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CHOCAPALHA amor ao Arinto/ ESCOLHA DO MESTRE a arte do lote/

VALE DOS ARES 10 anos de um Alvarinho único/ PORTO 50 Anos e Very


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Very Old/ CONCURSO ESCOLHA DA IMPRENSA os vencedores


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CAMOLAS SELECTION PREMIUM


€6,50
APENAS

MAIS
PALMELA TINTO 2019 PORTUGAL CONTINENTAL
À descoberta de uma casta única

Fiel ao seu espírito experimentalista, São Luiz Winemaker´s Collection decidiu ir mais longe.
Como tal, criou três vinhos totalmente distintos, mas com a particularidade de serem provenientes
de uma mesma casta minoritária no Douro, que se destaca pela sua raridade
e que fazemos questão de preservar.
Da casta Rufete, surge um Trio nunca antes visto, que o irá surpreender
numa edição limitada de apenas 1.100 caixas com os três vinhos.
Um Tinto leve e fresco de cor granada, com aroma a frutos do bosque e com especiarias finas
enaltecidas pelo estágio em cascos de castanheiro. Um Branco com aroma complexo, fresco e floral,
elegante e cremoso, com um toque de líchias e acidez viva no final. Um Rosé de cor salmão pálido,
fresco, longo e complexo, com aromas florais doces, que nos lembram pétalas de rosas e cerejas.
Deixe-se envolver por uma trilogia inédita, marcante e rara.

sãoluiz.pt SEJA RESPONSÁVEL. BEBA COM MODERAÇÃO.


FICHA TÉCNICA
Director
Luís Ramos Lopes (luislopes@grandesescolhas.com)

Tel. 231 027 021

HÁ CADA COISA… Director de Negócio

João Geirinhas (joaogeirinhas@grandesescolhas.com)

“O
Redacção

s olhos também comem”, já dizia a minha avó. A expressão popular traduz Mariana Lopes (marianalopes@grandesescolhas.com)

um fenómeno que todos conhecemos: a forma ajuda a enaltecer o conteúdo. Colaboradores

António Falcão, Dirceu Vianna Junior MW, Fernando

O desenho ou a embalagem podem induzir uma percepção de qualidade/so- Melo, João Paulo Martins, José Miguel Dentinho, Luís

fisticação, facilitar a venda, criar notoriedade de marca. Isto é válido para Antunes, Miguel Ferreira, Nuno de Oliveira Garcia, Paulo

Pimenta, Rui Caroço dos Santos, Valéria Zeferino

todo o tipo de bens, dos automóveis ao têxtil, do mobiliário doméstico à perfu- Sede da Redacção

maria. Rua Gregório Lopes, Lote 1517 R/C A

1400-195 Restelo - Lisboa


NotíciasFlix
Todos sabemos, igualmente, que nem sempre forma e conteúdo (ou forma e função) correspondem. geral@grandesescolhas.com | Tel. 215 810 526

Uma cadeira elegante pode ser altamente desconfortável; um automóvel de estética exuberante Produção, Paginação e Impressão

RPO - Rua Sebastião e Silva, nº 40-44

pode ser um desastre (literalmente) em termos de condução; uma t-shirt atractiva pode ficar disfor- Zona Industrial de Massamá - 2745-838 Queluz

me na primeira lavagem. E, como é óbvio, um elaborado empratamento pode corresponder a uma Tiragem

desilusão gastronómica e uma garrafa muito bem vestida ter lá dentro um vinho que não vale 15.000 exemplares

metade do que custa. Distribuição

VASP – Distribuidora de Publicações S.A.

Vivemos bem com isso, faz parte do jogo de sedução que as marcas fazem connosco. No caso dos MLP - Media Logistics Park

Quinta do Grajal – Venda Seca,

vinhos, um dos exemplos mais prementes é o das garrafas pesadas. As incontornáveis desvanta- 2739 – 511 Agualva-Cacém

gens ambientais são superadas pelas evidentes vantagens comerciais. Dificilmente um vinho de Tel. 214 337 000

elevada qualidade e preço pode ser vendido numa garrafa leve (só algumas regiões francesas alcan- Assinaturas

VASP – PREMIUM

çaram estatuto que o permite) ainda que, tudo o indica, a fileira vitivinícola, pressionada pela lei e/ MLP - Media Logistics Park

Quinta do Grajal, Venda Seca,

ou consciência ambiental, caminhe a pouco e pouco no sentido da leveza. 2739 – 511 Agualva-Cacém

Mas o que dizer quando a forma é de tal modo impositiva, tão intrusiva, tão “in your face” (para usar Linha directa de apoio ao assinante

Tel. 214337036 (Segunda a sexta-feira:

a expressão inglesa), que praticamente grita: “seu palerma, o conteúdo não tem qualquer importân- 9h – 13h e 14h – 18h)

E-mail: assinaturas@vasp.pt

cia, o que estamos a vender é estatuto e diferença”?


Departamento Comercial
Também aqui, a indústria das bebidas é fértil em exemplos. Um dos mais antigos é o dos licores e Coordenador: Fernando Gomes

espumantes com chamativos “flocos de ouro”. E essa até é uma forma barata de usufruir do luxo (fernandogomes@grandesescolhas.com)

Tel. 913 223 962

ilusório. E se for uma garrafa de espumante com 45 litros? Foi o que fez uma conhecida casa france- Delegação Norte

Maria do Céu Pinto (mcpinto@grandesescolhas.com)

sa (não de Champagne, felizmente, apesar desta região ter um apreciável histórico em extravagân- Tel. 910 998 890

cias do género) fundada em 1898. Diz a notícia que a Zeus, da Luc Belaire, “é a maior garrafa de espu- Marketing & Eventos

mante do mundo, tem mais de um metro de altura, pesa 72,5 kg cheia e exige a força de 4 homens
Gestora de eventos: Dulce Bandeira

(dulcebandeira@grandesescolhas.com)

para a carregar e servir”. Confesso que adoraria assistir a esse espectáculo! Mas não devo ter essa Filipe Polido (filipepolido@grandesescolhas.com)

Miguel Rocha (miguelrocha@grandesescolhas.com)

sorte porque, até ao momento, foram produzidas apenas duas garrafas Zeus (vão fazer digressão Apoio Editorial e Redes Sociais

mundial) e os “3 mil milhões de bolhas” (delicioso detalhe!) que cada uma contém não me irão, certa- Rita Martins (ritamartins@grandesescolhas.com)

mente, passar pelo goto. Proprietário e Editor

Resta contar que a Luc Belaire é especializada em grandes formatos, nomeadamente os 15 litros e, ao
Reserva Especial - Edições e Eventos, Lda

Rua Gregório Lopes, Lote 1517 R/C A

que parece, com grande sucesso. As gigantes garrafas, sobretudo do Rosé Belaire (que a casa adian- 1400-195 Restelo – Lisboa

NIF: 514332158

ta ser “o espumante rosé nº1 na América”) tornaram-se, segundo a press release, “uma referência Departamento Financeiro e RH

para celebridades, influenciadores, artistas e desportistas de todo o mundo, que têm vindo a celebrar Ana Ruivo (anaruivo@grandesescolhas.com)

marcos de carreira, lançamentos de álbuns e vitórias em campeonatos acompanhados de Belaire”. Depósito legal: 425336/17 | Nº de registo ERC: 126977

Confesso que desde que li a notícia sou assaltado por uma interrogação. Como se refresca e serve Detentores de 5% ou mais do capital da empresa

João Miguel Geirinhas Rocha 47,25%

adequadamente uma garrafa de 45 litros? Ou de 15 litros, já agora? Ou isso não importa porque o Fernando Manuel Santos Gomes 30,00%

objectivo não é beber o vinho, mas sim “celebrar” com ele? Há vários dias que não durmo a pensar Ana Luiza R. Secca Ruivo Fialho 11,25%

Nuno Frederico B. Santiago 10,50%

nisto… Gerentes da Sociedade por Quotas


João Miguel Geirinhas Rocha

Fernando Manuel Santos Gomes

www.facebook.com/vgrandesescolhas

O que dizer quando a forma é de tal modo


www.instagram.com/vgrandesescolhas

impositiva, tão intrusiva, tão “in your


www.grandesescolhas.com

face” (para usar a expressão inglesa), que Política de privacidade e Tratamento de Dados em www.

grandesescolhas.com

praticamente grita: “o conteúdo não tem


Estatuto Editorial em

qualquer importância, o que estamos a www.grandesescolhas.com/estatuto-editorial

vender é estatuto e diferença”?

GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 1
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Tintos do Alentejo
0 5 , 4 €
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Very Old/ CONCURSO ESCOLHA DA IMPRENSA os vencedores


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AGIEV AMLAP ODRACIR


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:APAC ED AIFARGOTOF
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CAMOLAS SELECTION PREMIUM


PALMELA TINTO 2019
POR

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MAIS €6,50
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LISBOA VERTICAL

Chocapalha Vale dos Ares

50 96 E AINDA…
1 Editorial

PORTO ESCOLHA DA IMPRENSA 4 Vinhos do Mês

50 Anos e Very Very Old Os vencedores do concurso 108 Lançamento Wine&Soul

Uma masterclass promovida pelo IVDP sobre Um concurso de vinhos único, no qual a Gran- 114 Lançamento Dolium by Paulo Laureano

as mais recentes categorias, Tawny 50 Anos e des Escolhas convida colegas de outros órgãos 116 Lançamento Ravasqueira

Very Very Old, permitiu provar os vinhos que de comunicação social a provar e premiar o 120 Lançamento Quinta Nova

vêm representar um novo nível de exclusivi- que de melhor se faz no país. Foram 500 os 124 Lançamento Reguengos Garrafeira dos

dade e raridade do vinho do Porto. vinhos avaliados, e os resultados já estão aí. Sócios

128 Lançamento J. Portugal Ramos

132 Passeio da Fama Veuve Clicquot

136 Casa dos Espíritos

70 124
Mamoré Vínica

Velhíssima

138 Notícias
EVENTO LANÇAMENTO
Vinhos & Sabores 2023 Garrafeira dos Sócios

O Grandes Escolhas Vinhos & Sabores teve Um branco bi-varietal, dois Grande Reserva
mais uma edição de 14 a 16 de Outubro, na FIL, da gama Trifolium e o histórico Garrafeira dos
em Lisboa. Organizada anualmente pela Gran- Sócios constituem o “pacote” de quatro vinhos
des Escolhas, a feira de vinho registou, este agora lançados pela CARMIM.
ano, uns impressionantes 16 mil visitantes.

2 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3
VINHOS DO MÊS

SEM FRONTEIRAS,

SEM LIMITES

Dois enólogos, Raul Moreno Yague e Tiago Macena,


Este é um vinho para
pratos simples e dias estão na base deste projecto diferenciador, que procura
descontraídos. Uma juntar experiências, técnicas, conceitos e, se for o
aventura radical será caso, vinhos, das regiões de Jerez e do Alentejo. Desta
servi-lo a 14ºC com
sardinhas assadas na parceria resultou já um belo branco de talha (ver nota
brasa. de prova nesta secção) e um tinto diferenciador.

“Slate” significa, literalmente, ardósia, uma das fases do


processo metamórfico que termina no xisto, enquanto
“chalk” significa giz, um calcário com elevado teor de car-
bonato de cálcio. No conjunto, representam uma parte dos
solos que encontramos nas zonas da Amareleja e de Jerez,
regiões onde nasceram os vinhos base que se encontraram
neste blend criado por Tiago Macena e Raul Moreno Yague.
O objectivo, diz Tiago, “era fazer um tinto de verão, um pa-
Tijolo claro na cor,
no limite entre o lhete”. Para tal, houve que pensar os elementos/castas que o
tinto e o rosado, iriam constituir. Da Adega Marel (Courela dos Aleixos), na
típico palhete. Amareleja, vieram as castas Moreto e Antão Vaz. Tiago Ma-
Terroso no aroma, cena conta como foi: “Para uma fruta mais vermelha e vi-
erva seca, barro brante, vindimámos parte do Moreto da parcela Agulhas da
húmido, mas
também fruto Adega Marel em conjunto com Antão Vaz da parcela Narra,
vermelho bonito e no dia 6 de Setembro de 2022. Neste dia, o Antão Vaz apre-
delicado. Na boca, sentava uma fruta mais madura, menos ácida e mais doce.
a suavidade alia-se Em contraste, o Moreto, tinha vibração ácida, pouca matu-
à acidez fina e ração e doçura, mas estava cheio de notas de fruta verme-
precisa, num
registo sério e lha. Fizemos um lote de 50/50 de cada uma das duas castas,
austero, mas ao vindimadas à mão para caixas de 15 kg. Na adega, após de-
mesmo tempo sengace total, foram colocadas numa talha em contacto to-
leve, alegre, tal com as películas, onde fermentaram com leveduras na-
bastante tivas e sem controlo de temperatura. Terminada a
diferenciador.
(11,5%) LL fermentação, as massas foram separadas do vinho novo e o
vinho regressou à talha.”
Mas para fazer o desejado “lote ibérico” faltava o outro lado.
Sin Assim, após a fermentação do vinho na talha alentejana foi-
-lhe acrescentado o branco seco de Palomino Fino, não for-
Fronteiras tificado, feito por Raul Moreno Yague na sua adega em Jerez
de la Frontera. A proporção de branco no lote passou a ser de
Slate’ N’ cerca de 70% (Antão Vaz e Palomino Fino) com apenas 30%
Chalk de Moreto. “Queríamos a expressão de leveza que o branco
lhe traz, mas sem perder a fruta vermelha do Moreto”, ex-
VINHO TINTO 2022 plica Tiago. O lote ibérico estagiou durante cerca de dois
SOC. VINÍCOLA meses em barro, sendo depois passado, já sem as borras,
COURELA DOS ALEIXOS para uma cuba inox, no intuito de “preservar fruta e reduzir
a complexidade terrosa do barro”. Foi engarrafado em Maio

17,5
€21
de 2023, sem colagens ou filtração. Daqui resultaram quase
2000 garrafas de um palhete leve, fresco, desafiante. L.L.

A
4 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3
A B BEBER BEBER/GUARDAR
C GUARDAR

UM 30 ANOS QUE É

UM ABRAÇO À BOCA

A Kranemann Wine Estates apresentou, recentemente,


Um Tawny destes pede
muito sobremesas à três novos vinhos: um branco, um tinto e um Porto.
base de ovos e/ou frutos Este último é um Tawny 30 Anos que mais parece
secos, como um pão um dia de folga em que chove lá fora e estamos
de ló ou uma tarte de
amêndoa. embrulhados numa manta acabada de sair da máquina
de secar.

Uma ponte no extremo da Quinta do Convento de São Pedro


das Águias, sobre o rio Távora, inspirou a nova gama de vi-
nhos da Kranemann Wine Estates, “Ponte do Fumo”, apre-
sentada agora na forma de um Rabigato e um Tinta Barroca
de 2020. O projecto — que teve início em 2018 com a compra
da propriedade em Tabuaço — foi criado pelo casal Chris-
toph e Dina Kranemann, que ficou também com os stocks
de vinho existentes na quinta. Deste património surge hoje,
além dos Ponte do Fumo branco e tinto, um Porto Tawny 30
Anos, sucessor dos já lançados 10 e 20 Anos. Diogo Lopes é o
Frutos secos,
citrinos enólogo consultor da empresa duriense, e Susete Melo a di-
cristalizados, rectora de viticultura e enologia. “Este é um momento espe-
sugestão fumada cial para nós porque apresentamos o resultado das experi-
muito bonita a mentações que temos feito ao longo de seis vindimas na
lembrar broinhas quinta. Percebemos que ali estamos numa zona única, onde
de mel, madeiras
resinosas, e temos solos de transição de xisto, granito e quartzo, exposi-
levíssimo toque de ção Norte e altitude. Percebemos que, para nos diferenciar-
especiarias mos, temos de interpretar o sítio e fazer vinhos que se en-
exóticas como quadrem nele”, declarou Diogo Lopes. “Resolvemos
cardamomo, acrescentar ao portefólio dois monovarietais, com as castas
açafrão e também
subtil gengibre. Na que se têm destacado mais: um Rabigato, porque acredita-
boca é intenso, mos que estamos inseridos numa das zonas do Douro mais
mas com especiais para brancos; e um Tinta Barroca porque, naquela
complexidade nas zona, os tintos têm de ser mais para o lado da elegância e da
notas de madeira frescura”, desenvolveu.
velha e compota,
acidez bem Susete Melo explicou, por sua vez, que “o Rabigato vem de
presente. Amplo e uma parcela dos anos 90 em mistura de xisto e granito, a
indulgente. (19%) uma altitude de 390m, com exposição completamente a
Nascente. Temos uma floresta enorme por cima da encosta
desta vinha, o que juntamente com o resto dá bastante fres-
Kranemann cura. Fermentou em barrica de segundo ano, fez malolácti-
ca, muita bâtonnage e estagiou nove meses na barrica”. So-
PORTO TAWNY 30
bre o Tinta Barroca, adiantou que exposição nascente da
ANOS vinha e a abundância de água no solo evidenciam a fruta e
KRANEMANN o perfil fresco do vinho. “Integrámos 30% de cachos inteiros
ESTATES na vinificação, fizemos uma extracção mais leve, utilizá-
mos barricas usadas e o tinto evoluiu dois anos em garrafa”.

