ou norma; ilegítimo.

B Que se atém à geometria; falso.

C Que respeita os princípios matemáticos básicos; autêntico.

D Que prefere a matemática às letras; desonesto.

E Que se atém à lei e ao padrão; genuíno.


4 0000053 69

Questão 47 Relações de sinonímia e antônímia

Texto I

A IMPORTANCIA DO NÚMERO ZERO

(Maria Fernanda Vomero – Abril de 2001) A invenção do zero foi uma das maiores aventuras
intelectuais da humanidade – e não só para a matemática.

As regras que valem para todos os outros não servem para ele. Só as obedece como e quando
bem entende. “Assim faço a diferença”, costuma dizer. Mas não é nem um pouco egoísta. Pelo
contrário. Quanto mais à direita ele vai, mais aumenta o valor do colega da esquerda,
multiplicando-o por dez, 100 ou 1.000. Trata-se de um revolucionário. Com ar de bonachão, dá de
ombros quando é comparado ao nada. “Sou mesmo”, diz. “Mas isso signi ca ser tudo.” Com
vocês, o número zero – que ganha, nestas páginas, o papel que lhe é de direito: o de
protagonista de uma odisseia intelectual que mudou o rumo das ciências exatas e trouxe novas
reflexões para a história das ideias.

Pode soar como exagero atribuir tal importância a um número aparentemente inócuo. Às vezes,
você até esquece que ele existe. Quem se preocupa em anotar que voltou da feira com zero
laranjas? Ou que comprou ração para seus zero cachorrinhos? Só ca preocupado quando
descobre um zero na conta bancária. Mesmo assim, logo que chega o pagamento seguinte, não
sobra nem lembrança daquele número gorducho.

O símbolo “0” e o nome zero estão relacionados à ideia de nenhum, não-existente, nulo. Seu
conceito foi pouco estudado ao longo dos séculos. Hoje, mal desperta alguma curiosidade,
apesar de ser absolutamente instigante. “O ponto principal é o fato de o zero ser e não ser. Ao
mesmo tempo indicar o nada e trazer embutido em si algum conteúdo”, diz o astrônomo Walter
Maciel, professor da Universidade de São Paulo. Se essa dialética parece complicada para você,
cidadão do século XXI, imagine para as tribos primitivas que viveram muitos séculos antes de
Cristo.

A cultura indiana antiga já trazia uma noção de vazio bem antes do conceito matemático de zero.
“Num dicionário de sânscrito, você encontra uma explicação bastante detalhada sobre o termo
indiano para o zero, que é shúnya”, a rma o físico Roberto de Andrade Martins, do Grupo de
História e Teoria da Ciência da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Como adjetivo,
shúnya signi ca vazio, deserto, estéril. Aplica-se a uma pessoa solitária, sem amigos; a um
indivíduo indiferente ou insensível. O termo descreve um sentimento de ausência, a falta de
algo, uma ação sem resultados. Como substantivo, shúnya refere-se ao nada, ao vácuo, à
inexistência. A partir do século VIII d.C., os árabes levaram para a Europa, junto com os outros
algarismos, tanto o símbolo que os indianos haviam criado para o zero quanto à própria ideia de
vazio, nulo, não-existente. E difundiram o termo shúnya – que, em árabe, se tornou shifr e foi
latinizado para zephirum, depois zéfiro, zefro e, por fim, zero.

Bem distante da Índia, nas Américas, por volta dos séculos IV e III a.C., os maias também
deduziram uma representação para o nada. O sistema de numeração deles era composto por
pontos e traços, que indicavam unidades e dezenas. Tinham duas notações para o zero. A
primeira era uma elipse fechada que lembrava um olho. Servia para compor os números. A
segunda notação, simbólica, remetia a um dos calendários dos maias. O conceito do vazio era tão
signi cativo entre eles que havia uma divindade especí ca para o zero: era o deus Zero, o deus
da Morte. “Os maias foram os inventores desse número no continente americano. A partir deles,
outros grupos, como os astecas, conheceram o princípio do zero”, diz o historiador Leandro
Karnal, da Unicamp.
E os geniais gregos, o que pensavam a respeito do zero? Nada. Apesar dos avanços na
geometria e na lógica, os gregos jamais conceberam uma representação do vazio, que, para eles,
era um conceito até mesmo antiestético. Não fazia sentido existir vazio num mundo tão bem
organizado e lógico – seria o caos, um fator de desordem. (Os lósofos pré-socráticos levaram
em conta o conceito de vazio entre as partículas, mas a ideia não vingou.) Aristóteles chegou a
dizer que a natureza tinha horror ao vácuo.

“Conceber o conceito do zero exigiu uma abstração muito grande”, diz o historiador da
matemática Ubiratan D’Ambrosio, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC).
Quando o homem aprendeu a calcular, há cerca de 5.000 anos, fazia associações simples a partir
de situações concretas: para cada ovelha, uma pedrinha. Duas ovelhas, duas pedrinhas e assim
por diante. “Se sobrassem pedras, o pastor sabia que provavelmente alguma ovelha tinha sido
atacada por um lobo ou se desgarrado das demais”, diz o matemático Irineu Bicudo, da
Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Rio Claro. O passo seguinte foi representar
graficamente esses números com símbolos e fazer contas com eles.

