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CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA


CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS

DEQ 0312 – OPERAÇÕES UNITÁRIAS II


Docente: Kátia Nicolau Matsui

PSICROMETRIA E SECAGEM
UFRN/Engenharia de Alimentos/DEQ0312/Kátia N. Matsui

Umidade de equilíbrio de um sólido higroscópico (Ue ou Wd).


Quando um sólido é acondicionado em um ambiente com pressão (P), temperatura (T) e umidade relativa
do ar ambiente (UR ou Wr) bem definidas e que se mantêm constantes no decorrer do tempo, esse sólido
perde ou ganha umidade adquirindo um valor muito bem definido chamado umidade de equilíbrio
do sólido para as condições dadas (Ue).
Exemplos: pós, material de embalagens, grãos, entre outros.

Temperatura
Higroscopicidade (T)
= afinidade a
água Relembrando: a principal força motriz
para a transferência de massa é a
diferença de concentração.
Na fase gasosa as moléculas e átomos
se movimentam aleatoriamente com
sólido
grande liberdade, sem restrição de
direção e sentido.
(Ue ou Wd)
Pressão Umidade Relativa
(P) (UR; Wr)
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Isotermas de Sorção
Mantendo-se Temperatura (T) e Pressão (P) constantes e variando-se a umidade relativa do ar no
interior de um sistema (ex: dessecadores com diferentes soluções salinas ou ácidas de concentrações
conhecidas), pode-se construir a isoterma de umidade de equilíbrio de um sólido.

Ambiente onde o material ficará


Suporte que permite a mantido com P, T e UR
deposição do material a ser definidas.
analisado e evita o contato
direto do mesmo com a
solução salina ou ácida de
solução.
concentração conhecida.

Dessecador: sistema isolado e


com P e T controladas.

Moléculas se movimentando. Nesse caso, o desequilíbrio que se dá está relacionado com a umidade entre material
sólido e ambiente no tempo t=0 até t = equilíbrio.
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Isotermas de Sorção de Umidade – exemplo: avaliar a influência de aditivos usados na preparação de um


material biodegradável, similar ao papelão.

Amostras (corpos de prova) são previamente secos em estufa e acondicionados em dessecadores, P e T


constantes, com umidades relativas (UR) distintas obtidas através de soluções salinas saturadas.

Medida gravimétrica para avaliar


a massa da amostra em relação
ao tempo, até peso constante.
Amostras com área
definida
Dessecador com determinada UR
Sais Utilizados UR (%) a 30ºC UR (%) a 35ºC
Hidróxido de Potássio (KOH) 7 6
Cloreto de Magnésio (MgCl2. 6H2O) 32 32
Carbonato de potássio (K2CO3.2 H2O) 42 41
Nitrato de Magnésio (MgNO3 . 6 H2O) 52 51
Nitrito de sódio (NaNO2) 63 62
Cloreto de sódio (NaCl) 75 75
Sulfato de Amônio ((NH4)2SO4) 79 79
Cloreto de potássio (KCl) 84 84
Sulfato de potássio (K2SO4) 97 96

As amostras são pesadas periodicamente até atingirem peso constante, quando, por método gravimétrico, são
determinadas as umidades no equilíbrio. Esses dados permitem construir as isotermas de sorção de umidade para os
materiais analisados. As isotermas de sorção de umidade determinadas experimentalmente são ajustadas utilizando
modelos como o de Guggenheim-Anderson-de Bôer (G.A.B.).
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Isotermas de Sorção de Umidade - exemplo


0,325

0,3 amostra a1- modelo de G.A.B.


0,275
amostra a2- modelo de G.A.B.
0,25
amostra a3- modelo de G.A.B.
0,225
Xe (g H2O/ g MS) amostra a4- modelo de G.A.B.
0,2
amostra a5- modelo de G.A.B.
0,175

0,15

0,125

0,1

0,075

0,05

0,025

0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
aw

Figura - Umidade de equilíbrio em função da atividade de água (aw), a 30°C, para os materiais preparados (a1= sem adição de cola e
resina; a2= 0,5 g de cola e 0,45 g de resina para 30 g de MS; a3= 1 g de cola e 0,75 g de resina para 30 g de MS; a4= 1,15 g de cola e 1
g de resina para 30 g de MS; a5= 2,3 g de cola e 1,7 g de resina para 30 g de MS).

