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ODONTOPEDIATRIA II – 6P

ODONTOPEDIATRIA II – 6P

Completo
Por: Maysa Lira de S. Ferreira

Proprietário da Apostila: ______________________________________________

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ODONTOPEDIATRIA II – 6P

CONTEÚDO

ANESTESIA NA ODONTOPEDIATRIA 3. Componentes


4. Placa ativa
1. Aspectos psicológicos
5. Placa passiva
2. Choro
6. Acrilização
3. Cuidados HÁBITOS BUCAIS DELETÉRIOS
4. Aspectos anatomofisiológicos
1. Tríade de Graber
5. Anestésicos locais 2. Hábitos
− Formulação química − Sucção Não Nutritiva
− Vasoconstrictores  Aleitamento Materno
 Confusão dos Bicos
− Quantidade de tubetes
 Considerações na Recomendação do Uso da
6. Cálculo
Chupeta
7. Anestesia tópica
 Remoção do Hábito
− Técnica − Uso Prolongado de Mamadeira
8. Anestesia infiltrativa  Técnica da motivação e do reforço positivo

− Técnica − Deglutição Atípica

9. Anestesia regional pterigomandibular  Com Pressão Atípica da Língua


 Com Pressão Atípica de Lábio
− Indicações
− Respiração Oral
− Relações anatômicas
− Hábitos Posturais
− Técnica − Bruxismo
10. Acidentes e complicações − Onicofagia
11. Conclusão − Postura
ETIOLOGIA DAS MÁS OCLUSÕES RADIOLOGIA NA PEDIATRIA

1. Introdução 1. Abordagem Psicológica


2. Classificação 2. Medidas De Radioproteção
− Extrínsecos 3. Tipos De Filme

− Intrínsecos 4. Técnicas Intra Orais


− Periapical
APARELHOS REMOVÍVEIS
− Interproximal
1. Introdução − Bite Wing
2. Vantagens e desvantagens − Oclusal Anterior

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− Mannkopf − Virais
5. Modificações  Gengivoestomatite Herpética Aguda
− Periapical na Região de Molares Decíduos  Aids
− Bite Wing  Doença das "Mãos, Pés e Boca"
6. Técnicas Extra Orais  Outras Virais (caxumba, sarampo e rubéola)
− Panorâmicas − Fúngicas
− Lateral de Fazzi  Candidíase Pseudomembranosa
7. Protocolo da Clínica Infantil da Asces:  Papiloma
− Panorâmica  Hemangioma

− Arco Decíduo Tipo I de Baume


− Arco Decíduo Tipo II de Baume
− Dentição Mista
Dentição Permanente

ESTOMATOLOGIA NA PEDIATRIA

1. Exame Clínico
2. Alterações no Recém-Nascido
− Nódulos de Bohn, Pérolas de Epstein, Cistos da
Lâmina Dentária
− Doença de Riga-Fede
− Epúlide Congênita
− Anquiloglossia
− Fissura Labial
3. Alterações não Patológicas na Língua
− Língua Fissurada
− Língua Geográfica
4. Lesões com Retenção de Líquido
− Cisto de Erupção
− Mucocele
− Rânula
5. Lesões Ulcerativas
− Úlcera Traumática
6. Doenças Infecciosas
− Bacterianas
 Perioslite Proliferativa (Osteomielite de Garré)
 Escarlatina

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ANESTESIA EM Deve ser realizado um condicionamento voltado
para esse procedimento e conhecendo as
ODONTOPEDIATRIA características emocionais da criança já

A anestesia local tem sido um excelente método devemos nos preparar, caso ela seja

auxiliar do tratamento dentário em crianças. A acostumada a reações exagerada.

eliminação das causas que possam provocar Antes e durante todo o procedimento deve-se
dor, por meio da anestesia, tem contribuído para conversar bastante com a criança, contando
o sucesso clínico, minimizando grande parte das alguma história ou algo que ela goste para ir
dificuldades que possam existir durante o distraindo-a.
tratamento odontopediátrico, tanto para o
CUIDADOS
paciente como para o profissional.
Verificar o estado geral de saúde da criança;
Precisamos estar atentos:
 Cardiopatas, diabéticos, alérgicos;
 As reações emocionais das crianças para
amenizar o desconforto e dar  Pacientes que tomam medicações
tranquilidade controladas;

 As modificações de algumas técnicas  IMPORTANTE: o paciente não deve estar em

 As orientações antes e após o jejum

procedimento Observando-se esses cuidados nos deparamos


com:
ASPECTOS PSICOLÓGICOS
 Técnicas fáceis
Necessário de acomodar a criança,
 Porcentagem de insucesso pequena
Inicia com um tratamento/procedimento mais
simples, que geralmente não precisam de  Baixa incidência de morbidade
anestesia
ASPECTOS
As crianças podem reagir diferente aos mesmos ANATOMOFISIOLÓGICOS
estímulos, uma pode gritar, se assustar, enquanto
Relações Anatômicas
outra pode se controlar.
Porosidade Maior: maior dissipação do
Procurar saber se tem experiência anterior com
anestésico
anestesia ou nunca foi anestesiado

CHORO

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 Tem uma difusão maior, porém, ao primeiro molar permanente e 10 mm atrás do

mesmo tempo possui um tempo de plano anterior do trígono retromolar

duração diminuído  O ramo ascendente da mandíbula da criança é


mais curto em relação ao ramo horizontal.
Menor Calcificação
 De 10 a 16 anos de idade: 5 mm acima do plano
A técnica para o bloqueio do nervo dentário oclusal e 12 mm atrás do plano anterior do
inferior é praticamente idêntica para adultos e trígono
crianças, mas existem algumas variações
 Acima de 16 anos de idade: as relações são
anatômicas que levarão a pequenas adaptações progressivamente iguais às do adulto, ou seja, 10
propriamente ditas, como: mm acima do plano oclusal e 14 mm posterior
ao trígono retromolar.
 O ramo ascendente da mandíbula da criança é
mais curto em relação ao ramo horizontal do ANESTÉSICOS LOCAIS
que no adulto
 São fármacos utilizados temporariamente para
 O diâmetro anteroposterior do ramo é menor na
bloquear condução dos impulsos nervosos,
criança
levando à perda ou diminuição sensibilidade
 Quanto mais jovem a criança, mais aberto é o
dolorosa.
ângulo goníaco
Os anestésicos locais agem por bloqueio
 A linha oblíqua interna raramente está́ presente
temporário da condução do impulso nervoso por
 A espinha de Spix ou língula, na criança bem
um mecanismo de ação pouco conhecido, o qual
jovem, pode estar situada abaixo do plano
estabiliza a membrana da fibra nervosa,
oclusal dos molares decíduos e a uma distância
da mucosa, que corresponde,
impedindo a sua despolarização e consequente
aproximadamente, à metade da do adulto, no propagação do impulso nervoso.
sentido anteroposterior. Com a idade, a espinha
de Spix ou língula recua e sobe.
Formulação Química
Os anestésicos locais podem ser classificados de
acordo com sua estrutura química, em dois
grupos:

Ésteres Procaína e benzocaína

Em média, segundo Mugnier, as alterações Amidas Lidocaína, mepivacaína, prilocaína


e articaína
clínicas são:
Vasoconstritores
 6 a 10 anos de idade: a espinha de Spix situa-se
aproximadamente no nível do plano oclusal do

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Epinefrina: vasoconstritor potente, sua toxicidade Bebês até 3 anos: 1 tubete
sistêmica mostra-se baixa, sendo pouco comuns
Até 6 anos: 2 tubetes
as reações a essa droga, desde que sejam
respeitadas a dose e a forma de administração. A partir de 6 anos: 3 tubetes

Está contraindicada a pacientes hipertireoidicos Em Odontopediatria, pode-se indicar:


e cardiopatas
 Solução de lidocaína a 2% com epinefrina.
Norepinefrina: apresenta menos atividade
 Contraindicação de epinefrina: solução de
vasoconstritora e menos duração do efeito
prilocaína a 3% com felipressina (octapressin)
quando comparada com a epinefrina. Está
contraindicada a pacientes hipertireoidicos.  Deve-se evitá-la em crianças portadoras de
anemia, pois haverá risco de metamoglobinemia.
Octapressina: vem substituindo os
vasoconstritores adrenérgicos, desde que esteja CÁLCULO

associado a um anestésico de base forte.

