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CURSO DE BACHAREL EM DIREITO

TURMA: DI06MA

ATIVIDADE AVALIATIVA INTERDISCIPLINAR: DIREITO ADMINISTRATIVO


II E DIREITO PROCESSUAL CIVIL III

Docente: Márcia Valeria


Alisson Monteiro

Discentes: Anna Victória Araújo Miranda


Andrei Cuentro Gomes
Camile Letícia Sousa Silva
Esteffany Keyssy Pereira Gama
Leon Gustavo de Sousa Siva
Paula Lorrane Solidade Ferreira
Victoria Karoline Smith Magalhães

BELÉM-PA

2023
ATIVIDADE AVALIATIVA INTERDISCIPLINAR NPCII

Disciplinas: DIREITO ADMINISTRATIVO II


DIREITO PROCESSUAL CIVIL III

João e Roberto foram condenados a dezesseis anos de prisão, em regime


fechado, pela morte de Flávio. Em razão disso, foram recolhidos a uma
penitenciária na cidade do Rio de Janeiro conhecida por suas instalações
precárias. As celas estão superlotadas: atualmente, o estabelecimento possui
quatro vezes mais detentos que a capacidade recomendada. As condições de
vida são insalubres. A alimentação, além de ter baixo valor nutricional, é
servida em vasilhas sujas. Recentemente, houve uma rebelião que, em razão
da demora na intervenção por parte do poder público, resultou na morte de
João.
1) O Estado pode ser responsabilizado objetivamente pela morte de
João? (1,5 pts)
Existem fartas divergências doutrinárias acerca da responsabilidade do Estado
em casos que envolvem danos a terceiros, uma vez que, buscam melhores
resoluções e reparo aos lesados.
O artigo 37, §6, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988,
dentre os diversos pressupostos, adota a teoria objetiva, no qual a
administração pública confere responsabilidade civil ao poder público, que
prática (de forma, indireta e direta): condutas comissivas- a partir da ação, que
efetivamente gera resultados - e condutas omissivas- por meio da inércia de
agentes públicos.
Além disso, para a fundamentada responsabilização objetiva é necessário
observar três elementos, sendo eles: conduta- já mencionado-, dano e nexo de
causalidade; que devem ser encontrados cumulativamente nas circunstâncias
narradas pelos particulares que tiverem seus direitos violados.
No caso aludido, os indivíduos João e Roberto ao serem condenados,
ingressaram em uma penitenciaria na cidade do Rio de Janeiro, que possuía
superlotação carcerária, e, consequentemente, uma situação de extrema
desumanização, o que ocasionou uma revolta dos encarcerados na busca de
melhores condições de vida, dignidade, saúde e alimentação; que são
previstos no artigo 5º, inciso XLIX, da CRFB/88 que assegura aos detentos o
devido respeito a integridade física e moral. Em razão da demora de
intervenção do Estado na rebelião, um prisioneiro denominado João veio a
óbito.
Observa-se nos fatos descritos, os três elementos que devem ensejar na
responsabilidade objetiva do Estado, que o poder público praticou, consistindo
na: conduta omissiva, - ao proceder de maneira tardia na proteção dos
encarcerados-, dano -morte de João- e nexo de causalidade- a conexão entre a
conduta omissiva e o dano ocorrido na conjuntura narrada. Logo, o Estado
deverá ser responsabilizado, a fim de reparar os danos causados pelos déficits
que perduram e que vitimizam diversas vidas, no sistema carcerário brasileiro.

2) Roberto faz jus a uma indenização por danos morais em razão das
péssimas condições em que é mantido? (1,5 pts)
No caso objeto de análise, Roberto fora preso devido a pratica do crime de
homicídio, o que ocasionou em sua inserção no complexo penitenciária
localizada no Rio de Janeiro, que apresenta um vasto histórico de violações de
direitos fundamentais dos presidiários.
Nesse sentido, a ausência de condições mínimas para a sobrevivência, falta de
alimentação saudável, higiene e a superlotação de presidiários nas celas,
motivou uma rebelião que findou na morte de um prisioneiro.
A situação narrada pelos presidiários representa uma falha na propagação,
efetivação e aplicação dos direitos constitucionais asseverados no artigo 5º,
inciso XLIX, que abarcam a integridade e a moral das pessoas privadas de
liberdade.
O Recurso Extraordinário 580.282, foi provido pela segunda turma do Tribunal
Federal que garantiu direito de indenização em casos de grave violação de
direitos de custodiados por parte de omissão do Estado, que vier a ocasionar
superlotação carcerária, além de manter os indivíduos em situação de
insalubridade. Em síntese, no caso mencionado, Roberto tem direito de ajuizar
ação de indenização por danos morais, pois as condições a que fora submetido
transgride os direitos que deveriam ser preservados e efetivados pelo Estado,
durante a aplicação das penas sancionatórias nas unidades prisionais no país.

