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DEIXA-ME EM PAZ!
PROJETO EDITORIAL ILUSTRADO CONTRIBUTIVO PARA A COMPREENSÃO
DO TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO NA INFÂNCIA
Aos meus pais por toda a força, pelo carinho e apoio, pelos exemplos e por estarem
sempre presentes.
A todas as pessoas que contribuíram para este projeto, pela ajuda, pelo incentivo
intelectual e emocional.
RESUMO
A sua finalidade é esclarecer e informar, para que o público possa ser instruído,
criar consciência e sensibilizar sobre o tema para evitar conceções erradas. Outro objetivo
é abrir caminho para o diálogo de forma a esclarecer potenciais equívocos que possam
existir.
A ilustração pode contribuir para a divulgação do tema de forma clara e compreensível.
Esta tem o poder de despertar o olhar e o sentido criativo da criança e permite a identificação
da mesma com situações específicas do tema. Com recurso à ilustração, é possível captar
a atenção dos leitores, nomeadamente dos mais jovens, implementando neles hábitos de
leitura e contribuindo para a formação de um adulto mais sensibilizado e informado.
Este projeto, tem também como objetivo envolver a comunidade num diálogo inclu-
sivo de modo a contribuir para o bem-estar individual e coletivo.
The present work has, as its main goal, the creation of an illustrated album. Its focal
point is obsessive-compulsive disorder in children. The main purpose is to clarify and inform
the public so that they can be educated and sensitized, as well as create awareness on the
theme to avoid misconceptions. Another goal is to open paths of communication, which may
enable dialogue in order to clarify pre-existing misconceptions.
Illustration can contribute to the dissemination of the topic in a clear and understand-
able way. It has the power to awaken the child’s eye and creative sense, and allows the child
to identify with specific situations on the topic. Through illustration, it is possible to capture
the attention of readers, particularly the youngest ones. It implements reading habits in them
which will contribute to the development of a more cultured, sensitized, and informed adult.
This project also aims to engage the community in an inclusive dialogue in order to
contribute to individual and collective well-being.
RESUMO
ABSTRACT
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização
1.2. Motivação e Objetivos
1.3. Metodologia
1.4. Estrutura
2. O TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO
2.1. Critério Diagnóstico
2.2. Especificadores
2.3. Características Diagnósticas e de Apoio ao Diagnóstico
2.4. Desenvolvimento, fatores de risco e prognóstico
2.5. Consequências funcionais e diagnóstico diferencial
2.6. Sintomas de TOC nas crianças
2.7. Terapia Cognitiva-Comportamental
2.8. Medicação
Literacia em Saúde
3. O ÁLBUM ILUSTRADO
3.1. Definição e Caracterização
3.2. Características editoriais do álbum ilustrado
3.2.1. Formato
3.2.2. Capa e Contracapa
3.2.3. As Guardas
3.2.4. Folha de Rosto
3.2.5. Página e dupla-página
3.2.6. Tipo de Letra
3.2.7. Ilustração
4. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
4.1. Enquadramento do projeto
4.2. Estudos de caso
4.3. Componente gráfica
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANEXOS
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INTRODUÇÃO 1
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CONTEXTUALIZAÇÃO 1.1
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Como é que as crianças com TOC são afetadas diariamente por este transtorno?
O que é que pode ser feito pelas pessoas que rodeiam a criança com TOC?
METODOLOGIA 1.3
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RESUMO DA METODOLOGIA
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Objetivos:
Métodos:
ESTRUTURA 1.4
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TOC 2
“Nas fobias, a ansiedade é precipitada por objetos ou
situações exteriores. Ao contrário, nas perturbações
obsessivo-compulsivas, a ansiedade é produzida
por acontecimentos internos: pensamentos ou dese-
jos persistentes que se impõem à consciência e que
não podem ser interrompidos.” (Gleitman, Fridlung &
Reisberg, 2011, p.1077)
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são mantidos porque reduzem a tensão, o desconforto ou a ansiedade que está associado
às obsessões. Os comportamentos compulsivos são quase sempre reconhecidos como
excessivos ou irrealistas, embora algumas crianças possam negar a redundância das
suas ações e algumas pessoas mais velhas possam ter desistido de resistir às suas
compulsões. Tal como as obsessões variam em frequência e intensidade, as compulsões
podem ocorrer raramente ou consumir parte do dia da pessoa. O TOC pode ser um
problema que passa despercebido a qualquer pessoa, exceto ao indivíduo em questão.
