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A Criança submetida a cirurgia por

ORL
1. Antes da Cirurgia -Realizar Consulta de enfermagem, Visita ao hospital e sala
de operações; informar sobre período pré-operatório
2. No dia da Cirurgia ou dia anterior (conforme Protocolo serviço)
- Elaborar avaliação inicial e Plano de Cuidados
- Informar sobre cuidados pós-operatórios
AMIGDALECTOMIA

ADENOIDECTOMIA
Cuidados Pós – Cirurgia
É normal apresentar os seguintes sintomas:
 Hemorragia pouco abundante - Cuspir sangue em pequena quantidade no
primeiro dia; Vomitar sangue no dia da operação
 Dor de garganta
 Dor abdominal (o que pode significar ter deglutido sangue)
 Ter febre,
 mau hálito,
 fezes escuras,
 não ter vontade de comer,
 sono agitado ou sonolência
 formação de membranas esbranquiçadas na garganta

Período Pós Operatório Imediato


 Vigiar perda sanguínea (não deve tossir ou assoar nariz com força; deve evitar
esforços e andar ao sol)
 Monitorizar TA e Pulso de 2/2 h até estabilizarem;8/8h nas 24h seguintes
 Monitorizar FR,1 vez/turno nas 1ªs 24h
 Monitorizar Tax, 1vez/turno, nas 1ªs 24h
 Vigiar 1ª micção e dejeção
 Efetuar 1º levante do leito 12 h após intervenção cirúrgica
 Manter repouso relativo no leito
 Se tolerar alimentação, suspende soro e fica com cateter ev até à alta
 Cumprir os cuidados pós-operatórios específicos de cada cirurgia
 Efetuar/reforçar EPS sobre procedimentos pós-operatórios
 Alimentação – seguir protocolo

Padrão alimentar
O enfermeiro deve informar:

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 Nas 6 horas seguintes à cirurgia não deve comer ou beber
 Sobre a importância de evitar comer alimentos duros e irregulares (bolacha, pão,
arroz)
 Não ingerir líquidos avermelhados ou acastanhados
 De 6 a 8 horas pós a cirurgia deve ingerir: leite frio ou gelado, iogurte, caldo
passado, água, gelados
 Do 3º ao 6º dia pode comer: ovos mexidos, geleias, sumos não ácidos, papas,
compotas
 Do 6º ao 12º dia pode ingerir alimentos moles:peixe cozido sem espinhas, bife
raspado e puré de batata
 Reforçar informações sobre a alimentação e ingestão de líquidos (pós-
operatório)

Repouso/Exercício
 Repouso no leito no dia da operação em posição lateral ou ventral;
 Não andar ao sol;
 Repousar em casa, durante 4 dias depois da operação, e sem fazer esforços
físicos até ao 8º dia de pós-operatório

Prevenção de Infeções
 Evitar ambientes fechados, correntes de ar, e frio
 Não tocar a zona da ferida
 Não deve limpar a garganta logo a seguir à operação
 Lavagem das mãos: antes e depois de comer, depois de brincar ou de ir à casa de
banho, importante que as visitas e os pais lavem as mãos sempre que estiverem
com a criança

A CRIANÇA SUBMETIDA A MIRINGOTOMIA


COM TUBOS DE VENTILAÇÃO
Período Pós – Operatório
Podem surgir os seguintes sintomas:
 Hemorragia pouco abundante
 Febre ligeira
 Infeção
A criança submetida a miringotomia com tubos de ventilação – Pós - Operatório
• Falar calmamente e em tom baixo
• Antes de tomar banho deve colocar os protetores auriculares
• Não pode entrar água nos ouvidos durante 6 a 12 meses (conforme critério
médico)
• Não pode fazer natação, nem dar mergulhos
• Ficar em casa durante 2 dias, não fazer esforços físicos durante 8 dias
• Pode fazer dieta geral em casa

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A Criança e a Cirurgia
Importância da Preparação da Criança/família para a Cirurgia
A criança e os pais tem direito a uma informação adequada à sua compreensão
• Cirurgia programada – a criança é submetida a uma intervenção cirúrgica,
apos avaliação médica em consulta. O internamento é programado e a
criança/família são informados antecipadamente da data da cirurgia e dos
cuidados
• Cirurgia urgência – a criança é submetida a uma intervenção cirúrgica em
situação de urgência, após avaliação médica no SU

Fatores a considerar no programa de preparação para a cirurgia


1. A idade/desenvolvimento da criança, particularmente o nível de
compreensão;
- Os limites da idade variam entre os 4 e os 7 anos;
- A preparação da criança com idade inferior a 4-5 anos deve ser
essencialmente dirigida aos pais
Não existe consenso quanto à idade a partir da qual a preparação deve ser dirigida à
criança
2. As experiências prévias de internamento e cirurgia - podem exacerbar ou
atenuar o medo
Independentemente da qualidade das experiências a criança beneficia sempre com uma
preparação para a cirurgia/procedimentos
3. O tipo de cirurgia: Urgência ou Programada
Tanto numa situação como noutra, é necessária uma preparação operatória
individualizada, bem como escutar com atenção o que as crianças/adolescentes/família
dizem, esclarecendo dúvidas e receios
4. Período de tempo que medeia entre a preparação e a cirurgia
- A situação deve ser discutida com os pais;
- Disponibilizar folhetos e sugerir leitura de livros de histórias com crianças em
situações similares;
- Quanto mais nova for a criança, menor o tempo que deve mediar entre a
preparação e a cirurgia.

