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CANDIDIASE

- Agente etiológico: cândida spp (90% cândida albicans – restante por cândida glabrata).
- Fisiológica em 20 a 25% das mulheres (por isso não se trata assintomática).
- NÃO é uma IST (não trata parceiro), ou é fisiológica ou atinge a vagina pelo TGI > reto > períneo > vagina.
- Fisiopatologia: supercrescimento de cândida, associado a invasão das células epiteliais urogenitais.
- Fatores de risco: DM mal controlado, uso recente de ATB, hiperestrogenismo (gestação), imunossupressão, ACO e DIU (controverso), uso
de inibidores de SGLT-2.
- Quadro clínico: prurido, irritação, queimação, disúria, piores antes da menstruação.
- Exame físico: eritema de vulva e vagina, escoriações/fissuras vulvares, corrimento.
- Corrimento: branco, espesso, aderido as paredes vaginais, inodoro, pH 4 – 4,5 (normal – não há redução de lactobacilos).
- Teste de aminas: negativo (positivo em vaginose e tricomoníase).
- Exame à fresco: hifas, pseudo-hifas e esporos.
- Coleta de cultura: se persistência ou recorrência dos sintomas, pois pode ser uma candia não albicans, não ser candidíase, pode ser
resistente ao tratamento.
- Diagnóstico diferencial (prurido e pH normal): líquen escleroso ou plano, dermatite de contato.
- Tratamento: APENAS se sintomática, fluconazol, VO, 150mg/dose única OU miconazol 2%, via vaginal, por 7 dias (mais frequente), pode
ser usado com amamentação, se gestante tratamento tópico via vaginal (fluconazol pode ser deletério) com miconazol, nistatina, clotrimazol.
- Infecção complicada (indica tratamento): > 4 episódios ano, sintomas severos, infecção por cândida não albicans, imunossupressão, DM
mal controlada, gestação.
- Tratamento (complicada): fluconazol 150mg, VO, 1 cp/72h, com 2 a 3 doses (dobra o triplica a dose de tto não complicado).
- Candida glabrata: ácido bórico, via vagina, 600mg/noite, por 14 dias.
- Homem: prurido, queimação, hiperemia na glande após relação sexual.
- Tratamento: banho e corticoide tópico após relação sexual e erradicar cândida da parceira.
- Recorrência (> 4 episódios ao ano): fluconazol, 150mg, VO, com indução (1cp/72h/3doses) e manutenção (1cp/semana/6meses).

TRICOMONÍASE
- Agente etiológico: trichomonas vaginalis, protozoário.
- É uma IST, infecção por relação sexual, TRATAR parceira.
- Fisiopatologia: o protozoário infecta o epitélio escamoso do trato urogenital (vagina e uretra, colpite é mais raro).
- Microscopia: microrganismos arredondados, flagelados e móveis.
- Rastreio: se HIV ou risco aumentado – profissionais do sexo, múltiplos parceiros ou outras IST’s.
- Quadro clínico: 70% assintomática, corrimento, prurido, dor em baixo ventre, sangramento pós coito (sinusorragia), dispareunia, disúria,
urgência urinária, que se acentuam durante a menstruação.
- Especular: eritema vulvovaginal, corrimento, colpite/cervicite.
- Corrimento: amarelo esverdeado, bolhoso, odor fétido, grande quantidade, pH > 4,5.
- Colo em framboesa, indicando colpite.
- Teste de Schiller o colo adquire aspecto tigroide, aplicação de lugol no colo do útero, áreas que não coram são as alteradas.
- Teste de aminas positivo: secreção adquire cheiro de peixe podre ao pingar hidróxido de potássio (KOH 10%).
- Exame à fresco: protozoário flagelado se movendo.
- Tratamento (inclusive assintomático): metronidazol, 500mg, VO, 12/12, por 5 a 7 dias OU 2g, VO, dose única, abstinência sexual até o
término do tratamento E resolução dos sintomas NÃO USA TÓPICO (se usar, apenas para controle sintomático local).
- Metronidazol: não consumir álcool (reação tipo dissulfiram – náusea, vômito e convulsão) POR 72 HORAS, seguro para gestante.

VAGINOSE
- Fisiológico: microbiota normal com predominância de lactobacillus (gram positivos), que inibem a proliferação de outras bactérias pela
produção de peróxido de hidrogênio, com pH 4 a 4,5 (liberação de ácido lático, tornando o pH ácido).
- Patológico: redução das espécies de lactobacilus, sendo substituídos por cocobacilos (gram negativos aeróbicos), com aumento de 100 a
1000x, sendo fisiológicos na microbiota, principalmente por Gardnerella vaginalis (mobiluncus, clostridiales, prevotella, bacteroides).
- Os anaeróbios produzem enzimas que lisam os peptídeos vaginais em aminas, causando odor fétido.
- VaginOSE, pois não há sinais de inflamação.
- NÃO é uma IST.
- Fatores de risco: ducha vaginal, tabagismo.
- Quadro clínico: branco acinzentado, fluido, homogêneo, odor fétido, colo sem colpite, sem corrimento, com piora após menstruação,
relação sexual.
- Padrão ouro diagnóstico: critérios de Nugent (coloração de gram) – 0 a 3 normal, 4 a 6 flora alterada e acima de 7 vaginose.
- Critério de Amsel: avalia a presença de corrimento branco acinzentado, fluido, homogêneo, ph vaginal > 4,5, teste de aminas positivo,
presença de células alvo (positivo se 3 critérios).
- Presença de células alvo: células epiteliais cujas bordas estão repletas de cocobacilos, fazendo com que fiquem mal delimitadas.
- Tratamento: metronidazol, 500mg, VO, 12/12, por 7 dias OU via vaginal, 100mg/g (10%), aplicador via vaginal, por 5 dias.
- Efeitos adversos metronidazol sistêmico: gosto metálico e intolerância gastrointestinal.
- Tratamento clindamicina: 300mg, 12/12, por 7 dias OU 100mg/g, via vaginal, por 5 dias.
- Efeitos adversos clindamicina: colite por clostrides e candidíase vulvovaginal.
- NÃO se trata assintomáticas e nem parceiro.
- Tratar gestantes assintomáticas, pelo risco de parto pré-termo.

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