Fenilefrina: atividade vasoconstritora periférica


inferior à da epinefrina. Não tem demonstrado
alterações cardíacas indesejáveis

Atenção

Associação dos anestésicos com drogas


vasoconstritoras (retarda a absorção do
anestésico local) trazendo as seguintes ANESTESIA TÓPICA

vantagens: Secar -> põe o tópico -> fricção -> observa se a

 Reduz a toxicidade do anestésico mucosa fica rugosa (está pronta)

Indica-se sempre o seu uso


 Aumenta sua duração
Deve ser utilizado antes de qualquer anestesia
 Possibilita o emprego de menores
infiltrativa e podem substituir a anestesia
volumes de anestésico
infiltrativa quando as raízes estão totalmente
 Aumenta a eficácia das soluções reabsorvidas e a coroa presa só por fibras. Dente
anestésicas. com grande mobilidade

Quantidade de Tubetes  Não é indicado o spray


 Maneira utilizada por Renata

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 Não deve ser utilizado em úlceras ou 2. Distender os tecidos moles,
erosões, pois o poder de absorção será
3. O ponto de puntura é a região do fundo do
bastante aumentado, devido a abertura
vestíbulo, o mais próximo do ápice do dente a
recorrente nestas áreas
ser anestesiado.
Técnica 4. Inicialmente, não aprofundar muito, injetar um
1. Antissepsia da região pouco do anestésico, para ir dessensibilizando

2. Secar a mucosa as áreas aos poucos, à medida que for


aprofundando
3. Colocar o anestésico sobre a mucosa com
um rolete de algodão. 5. Se faz necessário anestesiar a lingual ou
palatina, mas antes de se fazer a puntura
4. Aguardar 2 minutos para se obter o efeito
nesses locais, devemos fazer uma anestesia
desejável.
intrapapilar.
ANESTESIA INFILTRATIVA 6. Quando a papila interdental do lado palatino
Indicada para os incisivos, caninos, molares ou lingual estiver anestesiada, poderemos
superiores, molares inferiores até os 5 anos fazer a puntura nessa região.
(graças a porosidade do osso) 7. Finalizando a anestesia, aguarda-se 5 minutos
Sempre tópico antes! para iniciar o procedimento operatório.

Cobrir a agulha, pois pode causar ansiedade ou  Deve-se explicar a criança os efeitos da
medo na criança. anestesia e a sensação de formigamento
que irá sentir, para que eles não se
Agulhas descartáveis extra curtas
assustem e se descondicionem.
Depositar anestésico lentamente, com pouca
ANESTESIA REGIONAL
pressão, evitando sua absorção rápida e
possíveis efeitos tóxicos. PTERIGOMANDIBULAR

Sendo o nervo dentário inferior o responsável


pela sensibilidade dos molares inferiores, e dadas
a espessura e condensação da cortical óssea
alveolar nessa região, o controle da sensibilidade
Técnica desses dentes é obtido por intermédio do
1. Anestesia tópica bloqueio anestésico regional.

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Indicada em molares decíduos inferiores. do ramo, lateral ao último molar, sente-se uma
depressão, a fossa retromolar, limitada
Observar relações anatômicas da cavidade
externamente pela linha oblíqua externa
bucal da criança como: ligamento
pterigomandibular, linha obliqua externa, Ponto de referência na anestesia mandibular, que
espinha de Spi ou língula e a relação dessas pode ser encontrada e palpada com facilidade
estruturas com o plano oclusal dos molares
Superfície oclusal dos molares inferiores: serve
decíduos.
como referência para se localizar a altura do
ponto de punção, o que é feito com o auxílio do
dedo indicador, palpando-se a linha oblíqua
externa. A metade da altura da unha
corresponde, aproximadamente, a uma
Indicações distância de 1 cm da superfície oclusal dos

Intervenções em todos os dentes inferiores molares. Esse ponto (metade da unha) indica o

decíduos e permanentes local da penetração da agulha.1

Intervenções no tecido ósseo e mucoso da Técnica


mandíbula e do lábio inferior. 1. Anestesia tópica

Relações Anatômicas 2. Preferimos a técnica direta, com agulha

Prega molar ou ligamento pterigomandibular: é curta

uma faixa muscular claramente perceptível, que 3. Direcionar a seringa entre o canino e o
une o último molar superior ao último molar primeiro molar do lado oposto ao que se
inferior e, ao contrário do que parece, está a deseja anestesiar
alguma distância do ramo ascendente. Atrás
dessa prega, encontra-se o músculo pterigoideo
mediai, que deve ser cuidadosamente evitado
durante a anestesia, de tal forma que a agulha
seja insinuada para fora da prega molar, em
4. Inclinar ligeiramente para baixo, pois na
direção ao osso
criança a língula está localizada abaixo do
Linha oblíqua externa ou borda anterior do ramo
plano oclusal
ascendente: situada para fora da prega molar.
5. Faz-se a puntura no espaço retromolar
Ao se colocar a polpa do dedo na face interna

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6. Ao introduzir a agulha já deposita algumas
gotas do anestésico, iniciando assim a
anestesia do nervo bucal por deposição
submucosa Fig. 1: Úlcera traumática e úlcera traumática infeccionada

7. Introduz a agulha um centímetro, deposita


um terço do contendo do tubete para
anestesiar o nervo lingual.
Fig. 2: Mordidas na bochecha após a anestesia
8. Introduz mais um centímetro, deposita o pterigomandibular. Na 2ª imagem, apresentam feridas na
pele causados por coceira na região após uma mesma
restante do anestésico para anestesiar o anestesia

nervo dentário inferior

 As explicações da sensação devem ser


dadas anteriormente.

Sensação de calor e formigamento da metade


do lábio inferior do lado anestesiado,
progredindo da comissura até a linha mediana.
Sensação de dormência profunda com
intumescimento do lábio. Na língua, surgem
formigamento e embotamento nos 2/3
anteriores.

 Para se verificar a efetividade da anestesia


desejada, deve-se tocar levemente a mucosa
da região de pré-molares, pois é nessa área
que emerge um dos ramos terminais do nervo
dentário inferior, ou seja, o ramo mentoniano.
Não havendo sensibilidade, estará confirmada
a anestesia

ACIDENTES E COMPLICAÇÕES

Úlceras Injeção Fraturas de


traumáticas intravascular agulha
Dores Trismo Equimose
Infecção local Reações
alérgicas

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Raças puras X raças com grande miscigenação

Aumento progressivo Miscigenação


É o estudo, a investigação e o diagnóstico das
causas de um fenômeno. Em Ortodontia refere- Tipo Facial Hereditário
se às causas das maloclusões. Observamos a relação altura e largura, se estão
coincidindo uma à outra
CLASSIFICAÇÃO
Braquifacial: é o paciente mais difícil para
Classificação de Graber
trabalhar. Cabeça larga e redondas
Extrínsecos: são fatores gerais, dificilmente
Dolicocefálico ou cabeça longa
resolvidos pelo profissional
Mesocefálico: forma intermediária
Intrínsecos (locais): são fatores mais diretamente
relacionados à cavidade oral e passíveis de
controle pelo CD.

