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Nexo de

causalidade
Nexo de
causalidade
» É a noção que
permite admitir
cientificamente a
relação existente entre
um fato ou evento e
um determinado dano
ou estado patogênico.
Nexo de causalidade e
relevância pericial
» O estabelecimento do nexo de causalidade é
indispensável em processos indenizatórios cíveis (erro
médico, dano corporal, etc.) e em processos de natureza
trabalhista ou previdenciária.

NEXO DE CAUSALIDADE
» Causa: fundamento ou origem de
algo.
Conceitos
» Efeito: resultado da ação de uma
causa.

» Relação causal: vínculo que une a


causa a seu efeito.

» Imputabilidade: vínculo que


permite atribuir, retrospectivamente,
um efeito à sua causa.
Imputabilidade médica

» Termo utilizado no estabelecimento do nexo de


causalidade.

» Pela expressão imputabilidade médica entende-se a


relação indispensável de causa e efeito, o relacionamento, a
correlação que deve existir entre o dano corporal e o
traumatismo.

NEXO DE CAUSALIDADE
Imputabilidade médica

» A causalidade médica é a relação entre a alteração


psicofísica diagnosticada em um indivíduo e um
determinado fato, ou seja, é o elemento que permite
admitir cientificamente a existência de uma ligação entre
um evento alegado e um estado patológico diagnosticado.

NEXO DE CAUSALIDADE
Nexo de causalidade

» O estudo do nexo de causalidade é a explicação, que pode


ser simples ou bastante complexa, dos mecanismos
fisiopatológicos que permitem as lesões iniciais gerarem
alterações temporárias ou permanentes, apesar dos
tratamentos realizados.

NEXO DE CAUSALIDADE
1.Natureza adequada do traumatismo

7 condições 2. Natureza adequada da afecção


traumática
para o
estabelecimento 3. Adequação entre a sede do
do nexo de traumatismo e a sede da lesão
causalidade 4. Encadeamento anatomoclínico

5. Adequação temporal

6. Exclusão da preexistência do dano

7. Exclusão de uma causa estranha ao


traumatismo.
Nexo de causalidade

» A análise destas sete condições é necessária e suficiente


para estabelecer o estudo do nexo de causalidade
médico-legal.

NEXO DE CAUSALIDADE
1. Natureza adequada do
traumatismo
» Deve existir uma proporção entre a intensidade do
traumatismo e a gravidade do dano produzido.

» Não é suficiente que tenha ocorrido o traumatismo.


Deve-se provar que sua intensidade tenha sido suficiente
para produzir o efeito constatado.

NEXO DE CAUSALIDADE
1. Natureza adequada do
traumatismo
» A natureza e a concentração da causa lesiva têm
características que podem produzir as manifestações
observadas.

NEXO DE CAUSALIDADE
2. Natureza adequada das lesões
a uma etiologia traumática
» É preciso que a condição médica considerada seja
daquelas para as quais a ciência médica tenha encontrado
uma possível origem traumática. Exige evidências
científicas.

» Doenças infecciosas x fraturas, por exemplo.

NEXO DE CAUSALIDADE
3. Adequação entre a sede do
traumatismo e a sede da lesão
» Deve haver correlação anatômica – ainda que indireta –
entre o sítio do traumatismo e a sede do dano.

» Não é exigível coincidência anatômica: traumatismos


cranianos e lesões por contragolpe.

NEXO DE CAUSALIDADE
4. Encadeamento
anatomoclínico
» Entre o evento traumático suspeito e o dano deve existir
uma continuidade sintomatológica, uma sucessão de fatos
fisiopatológicos que torne plausível e aceitável uma cadeia
causal que vai do trauma ao resultado final.

» Frequentemente exige a comprovação de uma


continuidade sintomática ao longo do tempo.

NEXO DE CAUSALIDADE
4. Encadeamento
anatomoclínico
» Muito importante na perícia trabalhista. DORTs.

NEXO DE CAUSALIDADE
5. Adequação temporal

» Deve haver rigorosa comprovação da adequação


temporal.

» O período de tempo transcorrido entre o evento


traumático e o dano deve encontrar-se dentro dos limites
aceitáveis pela experiência para o reconhecimento da
relação de causa e efeito.

NEXO DE CAUSALIDADE
5. Adequação temporal

» O intervalo livre entre o traumatismo e o dano deve ser


compatível e adequado a uma etiologia traumática.

NEXO DE CAUSALIDADE
6. Exclusão da preexistência do
dano
» A ausência de um estado patogênico prévio ao evento
traumático é necessária para excluir um fato coincidente.

» Fraturas com características radiológicas de consolidação


antiga não podem ser imputadas a um determinado
traumatismo, por exemplo.

