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dossier: avaliação de tecnologias de saúde 717

O problema da causalidade
em medicina
Vitor Rodrigues*

RESUMO
Em Saúde somos frequentemente chamados a fazer julgamentos sobre se uma exposição causa uma doença. Para podermos
realizar julgamentos correctos é necessário que o raciocínio obedeça a critérios padronizados, sendo os mais frequentes os enun-
ciados por Bradford Hill.
Adicionalmente, o desenho da investigação deverá a obedecer modelos diversos, com diferentes características arquitectu-
rais e diferentes níveis de prova epidemiológica.
Outro factor extremamente importante é também o reconhecimento e a minimização de erros e desvios, particulares de
cada tipo de estudo e gerais a toda a investigação epidemiológica.

Palavras-Chave: Causalidade; Tipos de Estudos; Vièses.

m Saúde somos frequentemente chamados a em 19651, avançaram critérios que poderiam ser usa-

E fazer julgamentos sobre se uma exposição cau-


sa uma doença. Mesmo em tempos antigos, na-
vios que atracavam com marinheiros doentes
eram colocados em quarentena, doentes com patologia
infecciosa eram afastados das cidades, e até interven-
dos para avaliar se uma associação poderia ser consi-
derada como causal:
• Força: uma associação forte tem maior probabilida-
de de ser causal do que uma associação fraca, já que
esta tem maior probabilidade de ser espúria, seja por
ções divinas ou hábitos «reprováveis» eram responsa- viés, confundimento ou acaso. No entanto, uma as-
bilizados pelo aparecimento ou existência de doença. sociação fraca pode, apesar disso, ser causal.
Em meados do Século XIX, aquando do advento da • Consistência: se a associação se observa repetida-
«teoria dos germes», Henle e o seu pupilo Koch formu- mente em diferentes populações e em diferentes cir-
laram hipóteses a partir dos quais se poderia fazer a in- cunstâncias, tem maior probabilidade de ser causal
ferência em como um determinado organismo vivo do que se se tratar de uma observação isolada. No en-
causaria uma doença particular. Na sua forma mais tanto, uma falta de consistência não afasta uma li-
simples os postulados eram três: gação causal; e pode também acontecer que uma
• organismo encontra-se sempre quando há doença, causa apenas o seja na presença de factores adicio-
• organismo não é encontrado em nenhuma outra nais e/ou concomitantes.
doença, • Especificidade: o conceito aqui retratado implica que
• organismo, isolado a partir de alguém com a doen- a causa apenas conduzirá a um efeito, não a múlti-
ça e cultivado e desenvolvido através de várias gera- plos efeitos. Trata-se de um raciocínio mais adapta-
ções, produz a doença. do à patologia infecciosa, sendo-o em manifesta-
Quase um século depois, em 1964, quando vários es- mente menor grau a outras patologias. Por exemplo,
tudos responsabilizaram o consumo de tabaco como o consumo de tabaco é um factor de risco para di-
causa de cancro do pulmão, houve uma enorme discus- versas doenças.
são sobre se tal raciocínio causal poderia ser aplicado • Temporalidade: a causa precede sempre o efeito. Não
às doenças crónicas. Para a ultrapassar, a mesma enti- existe qualquer dúvida relativamente à validade des-
dade e um artigo publicado por Sir Austin Bradford Hill te critério.
• Gradiente biológico: o conceito tem subjacente a
*Professor Associado da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra presença de um gradiente dose-resposta, isto é, se o