Influência Hereditária No Padrão De Crescimento

Extrínsecos Consequências do padrão morfogenéticas final


Hereditariedade está sob a influência da herança. Uma criança
que tem erupção tardia, seus irmãos também
Existe um determinante genético definido que têm.
afeta a morfologia dentofacial, embora possam
As más oclusões de ordem esquelética (Classes
ser modificados pelo ambiente pré-natal. O
Il e III) Componente genético Antepassados
padrão de crescimento e desenvolvimento
possui um forte componente hereditário. Moléstias ou Deformidades Congênitas

Influência Racial Hereditária (miscigenação) Disostose Cleidocraniana


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Desordem esquelética rara. Possui um padrão de  Caracteriza-se pela falta de
herança genética autossômica dominante desenvolvimento dos tecidos de origem
ectodérmica e pela tríade: hipotricose
Suas principais alterações são: aplasia e
(pouco cabelo), hipo-hidratação (falta de
hipoplasia clavicular (bilateral 80%), atraso no
glândulas sudoríparas, caracterizando a
fechamento de suturas e fontanelas
pele extremamente ressecada),
Face braquicefálica, crânio aumentado,
aparência de senilidade e
proeminência frontal, baixa estatura
hipodontia/oligodontia/anadontia
 Aspectos Bucais Pela redução nas glândulas sudoríparas na
− Dentes supranumerários; infância quadros de hipertermia (febre com

− Atraso na esfoliação dos dentes decíduos; frequência), o que pode levar a problemas
neurológicos.
− Retardo na erupção dos dentes
permanentes;  Características Bucais:
− Erupção e/ou localização ectópica dos − Ausência total ou parcial de dentes
dentes; − Alteração de forma e tamanho de dentes
− Palato ogival, estreito/atresia do arco − Atraso na erupção dentária
− Dimensão vertical reduzida
− Terço inferior facial reduzido
− Maxilares poucos desenvolvidos
− Lábios protuberantes

A abordagem multiprofissional é um pilar


importante para o tratamento da doença,
envolvendo profissionais da área médica, Fissuras Labiopalatinas
odontológica, fonoaudiológica e apoio
Malformação craniofacial congênita de origem
psicológico.
poligênica, ou seja, um grupo de genes atua para
Displasia do Ectoderma determinar o fenótipo, interagindo com fatores
Grupo numeroso de distúrbios congênitos ambientais.
caracterizados por anomalias de duas ou mais
estruturas anatômicas derivadas do ectoderma,
como cabelos, unhas, pele, glândulas e dentes

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As agenesias dentarias interferem diretamente
na oclusão, podendo ocasionar: inclinação dos
dentes adjacentes e diastemas

Maior prevalência (3ºM, 2ºPMI e ILS)

Hábitos Bucais Deletérios – RESUMO EXCLUSIVO Geralmente são simétricas (bilateralmente)


DELES
Sucção não nutritiva Uso prologando de
mamadeira
Deglutição atípica Respiração oral
Hábitos posturais Bruxismo Microdentes e Macrodentes
Onicofagia
Micro: atinge principalmente os incisivos laterais
Intrínsecos superiores e terceiros molares. Susceptibilidade a
Anomalias Dentárias diastemas

De números: supranumerários e agenesia Macro: acomete principalmente incisivos e


caninos
De tamanho: macrodentes e microdentes

De forma: dentes conoides, cúspides extras,


geminação, fusão, molares em forma, dentes de
Hutchison Forma Conóide
Supranumerários São dentes menores que o normal, apresentam
Desenvolvimento de um número maior de forma de cone e são geralmente herdados
dentes, e os dentes adicionais são chamados de geneticamente.
supranumerários

Cúspides Extras

Representam cúspides extras quando


comparadas com a anatomia dentária normal.
Exemplos: Tubérculo de Carabelli, cúspides de
Bolk (tubérculos paramolares), cúspide em garra
– cúspide acessória em incisivos e caninos, dente
Ausência Dentais (agenesia) evaginado – cúspide acessória em pré-molares.
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Geminação Os freios labiais com inserção baixa,
normalmente causam diastemas entre os
Tentativa de um único germe dentário dividir-se,
incisivos e centrais. Sempre que estivermos
com a resultante formação de um dente com
diante de um diastema entre os incisivos centrais,
coroa chanfrada (dobra/ângulo) e, geralmente,
pesquisar qual causa etiológica. Pode ser: freio
uma raiz e um canal radicular em comum
Para melhor identificação e
labial, mésiodens, hábito, fator hereditário ou
diferenciação da geminação e fusão, ainda ausência de incisivos laterais.
a dica é contar os dentes adjacentes
ao que sofreu a alteração

Fusão

União de dois germes dentários normalmente Perda Prematura de Decíduos

separados, com a resultante formação de um Afeta na: fonação, deglutição, mastigação e


dente unido com confluência de dentina estética

Atuam como mantenedores de espaço e guia


para erupção dos permanentes.

 Consequências:
 A extração pode ser necessária para − Mesialização dos dentes posteriores
prevenir uma anormalidade na erupção
− Distalização dos anteriores
Ocasionalmente, a fusão na dentição decídua
− Extrusão dos antagonistas
está associada à ausência do sucessor
permanente subjacente

Molares em Forma e Dentes de Hutchinson

Molar em amora: molar com oito cúspides Dispositivos

Dentes de Hutchinson apresentam formas


diferenciadas e indicam a presença da forma
congênita da sífilis no organismo

Fig. 3: Perda prematura dos molares decíduos inferiores,


causando mesialização do primeiro molar permanente e
extrusão do antagonista. Necessidade da colocação
Freios Labiais e Bridas Mucosas imediata de um mantenedor de espaço que conserve o

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diâmetro mésiodistal e a altura cervicooclusal do elemento
perdido

Perda de Permanentes
A perda de qualquer elemento dentário
permanente provoca alterações no
posicionamento dos demais, estabelecendo uma
má-oclusão Fig. 5: Incisivo central superior com dilaceração entre coroa
e raiz, vista em uma radiografia panorâmica, em uma te/e
radiografia e após a exodontia
Retenção Prolongada de Decíduos
Via de Erupção Normal
Fatores etiológicos
Frequentemente os dentes têm sua -via de
− Falta de sincronia - rizólise e risogênese; erupção anormal por falta de espaço no arco
− Rigidez do periodonto; dental.
− Anquilose do dente decíduo Dentes que mais encontram dificuldades para a
erupção são os caninos superiores que ou ficam
retidos ou erupcionam por vestibular, e os 2° pré-
molares inferiores que ou ficam impactados ou
Fig. 4: Incisivos centrais decíduos retidos modificam a
cronologia normal da erupção dos permanentes. Como erupcionam por lingual
consequência, os laterais permanentes erupcionam com
inclinação para mesial impactando, por falta de espaço, os
centrais permanentes.

 Consequências
− Retardo ou desvio na erupção do dente
permanente;
− Modificações no perímetro do arco.
Fig. 6: Canino superior em infra-vestíbuloversão em
Erupção Tardia de Permanentes decorrência da falta de espaço no arco dentário.

