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Prof. Arnaldo Filho
Ética e compromisso do servidor público federal
Vivemos em uma época na qual a ética, em todas as suas dimensões, está perdendo
força, e as consequências desse processo estão aí, nos insultando: guerras, terrorismo,
ameaças nucleares, violência, corrupção, sofrimento etc.
Só para termos uma vaga noção do que a falta de ética causa à nossa sociedade, o
Professor Marcos Gonçalves da Silva, da Faculdade Getúlio Vargas, fez um estudo e constatou
que, se a conta da corrupção fosse dividida com todos os brasileiros, o custo, para cada um,
corresponderia a R$ 6.658,00 por ano, o que impede que a renda per capita do brasileiro salte
de aproximadamente R$ 7.000,00 para R$ 9.500,00 ao ano. Estudo semelhante da Fundação
Getúlio Vargas, coordenado pelo Professor Marcos Fernandes, revela que a corrupção custa
para o Brasil, anualmente, 3,5 bilhões de reais. Não é por outro motivo que se diz que o Brasil
tem fome de ética, mas passa fome pela falta dela... Além desses dados globais, no Brasil, o
respeito para com os serviços públicos e com as instituições públicas está caminhando para
um nível perigoso, para um nível de extrema desconfiança, que tem gerado até chacota para
com a vida funcional do servidor público.
No estudo da Ética, costuma-se dividir a sua história em grega, cristã medieval,
moderna e contemporânea. A ética grega, aflorada nos gênios de Platão, Sócrates e
Aristóteles, conseguiu elevar a ética como disciplina filosófica, fazendo o mundo despertar
para ela. A ética cristã vinculou a ética aos padrões da divindade, à aproximação com
Deus, e teve parâmetros nas ideias de São Tomaz de Aquino e Santo Agostinho,
valorizando o teocentrismo e o cristianismo. A ética moderna, por sua vez, contrapôs a
vinculação da ética às divindades, aproximando-a mais da figura do homem e da sua
organização social, daí a necessidade do Estado. Houve grandes filósofos e pensadores
nessa fase, cujas ideias fizeram surgir a ética unitarista, a qual pregava que o bem era nada
mais nada menos do que conseguir dar o máximo de felicidade para o máximo de pessoas;
e também o pragmatismo, que tentou desvincular a teoria, para valorizar a prática, de
modo que bom era tudo aquilo que servia de instrumento para produzir felicidade. Um
modelo de Estado, portanto, começou a se formar. Finalmente, estamos na ética
contemporânea, que está em ebulição, após o urbanismo e a fase pós-industrial.
Muitos já disseram e redisseram sobre o conceito de ética.
Muitos já tentaram, em vão, eclodir na mente do ser humano a
necessária esperança de que o mundo ético é possível, e será
eficaz para se aperfeiçoar a sociedade. Muitos já tentaram
amainar os famintos de felicidade, com conceitos cheios de
beleza e retórica. Talvez por isso é que Álvaro Valls tenha dito
que a ética é aquilo que todo mundo sabe o que é, mas que não
é fácil de explicar quando alguém pergunta.
O importante, senhores, não é conceituar ética; é vivê-la com intensidade. Não é, em
absoluto, se consagrar diante de um conceito que está no fundo da alma; é, sim, resgatar os
sentimentos mais profundos, colocando-os a serviço da humanidade. A ética, então, é muito
mais do que uma investigação daquilo que é bom; ética é, além da investigação, uma
oportunidade para se encontrar a paz social, a organização da sociedade e a aproximação da
felicidade. Há mais além da investigação do que é bom, e só o ser humano pode alcançar...
Exatamente por isso que Clotet afirmou que a ética se ocupa do aperfeiçoamento do ser
humano, pretendendo alcançá-lo; que Singer tenha insistido que a ética pode ser um
conjunto de regras, princípios e maneiras de pensar que guiam as ações de um grupo. Quer
dizer: a ética não só orienta, mas também guia a conduta do homem na complexa missão de
postar-se diante do mundo. Tenham em mente, então, que a ética, para o ser humano, é
antes de tudo uma oportunidade dada a tal ser pensante que, ao nascer, tem pela frente dois
mundos: o interior e o exterior. Este último pode ser mudado, aperfeiçoado pelo primeiro;
ou, apenas, contemplado.
Bruno Cézar da Luz Pontes. Texto disponível em:http://www.fortium.com.br/blog/material/etica.e.Compromisso.Publico.pdf.
Acesso em 13/03/2013. Adaptado
01. O Texto 1 aborda a questão da ética. De modo global, o autor defende que a
ética:
A) 1, 2, 3 e 4.