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aumento da exposição conduz a uma aumento do car por «causalidade» é o «aumento de probabilidade»,
efeito, também aumenta a probabilidade de essa as- e um dos problemas mais importantes reside na sua in-
sociação ser causal. No entanto, a não verificação ferência da população para o indivíduo e do indivíduo
desse gradiente não nega uma associação (ex. DES e para a população.2-4
adenocarcinoma da vagina, amianto e mesotelioma)
e a sua existência não prova necessariamente cau- MODELOS DE ESTUDO, VALIDADE INTERNA
salidade (poderá até ser devido a viés ou confundi- E HIERARQUIZAÇÃO DE PROVA
mento). O modo de questionar as associações e relações de cau-
• Plausabilidade: segundo o qual a ideia de causalida- salidade pode ser colocado de variadas maneiras. Co-
de tem de ser biologicamente plausível. No entanto, nhecer as determinantes de uma doença, antecipar o
durante muitos anos não se «acreditou» que a úlce- prognóstico da doença, questionar a mais-valia tera-
ra gástrica ou o cancro do colo uterino poderiam ter pêutica de um procedimento, identificar variáveis que
uma componente infeccioso causal. influenciem a eficácia e a eficiência dos vários trata-
• Coerência: a assumpção de causalidade deverá es- mentos disponíveis, associar prognóstico à acção tera-
tar ligada a outras observações (por exemplo, a rela- pêutica.
ção causal entre consumo de tabaco e cancro do pul- E essa avaliação (existência ou não de associação e
mão era coerente com as observações de que os fu- relação causal) deve compreender, pelo menos, dois
madores tinham displasia do epitélio brônquico). aspectos fundamentais: a identificação do efeito e a sua
No entanto, a ausência de coerência não afasta uma quantificação.
relação causal. É no âmbito desta avaliação que devem ser compre-
• Evidência experimental: os dados originados por ex- endidos todos os modelos de estudo disponíveis em in-
perimentação animal ou humana ajudam a implicar vestigação em saúde,5-7 sendo a sua classificação «aca-
a causalidade de uma exposição, sobretudo através démica» e «pedagógica» uma actividade mental esti-
do afastamento de factores como a subjectividade in- mulante mas sempre adaptada aos dois objectivos atrás
dividual, o viés ou o confundimento. descritos (Figura 1).
• Analogia: se uma exposição está responsabilizada A tentativa de responsabilização de uma exposição
por uma doença, assume-se que outras exposições como factor de risco poderá, na sua forma mais simples,
semelhantes poderão provocar doenças semelhan- revestir o estudo de casos individuais ou de conjuntos
tes (por exemplo, se a talidomida provoca malforma- de casos individuais. São estudos em que não existe
ções fetais, outros medicamentos administrados du- qualquer grupo de controlo objectivo, embora possa
rante a gravidez poderão também provocar efeitos ser realizada uma actividade mental de comparação
semelhantes). No entanto, é uma generalização de- (empírico) com a experiência ou conhecimento indivi-
masiado ampla para, na maioria dos casos, ser útil. duais do investigador.
Embora se trate de uma abordagem muito útil numa Embora tais estudos possam ser passíveis de valida-
avaliação geral do problema da causalidade, a reali- ção com recurso a, por exemplo, os critérios de Brad-
dade é bastante mais complexa do que emerge dos an- ford-Hill, e que possam evidenciar existência (pelo me-
teriores critérios. Bastará pensar no que conhecemos nos aparente) de, por exemplo, temporalidade, coerên-
sobre factores de risco e na sua capacidade de actua- cia, plausabilidade biológica, consistência, a sua falta
ção (aceleração ou travagem) na cascata epidemioló- de «rigor científico» radica em características gerais
gica da causalidade. E a sua classificação, por exemplo, como a não existência de grupo de controlo com quem
em factores de risco necessários, suficientes, potencia- contrastar e quantificar as diferenças observadas, de
dores, adjuvantes, desencadeantes, ajudará a com- possibilidade de serem casos que não representam a
preender esta complexidade, que as metodologias e maioria de indivíduos em circunstâncias análogas, de
técnicas de investigação pretendem esclarecer e quan- possibilidade de modificação de comportamentos de-
tificar.2,3 vidos à atenção do investigador (o chamado «efeito
Na realidade, o que normalmente queremos signifi- Hawthorne»)

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entre os efeitos detectados e as exposi-