3) Imagine que a família de João ingressou com Ação Judicial Cabível em


face da Administração Pública e obteve o direito de direito de receber a
quantia de R$ 200.000,00 (Duzentos Mil Reais) a título de danos morais e
R$ 50.000,00 (Cinquenta Mil) por danos materiais. A ação judicial
respectiva foi julgada na 2ª Vara Cível do Rio de Janeiro em primeiro grau,
tendo o processo o número 2434- 2013.0005.814-0301. E, para receber o
crédito devido, a família de João lhe procurou para realizar os
procedimentos cabíveis, uma vez que o advogado que estava habilitado
aos autos lhes comunicou que não tem mais interesse em permanecer no
processo. Diante disso,realize o procedimento judicial cabível. (3,0 pts)
(SEGUE PETIÇÃO ABAIXO)
EXMO (A). SR (A). DR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA
COMARCA DO RIO DE JANEIRO

Processo n° 2434- 2013.0005.814-0301

Espólio de João, neste ato representado por seus familiares, CPF de n°


XXX.XXX.XXX-XX, vem, respeitosamente, perante V. Exa., por meio de seus
procuradores já habilitados, apresentar

CUMPRIMENTO DE SENTENÇA

Em face da ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA inscrito(a) no CNPJ sob o nº XXX.


XXX. XXX-XX, na forma do art. 535 do CPC, para que se cumpra a
determinação imposta pelo Douto Juízo.

I – DO CUMPRIMENTO DA SENTENÇA

O requerimento expedido tem por finalidade a execução de título judicial que


demanda o pagamento de quantia certa, cuja juridicidade pertinência é
resguardada pelos arts. 513 §1 e 534 do Código de Processo Civil.

No presente caso, o requerente obteve sentença favorável no dia XX de XXX


de XXXX com o seguinte dispositivo:
[...]

“A PARTE DA SENTENÇA DO PROCESSO QUE JUIZ PROFERIU EM


FAVOR DO EXEQUENTE EM CITAÇÃO DIRETA”

[...]

A parte Executado não cumpriu de forma voluntária e espontânea com a sua


obrigação, a razão pela qual se faz necessário seguir com está ação já que o
principal objetivo do Exequente é receber os valores que lhe são devidos.

Neste sentido, a sentença dos autos julgou procedente o pedido autoral, para
condenar a ré no pagamento de R$ 250.000 (duzentos e cinquenta mil),
devidamente corrigidos desde a data da propositura da demanda, qual seja
em xxxxx, pela Tabela da Corregedoria de Justiça do TJRJ, acrescido de
juros legais de 1% ao mês.

Diante disto, com base no art. 524 do NCPC o exequente apresenta a


memória de cálculo atualizada do crédito, com base na Tabela CGJ-TJRJ e
juros legais de 1% ao mês, conforme documento em anexo.

II – DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, requer:

a) O recebimento do presente cumprimento de sentença, em todos os seus


termos e documentos a ele acostados;

b) Seja o Executado intimado para o pagamento do débito no importe


de R$ XXX.XXX (xxxxxxxxxxxxx) para que proceda à expedição do
competente precatório, nos termos do art. 100 da Constituição Federal,
atualizado monetariamente, conforme cálculos descritivos em anexo, requer-
se desde já, o arbitramento e fixação de honorários advocatícios em fase de
execução, como previsão legal do art. 523, § 1º do CPC.
c) O valor corrigido do débito pela Tabela da CGJ-TJRJ e acrescido de juros
de 1% ao mês desde xxxxxx é o montante R$ xxxxx (xxxxxxx), conforme
cálculo anexo.

d) Requer por fim, o prosseguimento do feito até a integral satisfação do


débito, com o acréscimo de juros legais e correção monetária desde a data do
cálculo até a satisfação do débito.

Nestes termos,

Pede deferimento

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