Situações que provocam stress e ansiedade na criança


Conhecer as situações provocadoras de ansiedade e stress, tais como:

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• Admissão ao hospital
• Exames complementares
• Medicação pré e pós-operatória
• O ato cirúrgico
• Transporte para o BO
• Anestesia
• Regresso do BO

Preparação Pré-Operatória da Criança/Família


Preparação psicológica da criança/ família
• A melhor preparação psicológica é proporcionar informação sobre os
procedimentos
• Responder às dúvidas e receios apresentados
• Entregar folheto informativo sobre ” Vou fazer uma cirurgia” (caso exista no
serviço)
ESTUDO PRÉ-OPERATÓRIO
• Identificação da criança
• Verificar exames auxiliares de diagnóstico (ter em conta alterações e prazos de
validade)
• Elaborar História Clínica de Enfermagem
• Avaliar e registar parâmetros vitais: (TA; Pulso, Frequência Respiratória,
Temperatura, Dor); comunicar alterações, tais como: febre, tosse, rinorreia
• Avaliar o peso
Jejum Pré-operatório
• Pausa alimentar de 6horas antes da cirurgia, ou segundo prescrição médica.
• Hidratar bem a criança, antes do inicio da dieta nula
Cuidados de Higiene
• Banho geral na véspera se cirurgia de manhã, ou no próprio dia se cirurgia à
tarde.
• Vestir adequadamente
Preparação da área operatória:
• Se indicação médica, por ex. tricotomia, enemas, limpeza e desinfeção local
Colocação de Fluidoterapia:
• Colocar em perfusão o soro conforme prescrito
• Quando não existir prescrição de soro, seguir protocolo de fluidoterapia:
Protocolo de administração de fluidoterapia
• Utilizar soro 210
• Proceder ao calculo do débito do soro, segundo o seguinte esquema:

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Cateterizar veia (aplicar EMLA pelo menos 1,5/2 horas antes)
O calculo da fluidoterapia é feito segundo o peso da criança
Por ex: uma criança com 45 KG
• 10Kg x100 ml= 1000 ml
• 10Kgx 50 ml = 500 ml
• 25 Kg x 20 ml = 500 ml
• Total = 2000 ml/dia
• 2000 ml: 24 horas = 83.3 =3 ml/h
- Retira pulseira eletrónica, verniz, próteses, adornos ou outros objetos metálicos antes
da ida para o BO
- Estimular a criança a urinar- registar características e hora da ultima micção
- Efetuar ensino sobre cuidados pré-operatórios (jejum, colocação de fluidoterapia,..)
- Iniciar ensino sobre cuidados pós-operatórios ( de acordo com a cirurgia)
RELAXAMENTO E DISTRACÇÃO
• Administrar terapêutica pré-anestésica
• Colocar a criança em sala calma e com distração
• Incentivar e favorecer a presença dos pais
SEGURANÇA
• Não deixar a criança sozinha, incentivando os pais a acompanhá-la ao BO
• Confirmar nome/diagnóstico da criança com o pessoal do BO e com o processo
• Permitir que os objetos significativos acompanhem a criança
• Dar explicações e responder de forma clara e precisa a todas as perguntas da
criança, por forma a minimizar a ansiedade

PREPARAÇÃO PARA O PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO


PREPARAR CONVENIENTEMENTE A UNIDADE:
• Manter a cama aquecida
• Ambiente obscurecido e sem ruídos
• Verificar se o aspirador de secreções, esfingnomanómetro, sistema de O2 estão
funcionais
Cuidados de Enfermagem Gerais
VERIFICAR CONDIÇÕES HEMODINAMICAS
Avaliar sinais vitais:
• 15-15 mn – 1ª hora

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• 30 -30 mn – 2ª hora
• 1 – 1 hora –até estabilizarem

AVALIAR OS EFEITOS DA ANESTESIA


• Hipotensão
• Hipo ou Hipertermia
DESPISTAR SINAIS DE CHOQUE
• Avaliar o estado de consciência
• Pele húmida, pálida, fria
• Hipotensão
• Hipotermia
• Pulso fraco, impercetível,taquicardico
• Respiração superficial e fraca
VERIFICAR O LOCAL DA CIRURGIA
• Vigiar penso, drenos, tracções
• Vigiar e avaliar perdas sanguíneas,
PREVENIR COMPLICAÇÕES
• Posicionamento lateral
• Ensinar a criança a tossir e a respirar profundamente
• Ensinar a criança a comprimir com as mãos o local da cirurgia
• Logo que possível, fazer o 1º levante (na maior parte das vezes 24 horas após,
salvo outra indicação)
HIDRATAR A CRIANÇA
• Manter dieta nula até a criança estar bem acordada e seguir as prescrições
médicas
• Deve iniciar alimentação por dieta liquida em pequenas quantidades e progredir
para mole e depois própria para a idade, de acordo com a tolerância da criança,
tipo de cirurgia e prescrição médica
AVALIAR ELIMINAÇÃO VESICAL
• Vigiar fralda
• Vigiar globo vesical
• Incentivar a urinar quando acordada
ATENDER À NUTRIÇÃO
• Auscultar sons abdominais (cirurgia abdominal)
• Registar transito intestinal
• Administrar e vigiar dieta prescrita
PROPORCIONAR CONFORTO E PREVENIR DOR

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• Posicionar a criança confortavelmente
• Estimular a presença dos pais
• Evitar o desconforto da dor (avaliar dor e administrar analgésico prescrito);
utilizar estratégias não farmacológicas

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