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Laura Bronzatto – Atm 2024.

GLICOGÊNESE
A glicose é canalizada para a síntese de glicogênio, fornecendo uma
reserva de carboidrato para a manutenção da glicose sanguínea durante o
estado pós-absortivo, ou seja, essa via é ativada no estado alimentado do
indivíduo, quando o hormônio da insulina é liberado. Essa glicose é usada no
músculo para a síntese e armazenamento de glicogênio e no tecido adiposo
como fonte de glicerol para a biossíntese de triglicerídeos.
A glicogênio sintase é a enzima regulatória da glicogênese, pois adiciona
moléculas de glicose ao glicogênio. Ela precisa de uma molécula pré-existente
de resíduos de glicose: primer que se liga á glicogenina. A enzima ramificadora
faz as ligações alfa1-6 transferindo alguns dos açucares com ligação alfa1-4 para
um ponto de ramificação com ligações alfa1-6, permitindo o alongamento
contínuo de ambas as cadeias alfa1-4. Isso ocorre quando a cadeia simples
alfa1-4 excede oito resíduos em comprimento.
1. Glicose → Glicose-6-fosfato
Glicocinase (fosforilação)
2. Glicose-6-fosfato → glicose-1-fosfato
Fosfoglicomutase
3. Ativação da glicose-1-fosfato em uridina difosfato glicose
Uridina difosfato pirofosforilase (síntese de outros açucares)
4. Transferência de glicose da uridina difosfato para o glicogênio alfa1-4
Glicogênio sintase
5. Transferência de glicoses de ligação alfa1-4 para a ramificação alfa1-6
Enzima ramificadora
ATIVADORES DA VIA: Processo hormonal no qual corre a captura de moléculas
de glicose que se unirão para a formação do polímero ramificado de glicogênio.
A insulina estimula a captação de glicose pelos tecidos periféricos (muscular e
adiposo) facilitando a síntese e o armazenamento de glicogênio e triglicerídeos.
A liberação da insulina pelas células beta das Ilhotas Pancreáticas de
Langerhans inibe a secreção do glucagon, que está em grandes concentrações
no período entre as refeições, ou seja, em períodos de jejum.
INIBIDORES DA VIA: O glucagon é o principal inibidor da formação do
glicogênio, uma vez que ele permite que a glicogênio fosforilase seja ativada e
acabe por quebrar as ligações alfa1-4 do glicogênio. Esse hormônio é liberado
pelas células alfa pancreáticas em momentos de hipoglicemia com o objetivo de
aumentar o nível de glicose sanguínea. O cortisol e a epinefrina/adrenalina
também podem ser considerados hormônios inibidores da via da glicogênese,
uma vez que eles estimulam a quebra do glicogênio.
Laura Bronzatto – Atm 2024.1

GLICOGENÓLISE
Ocorre no músculo e fígado em casos de demanda de glicose sanguínea,
ou seja, na prática exercícios físicos ou no estado jejum. O glicogênio é um
polímero ramificado de glicose que se liga para que as células não sofram lise,
pois ele é osmoticamente ativo (altamente hidrofílico).
ATIVADORES DA VIA: processo hormonal e alostérico (modificações geradas
no sítio ativo que ativam ou inativam as enzimas). Para que a via ocorra, é
preciso que a enzima glicogênio fosforilase esteja fosforilada (ativa).
 adrenalina/epinefrina é secretada pelas glândulas suprarrenais durante
o exercício físico prolongado
 glucagon secretado pelas células alfa do pâncreas endócrino. Aumenta
entre as refeições, diminui durante as refeições e está cronicamente
aumentado durante o jejum ou em uma dieta pobre em carboidratos.
Fosforila a glicogênio fosforilase que destrói a molécula de glicogênio
 cortisol secretado pelas glândulas suprarrenais, quando em níveis
conicamente elevados decorrentes de condições estressantes.
MECANISMO DE AÇÃO DO GLUCAGON NO FÍGADO
1. Glucagon se liga a um receptor na membrana plasmática hepática
2. Estimulo para a troca de GDP da proteína G para GTP
3. Proteína G passa por uma mudança conformacional e se liga a adenilato
ciclase que converte o ATP citoplasmático em AMP cíclico
4. cAMP se liga á enzima citoplasmática proteína cinase A (PKA) e causa
dissociação das unidades inibitórias da PKA
5. PKA fosforila a enzima glicogênio fosforilase que destrói as ligações
alfa1-4 do glicogênio e libera glicose-1-fosfato livres
Enzimas desramificadoras:
 Glicosil Transferase: retira os resíduos da ramificação (alfa1-6) e os
reposiciona na cadeia principal (alfa1-4)
 1,6 - glicosidase: libera a glicose-6-fosfato (moléculas de ramificação)
6. Produção de glicose-1-foafato no fígado e transformação dela para
glicose-1-fosfato pela fosfoglicomutase
7. Hidrólise da glicose-6-fosfato em glicose que é exportada para o sangue
e aumenta a glicemia.
A PKA age diretamente na glicogênio sintase, inativando a enzima e inibindo a
via da glicogênese. Portanto, a inativação da glicogênio sintase (fosforilação)
ocorre simultaneamente a ativação da glicogênio fosforilase por meio de sua
fosforilação.
Glicogênio sintase fosforilada = inativa → inibe a glicogenólise
Glicogênio fosforilase fosforilada = ativa → estimula a glicogenólise
Laura Bronzatto – Atm 2024.1

GLICOGENÓLISE NO MÚSCULO – AÇÃO DA EPINEFRINA


A especificidade do hormônio glucagon se relaciona com a localização
tecidual de seus receptores, ou seja, somente os tecidos com receptores para
glucagon respondem a ele. O músculo não possui esses receptores de
glucagon e por isso, o glicogênio muscular não pode ser utilizado para
reabastecer a glicose sanguínea. Por isso, ele retém a glicose para o
metabolismo energético mesmo durante a hipoglicemia.
NÃO DEPENDENTE: Ativação independente de hormônio da fosforilase
proporciona a rápida ativação da glicogenólise durante explosões de exercícios.
1. Influxo de Ca+2 para o citoplasma pela estimulação do nervo
2. Ativação da forma basal não fosforilada da fosforilase cinase pela ação
do complexo Ca+2-calmodulina
DEPENDENTE: Surge em resposta a epinefrina através do receptor
betaadrenérgico cAMP-dependente das fibras musculares.
1. Ativação alostérica da fosforilase pelo AMP
2. O uso aumentado de ATP durante uma rápida explosão de exercício
físico leva ao acúmulo de ADP que é convertido em AMP pela
adenilato cinase
INIBIDORES DA VIA: processo hormonal e alostérico comandado pelo
hormônio insulina - reverte a ação do glucagon e estimula a gliconeogênese -
quando há consumo de carboidratos. A insulina é produzida nas células alfa das
Ilhotas pancreáticas de Langerhans e secretada no sangue após a refeição. A
inibição da via da glicogenólise se relaciona com a desfosforilação de diversas
moléculas e enzimas e a consequente ativação da via da glicogênese.
1. Desfosforilação das enzimas quinase
2. Desfosforilação da enzima glicogênio fosforilase = inativação
 cessa a degradação do glicogênio
3. Desfosforilação da enzima glicogênio sintase = ativa
 promove a síntese de glicogênio

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