Pode criar diversas dificuldades para o doente e para os membros da família à medida
em que aumenta e diminui o seu grau de intensidade, ou pode ser de tal gravidade
que consome a atenção e energia do doente e os membros da família envolventes em
formalidades utilizadas para manter a tranquilidade. (Greist et al.,1989)
Mario Maj, Norman Sartorius, Ahmed Okasha e Joseph Zohar confirmam que
tradicionalmente, julga-se que que as obsessões são ocorrências mentais ocultas, como
pensamentos, imagens ou impulsos, enquanto que as compulsões são comportamentos
visíveis e evidentes, como lavar, repetir, verificar ou ordenar. A distinção entre obsessões
e compulsões com base na sua forma de se expressar contradiz uma segunda visão, mais
contemporânea, que enfatiza uma ligação funcional mais dinâmica entre obsessões e
compulsões. De acordo com este novo ponto de vista, as obsessões são acontecimentos
mentais que provocam aflição e ansiedade, tais como pensamentos de contaminação,
pensamentos de ser responsável por um acidente, impulsos inadmissíveis ou imagens
blasfemas. De acordo com o conceito mais atual de TOC, os pensamentos que funcionam
como um neutralizador de outros pensamentos ou impulsos constituem compulsões.
Estas podem ser comportamentos nítidos e explícitos, como lavar-se para compensar
a ansiedade em relação à contaminação, ou rituais disfarçados, como rezar em silêncio
para anular um pensamento blasfemo. Tanto os comportamentos como os pensamentos
podem funcionar para reduzir a angústia obsessiva e, dessa forma, ambos podem ser
considerados compulsões. (Maj, Sartorius, Okasha & Zohar 2002)
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CAUSAS 2.2
Duke Hamilton afirma que atualmente, não existe uma causa específica para o
TOC. No entanto, existem várias teorias que apontam para uma variedade de fatores
envolvidos no seu desenvolvimento. O TOC deve-se muito provavelmente a um misto de
fatores físicos, ambientais e psicológicos.
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Genética. Ter um membro da família que sofre com um tipo de TOC parece aumen-
tar a probabilidade de desenvolver a perturbação. “For exemple, up to 30% of teenagers
with OCD had at least one member oh their immediate family who was prone to obsessive
symptoms.”. (Hamilton, 2014, p.14)
Alguns dos distúrbios do espetro do TOC podem ser: transtorno dismórfico corporal;
hipocondria; compulsão alimentar ou anorexia; tricotilomania. O TOC não parece ser um
transtorno somente genético, pois gêmeos idênticos, não necessariamente desenvolvem
o mesmo transtorno. “If one of the parents has OCD, there seems to be a 2% to 8% chance
that each child will also have it.”. (Hamilton, 2014, p.14) Isto pode acontecer não só devido
à parte genética mas também, ao ambiente familiar.
Causas físicas. As análises cerebrais feitas a pessoas com TOC mostram
disfunções na comunicação entre diferentes partes do cérebro, provocando respostas
inadequadas quando surge a ansiedade. Habitualmente, o cérebro está preparado para
enviar e receber sinais que nos levam a reagir a determinados estímulos. Isto para que
seja possível refletir sobre a ação. Este circuito cerebral deixa de ser ativado depois da
realização do ato, dado por terminado o ciclo de feedback e permitindo assim a retoma às
suas atividades. Na pessoa com TOC, este ciclo de feedback é interrompido e o cérebro
não consegue desligar e ignorar os impulsos deste circuito. Fazendo com que repitam a
mesma ação vezes sem conta. Recentemente, o TOC tem sido associado a baixos níveis
de serotonina, um químico existente no cérebro que tem a função de transportar a infor-
mação de um neurónio para outro. Quando os níveis de serotonina são baixos, o cérebro
reage de forma diferente à ansiedade. Por norma, os pensamentos desnecessários são
facilmente filtrados, mas com os baixos níveis de serotonina, são interpretados como
“sinais de perigo” e causam níveis elevados de desconforto. (Hamilton, 2014)
CARACTERÍSTICAS DIAGNÓSTICAS E
DE APOIO AO DIAGNÓSTICO 2.3
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Segundo o DSM-5, nos Estados Unidos, a idade média em que tem início o TOC
é 19,5 anos, em que 25% dos casos tem início aos 14 anos de idade. O início após os
35 anos é incomum, mas ocorre. Os indivíduos do sexo masculino podem desenvolver
o transtorno mais precocemente em relação aos indivíduos do sexo feminino: cerca de
25% dos homens iniciam os sintomas de TOC antes dos 10 anos. O início dos sintomas
é geralmente gradual. No entanto, um início agudo também tem sido relatado. Quando o
TOC não é tratado, o seu seguimento é, em geral, crônico e com frequência os sintomas
aumentam e diminuem de intensidade. “Alguns indivíduos têm um curso episódico, e uma
minoria tem um curso de deterioração. Sem tratamento, as taxas de remissão em adultos
são baixas (p. ex., 20% para aqueles reavaliados 40 anos depois)”. (DSM-5, 2014, p. 239)
Quando o TOC surge na infância ou adolescência, pode permanecer para o resto
da vida. No entanto, 40% dos indivíduos com início do transtorno na infância ou adoles-
cência podem experienciar remissão até ao início da idade adulta. É mais fácil diagnosticar
as compulsões de uma criança do que as obsessões pois, as primeiras são observáveis.