Os babilônios, que viveram na Mesopotâmia (onde hoje é o Iraque) por volta do ano 2.500 a.C.,
foram os primeiros a chegar a uma noção de zero. Pioneiros na arte de calcular, criaram o que
hoje se chama de “sistema de numeração posicional”. Apesar do nome comprido, a ideia é
simples. “Nesse sistema, os algarismos têm valor pela posição que ocupam”, explica Irineu. Trata-
se do sistema que utilizamos atualmente. Veja o número 222 – o valor do 2 depende da posição
em que ele se encontra: o primeiro vale 200, o segundo 20 e o terceiro 2. Outros povos antigos,
como os egípcios e os gregos, não usavam esse sistema – continuavam a atribuir a cada número
um sinal diferente, fechando os olhos para a possibilidade matemática do zero.

O sistema posicional facilitou, e muito, os cálculos dos babilônios. Contudo, era comum que
muitas contas resultassem em números que apresentavam uma posição vazia, como o nosso 401.
(Note que, depois do 4, não há número na casa das dezenas. Se você não indicasse essa ausência
com o zero, o 401 se tornaria 41, causando enorme confusão.) O que, então, os babilônios
zeram? Como ainda não tinham o zero, deixaram um espaço vazio separando os números, a m
de indicar que naquela coluna do meio não havia nenhum algarismo (era como se escrevêssemos
4_1). O palco para a estreia do zero estava pronto. Com o tempo, para evitar qualquer confusão
na hora de copiar os números de uma tábua de barro para outra, os babilônios passaram a
separar os números com alguns sinais especí cos. “Os babilônios tentaram representar
graficamente o nada, mostrando o abstrato de uma forma concreta”, diz Ubiratan.

Perceba como um problema prático – a necessidade de separar números e apontar colunas


vazias – levou a uma tentativa de sinalizar o não-existente. “Trata-se de uma abstração bastante
so sticada representar a inexistência de medida, o vazio enquanto número, ou seja, o zero”, diz a
historiadora da ciência Ana Maria Alfonso Goldfarb, da PUC. “Temos apenas projeções culturais
a respeito do que é abstrato”, a rma Leandro Karnal. Na tentativa de tornar concreta uma
situação imaginária, cada povo busca as referências que tem à mão. Veja o caso dos chineses:
eles representavam o zero com um caractere chamado ling, que signi cava “aquilo que cou
para trás”, como os pingos de chuva depois de uma tempestade. Trata-se de um exercício
tremendo de abstração. Você já parou para pensar como, pessoalmente, encara o vazio?

Apesar de ser atraente, o zero não foi recebido de braços abertos pela Europa, quando apareceu
por lá, levado pelos árabes. “É surpreendente ver quanta resistência a noção de zero encontrou:
o medo do novo e do desconhecido, superstições sobre o nada relacionadas ao diabo, uma
relutância em pensar”, diz o matemático americano Robert Kaplan, autor do livro The Nothing
That Is (O Nada que Existe, recém-lançado no Brasil) e orientador de um grupo de estudos sobre
a matemática na Universidade Harvard. O receio diante do zero vem desde a Idade Média. Os
povos medievais o ignoravam solenemente. “Com o zero, qualquer um poderia fazer contas”, diz
Ana Maria. “Os matemáticos da época achavam que popularizar o cálculo era o mesmo que jogar
pérolas aos porcos.” Seria uma revolução.

Por isso, Kaplan considera o zero um número subversivo. “Ele nos obriga a repensar tudo o que
alguma vez já demos por certo: da divisão aritmética à natureza de movimento, do cálculo à
possibilidade de algo surgir do nada”, a rma. Tornou-se fundamental para a ciência, da
computação à astronomia, da química à física. “O cálculo integral e diferencial, desenvolvido por
Newton e Leibniz, seria inviável sem o zero”, diz Walter Maciel. Nesse tipo de cálculo, para
determinar a velocidade instantânea de um carro, por exemplo, você deve levar em conta um
intervalo de tempo in nitamente curto, que tende a zero. (É estranho calcular quanto o carro se
deslocou em “zero segundos”, mas é assim que funciona.) “O cálculo integral está na base de
tudo o que a ciência construiu nos últimos 200 anos”, diz Maciel.

Ainda hoje o conceito de zero segue revirando nossas ideias. Falta muito para entendermos a
complexidade desse número. Para o Ocidente, o zero continua a ser uma mera abstração.
Segundo Eduardo Basto de Albuquerque, professor de história das religiões da Unesp, em Assis,
o pensamento losó co ocidental trabalha com dois grandes paradigmas que não comportam
um vazio cheio de sentido, como o indiano: o aristotélico (o mundo é o que vemos e tocamos
com nossos sentidos) e o platônico (o mundo é um re exo de essências imutáveis e eternas, que
não podemos atingir pelos sentidos e sim pela imaginação e pelo conhecimento). “O Ocidente
pensa o nada em oposição à existência de Deus: se não há Deus, então é o nada”, diz Eduardo.
Ora, mesmo na ausência, poderia haver a presença de Deus. E o vazio pode ser uma realidade. É
só pensar na teoria atômica, desenvolvida no século XX: o mundo é formado por partículas
diminutas que precisam de um vazio entre elas para se mover.

Talvez o zero assuste porque carrega com ele um outro paradigma: o de um nada que existe
efetivamente.
Na matemática, por mais que pareça limitado a um ou dois papéis, a função do zero também é
“especial” – como ele mesmo faz questão de mostrar – porque, desde o primeiro momento,
rebelou-se contra as regras que todo número precisa seguir. O zero viabilizou a subtração de um
número natural por ele mesmo (1 – 1 = 0). Multiplicado por um algarismo à escolha do freguês,
não deixa de ser zero (0 x 4 = 0). Pode ser dividido por qualquer um dos colegas (0 ÷ 3 = 0), que
não muda seu jeitão. Mas não deixa nenhum número – por mais pomposo que se julgue – ser
dividido por ele, zero. Tem ainda outros truques. Você pensa que ele é inútil? “Experimente
colocar alguns gêmeos meus à direita no valor de um cheque para você ver a diferença”, diz o
zero. No entanto, mesmo que todos os zeros do universo se acomodem no lado esquerdo de um
outro algarismo nada muda. Daí a expressão “zero à esquerda”, que provém da matemática e
indica nulidade ou insignificância.

