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CLÍNICA DA ADOLESCÊNCIA

Professor : Carlos Romero Menezes


“É difícil encontrar uma escolha adolescente que não seja a realização do sonho dos
Adultos.” (Calligaris)

O Adultecer em nossa cultura prescinde de uma experiência ritualística, sendo o desejo dos
adultos o primeiro balizador.

O reconhecimento da condição adulta pelo Outros primordiais se dá pela repetição do


fantasma destes primeiros referentes.
O sonho maior de nossa cultura é o de liberdade. (Calligaris)

“Por tentar dispensar a tutela dos adultos, a rebeldia adolescente se torna uma encenação
do ideal cultural básico.” (Calligaris)

Os grupos adolescentes se caracterizam por terem identidades próprias. Seus participantes


partilham traços idendificatórios claros e definidos que asseguram algum reconhecimento
mútuo.
Os grupos ou bandos portam insígnias balizadoras e diferenciadoras de outros grupos.
Insígnias que se tornam produtos de oferta e consumo.

Os looks, os estilos, as aparências destacam imaginariamente o êxito da liberdade


rebeldemente conquistada.

“A indumentária passa a ser “Cool”, legal para todos.


“A adolescência, por ser um ideal dos adultos, se torna um fantástico argumento
promocional.” (Calligaris)

A mutabilidade e circulação dos grupos e pelos grupos denota a fragilização dos


argumentos antimoratória nestes buscados e imaginados.

Um grupo é composto por uma série de Uns.

Há pelo menos “Um” que faça diferença: o “ao-menos-um” não submetido à castração com
o qual busca-se identificar-se.
A infância tomada como um tempo de proteção contra o desamparo.

A adolescência como encruzilhada subjetiva: ser para além do que os adultos esperam
(exitar e não fracassar frente aos desejos).

Os adolescentes devem renunciar à algumas identificações primárias.

Construir e sustentar ideais ainda sob a condição da moratória.


As exigências pulsionais e sociais podem levar à desestabilizações, à impulsões à atos ou
mesmo à inibições.

A adolescência é um momento configurativo de indeterminações e necessárias


reorganizações representacionais (simbólicas e imaginárias frente ao real) que conduzem a
novas possibilidades de ser.

Cada sujeito vive, constrói e responde singularmente a sua crise. O argumento de


enfrentamento perpassa pela saída edipiana.
Há estruturas psíquicas incapazes de suportar o caos das paixões e a proliferação e
manutenção dos ideais.

O diagnóstico estrutural pede uma leitura acerca de como cada sujeito vive, representa e se
reconhece em seu sintoma.

O sintoma “adolescência” faz padecer a família, a sociedade, a escola.

Frente à “crise”, pode haver deserção, fuga, abandono da luta com risco de depressão,
adição, passagem ao ato, desorganização psíquica.
Fuga via evasão escolar, abulia, anorexia, violência, etc.

As adições, as condutas de risco e de autoagressão são enunciados sem palavras que podem
eclodir diante de algum conflito (impasses), desafio, exigências pulsionais e sociais.

A perda da instabilidade deixa o adolescente ainda mais inseguro, desamparado


principalmente quando as costruçoes prévias de defesa estão fragilizadas.
CLÍNICA DO DESEJO SEXUAL

O despertar da puberdade: o real do corpo e do gozo, o balizamento, ordenamento e


reinvestimentos das pulsões.

Mobilização e embaraço diante do que ocorre com seu corpo: enigma quanto à imagem de
si e seu desdobramento no laço com os outros.

O adolescente é confrontado e levado a apoiar-se em novas referencias simbólicas.


DESPERSONALIZAÇÃO PSICOLÓGICA

Constituição de identidade junto aos Outros primordiais e novos referentes com os quais se
relaciona e apoia.

Os adolescentes buscam um endereçamento para sua fala, seu sofrimento e suas demandas.
Buscam reconhecimento.

Ter voz, ser ouvido: confrontação com a lógica e a consistência do discurso no qual o
adolescente se encontra.
O discurso social com o qual o adolescente se confronta, adia a legalidade do exercício
sexual e o reconhecimento da condição de autonomia na circulação social.

Na adolescência, os traços de identidade que a criança se apropria junto aos adultos que o
cercam são postos em xeque.

A estrutura subjetiva basal, em vias de consolidação, balizam a trama opositiva (de defesa)
através de argumentos subjetivos simbólicos, imaginários ou reais.
FACHO

CURSO DE PSICOLOGIA

CADEIRA ELETIVA

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