Comparando as amostras sem adição de cola e resina, com aquelas com diferentes concentrações desses aditivos,
verificou-se que estes provocaram pequenas reduções da higroscopicidade dos diferentes materiais. Vale lembrar que a
adição de cola e resina às polpas celulósicas das indústrias de papel contribui para a diminuição significativa da
higroscopicidade das mesmas, ressaltando que as concentrações dos aditivos utilizados nos materiais preparados foram
as mesmas concentrações aplicadas industrialmente.
Avaliar a Umidade de equilíbrio não só no desenvolvimento como no: processamento, armazenamento e
distribuição.
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Umidade de equilíbrio de um sólido higroscópico (UE).


A umidade relativa do ar (UR) é definida como a divisão entre a pressão parcial do vapor d’água
presente no ar e sua pressão de saturação na temperatura do ambiente. Os higrômetros medem
diretamente o valor desta propriedade do ar.

Por outro lado, o sólido úmido e o ar úmido formam um sistema constituído por duas fases e três
componentes: sólido úmido, água e ar. A Regra das Fases de Gibbs indica que para esse sistema
existem três graus de liberdade, ou seja, fixadas três propriedades para o sistema, como pressão,
temperatura e umidade relativa do ar, todas as demais estarão determinadas, entre elas a umidade
que o sólido adquirirá. Por isso, a umidade de equilíbrio é um valor definido para P,T e UR fixados.

Fonte: Pacheco, C.R.F. Condições do ambiente industrial interno Parte 4 – Ventilação Industrial para controle de umidade no
armazenamento de grãos. Química e Derivados, 2010, p. 36-38.
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Exemplo de Isoterma de equilíbrio

Suponha que um sólido exposto ao ar com Wr


= 60% esteja inicialmente com a umidade W

Umidade de equilíbrio de um sólido


indicada pelo ponto A na Figura.

Umidade relativa do ar

Como WA > We (equilíbrio), indicada pelo ponto C, o sólido perderá umidade. Porém, enquanto W for maior do que W*
(saturação), a pressão do vapor d’água Pv sobre o sólido será igual à da água pura e essa umidade sai facilmente do
produto, sendo denominada água não ligada.

Fonte: Pacheco, C.R.F. Condições do ambiente industrial interno Parte 4 – Ventilação Industrial para controle de umidade no armazenamento de grãos.
Química e Derivados, 2010, p. 36-38.
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Quando a umidade do sólido for menor do que W*, a pressão do vapor d’água Pv sobre o sólido será menor do que a da
água pura e essa umidade é retirada vagarosamente até o equilíbrio ser alcançado no ponto C, sendo denominada água
ligada.

Umidade de equilíbrio de um
sólido

Umidade relativa do ar

Ou seja, W* é uma referência para o comportamento da água presente em um sólido e We mostra o limite a que
um material pode chegar a partir de um certo valor de umidade definindo a “umidade livre”, ou seja, aquela que
pode ser removida de um sólido úmido. Se o sólido tivesse umidade zero, indicada pelo ponto D, ele absorveria
naturalmente a umidade do ar até seu valor de equilíbrio.