Mas o zero – como você pôde ver – decididamente não é um zero à esquerda. “Foi uma surpresa
constatar como é central a ideia de zero: o nada que gera tudo”, diz Kaplan. E mais: há quem diga
que o zero é parente do in nito, outra abstração que mudou as bases do pensamento cientí co,
religioso e losó co. “Eles são equivalentes e opostos, yin e yang”, escreve o jornalista americano
Charles Seife, autor de Zero: The Biography of a Dangerous 4Idea (Zero: A Biogra a de uma
Ideia Perigosa), lançado no ano passado nos Estados Unidos. O epíteto atribuído ao zero no
título – ideia perigosa – não está ali por acaso. “Apesar da rejeição e do exílio, o zero sempre
derrotou aqueles que se opuseram a ele”, a rma Seife. “A humanidade nunca conseguiu encaixar
o zero em suas loso as. Em vez disso, o zero moldou a nossa visão sobre o universo – e também
sobre Deus.” E influenciou, sorrateiramente, a própria filosofia. De fato, trata-se de um perigo.

Disponível em <http://super.abril.com.br/ciencia/importancia-numero-zero-442058.shtml>.
Acesso em 14 mar. 2012. (ADAPTADO)

Texto II

CERTAS COISAS (Lulu Santos)

(1) Não existiria som


(2) Se não houvesse o silêncio
(3) Não haveria luz
(4) Se não fosse a escuridão
(5) A vida é mesmo assim,
(6) Dia e noite, não e sim...

(7) Cada voz que canta o amor não diz


(8) Tudo o que quer dizer,
(9) Tudo o que cala fala
(10) Mais alto ao coração.
(11) Silenciosamente eu te falo com paixão...

(12) Eu te amo calado,


(13) Como quem ouve uma sinfonia
(14) De silêncios e de luz.
(15) Nós somos medo e desejo,
(16) Somos feitos de silêncio e som,
(17) Tem certas coisas que eu não sei dizer...

(18) A vida é mesmo assim,


(19) Dia e noite, não e sim...

(20) Cada voz que canta o amor não diz


(21) Tudo o que quer dizer,
(22) Tudo o que cala fala
(23) Mais alto ao coração.
(24) Silenciosamente eu te falo com paixão...

(25) Eu te amo calado,


(26) Como quem ouve uma sinfonia
(27) De silêncios e de luz,
(28) Nós somos medo e desejo,
(29) Somos feitos de silêncio e som,
(30) Tem certas coisas que eu não sei dizer...

Disponível em <http://letras.terra.com.br/lulu-santos/35063/>.Acesso em 15 mar. 2012.

“Pode soar como exagero atribuir tal importância a um número aparentemente inócuo” (2º
parágrafo, texto I). O adjetivo em destaque pode ser substituído, sem mudança de sentido, por:

A inofensivo

B indecente

C insolente

D inabalável

E inábil
4 000004 93 2
Questão 48 Interpretação de texto Interpretação de texto jornalístico Relações de sinonímia e antônímia

Texto I

A IMPORT NCIA DO NÚMERO ZERO (Maria Fernanda Vomero – Abril de 2001) A invenção do
zero foi uma das maiores aventuras intelectuais da

humanidade – e não só para a matemática.

As regras que valem para todos os outros não servem para ele. Só as obedece como e quando
bem entende. “Assim faço a diferença”, costuma dizer. Mas não é nem um pouco egoísta. Pelo
contrário. Quanto mais à direita ele vai, mais aumenta o valor do colega da esquerda,
multiplicando-o por dez, 100 ou 1.000. Trata-se de um revolucionário. Com ar de bonachão, dá de
ombros quando é comparado ao nada. “Sou mesmo”, diz. “Mas isso signi ca ser tudo.” Com
vocês, o número zero – que ganha, nestas páginas, o papel que lhe é de direito: o de
protagonista de uma odisseia intelectual que mudou o rumo das ciências exatas e trouxe novas
reflexões para a história das ideias.

Pode soar como exagero atribuir tal importância a um número aparentemente inócuo. Às vezes,
você até esquece que ele existe. Quem se preocupa em anotar que voltou da feira com zero
laranjas? Ou que comprou ração para seus zero cachorrinhos? Só ca preocupado quando
descobre um zero na conta bancária. Mesmo assim, logo que chega o pagamento seguinte, não
sobra nem lembrança daquele número gorducho.

O símbolo “0” e o nome zero estão relacionados à ideia de nenhum, não-existente, nulo. Seu
conceito foi pouco estudado ao longo dos séculos. Hoje, mal desperta alguma curiosidade,
apesar de ser absolutamente instigante. “O ponto principal é o fato de o zero ser e não ser. Ao
mesmo tempo indicar o nada e trazer embutido em si algum conteúdo”, diz o astrônomo Walter
Maciel, professor da Universidade de São Paulo. Se essa dialética parece complicada para você,
cidadão do século XXI, imagine para as tribos primitivas que viveram muitos séculos antes de
Cristo.