Porém, a maioria das crianças tem obsessões e compulsões, assim como a maioria dos
adultos. “O padrão de sintomas em adultos pode ser estável ao longo do tempo, porém
é variável em crianças. Algumas diferenças no conteúdo das obsessões e compulsões
foram relatadas quando amostras de crianças e adolescentes foram comparadas com
amostras de adultos. Essas diferenças provavelmente refletem um conteúdo apropriado
aos diferentes estágios do desenvolvimento (p. ex., taxas mais altas de obsessões sexu-
ais e religiosas em adolescentes do que em crianças; taxas mais altas de obsessões por
danos (p. ex., medo de eventos catastróficos, como doença ou a própria morte ou de
pessoas amadas) em crianças e adolescentes do que em adultos).” (DSM-5, 2014, p.
239)
Quanto aos fatores de risco e prognóstico, o Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM-5) afirma estes podem ser:
Temperamentais. Sintomas mais internalizantes, uma afetividade negativa mais alta
e uma inibição do comportamento na infância podem ser fatores possíveis de risco
temperamentais.
Ambientais. Abuso físico e sexual na infância ou outros eventos que podem causar stress
ou trauma na criança, foram associados a um risco aumentado no desenvolvimento do
TOC. Algumas crianças podem desenvolver os sintomas obsessivo-compulsivos subi-
tamente, o que foi associado a diferentes fatores ambientais, incluindo vários agentes
infeciosos e uma síndrome autoimune pós-infeciosa.
Genéticos e fisiológicos. A taxa de TOC entre familiares de primeiro grau de adultos com
o transtorno é aproximadamente duas vezes superior à de familiares de primeiro grau sem
o transtorno; no entanto, entre familiares de primeiro grau com início do TOC na infância
ou adolescência, a taxa aumenta em 10 vezes. “A transmissão familiar deve-se, em parte,
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a fatores genéticos (p. ex., uma taxa de concordância de 0,57 para gêmeos monozigóticos
vs. 0,22 para gêmeos dizigóticos). Disfunção no córtex orbitofrontal, no córtex cingulado
anterior e no estriado tem sido mais fortemente envolvida.” (DSM-5, 2014, p. 240)
CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS E
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 2.5
Como referido no DSM-5, o TOC está associado a uma qualidade de vida limitada
e a altos níveis de prejuízo social e profissional. O prejuízo ocorre em diferentes áreas
da vida e está associado à gravidade do sintoma. Pode ser causado pelo tempo gasto
nas obsessões e a executar as compulsões. O paciente pode tentar fugir de certas situ-
ações e isto pode restringir o funcionamento da pessoa. Sintomas específicos podem
criar obstáculos específicos. Por exemplo, obsessões sobre danos ou violência podem
fazer as relações com familiares e amigos parecerem perigosas; o resultado pode ser
tentar fugir dessas relações. Pensamentos obsessivos sobre simetria podem impedir a
conclusão de projetos escolares ou profissionais, visto o trabalho nunca parecer “direito”.
Isto pode resultar em fracasso escolar ou na perda de emprego. As consequências na
saúde também podem acontecer. Por exemplo, as pessoas com preocupações sobre
contaminação podem vir a evitar consultórios médicos ou hospitais devido ao medo de
exposição a germes ou, desenvolver problemas dermatológicos como lesões cutâneas
devido à lavagem excessiva. Por vezes, os sintomas do TOC podem interferir no trata-
mento (p. ex., quando o paciente considera os medicamentos contaminados).
Quando o transtorno se inicia na infância ou adolescência, os indivíduos
podem experienciar dificuldades no desenvolvimento. Os adolescentes podem evitar a
socialização com os amigos e os jovens adultos podem sentir dificuldades no processo de
sair de casa e se tornarem independentes. O resultado pode ser relações escassas fora
dos familiares e falta de autonomia e de independência financeira. Algumas pessoas com
TOC podem ainda, impor regras e proibições aos membros da família devido ao transtorno
como por exemplo, não receber visitantes em casa com medo da contaminação. Isto pode
levar à disfunção familiar. (DSM-5, 2014)
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entanto, na fobia específica, o objeto temido está geralmente muito mais circunscrito, e
os rituais não estão presentes.” (DSM-5, 2014, p. 241)
No transtorno de ansiedade social, as situações receadas estão ligadas às
interações sociais e, a procura de tranquilização resulta na evitação dessas situações
sociais.
Transtorno depressivo maior. O TOC pode se diferenciar do transtorno depressivo maior
ao qual, os pensamentos são geralmente coerentes com o humor e não são vividos como
intrusivos ou angustiantes.
Transtornos psicóticos. Algumas pessoas com TOC tem um insight pobre ou até
mesmo convicções de TOC delirantes. Contudo, apresentam obsessões e compulsões
e não tem outras características de esquizofrenia ou transtorno esquizoafetivo.
Transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva. Apesar de o transtorno de person-
alidade obsessivo-compulsiva e o TOC tenham nomes semelhantes, as suas manifes-
tações clínicas são diferentes. O transtorno de personalidade obsessiva-compulsiva não
é caracterizado por pensamentos intrusivos, imagens ou impulsos e não é seguido por
comportamentos repetitivos resultado dessas intrusões. Por sua vez, envolve um padrão
duradouro e determinado de perfeccionismo excessivo e controle rigoroso. (DSM-5 , 2014)
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Os sintomas de TOC nas crianças podem ser muito difíceis de detetar. Normalmente,
o transtorno manifesta-se como uma obsessão pela organização, contar ou fazer as
coisas numa ordem específica. Por vezes podem fazer uma pergunta repetidamente na
esperança de obter sempre a mesma resposta.
As crianças passam por fases de organização à medida que aprendem a distinguir
formas e cores. No entanto, se os comportamentos forem feitos com o intuito de aliviar
ansiedade, não faz parte do desenvolvimento normal. As crianças muito pequenas são
demasiado novas para serem diagnosticadas com TOC, no entanto, se a ansiedade e
os comportamentos associados ao TOC interferirem com o seu funcionamento normal,
é essencial procurar ajuda. A terapia de modificação de comportamento pode ajudar nos
primeiros sinais de TOC por isso, quanto mais cedo forem abordados, melhores são as
hipóteses de superar o transtorno. (Hamilton, 2014)
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escolhidos exercícios, é feita uma avaliação do nível de dificuldade e como obter sucesso,
propondo tarefas cada vez mais difíceis mas executáveis. Normalmente, a terapia começa
com uma lista mais detalhada dos sintomas do TOC, dos horários e locais mais críticos,
que servem de base para a programação dos exercícios. Dá-se início os exercícios mais
simples, deixando para mais tarde os mais complexos. As sessões de terapia costumam
ser semanais e a duração do tratamento deve ser breve, com duração de 10 a 15 sessões.
O paciente tem de dedicar, pelo menos, 1 hora por dia às tarefas e um total de, no mínimo,
20 horas. O ideal é que o processo terapêutico termine com a eliminação completa de
todos os sintomas, o que está associado a uma taxa menor de recaídas. (Cordioli, 2014)
MEDICAÇÃO 2.8
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LITERACIA EM SAÚDE
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Por fim, a melhoria da Literacia em Saúde é muito importante para uma partici-
pação ativa e informada dos cidadãos nos Sistemas de Saúde, sendo vista como uma
medida essencial para a redução das desigualdades em Saúde na Europa.
Algumas estratégias para a promoção da Literacia em Saúde consistem em integrar
a Literacia em Saúde nos Sistemas e Políticas de Saúde, garantir uma comunicação
eficiente e integrar a Literacia em Saúde na educação. (OPP, 2015)
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O ÁLBUM ILUSTRADO 3
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Vários autores têm sugerido diferentes caminhos para a definição de álbum ilus-
trado. Contudo, descobrem definições distintas e sentem dificuldade em arranjar uma que
seja consensual. Existem contudo definições que mostram algumas das características
que pertencem ao álbum ilustrado.
“Um álbum ilustrado é texto, ilustrações, design total; é uma obra de manufatura
e produto comercial; documento social, cultural, histórico e, antes de tudo, é uma
experiência para as crianças. Como manifestação artística, equilibra-se num ponto de
interdependência entre as imagens e as palavras e no desdobramento simultâneo das
páginas encontradas e no drama de virar a página.”. (Bader, 1976, p.1).
De acordo com Rui Vitorino dos Santos (2015), a primeira dificuldade começa na
designação de artefacto. A sua definição é feita entre os álbuns ilustrados e os restantes
artefactos que constituem a literatura infantil. A evolução histórica assenta na ideia de
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que o álbum ilustrado tem como similares o livro ilustrado de um lado e o livro de artista
no outro. O álbum ilustrado tem início quando a ilustração deixa de estar limitada a um
espaço alternado com texto, ou então fechada numa moldura; quando a imagem ganha
poder e deixa de ser tratada como um acessório ou decoração; quando é detentora de
conteúdo e forma uma mensagem em conjunto com o texto. É na interação do texto e
imagem que se começa a contruir a sua designação. (Santos, 2015)
Um consenso que foi ganho em torno de uma definição é comunicado pelos
editores e parte das suas características formais na materialidade do objeto: 24 ou 32
páginas; capas duras; localização da ilustração e do texto que fica predominantemente ao
longo da dupla-página. É também recorrente no álbum ilustrado a narração ser realizada
pelo texto e pela imagem em conjunto, que possibilita a compreensão da narrativa se
algum destes elementos for omitido. (Santos, 2015)
São feitos álbuns ilustrados nas mais diversas áreas, dirigidos tantos a crianças
como a adolescentes e adultos. Podem ser de ficção, informativos ou artísticos. No
entanto, todos eles seguem algumas características editoriais como por exemplo, a forte
presença de imagens (de caracteres diversos) geralmente impressas em quadricromia ou
a preto e branco; o papel geralmente é de elevada gramagem e o seu formato é maior ou