Fonte: Pacheco, C.R.F. Condições do ambiente industrial interno Parte 4 – Ventilação Industrial para controle de umidade no armazenamento de grãos.
Química e Derivados, 2010, p. 36-38.
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Atividade de água (aw):


relação entre a pressão de
vapor de um alimento dado
em relação a pressão de vapor
de água pura à mesma
temperatura. Varia de 0 a 1

A Figura mostra a estabilidade de um alimento em função de sua aw. Pode-se observar que as ações de bactérias,
leveduras, bolores, enzimas, escurecimento e oxidação de lipídios são facilitadas em valores elevados de aw.
Por outro lado, todas essas ações podem ser reduzidas caso a atividade em água seja mantida na faixa entre 0,2 e 0,5.
Uma forma de realizar o controle da atividade em água para grãos está na ventilação forçada por insuflamento dos silos
armazenadores com ar aquecido.
Fonte: Pacheco, C.R.F. Condições do ambiente industrial interno Parte 4 – Ventilação Industrial para controle de umidade no armazenamento de grãos.
Química e Derivados, 2010, p. 36-38.
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Secagem – Balanço de Massa


Exercício 1 - Um material sólido contém umidade em base úmida igual a 15%, passa pelo
secador e o produto final apresenta umidade em base úmida igual a 7%. O ar de secagem é
obtido após a mistura de ar ambiente (“ar novo”) e ar de reciclo do próprio processo de
secagem. O “ar novo” apresenta Ubs = 0,01 e o ar de reciclo Ubs = 0,1, de modo a obter uma
mistura que apresenta Ubs = 0,03. Para uma alimentação de 100kg s.u/h determine:

(a) Vazões mássicas do produto (kg s.u/h ) e da água removida *s.u = sólido úmido
(b) vazão mássica do ar reciclado (ar úmido/h);
(c) vazão mássica do “ar novo” (ar úmido/h)
Ar de reciclo

Ar de mistura 1 Ar de mistura 2
Ar novo Ar de saída
SECADOR

Alimento (na Produto (na


entrada) saída)
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Secagem – Balanço de Massa


Ar de reciclo; Ubs = 0,1

Ar de mistura 1; Ar de mistura 2
Ubs = 0,03 Ubs = 0,1
Ar novo Ar de saída;
Ubs = 0,01 SECADOR Ubs = 0,1

Alimento (na entrada) Produto (na saída)


mf=100 kg s.u/h mp=?
Ubu = 0,15 Ubu = 0,07
Ubs = 0,176 Ubs = 0,0753

Água Entrada: 100 kg s.u/h x 0,15 kg água/kg s.u = 15 kg água/h


Material úmido; Se na ENTRADA temos 100 kg s.u e sabemos que 15 kg é
Sólido úmido água...então 85 kg ss (mf)

Na saída sabe-se que o produto é a soma de massa seca (85


Sólido seco ou
Material seco kgss + água) =
85 kgss/h + (85 kgss/h x 0,0753 kg água/kg ss) = 91,4 kg su/h
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Secagem – Balanço de Massa Ar de reciclo; Ubs = 0,1

Ar de mistura 1; Ar de mistura 2
Ubs = 0,03 Ubs = 0,1
Ar novo Ar de saída;
Ubs = 0,01 SECADOR Ubs = 0,1

Alimento (na entrada) Produto (na saída)


100 kg s.u/h Ubu = 0,07
Ubu = 0,15 Ubs = 0,0753
Ubs = 0,176
BM no SECADOR: Geral e por componente (Ubs)
Em BASE SECA:
Arm1 + mf = Arm2 + mp
Alimento na entrada (mf) = Produto na saída (mp) = m
Ar de mistura 1 = Ar de mistura 2 = Arm Arm.Ubs + m.Ubs = Arm.Ubs + m.Ubs

Observar se as correntes estão na mesma base (Ubu BM na 1ª Junção: Geral e por componente (Ubs)
ou Ubs)!!
Ar n + Ar R = Arm1

Ar n. Ubs + Ar R.Ubs = Arm1.Ubs


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Secagem – Balanço de Massa Ar de reciclo; Ubs = 0,1

Ar de mistura 1; Ar de mistura 2
Ubs = 0,03 Ubs = 0,1
Ar novo Ar de saída;
Ubs = 0,01 SECADOR Ubs = 0,1

Alimento (na entrada) Produto (na saída)