Caso ções consideradas, pelo que qualquer
SEM grupo
diferença na incidência poderá ser alo-
controlo
Séries de cada ao efeito da exposição que dife-
casos rencia as duas coortes.
Um estudo deste tipo tem a grande
Tipos de Caso-
estudos -controlo vantagem de acompanhar (com super-
SEM
visão) os acontecimentos que vão sur-
aleatorização
Coorte gindo por acção (positiva ou negativa)
COM grupo da presença ou ausência de exposição,
controlo além de que vão permitir a incidência
Ensaio clínico da(s) doença(s) relacionadas nos gru-
COM
pos em estudos. No entanto, o seu de-
aleatorização
Ensaio senho implica que sejam mais caros,
comunitário seja em termos de recursos financeiros
como de pessoal) e que necessitem de
Figura 1. Estudos sem e com grupo de controlo. grandes efectivos populacionais, sobre-
tudo se o efeito é de baixa incidência, e
Estudos com grupo de controlo que, tradicionalmente, obriguem a um seguimento
Os estudos com grupo de controlo permitem uma com- temporalmente dilatado, sobretudo se são realizados
paração directa e objectiva entre o grupo em estudo e para investigar causalidades com grande tempo de la-
um outro grupo que não possuirá as mesmas caracte- tência.
rísticas em apreciação; esta distinção é fundamental Os estudos de metodologia caso-controlo (estudo
para a detecção e quantificação das variáveis em estu- retrospectivo) fazem uma abordagem oposta, isto é,
do, sendo a sua validade tanto maior quanto mais po- parte da identificação do efeito (normalmente, doente
tente for o controlo (e afastamento) dos viéses8 que po- ou não doente) para pesquisar se o grupo de casos e o
derão distorcer a eventual ausência ou presença de re- grupo de controlos estiveram ou não expostos à(s) ex-
lação causal. posição(ões) de interesse.
Estes estudos podem ser de dois tipos fundamentais: Os estudos deste tipo são particularmente indicados
aqueles em que a variável em estudo é introduzida para se estudar a etiologia de acontecimentos pouco fre-
(idealmente de forma aleatória) pelo investigador («ex- quentes ou raros. São também mais rápidos de executar
perimentais» – como exemplo temos os ensaios clíni- (não é necessário esperar pelo aparecimento do efeito),
cos e os ensaios de intervenção comunitária) e aqueles necessitam de efectivos populacionais mais reduzidos,
em que aquele se limita a observar a evolução da variá- sendo, deste modo, mais adequados numa perspectiva
vel em estudo («de observação» – como exemplo temos de maior facilidade e rapidez de concretização.
os estudos de metodologia de coorte e os estudos de
metodologia caso-controlo). A sua diferença funda- Viéses mais frequentes8
mental consiste no ponto de partida da «história natu- No caso dos estudos de metodologia de coorte identifi-
ral da doença» ou da relação de causalidade («a causa cam-se quatro tipos principais de desvios: selecção, migra-
precede sempre o efeito»). ção, observação e por presença de factores de confusão.
Os estudos de metodologia de coorte (estudos pros- No primeiro caso, trata-se do erro sistemático que
pectivos) partem da identificação da presença ou da determina que as coortes não sejam comparáveis em
ausência de exposição ao factor de risco em causa (e todas as variáveis prognósticas, devendo-se à natureza
cada uma destas duas populações chama-se uma observacional do estudo; na realidade, se o investiga-
«coorte»). A identificação do aparecimento ou não do dor não tem possibilidade de alocar (por randomização,
efeito vai permitir que seja possível avaliar a relação idealmente) os participantes às exposições em estudo.