Causada pela presença de um dente Anquilose Dentária


supranumerário, raiz de um dente decíduo, Alteração da erupção. União do cemento e/ou
barreira de tecido fibroso ou óssea. Como dentina com o osso alveolar
consequência pode ocorrer a dilaceração
Possivelmente advém de uma falha genética ou
radicular e perda do elemento dental,
congênita do ligamento periodontal e de trauma
principalmente nos superiores anteriores
oclusal com pressão excessiva durante a
mastigação

 Alterações Bucais

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− Inclinação dos dentes vizinhos Os traumatismos envolvendo os dentes decíduos
− Redução no comprimento do arco podem provocar:

− Impactação do sucessor permanente − Perda precoce


− Erupção ectópica − Afetar o germe dentário permanente,
causando desvios de erupção,
dilacerações radiculares e defeitos na
estrutura dentária.
Caries Dentais
Interproximais: redução do perímetro do arco

Medidas de prevenção e controle da cárie


dentária/extração precoce dos dentes decíduos

Restaurações Dentais Inadequadas


Ocasiona diminuição ou aumento do perímetro
do arco.

Origem em um dos seguintes fatores etiológicos,


ou da inter-relação entre eles:

1. Discrepâncias ósseas – entre maxila e


mandíbula
2. Discrepâncias dentais – entre o tamanho
dos dentes e dos maxilares
3. Desequilíbrio muscular – entre os
músculos da língua, lábio e bochecha
Acidentes e Traumatismos

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APARELHOS REMOVÍVEIS  Indicação: contenção após tratamento ou
mantenedores de espaço
INTRODUÇÃO

Os tratamentos em odontopediatria dividem-se e


diferem-se em:

1. Tratamento interceptativo – VANTAGENS E DESVANTAGENS


aparelhagem com o intuito de corrigir o
 Baixo custo
problema naquele momento;
 Confecção simples
2. Tratamento corretivo – aparelhagem fixa;
 Produzem forças intermitentes (auxilia no
3. Tratamento preventivo.
tempo de regeneração das células do
Aparelho removível possuem 3 grupos:
ligamento periodontal)
Funcional – utiliza de forças musculares. Mais  Podem ser utilizados durante as dentições
utilizado na área da Ortopedia decídua, mista e permanente

 Indicação: modificação do crescimento na  Aqui está sendo falado de QUALQUER

dentição mista aparelho removível, DEPENDENDO da


indicação
 Fácil higiene
 Aparelhos removíveis inferiores não são
Placa Ativa – utiliza de forças desencadeadas bem tolerados
pelo próprio aparelho. Aqui existem os tornos  Cooperação do paciente/pais
expansores  Perda e quebra frequente
 Movimentos limitados
 Indicação: movimento dentário limitado,
 Alteram a fonação
especialmente para expansão do arco, ou
 Podem ser de difícil retenção em
correção dental individual
determinados casos
COMPONENTES

Os principais elementos de retenção são:


Placa Passiva – contenção pós tratamento e grampos, arco vestibular e base acrílica
mantenedores

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1° corta um fio que vá até a região de molar →
acentua o fio para ficar uma parábola → depois
marca a linha média e a mesial do canino → na
mesial você vai com a parte quadrada do alicate,
Parte retentiva: grampos, o arco vestibular e a subir (fio virado para você) → após, “desce” com
base acrílica a parte redonda do alicate →vê o último contato
Parte ativa: origem da força (movimentos) - torno dos dentes e faz igual a molar (grampo de
expansor; Adams) → vai haver cruzamento e corta os
excessos
Parte de suporte: base do aparelho
Grampos
Placa Base
Adaptados aos dentes de ancoragem
Fornece sustentação e transmite força para
demais componentes do aparelho Utilizados para aumentar a retentividade dos
dentes
Pode ser estendida como plano de mordida
(parte que fica encapsulada)  Estender o grampo mais para baixo, quanto
mais longo melhor. Retenção da distal deve ser
voltada para a mesial. Não ficar colado no
palato, e sim rente a ele
Tipos
Arco de Hawley
Circunferencial em C (1º e 2º molar decíduos):
Aumenta a retentividade, mas não é fator único utilizado em primeiros e segundos molares
que garante essa retentividade decíduos, visto que tem uma conformação em

Estabiliza os dentes na região anterior que é aberto e abraça o colo do dente.

Pode ser utilizado para um movimento ativo


(mov. de vestibular para lingual)

 Ex.: o dente está vestibularizado, então é Interproximal (gota): utilizado entre pré-molares e
apertado na região de caninos, para molares, porém, tem maior utilização em região
“jogar” o dente mais para lingual de pré-molares.

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Adams (mais indicado em 1º molar permanente): amarrar o dispositivo no fio dental para não
indicado em primeiros molares permanentes ou correr o risco do paciente engolir.
semi-erupcionado, visto que passa por cima do
dente. Representa o grampo mais utilizado!

 Marcar onde termina entre um dente e


outro
PLACA ATIVA

Placa base Torno/parafuso/expansor

Expansão bilateral – através da ativação do


1° é realizado a retificação do fio → põe no parafuso que fica no meio
modelo e marca as cúspides vestibular mesial e
distal. → Após, com o alicate para moldar, realiza
o movimento de 90° + para dentro nas 2
marcações ficando como um U → Confere
onde é a marcação no modelo → com a parte
redonda do alicate, fará as “orelhas do Mickey” Expansão unilateral: um lado que tem mais
→ gira um pouco para dentro as 2 orelhinhas → acrílico serve para ancoragem, já o outro que
põe no modelo e marca onde termina o contato possui uma menor quantidade, se movimenta.
entre 1 dente e outro, bem no seus pontos de
contatos → na marcação, você irá dobrar para
oclusal em 90° → o fio deve estar bem rente ao
palato

Parafuso
PLACA PASSIVA
Usados para movimentos de vestibularização
Placa base: Grampo Arco
dentaria acrílico
Aplicam forças intermitentes que diminuem na Classicamente, a placa de Hawley é utilizado
medida que o dente se move como um aparelho passivo de contenção pós-
A ativação do parafuso se faz dentro da boca do movimentação ortodôntica
paciente, através de um dispositivo (chave) que É útil no tratamento da verticalização suave dos
ativa o parafuso (padrão/leque/slim). Deve incisivos superiores, quando a relação molar e a
sobremordida estão normais
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ODONTOPEDIATRIA II – 6P
Mantenedores de Espaço

fica cobrindo um dente que ainda não


erupcionou, mantendo seu espaço até a sua
erupção (mantendo o espaço dos outros dentes)

Molas

Representa um acessório ativo, que incorpora


ativação de força para realização de atividades
interceptativas

ACRLIZAÇÃO

Primeiro é realizado o isolamento, aplicando


isolante no modelo SEM OS GRAMPOS →
desenha onde será a cristalização → isola com
o pincel de marta → espera secar e recoloca os
grampos e arco → põe sobre eles para
apreensão bolinhas de cera → após isso, você
irá iniciar o processo

1º é misturado o pó com o líquido até que chegue


em consistência de brigadeiro → após, você irá
adicionar com a espátula no modelo e vai
espalhando por todas as partes → espera que
esfrie