diferente de um livro que só envolva texto; o design gráfico é aprimorado, o que valoriza
a obra e normalmente são de capa dura. As características editorias que distinguem o
álbum ilustrado para um público infantil dos outros livros destinados a adultos, são um
número de páginas reduzido (geralmente 24, 32,40 ou 48) e a limitada extensão do texto
que por vezes pode nem existir. O texto nos álbuns ilustrados costuma ser apresentado
em caracteres de tamanho superior aos de um livro narrativo e, muitas vezes, de uma
forma não direta. Tirando partido da forma como é escrito. Os álbuns infantis podem ser
informativos, poéticos, narrativos, abecedários ou contendo apenas imagens. (Florindo,
2012)
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que podem ser usados, os diversos tipos de papel que estão disponíveis, o uso de texturas,
brilhos e outros elementos são, atualmente mais variados. No entanto, muitas vezes estas
decisões partem do editor e não do designer, que já tem determinadas as características
gráficas que pretende utilizar, devido ao seu orçamento ou outras condicionantes. (idem,
ibidem)
CAPA E CONTRACAPA
A capa, mostra as dimensões ou o formato do livro e é a primeira familiaridade
que temos com o artefacto, com o peso, a sua textura e a relação que é criada entre a
lombada e contracapa. Estes três elementos fazem parte de um todo e, quando se pega
no livro o gesto de rotação que é feito entre a capa e a contracapa, é mais do que um gesto
instintivo, é algo aculturado. Assim, a atenção que é dada à escolha da capa é crucial para
o álbum ilustrado, já que a escolha do tipo de letra, a hierarquização do título, o nome do
autor e do ilustrador, a imagem, a escolha e gramagem do papel, localização do logótipo
da editora, o tipo de acabamentos e a seleção da ilustração a ser utilizada são elementos
fundamentais no design da capa e irão influenciar as opções de leitura do público. A capa
é muitas vezes uma confirmação estética e narrativa do álbum ilustrado. Assim como pode
provocar engano ao leitor quando o seu interior não corresponde à expetativa criada pela
capa.
A contracapa, assim como as duplas páginas do miolo, funciona em diálogo com
a capa. Ao contrário da capa, a contracapa contém tipicamente a informação resumida
referente à narrativa do livro, informação biográfica e a informação legal (código de barras,
ISBN, etc.). Durante muito tempo, a contracapa comunicava o fim do livro, algo que era
ignorado e não perdurava para além do ato da compra. Os códigos de barras, são um
exemplo da comunicação abstrata e codificada e, também um elemento que pode ser
trabalhado pelo designer, não só como mancha gráfica mas também como conteúdo
narrativo. (Santos, 2015)
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AS GUARDAS
A.
1. Coloridas (uma cor, duas ou mais cores);
2.Ilustradas (uma ilustração igual para toda a coleção, ilustração ou detalhe de
uma ilustração do miolo, ilustrações exclusivas, ilustração ou padrão que se repete);
3. As guardas dianteiras podem ser iguais às guardas traseiras, diferentes, simétri-
cas, complementares ou com pequenas variações.
B.
1. Sugerem o tom da narrativa
2. Apresentam o cronótopo
3. Apresentam a personagem
4. Fazem parte do livro como um todo
5. Fazem parte da narrativa
C.
1. Como suportes com diferentes objetos
2. Desdobráveis
3. Com texturas especiais.
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FOLHA DE ROSTO
PÁGINA E DUPLA‑PÁGINA
TIPO DE LETRA
Apesar dos leitores não darem grande importância à tipografia, ela tem um papel
importante na narrativa verbal. Para além de permitir a leitura dos seus caracteres, pode
ser um elemento narrativo, a letra é uma imagem e o seu formato pode ser usado para
comunicar na história ou fazer parte da ilustração, criando uma relação entre texto/
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ILUSTRAÇÃO
“Hoje, a ilustração encheu a página e foi absorvida pela avidez do papel branco
e seco; cresceu, como um dilúvio, até aos limites do corte das folhas do livro e transbor-
dou mesmo para além do seu espaço visível e material, deixando que sejamos nós, os
leitores, a prolonga-la num espaço aéreo envolvente ao livro e às nossas mãos.” (Maia,
2003, p.115)
A ilustração ocupa a superfície total, onde convive com o texto mas, cada vez mais
observamos que se pode preferir a criação de um vazio que envolve as imagens. (Maia,
2003)
Hoje em dia, pela atitude da ilustração, o livro ilustrado deixou de ser uma sequên-
cia de páginas singelas, que se posicionam lado a lado e são percorridas pelo texto e
imagens alternadamente. Passou a ser uma sucessão de pranchas e de folhas dobradas
a meio. A dupla página liga o lado par e ímpar através da cor, dos traços e das manchas
da imagem. “Tudo se passa como se a ilustração, cansada de ocupar as margens das
páginas, decidisse instalar-se no centro da obra, e obrigasse, mesmo, o próprio texto
escrito, a aparecer, também ele, como imagem para poder ser visto.” (Maia, 2003, p.116)
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DESENVOLVIMENTO DO PROJETO 4
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Para ser possível iniciar o projeto, foi essencial definir o conceito, o conteúdo e
a metodologia. Desta forma, neste capítulo é escrutinado todo o processo desenvolvido
para a concretização do artefacto final. Contextualizando e explicando a sua sequência,
assim como todas as decisões que foram desenvolvidas e as que foram abandonadas.
