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Análise de demonstrações

financeiras e fundamentos
Prof. Marcos Piellusch
Aula 1
Introdução e contexto da análise das demonstrações financeiras

Prof. Marcos Piellusch 2


Prof. Marcos Piellusch

• Mestre em administração de empresas pela EAESP FGV e graduado


em administração de empresas pela FEA-USP.
• É consultor em avaliação de empresas, atuando na elaboração,
modelagem e parecer independente de laudos de avaliação de
empresas financeiras, não financeiras, fintechs e startups.
• É professor de Finanças nos cursos de MBA, pós-graduação e in-
company de diversas instituições, como FIA, Insper, FGV, Saint Paul,
Einstein e XPEED.
• Ministra cursos e treinamentos para bancos e empresas sobre
Finanças Corporativas, Contabilidade, Investimentos e Avaliação de
Empresas
• Possui experiência em finanças corporativas, consultoria em análise
de investimentos, avaliação de empresas e modelagem financeira,
tendo atuado como executivo em instituições financeiras e
organizações.

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Estrutura do Curso

• Introdução
• Análise do balanço patrimonial – decisões de investimento e financiamento
• Análise da DRE – margens e eficiência
• Análise da DFC – as atividades geradoras e consumidoras de caixa
• Conceito e Análise do Capital de Giro
• Necessidade de Capital de Giro e Ciclo Financeiro
• Análise do endividamento
• Análise integrada do desempenho
• Estrutura e custo de capital
• Análise da criação de valor
• Análise com múltiplos
A análise das demonstrações financeiras

• Tem como propósito extrair informações a respeito do desempenho da empresa


• É feita por meio de indicadores de diversos tipos, refletindo diversos aspectos do desempenho
• Não se restringe aos indicadores, pois requer a interpretação e contextualização
• Alguns aspectos podem ser mais importantes, mas é preciso compreender o todo para realizar
uma análise adequada
• Deve ser combinada com a análise de outros fatores para compor a Análise Fundamentalista
• Contexto econômico
• Ambiente político, social, legal, ambiental
• Anállise estratégica do mercado e concorrência
• ESG
O que a empresa faz? Exemplo Renner
O que a empresa faz? Exemplo - Weg
Exemplo – Quem é quem?

1) Indústria D

2) Incorporadora B

3) Meios pagamento C

4) Varejo A
Aula 2
Análise do Balanço Patrimonial e as decisões de investimento e
financiamento
O Balanço Patrimonial - Estrutura
“Fonte dos recursos”
Passivo circulante Obrigação presente derivada de eventos
“Bens e direitos” (exigível em até 12 já ocorridos, cuja liquidação resulte em
Ativo circulante meses) saída de recursos

Risco para a empresa


Recursos controlados pela
entidade como resultado de (realizável em até 12 Passivo não

Exigibilidade
eventos passados e dos quais se
Risco

meses) circulante (exigível em


Liquidez
espera que resultem futuros
benefícios econômicos para a mais de 12 meses)
entidade.
Valor residual dos ativos da entidade
Ativo não circulante Patrimônio Líquido depois de deduzidos todos os passivos
Pertence aos sócios

(realizável em mais de (sem prazo de


12 meses) exigibilidade)

Reflete decisões Reflete decisões


de investimento de financiamento
Estrutura do balanço patrimonial para análise
Bens e direitos realizáveis em até 12 meses Obrigações exigíveis em até 12 meses
Passivo
circulante Maior risco para a empresa
Maior liquidez Ativo
Obrigações exigíveis em mais de 12 meses
Menor risco
circulante
Passivo não
Menor potencial de rentabilidade circulante Risco “médio” para a empresa

Bens e direitos realizáveis em mais de 12 Obrigações junto aos sócios (capital dos sócios e lucros
meses retidos)

Menor liquidez Ativo não Patrimônio


Menor risco para a empresa
Maior risco
circulante Líquido

Maior potencial de rentabilidade


Análise vertical e horizontal

• Para analisar o Balanço e permitir comparações, é necessário transformar


os números de moeda para percentual

• Relevância: 𝐴𝑛á𝑙𝑖𝑠𝑒 𝑉𝑒𝑟𝑡𝑖𝑐𝑎𝑙 = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙


𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎
𝑜𝑢 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙

• Variação: 𝐴𝑛á𝑙𝑖𝑠𝑒 𝐻𝑜𝑟𝑖𝑧𝑜𝑛𝑡𝑎𝑙 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜


𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟
−1

12
Análise do BP (Roteiro)

• Decisões de investimento
• Ativos de curto prazo e longo prazo
• Evolução na estrutura e relevância dos ativos
• Análise da evolução do risco e potencial de retorno
• Decisões de financiamento
• Capital próprio e de terceiros
• Curto prazo e longo prazo
• Passivo oneroso (financeiro) e operacional
Aula 3
Análise da Demonstração do Resultado (DRE)
Aspectos a Analisar na DRE

• Poder competitivo ou criação de valor: Margem Bruta


𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑏𝑟𝑢𝑡𝑜
𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑏𝑟𝑢𝑡𝑎 =
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑏𝑒𝑛𝑠 𝑒 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜𝑠

• Eficiência operacional: Margem Operacional ou Margem EBIT*


𝐸𝐵𝐼𝑇
𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝐸𝐵𝐼𝑇 =
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑏𝑒𝑛𝑠 𝑒 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜𝑠

• Eficiência da empresa para gerar lucro: Margem Líquida


𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 =
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑏𝑒𝑛𝑠 𝑒 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜𝑠
* EBIT = Resultado antes do resultado financeiro e dos tributos sobre o lucro
EBITDA e Margem EBITDA

EBITDA = EBIT + Depreciação e Amortização


• Significa a capacidade (ou potencial de geração de caixa da operação)
• Por que não é simplesmente geração de caixa?
• Por que a DRE é elaborada pelo regime de competência, então:
• Nem toda receita já entrou no caixa
• Nem todo custo já foi pago
• Eficiência na capacidade de geração de caixa é a Margem EBITDA

𝑬𝑩𝑰𝑻𝑫𝑨
𝑴𝒂𝒓𝒈𝒆𝒎 𝑬𝑩𝑰𝑻𝑫𝑨 =
𝑹𝒆𝒄𝒆𝒊𝒕𝒂 𝒅𝒆 𝒗𝒆𝒏𝒅𝒂𝒔
Aula 4
Análise da Demonstração dos Fluxos de Caixa
Demonstração do fluxo de caixa

FCO (fluxo de caixa das operações) ou Quanto a operação gera


Caixa Líquido das Atividades Operacionais de caixa?

Qual foi o valor investido


FCI (fluxo de caixa de investimento) ou em ativos
Caixa Líquido das Atividades de Investimento “permanentes”?

Quais foram as
FCF (fluxo de caixa de financiamento) ou movimentações e
Caixa Líquido das Atividades de Financiamento resultados do capital dos
sócios e de terceiros?

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Estrutura “completa”
Zoom FCO
Zoom FCI e FCF
Exemplos práticos – 1 (Empresa do setor industrial)

Item Valor (R$ mil)

Caixa líquido das atividades operacionais (FCO) -2.870,00

Resultado líquido 2.753,00


Depreciação e amortização 2.845,00
Outros ajustes 2.978,00
Variação de ativos e passivos -11.446,00
Caixa líquido das atividades de investimento (FCI) -3.539,00
Caixa líquido das atividades de financiamento (FCF) -355,00
Variação de caixa e equivalentes -6.764,00
Análise da Demonstração do Fluxo de Caixa

• Exemplo: duas empresas diferentes geraram R$ 1.000 em caixa no período. Qual delas mostra uma
operação mais “saudável”?

Empresa A Empresa B

FCO 42.000 -18.000

FCI -25.000 10.000

FCF -16.000 9.000

Variação de caixa 1.000 1.000


Análise da DFC

𝐹𝐶𝑂
• Eficiência na geração de caixa:
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎

• Nível de investimento: comparar FCI com a Depreciação e amortização

• Geração livre de caixa: Fluxo de caixa livre FCL = FCO + FCI

• Estágio provável no ciclo de vida


Ciclo de Vida e Fluxo de Caixa

Fluxo de
caixa

FCF FCO
Fase do ciclo
FCO de vida
FCF

FCI
FCI
FCO FCI FCF

Start-up e cresc. Crescimento Maturidade


acelerado
Exemplo – empresa do segmento industrial

𝑭𝑪𝑶
Item Valor R$ mil = 𝟏𝟏%
Caixa líquido das atividades operacionais (FCO) 1.299.655
𝑹𝒆𝒄𝒆𝒊𝒕𝒂
Resultado líquido 1.344.148
Depreciação e amortização 317.023
Outros ajustes 397.093
Variação de ativos e passivos -758.609 𝑭𝑪𝑳 = +𝟒𝟔𝟔. 𝟑𝟔𝟓
Caixa líquido das atividades de investimento (FCI) -833.290
Caixa líquido das atividades de financiamento (FCF) -1.446.435
Variação de caixa e equivalentes -980.070

Receita líquida 11.970.000


Exemplo – empresa do segmento de utilities

𝑭𝑪𝑶
Item Valor R$ mil = 𝟏𝟏%
Caixa líquido das atividades operacionais (FCO) 465.840
𝑹𝒆𝒄𝒆𝒊𝒕𝒂
Resultado líquido 173.110
Depreciação e amortização 125.230
Outros ajustes 157.798
Variação de ativos e passivos 9.702 𝑭𝑪𝑳 = +𝟑𝟐𝟎. 𝟐𝟗𝟑
Caixa líquido das atividades de investimento (FCI) -145.547
Caixa líquido das atividades de financiamento (FCF) -252.066
Variação de caixa e equivalentes 68.227

Receita líquida 4.153.000


Exemplo – empresa de mineração

𝑭𝑪𝑶
Item Valor R$ mil = 𝟑𝟔%
Caixa líquido das atividades operacionais (FCO) 47.930.771 𝑹𝒆𝒄𝒆𝒊𝒕𝒂
Resultado líquido 25.773.768
Depreciação e amortização 12.238.935
Outros ajustes 12.854.456
Variação de ativos e passivos -2.936.388
𝑭𝑪𝑳 = +𝟒𝟕. 𝟎𝟎𝟒. 𝟐𝟓𝟗
Caixa líquido das atividades de investimento (FCI) -926.512
Caixa líquido das atividades de financiamento (FCF) -40.529.864
Variação de caixa e equivalentes 6.474.395

Receita líquida 134.483.000


Aula 5
Conceito e Análise do Capital de Giro
Capital de Giro

• O que é Capital de Giro?