100 kg s.u/h Ubu = 0,07
Ubu = 0,15 Ubs = 0,0753
Ubs = 0,176

ATENÇÃO!!
Como nos balanços por componente, utilizou-se
Ubs, consequentemente encontra-se a parte Respostas:
seca das correntes. (a) 91,4 kg s.u/h; 8,6 kg água/h
(b) 30 kg a.u/h
Para determinar a corrente como um todo (c) 96,5 kg a.u/h
precisa levar em conta a parte seca + parte de
água
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Exercício 2 Determine a taxa à qual um secador contínuo deve ser alimentado com maçãs
frescas em fatias (m1) e a produção de maçãs desidratadas (m3), sabendo que o
equipamento nas condições estabelecidas para esse processo tem capacidade para
evaporar 200 kgh-1(m2). A umidade inicial é igual a 0,85 kg águakg-1 total (base úmida) e a
umidade final deverá ser igual a 0,05 kg águakg-1 total (base úmida).

Bal. Massa : Bal. Massa por Componente no Secador -


em Base Úmida
m1 = m2 + m3
m1 . Ubu = m2. Ubu + m3.Ubu
m1 = (200 + m3)
(200+m3) x 0,85 = (200 x 1) + (0,05 m3)

m3 = 37,5 kg/h

m1 = 237,5 kg/h
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Exercício 3 - A operação de secagem de sementes de soja logo após a colheita é de fundamental


importância, pois a redução do teor de água permite a preservação da qualidade fisiológica das mesmas
durante o armazenamento. Em uma unidade de armazenamento, sementes de soja contendo 20% de
umidade são secas até 13% de umidade em um secador de fluxo contínuo. O ar de secagem é obtido após
a mistura de ar ambiente (“ar novo”) e do ar de reciclo. O ar novo apresenta umidade igual a 0,01 kg
água/kg ar seco e o ar de reciclo 0,12 kg água/kg ar seco, obtendo-se uma mistura com 0,05 kg água/kg ar
seco. Considerando uma alimentação de 1000 kg/h de soja, calcule:
(a) Vazões mássicas do produto (kg s.u/h ) e da água removida Respostas:
(b) vazão mássica do ar reciclado (ar úmido/h); (a) 919,54kg s.u/h; 80,46 kg água/h
© vazão mássica do “ar novo” (ar úmido/h);
(b) 468,13 kg a.u/h – ar reciclado
(d) Vazão mássica do ar de secagem (ar seco/h) e (a.u/h)
(c) 738,77 kg a.u/h – ar novo

Ar de reciclo; Ubs = 0,12 (d) 1206,87 kg a.u/h e 1149,4 kg a.s/h

Ar de mistura 1
Ubs = 0,05 Ar de mistura 2
Ar novo Ar de saída
Ubs = 0,01 SECADOR

1000 kg/h de sementes de Sementes de


soja (na entrada) soja (na saída)
Ubu = 0,20 Ubu = 0,13
PSICROMETRIA
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Relembrando...

A operação de secagem estuda a remoção de umidade de um material sólido

• A umidade é retirada na forma de vapor


com o auxílio de uma fase gasosa insaturada

• O mecanismo de retirada de umidade é o de vaporização térmica

• A temperatura da fase líquida é inferior a temperatura de ebulição


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Em grande parte das aplicações práticas o transporte de quantidade de


movimento, calor e massa ocorrem simultaneamente. Dependo da situação,
um ou outro desses fenômenos pode ser limitante, podendo desprezar a contribuição
dos demais.

No entanto, na maioria dos sistemas —principalmente naqueles em que o fluxo


mássico é resultante de um transporte de massa da fase líquida para a fase vapor ou
vice-versa — a transferência de calor e de quantidade de movimento não podem ser
ignorados. Esse é o caso das operações de secagem, umidificação,
refrigeração e outras.

Nessas operações é de grande importância a determinação das propriedades


termodinâmicas de misturas gás-vapor, justificando o estudo da psicrometria
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PSICROMETRIA

É a quantificação do vapor d’água no ar de um ambiente aberto ou fechado.