18,5
€120
Durante a prova do Tawny 30 Anos, Susete sublinhou que
o que a equipa mais procura nos seus vinhos do Porto é a
frescura. “Tivemos muita sorte no stock que recebemos, e

B ‘esticamos sempre a corda’ um bocadinho para cima nas


idades dos vinhos base”, confessou. Nota-se bem. M.L.

GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 5
VINHOS DO MÊS

ESPUMANTE

18 €18,50 A 16,5 €8,10 A


MONTANHA CÁ ADEGA COOP
DA BAIRRADA PONTE DA BARCA
GRANDE CUVÉE Vinho Verde Espumante Loureiro
branco
Bairrada Espumante branco 2012
ADEGA COOP. PONTE DA BARCA
CAVES DA MONTANHA
Aroma com fruta cítrica e fruta
Limão intenso, bolha constante.
branca, um lado vegetal, ligeiros
Rico no aroma, com intensidade
tostados mas a ênfase é na fruta
e complexidade resultantes do
pura. Redondo e cremoso na boca,
estágio longo. Revela notas de fruta
graças à boa acidez e excelente
cristalizada, tosta e brioche. Bolha
sucrosidade que lhe prolonga
fina e sabor diferenciador, aliança
o final. Óptimo para um bom
de corpo cheio e frescura intrínseca
presunto. (12%) LA
criam uma cremosidade envolvente
que dura até ao final. (12,5%) VZ
MONÇÃO E MELGAÇO

17,5 €28,80 A 18,5 €32 B


MURGANHEIRA SOU QUINTA DE
CZAR GRAND SANTIAGO & MIRA
CUVÉE DO Ó
Távora-Varosa Espumante rosé 2017 Vinho Verde Monção e Melgaço
SOC. AGR E COM. DO VAROSA Alvarinho branco 2021
Feito com a casta Pinot Noir. Bonita NENÚFAR REAL
cor salmonada, aroma impressivo O aroma é imponente, com
de bom impacto, a revelar a imensas notas de sílex
austeridade típica dos espumantes acompanhando a fruta de toranja
feitos com uvas tintas. A mesma e tangerina. As notas de casca de
sensação na boca, temos um citrinos perduram no sabor, seco,
espumante bem seco, idealmente com imensa tensão, perdurando
servido com peixes fumados. Muito no final crocante, pleno de brilho e
gastronómico. (13,5%) JPM presença. (13%) LL

17 €9,50 A 17,5 €18,20 B


BÁGEIRAS QUINTA DE
Espumante branco 2021
QUINTA DAS BÁGEIRAS
SANTIAGO
Vinho Verde Monção e Melgaço
Com Maria Gomes e Bical, mantém Alvarinho Reserva branco 2021
o estilo seco (bruto natural,
NENÚFAR REAL
sempre) e sério da casa, mas nesta
versão “de entrada” com mais Balseiro e barrica, sobretudo,
expressão de fruta, apontamentos com 15% de inox. A madeira está
de laranja e toranja ao lado de leves bem discreta e é de muito boa
notas de f lores do campo. Bom qualidade, prevalecendo as notas
volume de boca, bolha fina, muita de laranja e toranja típicas da casta.
frescura, um espumante para a Bom volume de boca, algumas
mesa. (12,5%) LL sugestões vegetais e especiadas,
uma frescura vibrante atravessa
toda a prova, com final largo e
citrino. (13%) LL

A ESCOLHA DE LUÍS LOPES Malvasia Fina, Tinta Roriz e

19 €21,60 A
Touriga Nacional. Excelente
presença aromática, com
complexidade e requinta,
MURGANHEIRA ASSEMBLAGE notas de biscoito, citrinos
Távora-Varosa Espumante Grande Reserva branco 2006 frescos, maçã perfumada. A
SOC. AGR. COM. DO VAROSA
boca cremosa é servida por
brilhante acidez limonada,
Quem ainda não percebeu o que longo estágio em cave sobre as leveduras a bolha é finíssima, o vinho
livres faz a um espumante de topo, tem obrigatoriamente de provar este vinho. espantosamente jovem
O Murganheira Assemblage sempre foi um dos meus favoritos, mas a edição para a data de colheita. Um
de 2006 agora (só agora!) lançada no mercado suplanta todos os anteriores. O espumante do outro mundo.
preço é incrivelmente modesto para um vinho desta idade e deste nível. (12,5%)

6 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 Veja estes e os restantes vinhos provados no mês de Novembro em www.grandesescolhas.com/vinhosdomês
VINHOS DO MÊS

17 €12,99 B 17,5 €14 B


JOÃO PORTUGAL QUINTA DA
RAMOS MASSORRA
Vinho Verde Monção e Melgaço Reg. Minho Reserva branco 2021
Alvarinho 2022 QUINTA DA MASSORRA
J. PORTUGAL RAMOS VINHOS Arinto com fermentação em barrica.
Aroma menos exuberante com Muita casca de citrinos no aroma,
fruta madura que lembra pêra, limão maduro, levíssimos fumados
laranja e toque tropical de manga, e especiaria de barrica bem
equilibrada pelas notas de aipo. integrada. Corpo cremoso, acidez
Com corpo bastante amplo e vibrante, leves amargos vegetais
textura muito macia, oferece um e sugestões de gengibre no final
prazer imediato na prova, deixando longo, intenso e crocante (13,5%)
frescura no final de boca graças à LL
sua acidez no ponto certo. (13%) VZ
VINHO VERDE

18 €26 A 17 €9,75 B
CASA DE PAÇOS ITER
RESERVA ESPECIAL Reg. Minho Alvarinho/Chardonnay
branco 2022
Reg. Minho branco 2019
DUPLOPR
QUINTA DE PAÇOS
Arinto e Loureiro. O estágio longo Vale do Neiva, 20% de Chardonnay.
em garrafa harmonizou o perfil de Citrino e vegetal, mas com um
ambas as castas, num conjunto lado maduro, f loral e primaveril.
fino aromaticamente, com notas Manteiga fresca e folhas de árvores,
f loras bonitas e limonados. Prova extracto de limão. Cremoso na
de boca firme e compacta, jovem boca, seco mas com uma muito
e saboroso, fresco e retendo boa ligeira doçura frutada no fundo,
acidez, termina novamente fino e que lhe dá muita beleza e solidez.
elegante. Muito bom! (12,5%) NOG Longo, bonito, para entradas com
condimentos suaves. (12%) LA

17,5 €9,99 A 16 €8,99 A


AVELEDA SOLOS CASA DE VILA
DE GRANITO VERDE
Vinho Verde Alvarinho branco 2021 Vinho Verde Grande Escolha
AVELEDA Loureiro branco 2022
Fermentação e estágio em inox CASA DE VILA VERDE
com battonage. Aroma exuberante Citrino e elegante, com as notas
com muitas notas de limão maduro, vegetais típicas da casta muito
pera também, f loral fresco, e fundo bem envolvidas no aroma f loral.
tentativamente mineral. Prova de Corpo cheio e redondo, acidez
boa larga e saborosa, acidez média- integrada, saboroso e equilibrado,
alta, boa cremosidade e afinação. tudo fácil e apelativo, próprio para
Um branco polivalente, difícil de um consumo descontraído. Vai
resistir! (12%) NOG surpreender com uma pizza bem
feita e com ventricina. (12%) LA

A ESCOLHA DE VALÉRIA ZEFERINO

18 €69,99 A
Muito perfumado com limão
e laranja, tarte de lima, tosta,
flores secas, biscoito e uma
MARQUÊS DE MARIALVA CUVÉE PRIMITIVO nuance mineral ao fundo.
Bairrada Espumante branco 2015 Muita boca com bolha
ADEGA DE CANTANHEDE
fina e untuosidade que é
imediatamente limpa pela
100% Arinto nas mãos do enólogo Osvaldo Amado resultou em mais uma frescura contínua, grande
edição brilhante deste espumante bairradino. Após 60 meses de estágio com cremosidade de mousse e
borras, foi degorjado em 2021 e ainda estagiou mais 6 meses em garrafa. Foram final de boca com limão e
feitas 6.000 garrafas. ervas aromáticas. (12,5%)

8 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 Veja estes e os restantes vinhos provados no mês de Novembro em www.grandesescolhas.com/vinhosdomês
FEITO DEVAGAR
NO ALENTEJO.

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AINDA COM MAIS TEMPO.

Seleção rigorosa das castas Aragonez,

Trincadeira, Syrah e Touriga Nacional,

com estágio em barrica de oito meses.

Um Monte Velho Reserva de perfil

elegante, equilibrado e complexo, ideal

para todas as ocasiões.

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VINHOS DO MÊS

16 €9,20 A 18 €100 B
MADRINHA COSTA BOAL
Vinho Verde Vinhão Grande Escolha
tinto 2022
HOMENAGEM
Douro Grande Reserva tinto 2015
MARGARIDA VASCONCELOS
COSTA BOAL FAMILY ESTATES
& LEITES
Terroso, fruta negra, toque
Retinto com laivos púrpura. levíssimo de balsâmico, arbusto
Agradece arejamento para revelar silvestre, muita pimenta preta,
a parte da fruta a lembrar amora e cogumelo, com sugestão de resina
mirtilo, folha de louro e um ligeiro de pinheiro. Na boca está ainda
apontamento f loral. Denso, com novíssimo, taninos bem vivos,
bom nível de tanino ligeiramente com largura e excelente equilíbrio.
rugoso mas sem agredir a boca, Persistente e muito presente, de
acidez muito bem enquadrada acidez vincada que lhe dá frescura.
num vinho com perfil vivo e (14,5%) ML
gastronómico. (14%) VZ

16 €4,70 A 18 €27,50 B
PLAINAS FOZ TUA
Vinho Verde sub-região Basto Douro Grande Reserva tinto 2019
Espadeiro Rosé 2022 FOZ TUA
CSE Touriga Nacional e Franca e Tinta
Bonita cor salmão. Aroma muito Roriz. Escuro no copo e com
fresco a rosas silvestres e frutos aroma poderoso. Combina barrica
vermelhos suaves como romãs. e fruto azul e negro no copo,
A boca corresponde, com uma tudo em camadas, percepção de
pontinha de gás a aumentar a complexidade e juventude. Prova
frivolidade e o desejo. Fresco como de boca em linha, força e carácter,
é preciso, cremoso e com acidez saboroso e com tanino saliente.
domada, muito saboroso, para beber Belo tinto. Vai crescer em garrafa.
a solo, com um peixe grelhado ou (15%) NOG
uma mariscada. (11%) LA

DOURO

18 €35 B 18 €32 B
CRASTO VINHAS QUINTA DO CUME
VELHAS Douro Touriga Franca tinto 2020
QUINTA DO CUME
Douro Reserva tinto 2021
QUINTA DO CRASTO
Profundo na cor com laivos violeta.
Aroma fino e apelativo desde o
Muito bem no aroma, num diálogo primeiro impacto de cereja preta
sempre evidente mas muito bem madura, violetas e chocolate negro,
conseguido entre a fruta das desenvolve com especiaria fina e
uvas e a barrica onde estagiou. ameixa, mantendo sempre a fruta
Com volume mas harmonioso na bem presente. Elegante, sedoso
boca, taninos muito polidos, um com equilíbrio invejável, longo e
tinto estruturado, a revelar um intenso no final. (14%) VZ
grande equilíbrio de conjunto. Belo
trabalho de adega. (14%) JPM

A ESCOLHA DE NUNO DE OLIVEIRA GARCIA Maioria Touriga Nacional,

18,5 €70 B
com Touriga Franca e um
pouco de Sousão. Aroma
muito complexo, todo em
QUANTA TERRA MANIFESTO camadas, fruto maduro com
Douro tinto 2017 frescura, toque mineral,
QUANTA TERRA
enorme equilíbrio e alguma
juventude até. Prova de
Verdadeiro topo de gama da empresa boutique Quanta Terra, o Manifesto boca séria e tensa, muito
é um tinto incrível do Vale do Tua, onde solo é de transição apesar de sabor apesar de contenção
maioritariamente xistoso. O ano de 2017 dispensa apresentações quanto a no perfil. Taninos polidos
tintos, e o resultado é dos melhores vinhos já produzidos pela dupla Celso e longo, está um tinto
Pereira e Jorge Alves. fantástico! (14,5%)

10 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 Veja estes e os restantes vinhos provados no mês de Novembro em www.grandesescolhas.com/vinhosdomês
VINHOS DO MÊS

18 €30 B 17,5 €45 B


VALE DA RAPOSA PONTE DO FUMO
Douro Tinto Cão tinto 2018 Douro Rabigato branco 2020
ALVES DE SOUSA KRANEMANN ESTATES
Tinto Cão a solo é coisa rara, Casca de lima, pedra molhada,
casta difícil e temperamental. Mas f lor de laranjeira e toque de toranja
quando acerta no ano é isto: um compõem o nariz. Na boca tem
tinto de forte pendor mineral e imensa tensão e crocância, é
terroso (húmus, cogumelos) tenso, bastante cítrico mas tem também
austero, fechado ainda, bagas levíssima sugestão tostada de
maceradas a espreitar. De médio biscoito salgado. Largo, gordura
corpo, imensa frescura, digno no ponto, de final salino. Adivinha
herdeiro do célebre 1999 da mesma muito bom envelhecimento. (11%)
casa. (14%) LL ML

17,5 €19,40 B 17,5 €45 B


Viosinho
MAÇANITA BY PONTE DO FUMO
(by Joaninha) JOANINHA Douro Tinta Barroca tinto 2020
KRANEMANN ESTATES
700M ALTITUDE Douro Viosinho branco 2022
MAÇANITA VINHOS
Perfume bonito com grande pureza
de fruta silvestre, cogumelo, chão
2022
Uvas criadas a 700 metros de de bosque, levíssima pimenta
altitude, com fermentação e estágio
GARRAFA N 0001 2800

branca. Bem saboroso e sumarento,


em inox. Vinho austero, sem tem imensa presença de boca e
exuberâncias fáceis, mas ao mesmo junta a fruta um lado mais seco
tempo elegante, com pureza de vegetal que lhe fica muito bem.
fruta, notas de alperce e laranja, Longo, traz pimenta ao final fogoso
um lado de sílex. Corpo cheio mas nada pesado. (13%) ML
associado a delicadeza e final tenso
e muito persistente. (12,5%) LL