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O viés de migração refere-se ao abandono, por várias tervenção comunitária) existe um factor fundamental:
razões, da coorte (em que se iniciaram) por alguns dos a colocação do factor diferenciador em estudo é reali-
indivíduos em estudo; tem a desvantagem de diminuir zada pelo investigador. E a diferença que existe entre os
o efectivo inicialmente calculado, bem como poder dois tipos principais radica na unidade de análise: o in-
acontecer que esse conjunto de indivíduos ter caracte- divíduo no primeiro caso e o grupo no segundo caso.
rísticas em comum, podendo ele mesmo ser uma «coor- Deve notar-se que estes estudos são extensões, meto-
te de abandono por característica comum». dologicamente mais apuradas, dos estudos de metodo-
O viés de observação refere-se sobretudo ao facto do logia de coorte atrás descritos.
investigador poder incluir, consciente ou inconscien- A sua metodologia geral consiste na selecção de uma
temente, nas suas observações aspectos de valorização amostra a partir de uma população (através da aplica-
pessoal de factores em estudo. ção de critérios de inclusão e de exclusão rígidos), sen-
Por fim, o viés por presença de factores de confusão do depois aquela distribuída pelos grupos (mínimo de
aparece quando uma variável que não está incluída, dois) adequados.
pelo menos directamente, na cascata de causalidade, se Possui características fundamentais como sejam a
encontra relacionada na associação entre os eventos cuidada selecção dos participantes, o tamanho da
(exposição e efeito) em estudo. Esta associação con- amostra, a distribuição por grupos aleatória, a possibi-
fundente obriga a cuidados especiais no desenho e na lidade de cruzamento de exposições e a ocultação.
avaliação do estudo. Os participantes são grupos altamente homogéneos
No caso dos estudos de metodologia caso-controlo (e, idealmente, representativos) com controlo estrito
identificam-se 3 tipos principais de desvios: selecção, das variáveis que podem mascarar a associação causal,
informação (ou memória) e por presença de factores de o que permite uma maior certeza na avaliação da vali-
confusão. dade externa do estudo. Para tal, utilizam-se critérios
No primeiro caso, este viés produz-se quando os ca- de inclusão e de exclusão bem definidos (embora mais
sos e os controlos são seleccionados de maneira siste- ou menos restritivos), o que permite uma maior repre-
maticamente diferente em relação com a possibilida- sentatividade para grupos externos que partilham a
de de que tenham estado ou não expostos ao(s) fac- mesma situação.
tor(es) de risco de interesse. Deve haver o cuidado de Por outro lado, a selecção e quantificação cuidadas
que os casos sejam representativos da generalidade dos da amostra, através de factores como a homogeneida-
casos e que estejam num momento representativo da de dos participantes, a definição estrita sobre as dife-
história natural da doença em causa. Por outro lado, os renças que se desejam detectar e os erros tipo I (proba-
controlos devem ser seleccionados de tal modo que se- bilidade de rejeitar a hipótese nula quando esta é ver-
jam, o mais possível, semelhantes aos casos no que diz dadeira) e tipo II (probabilidade de confirmar a hipó-
respeito às variáveis em estudo (apenas diferirem na tese nula quando esta é falsa) que se consideram
doença em estudo). aceitáveis. São factores que irão influenciar decisiva-
O segundo viés refere-se ao facto da informação a mente o quantitativo amostral a incluir.
pesquisar estar naturalmente mais presente e correcta A sua distribuição aleatória por grupos (a grande di-
nos casos do que nos controlos (aqueles estarão mais ferença relativamente ao estudo de metodologia de
sensíveis à possibilidade de existência dos factores de coorte) permite que aumente a probabilidade da com-
risco a estudar); mas também o entrevistador poderá parabilidade inter-grupos e de representatividade da
ser mais insistente relativamente à informação que ela investigação. Também evita distribuições enviesadas
pensa ser mais importante. por parte do investigador e de cada indivíduo incluído
O terceiro viés tem as características gerais seme- no estudo.
lhantes ao atrás descrito. É possível, num estudo desta natureza, cruzar expo-
sições ao longo do estudo. Para além do benefício éti-
Estudos com grupo de controlo aleatorizados co que consiste na (re)colocação do indivíduo na expo-
Nestes tipos de estudos (ensaio clínico e ensaio de in- sição (terapêutica) que se verifica ser mais adequada