Após a realização da pesquisa e de uma entrevista realizada a uma profissional de
saúde, foi entendido que não existia muito material direcionado para o público infantil sobre
esta temática. Ao ser iniciada a pesquisa sobre o Transtorno Obsessivo-Compulsivo, foram
explorados diversos conceitos que teriam de ser entendidos para que o tema pudesse
ser tratado com a sensibilidade necessária para ser compreendido pelas crianças. Tendo
em conta que o objetivo principal deste projeto é a criação de um objeto que auxilie na
instrução do TOC e sensibilize crianças e adultos através da leitura para a construção de
uma consciência social e pelo respeito pelo outro.
No início do projeto, foi difícil perceber que tipo de texto iria transmitir a mensagem
pretendida; as ilustrações, que teriam de comunicar por si e ao mesmo tempo acompanhar
a história; o tema que tinha sido escolhido para este projeto não ser de nenhuma área
alguma vez estudada.
A realização da narrativa mostrou-se ser um desafio mas desta forma permitia
um maior envolvimento na estruturação do texto e ilustração. A história relata a vida de
Artur que um dia se depara com o monstro do TOC. Este monstro começa pequeno mas
à medida que o tempo passa, vai ficando maior e a cada dia incapacita mais o dia-a-dia
de Artur. O monstro é responsável por diversos pensamentos indesejados e por rituais
angustiantes. O rapaz decide falar com os pais que lhe proporcionaram ajuda. Por fim ,
Artur aprende a lidar com o monstro e este já não é tão grande nem assustador.
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Figura 2 Exemplo de ilustração do álbum ilustrado, Era uma Vez uma Raiva
4.2.2 Vazio
Existem também vários autores-ilustradores, que escrevem as narrativas e ilus-
tram os seus próprios livros. Catarina Sobral foi um dos exemplos analisados ao longo
da pesquisa. Um livro que despertou bastante interesse foi Vazio que conta a história de
um senhor que sente uma estranha sensação, mas não sabe dizer exatamente do que se
trata. Vai em busca de um médico que o examina, mas não lhe dá respostas. De seguida,
tenta encher-se com compras e preencher o incómodo com flores e plantas, mas nada
disto resulta. Até que um dia, quando anda desanimado, cruza-se com outra pessoa que
também se encontra neste estado. O seu coração pulsa fortemente e algo de uma força
extraordinária o faz deslumbrar com a vida.
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Vazio é um poema visual sobre o amor e a empatia ou, para começar, a falta deles.
Num retrato sobre a vida contemporânea, sempre acelerada e cheia de compromissos e
solicitações, um homem vai passando pelo espelho, pela rua, pelo médico, pelo super-
mercado, pelo jardim, pela exposição, pela chuva. Nada se mantém por tempo suficiente
dentro dele para conseguir transformá-lo. Até que se cruza com alguém que coincide com
ele. Quem será? O que é certo é que o homem em quem nada permanecia, o homem que
só por uns instantes conseguia guardar dentro de si aquilo e aqueles por quem passava,
fica finalmente cheio de tudo aquilo de que precisa. E tudo aquilo de que precisa deixa-
lhe, claro, espaço para mais. (Pato Lógico, 2014)
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Catarina Sobral consegue criar uma narrativa maravilhosa sem texto, que é
contada apenas pela imagem. A artista criou cenários cheios de cor em que a personagem
principal é vazia, branca e isenta de cor. A história pode ter várias interpretações, visto
não haver texto. É possível para a criança que lê a história, ultrapassar o possível e criar
narrativas impressionantes. Mais uma vez, todas as texturas utilizadas nas ilustrações
serviram de referência para a criação do projeto do mestrado.
Este livro conta com ilustrações suaves e doces, com predominância da cor
amarela. O livro O meu Monstro e Eu serviu como referência pelo facto de existir duas
personagens principais, um monstro e um rapaz que tem uma relação semelhante à que
é pretendida retratar no projeto de mestrado.
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FORMATO
Figura 7 Esboço do álbum ilustrado, Deixa-me em Paz! Figura 8 Composição final do álbum ilustrado, Deixa-me em Paz!
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TIPO DE LETRA
Foi tido em conta desde o início um tipo de letra que tivesse uma boa legibilidade
e fácil leitura visto se tratar de um livro destinado ao público infantil. Para os primeiros
esboços foi escolhida a Gill Sans. Um tipo de letra com uma aparência limpa e fácil
legibilidade. Porém, no decorrer do projeto o tipo de letra escolhido para o miolo foi a
Sassoon Primary Std, desenhada especialmente para livros infantis. O tipo de letra utilizado
para o título do livro é a Pequena de Rodrigo Araya Salas, desenhada especificamente
para livros destinados a crianças. Apresenta um caráter mais descontraído e divertido.
