ALVENARIA ESTRUTURAL –

DIMENSIONAMENTO A FLEXO-COMPRESSÃO
DE ALVENARIA ARMADA NO ESTÁDIO III

CAMPINAS, 2022
 ALVENARIA ESTRUTURAL – FLEXO-COMPRESSÃO NO ESTÁDIO III

Sumário
INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................3
VERIFICAÇÃO DA HIPÓTESE ......................................................................................................3
HIPÓTESE 1 ...............................................................................................................................5
EQUAÇÕES DE EQUILÍBRIO ...................................................................................................5
HIPÓTESE 2 ...............................................................................................................................7
EQUAÇÕES DE EQUILÍBRIO ...................................................................................................7

Professor Éder Sabino

Engenheiro Civil – Mestre em estruturas
 ALVENARIA ESTRUTURAL – FLEXO-COMPRESSÃO NO ESTÁDIO III

INTRODUÇÃO

Uma seção qualquer sujeita a força axial e momento fletor é equivalente a mesma seção
sujeita a um carregamento excêntrico.

𝑀𝑑
𝑒=
𝑁𝑑

Quanto a excentricidade for pequena pode não existir tração na parede, para esse caso
a formulação apresentada nesse documento não se aplica no dimensionamento. Para esse caso,
basta dimensionar a parede coma alvenaria não armada, ou então considerar armadura
comprimida.
Há ainda a possibilidade de existir tração na parede, mas o equilíbrio resultar em uma
armação negativa na face tracionada, para esse caso, adota-se uma armadura (que pode ser a
mínima) e determina-se um novo y que equilibre a seção por um processo iterativo. Essa
simplificação, é válida para 𝑒 ≤ 𝑦𝑐𝑔 .

VERIFICAÇÃO DA HIPÓTESE

Em função das abas de extremidade, haverá no mínimo 2 hipóteses de

dimensionamento. A hipótese1 ocorre quando a região comprimida da alvenaria estiver
totalmente dentro das abas (𝑦 ≤ ℎ𝑓 ) e a hipótese 2 ocorre quanto a região comprimida se

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estende além da espessura da aba (𝑦 > ℎ𝑓 ). Para cada hipótese haverá uma formulação
específica, entretanto há como determinar os valores dos esforços Nd e Md limites entre uma
hipótese e outra.

Para determinar quando haverá a transição entre a hipótese 1 e a hipótese 2, basta

determinar os esforços máximos que são absorvidos somente pela "mesa" da seção.
Fazendo o equilíbrio de momento em relação ao eixo das armaduras:
𝑁𝑑 𝑒𝑠 = 𝑅𝑐 (𝑑 − 0,5𝑦)
, onde
𝑅𝑐 = (𝑏𝑎1 + 𝑏𝑎2 + 𝑏𝑤 )𝑦 𝑓𝑑
𝑒𝑠 = 𝑒 + (𝑑 − 𝑦𝑐𝑔 )
no limite, 𝑦 = ℎ𝑓 , e 𝑁𝑑 𝑒𝑠 = (𝑁𝑑 𝑒𝑠 )𝑙𝑖𝑚
(𝑁𝑑 𝑒𝑠 )𝑙𝑖𝑚 = (𝑏𝑎1 + 𝑏𝑎2 + 𝑏𝑤 )ℎ𝑓 𝑓𝑑 (𝑑 − 0,5ℎ𝑓 )
Assim para qualquer valor de 𝑁𝑑 𝑒𝑠 ≤ (𝑁𝑑 𝑒𝑠 )𝑙𝑖𝑚 , tem-se hipótese 1 e para 𝑁𝑑 𝑒𝑠 >
(𝑁𝑑 𝑒𝑠 )𝑙𝑖𝑚 , tem-se hipótese 2.

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HIPÓTESE 1

EQUAÇÕES DE EQUILÍBRIO

𝑅𝑠 + 𝑁𝑑 − 𝑅𝐶 = 0 (𝐼)
𝑁𝑑 𝑒𝑠 = 𝑅𝑐 (𝑑 − 0,4𝑥) (𝐼𝐼)
, onde
𝑅𝑠 = 𝐴𝑠 𝜎𝑠
𝑅𝑐 = 𝑏𝑓 × 0,8𝑥 × 𝑓𝑑
, com:

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𝑏𝑓 = 𝑏𝑎1 + 𝑏𝑎2 + 𝑏𝑤

O cálculo da linha neutra é feito a partir da equação II. Substituindo 𝑅𝑐 na segunda

equação de equilibro, tem-se:

𝑁𝑑 𝑒𝑠 = 𝑏𝑓 × 0,8𝑥 × 𝑓𝑑 (𝑑 − 0,4𝑥)
Que pode ser reescrita como:
𝑁𝑑 𝑒𝑠
= 𝑥𝑑 − 0,4𝑥²
0,8𝑏𝑓 𝑓𝑑
E finalmente:
𝑁𝑑 𝑒𝑠
𝒙² − 2,5𝑑𝒙 + =0
0,32𝑏𝑓 𝑓𝑑