Após esse procedimento, será dado o banho de


brilho e por fim realizado o acabamento

19
ODONTOPEDIATRIA II – 6P
Amamentação: relacionando a retirada do
aleitamento materno
O hábito é o resultado da repetição de um ato
com determinada finalidade, tornando-se com o Relacionada a distúrbios emocionais
tempo resistente a mudanças. Comportamento de repetição que foi instruído
Inicialmente, há participação consciente do Aleitamento Materno
indivíduo em realizar o ato, mas, em função da
Ato fisiológico que se inicia na 29a semana de
sua repetição contínua, ocorre um processo de
vida intra-uterina e necessário à sobrevivência
automatização, tornando inconsciente.
A OMS recomenda que a amamentação
TRÍADE DE GRABER exclusiva deve ser realizada até os 6 meses, e a
A Tríade de Graber é composta por três fatores partir deste período, as crianças devem receber
que influenciam o acarretamento de alterações alimentos complementares junto à
morfológicas em crianças que desenvolvem amamentação até 2 anos de idade ou mais.
hábitos: intensidade, frequência e duração
Confusão dos Bicos
Duração (por quanto tempo prática o hábito)
A introdução de bico artificial pode levar ao
Frequência (quantidade de vezes por dia) desmame precoce.
Intensidade (grau de atividade dos músculos Ao sugar um bico artificial o bebê posiciona a
envolvidos) língua de forma diferente de quando abocanha
o peito, passa a mamar errado, sem tirar do peito
HÁBITOS
a quantidade de leite que necessita. “Leite fraco"
 Os hábitos orais são padrões de contração
"Desmame precoce"
muscular aprendidos e tornam-se deletérios,
prejudiciais por causa da repetição constante. Consequências
O hábito é reflexo da repetição de um ato Aumento do Má postura da Alteração nos
trepasse língua padrões de
agradável, o qual traz uma sensação de horizontal e (interposição deglutição e
prazer vertical lingual com fala
deglutição
atípica)
Vestibularização Mordida aberta Mordida
Dedo(s); lábios; chupeta dos IS anterior cruzada
posterior

Atresia da maxila Flacidez dos


lábios

20
ODONTOPEDIATRIA II – 6P
Considerações na Recomendação do Uso da (chupeta), pode haver uma autocorreção
Chupeta fisiológica.
A chupeta deve, de preferência, ser removida ao Remoção do Hábito
final do primeiro ano de vida do bebê, que
Nunca deve ser feito de forma agressiva,
coincide com o final do risco da síndrome de
devendo ser gradativo
morte súbita do lactante (SMSL) e da
necessidade de sucção fisiológica; Primeiro momento oportuno: entre os 6 meses e
1 ano de vida, a necessidade de sucção do bebê
tende a diminuir por motivos neuro funcionais e
psicológicos

Caso não seja possível a remoção da chupeta no Nessa fase a criança sai do período de
final do primeiro ano de vida, deve ser removida reconhecimento oral e faz transição nutritiva de
até os 3 anos de idade para limitar o efeito sucção para mastigação.
prejudicial para a dentição decídua;
Segundo momento oportuno: por volta dos 3 a 4
O tamanho da chupeta deve ser compatível com anos (maturidade da criança)
a idade/cavidade oral do bebê;
É considerado a idade emocional da criança
 Dar preferência a bicos ortodônticos;
 Técnicas de motivação e reforço positivo;
 Explorando a vaidade da criança
 Conversar com os pais
Outros hábitos de sucção podem envolver os
Fig. 7: . Comparação entre o bico ortodôntico e o bico lábios, a língua e as estruturas peri-bucais.
convencional. Notar que o bico ortodôntico se assemelha
mais ao bico do seio materno, permitindo um melhor contato
da língua com o palato durante a deglutição.

As chupetas devem ser indicadas como


substitutos da sucção digital;
Fig. 8: Sucção do lábio. Pode levar a sobremordida
acentuada; vestibuloversão dos IS e Linguoversão dos II
Orientar os pais e cuidadores para evitar chupeta
como calmante, e não dar uso forçado. Oferecer Consequências
exclusivamente em soneca do dia e à noite na Tecidos peri-bucais avermelhados, ressecados,
hora de dormir. áreas irritadas, mucocele na mucosa jugal e má-
oclusão
 Em casos de mordida aberta anterior,
caso seja removido o fator causal

21
ODONTOPEDIATRIA II – 6P
Maior volume de leite a cada sucção Tonsilas Freio lingual Fatores simbióticos
inflamadas anormal
Desvios da posição da língua
Macroglossia Anquiloglossia
Deglutição atípica

Para minimizar os problemas de


Diagnóstico
desenvolvimento craniofacial por ocasião do
aleitamento artificial deve-se utilizar bicos Observar alguns aspectos no paciente durante o
anatômicos/ortodônticos, com formato e textura ato da deglutição, tais como:
semelhantes ao do bico do seio materno, e com
Posicionamento Ausência de Sopro ao invés
orifício pequeno, aproximadamente 0,8 a 1 mm atípico da língua contração dos de sucção
masseteres
(cabeça de alfinete). Participação da Dificuldades na Tamanho e
musculatura ingestão de tonicidade da
perioral com alimentos sólidos língua
pressionamento
do lábio e
movimentos
 Calendário de marcação (marcar quando com a cabeça
não usar chupeta); Desvios na Cuspir ou Baba noturna
fonação acumular saliva
 Caneca de transição ao invés da ao falar

mamadeira;
 Uso de chupeta ortodôntica pela noite, e logo
após a criança dormir a mãe faz a retirada
da chupeta.
 Não usar a fralda para prender a chupeta Com Pressão Atípica da Língua
Em pacientes com este tipo de problema, no
momento de deglutir, os dentes não entram em
contato. A língua se aloja entre os incisivos,
podendo às vezes se interpor entre premo lares
e molares.
A deglutição atípica caracteriza-se por uma
participação ativa da musculatura perioral. Deglutição Contração dos lábios e comissuras

Etiologia Dentes não entram em contato A língua se

Desequilíbrio Perdas Hábitos alimentares aloja entre os incisivos


do controle precoces inadequados na
nervoso dentais e primeira infância Anterior
diastemas
anteriores

22
ODONTOPEDIATRIA II – 6P
A língua, durante a deglutição, exerce pressão ficando a língua presa na região dos pré-
nos dentes anteriores por lingual ou entre eles. As molares.
deformidades são: − Mordida aberta lateral e mordida cruzada:
ocorre mordida aberta na região de apoio,
− Mordida aberta anterior: é realizada na
associada a uma mordida cruzada posterior
região anterior e a deglutição é efetuada
do lado oposto, também devido a uma quebra
com os dentes desocluídos, ficando a língua
do equilíbrio muscular deste lado.
numa posição como fosse ser mordida.
Correção
Tratamento – aparelho removível impedidor.
Quando a deglutição atípica for com pressão
lateral de língua, o aparelho utilizado é o mesmo
anterior, só que a grade impedidora será
Fig. 9: Tratamento de mordido aberta anterior,
provocada por pressionamento atípico de língua na colocada na lateral, e, ao mesmo tempo, a língua
região anterior, com grade impedidora
deve ser orientada para uma posição correta
− Mordida A.A. com vestibuloversão: a
durante a deglutição através do reeducador
língua além de se interpor entre os dentes
na região anterior, também exerce uma
pressão anterior
− Mordida A.A. com mordida cruzada
posterior: o mesmo quadro anterior,
associado a uma mordida cruzada
posterior uni ou bilateral à altura dos
Fig. 10: Visualização de uma mordida aberta lateral
molares, devido à quebra do equilíbrio provocada pelo pressionamento atípico de língua. Instalação
de um impedidor com grade lateral
muscular entre língua e músculos da
Com Pressão Atípica de Lábio (Interposição
bochecha. Labial)
Lateral Ocorre em pacientes que, aguarda em repouso,
A pressão lingual é realizada na região lateral do os lábios não entram em contato. Na ocasião da
arco, a nível de pré-molares, sendo o apoio obtido deglutição, o selamento da parte anterior da
entre esses dentes do arco superior e inferior. cavidade bucal não é feito pelo simples contato
do lábio superior com o inferior, mas através de
As deformidades resultantes são:
uma forte contração do lábio inferior interpondo-
− Mordida aberta lateral: a deglutição é se entre os incisivos superiores e inferiores.
realizada com depressão da mandíbula,