17,5 €28 B 17,5 €22,50 B


MONTE XISTO VZ
ÓRBITA Douro tinto 2020
VAN ZELLERS & CO
Douro tinto 2021
JOÃO NICOLAU DE ALMEIDA &
Lote de diferentes vinhas com
estágio em barricas de diferentes
FILHOS
idades. Aroma com fruto negro,
Assente, sobretudo, em Touriga barrica à frente também,
Nacional, destaca-se pela enorme especiaria, e um toque vegetal,
pureza de fruta, num registo urze. Prova de boca larga e
preciso, com groselha preta, saborosa, directo e cremoso, muita
pimenta, esteva. Sumarento, com fruta também em boca, acidez
excelente polimento de taninos, média e final convincente. Um tinto
aqueles taninos maduros do Douro de prazer. (14,5%) NOG
Superior, mostra-se suave, intenso
e muito elegante. (14%) LL

A ESCOLHA DE VALÉRIA ZEFERINO Aroma de grande

18,5 €250 B
profundidade em múltiplas
vertentes: amora e cereja
preta, grafite, aneto, pimenta
QUINTA DO NOVAL VINHAS DO PASSADOURO preta e noz-moscada,
Douro tinto 2020 violetas subtis, carne
QUINTA DO NOVAL
fumada e chocolate amargo.
Compacto, com tanino de
É um segundo lançamento na gama Terroir Series da Quinta do Noval. Na veludo finíssimo e toda
emblemática Quinta do Passadouro seleccionaram uma parcela de menos de a estrutura envolta em
1 ha com 20 castas diferentes plantadas em 1930. O vinho estagiou durante camadas de textura. De
12 meses em barricas de 225 litros de carvalho francês, 90% novas e 10% de grande porte e muita classe.
segundo ano. (15%)

12 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 Veja estes e os restantes vinhos provados no mês de Novembro em www.grandesescolhas.com/vinhosdomês
VINHOS DO MÊS

17 €17 A 17 €9 A
CRASTO ALTITUDE TRÊS BAGOS
430 Douro Reserva branco 2022
LAVRADORES DE FEITORIA
Douro tinto 2021
QUINTA DO CRASTO Tem Viosinho, Gouveio e Rabigato,
parcialmente fermentados em
Feito com Tinta Francisca (70%)
barrica. Fruta citrina com muito leve
e Touriga Nacional. Muito aberto
redução, muita leveza aromática e
na cor, fino de aromas de frutos
barrica superiormente inserida no
vermelhos, expressivo na boca,
conjunto que, assim, resulta polido,
delicado no porte, assentando
elegante, com excelente acidez,
sobretudo na elegância, taninos
bom volume e textura. Muito bem
muito finos e acidez a conferir
para o preço. (13%) JPM
frescura. Claramente vocacionado
para o consumo em novo. (12,5%)
JPM

17 €17 A 17 €245 A (5000 ml)


CRASTO SUPERIOR VIEIRA DE SOUSA
Douro branco 2022 Douro Reserva tinto 2011
QUINTA DO CRASTO VIEIRA DE SOUSA VINES AND
Viosinho e Gouveio. Muito boa WINES
expressão de fruta citrina no Complexidade de evolução
aroma, tangerina e folha de a mostrar fruta vermelha em
limoeiro, fresco e elegante. compota, ameixa desidratada,
Fermentou e estagiou em madeira tomate seco, puré de castanha,
(40% nova), agora muito bem cravinho e pimenta preta. Cheio,
integrada no conjunto. Muito bom extremamente encorpado, com
equilíbrio na boca que revela tanino possante amaciado pelo
frescura e bom balanço. (12,5%) tempo, mas ainda com garra.
JPM Veludo e sensação quente no final
de boca. (16%) VZ

17 €15 C 16,5 €16,60 B


GAIVOSA CRÓNICA NÚMERO 9
PRIMEIROS ANOS Douro branco 2022
DANIEL JORGE FRAGA RODRIGUES
Douro tinto 2020
PINTO GOMES
ALVES DE SOUSA
De vinha plantada em 2014 com Ainda contido no aroma a
o field blend das vinhas velhas. transparecer fruta branca fresca,
Revela algum vegetal e nota mais marmelo e ameixa branca com
amarga típica da vinha nova, mas leve apontamento vegetal e de
é ao mesmo tempo concentrado palha seca. Encorpado, com textura
e taninoso, sólido, e sério, com bastante macia, acidez confortável
imensa garra. Tanino e acidez ao longo da prova, deixando
difíceis agora, mas a augurar longa no final um rasgo de frescura e
vida. Há que esperar por ele. prolongando a persistência. (14%)
(14,5%) LL VZ

A ESCOLHA DE JOÃO PAULO MARTINS


Feito com Viosinho, vinha a

18 €25 B 500 m altitude, fermentado


em carvalho português.
Presença muito suave da
MERUGE madeira, a permitir que o
Douro branco 2021 lado mais floral e suave da
LAVRADORES DE FEITORIA fruta se fixem em primeiro
Sou, desde a criação, grande fã deste branco. Já o era também do tinto. Neste plano, acrescem flores
caso, o que é notório é o exemplar trabalho de barrica, resultando num brancas. Tosta muito ligeira
equilíbrio, nem sempre fácil de conseguir, entre a fruta e a madeira, fazendo na boca, bom equilíbrio
da casta um excelente exemplo do que o Douro pode produzir em brancos. ácido, textura muito sedosa.
(13%)

14 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 Veja estes e os restantes vinhos provados no mês de Novembro em www.grandesescolhas.com/vinhosdomês
VINHOS DO MÊS

TRÁS-OS-MONTES

16,5 €11 A 19 €600 B (1500ml)


TITAN OF DOURO SEGREDO 6
Douro Reserva tinto 2020 Trás-os-Montes tinto 2020
LUÍS LEOCÁDIO COSTA BOAL FAMILY ESTATES
Com Touriga Nacional, Touriga O vinho de António Boal e
Franca e Tinta Roriz, num mix de Costinha. Apenas 300 garrafas.
solos de xisto e granito, apresenta Totalmente bosque, profundidade,
um nariz contido, com notas de pureza de fruta, laivos mentolados,
mato e erva seca, a fruta mais terra turfa, imensa frescura,
escondida. As bagas silvestres sugestão de fundo de cera de
despertam na boca, de médio abelha e cigarrilha. Na boca quase
corpo, com taninos presentes se mastiga, com fruta puríssima
mas polidos, final equilibrado e e rica, imensa persistência com
saboroso. (13,5%) LL exotismo e elegância. (14,5%) ML

16,5 €10 B 18 €55 B


VILLA LISA VALLE PRADINHOS
Douro Reserva branco 2019 Reg. Transmontano Grande Reserva
JOÃO SILVA E SOUSA branco 2020
Gouveio, Viosinho e Arinto. Limão MARIA ANTÓNIA PINTO AZEVEDO
e lima a abrir o leque de aromas, Riesling e Sauvignon Blanc.
evoluindo para mação verde, algum Fermentação e estágio em barrica.
aipo e groselha espinhosa. Boca A percepção das castas dilui-se um
austera com boa estrutura acídica pouco nas notas da madeira que,
e final de certo prolongamento. por ora, se expressam em primeiro
(13%) VZ plano. Notas citrinas e levemente
apimentadas em fundo. Bastante
elegante na boca, por aqui há fruta
branca e notas leves de tosta. (14%)
JPM

TÁVORA-VAROSA

16 €4 A 16 €5 A
MURGANHEIRA MADRUGA
Távora-Varosa rosé 2022 Trás-os-Montes Valpaços tinto 2020
SOC. AGR. COM. DO VAROSA ERTA SOC. AGR.
Touriga Nacional, Touriga Franca No primeiro impacto aromático
e Pinot Noir. Cor rosa de ligeira surgem framboesas frescas,
intensidade. No aroma surgem deixando lugar à fruta mais escura
morango fresco, nota f loral e até alguma compota, mas basta
e vegetal traz complexidade agitar o copo e as framboesas
acrescida. Um rosé com certa surgem novamente. Encorpado e
estrutura e algum tanino bastante denso, com bom nível de
para mostrar a sua vertente acidez e uma certa rusticidade no
gastronómica, sendo seco e com perfil, com garra e tanino. (14%) VZ
óptima acidez. (12,5%) VZ

A ESCOLHA DE MARIANA LOPES


Nariz bastante mineral

17,5 €25 B nas notas de pederneira,


biscoito salgado, torrados
delicados, flores do campo,
COSTA BOAL infusão de lúcia-lima. Na
Douro Chardonnay branco 2022 boca é bem crocante na
COSTA BOAL acidez cítrica que estala e
Este Chardonnay é um belíssimo exemplo da casta num estilo mais de tensão lhe dá imenso equilíbrio,
e crocância, sem exuberâncias enjoativas, mas mantendo o volume e o sabor. tem volume mas nada de
Fez maceração pré-fermentativa com parte dos engaços, e depois iniciou a cremosidades “baratas”.
fermentação em inox, acabando-a em barricas de carvalho francês de 500 Final suculento. Chardonnay
litros. Nas mesmas barricas, estagiou durante 8 meses. ambicioso. (13%)

16 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 Veja estes e os restantes vinhos provados no mês de Novembro em www.grandesescolhas.com/vinhosdomês
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CAMOLAS SELECTION
PREMIUM
PALMELA TINTO 2019
PRODUTOR ADEGA CAMOLAS

Um DOC Palmela sedutor e gastronómico!

NOTA DE PROVA

A base deste vinho DOC Palmela é o Castelão com uma contribuição da Touriga Nacional

e Alicante Bouschet. Estagiou 6 meses em barricas usadas de carvalho americano. No

nariz sobressaem as notas de fruta vermelha com nuances de violeta e uma ligeira tosta,

num conjunto equilibrado e atraente. Na boca sentem-se os taninos contidos e é a fruta

madura de qualidade que volta a impor-se num corpo médio, com uma acidez que lhe

empresta frescura e o torna agradável na mesa. (14,5%)


VINHOS DO MÊS

16 €7,35 A 17 €23 A
RIBEIRA DO CORSO QUINTA DA
Trás-os-Montes Reserva tinto 2020
COOP. AGR. RIBADOURO
GANDARA
Dão Touriga Nacional Reserva
Bem carregado na cor, com tinto 2016
boa pureza de fruta madura
SOC. AGR. DE MORTÁGUA
no aroma, nariz muito limpo e
equilibrado. Boas notas vegetais Bastante cerrado na cor e aroma,
de esteva, leve nota química. Na com pouca percepção da casta,
boca surgem notas de madeira há notas de madeira e em fundo
aqui bem inseridas no conjunto uma leve nota f loral, ao lado de
que se mostra muito bem, com chocolate amargo. Na boca há uma
clara vocação gastronómica. Boa boa textura, com alguma elegância
surpresa. (14%) JPM mas com evidente perfil mais
rústico que fino. Sugere estar agora
no melhor momento. (14,5%) JPM
DÃO

17,5 €11 B 16,5 €17 A


PEDRA CANCELA QUINTA DA
VINHA DA FIDALGA GANDARA
Dão Encruzado branco 2022 Dão Encruzado Reserva branco 2016
LUSOVINI SOC. AGR. DE MORTÁGUA
Um Encruzado de primeira linha, A cor denuncia a fermentação
com fruta de grande qualidade, na barrica com um citrino muito
apontamentos de laranja e carregado, desenvolvendo por isso
tangerina, f lor de laranjeira. Fino aromas mais resinosos e de fruta
e expressivo, leve e intenso ao bem madura. Na boca sente-se o
mesmo tempo, fresco, cheio de peso (excessivo) da madeira mas a
alma, com uma raça, seriedade e acidez é boa e o vinho tem volume
elegância invulgares no segmento e bom final. (13,5%) JPM
de preço em que se insere. (12,5%)
LL
BAIRRADA

17,5 €11 B 17,5 €35,90 B


PEDRA CANCELA ALIANÇA
VINHA DA FIDALGA Bairrada Baga Clássico tinto 2016
ALIANÇA - VINHOS DE PORTUGAL
Dão Alfrocheiro/Touriga Nacional
tinto 2018
Mantém integralmente o perfil
dos Baga da casa, sempre mais
LUSOVINI
elegante do que potente, com a
Com 75% de Alfrocheiro e 25% fruta bonita em primeiro plano,
de Touriga, evidencia a extrema groselha e framboesa, muita
elegância frutada de ambas as especiaria. A leve evolução
castas, com muito maior enfoque oferece-lhe complexidade
na subtileza da primeira do que adicional, o tanino está presente
na exuberância da segunda. Bela mas domesticado, o final é fresco,
textura e polimento de taninos, num harmonioso e longo. (13%) LL
vinho estruturado, servido por
equilibrada acidez, e final largo e
fino. (13%) LL

A ESCOLHA DE LUÍS LOPES Este é um Jaen fora do

18 €14 B
comum, oriundo de
vinha de muito baixa
produção. Mostra fruta de
PEDRA CANCELA extrema pureza, ao lado
Dão Jaen tinto 2021 de sugestão de bosque,
LUSOVINI
magnifica textura de taninos
envolvidos pelo corpo
Outrora fundamental no Dão, pela sua produtividade, a Jaen começou a perder cheio, potenciado por
notoriedade a partir de final dos anos 90, quando a região procurou vinhos bela acidez. Sumarento,
mais estruturados e vigorosos. Hoje, felizmente, a sua elegância volta a estar na saboroso, com final
moda e este Pedra Cancela mostra o porquê. É um tinto magnífico, do melhor elegante e aprumado. Belo
que o Dão produz. vinho. (13%)

18 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 Veja estes e os restantes vinhos provados no mês de Novembro em www.grandesescolhas.com/vinhosdomês
VINHOS DO MÊS

17 €14 B 18 €70 A
PEDRA SÓ QUINTA DO MONTE
Bairrada Baga Reserva tinto 2019
IDÁLIO DE OLIVEIRA ESTANISLAU
D’OIRO PARCELA 24
Reg. Lisboa tinto 2019
Aroma clássico a Baga com boa JOSÉ BENTO DOS SANTOS
maturação, tijoleira molhada, fruto
encarnado quase negro, f loral Sente-se mais a maturação do
maduro. O mesmo desenho em que o seu irmão Reserva, com
boca, com bom corpo granulado, nota a figo, rosa, e ameixa, num
taninos vivos e boa acidez geral, fundo muito fumado e muito
desafiante e generoso na entrega especiado. Prova de boca delicada
de fruta. Com qualidade e e sofisticada, com fruto encarnado
polivalência. (14%) NOG e negro, revela grande afinação e
um perfil clássico que lhe assenta
muito bem. (13,5%) NOG

BEIRA INTERIOR

15,5 €4,50 A 17,5 €39,50 A


QUINTA DOS COLARES CHITAS
TERMOS Colares branco 2019
ANTÓNIO B. PAULO DA SILVA
Beira Interior tinto 2020
QUINTA DOS TERMOS
Malvasia de Colares. Mais cor do
que em anteriores edições, revela
Aroma atractivo, com uma boa aroma a citrino maduro, f loral
combinação de fruta madura, fresco, leve verniz, tudo envolto
algum vegetal seco e notas f lorais em salinidade vincada. Prova de
aqui a conferirem frescura ao boca larga e saborosa, novamente
aroma. Muito polido na boca, notas toque salino, cheio e com fantástica
de madeira marcam presença, acidez. Bela edição deste clássico!
resultando num vinho muito (12,5%) NOG
correcto e capaz de ser grande
companheiro do quotidiano. (13%)
JPM

LISBOA

18,5 €40 B 17 €16,50 A


QUINTA DO MONTE QUINTA DA
D’OIRO FOLGOROSA
Reg. Lisboa Reserva tinto 2020 Reg. Lisboa Sauvignon Blanc
JOSÉ BENTO DOS SANTOS branco 2021
3000 garrafas. Syrah e Viognier. QUINTA DA FOLGOROSA
Aroma fantástico, fruto maduro, A casta combina bem com a
tabaco, especiaria, tudo em grande região e o clima proporciona
harmonia. Prova de boca jovem, um branco fresco, com notas de
muito sabor, acidez média, cremoso groselha verde, vegetais também,
sem ser pesado, final longo com e percepção de acidez. A prova de
notas a chocolate. Fantástica edição boca confirma o perfil, crocante na
deste tinto. (13,5%) NOG acidez, meio corpo, citrino fresco e
levemente salino. (12,5%) NOG

A ESCOLHA DE LUÍS LOPES Maria Gomes e Bical.