Área que estuda as propriedades termodinâmicas de sistemas constituídos por um gás


(incondensável) e um vapor (condensável) em baixa concentração, admitindo-se a mistura com
comportamento de gás perfeito.
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PSICROMETRIA

Para que serve?

➢ Dimensionar sistemas de acondicionamento (aquecimento, umidificação, resfriamento,


desumidificação) para plantas, animas, entre outros;
➢ Estimar o tempo e a energia necessários para secagem de produtos agrícolas, por exemplo;
➢ Controlar a umidade do ar dentro de uma unidade de armazenamento de cereais, hortifruti e etc;
➢ Auxiliar no estudo da incidência de pragas em produtos
➢ Estudar a qualidade do ambiente; a mistura de correntes de ar.

É considerada uma ferramenta fundamental para a análise de um conjunto de processos


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PSICROMETRIA

Aparelhos utilizados para estimar a umidade do ar:

➢ Higrômetros;

➢ Higrógrafos;

➢ Psicrômetros

Relaciona na forma gráfica várias propriedades de uma mistura de


ar – vapor d’água
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Propriedades de uma mistura ar-vapor d’água:

•Pressão de vapor

•Razão de mistura

•Temperatura de bulbo seco

•Temperatura de bulbo úmido

•Temperatura de saturação adiabática

•Umidade Relativa

•Umidade absoluta

•Volume específico (volume úmido)


UR (%)

Desvio de
Entalpia
Tbs(°C)

Entalpia na
saturação

Tbu(°C)

A diferença desta carta para outras é que Ua está em [g água/kg ar seco]


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1. PROPRIEDADES do AR SECO:
1.1 COMPOSIÇÃO:
Constituintes % por volume
O Peso Molecular Aparente do Ar Seco é 28,9645, assim a
Nitrogênio 78,0 constante dos gases (Ra) para o ar seco é:
Oxigênio 20,9

Argônio 0,93

Dióxido de carbono 0,0018


Ra =
Hélio 0,000524

Outros gases 0,000658

1.2 VOLUME ESPECÍFICO: Constituintes Unidades


A Lei do Gás Ideal pode ser usada para V’a : volume específico do ar seco (m3/kg)
determinar o volume específico do ar seco:
TA: temperatura absoluta (K)
Pa: pressão parcial do ar seco (kPa)
Ra: constante dos gases ([m3 Pa]/[kgmol K])
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1.3 CALOR ESPECÍFICO:

A 1 atm (101,325 kPa) o calor específico do ar seco (Cpa) no intervalo de temperatura de


– 40°C a 60°C varia de 0,997 a 1,022 kJ/kg K.

Em muitos cálculos utiliza-se a aproximação Cpa = 1,005 kJ/kg K.

Constituintes Unidades
Ha : entalpia do ar seco (kJ/kg)
Tbs = Ta: temperatura de bulbo seco (°C)

1.4 ENTALPIA:
O calor contido no ar seco deve ser estimado usando um ponto de referência como
Pressão atmosférica (1 atm) e Temperatura de 0°C.

1.5 TEMPERATURA DE BULBO SECO (Ta ou Tbs):


É a temperatura do ar medida por um termômetro, termopar, qualquer aparelho de medição
de temperatura.
Na carta é o eixo X.
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2. PROPRIEDADES do VAPOR D’ÁGUA (w):


2.1 COMPOSIÇÃO: 2.2 VOLUME ESPECÍFICO:
O Peso Molecular da Água é 18,01534,
assim a constante dos gases (RW) para Abaixo de 66°C o vapor saturado ou
o vapor d’água é: superaquecido comporta-se como Gás
Ideal. A equação de estado pode ser
empregada.
RW =

2.3 CALOR ESPECÍFICO: 2.4 ENTALPIA:


Pode ser empregada a expressão:
Experimentos mostram que no intervalo de
temperatura de – 71°C a 124°C a variação é pouco
significativa do calor específico, tanto do vapor
saturado como do superaquecido.
Constituintes Unidades
Em muitos cálculos utiliza-se a aproximação Hw : entalpia do vapor saturado ou superaquecido (kJ/kg)

Cpw = 1,880 kJ/kg K. Ta ou Tbs: temperatura de bulbo seco (°C)


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3. PROPRIEDADES da MISTURA AR-VAPOR

Similar ao comportamento das moléculas dos gases, as moléculas de vapor d’água


presentes na mistura ar – vapor exercem determinada pressão sobre a sua
vizinhança.