23
ODONTOPEDIATRIA II – 6P
Os incisivos inferiores, portanto, vão se inclinando Sua função consiste em impedir o
para lingual e apinhando, enquanto os incisivos pressionamento incorreto do lábio durante a
superiores vão vestibularizados. deglutição, além de liberar a tonicidade tanto do
lábio como dos músculos do mento
 O lábio superior, como não participa da
deglutição, torna-se cada vez mais Para se corrigir a mordida profunda vamos
hipotônico, dando um aspecto de lábio utilizar uma placa de levantamento de mordida
curto. anterior, que consiste em uma placa de Hawley
 O lábio inferior, no entanto, pela sua superior com acrílico mais espesso na região
grande participação, torna-se cada vez palatina dos incisivos superiores
mais hipertônico, assim como também os
músculos do mento.
A perda do contato funcional anterior favorece a
extrusão dental, aumentando a sobressaliência e
a sobremordida. O deslocamento vestibular dos Deglutição → Lábio inferior interpondo-se entre
incisivos superiores rompe o ponto de contato os incisivos superiores e inferiores
entre incisivos laterais e caninos, favorecendo a
migração dos segmentos posteriores
Selamento Labial

Inclinação para
Tratamento Incisivos Superiores vestibular
(sobressaliência)
Usa-se uma Placa Lábio Ativa ou "Lip Bumber".
Trata-se de um arco com fio ortodôntico de Lábio superior hipotônico
1,2mm com a parte anterior recoberta por
acrílico. Este aparelho pode ser encaixado nos
Incisivos Inferiores Inclinação para lingual
tubos de bandas cimentadas nos primeiros
molares inferiores (se o paciente já tiver as raízes
dos molares completas) ou a uma placa de Lábio inferior hipertônico
Hawley inferior

Etiologia

Rinite alérgica Desvio de septo

24
ODONTOPEDIATRIA II – 6P
Hipertrofia dos cornetos Pólipos nasais associados a obstrutivos ser moduladores
distúrbios do de repetição de bruxismo
Adenóide/face adenoidana sono nas vias
aérea
superiores
Características
O entendimento dos fatores etiológicos
Atresia de maxila Palato Gengivite envolvidos é fundamental para o
ogival localizada
estabelecimento da terapêutica adequada.
Lábios entreabertos Mordida Presença de
ou cruzada hábitos A abordagem necessita ser multiprofissional,
hipotônico/ressecados posterior secundários
bilateral (deglutição
envolvendo o pediatra, psicólogo,
óssea atípica, sucção odontopediatra, sendo imprescindível a
labial)
Apinhamentos dentários Retrognatismo
colaboração do núcleo familiar.
mandibular

Tratamento
Hábito de roer as unhas. Manifesta-se em
Avaliação com otorrinolaringologista e situações de ansiedade, frustração, fadiga ou
fonoaudióloga, além de intervenção pela aborrecimento.
ortodontia
As más oclusões provocadas por esse hábito são
localizadas, devido às pressões induzidas por ele;
É o nome dado a atividade de músculos Podem ser: apinhamentos e giroversões
envolvidos na mastigação caracterizada pelo
apertar ou ranger dos dentes ou ainda quando
o paciente movimenta a mandíbula As deformidades dos arcos podem ser causadas
aleatoriamente. também pelas pressões anormais de posturas
ao dormir ou sentar-se.
Quando se manifesta durante o sono, recebe o
nome de Bruxismo do sono (BS), se o indivíduo O mais comum é o hábito de apoiar o rosto sobre
está acordado, é denominado de bruxismo de a mão ou descansar o rosto sobre o antebraço
vigília (BV). durante o sono.

Etiologia O tipo de má oclusão causado por este hábito


geralmente é unilateral e localizado no arco
A causa exata é desconhecida
superior. Mordida cruzada posterior unilateral
Influências Crianças com Fármacos
genéticas, quadros anticonvulsivantes
verdadeira. Não há desvio da linha média
psicológicas e alérgicos e também podem
fatores edemas

25
ODONTOPEDIATRIA II – 6P

Fig. 13: Expansor com corte mediano para a correção de


Fig. 11: Criança apoiando o rosto sobre a mão, provocando uma mordida cruzada post. unilateral falso ou funcional
mordida cruzada posterior unilateral sem desvio de linha
média.

O hábito. de postura, portanto, resulta em uma


mordida cruzada posterior unilateral, sem desvio
da linha média (mordida cruzada posterior
unilateral verdadeira)

Correção

Placa de Hawley na qual é acoplada uma grade


vestibular.

Para corrigir a mordida cruzada posterior


unilateral verdadeira, usa-se elástico 1/8, que, da
face lingual do dente superior, se estende à
vestibular do inferior, ou um expansor superior
assimétrico

Fig. 12: Expansor com corte unilateral para a correção de


mordida cruzada posterior unilateral causada por um hábito
de postura. Numa visão posteroanterior notar o
prolongamento de acrílico até a lingual dos inferiores para
aumentar a ancoragem.

Quando a mordida cruzada posterior unilateral é


funcional também se usa um expansor, só que
com corte mediano e a cada ativação tenta-se
reposicionar a mandíbula, ajustando-se a linha
média

26
ODONTOPEDIATRIA II – 6P
RADIOLOGIA NA  Se for necessário segurar o filme deve
ODONTOPEDIATRIA ser feito pelo acompanhante.

TIPOS DE FILME
ABORDAGEM PSICOLÓGICA
Familiarização com linguagem adequada a
idade do paciente.

 Posicionar primeiro a cadeira, o aparelho e


Fig. 14: Periapical, periapical infantil e oclusal
por último o filme. Pois a criança não ficar
O FILME USADO É O PERIAPICAL ADULTO OU
todo o tempo com o filme na boca, podendo
INFANTIL! Filme oclusal NÃO CABE na boca de
machucá-la
criança
Lembrando que o profissional não fica na sala,
nem deve sair correndo. Caso seja necessário TÉCNICAS INTRA ORAIS
alguém ficar na sala de radiografia com a
Periapical
criança, é preferir o responsável.
Exame das relações anatômicas dos decíduos
 Adaptação do filme ao tamanho da
com os permanentes
cavidade do paciente. Tem crianças que será
Observamos cronologia e sequência da erupção
necessário o uso do filme infantil, enquanto
algumas vão usar de filmes adultos Observação de lesões de cárie e seu
Realizar as primeiras tomadas nas regiões mais comprometimento tecidual
acessíveis. Nas regiões menos incômodas, mais
Identificação de lesões pulpares e periapicais
confortáveis.

MEDIDAS DE RADIOPROTEÇÃO
Paciente: avental de chumbo, protetor de tireoide

Realizar tomadas radiográficas com boa técnica;


sempre que possível, com posicionadores Interproximal
Equipe: luvas, se afastar Pesquisa de lesões de cárie proximal e oclusal:

 Posicionar-se a 1,80m e a 135° em relação Relação da lesão coronária com a câmara


a direção do feixe principal. pulpar:
 Não ficar próximo a cabeça do paciente. Avaliação do contorno de restaurações;

27
ODONTOPEDIATRIA II – 6P
Estudo da crista óssea alveolar. Periapical na Região de Molares
Decíduos

Bite Wing Bite Wing

Oclusal Anterior TÉCNICAS EXTRA ORAIS


Facilidade de posicionar e manter o filme na Panorâmicas
cavidade bucal Solicita como exame de diagnóstico para todos

O FILME USADO É O PERIAPICAL ADULTO! Filme os pacientes. O atendimento na clínica

oclusal NÃO CABE na boca de criança odontopediátrica não necessita


obrigatoriamente a presença da panorâmica,
Essa técnica é bem mais confortável para a
podendo atender o paciente sem ela.
criança
Em odontopediatria, propicia realizar
simultaneamente o exame radiográfico de
dentes decíduos e permanentes e a análise da
relação existente entre as dentições de acordo
com seus respectivos estágios de
desenvolvimento.