19 €39 B
Imenso nariz, muito
elegante, com flores
silvestres, alperce,
QUINTA DAS BÁGEIRAS PAI ABEL especiaria, laranja. Brilhante
Bairrada branco 2021 equilíbrio entre corpo,
QUINTA DAS BÁGEIRAS
frescura, intensidade,
delicadeza. Textura
O Pai Abel representa o lado mais “moderno” das Bágeiras, se é que se pode cremosa, imenso sabor, um
adjectivar assim esta casa, em tudo tradicional. Uvas próprias, decantadores de branco grandioso, pleno
cimento, leveduras indígenas, apenas a fermentação em barricas borgonhesas de carácter e presença.
super usadas sai da regra. Depois de um 2020 “menor”, marcado pelo ano Final cintilante, interminável.
quente, este 2021 atinge o topo. (13,5%)

20 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 Veja estes e os restantes vinhos provados no mês de Novembro em www.grandesescolhas.com/vinhosdomês
VINHOS DO MÊS

16,5 €12 B 17 €29,90 A


SANGUINHAL ENCOSTA DO
Reg. Lisboa Touriga Nacional/Petit
Verdot tinto 2019
SOBRAL VINHAS
COMPANHIA AGRÍCOLA DO VELHAS
SANGUINHAL Reg. Tejo Fernão Pires Grande
A dupla de castas resultou num Reserva branco 2021
tinto bem fragrante e apelativo com ENCOSTA DO SOBRAL
notas de cereja madura, violetas, Vinhas entre 65 a 93 anos, estágio
lavanda e especiaria doce. O corpo em inox e barrica (nova e usada).
cheio ficou bem equilibrado pela Aroma complexo, com notas de
acidez, tanino polido e fruta madura f lores secas, especiados e fumados
continua presente e termina com leves da barrica, citrino maduro e
boa persistência. (13,5%) VZ casca no fundo. Boa presença em
boca, cheio, acidez média-alta, boa
fixação de sabor e final muito limpo
com nota especiada. (13%) NOG

16 €8 A 17 €13,49 B
QUINTA DE S. ENCOSTA DO
FRANCISCO SOBRAL
Óbidos tinto 2019 Reg. Tejo Reserva tinto 2020
COMPANHIA AGRÍCOLA DO ENCOSTA DO SOBRAL
SANGUINHAL Syrah 55%, Touriga Franca 35% e
Castelão, Aragonez e Touriga Touriga Nacional 10%. Frutos azuis
Nacional. Rubi de média muito contidos, notas de grafite e
concentração. No aroma destaca-se cinza, cacau, muita tensão. Sério
groselha vermelha, vegetal seco e reservado, há acidez e taninos
e apontamento f loral. Prova com bem integrados, mas o ambiente
muita vivacidade, corpo médio, é sóbrio e muito elegante, o que o
tanino macio e acidez equilibrada recomenda para um entrecosto no
no conjunto. Termina com um toque forno sobre cama de salsa. (14%)
de chá preto. (13,5%) VZ LA

TEJO

17,5 €60 B 17 €21 A


CASAL DA ODE
COELHEIRA CARPE DoTejo Arinto branco 2022
PLANEURISMO
VITAE Aroma com a casta bem presente,
Reg. Tejo tinto 2019 perfil jovem e irrequieto, limão
CASAL DA COELHEIRA maduro e maçã, amparado
Impõe-se pela densidade e por barrica notória na vertente
profundidade de aroma, especiaria especiada. Revela muito boa acidez
e fumados de barrica ao lado em boca, é amplo e cremoso, boa
fruta madura, algum vegetal definição de sabor limonado, final
seco também. O corpo volumoso com garra e ligeiros amargos.
envolve os taninos firmes, uma Poderá crescer em garrafa. (12,5%)
bem vinda frescura ácida atravessa NOG
a prova, terminando abaunilhado e
sumarento. Um Tejo imponente, de
perfil Novo Mundo. (15%) LL

A ESCOLHA DE LUÍS LOPES


Tem a cor aberta típica
da casta, mas zero de

18,5 €44,50 A rebuçado no aroma,


antes uma tremenda
complexidade feita de
CASAL STA. MARIA terra molhada, musgo,
Reg. Lisboa Pinot Noir Grande Reserva tinto 2020 cogumelos. Na boca
ADRAGA sedosa surge a cereja e
Pinot Noir, em Portugal, é uma casta tramada. Excelente colhida “verde”, ginja, com uma acidez
para fazer espumante, quando usada para tintos tranquilos a irregularidade é atlântica brilhante. Elegante,
enorme, perdendo acidez num instante, aceitável só em anos muito frescos. A sofisticado, um Pinot de
maior consistência qualitativa encontro-a aqui, à beira-mar. E este 2020 é super referência. Apenas 440
especial. garrafas produzidas…
(12,5%)

22 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 Veja estes e os restantes vinhos provados no mês de Novembro em www.grandesescolhas.com/vinhosdomês
VINHOS DO MÊS

17 €17 A 17,5 €27 A


ODE A SERENADA
DoTejo Fernão Pires branco 2022 Reg. Península de Setúbal Ramisco
PLANEURISMO tinto 2020
Aroma subtil com notas a f lores SERENADA
frescas e secas, vegetal elegante Ramisco do litoral sul, com muito
por detrás e leve especiados. Prova carácter no aroma fino, sugestões
de boca saborosa, cheio e com de bagas silvestres, bosque,
boa acidez geral, tem um equilíbrio pimentas. Ao contrário do habitual
notável entre dimensão e frescura, na casta, os taninos são suaves,
tanto para acompanhar à mesa mas a fresca acidez está presente,
como perfeito para ser bebido a ao lado de um leve amargo vegetal
solo. (13,5%) NOG e iodado. Apenas 300 garrafas de
um tinto diferenciador. (12,5%) LL

16 €7,49 A 17,5 €14 A


CABEÇA DE TOIRO A SERENADA
DoTejo Reserva branco 2022 Reg. Península de Setúbal Castelão
ENOPORT tinto 2020
A combinação de Fernão Pires, SERENADA
Chardonnay e Sauvignon Blanc Excelente presença aromática,
resultou em aromas variados desde fruta bonita mas contida,
f loral e tropical (ananás e manga) bastante especiaria. Na boca,
até fruta branca como a pêra a casta revela o seu lado mais
madura, ameixa branca e um ligeiro complexo e elegante, com notas
toque de folhas verdes. No sabor de mato e ervas secas ao lado
ref lecte os aromas com boa acidez da fruta de cereja. Uma singular
e equilíbrio. (13%) VZ frescura atravessa toda a prova,
evidenciando a proximidade do
mar. 717 garrafas. (14%) LL

PENÍNSULA DE SETÚBAL

18 €19,99 B 17 €13,99 A
QUINTA DA BACALHÔA VINHA
BACALHÔA DO PINHEIRO
Reg. Península de Setúbal Cabernet
Sauvignon tinto 2018
RAMUDO
Reg. Península de Setúbal Alicante
BACALHÔA VINHOS DE PORTUGAL
Bouschet tinto 2019
Estágio em barrica nova. Aroma
BACALHÔA VINHOS DE PORTUGAL
complexo e distinto de notas de
ameixa e figo, nuances de grafite É um Alicante bem mais
e pimento maduro típicas da casta, “civilizado” do que o habitual, com
com boa barrica de suporte. a fruta em evidência e sem traço
Prova de boca em linha, franco de rusticidade. Os taninos estão
e generoso na entrega, acidez lá, a dar a garra necessária, tem
bastante equilibrada, saboroso e acidez quanto baste, tudo polido,
intenso, termina com muita garra. tudo no ponto, saboroso e bastante
(14,5%) NOG apelativo. (14,5%) LL

A ESCOLHA DE NUNO DE OLIVEIRA GARCIA

17,5 €20 A
Claro na cor a indiciar uma
colheita precoce. Muito
bem no aroma definido
146 ADEGA DE FAMÍLIA VINHAS CENTENÁRIAS e subtil, flores frescas e
DoTejo branco 2021 nota a campo, num fundo
FAMÍLIA FORTUNATO
de especiaria muito fina.
Prova de boca larga sem
Temos vindo recentemente a provar vários monocastas de Fernão Pires do ser pesada, saboroso e
Tejo, muito num nível alto de ambição e qualidade. A casta está perfeitamente expressivo, num conjunto
adaptada à região e cada vez mais se atende na data da vindima, que se quer primaveril muito elegante.
menos tardia, e assim conseguir-se preservar o lado fresco e alegre do Fernão Muito bom! (11,5%)
Pires.

24 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 Veja estes e os restantes vinhos provados no mês de Novembro em www.grandesescolhas.com/vinhosdomês
VINHOS DO MÊS

17 €13,99 A 17,5 €22 B


BACALHÔA VINHA SEIVA
DA MÁ PARTILHA Alentejo Portalegre tinto 2018
CABEÇAS DO REGUENGO
Reg. Península de Setúbal Merlot
tinto 2019
Imensas notas de bosque,
lembrando ervas secas, folhas,
BACALHÔA VINHOS DE PORTUGAL
bagas esmagadas, cogumelos.
Bem aromático, com a casta muito Mostra excelente textura de
expressiva nas notas de chocolate boca, acidez em alta a dar
e fruta silvestre negra e madura. grande frescura, taninos polidos
Encorpado, sedoso, sumarento, e envolventes. Pleno de carácter
pleno de sabor no final largo, e presença, forma um conjunto
pontuado por leves amargos de sumarento, longo, apimentado,
cacau. (14,5%) LL distinto. Belo vinho. (13,5%) LL

ALENTEJO

18 €25 A 17 €11 B
SIN FRONTEIRAS EL COELHEIROS
RESPLANDOR Alentejo tinto 2021
TAPADA DE COELHEIROS
Alentejo Granja-Amareleja Vinho
de Talha branco 2021
Touriga Franca e Touriga Nacional.
Aroma cativante de fruta vermelha,
SOC. VINÍCOLA COURELA
framboesa, notas de f lores
DOS ALEIXOS campestres e bergamota. Apresenta
Rabo de Ovelha. O aroma é uma aliança interessante entre o
muito curioso, diferente dos corpo bastante leve e boa acidez,
“talha” tradicionais, com notas de sem ficar despido de tanino, com
marmelada e geleia, bastante casca uma textura ligeiramente áspera
de laranja, leve resina, maçã ácida. a conferir uma frescura adicional.
Muita leveza e presença de boca, (13,5%) VZ
sem grande acidez mas com enorme
secura e salinidade, lembrando um
Jerez no muito longo final. (12%) LL

17,5 €27,50 A 17 €14 B


QUINTA DO PARAL MEBBIS VINHAS
Reg. Alentejano Reserva branco 2020
HERDADE TINTO E BRANCO
VELHAS
Reg. Alentejano tinto 2021
Chardonnay e Sauvignon Blanc, NX WINES & SPIRITS
6 meses em barrica. Aroma com
Aragonez, Alicante Bouschet,
fruta tropical madura (ananás e
Trincadeira e Castelão. Framboesa
maracujá), levemente terpénico,
e mirtilos no aroma de grande
f loral e vegetal fresco ao fundo.
intensidade. Bagas esmagadas,
Corpo cheio e cremoso, muito
manjericão e menta. Acidez a
sabor, acidez média-alta, leve
marcar posição, tanino algo rebelde
doçura frutada a compensar, num
o que fica bem neste vinho jovem.
conjunto muito atraente! (13,5%)
Termina com vivacidade e notas de
NOG
cravinho e pimenta preta. (14%) VZ

A ESCOLHA DE LUÍS LOPES


Quem procura Syrah, tem

18 €25 B aqui tudo: fruta madura de


enorme qualidade, notas de
carne, bela concentração
POUSIO cortada por alguma garra
Reg. Alentejano Syrah tinto 2021 vegetal. Musculado, com
CASA AGR. HMR uma acidez quase citrina
A ubíqua Syrah tem-se mostrado, seguramente, a casta internacional mais a dar imensa frescura, a
adaptável à enorme diversidade de solos e climas portugueses. No calor do barrica quase não se sente.
Alentejo mostra-se, quase sempre, em elevado plano. Este Syrah, oriundo da É um Syrah de primeira
Vidigueira, é um excelente exemplar da casta, com todas as suas virtudes e linha, vibrante, longo,
nenhum dos defeitos. belíssimo. (14%)

26 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 Veja estes e os restantes vinhos provados no mês de Novembro em www.grandesescolhas.com/vinhosdomês
VINHOS DO MÊS

16,5 €14 B 16,5 €10,27


MEBBIS VINHAS DUQUESA MARIA
VELHAS Reg. Alentejano Reserva tinto 2019
SANTOS & SEIXO
Reg. Alentejano branco 2020
NX WINES & SPIRITS
Boa fruta vermelha no aroma,
bem balanceada com as notas
Vinha de mistura com Antão da madeira que marca também a
Vaz e Arinto. Ainda muito jovem. prova. Resulta num estilo fácil e de
Fruta branca e muitas ervas agrado imediato. Bom volume de
aromáticas, limão surge em força boca, notas de musgo, leve f loral,
mais tarde, bem como uma nota azeitonas bem maduras que saem
f loral mais discreta. Austero, com potenciadas pela madeira que
boa presença de acidez, textura ampara o conjunto. Boa aposta.
muito agradável. Final com ligeiro (14,5%) JPM
apontamento amargo a lembrar
toranja. (13%) VZ

16,5 €14 A 16,5 €10,50 A


MEBBIS VINHAS VIDIGUEIRA
VELHAS Alentejo Reserva branco 2021
ADEGA COOP. DE VIDIGUEIRA
Reg. Alentejano rosé 2021
NX WINES & SPIRITS
Citrino intenso. Aroma com muita
concentração, conjugando notas
Aragonez, Castelão e Touriga de fruta e barrica – laranja, resina,
Nacional. Bonito cor de rosa, no caruma, margaridas, coco e tosta
aroma revela romã e groselha com manteiga. Amplo, untuoso
vermelha, apontamento vegetal e com alguma percepção tânica,
citrino a contribuir para frescura. leve amargor e acidez confortável.
Firme, com boa acidez e certa (14%) VZ
austeridade no sabor, vocação
gastronómica evidente. (12,5%) VZ

16,5 €12 A 16 €15,90 A


SANTA VITÓRIA COUTEIRO MOR
Reg. Alentejano Reserva branco 2022
CASA DE SANTA VITÓRIA
SIGNATURE
Reg. Alentejano branco 2022
Aroma com delicadeza de fruta MENIR BR
citrina ondem cabem a tangerina e
a lima, tudo leve mas bem atractivo. Feito com Arinto e estagiado
Boa arquitectura na boca onde um em barrica de carvalho. Muitas
corpo leve se liga a uma acidez notas de limão confitado, folha
viva que aqui confere uma enorme de limoeiro com um toque de
aptidão gastronómica ao vinho. E gengibre. Curioso e atractivo. A
é bastante consensual, todos vão mesma sensação na boca, temos
gostar. (13,5%) JPM branco de bom recorte ácido, com
corpo e alma suficientes para dar
boa prova agora. (13%) JPM

A ESCOLHA DE JOÃO PAULO MARTINS

17,5 €44,99 B
Vinho bio, com Alicante
Bouschet, Trincadeira e
Aragonez. Concentrado
CARTUXA na cor, aroma marcado
Alentejo Vinho de Talha tinto 2019 por notas resinosas bem
FUNDAÇÃO EUGÉNIO DE ALMEIDA
identificadoras da talha;
ganha mais notas vegetais
Os vinhos de talha requerem que o provador insira o chip da diferença e esteja secas do que de fruta. Muito
preparado para encontrar aromas e texturas diferentes do habitual. Nesta família polido na boca, texturado,
de vinhos de talha há, digamos, vários graus de rusticidade e este, ainda que com taninos finos e muita
fiel à matriz, está equilibrado e conseguirá agradar a públicos mais alargados. personalidade. (16%)

