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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

DO ESTADO DA BAHIA

História e Filosofia das Ciências

Docente: Ricardo Silva de Macêdo


Data: 28/11/2023 Período Letivo: 2023.2
Atividade: Resenha-Resumo.
Discente: Paulo Roberto Santos Nunes Júnior

A FILOSOFIA DA CIÊNCIA DE KARL POPPER: O RACIONA-


LISMO CRÍTICO1

Paulo júnior

O texto A filosofia da ciência de Karl Popper: O racionalismo crítico, escrito


pelo professor Fernando Lang da Silveira, graduado em física pela Universidade Federal
do Rio Grande do Sul em 1972 e mestrado também pela mesma universidade em 1976
com doutorado em educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul,
busca relatar as principais ideias de Popper a respeito da teoria do conhecimento, a
epistemologia e o problema cérebro-mente, subdividindo sua obra em alguns tópicos
fundamentais para melhor compreensão do conteúdo, sendo: As explicações científicas e
a lógica dedutiva, o problema da indução, o método crítico, o critério de demarcação, a
própria concepção da teoria do conhecimento, a teoria dos três mundos e o problema
cérebro-mente.
O primeiro ponto abordado refere-se a concepção das explicações científicas e a
lógica dedutiva, na qual Popper irá argumentar que a tarefa da ciência relacionada à
explicação, destaca a importância da dedução lógica e menciona a aplicação dessa lógica
em derivações de lógica e aplicações técnicas, apresentando as propriedades da lógica
dedutiva.
Já no segundo ponto, o autor discutirá as críticas de Karl Popper à lógica indutiva,
destacando a impossibilidade de implementação de teorias científicas com base em
observações ou experimentos. Popper argumenta que a lógica induditva não garante a
verdade, questiona a validade da inferência indutiva e utiliza exemplos históricos para
mostrar que teorias científicas podem ser corrigidas ou originadas de maneiras não
verificadas com a lógica indutiva. A negação de uma solução positiva para o problema da
indução leva Popper a explorar alternativas para o método das ciências empíricas.
No terceiro ponto, Fernando, seguindo as ideias de Popper, destaca que as teorias
científicas são construções humanas, envolvendo elementos não totalmente racionais em
sua busca. Ele considera também a importância do método crítico na ciência, onde teorias
são testadas empiricamente. Popper também critica o indutivismo e enfatiza que as
teorias científicas são sempre conjecturas, sujeitas à falsificação. Por fim, Popper busca a
verdade objetiva na ciência, apesar da impossibilidade de prová-la, e se posiciona como
um realista, acreditando na existência de objetos independentes da mente.
No outro tópico o autor irá tratar do probmema da demarcação entre teorias
científicas, pseudocientíficas e metafísicas. Ele critica a visão positivista que considera a
observação e o método indutivo como características exclusivas da ciência. Popper
propõe a testabilidade, refutabilidade ou falsificabilidade como classificação de
demarcação para as teorias científicas. Segundo ele, uma teoria é científica se existir pelo
menos um enunciado que possa entrar em conflito com ela.
Em seguida, o autor vai discutir as concepções de Popper a respeito da teoria do
conhecimento, destacando críticas à ideia de que a mente humana funciona como um
"balde mental", acumulando percepções e conhecimentos de forma passiva. Popper
argumenta que a observação é central para o conhecimento científico e que as hipóteses
e teorias desempenham um papel fundamental na orientação para as observações.
Outro problema salientando pelo Fernando aborda o problema cérebro-mente na
qual Popper e Eccles desenvolveram uma teoria que se baseia na existência de três
mundos:
• Mundo 1: objetos e estados físicos.
• Mundo 2: estados mentais e subjetivos
• Mundo 3: conteúdos de pensamentos ou conhecimento objetivo
Em síntese, eles postulam uma hipótese dualista-interacionista sobre a existência de dois
órgãos, um material(o cérebro) e o outro material(a mente) que interagem entre si.
Por fim, o autor conclui sintetizando os aspectos da epistemologia de Karl Popper
abordados em algumas proposições:
• A concepção segundo a qual o conhecimento científico é descoberto em conjunto
de dados empíricos(observações/experimentações neutras, livres de pressupostos)
- método indutivo - é falsa.
• Não existe observação neutra, livre de pressupostos; todo conhecimento está
impregnado de teoria.
• O conhecimento científico é criado, inventado, construído com objetivo de
descrever, compreender e agir sobre a realidade.
• As teorias científicas não podem ser demonstradas como verdadeiras; São
conjecturas, virtualmente provisórias, sujeitas a reformulações, a reconstruções.
• Todo conhecimento é modificação de algum conhecimento anterior.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SILVEIRA, Fernando Lang da. A filosofia da ciência de Karl Popper: o racionalismo crítico.
Caderno Catarinense de ensino de física. Florianópolis. Vol. 13, n.3(dez.1996), p. 197-218,
1996.

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