NEXO DE CAUSALIDADE
7. Exclusão de uma causa
estranha ao traumatismo.
» Consiste em demonstrar que não há uma outra causa,
diferente do traumatismo, apta a explicar o dano.

» Verificar se não existe outra causa ou circunstância


exclusiva e plenamente capaz de explicar o dano.

NEXO DE CAUSALIDADE
Resumidamente

» Para atestar o nexo de causalidade, é necessário cumprir


dois requisitos:

» Necessidade: sem a ocorrência do fato antecedente, não


seria possível produzir o evento subsequente.

» Suficiência: o fato antecedente tem em si todos os


elementos necessários para produzir o evento subsequente.

NEXO DE CAUSALIDADE
Classificações
» Certo ou hipotético;
do nexo de
causalidade
» Direto ou indireto;

» Total ou parcial.
Certo x hipotético

» Na eventualidade de dúvida no estabelecimento do nexo


de causalidade, esta deve ser explicitada através do nexo de
causalidade hipotético.

» Quando na análise não é possível definir com segurança,


mas ao mesmo tempo não é possível afastar formalmente.

» Deve ser feito um juízo probabilístico.

NEXO DE CAUSALIDADE
Direto x Indireto

» O nexo é direto quando as lesões e/ou sequelas, resultam


diretamente do evento.

» O nexo é indireto quando a relação entre o dano


observado e o evento informado mostra uma ligação
indireta. Os eventos são supervenientes, surgem
posteriormente a ação traumática, geralmente advém de
complicações susceptíveis de alterarem o encadeamento
anatomoclínico.

NEXO DE CAUSALIDADE
Total x parcial

» O nexo total quando nenhuma outra causa além do


evento informado interferiu na alteração de integridade
psicofísica analisada. A situação é clara.

» Tem-se o nexo de causalidade parcial quando existem


outras situações ou causas susceptíveis de contribuir para a
alteração que foi observada. Existem outras causas que
concorrem na evolução. Podem ser analisadas como
concausas que podem existir antes do evento, surgir
simultaneamente ou manifestarem posteriormente ao
evento ocorrido.

NEXO DE CAUSALIDADE
Nexo de causalidade parcial:
concausa
» Quando o dano pode ser entendido como resultado de
múltiplas causas, entre as quais o traumatismo.

» São denominadas de situações de concausalidade ou de


causalidade múltipla em que o dano é imputável
parcialmente ao traumatismo.

» É um dos maiores desafios para a prática pericial.

NEXO DE CAUSALIDADE
Tríptico clássico para análise do
estado anterior
1. Qual seria a evolução do estado anterior sem o
traumatismo?

2. Qual seria a evolução do traumatismo sem o estado


anterior?

3. Qual seria a consequência do estado anterior com o


traumatismo?

NEXO DE CAUSALIDADE
» Compete ao perito médico determinar o déficit funcional
atual e analisar de que maneira o estado anterior pode
concorrer para o dano final

NEXO DE CAUSALIDADE
Possíveis conclusões

1. O evento traumático não agravou o estado anterior, nem


este teve influência negativa sobre as consequências
daquele.

2. O estado anterior teve uma influência negativa sobre as


consequências do evento traumático.

3. O evento traumático agravou o estado anterior ou


exteriorizou uma patologia latente.

NEXO DE CAUSALIDADE
Danos sinérgicos

O perito deve estar atento para o agravamento de danos


sinérgicos, ou seja, quando o dano atinge a mesma
estrutura, que são envolvidas na mesma função afetadas
por um estado anterior, considerado principalmente
sinergias não usuais (perda da mão dominante em um
cego, por exemplo).

NEXO DE CAUSALIDADE
Causalidade
médica
x
Causalidade » O perito avalia a causalidade
jurídica médica.

» O juiz avalia a causalidade jurídica.


Causalidade médica e
causalidade jurídica – caso prático

» Colonoscopia realizada no âmbito de exame médico


periódico patrocinado pela empresa.

» Perfuração intestinal, colectomia, sepse, colostomia.

AVALIAÇÃO PERICIAL DO DANO CORPORAL


Causalidade médica e
causalidade jurídica – caso prático

» Fratura de tíbia em campeonato de futebol patrocinado


pela empresa.

AVALIAÇÃO PERICIAL DO DANO CORPORAL


Bibliografia recomendada

» Avaliação do dano corporal pós-traumático: metodologia


europeia aplicada ao contexto brasileiro. Mazza, 2010.

» METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE DANOS CORPORAIS


EM PERÍCIAS MÉDICAS.
https://revista.faculdadeunimed.edu.br/index.php/RCFU1/art
icle/view/29

AVALIAÇÃO PERICIAL DO DANO CORPORAL

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