A cultura indiana antiga já trazia uma noção de vazio bem antes do conceito matemático de zero.
“Num dicionário de sânscrito, você encontra uma explicação bastante detalhada sobre o termo
indiano para o zero, que é shúnya”, a rma o físico Roberto de Andrade Martins, do Grupo de
História e Teoria da Ciência da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Como adjetivo,
shúnya signi ca vazio, deserto, estéril. Aplica-se a uma pessoa solitária, sem amigos; a um
indivíduo indiferente ou insensível. O termo descreve um sentimento de ausência, a falta de
algo, uma ação sem resultados. Como substantivo, shúnya refere-se ao nada, ao vácuo, à
inexistência. A partir do século VIII d.C., os árabes levaram para a Europa, junto com os outros
algarismos, tanto o símbolo que os indianos haviam criado para o zero quanto à própria ideia de
vazio, nulo, não-existente. E difundiram o termo shúnya – que, em árabe, se tornou shifr e foi
latinizado para zephirum, depois zéfiro, zefro e, por fim, zero.

Bem distante da Índia, nas Américas, por volta dos séculos IV e III a.C., os maias também
deduziram uma representação para o nada. O sistema de numeração deles era composto por
pontos e traços, que indicavam unidades e dezenas. Tinham duas notações para o zero. A
primeira era uma elipse fechada que lembrava um olho. Servia para compor os números. A
segunda notação, simbólica, remetia a um dos calendários dos maias. O conceito do vazio era tão
signi cativo entre eles que havia uma divindade especí ca para o zero: era o deus Zero, o deus
da Morte. “Os maias foram os inventores desse número no continente americano. A partir deles,
outros grupos, como os astecas, conheceram o princípio do zero”, diz o historiador Leandro
Karnal, da Unicamp.

E os geniais gregos, o que pensavam a respeito do zero? Nada. Apesar dos avanços na
geometria e na lógica, os gregos jamais conceberam uma representação do vazio, que, para eles,
era um conceito até mesmo antiestético. Não fazia sentido existir vazio num mundo tão bem
organizado e lógico – seria o caos, um fator de desordem. (Os lósofos pré-socráticos levaram
em conta o conceito de vazio entre as partículas, mas a ideia não vingou.) Aristóteles chegou a
dizer que a natureza tinha horror ao vácuo.

“Conceber o conceito do zero exigiu uma abstração muito grande”, diz o historiador da
matemática Ubiratan D’Ambrosio, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC).
Quando o homem aprendeu a calcular, há cerca de 5.000 anos, fazia associações simples a partir
de situações concretas: para cada ovelha, uma pedrinha. Duas ovelhas, duas pedrinhas e assim
por diante. “Se sobrassem pedras, o pastor sabia que provavelmente alguma ovelha tinha sido
atacada por um lobo ou se desgarrado das demais”, diz o matemático Irineu Bicudo, da
Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Rio Claro. O passo seguinte foi representar
graficamente esses números com símbolos e fazer contas com eles.

Os babilônios, que viveram na Mesopotâmia (onde hoje é o Iraque) por volta do ano 2.500 a.C.,
foram os primeiros a chegar a uma noção de zero. Pioneiros na arte de calcular, criaram o que
hoje se chama de “sistema de numeração posicional”. Apesar do nome comprido, a ideia é
simples. “Nesse sistema, os algarismos têm valor pela posição que ocupam”, explica Irineu. Trata-
se do sistema que utilizamos atualmente. Veja o número 222 – o valor do 2 depende da posição
em que ele se encontra: o primeiro vale 200, o segundo 20 e o terceiro 2. Outros povos antigos,
como os egípcios e os gregos, não usavam esse sistema – continuavam a atribuir a cada número
um sinal diferente, fechando os olhos para a possibilidade matemática do zero.

O sistema posicional facilitou, e muito, os cálculos dos babilônios. Contudo, era comum que
muitas contas resultassem em números que apresentavam uma posição vazia, como o nosso 401.
(Note que, depois do 4, não há número na casa das dezenas. Se você não indicasse essa ausência
com o zero, o 401 se tornaria 41, causando enorme confusão.) O que, então, os babilônios
zeram? Como ainda não tinham o zero, deixaram um espaço vazio separando os números, a m
de indicar que naquela coluna do meio não havia nenhum algarismo (era como se escrevêssemos
4_1). O palco para a estreia do zero estava pronto. Com o tempo, para evitar qualquer confusão
na hora de copiar os números de uma tábua de barro para outra, os babilônios passaram a
separar os números com alguns sinais especí cos. “Os babilônios tentaram representar
graficamente o nada, mostrando o abstrato de uma forma concreta”, diz Ubiratan.

Perceba como um problema prático – a necessidade de separar números e apontar colunas


vazias – levou a uma tentativa de sinalizar o não-existente. “Trata-se de uma abstração bastante
so sticada representar a inexistência de medida, o vazio enquanto número, ou seja, o zero”, diz a
historiadora da ciência Ana Maria Alfonso Goldfarb, da PUC. “Temos apenas projeções culturais
a respeito do que é abstrato”, a rma Leandro Karnal. Na tentativa de tornar concreta uma
situação imaginária, cada povo busca as referências que tem à mão. Veja o caso dos chineses:
eles representavam o zero com um caractere chamado ling, que signi cava “aquilo que cou
para trás”, como os pingos de chuva depois de uma tempestade. Trata-se de um exercício
tremendo de abstração. Você já parou para pensar como, pessoalmente, encara o vazio?