• É o valor que representa os recursos aplicados no curto prazo em dado
momento
• Capital de giro líquido (CGL ou CCL) = AC – PC

PC

AC

CGL*

*CGL: capital de giro líquido = Ativo circulante – Passivo circulante


Exemplos
Empresa 1 Empresa 2

Ativo Circulante Passivo Circulante Ativo Circulante Passivo Circulante

Caixa 300 Fornecedores 500 Caixa 8000 Fornecedores. 22.000

Ctas receber 400 Empréstimos 300 Ctas receber 12.000 Empréstimos 17.400

Estoques 600 TOTAL 800 Estoques 20.000 TOTAL 39.400

TOTAL 1300 TOTAL 40.000

CGL = 1300 – 800 = 500 CGL = 40.000 – 39.400 = 600


Capital de Giro e Liquidez

• 𝐶𝐺𝐿 = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑢𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 − 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒


𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
• Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑙𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 =
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒−𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠
• Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑙𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝑆𝑒𝑐𝑎 =
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
𝐶𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑒 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
• Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑙𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝑖𝑚𝑒𝑑𝑖𝑎𝑡𝑎 =
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒

• CGL > 0 e ILC > 1 → Baixo risco de não cumprir as obrigações de curto prazo
• CGL < 0 e ILC < 1 → Alto risco de não cumprir as obrigações de curto prazo
Exemplos
Empresa 1 Empresa 2

Ativo Circulante Passivo Circulante Ativo Circulante Passivo Circulante

Caixa 300 Fornecedores 500 Caixa 8.000 Fornecedores 22.000

Ctas receber 400 Empréstimos 300 Ctas receber 12.000 Empréstimos 17.400

Estoques 600 TOTAL 800 Estoques 20.000 TOTAL 39.400

TOTAL 1300 TOTAL 40.000

CGL = 1300 – 800 = 500 CGL = 40.000 – 39.400 = 600

ILC = 1300 / 800 = 1,625 ILC = 40.000 / 39.400 = 1,015


ILS = 700 / 800 = 0,875 ILS = 20.000 / 39.400 = 0,508
ILI = 300 / 800 = 0,375 ILI = 8.000 / 39.400 = 0,203
Capital de Giro Líquido representa recursos “livres”?
Empresa 1

Ativo Circulante Passivo Circulante

Caixa 300 Fornecedores 500

Ctas receber 400 Empréstimos 300

Estoques 600 TOTAL 800

TOTAL 1300

CGL = 1300 – 800 = 500

ILC = 1300 / 800 = 1,625


Componentes Financeiros e Operacionais

Natureza Constante PCO


ACO
Fornecedores
Contas a receber
Obrig. Soc. Trab.
Estoques
Obrig. Tribut.
Tributos a recuperar
Outros passivos
Despesas antecipadas PC circulantes
Outros ativos circulantes

AC

PCF
ACF
Empréstimos
Caixa
Dividendos a pagar
Aplicações financeiras
Debêntures

ACO: Ativo circulante operacional PCO: Passivo circulante operacional


ACF: Ativo circulante financeiro PCF: Passivo circulante financeiro
Necessidade de Capital de Giro ou Necessidade de Investimento
em Giro

ACO PCO
Contas a receber Fornecedores
Estoques Obrig. Soc. Trab.
Tributos a recuperar Obrig. Tribut.
Despesas antecipadas Outros passivos
Outros ativos circulantes circulantes
PCO
ACO

NCG (necessidade de
capital de giro)

NCG = Parcela dos investimentos demandados pela operação não


cobertos pelos financiamentos “automáticos” da operação
Exemplo – Necessidade de Capital de Giro
Empresa 1

Ativo Circulante Passivo Circulante


ACO = 1000
Caixa 300 Fornecedores 500
PCO = 500
Ctas receber 400 Empréstimos 300
NCG = 1000 – 500 = 500
Estoques 600 TOTAL 800

TOTAL 1300

CGL = 1300 – 800 = 500

ILC = 1300 / 800 = 1,625


Exemplo

ATIVO (R$ mil) Saldos 31/12/X1 PASSIVO (R$ mil) Saldos 31/12/X1

Caixa 100 Fornecedores 300


Contas a receber 400 Obrig. Sociais 150
Estoques 300 Obrig. Tributárias 120
Ativo circulante 800 Empréstimos 180
Imobilizado 1500 Passivo circulante 750
Empréstimos L.P. 500
Patrimônio Líq 1050
ATIVO TOTAL 2300 PASSIVO TOTAL 2300

Qual é o valor da NCG em 31/12/X1? NCG = 700 – 570 = 130


Exemplo

ATIVO (R$ mil) Saldos Saldos PASSIVO (R$ mil) Saldos Saldos
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X1 31/12/X2
Caixa 100 Fornecedores 300
Contas a receber 400 Obrig. Sociais 150
Estoques 300 Obrig. Tributárias 120
Ativo circulante 800 Empréstimos 180
Imobilizado 1500 Passivo circulante 750
Empréstimos L.P. 500
Patrimônio Líq 1050
ATIVO TOTAL 2300 PASSIVO TOTAL 2300