Para o corpo do texto foi utilizado um tamanho de 18 pt com um entrelinhamento de 22
pt. Para a maioria do texto foi utilizado o tipo de letra em regular, no entanto, algumas
palavras surgem assinaladas a bold para criar destaque na narrativa.
Figura 9 Fonte tipográfica Sassoon Primary Std Regular Figura 10 Fonte tipográfica Pequena Regular
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GRELHAS E MARGENS
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PALETA CROMÁTICA
Posto isto, esta cor tem um papel importante em toda a narrativa. Para além da
personagem que representa o monstro do TOC ser retratada nesta cor, ela está também
presente nos cenários das composições. Para além disso a cor amarela aparece como
destaque em algumas composições para mostrar as compulsões da personagem principal.
No final do livro, existe uma transição do verde-azulado para um arco-íris de cores que
representa o despegar da personagem de Artur do monstro do TOC.
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PERSONAGENS E NARRATIVA
Como já foi referido anteriormente, o objeto gráfico aborda o tema do TOC e alguns
dos sintomas associados ao transtorno, que são transmitidos à personagem principal.
Inicialmente esta personagem, Artur, é retratada como uma criança divertida e alegre.
Pouco a pouco vai se deparando com um monstro, que pretende retratar uma pequena
porção do que é o transtorno obsessivo-compulsivo. Através de uma figura que é retratada
como um monstro mas não demasiado aterrador, foi pensada a melhor forma de expor o
TOC de maneira que fosse acessível às crianças mas sem ser excessivamente terrível,
que provocasse nelas medo ou relutância de explorar o livro. Chegou-se à conclusão que
a melhor maneira de retratar este monstro seria através de uma mancha texturada, que
aparenta estar sempre aborrecida e à medida que os sintomas de Artur vão aumentando,
a mancha gráfica também aumenta. O rapaz quando já não tolera mais a imensidão que
se tornou este monstro, decide falar com os pais e obter ajuda. O objetivo da narrativa
não é trazer uma resposta clínica ao público mas sim, mostrar alguns dos sintomas e dos
sentimentos trazidos por este transtorno e criar empatia.
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PROCESSO ILUSTRATIVO
Como a ilustração sempre foi uma área de interesse, foi bastante compensador
desenvolver um projeto de tal importância. Foi permitido explorar uma linguagem que
transmite uma mensagem paralela ao texto que possa ser lida tanto por crianças como
por adultos.
Partindo do texto elaborado anteriormente, numa primeira fase, o desenvolvimento
das ilustrações consistiu na realização de um estudo das personagens que ao longo do
processo, foram sofrendo alterações. Foram realizados vários esboços com diferentes
materiais como por exemplo, diferentes tipos de riscadores, recortes e guaches.
Figura 14 Primeiros esboços das personagens Figura 15 Primeiros esboços das personagens
Figura 16 Primeiros esboços das personagens Figura 17 Primeiros esboços das personagens
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Sucessivamente foi feito um storyboard com esboços muito primários para planear
o seguimento da narrativa para haver uma melhor organização e planeamento do trabalho.
Figura 22 Storyboard
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monstro do TOC, podemos ver que surgem outras cores na sua vida. Neste momento os
cenários passam a ser apresentados com rabiscos e manchas coloridas e divertidas.
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CAPA E CONTRACAPA
PAPEL
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 5
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Para a realização deste projeto foi necessário ter em conta diversos conceitos
indispensáveis para o processo de criação do álbum ilustrado. Sendo o TOC o tema
abordado neste objeto literário, foi concluído que seria importante adquirir competências
não só relativamente a este transtorno mas também, ao sistema de inclusão. Áreas essas
que não eram conhecidas anteriormente a este projeto. O interesse e curiosidade em
relação à área da ilustração e do design social sempre existiram no entanto, foi importante
consolidar conhecimentos e ferramentas que permitissem desenvolver o projeto.
Não teria sido possível desenvolver o projeto sem a análise das pesquisas feitas
às características do TOC, que permitiu não só a realização do texto, como a construção
das ilustrações. Assim, através das composições, foi fundamental que a informação
essencial fosse transmitida. Com igual importância, foi o estudo do álbum ilustrado. Foi
dada importância à literatura para a infância e foi crucial perceber melhor este género
editorial e desta forma, colocar na prática os conhecimentos adquiridos na parte teórica.
A revisão ao estado da arte e o estudo de casos foram, também, fases importantes para
o projeto. Foi compreendido o que já tinha sido feito tanto a nível nacional, como inter-
nacional e a forma como o assunto tinha sido tratado. Foi importante perceber que para
a temática do TOC, o material existente é escasso e, por isso era desejado fazer algo
contra isso.
É importante referir que o objeto gráfico foi pensado para que os leitores
conseguissem transmitir a mensagem pretendida facilmente, de modo a consolidar
os conhecimentos tratados. Todos os elementos do objeto literário, texto e ilustração,
apresentam características para que seja acessível a aprendizagem das crianças na faixa
etária desejada. Desta maneira foi utilizada uma linguagem acessível, curta e objetiva e
as personagens principais pensadas para criar uma conexão emocional com os leitores.