28 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 Veja estes e os restantes vinhos provados no mês de Novembro em www.grandesescolhas.com/vinhosdomês
VINHOS DO MÊS

ALGARVE

16 €4,49 A 17,5 €24,95 B


VIDIGUEIRA HERDADE
Alentejo Antão Vaz branco 2022
ADEGA COOP. DE VIDIGUEIRA
BARRANCO
Aroma de boa concentração e DO VALE
consistência ao longo da prova, Reg. Algarve Castelão Grande
mostrando uma combinação de Reserva tinto 2019
notas frutadas, f lorais e vegetais HERDADE BARRANCO DO VALE
com casca de lima, toranja, aipo Aroma delicado, mas fino e
e f lor de laranjeira. Bom volume, complexo a variar entre bagas
textura cremosa e acidez bem vermelhas, romã, até notas
enquadrada. Fácil de gostar. (13%) mentoladas e especiaria fina, um
VZ apontamento vegetal. Austero, com
o corpo inesperadamente amplo,
tanino tenaz e alguma secura no
final de boca. (13,5%) VZ

15,5 €9,99 A 17,5 €13,50 B


GUARDA RIOS MALACA
Reg. Alentejano tinto 2022 Reg. Algarve Crato Branco
MONTE DA RAVASQUEIRA branco 2022
Syrah, Touriga Nacional e SOC. AGR. QUINTA DA MALACA
Aragonez. Aroma composto, Cremoso, subtil, fruta amarela,
com frutos vermelhos e terra, um f lores e notas suavemente
traço metálico. Macio e afinado minerais. Prazer que se prolonga
na boca, corpo médio e muito na boca, rico e cheio mas sempre
equilíbrio, já muito feito para contido, textura cremosa com
beber imediatamente. Acompanha apontamentos vegetais, fundo
bem umas febras grelhadas com mineral, todo subtileza mas cheio de
manteiga por cima, à moda antiga. complexidade e personalidade. Para
(13,5%) LA lulinhas fritas à algarvia. (12,5%) LA

16 €6,99 A 17 €27 B
TALHAS DE BORBA MALACA
Alentejo Vinho de Talha branco 2022 Reg. Algarve Riesling Reserva
ADEGA COOP. BORBA branco 2022
Fruta amarela madura, especiarias, SOC. AGR. QUINTA DA MALACA
resinas e um lado terroso e vidrado Um raro Riesling português. Fruta
da talha. Encorpado e com o branca e amarela discreta e focada,
mesmo sabor do barro vidrado, é notas etéreas de gases minerais
um bonito exemplar de uma talha que lhe dão leveza. Redondo e
usada com contenção, não para se cheio, mas mantendo sempre o
impor ao vinho mas para lhe dar a registo de leveza apoiado por
sua identidade. (12,5%) LA acidez muito bem integrada. Final
sério e com firmeza. Esta secura
fica sempre bem com bivalves.
(12,5%) LA

A ESCOLHA DE LUÍS ANTUNES


50% Sangiovese/

18 €75 B Touriga Nacional. Muito


perfeito de aroma, com
barro húmido, frutos do
DOUSCANA bosque, incluindo cerejas,
Vinho tinto 2020 framboesas e morangos,
AZ. AG. TAMBURINI EMANUELA E DUPLOPR ervas aromáticas, tostados.
Fruto da colaboração entre Emanuela Tamburini (Toscana) e Filipa Pizarro Fresco, com taninos suaves,
(Douro), concebido entre viagens, refeições e conversas. Este Douscana é um corpo médio, tudo no
vinho europeu que atravessou as fronteiras, suavizou o Douro em frescura sítio, leve e fragrante com
e aqueceu a Toscana em profundidade e textura. Se é questionável misturar muita estrutura, final longo,
terroirs, a aprendizagem é bem-vinda e a equação está bem resolvida. texturado, sério. (14,5%)

30 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 Veja estes e os restantes vinhos provados no mês de Novembro em www.grandesescolhas.com/vinhosdomês
.OÃÇAREDOM MOC ABEB .LEVÁSNOPSER AJES
VINHOS DO MÊS

AÇORES

16,5 €24,95 B 19 €400 A


HERDADE VINHAS DOS
BARRANCO AARDS
DO VALE Pico branco 2020
AZORES WINE COMPANY
Reg. Algarve Castelão/Aragonez
Grande Reserva tinto 2020
Arinto dos Açores de vinhas
com 100 anos. Grande presença
HERDADE BARRANCO DO VALE
aromática, leve redução e perfil
Madeira na frente, tostados e marítimo num conjunto que
fumados salinos e doces, depois prima pela frescura e sofisticação,
fruta vermelha ligeiramente tangerina, fumo, e ainda um claro
estufada. Corpo leve e prazeroso, pendor mineral. Prova de boca
com acidez e salinidade a dar fresca, muito compacta, acidez
suporte à prova, sempre a madeira integrada, leve citrino e silhueta
seca a espreitar, final longo e sério, salina. Fabuloso. (12%) NOG
sóbrio. (14,5%) LA
SEM DO/IG

16 €3,49 A 18 €70 A
AL-RIA INTEIRO
Reg. Algarve rosé 2022 Vinho tinto 2013
CASA SANTOS LIMA QUANTA TERRA
Cor salmão, aroma discreto com De vinha de field blend, passou 2
notas minerais de fósforo que anos em cuba de cimento. Negro
lhe dão graça e logo a seguir de cor, imensa concentração
fruta vermelha suave, romãs e de aroma e sabor, com fruta
groselhas, ainda um pouco de macerada, mato seco, amargos
f lores secas. Intenso na boca, com vegetais ao lado de vincada acidez
corpo robusto e acidez sustentada, (alguma volátil, também) a dar
termina com equilíbrio entre bastante frescura. Vinho excessivo,
secura e textura. (12.5%) LA de amores e ódios, marcante sem
dúvida. (14,5%) LL

15,5 €7,50 A 17,5 €15 A


MONTE DA RIA FAMÍLIA
Reg. Algarve Reserva tinto 2019
ARTEMIS
HORÁCIO SIMÕES
Touriga Nacional e Syrah, estágio OLD SCHOOL
em barrica. Ameixas e notas
tostadas e terrosas, o aroma vai
SIGNATURE
Vinho branco 2021
abrindo no copo. Macio e bem
SVP
feito, com taninos redondos, acidez
correcta, há uma textura de fundo Um lote de Boal e Arinto, feito em
que suporta a prova até ao final lagar com curtimenta completa.
amigável. Simples, para um coelho Gordo, untuoso, com leve traço
à caçador. (14%) LA oxidativo que lhe dá carácter, notas
f lorais, bagaço de uva. Corpo cheio
equilibrado por boa acidez, um
vinho distintivo, com muito carácter
no final a laranja madura. (12,5%)
LL

A ESCOLHA DE LUÍS LOPES Bastardo e Castelão. Lagar,

18 €15 A
estágio em barrica usada.
Aberto de cor, complexo
de aroma, madeira
FAMÍLIA HORÁCIO SIMÕES antiga, balsâmico, ervas
aromáticas, especiaria
OLD SCHOOL SIGNATURE elegante. Elegância
Vinho tinto 2019 reforçada na boca, onde
SVP a fruta vermelha ganha
Este tinto comprova que é perfeitamente possível fazer vinhos diferenciadores, expressão, suave, intenso,
assentes na agora tão falada “intervenção mínima”, sem sacrificar o rigor enológico corpo e frescura de mãos
(a ciência, no fundo) e a qualidade. Aqui, com o bónus de ter origem num lote pouco dadas, muito carácter e
comum, Bastardo e Castelão, de uma parcela de 2ha nos solos arenosos de Palmela. originalidade. (14%)

32 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 Veja estes e os restantes vinhos provados no mês de Novembro em www.grandesescolhas.com/vinhosdomês
VINHOS DO MÊS

PORTO

19 €5 500 A 17,5 €60 A


QUINTA DO CRASTO
ESTANHO Porto Tawny 20 anos
QUINTA DO CRASTO
Porto Very Very Old
QUINTA DO ESTANHO
Para um 20 anos apresenta
uma cor ligeira, de bonitos tons
Esta categoria traz-nos vinhos acastanhados, com abundantes
muito velhos. Neste caso a base notas de frutos secos, como
remonta ao séc. XIX e o tempo em amêndoas, avelãs, caramelo e
cave gera tonalidades esverdeadas licores de ervas. Elegante e fino na
e aroma rico e muito concentrado boca, macio e com textura sedosa,
onde marcam as madeiras exóticas, resultando num vinho guloso que
os licores, os frutos secos e as se espraia depois num final longo e
especiarias. Final muito longo, a macio. (20%) JPM
deixar excelente memória. (20%)
JPM

18,5 €97 C 17,5 €23 B


QUINTA DA CÔRTE QUEVEDO
Porto Vintage 2021 Porto Crusted
PACHECO & IRMÃOS VINOQUEL
Tem origem na parcela de vinha Resulta de um lote de vinhos do
velha da quinta. Fechado no aroma, tipo Vintage, de diversos anos.
notas balsâmicas, amoras e mirtilos. Muito bem no ataque, concentrado
Texturado na boca, taninos bem e rico, um ambiente em tudo
presentes a assegurarem o futuro, o idêntico ao de um vintage: fruta
sabor espraia-se por notas de cacau negra, amoras e ameixas, pimentas,
amargo, ameixas pretas e pimenta cacau. Macio, com taninos em
preta. Vai beneficiar com o tempo segundo a assegurarem a
em cave. (19,3%) JPM longevidade. Aposta segura.
(19,5%) JPM

ESTRANGEIROS

17,5 €34 A
CRASTO 17,5 €18 B
Porto Tawny 10 anos ITALO
QUINTA DO CRASTO Chianti Classico Riserva tinto 2020
Acastanhado na cor. Sugestões AZ. AG. TAMBURINI EMANUELA –
aromáticas onde notamos a fruta IMPORTADO POR DUPLOPR
em calda, ameixas de Elvas, figos
Sangiovese com 10% de Cannaiolo
e frutos secos. Muito elegante
e Colorino. Fruta muito pura como
na boca, sedoso na estrutura,
morangos, framboesas, cerejas
com a acidez a favorecer a prova
amargas. Texturado, com taninos
que assim resulta especialmente
aveludados, acidez no ponto, muita
atractiva, com um final longo,
concentração e ao mesmo tempo
macio e doce. (19,5%) JPM
frescura. Final longo, tudo no sítio,
a pedir anos em garrafa ou então
comida por perto, como um risotto
de cogumelos. (14,5%) LA

A ESCOLHA DE LUÍS ANTUNES

17 €15 A
Cor petróleo escuro, com
folhas silvestres como
urtigas e silvas, um nada
INFANTADO JÚNIOR de terra, sóbrio, com um
Vinho Palhete 2021 fundo cremoso de bolo
QUINTA DO INFANTADO
de alfarroba. Muito leve e
fresco na boca, graças à
No Douro sempre se fez vinho “de pasto”, antes de chegarem os power- excelente acidez e taninos
houses modernos. Vinhos simples, feitos com pouca preocupação de cor ou arrebitados, corpo ligeiro
longevidade. É o caso deste palhete de uma vinha plantada na proporção de e flexível, sabor firme mas
brancas e tintas de que o proprietário gostava. Um “vin de soif” que convida a subtil, refrescante. (12%)
mais um copo.

34 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 Veja estes e os restantes vinhos provados no mês de Novembro em www.grandesescolhas.com/vinhosdomês
LISBOA CHOCAPALHA

UMA

FAMÍLIA
UMA

QUINTA
Perto da Merceana fica a Quinta de Chocapalha e para

celebrar os 10 anos da construção da adega, juntou-se a

família com a imprensa, em período de final de vindima.

TEXTO JOÃO PAULO MARTINS FOTOS CHOCAPALHA

UMA

ADEGA

36 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3
GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 37
LISBOA CHOCAPALHA

paisagem é convidativa, montes e vales em ligeira ondu-


lação, serras ao fundo, mar não muito longe, terrenos
apropriados, vento quanto baste e javalis também por

A
perto. Tudo assim se conjugou para o desenvolvimento
de um projecto de família, que assentou arraiais numa
quinta em tempos pertença de um inglês e, posterior-
mente, na posse da família de João Portugal Ramos. Foi em resultado da
conjugação feliz de vários factores que a família Tavares da Silva tomou
posse da quinta nos finais dos anos 80. E não faltou muito para que San-
dra, uma das filhas, já então ligada à enologia, desafiasse o pai para fazer
um vinho. Assim começou a história dos vinhos Chocapalha, inicial-
mente numa adega de garagem (que ainda conheci), e mais tarde apos-
tando numa adega de raiz que comemora agora 10 anos. Motivo mais
que suficiente para mostrar o que se tem feito e o que está para vir. À
nossa espera estavam os pais de Sandra, Paulo e Alice, a irmã Andrea
(economista e directora executiva da casa) bem como toda a equipa da
adega e quinta.
Logo no projecto inicial houve castas que marcaram território – Arinto,
Castelão e Touriga Nacional, esta última com garfos que se foram bus-
car ao Dão. O Castelão, dizem-nos agora, “era difícil de vender porque
tinha pouca cor. Mas com a mudança do gosto, agora o ter pouca cor é
uma vantagem. É incrível como tudo muda tão depressa»”, refere San-
dra. A aposta no Arinto revelou-se muito acertada e a área de vinha irá
alargar-se. Sandra Tavares da Silva não esconde que «” Arinto é a casta
de eleição do meu pai; ele é o verdadeiro guardião das vinhas, às vezes
sai de casa fora de horas para ir ver como está tudo”. Com sorte, dizemos
nós, ainda se cruza com um javali, dos muitos que há na zona e que se
escondem nos arvoredos que proliferam na propriedade. Apontamos
para uma parcela vazia, sem nada plantado e indagamos o que se vai
plantar ali; a resposta é desconcertante: nada, aquele terreno vai ficar
em pousio por 3 ou 4 anos, dizem-nos! Para que conste…

38 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3
LISBOA CHOCAPALHA

ADEGA NOVA, PROBLEMAS ANTIGOS A ARINTO É A CASTA


Foi para comemorar os 10 anos da nova adega que se juntaram na quinta a família e a DE ELEIÇÃO DE PAULO
comunicação social. Passados estes anos, está a acontecer o que era previsível: a ade-
ga já não comporta tudo o que é preciso e já se suspira por um espaço que possa alber-
TAVARES DA SILVA;
gar mais cubas e mais barricas. Porquê? Porque a filosofia da casa, a saber, conservar ELE É O VERDADEIRO
os vinhos mais tempo em cave antes de os colocar no mercado, obriga a mais espaço. GUARDIÃO DAS
São as dores do crescimento numa empresa familiar que, de repente, percebeu que já
tem 15 referências no portefólio. A quinta produz mais do que comercializa, “ainda
VINHAS, ÀS VEZES
vendemos muitas uvas, infelizmente pagas a muito baixo preço”, como Paulo Tavares SAI DE CASA FORA DE
da Silva (oficial de marinha, convertido em agricultor) nos confidenciou, e a produção HORAS PARA IR VER
actual - situada nas 180.000 garrafas -, poderia alagar-se mais. Mas a ideia de conser-
var os vinhos em cave por longo tempo acaba por impedir esse crescimento. Para
COMO ESTÁ TUDO.
termos uma ideia, somos informados que ainda têm em cave as colheitas de 2019, 20 e
21 engarrafadas e a de 22 em barrica, tudo à espera de um dia ir para o mercado. Inter-
namente são distribuídos pela Decante e só vendem no canal Horeca, com a excepção
do Corte Inglès e do Supermercado Apolónia, no Algarve. Exportam boa parte da pro-
dução e, no caso do Quinta de Chocapalha tinto, as vendas lá fora atingem mesmo 65%
do engarrafado.
A casta Arinto é a menina dos olhos de Paulo Tavares da Silva. Ele é, de resto, o verda-
deiro guia do processo, apaixonado pela terra e pela vinha, sempre atento e vigilante. Foi
do Centro de Estudos de Nelas que trouxe as primeiras varas de Touriga Nacional que
aqui plantaram e que depois alargaram a outras castas, como a Viosinho, Sauvignon
Blanc, Chardonnay, Alicante Bouschet e Castelão, por exemplo. Na adega estão a dar
cada vez mais uso às barricas usadas e, mesmo comprando apenas 25 a 30 barricas no-
vas por ano, a verdade é que adega das barricas começa a ficar sobrecarregada.