Apesar de ser atraente, o zero não foi recebido de braços abertos pela Europa, quando apareceu
por lá, levado pelos árabes. “É surpreendente ver quanta resistência a noção de zero encontrou:
o medo do novo e do desconhecido, superstições sobre o nada relacionadas ao diabo, uma
relutância em pensar”, diz o matemático americano Robert Kaplan, autor do livro The Nothing
That Is (O Nada que Existe, recém-lançado no Brasil) e orientador de um grupo de estudos sobre
a matemática na Universidade Harvard. O receio diante do zero vem desde a Idade Média. Os
povos medievais o ignoravam solenemente. “Com o zero, qualquer um poderia fazer contas”, diz
Ana Maria. “Os matemáticos da época achavam que popularizar o cálculo era o mesmo que jogar
pérolas aos porcos.” Seria uma revolução.

Por isso, Kaplan considera o zero um número subversivo. “Ele nos obriga a repensar tudo o que
alguma vez já demos por certo: da divisão aritmética à natureza de movimento, do cálculo à
possibilidade de algo surgir do nada”, a rma. Tornou-se fundamental para a ciência, da
computação à astronomia, da química à física. “O cálculo integral e diferencial, desenvolvido por
Newton e Leibniz, seria inviável sem o zero”, diz Walter Maciel. Nesse tipo de cálculo, para
determinar a velocidade instantânea de um carro, por exemplo, você deve levar em conta um
intervalo de tempo in nitamente curto, que tende a zero. (É estranho calcular quanto o carro se
deslocou em “zero segundos”, mas é assim que funciona.) “O cálculo integral está na base de
tudo o que a ciência construiu nos últimos 200 anos”, diz Maciel.

Ainda hoje o conceito de zero segue revirando nossas ideias. Falta muito para entendermos a
complexidade desse número. Para o Ocidente, o zero continua a ser uma mera abstração.
Segundo Eduardo Basto de Albuquerque, professor de história das religiões da Unesp, em Assis,
o pensamento losó co ocidental trabalha com dois grandes paradigmas que não comportam
um vazio cheio de sentido, como o indiano: o aristotélico (o mundo é o que vemos e tocamos
com nossos sentidos) e o platônico (o mundo é um re exo de essências imutáveis e eternas, que
não podemos atingir pelos sentidos e sim pela imaginação e pelo conhecimento). “O Ocidente
pensa o nada em oposição à existência de Deus: se não há Deus, então é o nada”, diz Eduardo.
Ora, mesmo na ausência, poderia haver a presença de Deus. E o vazio pode ser uma realidade. É
só pensar na teoria atômica, desenvolvida no século XX: o mundo é formado por partículas
diminutas que precisam de um vazio entre elas para se mover.

Talvez o zero assuste porque carrega com ele um outro paradigma: o de um nada que existe
efetivamente.

Na matemática, por mais que pareça limitado a um ou dois papéis, a função do zero também é
“especial” – como ele mesmo faz questão de mostrar – porque, desde o primeiro momento,
rebelou-se contra as regras que todo número precisa seguir. O zero viabilizou a subtração de um
número natural por ele mesmo (1 – 1 = 0). Multiplicado por um algarismo à escolha do freguês,
não deixa de ser zero (0 x 4 = 0). Pode ser dividido por qualquer um dos colegas (0 ÷ 3 = 0), que
não muda seu jeitão. Mas não deixa nenhum número – por mais pomposo que se julgue – ser
dividido por ele, zero. Tem ainda outros truques. Você pensa que ele é inútil? “Experimente
colocar alguns gêmeos meus à direita no valor de um cheque para você ver a diferença”, diz o
zero. No entanto, mesmo que todos os zeros do universo se acomodem no lado esquerdo de um
outro algarismo nada muda. Daí a expressão “zero à esquerda”, que provém da matemática e
indica nulidade ou insignificância.

Mas o zero – como você pôde ver – decididamente não é um zero à esquerda. “Foi uma surpresa
constatar como é central a ideia de zero: o nada que gera tudo”, diz Kaplan. E mais: há quem diga
que o zero é parente do in nito, outra abstração que mudou as bases do pensamento cientí co,
religioso e losó co. “Eles são equivalentes e opostos, yin e yang”, escreve o jornalista americano
Charles Seife, autor de Zero: The Biography of a Dangerous 4Idea (Zero: A Biogra a de uma
Ideia Perigosa), lançado no ano passado nos Estados Unidos. O epíteto atribuído ao zero no
título – ideia perigosa – não está ali por acaso. “Apesar da rejeição e do exílio, o zero sempre
derrotou aqueles que se opuseram a ele”, a rma Seife. “A humanidade nunca conseguiu encaixar
o zero em suas loso as. Em vez disso, o zero moldou a nossa visão sobre o universo – e também
sobre Deus.” E influenciou, sorrateiramente, a própria filosofia. De fato, trata-se de um perigo.

Disponível em <http://super.abril.com.br/ciencia/importancia-numero-zero-442058.shtml>.
Acesso em 14 mar. 2012. (ADAPTADO)

Texto II
CERTAS COISAS (Lulu Santos)

(1) Não existiria som


(2) Se não houvesse o silêncio
(3) Não haveria luz
(4) Se não fosse a escuridão
(5) A vida é mesmo assim,
(6) Dia e noite, não e sim...

(7) Cada voz que canta o amor não diz


(8) Tudo o que quer dizer,
(9) Tudo o que cala fala
(10) Mais alto ao coração.
(11) Silenciosamente eu te falo com paixão...