Qual seria a necessidade adicional caso as vendas cresçam 50% em X2, aumentando também o quadro de funcionários e
distribuindo todo o lucro? Suponha que os empréstimos sejam renovados.
Considere que o imobilizado não aumenta, pois a estrutura atual suporta o crescimento
Exemplo

ATIVO (R$ mil) Saldos Saldos PASSIVO (R$ mil) Saldos Saldos
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X1 31/12/X2
Caixa 100 35 Fornecedores 300 450
Contas a receber 400 600 Obrig. Sociais 150 225
Estoques 300 450 Obrig. Tributárias 120 180
Ativo circulante 800 1085 Empréstimos 180 180
Imobilizado 1500 1500 Passivo circulante 750 1035
Empréstimos L.P. 500 500
Patrimônio Líq 1050 1050
ATIVO TOTAL 2300 2585 PASSIVO TOTAL 2300 2585

ACO 700 1050 PCO 570 855


NCG 130 195
Como saber se a NCG é alta ou baixa?
Empresa 1 Empresa 2 Empresa 1 Empresa 2
Ativo Total 10400 4800
Ativo Circulante 5450 2450
ACO 4500 2300
Disponibilidades 950 150
PCO 3000 1170
Estoques 1200 900
Contas a receber 3000 1200 NCG 1500 1130
Outros 300 200
Ativo Não Circulante 4950 2350 NCG/RL 17% 25%
Passivo Total 10400 8370
Passivo Circulante 3800 1770
Empréstimos e Financiamentos 800 600
Fornecedores 2500 800
Obrigações Fiscais 300 250
Outros 200 120
Passivo Não Circulante 1800 1800
Patrimônio Líquido 4800 4800

Receita líquida de vendas 9000 4500


Aula 6
Necessidade de Capital de Giro e Ciclo Financeiro
Fatores que definem a NCG

• Receita

• Prazo médio de recebimento: maior prazo -> maior NCG


• Prazo médio de estocagem: maior prazo -> maior NCG
• Prazo médio de pagamento: maior prazo -> menor NCG
Ciclo operacional e ciclo financeiro

Compra de
Pagamento a Recebimento de
matéria prima Venda
fornecedores clientes
ou mercadorias

30 dias
Prazo de Prazo de
t
pagamento recebimento
90 dias
60 dias
Prazo de estocagem
90 + 60 – 30 = 120 dias $
Ciclo financeiro
$
90 + 60 = 150 dias
Ciclo operacional
Cálculo dos prazos e ciclo financeiro

𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑎 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑒𝑟
𝑃𝑀𝑅 = 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = × 360
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎

𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒
𝑃𝑀𝐸 = 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 = × 360
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑏𝑒𝑛𝑠 𝑒 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜𝑠 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠

𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠
𝑃𝑀𝑃 = 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑔𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = × 360
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠

𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠 = 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 + 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑏𝑒𝑛𝑠 𝑒 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜𝑠 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠

𝐶𝑖𝑐𝑙𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜 = 𝑃𝑀𝑅 + 𝑃𝑀𝐸 − 𝑃𝑀𝑃


Aula 7
Análise do Endividamento e Capacidade de Cumprimento de Obrigações
Riscos associados ao endividamento

• Endividamento geral e oneroso


• Liquidez e financiamento do capital de giro
• Cobertura das despesas financeiras
• Alavancagem do EBITDA
Estrutura de endividamento

𝑃𝐶+𝑃𝑁𝐶
• 𝐸𝑛𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 =
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

𝐸𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑡.𝑒 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐 𝐶𝑖𝑟𝑐 𝑒 𝑁ã𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐


• 𝐸𝑛𝑑. 𝑜𝑛𝑒𝑟𝑜𝑠𝑜 =
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
Exemplo – comparação de empresas – Endividamento geral e
oneroso
Empresa 1 Empresa 2 Empresa 3

Indicadores Meios de pagamento Varejo de Vestuário Indústria de base

Passivo circulante 71.159 1.034 8.299


Passivo não circulante 9.342 1.148 18.297
PL 9.132 2.213 14.223
Passivo total 89.633 4.396 40.819

Empréstimos e financiamentos (PC) 2.372 644 3.076


Empréstimos e financiamentos (PNC) 6.779 1.129 17.591

Endividamento geral 90% 50% 65%

Endividamento oneroso 10% 40% 51%


Capacidade de manter dívidas

O resultado operacional deve ser suficiente para pagar pelo menos as despesas financeiras

𝐸𝐵𝐼𝑇 ∗∗
𝐼𝐶𝐽 ∗=
𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠

• ICJ> 1 = baixo risco


• ICJ< 1 = alto risco

• * ICJ = Índice de Cobertura de Juros


• ** EBIT = Lucro Antes dos Juros e Imposto de Renda = LAJIR
Exemplo – comparação de empresas – capacidade de
manutenção das dívidas
Empresa 1 Empresa 2 Empresa 3

Indicadores Meios de pagamento Varejo de Vestuário Indústria de base

Endividamento geral 90% 50% 65%


Endividamento oneroso 10% 40% 51%

EBIT 1.974 241 6.721


Despesas financeiras 439 166 3.271

ICJ 4,50 1,46 2,05


Capacidade de pagar dívidas

Em quanto tempo a empresa seria capaz de pagar as dividas usando o caixa disponível e o potencial de
caixa da operação?