B) 2 e 3, apenas.
C) 3, apenas.
D) 3 e 4, apenas.
E) 1, apenas.
08. Analise os enunciados abaixo, no que respeita à conjugação
dos verbos.
A) 1, 2, 3 e 4.
B) 2 e 3, apenas.
C) 1 e 3, apenas.
D) 1, 2 e 3, apenas.
E) 1 e 4, apenas.
09. Assinale a alternativa na qual o sinal indicativo de crase foi utilizado
corretamente.
1) No trecho: “A data foi instituída pela ONU, para expressar a repulsa universal ao
massacre ocorrido em Johanesburgo, na África do Sul, em 21 de março de 1960.”,
evidencia-se uma relação de finalidade.
2) No trecho: “Não bastava que a Constituição tivesse condenado o racismo, embora
isso fosse importante”, o segmento final estabelece uma relação concessiva com o
anterior.
3) No trecho: “Para que houvesse processo e punição contra os autores de crimes de
racismo, era preciso uma lei que definisse tais crimes, em suas diversas modalidades”,
o primeiro segmento é a condição do que se afirma em seguida.
4) O trecho: “O princípio, a ideia, a causa permanecem porque a História se constrói
através de gerações.”, traz uma relação de causalidade.
Estão corretas:
A) 2, 3 e 4, apenas.
B) 1, 2 e 3, apenas.
C) 1, 3 e 4, apenas.
D) 1, 2 e 4, apenas.
E) 1, 2, 3 e 4.
06. Tendo em mente as regras da concordância (verbal e nominal), analise os enunciados a
seguir.
A) 2 e 3, apenas.
B) 1 e 4, apenas.
C) 1 e 3, apenas.
D) 2, 3 e 4, apenas.
E) 1, 2, 3 e 4.
07. “Para que houvesse processo e punição contra os autores de crimes de racismo, era preciso
uma lei que definisse tais crimes”. O segmento destacado desse trecho foi reformulado, de
acordo com as proposições a seguir.
1) era preciso uma lei pela qual tais crimes fossem regulados.
2) era preciso uma lei com a qual tais crimes estivessem sujeitos.
3) era preciso uma lei em que tais crimes estivessem vinculados.
4) era preciso uma lei à qual tais crimes estivessem Atrelados
A) 1, 2, 3 e 4.
B) 2, 3 e 4, apenas.
C) 2, apenas.
D) 1 e 3, apenas.
E) 1 e 4, apenas.
08. Assinale a alternativa na qual todas as formas verbais estão
corretamente empregadas.
A) 1, 2, 3 e 4.
B) 1 e 4, apenas.
C) 3, apenas.
D) 2 e 4, apenas.
E) 1, 2 e 3, apenas.
10. Objetivando transmitir sua mensagem-denúncia, o autor
do Texto 2 estabelece uma relação entre:
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
A C E B D A E B C D
O MAIÚSCULO E O MINÚSCULO
É lastimável quando alguém simplifica em demasia as realidades complexas: perde a proporção
dos fatos e se põe a fazer afirmações desprovidas de qualquer fundamento. […] É o que tem ocorrido
ultimamente com uma certa discussão em torno da língua.
Nessa área, há, sem dúvida, questões maiúsculas a serem enfrentadas. O Brasil precisa desencadear
um amplo debate com vista à elaboração de uma nova política lingüística para si, superando os efeitos
deletérios de uma situação ainda muito mal resolvida entre nós. Essa nova política deverá, entre outros
aspectos, reconhecer o caráter multilíngüe do país (o fato de o português ser hegemônico não deve nos
cegar para as muitas línguas indígenas, européias e asiáticas que aqui se falam, multiplicidade que constitui
parte significativa do patrimônio cultural brasileiro). Ao mesmo tempo, deverá reconhecer a grande e rica
diversidade do português falado e escrito aqui, vencendo de vez o mito da língua única e homogênea.
Será preciso incluir, nessa nova política, um combate sistemático a todos os preconceitos lingüísticos
que afetam nossas relações sociais e que constituem pesado fator de exclusão social. E incluir, ainda, um
incentivo permanente à pesquisa científica da complexa realidade lingüística nacional e à ampla divulgação
de seus resultados, estimulando com isso, por exemplo, um registro mais adequado, em gramáticas e
dicionários, da norma padrão real, bem como das demais variedades do português, viabilizando uma
comparação sistemática de todas elas, como forma de subsidiar o acesso escolar ao padrão oral e escrito.