(12) Eu te amo calado,


(13) Como quem ouve uma sinfonia
(14) De silêncios e de luz.
(15) Nós somos medo e desejo,
(16) Somos feitos de silêncio e som,
(17) Tem certas coisas que eu não sei dizer...

(18) A vida é mesmo assim,


(19) Dia e noite, não e sim...

(20) Cada voz que canta o amor não diz


(21) Tudo o que quer dizer,
(22) Tudo o que cala fala
(23) Mais alto ao coração.
(24) Silenciosamente eu te falo com paixão...

(25) Eu te amo calado,


(26) Como quem ouve uma sinfonia
(27) De silêncios e de luz,
(28) Nós somos medo e desejo,
(29) Somos feitos de silêncio e som,
(30) Tem certas coisas que eu não sei dizer...

Disponível em <http://letras.terra.com.br/lulu-santos/35063/>.Acesso em 15 mar. 2012.


“Se essa dialética parece complicada para você, cidadão do século XXI, imagine para as tribos
primitivas que viveram muitos séculos antes de Cristo”. (3º parágrafo, texto I)

A ideia contida no trecho acima, sobretudo na palavra em destaque, encontra-se nos


fragmentos abaixo, referentes ao texto I, exceto em:

A “Ao mesmo tempo indicar o nada e trazer embutido em si algum conteúdo” (3º
parágrafo).

B “o pensamento filosófico ocidental trabalha com dois grandes paradigmas que não
comportam um vazio cheio de sentido” (13º parágrafo).

C “O Ocidente pensa o nada em oposição à existência de Deus: se não há Deus, então é o


nada” (13º parágrafo).

D “Eles são equivalentes e opostos, yin e yang” (16º parágrafo).

E “Apesar da rejeição e do exílio, o zero sempre derrotou aqueles que se opuseram a ele”
(16º parágrafo).
4 000004 926

Questão 49 Uso de letras Português

Assinale a alternativa que melhor completa as lacunas do texto a seguir:

Estar ob__e__ivamente ob__ecado pela beleza dessa mulher tra__ sempre uma sensação de
impotência, e__e__ão feita quando, em raras vezes, ela olha para mim e sorri.

A c – ss – c – z – xc – ç

B s – c – c – z – xc – ç

C s – ss – c – z – xc – ç

D c – ss – c – z – xc – ç

E s – ss – s – z – xc – ç
Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 000000950

Questão 50 Funções da linguagem

Quando a intenção do emissor está voltada para a própria mensagem, quer na seleção e
combinação das palavras, quer na estrutura da mensagem, com as mensagens carregadas de
significados, temos a função de linguagem denominada
A fática.

B poética.

C emotiva.

D referencial.

E metalinguística.
Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 00000094 7

Questão 51 Português Ortograf ia

Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafadas corretamente.

A cotelaria - majestade - giló - continue - viajem

B miçanga – dansar – ganço - possues - cafajeste

C chuchu – pajem – exceção - escárnio - atravéz

D cachimbo – capixaba – caxumba - coturno - vicissitude

E esteriótipo – analisar – catalizador - gesso - entopir


Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 00000094 4

Questão 52 Partículas que e se

Identi que a alternativa correta quanto à classi cação das palavras em negrito e sublinhadas, na
ordem em que aparecem, presentes no trecho de O Apólogo, de Machado de Assis:

“Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si,
para não andar atrás dela.” [...]

A conjunção integrante, conjunção integrante, conjunção final.

B conjunção integrante, conjunção integrante, pronome relativo.

C conjunção condicional, conjunção causal, conjunção integrante.

D pronome relativo, conjunção integrante, conjunção integrante.

E conjunção condicional, pronome relativo, pronome relativo.


Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 00000093 2

Questão 53 Flexão verbal Verbos Correlação de tempos e modos

“Nunca escreva um anúncio que você não gostaria que sua família lesse. Você não contaria
mentiras para a sua própria esposa. Não conte para minha.” (David Ogilvy)

Assinale a alternativa correta quanto ao emprego das formas verbais.


A Caso a autor da frase preferisse usar o pronome tu, as formas verbais corretas seriam,
respectivamente, escrevas, gostarias, lesses, contarias, conteis.

B Os verbos escreva, contaria e conte estão sendo usados no pretérito perfeito do


indicativo.

C Se autor tivesse escolhido o pronome nós, as formas verbais corretas seriam,


respectivamente, escrevemos, gostaríamos, lesses, contaríamos, contamos.

D Os verbos gostaria e lesse estão sendo usados, respectivamente, no futuro do pretérito


do indicativo e no pretérito imperfeito do subjuntivo.

E Os verbos escreva e conte, se conjugados no imperativo afirmativo, na terceira pessoa


do plural, teriam, respectivamente, as seguintes formas: escrevais e conteis.
Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 00000093 1

Questão 54 Verbos Português

Marque a alternativa em que há um verbo essencialmente pronominal.