𝐷í𝑣𝑖𝑑𝑎 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 ∗∗
𝐴𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 𝐸𝐵𝐼𝑇𝐷𝐴 ∗=
𝐸𝐵𝐼𝑇𝐷𝐴

• Alavancagem indica o “prazo” para pagamento


• Quanto maior a alavancagem, maior o risco de não cumprimento das dívidas onerosas
• Quando a dívida líquida é negativa, o risco é muito baixo

* EBITDA = Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização = EBIT + Depreciação e
Amortização
** Dívida líquida = Empréstimos e financiamentos – Caixa e Aplicações Financeiras (Disponibilidades)
Exemplo – comparação– capacidade de pagar dívidas
Empresa 1 Empresa 2 Empresa 3

Indicadores Meios de pagamento Varejo de Vestuário Indústria de base


Endividamento geral 90% 50% 65%
Endividamento oneroso 10% 40% 51%
ICJ 4,50 1,46 2,05

Empréstimos e financiamentos (PC) 2.372 644 3.076


Empréstimos e financiamentos (PNC) 6.779 1.129 17.591
Disponibilidades 8.763 575 6.111
EBIT 1.974 241 6.721
Depreciação e amortização 343 92 2.534

Dívida líquida 388 1.197 14.556

EBITDA 2.316 334 9.255

Alavancagem do EBITDA 0,17 3,59 1,57


Aula 8
Análise Integrada do Desempenho: Margem, Atividade e Rentabilidade
O que é melhor?

• Uma empresa lucrativa

• Uma empresa rentável


Rentabilidade e Indicadores de Desempenho

Lucratividade

𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜
𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 = 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 =
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎

Ativos Receita Lucro

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜
𝑅𝑂𝐴 ∗=
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜
Rentabilidade

ROA = Return on Assets = Retorno sobre os ativos


Rentabilidade e Indicadores de Desempenho

150 15
𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 = = 1,5 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 = = 10%
100 150

Ativos Receita Lucro


100 150 15

15
𝑅𝑂𝐴 = = 15%
100

Note que ROA = Giro do ativo x Margem Líquida


Pois 15% = 1,5 x 10%
Rentabilidade e Indicadores de Desempenho

Lucratividade
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜
𝐴𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑃𝐿 = 𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 = 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 =
𝑃𝐿 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎

PL Ativos Receita Lucro

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜
𝑅𝑂𝐸 = 𝑅𝑂𝐴 =
𝑃𝐿 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜
Rentabilidade

ROE = Return on Equity = Retorno sobre o PL


Rentabilidade e Indicadores de Desempenho

100 150 15
𝐴𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑃𝐿 = = 2,5 𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 = = 1,5 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 = = 10%
40 100 150

PL Ativos Receita Lucro


40 100 150 15

15 15
𝑅𝑂𝐸 = = 37,5% 𝑅𝑂𝐴 = = 15%
40 100

Note que ROE = ROA x Alavancagem do PL


Pois 37,5% = 15% x 2,5
Endividamento x Rentabilidade

• Então o endividamento pode ser benéfico para a empresa?


Depende...

Empresa sem dívidas Empresa com dívidas

PL 100.000 40.000

Ativos 100.000 100.000

EBIT 14.000 14.000

-Despesa financeira líquida 4.200

-IR 4.200 2.940

= Lucro líquido 9.800 6.860

9.800 6.869
𝑅𝑂𝐸 = = 9,8% 𝑅𝑂𝐸 = = 17,2%
100.000 40.000
Depende...

Empresa sem dívidas Empresa com dívidas

PL 200.000 80.000

Ativos 200.000 200.000

EBIT 20.000 20.000


-Despesa financeira líquida 14.400

-IR 6.000 1.680

= Lucro líquido 14.000 3.920

14.000 3.920
𝑅𝑂𝐸 = = 7,0% 𝑅𝑂𝐸 = = 4,9%
200.000 80.000
Quando a Dívida é Saudável?

𝐸𝐵𝐼𝑇 14.000 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 4200


𝑅𝑂𝐼 =
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜
=
100.000
= 14% > 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 =
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜𝑠
=
60000
= 7%

Empresa sem dívidas Empresa com dívidas

PL 100.000 40.000

Ativos 100.000 100.000

EBIT 14.000 14.000

-Despesa financeira líquida 4.200

-IR 4.200 2.940

= Lucro líquido 9.800 6.860

9.800 6.869
𝑅𝑂𝐸 = = 9,8% 𝑅𝑂𝐸 = = 17,2%
100.000 40.000
ROI = Return on Investment = Retorno sobre o investimento = EBIT/Ativo
E quando não é?
𝐸𝐵𝐼𝑇 20.000 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 14.400
𝑅𝑂𝐼 =
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜
=
200.000
= 10% < 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 =
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜𝑠
=
120.000
= 12%