40 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3
Fizemos uma prova alargada dos vinhos da casa e ao almoço provámos apenas vi- A FILOSOFIA DA CASA,
nhos da colheita de 2013, a colheita que, tal como a adega, comemora agora 10 anos de
vida. Foi uma prova e tanto, com os vinhos a mostrarem que 10 anos não é tempo de- A SABER, CONSERVAR
mais para eles, com o Arinto a dar cartas, terpénico e num registo que se poderia OS VINHOS MAIS TEMPO
confundir, tanto com Alvarinho como com Riesling. Parentescos, quem sabe… EM CAVE ANTES DE OS
Toda a família presente, pais, irmãs e equipa de enologia e viticultura que mantém o
projecto bem vivo. Nos vinhos há novas edições de marcas já consagradas, como Vi- COLOCAR NO MERCADO,
nha Mãe, os Reserva e o CH (Confederação Helvética) que “é um tributo à minha mãe OBRIGA A MAIS ESPAÇO.
que é suíça”, diz Sandra. Alice Tavares da Silva, nascida no cantão alemão, o tal que SÃO AS DORES DO
fala uma língua que ninguém entende mas, como nos confidenciou “vou várias vezes
por ano à Suíça e acabo por falar a minha língua natal”. CRESCIMENTO NUMA
Nas novas edições, destaca-se o Arinto Antigo, um branco de curtimenta que tem EMPRESA FAMILIAR
longa espera antes de ser comercializado e o Guarita, um varietal de Alicante Bous- QUE, DE REPENTE,
chet, uma casta bem difícil porque, como lembrou Sandra “é preciso muita paciência
porque só nos dá uma pequena janela para fazermos a vindima no ponto certo; se PERCEBEU QUE JÁ TEM
deixarmos passar esses dias fica tudo em passa; e só quando a vinha atingiu os 30 15 REFERÊNCIAS NO
anos é que entendemos que as uvas tinham qualidade suficiente para o vinho ser PORTEFÓLIO.
comercializado como varietal”.
Em final de vindima estavam os lagares com pisa mecânica a trabalhar e na adega a
azáfama era a habitual – mangueiras por um lado, água em abundância para tudo
lavar, bombas a trasfegar e aquele cheiro característico das adegas onde fermentam
as uvas. Tudo normal, portanto… GE

GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 41
LISBOA CHOCAPALHA

17 €14 B
QUINTA DE CHOCAPALHA
Reg. Lisboa Reserva rosé 2022

16,5 €8 B CASA AGR. DAS MIMOSAS


Salmonado na cor, rosé de Touriga Nacional de
vinha com 30 anos. Sente-se alguma austeridade
QUINTA DE CHOCAPALHA no aroma, leve sensação f loral, sem evidência
Reg. Lisboa Arinto branco 2021 de madeira. Largo na boca, acidez perfeitamente
CASA AGR. DAS MIMOSAS integrada, é rosé também para a cave, o que lhe
Muito afinado aromaticamente, elegante na fruta dá alguma originalidade. (12%) JPM
citrina e com claro toque mineral. Estamos em

16,5 €8 B
terrenos de elegância, muito atractivos. Na boca
essa elegância renova-se num ambiente de
muita frescura ácida que lhe assegura também
a longevidade. Intensamente gastronómico, para QUINTA DE CHOCAPALHA
peixes delicados. (12,5%) Reg. Lisboa tinto 2019
CASA AGR. DAS MIMOSAS

17,5 €15 B Feito em lagar mecânico e estágio de 8 meses em


barrica usada. Uvas de parcelas com orientações
diferentes, muito elegante na fruta vermelha, boas
CHOCAPALHA notas de mato seco e musgo. Pela estrutura de
Reg. Lisboa Reserva branco 2022 boca que tem revela-se muito gastronómico, com
CASA AGR. DAS MIMOSAS taninos finos. Claramente para beber agora e na
Chardonnay (80%) e Arinto, fermentação e próxima década. (14%) JPM
estágio em barrica, 30% nova. O aroma mostra-se

18 €35 B
elegante com evidência de fruta verde (maçã),
um toque de tangerina e com a barrica muito
discreta. Fresco e complexo na boca, a boa
arquitectura está também relacionada com as CH BY CHOCAPALHA
barricas escolhidas. (12,5%) Reg. Lisboa tinto 2020
CASA AGR. DAS MIMOSAS

18 €25 B Varietal de Touriga Nacional, vinha com 35 anos.


Feito em lagar com pisa mecânica, 2 anos em
barrica. Boa delicadeza aromática, leves notas
CH BY CHOCAPALHA f lorais, bom balanço entre a fruta madura, o
Reg. Lisboa branco 2020 envolvimento da barrica e taninos delicados,
CASA AGR. DAS MIMOSAS sobressaindo em fundo leve nota mentolada.
Varietal de Arinto, vinhas com 30 anos. Conjunto de grande nível. (14%) JPM
Fermentação e estágio em barricas usadas.

17,5 €25 B
Austero na fruta madura, pouco falador mas a
prometer tudo para o futuro. Um pouco carregado
na cor mas com imensa frescura na boca. Ganhou
assim um perfil de muito boa complexidade CHOCAPALHA VINHA MÃE
longevidade. (12,5%) JPM Reg. Lisboa tinto 2017
CASA AGR. DAS MIMOSAS

18 €30 B Começou por se chamar Reserva, é um lote de 3


variedades. Carregado na cor, notas balsâmicas
no aroma, frutos negros aqui a contribuir para a
QUINTA DE CHOCAPALHA austeridade atractiva que apresenta. Taninos muito
ARINTO ANTIGO VINHAS delicados mas presentes, este é claramente um
tinto de referência, com imenso futuro. (14,5%)
VELHAS JPM
Reg. Lisboa Arinto branco 2020

18 €50 B
CASA AGR. DAS MIMOSAS
Origem nas vinhas antigas da quinta, branco
de curtimenta com a fermentação a terminar nas
barricas usadas. Austero no aroma, carregado GUARITA DA CHOCAPALHA
na cor, nota-se a curtimenta mas sem nunca Reg. Lisboa tinto 2016
perder a elegância. Algo terpénico, volumoso e CASA AGR. DAS MIMOSAS
com grande vibração na boca, um branco sério, Varietal de Alicante Bouschet, vinha de 32
fechado, mas cheio de carácter. (12,5%) JPM anos. Muita cor, notas aromáticas de azeitona,
frutos negros, ambiente vegetal. Taninos
firmes equilibrados por boa acidez e volume,
acompanhados por bons aromas a que a madeira
acrescentou complexidade. Uma casta capaz do
melhor e do vulgar, aqui muito bem trabalhada.
(15%) JPM

42 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3
VERTICAL VALE DOS ARES

10 ANOS

DE UM

ALVARINHO

ÚNICO
O projecto Vale dos Ares, de Miguel Queimado, completa 10

anos de existência, marco assinalado com uma série de provas

verticais, por todo o país, deste Alvarinho cheio de raça.

TEXTO MARIANA LOPES FOTOS MQ VINHOS

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VERTICAL VALE DOS ARES

uando Valadares era concelho (até 1855) ocupava a maior Depois de concluir a pós-graduação em Viticultura e Enologia, Miguel
parte da área geográfica da actual sub-região de Monção Queimado concretiza o seu sonho em 2012, restaurado a centenária ade-
e Melgaço. Também já foi freguesia, mas hoje está inte- ga e lançando o primeiro Vale dos Ares em 2013, com enologia do próprio

Q
grada na união de Messegães, Valadares e Sá, pertencente e de Gabriela Albuquerque. A MQ Vinhos instituiu-se assim, no merca-
ao concelho de Monção. Não obstante a perda gradual de do, com o conceito de "boutique winery”.
importância administrativa, Valadares está eternizada A Quinta do Mato, está localizada exactamente a meio da sub-região de
na inspiração para o nome do projecto “Vale dos Ares”, criado por Miguel Monção e Melgaço, a “casa” do Alvarinho, numa faixa de xisto que divide
Queimado. duas grandes manchas de granito que são, precisamente, os dois conce-
Nascido em Lisboa, mas com ligações a Monção desde tenra idade, Mi- lhos. Nos quatro hectares que a compõem, vários factores contribuem
guel Queimado, actualmente com 42 anos, desenvolveu o amor pela viti- para um micro-clima único, sobretudo as serras que circundam e pro-
cultura ao acompanhar os seus avós nas tarefas inerentes ao cultivo das tegem a quinta, os solos xistosos e a altitude que ronda os 200 metros.
vinhas familiares. Com um claro desejo de se vir a dedicar a esta área, Desde 1683 até meados do século XX, a sua exploração teve como princi-
rumou a Vila Real aos 18 anos, em 1999, para se licenciar em Engenharia pal função a produção de produtos hortícolas, gado e vinho.
Agrícola na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Gra- No final da década de 80, num momento de impasse e decisão sobre o
ças às suas experiências de infância e à paixão pela região dos Vinhos destino da Quinta do Mato, “a dedicação integral à produção de uva foi
Verdes, sentiu um chamamento para escolher Monção como seu lar, uma escolha natural, fruto das características da quinta”, recorda Mi-
onde, em 2006, começou o processo de reconversão das várias parcelas guel Queimado. Vinte anos depois do início desta fase, é então o enólogo,
de vinha da Quinta do Mato, em diferentes altitudes, propriedade da fa- trineto de Leopoldo Alves de Sousa, que volta a dar vida à propriedade,
mília desde 1683. empenhando-se na produção de vinho e criando a marca Vale dos Ares.

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NASCIDO EM LISBOA, MAS A VERTICAL
Desde o início do projecto, que Miguel Queimado guarda entre 60 a 90
COM LIGAÇÕES A MONÇÃO garrafas de cada vinho, variando de colheita para colheita, já com o in-
DESDE TENRA IDADE, MIGUEL tuito de vir a fazer provas verticais e atestar a capacidade de evolução
QUEIMADO, ACTUALMENTE dos Alvarinhos Vale dos Ares.
“Nestes dez anos mudámos, acima de tudo, a abordagem à viticultura
COM 42 ANOS, DESENVOLVEU e a relação entre a viticultura e a adega. Não compramos uvas nem
O AMOR PELA VITICULTURA vinho, damos tempo ao tempo e quando precisamos de mais uvas,
AO ACOMPANHAR OS plantamos. Mas plantamos com um objectivo bem definido, tendo em
conta o que vamos fazer com cada parcela. Isto também mudou, a for-
SEUS AVÓS NAS TAREFAS ma como olhamos para cada parcela e videira e a maneira como faze-
INERENTES AO CULTIVO DAS mos um vinho monovarietal, aplicando o conceito de lotes de parcelas”,
VINHAS FAMILIARES. explica o enólogo.
A prova — do 2021 ao 2021 — ainda não incluiu a colheita que entretan-
to chegou ao mercado, 2022 (com um p.v.p. de €11,49), pois o foco foram
as primeiras dez colheitas, em virtude do décimo aniversário do pro-
jecto. GE

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VERTICAL VALE DOS ARES

17,5 B 18 B 18,5 B 17 B
VALE DOS ARES VALE DOS ARES VALE DOS ARES VALE DOS ARES
Vinho Verde Monção e Melgaço Vinho Verde Monção e Melgaço Vinho Verde Monção e Melgaço Vinho Verde Monção e Melgaço
Alvarinho branco 2021 Alvarinho branco 2018 Alvarinho branco 2016 Alvarinho branco 2014
Delicado no aroma vegetal e Ainda mais sério no nariz do que Muito fino no nariz sério, toque de Nariz de mel fumado, tostados,
mineral, folha de limoeiro e pedra o 2019, parece que começa aqui a pimenta branca, pedra molhada e citrino cristalizado e infusão de
raspada, casca de lima e sugestão consolidar o conjunto dos aromas. delicadíssimo citrino. Na boca é camomila. Na boca tem uma
de vinil. Extremamente crocante, Está elegante, equilibrado, traz uma onde impressiona, pela estrutura e frescura curiosamente mais
com acidez no topo, tem imenso levíssima bolacha e infusões f lorais. classe, extremamente crocante e balsâmica, e na boca alguma
nervo e vivacidade, elegância e Na boca denota já um lado evolutivo elegante, pleno de frescura natural, diluição. O ano chuvoso pode ter
suculência. positivo, e tem imenso sabor, bastante longo no final que invoca contribuído.
harmonia e alguma complexidade. especiarias. Excelente.

17,5 B 17,5 B 18 B 19 B
VALE DOS ARES VALE DOS ARES VALE DOS ARES VALE DOS ARES
Vinho Verde Monção e Melgaço Vinho Verde Monção e Melgaço Vinho Verde Monção e Melgaço Vinho Verde Monção e Melgaço
Alvarinho branco 2020 Alvarinho branco 2017 Alvarinho branco 2015 Alvarinho branco 2013
No nariz mantém o carácter O ano quente ref lecte-se aqui Ganhou, no aroma, uma sugestão Perfume muito bonito e complexo,
vegetal e de imensa mineralidade, nas notas de frutos cristalizados, de biscoito salgado, vegetal seco, de novo com sugestão calcária,
mas com um toque calcário bem infusão de cidreira, mas com a f lor de laranjeira e folha de limoeiro. levíssimos fumados, pimenta
interessante. Na boca ganhou mineralidade sempre lá. Na boca Na boca, a cremosidade surge bem branca, toque subtil de menta.
já um pouco de cremosidade e está mais jovem do que no nariz, colocada com elegância, antes de A frescura natural deste vinho
envolvência, tornando-se mais com frescura e envolvimento, um final muito vivo e suculento. é impressionante, bem como a
guloso. acidez suculenta e bastante suculência e persistência. Sedoso e
persistência. cremoso, mas no ponto, finíssimo
no conjunto. Uma maravilha.

18 B 18,5 B
VALE DOS ARES VALE DOS ARES
Vinho Verde Monção e Melgaço Vinho Verde Monção e Melgaço
Alvarinho branco 2019 Alvarinho branco 2012
Já com seriedade aromática, Nariz elegante onde sobressaem
naturalmente, traz infusões cítricas notas medicinais, infusões, folha
às notas de mineralidade. Na de lima. Na boca mostra uma
boca apresenta imensa frescura vida estonteante, frescura enorme
e harmonia, grande presença, é que vem do lado de bálsamo que
sedoso na textura e crocante na comporta e da pureza de fruta
acidez, o que lhe dá elegância. cítrica. Envolvente, prolongado, de
óptima amplitude.

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DESTAQUE
GRANDES PROVAS

EVENTOS

PESQUISA DESTINOS

DE MAIS DE SABORES

14 000 VINHOS
COM NOTA DE PROVA
ESCRITA POR

ESPECIALISTAS

LIGAÇÃO
ÀS PRINCIPAIS

GARRAFEIRAS PROCURA
POR

RÓTULO
DE GARRAFA

LISTA DE

VINHOS
NOTÍCIAS
FAVORITOS
DO MUNDO DOS

VINHOS
PORTO MASTERCLASS

O BRAVO NOVO MUNDO

DO PORTO VELHO

50 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3
O Instituto do Vinho do Douro e do Porto promove os Porto

extraordinários, com as novas categorias 50 anos e VVO

(Very Very Old), vinhos destinados a alavancar o sector

da exclusividade e raridade. Duas novas categorias muito

especiais criadas pela necessidade de regulamentar vinhos

que, em muitos casos, possuem cerca de um século de

envelhecimento.