A “Por dentro, sentia-se diferente, ...” (linha 3)

B “Santos doía-se de ser um objeto aos olhos de Dona Laurinha.” (linha 8)

C “Não propriamente em queixar-se, mas em alegar que ia mal.” (linha 12)

D “...quando ele anunciou que ia internar-se no hospital...” (linha 22)

E “Dona Laurinha preocupou-se.” (linha 39)


Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 0000008 17

Questão 55 Português Classes de palavras

“A pessoa a que me refiro não é esta” (linha 51)

A alternativa que classifica corretamente a palavra sublinhada é

A artigo definido

B preposição

C conjunção

D palavra expletiva

E pronome
Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 0000008 16
Questão 56 Português Classes de palavras

No trecho, “Por falta de lhos, os dois viveram demasiado perto, sem derivativo” (linha 6), o
termo sublinhado pode ser classificado morfologicamente como

A substantivo

B adjetivo

C advérbio

D verbo

E conjunção
Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 0000008 06

Questão 57 Relações de sinonímia e antônímia


“Começou a fatigar-se com a importância que o reumatismo assumira na vida do marido.” (linha
21)

A palavra sublinhada indica um estado de

A fastio

B enjoo

C arrepio

D distração

E desconfiança
Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 0000008 05

Questão 58 Português Partículas que e se


Considere as palavras destacadas no período a seguir:

“Começou a fatigar-se com a importância que o reumatismo assumira na vida do marido. E não se
amolou muito quando ele anunciou que ia internar-se no hospital Gaffré e Guinle...” (linha 21)

Elas introduzem, respectivamente, orações

A subordinada adjetiva restritiva e subordinada substantiva objetiva direta.

B subordinada adjetiva explicativa e subordinada substantiva subjetiva.

C subordinada adverbial causal e subordinada adjetiva explicativa.

D subordinada substantiva subjetiva e subordinada adverbial consecutiva.

E subordinada adjetiva restritiva e subordinada substantiva completiva nominal.


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Questão 59 Relações de sinonímia e antônímia

Marque a assertiva INCORRETA.

A Custas só se usa na linguagem jurídica para designar despesas feitas no processo.


Portanto, não devemos dizer: "As filhas vivem às custas do pai".

B A princípio significa inicialmente, antes de mais nada: Ex.: A princípio, precisamos


resolver as questões dos jogos olímpicos. Em princípio quer dizer em tese. Ex.: Em
princípio, todos concordaram com minha proposta.

C Megafone; porta-voz, amplificador do som nos aparelhos radiofônicos são sinônimos de


auto-falante, e não alto-falante.

D Alface é substantivo feminino. Então dizemos “a alface”.

E A palavra “ancião” tem três plurais: anciãos, anciães, anciões.


4 000004 13 2

Questão 60 Norma culta e oralidade

O item que está de acordo com a norma culta é:


A Hoje, finalmente, reavejo meus pertences roubados.

B A embaixada inclue todos os dados do imigrante em seu sistema.

C O chefe da empresa interviu no processo administrativo.

D Ele espera que eu coza todos os alimentos nesta panela de barro.

E Quando eu ver a sua secretária, darei o recado.


4 000004 127

Questão 61 Norma culta e oralidade


De acordo com a norma culta da nossa língua, que período pode ser considerado correto?

A A imigração obedece a regras restritas em todos os países.

B Não conseguindo salvar minha família, preferia à morte.

C Informei-lhe de todas as opiniões.

D Muitos japoneses preferiam mais o trabalho em terras estrangeiras do que a pobreza em


seu país.

E Esquecia sempre dos compromissos de campanha.


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Questão 62 T ipos textuais Interpretação de texto Interpretação de texto jornalístico

Sobre o texto “Rio: uma cidade plural já em 1808”, podemos afirmar que é uma:
A descrição da paisagem natural da cidade do Rio na época da chegada da família real
portuguesa.

B narrativa sobre hábitos e convivências dos habitantes do Rio no ano de 1808.

C narrativa sobre o relacionamento dos cariocas na época da chegada da família real no


Brasil.

D narrativa sobre o “Padre Perereca”. É dele o relato de todo o texto, como podemos
comprovar na linha 25.

E abordagem sobre a desordem urbana encontrada na época, tal como a falta de limpeza
das vias públicas do Rio de Janeiro.
4 000004 119

Questão 63 Flexão verbal Verbos

Leia o fragmento que segue e responda a questão.

“Domina, se vive;
Se morre, descansa
Dos seus na lembrança,
Na voz do porvir.
Não cures da vida!
Sê bravo, sê forte!
Não fujas da morte,
Que a morte há-de vir!”

A alternativa que apresenta o verbo conjugado no mesmo modo, tempo, pessoa e número que
os destacados no sexto verso da estrofe acima é:

A “Hás de ficar sem tua régia crista!”

B “Hei de ensopar meu triunfante bico.”

C “Vem beber excelente estilo.”

D “Vinde, ó filhas do oco do pau.”

E “Ide já procurar-me a bandurra.”


4 00000068 7

Questão 64 Português Classes variáveis Ortograf ia

Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas da frase abaixo.


Não se contabilizou a quantia ___________, mas, como os gastos foram __________,
solicitamos que os preços sejam ______________.

A dispendida – escessivos – discriminados

B despendida – essessivos – discriminados

C dispendida – excessivos – descriminados

D despendida – excessivos – discriminados

E despendidas – ecessivos – descriminados


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Questão 65 Verbos Signif icação a partir de construções verbais Relações de sinonímia e antônímia

Leia o texto abaixo e responda à questão .

“O homem sério que contava dinheiro parou.


O faroleiro que contava vantagem parou.
A namorada que contava as estrelas parou
para ver, ouvir e dar passagem”

Considerando o sentido do verbo contar, em cada um dos versos acima, veri ca-se a presença
de

A sinonímia.

B antonímia.

C paronímia.

D metonímia.

E polissemia.
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Questão 66 Verbos Correlação de tempos e modos

Leia o trecho abaixo e responda à questão.