Empresa sem dívidas Empresa com dívidas

PL 200.000 80.000

Ativos 200.000 200.000

EBIT 20.000 20.000

-Despesa financeira líquida 14.400

-IR 6.000 1.680

= Lucro líquido 14.000 3.920

14.000 3.920
𝑅𝑂𝐸 = = 7,0% 𝑅𝑂𝐸 = = 4,9%
200.000 80.000
Direcionadores de Desempenho

ALAVANCAGEM: Usar capital PRODUTIVIDADE: Uso dos MARGEM: Vantagens


de terceiros com baixo custo ativos para gerar receita. competitivas e controle de
(fornecedores) Evitar ociosidade despesas

𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜


𝐴𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑃𝐿 = 𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 = 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 =
𝑃𝐿 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎

PL Ativos Receita Lucro

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜
𝑅𝑂𝐸 = 𝑅𝑂𝐴 =
𝑃𝐿 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜
Qual é a Rentabilidade Mínima?
Alguns fatores que elevam o risco:
Retorno
Esse é o ROE
mínimo! • Endividamento
requerido • Instabilidade da receita e do lucro
• Governança
• Setor de atividade – sensibilidade à
16%
receita
Prêmio pelo Risco. • Concorrência
Ex: 4%* • Produto ou serviço comum x marca
diferenciada
• Dependência de inovações
Investimento com risco
0 tecnológicas
Ex: Selic 12%

Risco

*Prêmio aproximado para uma empresa de capital aberto


Aula 9
Estrutura e Custo de Capital
Fontes de recursos

Passivo circulante
• Fornecedores
• Empréstimos e financiamentos
• Obrigações sociais e trabalhistas
• Obrigações fiscais
• Outros passivos circulantes
Capital de terceiros

Passivo não circulantes


• Fornecedores
• Empréstimos e financiamentos

Patrimônio Líquido
Capital dos sócios / Fontes
• Capital Social
• Reservas internas
Fontes operacionais e onerosas

• Fontes onerosas: • Fontes operacionais:


• Empréstimos bancários • Fornecedores
• Financiamentos (aquisição de • Obrigações sociais e trabalhistas
bens, capital de giro, exportação, • Obrigações fiscais
etc)
• Outros passivos circulantes
• Títulos: debêntures e outros

• Não acarretam despesas


• Acarretam despesas financeiras financeiras desde que cumpridas
até o vencimento
Características das fontes de recursos

Capital de terceiros Capital dos sócios / Fontes internas


Obrigações fixas Direito residual

Prioridade sobre os fluxos de caixa Menor prioridade sobre os fluxos de caixa

Dedutível do IR Não é dedutível do IR

Vencimentos definidos Não tem vencimento

Sem interferência na gestão Dá direito a influência na gestão


Custo de Capital - WACC
Benefício
Visão Negócio: Capital Investido fiscal

NCG Dívida Líquida Remuneração:


juros
kd 10% 400 40 40 x 34% = 13,60 26,40
(terceiros)

1000
ANC PL Remuneração:
dividendos
ke 20% 600 120
(acionistas)

Custo de capital R$: 146,40

Custo de capital (wacc): 14,64%

Custo de capital (wacc): 10% x (1-34%) x 400/1000 + 20% x 600/1000 =14,64%

Custo de capital (wacc): Kd x (1 – T) x D% + Ke x E%


Custo de Capital (wacc)

● 𝑤𝑎𝑐𝑐 = 𝑘𝑑 × 1 − 𝑇 × %𝐷 + 𝑘𝑒 × %𝐸

● Componentes:
○ Estrutura de capital (D% e E%)

○ Ke (custo de capital dos sócios)

○ Kd (custo de capital de terceiros)


Estrutura de Capital

𝐷
𝐷% =
𝐷+𝐸

𝐸
𝐸% =
𝐷+𝐸
Onde:
D=Divida Líquida
E=Patrimônio Líquido Contábil ou Valor de Mercado da Empresa
Dívida Líquida=Empréstimos PC + Empréstimos PNC – (Caixa + Aplicações Financeiras)
Empréstimos PC = saldo em empréstimos e financiamentos do passivo circulante
Empréstimos PNC = saldo em empréstimos e financiamentos do passivo não circulante
Ke – Retorno requerido pelos acionistas

Estimado por meio do modelo CAPM (Capital Assets Pricing Model)

Retorno esperado
Ke 2
Retorno de mercado (rm)
Ke 1
Prêmio pelo risco de
mercado
Retorno sem risco (rf)

Risco
Ações (IBOV)

β <1 β=1 β >1


CAPM (Ke) – Formulação básica

𝑘𝑒 = 𝑟𝑓 + 𝛽 × 𝑟𝑚 − 𝑟𝑓

𝑘𝑒: 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜𝑠 𝑠ó𝑐𝑖𝑜𝑠


𝑟𝑓: 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑙𝑖𝑣𝑟𝑒 𝑑𝑒 𝑟𝑖𝑠𝑐𝑜
𝛽: 𝑠𝑒𝑛𝑠𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑎 𝑎çã𝑜 à𝑠 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑚𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜
𝑟𝑚 − 𝑟𝑓: 𝑝𝑟ê𝑚𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑟𝑖𝑠𝑐𝑜 𝑑𝑒 𝑚𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜
Ke – parâmetros a utilizar na prática

