Este documento resume um capítulo sobre como cultura influencia empresas e vice-versa. Discutem-se como ideologias e valores culturais podem determinar a estrutura e sucesso de empresas. Também analisa como a cultura japonesa valoriza obediência sem desmerecer individualismo, e o papel do administrador de avaliar a cultura interna e integrar valores de membros da organização.
Este documento resume um capítulo sobre como cultura influencia empresas e vice-versa. Discutem-se como ideologias e valores culturais podem determinar a estrutura e sucesso de empresas. Também analisa como a cultura japonesa valoriza obediência sem desmerecer individualismo, e o papel do administrador de avaliar a cultura interna e integrar valores de membros da organização.
Este documento resume um capítulo sobre como cultura influencia empresas e vice-versa. Discutem-se como ideologias e valores culturais podem determinar a estrutura e sucesso de empresas. Também analisa como a cultura japonesa valoriza obediência sem desmerecer individualismo, e o papel do administrador de avaliar a cultura interna e integrar valores de membros da organização.
Discente: Bernardo Almeida Oliveira Novaes Data: 10/12/2023 RESENHA CRÍTICA REFERÊNCIA: MORGAN, Gareth. IMAGENS DA ORGANIZAÇÃO. p. 136-176
Esse capítulo é centrado na ideia de como as empresas influenciam a cultura e como a
cultura influencia as empresas. Para provar o primeiro ponto, o autor mostra como que a vida cotidiana ocidental moderna está centrada no trabalho, uma condição incomum em outros momentos históricos ou em outras civilizações. Para demonstrar de que maneira a cultura influencia as empresas (um assunto de maior valia para administradores do que aos sociólogos), o autor apresenta diversos casos onde o sucesso, o fracasso e a estrutura de empresas são moldados por aspectos culturais. A cultura é definida, segundo Hegel, pela unidade de criação de uma sociedade. Apenas pela definição de organização como um conjunto de pessoas com um objetivo mútuo, é possível perceber que ela não poderia existir sem uma mínima unidade de criação. O autor diz que o papel do administrador não é inventar “do nada” uma cultura para a empresa, pois a cultura mais se assemelha a um organismo vivo que deve ser cuidado ao longo de um grande processo, não se adequando à escala de tempo e controle individual que uma engenhoca humana poderia requerer, uma vez que “a natureza não faz saltos” (natura non facit saltus). O autor ressalta alguns aspectos culturais que podem determinar a estrutura de uma empresa, dentre eles, a ideologia assume um papel de suma importância. Num primeiro momento, ideologias mais críticas e revolucionárias podem parecer terminantemente incompatíveis com as estruturas empresariais, porém, é possível aproveitar o potencial de seus sequazes em oferecer feedbacks negativos, que são de muita importância para as empresas. No livro “Duna”, de Frank Herbert, o “Imperador-Deus” Leto Atreides convocava ex-insurgentes revolucionários para o seu governo justamente por sua capacidade de expressar livremente os problemas encontrados em sua tirania. Aristóteles diz no seu livro “Ética à Nicômaco” que a política, por buscar o bem geral, é a ciência por excelência, tendo papel de destaque sobre todas as outras, por seus objetivos estarem sujeitos ao objetivo político do bem geral. O homem, por ser um animal político, precisa ter claro que esse bem geral pode ser alcançado numa organização, de modo que as outras atividades e recompensas possíveis estejam naturalmente subordinadas a esse bem. Por mais que a política busque o bem geral, algumas ideologias vêem o bem geral de formas às vezes mutuamente exclusivas. Creio que a ideologia que se prova menos benéfica às organizações seja o marxismo pois é nutrida uma diferenciação irreconciliável entre os interesses do patrão e dos funcionários, além de suscitar inveja e ressentimento. Um aspecto importante salientado pelo autor é como que a cultura japonesa não desmoraliza a obediência. A obediência diminui o senso de alienação e isolamento por lhe integrar estruturalmente em algo e é a característica de um povo não ressentido contra a autoridade, pois um povo que se vê como escravo está sempre ressentido e indignado com a obediência. A indignação, conforme exposta pelo psicólogo Paul Diel no livro “O simbolismo na mitologia grega”, é um sentimento que inibe a motivação e a evolução, por se basear na ideia de que eu estou certo e os outros estão errados, impedindo-o de aprender com eles. Como um exemplo de cultura que nutriu os valores do individualismo sem desmerecer a obediência, há os livros da escritora estadunidense Ayn Rand, no livro A Nascente, conta a história de um gênio da arquitetura que aceitou complacentemente ser expulso da universidade e passou a trabalhar em condições sub-humanas sem perder seu senso estético de amor à vida. No livro “A Revolta de Atlas” a autora ressalta a importância dos empreendedores ao especular imaginativamente sobre o que aconteceria com a humanidade caso todos os empreendedores entrassem em “greve”, interrompendo seus empreendimentos. De tal modo, é dado ao administrador o papel de avaliar a cultura de sua empresa, percebendo se os diálogos circulantes possuem como pressupostos algumas “dinamites culturais” que teriam o poder de transformar o trabalho mútuo numa impossibilidade. É preciso impedir as mentiras internalizadas na organização ao tornar os valores da empresa transparentes e aproveitar o potencial de cada bagagem cultural “personalizada” de cada membro da organização, pois como disse Sto. Agostinho “o vício e a virtude são feitos da mesma matéria”.