Essa mistura ar – vapor não segue exatamente o comportamento de gás ideal, mas para
uma pressão total de até 3 atm essa lei pode ser adotada.

3.1 LEI DE DALTON

A pressão total exercida pela mistura é a mesma exercida pelos constituintes independentes
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3. PROPRIEDADES da MISTURA AR-VAPOR

3.2 TEMPERATURA DO PONTO DE ORVALHO (Tpo) (Dew-point)

Menor temperatura que o ar pode ser resfriado sem que ocorra a condensação.

O vapor d’água no ar estará saturado quando o ar estiver a uma


temperatura = temperatura de saturação, que corresponde a pressão parcial exercida
pelo vapor d’água.

Esta temperatura chama-se Ponto de Orvalho e pode ser obtida através das tabelas de
vapor.

Ex: pressão parcial de vapor d’água = 2,064 kPa, assim

a Temperatura ponto de orvalho é igual a 18°C


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Relações Psicrométricas para o sistema Ar-Vapor d’Água

Considerações sobre a temperatura do ponto de orvalho (Tpo)

Ponto de orvalho é a Temperatura na qual o ar com o

conteúdo de água estimado estaria saturado na mesma

pressão total (1 atm). Portanto está localizado na interseção

da linha horizontal de umidade absoluta constante e a curva

de saturação.

Se o ar úmido superaquecido é resfriado a 1 atm, o sistema

segue a trajetória horizontal à esquerda da carta até atingir a

curva de saturação (ponto de orvalho) e daqui para frente, a

fase gasosa segue a curva de saturação.


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TEMPERATURA DO PONTO DE ORVALHO (Tpo) (Dew-point)


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3. PROPRIEDADES da MISTURA AR-VAPOR


3.3 UMIDADE ABSOLUTA (Ua ou W)

É o quociente entre a massa de vapor d’água e a massa de ar


seco.
Unidade: (kg vapor/kg ar seco)

Frações
molares

Que podem ser expressas em termos da pressão parcial

(1)
(3)
(2)
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3. PROPRIEDADES da MISTURA AR-VAPOR

3.3 UMIDADE ABSOLUTA (Ua ou W)

Na carta é o eixo Y.
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3. PROPRIEDADES da MISTURA AR-VAPOR

3.4 AR SATURADO

Considere o sistema ar-vapor à pressão P e temperatura T.

Nesta mistura o vapor exerce uma pressão Pv.

Porém Pv, no máximo, pode apresentar um valor igual a Pvs, ou seja,


pressão de vapor saturado.

Quando isso ocorre Pv = Pvs, a mistura será denominada saturada ou ar


saturado.

Nesta situação se for adicionado mais vapor d’água este irá


condensar.
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Pressão de saturação do vapor d’água em função da temperatura

Referência: da Costa, E.C. Secagem


Industrial, Edgard Blücher, 2007.

Para cada T(°C) existe uma quantidade de vapor que o ar “consegue” suportar sem que se transforme
em água. Quanto maior a temperatura, maior será a quantidade de vapor de água capaz de estar
presente no ar.
Quando o ar comporta o máximo de vapor possível a uma dada temperatura, diz-se que ele se encontra
saturado e a pressão de vapor nesta situação é máxima.
Se a quantidade de vapor d’água não for suficiente para saturar o ar, a pressão é dita parcial de vapor.
Essas pressões são conhecidas a partir das medidas das temperaturas de bulbo seco e úmido.

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