𝐾𝑒𝑈𝑆𝐷 = 𝑟𝑓 + 𝛽 × 𝑟𝑚 − 𝑟𝑓 + 𝐶𝑅𝑃

Rentabilidade dos US-Treasuries Risco país


americanos – 10 anos EMBI+ BR ou CDS BR
Usar valores atuais (média dos Usar valores atuais (média
últimos dias) dos últimos dias )
Fonte: US Treasury Fonte: IPEADATA

Padrão de diferença entre


S&P 500 e US-Treasuries de
10 anos
Fonte: Damodaran
Exemplo de Cálculo do Ke com parâmetros em dólar

Laudo de Avaliação da NET elaborado pelo BTG em 2013

77
Custo de capital em moeda local

● Ao utilizar parâmetros externos, o custo de capital é obtido sob forma de


retorno em moeda estrangeira
● Para utilizar com projeções em R$ é necessário fazer a “conversão”

(1+inf 𝐵𝑅𝐿)
● 𝐾𝑒𝐵𝑅𝐿 = 1 + 𝑘𝑒𝑈𝑆𝐷 × −1
(1+inf 𝑈𝑆𝐷)

● No exemplo anterior, suponha inflação em BRL = 4% e em USD = 2%


(1+0,04)
● 𝐾𝑒𝐵𝑅𝐿 = 1 + 0,1135 × − 1 = 13,53%
(1+0,02)
Kd – Custo da dívida

● Representa o percentual de juros e outras despesas financeiras


● É recomendado utilizar as taxas atualizadas quando possível, compondo taxas
atuais com indexadores

● 𝐾𝑑1 = 1 + 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑝𝑟𝑒𝑓𝑖𝑥𝑎𝑑𝑎 1 × 1 + 𝑖𝑛𝑑𝑒𝑥𝑎𝑑𝑜𝑟 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙 1 − 1


● 𝐾𝑑2 = 1 + 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑝𝑟𝑒𝑓𝑖𝑥𝑎𝑑𝑎 2 × 1 + 𝑖𝑛𝑑𝑒𝑥𝑎𝑑𝑜𝑟 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙 2 − 1
● ...
● 𝐾𝑑𝑛 = 1 + 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑝𝑟𝑒𝑓𝑖𝑥𝑎𝑑𝑎 𝑛 × 1 + 𝑖𝑛𝑑𝑒𝑥𝑎𝑑𝑜𝑟 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑛 − 1

● A seguir, calcular a taxa média ponderada pelos valores


𝑫𝟏 𝑫𝟐 𝑫𝒏
● 𝒌𝒅 = 𝒌𝒅𝟏 × + 𝒌𝒅𝟐 × + ⋯ + 𝒌𝒅𝒏 ×
𝑫 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝑫 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝑫 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍
Aula 10
Análise da criação de valor
O que é criar valor?

• É quando a empresa obtém um desempenho superior ao requerido


• O desempenho requerido está relacionado com o custo de capital, ou seja, a taxa mínima de
retorno requerida para remunerar os investidores
• Considera-se o desempenho operacional, que vai remunerar credores e acionistas

Valor criado
Resultado
Resultado obtido
requerido
Criação de valor na operação
Empresa
Investimentos

$ Credores
Caixa
Recebíveis (kd)
Estoques

Equipamentos
Máquinas $
Instalações Sócios
Ponto (ke)

“excesso” = valor criado


Lucro
Despesas
Receitas Custos
EVA – Economic Value Added

• Considera o custo do capital. EBIT (resultado operacional)


• Avalia desempenho corrente
- Impostos sobre EBIT (IR e CSLL)
+ → criação de valor
- → destruição de valor = NOPAT (lucro operacional após
impostos)

- Custo do capital ( cap.investido x


custo de capital)

= EVA (valor econômico adicionado)


Passos para o cálculo do EVA

• 𝑁𝑂𝑃𝐴𝑇 = 𝐸𝐵𝐼𝑇 × 1 − 𝑇
• 𝐶. 𝐼. = 𝐴𝐶𝑂 − 𝑃𝐶𝑂 + 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 ñ 𝑐𝑖𝑟𝑐. 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐

• 𝐸𝑉𝐴 = 𝑁𝑂𝑃𝐴𝑇 − 𝑤𝑎𝑐𝑐 × 𝐶. 𝐼.


𝑁𝑂𝑃𝐴𝑇
• 𝑅𝑂𝐼𝐶 = 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑑𝑜

• 𝑤𝑎𝑐𝑐 = 𝒌𝒅 × 1 − 𝑇 × 𝐷% + 𝑘𝑒 × 𝐸%
Capital Investido (CI) 𝐶. 𝐼. = 𝐴. 𝐶. 𝑂. −𝑃. 𝐶. 𝑂. +𝐴𝑁𝐶𝑂

Ativo Circulante Passivo Circulante


Caixa e equivalentes Empréstimos e Financiamentos
Aplicações financeiras Obrigações sociais e trabalhistas
Contas a receber Fornecedores
+ Ativo Estoques e Ativos Biológicos Obrigações Fiscais - Passivo
circulante Tributos a recuperar circulante
operacional Outras Obrigações
operacional
(ACO) Despesas antecipadas Provisões (PCO)
Outros ativos circulantes
Ativo não circulante
Ativo realizável a longo prazo
+ Ativo não
circulante Imobilizado
operacional
Intangível
(ANCO)
Investimentos
MVA – valor de mercado adicionado