Após determinada a linha neutra, verifica-se o domínio de deformação e a partir da

respectiva equação de compatibilidade de deformações, obtêm-se a deformação e a tensão na
armadura tracionada.
Se 𝑥 < 0,23𝑑 → 𝐷𝑜𝑚í𝑛𝑖𝑜 2 → 𝜀𝑠 = 1%
𝑑−𝑥
Se 𝑥 ≥ 0,23𝑑 → 𝐷𝑜𝑚í𝑛𝑖𝑜 3 𝑜𝑢 4 → 𝜀𝑠 = ( ) 0,35%
𝑥

𝑓𝑦𝑑 ∗ = 0,5𝑓𝑦𝑑
Com a revisão da norma em 2020, não é mais necessário reduzir pela metade a tensão de
escoamento do aço, logo, pode-se considerar:
𝑓𝑦𝑑 ∗ = 𝑓𝑦𝑑

∗
𝑓𝑦𝑑 ∗
𝜀𝑦𝑑 =
21000
, com 𝑓𝑦𝑑 ∗ em kN/cm².

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De acordo com o diagrama tensão deformação do aço, para 𝜀𝑠 ≥ 𝜀𝑦𝑑 ∗ → 𝜎𝑠 = 𝑓𝑦𝑑 ∗ e

𝜀𝑠 < 𝜀𝑦𝑑 ∗ → 𝜎𝑠 = 21000𝜀𝑠
A armadura necessária é calculada a partir da equação I de equilíbrio:
𝑅𝑐 − 𝑁𝑑
𝐴𝑠 =
𝜎𝑠

HIPÓTESE 2

EQUAÇÕES DE EQUILÍBRIO

𝑅𝑠 + 𝑁𝑑 − 𝑅𝐶𝐴 − 𝑅𝐶𝑤 = 0 (𝐼)

𝑁𝑑 𝑒𝑠 = 𝑅𝑐𝑤 (𝑑 − 0,4𝑥) + 𝑅𝐶𝐴 (𝑑 − 0,5ℎ𝑓 ) (𝐼𝐼)
, onde
𝑅𝑠 = 𝐴𝑠 𝜎𝑠
𝑅𝑐𝑤 = 𝑏𝑤 × 0,8𝑥 × 𝑓𝑑
𝑅𝐶𝐴 = 𝑏𝑓 ℎ𝑓 𝑓𝑑
, com:
𝑏𝑓 = 𝑏𝑎1 + 𝑏𝑎2
O valor de 𝑅𝐶𝐴 independe da profundidade da linha neutra, com isso, a expressão pode
ser simplificada. Chamando:

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𝑀𝑤 = 𝑁𝑑 𝑒𝑠 − 𝑅𝐶𝐴 (𝑑 − 0,5ℎ𝑓 )
,e substituindo na equação II:
𝑀𝑤 = 𝑅𝑐𝑤 (𝑑 − 0,4𝑥)
O cálculo da linha neutra é feito substituindo 𝑅𝑐 na equação acima:
𝑀𝑤 = 𝑏𝑤 × 0,8𝑥 × 𝑓𝑑 (𝑑 − 0,4𝑥)
Que pode ser reescrita como:
𝑀𝑤
= 𝑥𝑑 − 0,4𝑥²
0,8𝑏𝑤 𝑓𝑑
E finalmente:
𝑀𝑤
𝒙² − 2,5𝑑𝒙 + =0
0,32𝑏𝑤 𝑓𝑑
Após determinada a linha neutra, verifica-se o domínio de deformação e a partir da
respectiva equação de compatibilidade de deformações, obtêm-se a deformação e a tensão na
armadura tracionada.
Se 𝒙 < 0,23𝒅 → 𝑫𝒐𝒎í𝒏𝒊𝒐 𝟐 → 𝜀𝑠 = 1%
𝑑−𝑥
Se 𝒙 ≥ 𝟎, 𝟐𝟑𝒅 → 𝑫𝒐𝒎í𝒏𝒊𝒐 𝟑 𝒐𝒖 𝟒 → 𝜀𝑠 = ( ) 0,35%
𝑥

𝑓𝑦𝑑 ∗ = 0,5𝑓𝑦𝑑
Com a revisão da norma em 2020, não é mais necessário reduzir pela metade a tensão de
escoamento do aço, logo, pode-se considerar:
𝑓𝑦𝑑 ∗ = 𝑓𝑦𝑑

∗
𝑓𝑦𝑑 ∗
𝜀𝑦𝑑 =
21000
, com 𝑓𝑦𝑑 ∗ em kN/cm².

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De acordo com o diagrama tensão deformação do aço, para 𝜀𝑠 ≥ 𝜀𝑦𝑑 ∗ → 𝜎𝑠 = 𝑓𝑦𝑑 ∗ e

𝜀𝑠 < 𝜀𝑦𝑑 ∗ → 𝜎𝑠 = 21000𝜀𝑠
A armadura necessária é calculada a partir da equação I de equilíbrio:
𝑅𝐶𝐴 + 𝑅𝐶𝑤 − 𝑁𝑑
𝐴𝑠 =
𝜎𝑠

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