TEXTO MIGUEL FERREIRA FOTOS IVDP

GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 51
PORTO MASTERCLASS

EM ANOS DE CRISE DE CONSUMO DE VINHO DO PORTO,


SÃO AS CATEGORIAS ESPECIAIS QUE MAIS TÊM CRESCIDO…

léxico associado ao vinho do Porto não é de fácil apreen- que ocorreram durante todo aquele mês e recordam os 267 anos da cria-
são e, para um consumidor leigo, a decifração das suas ção da Região Demarcada do Douro. Tendo por convidados jornalistas,
várias designações leva-nos a um labiríntico mundo sommeliers e profissionais da restauração, entre os quais chefs reno-

O
quase intangível. Daí que, antes de ensinar a provar o mados, a prova centrou-se nas duas novas menções aprovadas em re-
bom vinho do Porto, há a tarefa necessária de o decifrar, gulamento de 4 de Janeiro de 2022, e que vieram colmatar lacunas, adap-
tornando-o fácil de entender nas suas diversas nuances. tando o já inadequado Regulamento 242/2010, que estabelece o regime de
Ruby, Tawny, Vintage, LBV, Crusted, Garrafeira, Porto com Indicação proteção e apresentação das Denominações de Origem e Indicação Geo-
de Idade e Porto com Indicação de Colheita, Reserva Ruby, Reserva gráfica do Douro e Categorias Especiais do Vinho do Porto.
Tawny são as designações que habitualmente podemos encontrar numa Curiosamente, em anos de crise de consumo de vinho do Porto, são as
garrafa de vinho do Porto, mas cujo significado pouco dirá a muitos que categorias especiais que mais têm crescido e são objecto de especial pro-
o consomem. A contribuir para uma maior dificuldade, os vinhos com cura e valorização em mercados como os do Canadá, Reino Unido, Bélgi-
Indicação de Idade não significam, em rigor, que possuam, taxativa- ca e, em especial, Estados Unidos, os quais se traduzem em vendas de
mente, aquela mesma exacta idade, uma vez que o que sustenta a desig- menor volume, mas maior valorização. Nessa senda, e porque também
nação é o seu carácter e passibilidade de respeitar as características or- era um anseio dos produtores possuidores de valiosos espólios de Portos
ganolépticas conferidas pelo envelhecimento em casco, correspondentes elaborados, nalguns casos, há cerca de um século, foram no ano passado
à idade indicada. regulamentadas as categorias Tawny 50 anos e Very Very Old, VVO ou
Tudo o que atrás escrevemos, será uma das razões para que o IVDP W, esta última para vinhos muito velhos aos quais se exige possuírem
aposte forte em acções de divulgação e promoção das várias categorias um mínimo de 80 anos, passando a fazer parte do portefólio das empre-
do vinho do Porto, da qual é exemplo a Masterclass realizada no passado sas, não apenas como lançamentos especiais. Não ignorando que nestas
dia 22 de Setembro, no Salão Nobre do Instituto, no Porto. Esta iniciativa duas categorias cabem igualmente os cada vez mais procurados Porto
realizada no âmbito da celebração do Port Wine Day, é uma das várias Branco 50 Anos e Very Very Old Branco, a expressarem a excepcional

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PORTO MASTERCLASS

qualidade e complexidade, onde a doçura se equilibra com a componen- ESTAS CATEGORIAIS ESPECIAIS
te oxidativa e a vincada acidez, produzindo vinhos de notável elegância
e singularidade. O mesmo se replicando de modo mais notório para o
RESULTAM DE UM TRABALHO
VVO Brancos que, sendo extremamente raros, exibem e exponenciam INTERGERACIONAL QUE INCLUI
ao zénite a complexidade que podemos associar a um vinho tão especial. NÃO APENAS OS ENÓLOGOS, MAS
Com moderação do Port Wine Educator e membro do painel de provas
do IVDP, Paulo Russel Pinto, a masterclass fez desfilar em prova 9 vi-
IGUALMENTE OS CUIDADORES DO
nhos de outras tantas empresas durienses: Kopke (Sogevinus), Vallegre, ENVELHECIMENTO DO VINHO…
Rozès, com Tawnys brancos, Taylor`s, Vieira de Sousa, Vasques de Car-
valho, Quinta do Estanho, Quinta do Vallado e Niepoort, estes com
tawnys de castas tintas.

lote para lote, correspondendo a idade designada no rótulo à média de


OS VINHOS EM PROVA idades dos diferentes vinhos participantes no lote, exprimindo o carác-
Para Carlos Alves, enólogo e agora Director de Enologia da Sogevinus, ter conferido pelo envelhecimento em casco. Vivacidade dourada escu-
há nesta tipologia de vinhos e no estilo da própria casa a questão gera- ra, com reflexos esverdeados, evidencia-se no nariz com fruta de caroço,
cional, da passagem do testemunho e do saber, relevante quando sabe- predominando o damasco e alperce, envolvidos com toque de especia-
mos que estas categoriais especiais resultam de um mesmo trabalho rias, fruto seco, derivando para apontamentos cítricos. Em prova de
intergeracional que inclui não apenas os enólogos, mas igualmente os boca mostra uma opulência salina e acidez viva (19 pontos)
cuidadores do envelhecimento do vinho e, naturalmente, os que o lo- À Vallegre coube a apresentação do Vista Alegre Porto Branco 50
teiam e definem as derradeiras versões que irão ser dadas a conhecer ao Anos, de cor levemente acastanhada e cujo perfil com maior perceção
consumidor. de doçura, reflecte os aromas da baunilha, mel e frutos secos, numa
O Kopke Porto Branco 50 Anos é o extremo resultado desse trabalho de composição onde não se descura a frescura inata aos Portos cujo estágio
várias décadas. De sublime qualidade, resulta da lotação de vinhos com de envelhecimento decorre mais perto do Atlântico. Objecto raro, evi-
idade de 47 e 58 anos, estagiando em madeira por períodos que variam de dencia o labor e do tempo de envelhecimento em pipas nas caves da em-

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presa, resultando o lote da conjugação de vinhos cuja idade média de depois em vetustos cascos de carvalho. Castanho acobreado, marca pela
envelhecimento é de mais de 50 anos. (18) paleta de aromas onde se envolvem as notas de rum, uva passa, ameixa
A Manuel Henrique Silva, um dos enólogos da Rozès, que trouxe consi- confitada, com o exotismo das especiarias, o cravinho, noz-moscada e
go o Rozès Very Very Old Branco, coube a dissertação sobre a proibição toque de pimenta preta, equilibrados pela frescura citrina da casca de
que veio a criar uma nova categoria de Porto. Antigamente, era prática limão e laranja. Envolvimento total no paladar, num suave e sedoso
lotear os Portos tawny com Porto branco para criar uma falsa aparência frescor doce. (18,5)
de Tawny Velho. Da proibição dessa prática nasce uma independência do Para Luisa Borges, que representa a 5ª geração da família Vieira de Sou-
Porto branco absolutamente diferenciados e que vieram trazer maior sa, há um orgulho indisfarçável numa marca com uma identidade vin-
diversidade ao portefólio dos produtores. A crescente procura trouxe cada e que se afirma nas características únicas dos vinhos do Porto en-
também um aumento da produção e, actualmente, existem mercados velhecidos no clima continental duriense, por oposição aos vinhos
próprios e muito exigentes que buscam estes vinhos que, atendendo à envelhecidos em Gaia. A adaptabilidade do Douro às alterações climáti-
sua raridade e ainda escassez de edições mais antigas, os torna objecto cas, no que toca à criação de vinhos do Porto de elevada concentração, foi
de enorme interesse, sendo adquiridos a preços muito elevados. Dono de uma temática abordada pela enóloga da Vieira de Sousa, que afirma es-
um estilo muito próprio da casa, o VVO branco da Rozès é rico e comple- tar a região verdadeiramente adaptada para o futuro próximo, onde o
xo, exalando uma profundeza aromática onde as notas meladas se en- aquecimento global será uma realidade. Vieira de Sousa Porto Tawny
volvem na vertente iodada, química, salina. Na boca é imenso, exibindo 50 Anos reflecte essa identidade dos vinhos elaborados de vários lotes,
elegância, fineza, doçura contida por uma acidez notável, perpetuando- no caso, com idade mínima de 50 anos. Com envelhecimento em tonéis e
-se no palato e na memória como uma experiência sensorial inesquecí- pipas nos armazéns do Vale do Douro, exprime-se em tons de um acas-
vel. (19) tanhado dourado, sobressaindo as características dos aromas de torre-
A Taylor`s trouxe-nos uma lição de como a herança e o legado que se fação, grãos de café, toffee e licor, criando sensações gustativas longas e
transmite de geração em geração foi fundamental para a criação de um persistentes. (18)
património único de vinhos do Porto antigos e longevos. O Taylor`s Gol- A relevância de cada casa manter um perfil identitário próprio foi uma
den Age Tawny 50 Anos, apresentado por João Vasconcelos, é o fiel re- temática igualmente abordada pelo enólogo da Vasques de Carvalho,
trato de uma empresa que, fundada no século XVII, se dedicou única e Jaime Costa. Tawnies tensos, menos encorpados, a respirar elegância e
exclusivamente aos vinhos do Porto, nascidos nas propriedades situa- fineza, numa versão mais contemporânea onde a doçura cede à acidez
das na parte mais a leste da Região Demarcada do Douro e envelhecidos mais elevada, criando maior sensação de frescura e, por essa via, mais

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PORTO MASTERCLASS

versáteis ao consumo à mesa. Em defesa da nova categoria Tawny 50 “AS LEIS MUDAM, MAS A QUALIDADE DEVE
Anos, Jaime Costa atesta o perfil muito próprio destes vinhos que se
diferenciam claramente dos 40 anos, mostrando maior complexidade e PERPETUAR-SE”. A FRASE ATRIBUÍDA A D.
riqueza intrínseca. Vasques de Carvalho Porto Tawny 50 Anos dife- ADELAIDE FERREIRA E CITADA POR JOÃO
rencia-se por no lote estar incluído uma parte de um vinho de 1880, en- ALVES RIBEIRO (QUINTA DO VALLADO),
velhecido em cascos de 550 litros. Cor âmbar com reflexos esverdeados,
sublima-se no nariz numa conjugação de especiarias, percepção iodada, É UMA MÁXIMA QUE SE PERPETUA DE
salicórnia, madeiras exóticas e fruto seco. Em prova deslumbrou pelo GERAÇÕES EM GERAÇÕES NO VALLADO.
equilíbrio da acidez muito viva, enunciando frescura e tensão. Um por-
tento de sensações olfativas e gustativas, num conjunto completo e per-
feito. Um dos mais belos exemplares 50 Anos Tawny em prova, oriundo
da Sub-Região com maior potencial futuro, o Baixo Corgo. (19)
A história do vinho do Porto também se faz da irreverência dos peque-
nos produtores que, num momento da sua actividade, se emanciparam mas de muita elevada qualidade, que, como tal, têm entrada directa nos
das grandes casas para desenvolverem a produção de vinho do Porto de mercados mais ambiciosos. Quinta do Vallado Tawny 50 Anos é um
modo independente. A Quinta do Estanho reconheceu nessa emancipa- bom exemplo da singularidade destas novas categorias de excepção.
ção uma via para a criação de um estilo muito próprio, hoje interpretado Blend de vários cascos em que a idade média alcança os 50 anos. De
por Luis Leocádio, o enólogo que fielmente assume um conceito diferen- aroma cítrico, predominando casca de laranja cristalizada, mel e notas
ciador. Quinta do Estanho Porto Tawny 50 Anos afirma-se na tonalida- iodadas químicas. Intensa prova de boca, acidez impositiva, frescor e
de acastanhada com reflexos esverdeados que denotam a idade, pri- final muito longo. (18,5)
mando pelos aromas potenciados de frutos secos, resinas, tabaco e Para o final ficou reservado uma raridade oriunda da Niepoort. Criado
especiarias. Na boca reina uma suavidade melada, embebida em espe- pelo avô de Dirk Niepoort, o Niepoort VV, cuja base principal é prove-
ciarias e madeiras do Brasil, refinando-se na boca em frescura, elegân- niente de um vinho fino de 1863, envelhecido com primor até 1972, sen-
cia e persistente vivacidade. (18,5) do engarrafado em “demijohns” (grandes garrafões de vidro), onde
“As Leis mudam, mas a qualidade deve perpetuar-se”. A frase atribuída aperfeiçoou a evolução até aos dias de hoje. Castanho mogno, reflexos
a D. Adelaide Ferreira, citada por João Alves Ribeiro (Quinta do Vallado), verde azeitona, intensidade e concentração aromática, numa paleta
é uma máxima que se perpetua de gerações em gerações no Vallado, onde cabe o fruto seco, folha de tabaco, fumo de lareira e grãos de café.
aliada à crença que, estas novas categorias de Tawny vieram para va- Acidez vibrante e intensa riqueza de palato, num final imenso e ines-
lorizar ainda mais os grandes Porto como vinhos exclusivos, raros, quecível. (18,5) GE

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Apoio: ~
Organizaçao:
GRANDE PROVA TINTOS DO ALENTEJO

VINHOS,

DIMENSÃO,

FUTURO
Uma região de horizontes largos, linhas suaves e paisagens

retemperadoras, muita história, grandes vinhos, gastronomia riquíssima e

enoturismo de luxo. Alentejo é hoje uma dimensão, mais do que uma região

vitivinícola. O potencial atrai o investimento, que traz dinâmica e gera valor.

TEXTO VALÉRIA ZEFERINO FOTOS RICARDO PALMA VEIGA

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GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 59
GRANDE PROVA TINTOS DO ALENTEJO

história da região é longa, desde os fenícios e tartessos,


gregos e romanos que deixaram o legado das ânforas e
trouxeram técnicas agrárias e cultura da vinha e do vi-

A
nho. Em 1898, a superfície de vinha no Alentejo era de
20.000 hectares, mas devido a conjunturas políticas e
económicas desfavoráveis, a região só voltou a atingir
esta dimensão 100 anos depois, no início dos anos 2000.
A partir dos meados do século passado surgem as adegas cooperativas
de Granja-Amareleja, Portalegre, Borba, Redondo, Reguengos e Vidi-
gueira que não só tiveram um papel fundamental no desenvolvimento
da vinha e produção do vinho na época, mas conseguiram modernizar-
-se e estão bem presentes e activas nos tempos actuais.
O verdadeiro boom dos vinhos alentejanos ocorre por altura dos anos
80-90 com a demarcação da região em 1988. Surgem marcas como Car-
tuxa, na década dos 80 e Pêra Manca lançada em 1990, ambas da Funda-
ção Eugénio de Almeida, que se juntam aos clássicos José de Sousa, Ta-
pada do Chaves, Mouchão, Quinta do Carmo. Em 1985, realiza-se a
primeira colheita sob a marca Esporão (que este ano ficou novamente
reconhecida pela revista Drinks International como uma das 50 marcas
de vinho mais admiradas do mundo).
Júlio Bastos assinala esta época com os seus famosos Garrafeiras da
Quinta do Carmo (de 1985, 1986 e 1987), marca que hoje pertence à Baca-
lhôa. A partir de 2000 o produtor avança com um novo projecto – Dona
Maria – que rapidamente se torna num novo ícone da região.
Os enólogos João Portugal Ramos, com projecto próprio a partir da déca-
da dos 90 e o australiano David Baverstock que entra na Esporão em
1992 foram os grandes promotores de mudança no estilo de vinhos, conta
Mário Andrade, enólogo e profundo conhecedor da história vitivinícola
do Alentejo. Introduziu-se madeira nova e meia barrica. Antigamente os
vinhos ou não tinham madeira ou estagiavam em madeira usada de
500 litros ou toneis de maior capacidade. Usava-se sobretudo o carvalho
português, por vezes até o castanho; o carvalho francês e americano
chegaram nos finais dos anos 90.
Na primeira década de 2000 surgem projectos como Herdade do Rocim,
Fita Preta de António Maçanita, Herdade da Malhadinha que hoje estão
bem consolidados e reconhecidos.
As características da região e o seu sucesso junto do consumidor moti-
va produtores de outras regiões e até os empresários estrangeiros a in-
vestir no Alentejo. Torre de Palma é um projecto completo de hotel de
charme, um restaurante e uma adega numa vila romana perto de Mon-
forte. Esta grande aventura de um casal de farmacêuticos, Ana Isabel e
Paulo Barradas Rebelo começou na segunda década de 2000.
Em 2015 o casal de brasileiros Alberto Weisser e Gabriela Mascioli ad-
quiriram a histórica Tapada de Coelheiros, em Arraiolos, pela qual se
apaixonaram numa viagem pelo Alentejo.
Em 2017 a Symington Family Estates alargou as suas operações para o
Alentejo, iniciando o projecto de Quinta da Fonte Souto, em Portalegre,
com 43 hectares de vinha instalada entre os 490 e os 550 metros de alti-
tude.
A empresária Luísa Amorim, responsável pela Quinta Nova de Nossa
Senhora do Carmo, no Douro e Taboadella, no Dão, num regresso às ori-
gens, em 2017 investiu num projecto pessoal com o seu marido, Francis-
co Rêgo, e fez renascer a Herdade da Aldeia de Cima, na Serra do Men-
dro, junto à Vidigueira, terras onde costumava passar às férias na sua
infância.
No mesmo ano, o empresário alemão Dieter Morszeck adquiriu a pro-
priedade Quinta do Paral, na Vidigueira, onde reabilitou e ampliou a vi-
nha existente e adquiriu muitas parcelas de vinhas com mais de 70
anos, não aramadas, na zona de Vila de Frades.