Mostra criação de valor no presente


Valor de mercado
Empresa cria valor quando expectativas
(valor de mercado) superam o
investimento

Capital Investido MVA

Prof. Marcos Piellusch 86


MVA

𝑀𝑉𝐴 = 𝐸𝑛𝑡𝑒𝑟𝑝𝑟𝑖𝑠𝑒 𝑉𝑎𝑙𝑢𝑒 − 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑑𝑜

𝐸𝑛𝑡𝑒𝑟𝑝𝑟𝑖𝑠𝑒 𝑉𝑎𝑙𝑢𝑒 = 𝑀𝑎𝑟𝑘𝑒𝑡 𝐶𝑎𝑝 + 𝐷í𝑣𝑖𝑑𝑎 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎

𝑀𝑎𝑟𝑘𝑒𝑡 𝐶𝑎𝑝 = 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 × 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (𝑎çõ𝑒𝑠)

𝐷í𝑣𝑖𝑑𝑎 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 = 𝐸𝑚𝑝𝑟é𝑠𝑡𝑖𝑚𝑜𝑠 𝑒 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐. −𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑒 𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎çõ𝑒𝑠

MVA > 0 quando há expectativa de retorno acima do custo de capital no futuro


MVA <0 quando há expectativa de retorno abaixo do custo de capital no futuro

Prof. Marcos Piellusch 87


Aula 11
Análise com múltiplos
Finalidade da análise

• Relacionar o valor de mercado da empresa com indicadores de desempenho


• Utilizados para analisar o desempenho da empresa e para valuation, identificando se o preço da
ação está acima ou abaixo do que seria o “justo” com base nos preços das ações de empresas
comparáveis
• É importante avaliar o contexto além de verificar simplesmente o seu valor
• Cada múltiplo se adapta a um tipo de empresa
Price to book value ou Preço-valor patrimonial

• Diz o quanto a parte do acionista vale em relação ao valor patrimonial

𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑎çã𝑜 𝑀𝑎𝑟𝑘𝑒𝑡 𝐶𝑎𝑝


• 𝑃𝐵𝑉 = =
𝑉𝑃𝐴 𝑃𝐿

• PBV > 1 O valor de mercado é maior que o valor contábil


• PBV < 1 O valor de mercado é menor que o valor contábil

• Tem relevância principalmente para bancos e empresas do segmento imobiliário

VPA = valor patrimonial da ação


Price book de empresas selecionadas

Price/book
6,0

5,0

4,0

3,0

2,0

1,0

0,0
EV/EBITDA

• Diz o quanto a empresa toda vale (negócio) em relação ao potencial de caixa da operação

𝑀𝑎𝑟𝑘𝑒𝑡 𝐶𝑎𝑝+𝐷í𝑣𝑖𝑑𝑎 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎


• 𝐸𝑉Τ𝐸𝐵𝐼𝑇𝐷𝐴 = 𝐸𝐵𝐼𝑇𝐷𝐴

• Usado para empresas de setores industriais, varejo e serviços não financeiros

EV = Enterprise Value
EBITDA = Earnings before interest taxes depreciation and amortization
EV/EBITDA de empresas selecionadas

EV/EBITDA
60,0

50,0

40,0

30,0

20,0

10,0

0,0
Price earnings ou preço-lucro

• Diz o quanto a parte do acionista vale em relação ao lucro

𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑎çã𝑜 𝑀𝑎𝑟𝑘𝑒𝑡 𝐶𝑎𝑝


• 𝑃𝐵𝑉 = = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝐿𝑃𝐴

• PBV > 1 O valor de mercado é maior que o valor contábil


• PBV < 1 O valor de mercado é menor que o valor contábil

• Tem relevância principalmente para bancos e empresas do segmento imobiliário

LPA = lucro por ação


Dividend Yield em %

Dividend Yield em %
45,00

40,00 38,16

35,00

30,00
26,84
24,84
25,00

20,00

15,00
12,29
9,69
10,00 8,08

4,10 4,36 4,63


5,00 3,74
1,76 2,54
1,35
0,29
0,00
Magazine WEG S.A. Atacadão Suzano S.A. Ambev S.A. Rede D'Or B3 S.A. - Ultrapar JBS S.A. Vale S.A. Gerdau S.A. Marfrig Braskem S.A. Petróleo
Luiza S.A. S.A. São Luiz S.A. Brasil, Bolsa, Participações Global Foods Brasileiro
Balcão S.A. S.A. S.A. -
Petrobras
Dividend Yield

• Mostra o rendimento com dividendos

𝐷𝑖𝑣𝑖𝑑𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑎çã𝑜


• 𝐷𝑖𝑣𝑖𝑑𝑒𝑛𝑑 𝑦𝑖𝑒𝑙𝑑 = 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑎 𝑎çã𝑜

• É elevado para empresas mais maduras, com tendência a pagar maiores dividendos
Obrigado!
marcospiellusch@gmail.com
www.linkedin.com/in/marcospiellusch

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