Apesar de termos essas tarefas maiúsculas à frente, foi uma questão minúscula que, a partir de
uma grosseira simplificação dos fatos, acabou por tomar corpo em prejuízo de todo o resto: a
presença de palavras e expressões da língua inglesa em determinadas áreas do nosso cotidiano. Uma
observação cuidadosa e honesta dos fatos nos mostra que, proporcionalmente ao tamanho do nosso
léxico (composto por cerca de 500 mil palavras), esses estrangeirismos não passam de uma
insignificante gota d'água num imenso oceano. Mostra-nos ainda mais: muitos deles, pela própria
ação dos falantes, estão já em pleno refluxo (a maioria terá, como em qualquer outra época da
história da língua, vida efêmera).
Dinâmica do empréstimo. Uma simples passada de olhos, aliás, pela história do português (como
de qualquer outra língua) revela, com absoluta transparência, que os estrangeirismos nunca
constituíram problema: os falantes, sem a tutela de ninguém e sem leis esdrúxulas, sempre souberam
gerir a dinâmica do empréstimo lexical. Se adotam, num determinado momento, pelas mais diversas
razões, um número grande de palavras estrangeiras, só conservam, com o passar do tempo,
empréstimos sentidos como realmente necessários, descartando simplesmente todo o resto. É por
isso que desse processo resulta sempre enriquecimento e nunca empobrecimento da língua.
FARACO, Carlos Alberto. Folha de S. Paulo, 13/05/2001.
01. O título do texto 1 se refere:
A) favorável.
B) contrária.
C) neutra.
D) indiferente.
E) intransigente.
04. A respeito da língua, o autor do texto 1 considera que são questões importantes:
1) lutar contra toda forma de preconceito linguístico, os quais geram exclusão social.
2) reconhecer que o nosso português, tanto o falado quanto o escrito, é rico e diversificado.
3) promulgar leis que controlem o uso de palavras e expressões da língua inglesa em nosso
cotidiano.
4) superar a ideia, tão ainda arraigada em nossa sociedade, de que temos, no Brasil, uma
língua única e homogênea.
Estão corretas:
A) 1, 2, 3 e 4.
B) 2 e 3, apenas.
C) 1, 2 e 3, apenas.
D) 1 e 3, apenas.
E) 1, 2 e 4, apenas.
"Apesar de termos essas tarefas maiúsculas à frente, foi uma questão
minúscula que (…) acabou por tomar corpo em prejuízo de todo o resto:"
A) concessão.
B) causa.
C) condição.
D) tempo.
E) conclusão.
06. Analise os enunciados a seguir, no que se refere à obrigatoriedade no emprego do sinal
indicativo de crase.
1) Muitas pessoas ainda estão preocupadas com a invasão ianque à terra do idioma pátrio.
2) Os estrangeirismos ligados à bens e serviços poderiam trazer dificuldade de comunicação.
3) Importamos palavras estrangeiras, mas as adaptamos a Fonologia do português.
4) Uma política lingüística séria é uma boa medida, à qual todos os falantes têm direito.
Está(ão) correta(s):
A) 1, 2, 3 e 4.
B) 1 e 4, apenas.
C) 3, apenas.
D) 1, 3 e 4, apenas.
E) 1, apenas.
TEXTO 2 JB – Mas será que com um brother aqui, um deletar ali, não estamos abrindo
a porteira para que a língua seja mais profundamente ameaçada?
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
A C A E A B E B D B
Liberdade de imprensa e liberdade de opinião
Há muita dificuldade conceitual, especialmente no Judiciário, para entender o
papel dos grupos de mídia e de conceitos como liberdade de imprensa, liberdade
de opinião e direito à informação.
Tratam como se fossem conceitos similares.
Direito à informação e liberdade de expressão são direitos dos cidadãos,
cláusulas pétreas da Constituição.
Liberdade de imprensa é um direito acessório das empresas jornalísticas. Por
acessório significa que só se justifica se utilizado para o cumprimento correto da
importantíssima missão constitucional que lhe foi conferida.
No Brasil, no entanto, o conceito de liberdade de imprensa tornou-se
extraordinariamente elástico, fugindo completamente dos princípios que o
originaram. E há enorme resistência do Judiciário em discutir o tema. É tabu.
Os grupos de mídia trabalham com jornalismo, entretenimento e marketing. E têm interesses
comerciais próprios de uma empresa privada.
Jogaram todas as atividades de mídia debaixo da proteção da liberdade de imprensa, mesmo as não
jornalísticas, tornando-as imunes a qualquer forma de controle seja de costumes seja da mera classificação
indicativa.