Vantagens
Mannkopf
 Visão de todas as áreas dentárias em
Adaptação da oclusal para recém nascido
uma única tomada radiográfica;
Importante para análise de dentes neonatais,
 Facilidade da técnica;
para saber se ele é decíduo ou permanente
 Baixa dose de radiação recebida pelo
Análise de cronologia e sequência dos elementos paciente.
Lateral de Fazzi
MODIFICAÇÕES

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ODONTOPEDIATRIA II – 6P
A finalidade desta técnica é obter uma visão em Panorâmica
lateralidade da região ântero-superior a fim de Realiza o tratamento mesmo caso o paciente
visualizar o real comprometimento do germe do não tenha feito a mesma, fazemos algumas
dente permanente frente à intrusão do dente tomadas radiográficas na clínica
decíduo que sofreu trauma.
Arco Decíduo Tipo I de Baume
A maior preocupação em intrusão é o 2 oclusais anteriores – uma superior e uma
permanente, se ele fraturou, localização… inferior.
Indicação
Arco Decíduo Tipo II de Baume
Avaliar o deslocamento dentário no sentido 2 interproximais – uma direita e uma esquerda;
vestíbulopalatino, nos casos de intrusão
2 oclusais anteriores – uma superior e uma
Posicionamento inferior.
A criança sentada no colo do acompanhante Dentição Mista
que segura o filme oclusal posicionado
2 interproximais – uma direita e uma esquerda
paralelamente a face da criança
Pois já vai aparecer superior e inferior, então não
precisa de 4

Dentição Permanente
4 interproximais – duas direitas e duas esquerdas

 Se não tiver dano ao permanente, realiza Já não consegue visualizar toda arcada com um
proservação filme só
 Se houver dano ao permanente, realiza
exodontia do decíduo
 Se houver presença de fistula, realiza
pulpectomia
Geralmente, quando há o trauma de intrusão, os
permanentes podem erupcionar com uma
mancha branca

PROTOCOLO DA CLÍNICA INFANTIL


DA ASCES:

29
ODONTOPEDIATRIA II – 6P
Exames radiográficos

Exames laboratoriais

Objetivo de prevenir, diagnosticar e tratar as


alterações que podem aparecer na cavidade Nódulos de Bohn, Pérolas de Epstein e Cistos da
Lâmina Dentária
oral no período da infância Epúlide congênita Doença de Riga-Fede
Anquiloglossia Fissura labial
Conhecer as características normais se faz
necessário para identificar quando algo
diferente está presente. Clinicamente

Para isso devemos sempre fazer um exame ”Cistos do recém-nascido"


clínico criterioso, com uma anamnese detalhada
Pequenas formações nodulares com 2 a 3 mm
e um exame físico bem executado
de diâmetro, coloração esbranquiçada, firmes à
palpação e circunscritas, sendo únicas ou
História dental múltiplas

Comportamento psicológico Tendem a desaparecer por esfoliação até os


primeiros 3 meses de vida: portanto, não há
História médica: passada e atual
necessidade de tratamento
Antecedentes hereditários
Pérolas de Epstein: remanescentes do epitélio
Hábitos - higiênicos, nocivos e alimentares palatino incluídos ao longo da rafe palatina

Exame Físico mediana.

Inspeção, palpação e percussão

Estatura/peso: desnutrição

Movimentos: andar Fig. 15: Pérolas de Epstein – formação esbranquiçada


localizada na rafe palatina mediana

Fala, mãos e pele Nódulos de Bohn: remanescentes de tecido de


Exame extrabucal regional: cabeça, olhos, glândulas mucosas encontrados no palato longe
ouvidos, nariz, pescoço e ATM da rafe mediana.

Exame clínico intrabucal: lábios, palato, Cistos da lâmina dentária: forma-se na mucosa,
orofaringe, assoalho bucal, língua, periodonto, nos lados vestibular e lingual das cristas
dentes. dentárias, tanto da maxila como da mandíbula
30
ODONTOPEDIATRIA II – 6P
Na maioria dos casos com tamanho menor que
2 cm de diâmetro

É uma alteração de curso benigno, autolimitante,


onde algumas vezes pode regredir de forma
Úlcera na face ventral da língua de bebês. espontânea

Úlcera traumática causada pelo atrito da Na maioria dos casos, faz-se necessária a
mucosa com o dente. Avaliar estado nutricional intervenção cirúrgica e não há recidiva
da criança

Clinicamente Quando apresenta o freio lingual curto, ou


Bordas elevadas e endurecidas, fundo necrótico inserido muito próximo à ponta da língua,
de coloração branco-acinzentada, halo Diminuição da mobilidade da língua, sendo
inflamatório conhecido como: "língua presa"

Tratamento Podem apresentar problemas de amamentação,


fonação, ou mesmo mal posicionamento dos
Remoção do agente irritante.
incisivos inferiores.

Tratamento
É rara com etiologia ainda incerta e duvidosa
Quando necessário, é cirúrgico por melo das
Clinicamente, mostra-se como um nódulo, único
técnicas da frenectomia ou frenotomia.
e pediculado, de superfície lisa, às vezes, lobulado,
localizado no rebordo alveolar de neonatais

Acredita-se que seja de etiologia genética ou


Predomínio na região anterior da maxila, de
teratológica.
coloração variando do rosa para o vermelho
A falta de fusão do lábio pode interferir no
(vermelho se restringindo ao nódulo)
fechamento do palato; em razão disso,

31
ODONTOPEDIATRIA II – 6P
comumente, as fissuras labiais vêm associadas
às fissuras de palato.

Fig. 16: Língua fissurada – o paciente está dobrando a


língua para mostrar a profundidade das fissuras.

Podem ser uni ou bilaterais.

Completas: se estende até a narina e envolve o É uma alteração frequente, com etiologia
palato. desconhecida, a qual tem sido associada a
diversos fatores, como ansiedade, estresse,
Incompleta: se estende a uma distância variável,
alergias, algumas doenças dermatológicas como
da narina, apesar de poder comprometer ou
a psoríase
não o palato.

Tratamento

Cirúrgico, acompanhamento ortodontia.

Fig. 17: Língua geográfica – nota-se o contraste das áreas


com e sem papilas filiformes. As papilas fungiformes não são
afetadas.

Áreas avermelhadas, erosivas e de dimensões


Comum em crianças como em adultos. variadas.
Anomalia do desenvolvimento, fator hereditário,
Na maioria das vezes com limites bem
frequente em pacientes com síndrome de Down
demarcados e esbranquiçados, com padrão
ou outras síndromes
irregular
Clinicamente

Apresenta-se por meio de fissuras ou sulcos na


porção dorsal da língua de profundidade
Também denominado cisto eruptivo ou
variável.
hematoma de erupção, desenvolve-se como
Geralmente assintomática e quando há queixa, a resultado da dilatação, por acúmulo de fluido ou
sintomatologia é restrita a ligeiro ardor. sangue, do espaço folicular, que envolve a coroa
de um dente em erupção.

32
ODONTOPEDIATRIA II – 6P
Excisão cirúrgica e, para minimizar a
possibilidade de recidiva, as glândulas salivares
envolvidas devem ser removidas.