“Aceitemos o labéu, e corrompamos de cabeça erguida o idioma luso, na certeza de estarmos a


elaborar obra magnífica.”
(Monteiro Lobato, “A Língua Brasileira”)

Passando os verbos, acima sublinhados, para a 2ª pessoa do plural e mantendo o mesmo modo,
tempo ou forma nominal, a alternativa correta é:

A aceitais, corrompais, estarvos

B aceite, corrompa, estáreis

C aceitai, corrompa, estarde

D aceites, corrompeis, estais

E aceitai, corrompei, estardes


4 00000054 8

Questão 67 Encontros consonantais Português

Assinale a alternativa em que todas as palavras apresentam encontros consonantais.

A atrás – clima – duplo – clave – sombra – piscina

B enchente – exceção – correio – psiquiatra – guerrear

C carrossel – montanha – cachorro – pneu – digno

D clima – czar – torno – pacto – tcheco – constar

E carta – letra – advento – obstáculo – cresça – excitar


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Questão 68 Verbos Sintaxe de concordância Português

Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas abaixo.

Tu ________ por caminhos tortuosos. Agora, apesar de cansado, __________ a sabedoria tão
__________; ________, pois, em nós, os teus conhecimentos!
A viestes – possuís – ansiada – asperge

B vieste – possui – ansiada – aspirja

C viestes – possuis – anciada – aspirja

D vieste – possuis – ansiada – asperge

E viestes – possuís – ansiada – aspirja


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Questão 69 Sintaxe de concordância Sintaxe do período simples Português

Assinale a única alternativa gramaticalmente correta.

A Jamais importunei-te nas tuas crises econômico-financeiras.

B Jamais te importunei em suas crises econômicas-financeiras.

C Jamais importunei-te em tuas crises econômicas-financeiras.

D Jamais te importunei em tuas crises econômicas-financeiras.

E Jamais o importunei em suas crises econômico-financeiras.


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Questão 70 Sintaxe de concordância Português Classes variáveis

Assinale a única alternativa em que a frase está de acordo com a norma culta.

A Na velha loja, alugava-se roupas usadas de todas as marcas.

B Esta música torna inesquecível todos os momentos felizes.

C Já faziam meses que eles não se encontravam.

D Quero dois guaranás o mais gelados possível.

E A quem pertence esses quadros tão valiosos?


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Questão 71 Verbos Português Ortograf ia

Assinale a única alternativa que completa corretamente as lacunas da frase abaixo. Cumpre-me
_____ coisas que se passaram _____ muitos anos e ______ você se esqueceu.
A informar-lhe das – a – das quais

B informar-lhe as – há – que

C informá-lo das – há – das quais

D informá-lo as – há – das quais

E informar-lhe das – à – que


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Questão 72 Português Pronomes ref erenciação

Leia o texto abaixo e, a seguir, responda o que se pede.

"Com que ânsia tão raiva


Quero aquele outrora!
E eu era feliz? Não sei:
Fui-o outrora agora."

(Cancioneiro, Fernando Pessoa)

O termo sublinhado no fragmento acima exerce a função de

A adjunto adverbial de modo.

B objeto direto.

C predicativo do objeto.

D predicativo do sujeito.

E adjunto adnominal.
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Questão 73 Sintaxe do período simples Português Classes de palavras

"Voltemos à casinha. Não serias capaz de lá entrar hoje, curioso leitor; envelheceu, enegreceu,
apodreceu, e o proprietário deitou-a abaixo para substituí-la por outra, três vezes maior, mas juro-
te que muito menor que a primeira. O mundo era estreito para Alexandre; um desvão de telhado
para as andorinhas."(Machado de Assis)

Leia as afirmações abaixo, retiradas do texto e, a seguir, responda o que se pede.


I - "curioso leitor "é um aposto.

II - Na oração "Voltemos à casinha" o verbo é intransitivo.

III - "juro-te que muito menor que a primeira." A palavra sublinhada é conjunção comparativa.

IV Em "deitou-a abaixo" e "juro-te" as palavras sublinhadas têm a mesma função sintática.

Em relação às afirmações acima, estão corretas

A II e IV

B I e II

C II e III

D III e IV

E I e IV
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Questão 74 Português Ortograf ia

Preencha os espaços com as palavras grafadas corretamente e marque a alternativa correta.

"Com____________ de uns poucos pro ssionais da música, ninguém percebeu a falta de


____________da orquestra durante o ____________ de sábado à noite."

A exceção - espontaneidade - concerto

B excessão - espontaniedade - concerto

C exceção - expontaneidade - conserto

D exceção - espontaniedade - concerto

E excessão - espontaneidade - conserto


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Questão 75 Encontros consonantais

TEXTO

MINHA ADOLESCÊNCIA

(Manuel Bandeira)
Assinale a opção em que todas as palavras contêm encontro consonantal:

A durante, curso, arquiteto, tosse, abismo

B Brucutu, emagrecimento, febrinha, sempre, simples

C Cinza, moléstia, primeiro, entre, trinta

D Milagre, engenheiro, carreira, praticamente, grande


4 00001178 4

Respostas:

1 C 2 B 3 B 4 E 5 C 6 D 7 C 8 D 9 B 10 C 11 E

12 D 13 D 14 A 15 C 16 A 17 D 18 D 19 C 20 A 21 A 22 A

23 D 24 D 25 A 26 A 27 A 28 A 29 A 30 C 31 C 32 D 33 B

34 C 35 B 36 E 37 A 38 C 39 D 40 E 41 B 42 E 43 B 44 D

45 D 46 A 47 A 48 E 49 C 50 B 51 D 52 B 53 D 54 C 55 B

56 C 57 A 58 A 59 C 60 D 61 A 62 B 63 C 64 D 65 E 66 E

67 D 68 D 69 E 70 D 71 C 72 D 73 C 74 A 75 B

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