As ilustrações tem a capacidade de comunicar sozinhas. No entanto, foi criado um objeto
em que o texto e a imagem se incorporam num só, tendo cada um a sua importância
para a transmissão da mensagem pretendida. O grande objetivo do álbum ilustrado é
dar a conhecer o transtorno obsessivo-compulsivo e algumas das suas características,
funcionando como um guia para a melhor compreensão deste transtorno.
Esta experiência foi, sem dúvida bastante gratificante, não só do ponto de vista do
objeto gráfico, como também de toda a pesquisa e estudo realizados. Foi observado que
o álbum ilustrado em questão tem grande importância na transmissão da mensagem de
forma eficaz e pode consistir numa ferramenta importante na transmissão do transtorno
ao paciente, ou até mesmo a outras crianças. Sendo um projeto de inclusão social foi
interessante perceber de que maneira é que o álbum ilustrado poderia incidir no públi-
co-alvo e que consequências iria ter na sociedade.
Por fim, importa referir que seria proveitoso dar continuidade ao projeto, criando
outros álbuns ilustrados que abordem diferentes doenças mentais, visto não existir objetos
de literatura para a infância suficientes nestas temáticas.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 6
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Z. (2020) Literacia em Saúde, um desafio emergente: Contributos para a mudança de
comportamento. Coletânea de Comunicações. Gabinete de Comunicação, Informação
e Relações Públicas do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.
Bader, B. (1976). American Picture Books from Noah’s Ark to the Beast Within. New York.
Gleitman, H., J. Fridlund, A., & Reisberg, D. (2011). Psicologia (7th ed.). Fundação
Calouste Gulbenkian.
Crain, P. (2016) Reading Children: Literacy, Property, and the Dilemmas of Childhood in
Nineteenth-Century America. University of Pennsylvania Press, Philadelphia.
Lange, S. &, Merveldt, N (2017) Children as Readers In Children’s Literature: The Power of
Texts And The Importance of Reading. Johns Hopkins University Press.
Macedo, A., Pereira, A., Madeira, N., Araújo, A., Pinto, A., Amaral, A. ... Santos, V. (2018)
Psicologia na Medicina. Lidel – Edições Técnicas, Lda.
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Maj, M., Sartorius, N., Okasha, A. & Zohar, J. (2002) Obsessive-Compulsive Disorder.
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Pano, E. C. (2011) Peritextos del siglo XXI. Las guardas en el discurso literario infantil.
Ocnos.
RECURSOS ELETRÓNICOS
Dean, H. S. & Phillips, L. (2023) Why Is It Important to Read to Your Child? Disponível em:
https://childmind.org/article/why-is-it-important-to-read-to-your-child/ (Consultado em
Março de 2023)
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nternational OCD Foundation. (2022). What Causes OCD? Disponível em: https://iocdf.
org/about-ocd/what-causes-ocd/ (Consultado em Dezembro de 2022)
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SÍTIOS E BLOGUES
Franco, B. & Lollo, J. C. (2017) Era uma vez uma raiva. Nuvem de Letras
Dra. Susana- As questões que coloca remetem para alguma complexidade nas
respostas, ainda que aparentemente pareça que não, muitas vezes os comportamentos
mais compulsivos e os pensamentos obsessivos estão relacionados com outros quadros
clínicos da infância e o grau de intensidade e frequência desses sintomas também são
importantíssimos para se perceber se é “normal” ou patológico para a idade e característi-
cas da fase de desenvolvimento da criança.
Não há muitas diferenças entre o adulto e a criança, está mais relacionado com
os interesses relacionados com cada faixa etária, podem ser exemplos: lavar as mãos
excessivamente, contar coisas (por exemplo, passos), sentar-se e levantar-se da cadeira
imensas vezes, limpar e reorganizar constantemente certos objetos ou fazer demasiadas
correcções no trabalho escolar.
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Da mesma forma que noutras faixas etárias, pode ser limitativo porque condi-
ciona um comportamento mais espontâneo e natural. Também, por serem crianças mais
inseguras e medrosas, não serão tão sociáveis e com capacidade de interagirem com as
crianças da sua idade - o isolamento acaba por sobressair. Com estes comprometimentos,
a aprendizagem pode ser mais periclitante e o consequente desenvolvimento de algumas
competências (neomeadamente as sociais) também.
Qual deve ser a atitude dos pais e educadores perante as crianças que mani-
festam sintomas de TOC?
No que concerne ao método, sim. Tal como para todas as problemáticas, a inter-
venção em crianças é diferente da intervenção nos adultos. No entanto, tal como para os
adultos a psicoterapia é fundamental.
Penso que com a mesma sensibilidade e respeito à diferença que para outros quad-
ros clínicos ou idiossincrasias que nos podem distinguir a todos pela nossa individualidade.
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