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para si (o que pode implicar a sua saída do ensaio), a


sua grande vantagem reside na concomitante redução • Caso
do número de indivíduos necessários para a investiga-
ção e na possibilidade de avaliação de mais do que um • Séries de casos
efeito.
A ocultação será também um factor fundamental;
• Estudo caso-controlo
ela permite afastar o factor subjectivo individual do in-
vestigador no tratamento e monitorização dos expos-
tos (ocultação simples), no afastamento do «efeito pla- • Estudo de coorte
cebo» no indivíduo exposto (ocultação dupla) e na ga-
rantia de monitorização e avaliação não enviesadas. • Estudo de intervenção comunitária

Indicadores gerais de resultado • Ensaio clínico


O facto dos estudos atrás apresentados pesquisarem, na
sua forma mais simples, uma associação entre duas
Figura 2. Hierarquização da robustez da prova.
variáveis dicotómicas permite que a exposição e o efei-
to possa ser colocado numa simples tabela de 2×2
(Quadro I). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Hill AB. The environment and disease: association or causation? Proc
QUADRO I. Tabela binária para cálculo da associação Royal Soc Med 1965 May; 58: 295-300.
entre exposição e efeito 2. Weed DL. Causal criterian and Popperian refutation. In: Rothman KJ,
editor. Causal Inference. Chestnut Hill: Epidemiologic Resources; 1988.
p. 15-32.
Efeito + Efeito - Total
3. Susser M. Falsification, verification and causal inference in epidemio-
Exposição + A b a+b logy: reconsiderations in the light of Sir Karl Popper´s philosophy. In:
Exposição – C d C+d Rothman KJ, editor. Causal Inference. Chestnut Hill: Epidemiologic Re-
Total a+c b+d sources; 1988. p. 33-58.
4. Pearl J. Causality: models, reasoning and inference. Cambridge: Cam-
bridge University Press; 2000.
No estudo de metodologia de coorte (ou ensaio clí-
5. Rothman KJ. Principles of epidemiology. Oxford: Oxford University
nico) a incidência entre os indivíduos expostos é de Press; 2002.
a /(a+b); a incidência entre os não expostos é de c /(c+d); 6. Silman AJ, MacFarlane GJ. Epidemiological studies: a practical guide.
o risco relativo é de (a /(a+b)) / (c /(c+d)). Tal indicador Cambridge: Cambridge University Press; 2008.
denomina-se por «risco atribuível» (à exposição). 7. Strom BL. Study designs available for pharmacoepidemiology studies.
In: Strom BL, editor. Pharmacoepidemiology. 2nd ed. Chichester: John
No estudo de metodologia caso-controlo, uma vez
Wiley and Sons; 2000. p. 247-62.
que não é possível termos taxas de incidência (lembre-
8. Sackett DL. Bias in analytic research. J Chronic Dis 1979; 32 (1-2): 51-
-se que partimos da doença e não da exposição), há ne- -63.
cessidade de recorrer a uma estimativa do risco relati-
vo (odds ratio – OR) que se calcula por a*c / b*d. ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA
É habitual considerarmos o risco relativo como um Vítor Rodrigues
E-mail: vrodrigues@netcabo.pt
risco «individual» (próprio de indivíduos sujeitos a um
factor de risco) o risco atribuível como um risco «colec-
tivo» (próprio de populações sujeitos a um factor de
risco).
A anterior explanação geral das metodologias dis-
poníveis e dos viéses passíveis de acontecer permitem
que se possa realizar uma hierarquização da robustez
da prova (Figura 2).

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722 dossier: avaliação de tecnologias de saúde

RESUMO
In Health, very often we need to judge if an exposure is a cause of a disease. In order to perform correct judgements, reasoning
must obey to standardized criteria, being those published by Bradford Hill the most commonly used.
Furthermore, research architecture must comply with different models, with different design characteristics and different
levels of epidemiological proof.
Another very important aspect is the recognition and minimization of errors and bias, some particular to each type of study
and other general to the epidemiological research.

Keywords: Causation; Types of Studies; Bias.

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