Anos atrás, uma procuradora da República intimou a Rede Globo devido a conceitos incorretos sobre
educação inclusiva propagados em uma novela. Foi alvo de artigos desmoralizadores do colunista Arthur
Xexéo – “acusando-a” de pretender interferir no roteiro, ferindo a liberdade de expressão.
A ação proposta contra o apresentador Gugu, por ocasião da falsa reportagem sobre o PCC, rendeu
reportagem desmoralizadora da revista Veja contra os proponentes da ação, em nome da liberdade de
expressão.
A mera tentativa do Ministério da Justiça de definir uma classificação etária indicativa para programas
de televisão foi torpedeada pela rede Globo, sob a acusação de interferência na liberdade de expressão.
Em todos os casos, a Justiça derrubou as ações em nome da liberdade de imprensa. Quando o conceito
de liberdade de imprensa foi desenvolvido – no bojo da criação do modelo de democracia norte-americano
– o pilar central era o da mídia descentralizada, exprimindo a posição de grupos diversificados, permitindo
que dessa atoarda nascessem consensos e representações.
As rádios comunitárias eram a expressão mais autêntica desse papel democratizante da
mídia, assim como as mídias regionais.
Hoje as rádios comunitárias são criminalizadas. E as concessões públicas tornaram-se moeda
de troca com grupos políticos, com coronéis eletrônicos, que a tratam como propriedade privada.
É inacreditável a naturalidade com que se aceita o aluguel de horários para grupos religiosos, ou
a venda das concessões para outros grupos, como se fossem propriedade privada e não um ativo
público.
Tudo isso decorre da enorme concentração do setor, responsável por inúmeras distorções.
Houve perda de representatividade da mídia regional, esmagamento das diferenças culturais,
ideológicas.
Daí o movimento, em muitos países, por um marco regulatório que de maneira alguma
interfira na liberdade de expressão. Mas que permita a desconcentração de mercado,
promovendo o florescimento de novos grupos de mídia que tragam a diversificação e a
pluralidade para o setor.
Enfim, instituir a verdadeira economia de mercado no setor.
(Luis Nassif. Disponível em: http://jornalggn.com.br/noticia/liberdade-de-imprensa-e-liberdade-de-opiniao.)
01. Acerca das características textuais e semânticas, o texto
configura-se como sendo
A)narrativo.
B) instrutivo.
C) descritivo.
D) explicativo.
E) argumentativo.
02. Releia o trecho a seguir: “Jogaram todas as atividades de mídia debaixo da
proteção da liberdade de imprensa, mesmo as não jornalísticas, [...]” (7º§).
A)vago.
B) dúctil.
C) inexato.
D) impreciso.
E) hermético.
04. Em “[...] a Justiça derrubou as ações em nome da liberdade
de imprensa.” (11º§), há a presença de qual das figuras de
linguagem apresentadas a seguir?
A)Ironia.
B) Hipérbole.
C) Metonímia.
D) Eufemismo.
E) Comparação.
05. Finalizada a discussão que permeia o texto, o autor conclui
que é preciso
A) causal.
B) aditiva.
C) conclusiva.
D) adversativa.
E) comparativa.
07. Analise as afirmativas a seguir.
A)I e II.
B) II e III.
C) II e IV.
D) III e IV.
E) I, III e IV.
08. Assinale a alternativa que apresenta uma asserção correta
acerca da sintaxe da oração apresentada a seguir: “Liberdade de
imprensa é um direito acessório das empresas jornalísticas.” (4º§).
A) Direito à informação e liberdade de expressão são direitos dos cidadãos cláusulas pétreas da
Constituição.
B) Há muita dificuldade conceitual especialmente no Judiciário para entender o papel dos grupos de
mídia e de conceitos como liberdade de imprensa, liberdade de opinião e direito à informação.
C) A mera tentativa do Ministério da Justiça de definir uma classificação etária indicativa para
programas de televisão foi torpedeada pela rede Globo. Sob a acusação de interferência na liberdade
de expressão.
D) No Brasil, no entanto, o conceito de liberdade de imprensa tornou-se extraordinariamente elástico,
fugindo completamente dos princípios que o originaram. E há enorme resistência do Judiciário em
discutir o tema: é tabu.
E) Quando o conceito de liberdade de imprensa foi desenvolvido: no bojo da criação do modelo de
democracia norte-americano. O pilar central era o da mídia descentralizada, exprimindo a posição de
grupos diversificados, permitindo que dessa atoarda nascessem consensos e representações.
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E E E C D B B E E D
@portuguêsdefinitivo