A coloração é azulada ou arroxeada em


decorrência da hemorragia no espaço folicular
entre a coroa do dente e o epitélio reduzido do
esmalte. Fig. 20: Exposição cirúrgica de mucocele superficial

Tratamento
Fenômenos de extravasamento de saliva ou
Proservação é o tratamento de escolha, casos a
cistos de retenção associadas às alterações das
parte fazem remoção da cápsula do cisto.
glândulas salivares maiores, de forma especial
da sublingual, e, mais raramente, da
É uma lesão encontrada com frequência em submandibular.
crianças e adolescentes, que se origina a partir
A etiologia das rânulas é a mesma da mucocele,
da ruptura de um ducto de glândula salivar
diferenciando-se localização, sendo
menor, com o consequente extravasamento de
denominadas rânulas as coleções de saliva que
saliva para os espaços teciduais adjacentes (cisto
ocorrem no assoalho bucal, tendo em vista a
de extravasamento mucoso), ou pela retenção
semelhança com o ventre de rã.
de saliva como consequência da obstrução
parcial ou total do sistema de ductos (cisto de
retenção).

Fig. 21: Elevação do assoalho, assemelhando-se ao ventre


de rã.

Fig. 18: Superfície translúcida de uma mucocele superficial


Tratamento

Têm-se obtido excelentes resultados no


tratamento das rânulas utilizando a técnica da
sutura em massa do teto da lesão, mantida por
Fig. 19: Mucocele superficial com extravasamento de saliva
após a perfuração. 3 semanas, objetivando a criação de condutos

Tratamento secundários que permitam a drenagem da

33
ODONTOPEDIATRIA II – 6P
saliva, a partir da epitelização do tecido em torno É uma doença comum na mucosa oral e os
do fio de sutura primeiros surtos podem ocorrer entre 1 - 3 anos.

Sua etiologia não é bem definida podendo ter


fatores genéticos, infecção bacteriana,
comprometimento imunológico, deficiência de
ferro, de vitamina B-12 ou ácido fólico e zinco.
Fig. 22: Técnica da sutura em massa; pós-operatório
imediato. Pós-operatório; 15 dias após a remoção da sutura.
Além de fatores precipitantes como problemas
endócrinos, alérgicos e gástricos.

A afta é descrita como uma úlcera superficial,


É consequência imediata diante de uma
única ou múltipla.
agressão de natureza física

Mordida involuntária da mucosa oral após a


anestesia

Ação traumática de dentes fraturados sobre a


mucosa oral. Objetos introduzidos de forma Possui uma membrana cinzenta, margens bem

intempestiva na boca, traumas decorrentes de circunscritas, circundadas por halo eritematoso,

acidentes, quedas, brigas localizada em mucosa não queratinizada, com


duração aproximada de 7 dias.
O aspecto clínico depende do tipo de trauma,
intensidade e localização, variando desde lesões É uma lesão dolorosa que interfere na

de pequenas dimensões até grandes alimentação, principalmente no auge da sua fase

dilacerações ulcerativa, que dura em média 3 dias.

Tratamento

Não existe um tratamento específico para a afta.


Identificar o agente desencadeante e evitá-lo,
quando possível. No entanto, quando instalada, só
Tratamento resta a alternativa da medicação sintomática.
Requer a remoção, se ainda estiver presente, do
agente causador (trauma), limpeza da área

Perioslite Proliferativa (Osteomielite de Garré)

34
ODONTOPEDIATRIA II – 6P
Essa reação incomum do periósteo ocorre, na
maioria das vezes, a partir de um dente
desvitalizado, em geral o primeiro molar inferior
permanente, amplamente destruído por um
processo de cárie.
Fig. 25: A. Gengivoestomatite herpética aguda em paciente
adolescente. Notam-se as lesões vesicoulcerativas,
principalmente na gengiva palatina. B. Gengivoestomatite
herpética aguda em criança de 1 ano e 2 meses.

A infecção primária geralmente acontece na


primeira infância, ao redor dos 2 ou 3 anos,
Fig. 23: Radiografia oclusal mostra a proliferação periostal.
eventualmente no adolescente ou adulto jovem

Tratamento

Sintomático e de suporte. A terapêutica

Fig. 24: Radiografia panorâmica mostra rarefação óssea


medicamentosa envolve a administração de
periapical difusa no molar inferior.
analgésicos, anti-inflamatórios e, em casos de
Tratamento infecção secundária, antibióticos e antifúngicos.
O tratamento consiste na exodontia do dente Há recomendação especial para a dieta, que
envolvido ou, quando possível, na realização de deve ser líquida e proteica, e o repouso.
tratamento endodôntico. Tratamentos locais incluem o uso de
antissépticos suaves e anestésicos tópicos.
Escarlatina
Aids
Caracteriza-se por erupções cutâneas
avermelhadas, que aparecem no peito e Sua transmissão ocorre durante a gestação, em
pescoço, associadas a garganta inflamada, geral em mulheres que não realizaram de forma
língua inchada e vermelha (com aspecto adequada os exames de pré-natal.
anatômico) Quando a gestante sabe ser portadora do HIV e
é medicada com o coquetel antiviral, as chances
de seu bebê nascer portador do vírus são
Gengivoestomatite Herpética Aguda
bastante reduzidas.
Também conhecida como gengivoestomatite
herpética primária, trata-se de uma das formas A princípio, a criança portadora do vírus HIV deve
receber tratamento odontológico semelhante ao
de resposta do hospedeiro diante da primo-
infecção causada pelo herpesvírus hominis. das outras crianças, diferindo apenas pelo fato

35
ODONTOPEDIATRIA II – 6P
de que estas são mais suscetíveis ao Caracteriza-se pelo aparecimento de placas
desenvolvimento de infecções secundárias. brancas fáceis de serem removidas por
Sempre que houver a necessidade de um raspagem, semelhantes a "leite coalhado",
procedimento cruento, essas crianças devem podendo estar presentes em qualquer região da
receber, de forma profilática, antibióticos. cavidade oral, em especial, no palato e na língua.

Doença das "Mãos, Pés e Boca"

Essa doença é autolimitante, pode surgir em


qualquer idade, mas a maioria dos casos ocorre
em bebês ou crianças.
Fig. 26: Candidíase pseudomembranosa aguda envolvendo
O quadro clínico é estabelecido pela presença de a região anterior do ventre da língua

lesões na pele e na mucosa oral, estando as Quando removidas, deixam uma superfície
lesões orais e das mãos quase sempre presentes, eritematosa e, às vezes, sangrante com leve
e o comprometimento oral precede o sintomatologia dolorosa.
aparecimento das lesões cutâneas.
Tratamento

Seu tratamento consiste no uso de antifúngicos


tópicos ou sistêmicos, dependendo da extensão
e da condição sistêmica do paciente, devendo-se
orientar também a limpeza da região.

Papiloma
Associadas a outros sinais e sintomas, como É uma neoplasia benigna de superfície rugosa,
presença de febre leve, dor de garganta e que se assemelha à couve-flor, cuja patogênese
disfagia. está associada à infecção pelo papilomavírus
Outras Virais (caxumba, sarampo e rubéola) humano (HPV). Ocorre mais em língua, lábios,
úvula e palato duro.

Candidíase Pseudomembranosa

A candidíase pseudomembranosa,
popularmente conhecida como "sapinho", é uma
infecção fúngica bastante comum da cavidade O diagnóstico é clínico e histopatológico e o
oral. tratamento de escolha é a excisão cirúrgica

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ODONTOPEDIATRIA II – 6P
Hemangioma

É uma proliferação benigna anormal do


endotélio dos vasos sanguíneos, sendo a
neoplasia mais comum dos recém-nascidos e da
infância. Em muitos casos, é considerado um
hamartoma ou malformação, e não uma
neoplasia verdadeira.

A manifestação bucal do hemangioma aparece


como uma lesão plana ou elevada da mucosa,
sob a forma de nódulo endofítico de consistência
mole ou fluida, de tamanho variado, raramente
circunscrito, assintomático, de cor vermelha
intensa, arroxeada ou azulada que sofre
isquemia quando submetido à pressão local
(vitropressão).

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