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DESFIBRILAÇÃO EXTERNA
AUTOMÁTICA
PREFÁCIO
As cardiopatias são as principais causas de morte no mundo e no Brasil mata
mais de 900 pessoas por dia. Para aumentar a taxa de sobrevivência estudos e ações
estão sendo desenvolvidas na tentativa de possibilitar uma rápida intervenção diante
da fibrilação ventricular. Comprovadamente ocorreu aumento da taxa de
sobrevivência com implemento de desfibriladores externos automático ou semi-
automático quando adequadamente utilizado nos primeiros minutos após a fibrilação
ventricular. O Atendimento Pré-Hospitalar busca dar assistência básica à vida de
maneira a permitir adequada oxigenação encefálica e preservação da vida, contudo,
diante da parada cardiorrespiratória o prognóstico de vida ou qualidade de vida não é
tão favorável. As tentativas de reanimação cardiorrespiratória geralmente repercutem
em morte ou lesão funcional permanente e a desfibrilação precoce pode ser o
primeiro passo rumo a mudança dessa dolorosa realidade.
Índice
1. Introdução Pág. 03
DESFIBRILAÇÃO EXTERNA AUTOMÁTICA
2. Biossegurança Pág. 04
3. Avaliação Primária Pág. 06
4. Conhecendo o mecanismo da parada cardíaca Pág. 10
5. Reanimação cardiorrespiratória Pág. 12
6. O protocolo da Desfibrilação Externa Pág. 15
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1. Introdução
Maj QOC/BM Edson Marconni Almeida da Silva
ambiente pré-hospitalar.
Saber fazer o certo, na hora certa pode significar a diferença entre a vida e a
morte, portanto é da maior importância que o socorrista conheça e saiba colocar em
prática o suporte básico de vida.
O princípio do atendimento pré-hospitalar é reduzir a mortalidade e agravos
decorrentes de acidente atuando, efetivamente, no segundo pico de morte.
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2. Biossegurança
Profa. Dra. Elizabeth de Souza Amorim
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Os materiais e equipamentos não descartáveis que foram contaminados, quais
sejam: AMBU, tesoura de cortar vestes, mascara colar cervical, entre outros, devem
ser acondicionados em saco plástico transparente com simbologia infectante (Fig.002)
impresso e conduzidos para limpeza e desinfecção antes da sua re-utilização;
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3. Avaliação Primária
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Maj QOC/BM Edson Marconni Almeida da Silva
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É importante que não esqueçamos que nas vítimas de trauma é primordial
assegurar o controle da coluna cervical visando efetiva preservação da integridade da
medula cérebro espinhal e o não agravamento das lesões pré-existentes, bem como,
realizar o controle de grandes sangramentos externos.
Lembramos que, para executar a assistência no ambiente extra-hospitalar, deve-
se garantir segurança para as equipes profissionais, para a vítima e todos os
presentes no cenário do acidente. Reforçamos a necessidade de preservação da
saúde contra microorganismos patogênicos, portanto, a necessidade de se instituir
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• Dor: Responsivo a estímulos dolorosos (Fig.004) (sugere déficit de
oxigenação cerebral e necessária assistência ventilatória com oxigênio
sendo ministrado em alto fluxo)
• Inconsciente: Não responsivo (sugere anóxia ou hipóxia severa e, a
necessidade de imediata assistência ventilatória com oxigênio sendo
4. Abertura das vias aéreas e controle da coluna cervical – a abertura das vias
aéreas visa promover na vítima irresponsiva uma via respiratória patente, livre de
obstáculos, utilizando-se, no suporte básico, de manobras não invasivas. A
obstrução da via respiratória na vítima irresponsiva
decorre geralmente do relaxamento da língua (Fig.
005), mas, poderá advir por corpo estranho. Para
garantir uma via respiratória pérvia é necessário
Fig.005
realizar no suporte básico de vida
manobras não invasivas (Fig.006,
Fig.007), que permitam ao ar
permear os alvéolos pulmonares
durante a ventilação, o que ocorre
naturalmente se respiração Fig.006 Fig.007
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irresponsiva através da técnica VER, OUVIR e SENTIR – as equipes
especializadas ou as que dispuserem de estetoscópio podem realizar ausculta
através da técnica VER e AUSCULTAR;
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4. Conhecendo o mecanismo da parada
cardíaca
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sedentarismo, hereditariedade, colesterol, idade (homens acima de 45 anos e
mulheres acima de 55 anos). Quanto mais fatores presentes, mais suscetível ao
infarto indivíduo estará. Doenças coronarianas são uma das causas da parada
cardiorrespiratória, mas não a única. A fibrilação ventricular é o principal distúrbio da
atividade elétrica do coração estando presente em 90% das paradas cardíacas. Essa
arritmia que compromete o funcionamento do coração e, conseqüente, repercute
numa parada cardíaca advém do Infarto do Miocárdio. “A parada cardiorrespiratória
ocorre quando o coração perde sua função de bombear e o sangue não circula. Isso
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5. Reanimação Cardiorrespiratória
Profa. Dra. Elizabeth de Souza Amorim
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essa afirmativa, mas, ela é real. Aproximadamente 900 pessoas morrem diariamente
no Brasil por doenças do coração. As mortes súbitas e “inesperadas” acometem
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do tórax.
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O socorrista deve iniciar 02 (dois) minutos de RCP (FIg.016), que equivale a 05
(cinco) ciclos de 30 (trinta) compressões torácicas seguidas de 02 (duas) ventilações –
vítima adulta - solicitando o desfibrilador externo automático.
As compressões torácicas mesmo realizadas com técnicas corretas estão
longe de se igualar ao funcionamento normal do coração. O bombeamento do sangue,
durante a massagem cardíaca, é estimado em torno de 30% do trabalho realizado
pelo músculo do coração. Ao realizar 02 (dois) minutos de reanimação
cardiorrespiratória o socorrista deve inspecionar respiração e palpar pulso central ou
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instalar o DEA.
Quando 02 (dois) socorristas realizam as manobras de
reanimação cardiopulmonar a troca de posição é obrigatória
após 02 (dois) minutos de RCP. Os socorristas devem insistir na
reanimação cardiopulmonar, no local de acidente, por até 10
(dez) minutos, que equivale a 05 (cinco) vezes 05 (cinco) ciclos.
É sabido que com a chegada do desfibrilador devemos
Fig.016
suspender as condutas de reanimação cardiorrespiratória para
instalação do equipamento, desde que já tenha sido realizada 02 (dois) minutos de
RCP.
As manobras de reanimação cardiorrespiratória, após terem sido iniciadas, não
deverão ser interrompidas por mais de dez segundos contínuos, sob o risco de inferir
em lesão cerebral irreversível.
Em situações específicas as manobras de reanimação cardiopulmonar não
deverão ser executadas. É o caso da morte óbvia, evidente e indiscutível, a exemplo
da decapitação, hemicorporectomia e calcinação, bem
como, sinais indicativos de que a morte ocorreu há horas,
como rigidez cadavérica, manchas hipostáticas e estado
de putrefação.
Sempre que a equipe Suporte Básico de Vida (SBV)
(Fig.0017).
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O protocolo estabelece que após 02 (dois) minutos – 05 (cinco) ciclos – o
central).
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6. O protocolo da Desfibrilação Externa
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Fig.018
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Atenção: Reforçamos que o socorrista deve realizar 02 (dois) minutos de RCP
antes de realizar a desfibrilação.
Ao utilizar o desfibrilador externo automático (DEA), os socorristas devem
aplicar 1 choque, seguido de RCP imediata. A RCP deve sempre começar com
compressões torácicas. Todos os socorristas devem permitir que o DEA verifique o
ritmo cardíaco da vítima novamente, após aproximadamente 5 ciclos (cerca de 2
minutos) de RCP.
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Tórax da vítima molhado.
Se o tórax do vitimado estiver molhado o socorrista deve enxugá-lo senão a
aderência das pás ficará comprometida. O aparelho indicará eletrodos mal conectados
e, não ocorrerá desfibrilação. A água é uma boa condutora de eletricidade, numa
tentativa de desfibrilação, pode ocorrer um arco entre as pás, externamnete,
diminuindo a efetividade do choque.
Se o ambiente estiver molhado, remova-a da água, posicionando-a na
prancha, antes de instalar o DEA.
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