60 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3
GRANDE PROVA TINTOS DO ALENTEJO

Em 2018, pela Família Cardoso, foi construída de raiz a adega da Herdade


de Lisboa (berço da clássica marca Paço dos Infantes), na Vidigueira e
David Baverstock em parceria com o empresário Howard Bilton inau-
gurou a adega no projecto Howard’s Folly, em Estremoz.
E ainda mais recentemente foram lançadas as marcas Herdade Monte
da Costa Boal Family Estates e Lobo de Vasconcellos Wines do conheci-
do enólogo do Douro Manuel Lobo.

CASTAS DE ONTEM E DE HOJE


Não restam quaisquer dúvidas de que o Alentejo foi e é terra de gran-
des vinhos. O que muda com o tempo é o estilo, o perfil. Outrora, o
elenco varietal era outro e toda a performance era diferente. No star-
ring de antigamente entravam Castelão com fruta e Trincadeira com
tanino, e o estrelato de hoje pertence a Alicante Bouschet, Touriga Na-
cional, Syrah e Aragonez. “Os vinhos eram elegantes, com taninos su-
per macios” – refere com certa nostalgia Mário Andrade. “Com o tempo
começou-se a preferir vinhos mais estruturados, fechados, com mais
madeira”
Se olharmos às estatísticas do IVV do ano 2000, as principais castas do
Alentejo eram Trincadeira com 16% e Castelão com 15% de plantação, logo
a seguir vinha o Moreto com 8%, embora este produzisse muito e rara-
mente se destinasse aos topos de gama. Os dados da CVR Alentejo mos-
tram que hoje o protagonismo é da variedade Aragonez, que lidera as
plantações com 22,6%, embora haja quem o considere um erro de casting
por ter “taninos ordinários e grau com fartura”.
O Alicante Bouschet aumenta a sua presença de ano para ano e já atin-
giu 19,4%. A casta chegou a Portugal no final do século XIX de França,
trazida pela família Reynolds e trazida para a Herdade do Mouchão.
Contudo, o seu sucesso não foi imediato. Na Reynolds Winegrowers a
casta faz parte da identidade dos vinhos. Hoje, é fácil encontrar grandes
vinhos feitos desta casta e difícil encontrar topos de gama que não a te-
nham no lote. É uma casta tintureira – com antocianas concentradas
também na polpa para além da película – com grande capacidade cro-
mática, estrutura firme e personalidade forte. Gosta de clima quente e
precisa de muitas horas de sol, o que faz do Alentejo uma boa casa para
esta uva. Mas para amadurecer os seus taninos maciços, é preciso es-
quecer a moderação no teor de álcool. A Trincadeira ainda está no tercei-
ro lugar em área plantada, com 13,9%, mas claramente não tem a popula-
ridade de outrora e está em franco declínio, ainda que, muito
recentemente, vários produtores a ela retornem, pela capacidade de su-
portar o calor e stress hídrico.
A Syrah parece ser uma paixão geral. Há apenas 30 anos ninguém sabia
o que era e obviamente, não constava nas castas autorizadas da região.
Entrou “incognitamente” nos encepamentos e nos vinhos alentejanos
pela Herdade Cortes de Cima em 1991 e não deixou ninguém indiferente.
Hoje ocupa o 4º lugar no ranking de castas mais plantadas no Alentejo,
com 12,1%.
A Touriga Nacional, na sua marcha conquistadora pelo país, desceu das
regiões do Norte e fica aqui em 5º lugar, com 8,3%. Há muitos argumen-
tos a favor, começando pela maturação longa o que traz vantagens no
Alentejo. Aguenta bem a seca, mantendo o bago túrgido. Aromatica-
mente agradável, mas às vezes no Alentejo não entrega qualidade todos
os anos e com frequência torna-se um pouco enjoativa. Castelão, casta
tipicamente alentejana dos tempos passados, literalmente, perde terreno
e agora só conta com 4,9%. Cabernet Sauvignon tem 4,2% e mantém-se
relativamente estável. Foi emblemática na Tapada de Coelheiros, quan-
do em 1981 foi forte a aposta nas castas internacionais, considerada uma
inovação. Os garfos até vieram de Margaux. A casta entra com bastante

62 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3
frequência em lotes, nem que seja como “sal e pimenta”, e até protagoniza FUTURO: ADAPTÁVEL E SUSTENTÁVEL
alguns vinhos, como por exemplo o 100% Cabernet Sauvignon da Her- As provas verticais proporcionadas por alguns produtores, funcionam
dade de Lisboa. como uma máquina do tempo, permitindo sentir as mudanças de castas
Outra casta do Norte que parece conquistar cada vez mais adeptos alen- e estilos. Os mais antigos geralmente com menos corpo e pujança, algu-
tejanos, é a Touriga Franca – é de ciclo longo, agronomicamente adaptou- ma rusticidade e o teor de álcool à volta dos 13%.
-se bem, não perde folhas basais durante a seca e dá vinhos muito inte- A mudança é imparável, acontece em todas as regiões mundiais devido
ressantes. Cresce em área plantada a olhos vistos e já ocupa 3,9% das às alterações, actualizações, modas e melhorias. É preciso não entrar em
plantações. Alfrocheiro com 2% tem uma certa tendência de diminuir a exagero e manter o equilíbrio.
sua presença e Petit Verdot, com 1,9%, ao contrário, parece estar a crescer. O futuro das castas no Alentejo, provavelmente, é destinado a aquelas
O Moreto com 1,2% também não tem entrado nos vinhos de topo, a menos que aguentam melhor o calor e a falta de água. Um certo movimento
que seja das vinhas velhas ou para vinhos de talha. revivalista vai, com todo o propósito, preservar vinhas velhas de se-
Ao longo das décadas, na vinha também mudou muita coisa: os porta- queiro e desencantar algumas castas minoritárias. Também me parece
-enxertos (os que são usadas de hoje induzem uma maturação mais pre- que para além da escolha de casta mais fundamentada em múltiplos
coce o que não é propriamente uma vantagem para uma região quente); ensaios, o grande cuidado será aplicado na selecção dos clones (material
as formas de plantação e condução da vinha (antes eram em taça ou policlonal), porta-enxertos, locais de plantação e métodos de condução
guyot que permitia melhor gestão de água e protegia do calor); as vinhas apropriados para cada casta. Chamaria isto escolha de precisão e adap-
de sequeiro agora são raras e a água para rega é escassa. Aprendeu-se a tabilidade mútua.
controlar as produções, orientar a viticultura para a planta ser mais efi- Voltando à questão do potencial e do investimento, é de notar que as em-
ciente na sua capacidade fotossintética, escolheram-se clones menos presas importantes e bem instaladas na região, investem também no
produtivos, pratica-se monda de cachos, sobretudo para os topos de conhecimento que pode não gerar lucros a curto-médio prazo, mas gera
gama. O reverso da medalha, às vezes, é álcool a mais. valor acrescentado a longo prazo e para toda a região.
GRANDE PROVA TINTOS DO ALENTEJO

A Sogrape na Quinta de Peso fez um investimento em plantação de vá-


rias parcelas num total de 42 hectares de vinha com castas Syrah, Ca-
bernet Sauvignon, Aragonez, Tinta Miúda, Tinto Cão, Touriga Franca,
Gran Noir etc. Uma parte foi plantada em vaso (gobelet), com fruta mais
à sombra e melhor gestão de água. É mais trabalhoso, requer mais mão-
-de-obra, obviamente, - explicou numa conversa o enólogo Luís Cabral
de Almeida. Fizeram também o estudo de solos e mediante estes resul-
tados, irão plantar a vinha apenas nos solos apropriados para o efeito.
A Herdade do Esporão está envolvida no projecto WineClimAdapt com
o INIAV e outras entidades com o objectivo de selecção e caracterização
das castas melhor adaptadas a cenários de alterações climáticas. Nos
10ha de campo ampelográfico encontram-se em estudo 189 castas (alen-
tejanas, nacionais de outras regiões e estrangeiras).
A aposta na sustentabilidade (o Programa de Sustentabilidade dos Vi-
nhos do Alentejo, criado, implementado e certificado localmente é um
modelo para o país e para o mundo) é hoje um dado adquirido e um de-
sígnio para todos os agentes económicos locais. Os resultados estão á
vista. Se provamos os vinhos antigos do Alentejo com certa nostalgia, e
muitos vinhos de hoje com orgulho, acho que, no futuro, ainda iremos
ser bem surpreendidos pela positiva. GE

ALENTEJO
EM NÚMEROS
Desde a demarcação oficial da região, em 1988, a
dimensão de vinha mais do que duplicou, tendo
aumentado de 11.510 para 25.924 hectares regista-
dos em 2022 (dados do IVV) e representa a
segunda maior área de vinha em Portugal a
seguir ao Douro. 79% da vinha da região é
representada por castas tintas.
Em termos de volume de produção, ocupa o
terceiro lugar em Portugal com 1.133.578 hl, o que
corresponde a 17% de produção nacional a seguir
ao Douro (21%) e sendo igual à região de Lisboa.
Como era de esperar, o vinho tinto é o principal
produto da região, representando 76% da produ-
ção total de vinho, embora seja notável o cresci-
mento em vinhos brancos e rosés.
Alentejo continua a ser o líder absoluto em
termos de presença no mercado nacional, com
33,8% em volume, seguido do Minho (Vinho
Verde) e Península de Setúbal com mais de 17%
cada; e 35,5%, em valor, à frente das regiões
Douro e Minho. A região comercializa 70% do
vinho no mercado nacional, sendo que apenas
30% é exportado.

64 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3
GRANDE PROVA TINTOS DO ALENTEJO

18,5 €65 B 18,5 €35,00 B


ESPORÃO REYNOLDS
PRIVATE WINE
SELECTION GROWERS
Alentejo Garrafeira tinto Reg. Alentejano Grande
2019 Reserva tinto 2016
ESPORÃO REYNOLDS WINE
Alicante Bouschet, GROWERS
Aragonez, Touriga Alicante Bouschet
Nacional e Franca. 70% e Syrah 30%.
Aroma profundo Aroma extraordinário
a evoluir no copo, a evoluir imenso no
revelando fruta copo, mais profundo
silvestre madura de do que efusivo. Cereja
grande definição, preta, amora, azeitona

18,5 €90 B 18 €44,99 B


especiaria e cacau, leves preta, grafite, cedro,
18,5 €34,99 B apontamentos rochosos.
Extremamente sedutor
especiaria. A frescura
de boca impressiona,
DONA MARIA pela sua textura sedosa, HERDADE depois o tanino bem CARTUXA
tanino finíssimo, acidez
Alentejo Grande Reserva impecável e uma notável ALDEIA DE revestido entra em
palco, com integridade
Alentejo Reserva
tinto 2017
tinto 2018 harmonia. (14,5%) CIMA de sabor e final fresco e FUNDAÇÃO EUGÉNIO
JÚLIO BASTOS Reg. Alentejano Garrafeira interminável. (13%) DE ALMEIDA
Alicante Bouschet, tinto 2019 Alicante Bouschet e
Touriga Nacional, HERDADE ALDEIA DE Aragonez. Aroma de
Petit Verdot e Syrah.
CIMA DO MENDRO grande concentração
Complexo, sério e
Alicante Bouschet e a revelar fruta preta
requintado no aroma,
Aragonez. Aroma sóbrio madura e compotada,
com muitas notas
e atraente ao mesmo azeitona, especiaria
entrelaçadas a sugerir
tempo, no ambiente de e chocolate amargo.
amora, eucalipto,
fruta vermelha, notas Denso e concentrado, a
especiaria fina,
mentoladas, ervas demonstrar a tenacidade
coentros, nuance de
aromáticas, cedro, do tanino, parece mais
grafite e um toque
tudo muito alinhado e jovem, cheio de garra
mentolado. Rico, cheio
fino. Equilíbrio perfeito e carácter a prometer
de classe, com tanino
de força de tanino e uma longa evolução em
exemplar em finesse,
elegância da textura, garrafa. (14,5%)
muita frescura, longo e
harmonioso. (14,5%) uma rusticidade afinada
a mostrar carácter.
(14,5%)

66 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3
Seja responsável. Beba com moderação eruptio.pt
GRANDE PROVA TINTOS DO ALENTEJO

18 €48 B 18 €22 B 18 €35 B 18 €50 B


CONDE D’ERVIDEIRA ERMO HERDADE DA LISBOA HERDADE DO PESO
PRIVATE SELECTION Reg. Alentejano tinto 2020
ERMO WINES
Reg. Alentejano Cabernet Sauvignon
tinto 2020
PARCELAS
Alentejo tinto 2019 Alentejo tinto 2018
ERVIDEIRA
Alicante Bouschet, Trincadeira e HERDADE DA LISBOA
SOGRAPE VINHOS
Cabernet Sauvignon. Bastante aberto Aromaticamente intenso e cativante
Aragonez, Trincadeira e Alicante na cor com predominância de fruta Alicante Bouschet de uma parcela.
com abundância de mirtilo e cassis de
Bouschet. Complexo no aroma, vermelha no aroma, bem como notas Óptima definição de fruta,
com notas de fruta silvestre, uma pureza invulgar em aliança com apontamentos mentolados e especiaria
terrosas e vegetais e especiaria ervas aromáticas, especiaria fina e
compotas, especiaria abundante, discreta. Oferece uma prova muito fina a acrescentar complexidade
notas balsâmicas e mentoladas. Bela notas de tabaco. Taninos poderosos de sem esconder a fruta. Muita vida,
dinâmica, com f luidez e polimento de grande polimento e finesse, estrutura
estrutura e presença, tanino activo mas tanino, acidez bem projectada prolonga suculência e frescura em boca, tanino
bem polido, um vinho estruturado, sólida e uma secura séria no final fino numa casta em que não é fácil
o final vibrante. (13,5%) prolongado. (14,5%)
com amplitude num estilo clássico e de amaciar. A mostrar o carácter da
intemporal. (15%) parcela. (14,5%)

18 €40 B 18 €60 B 18 €125 B 18 €44 B


HERDADE DO HOWARD’S FOLLY MARIAS DA MONTE BRANCO
SOBROSO CRISTINA MALHADINHA Reg. Alentejano tinto 2019
ADEGA DO MONTE BRANCO
Alentejo Vidigueira Grande Reserva
tinto 2021
Alentejo tinto 2019
HILL VALLEY
VINHAS VELHAS 70% Alicante Bouschet e 30%
Reg. Alentejano tinto 2020 Aragonez. Ainda fechado no nariz
HERDADE DO SOBROSO Vinha centenária da Serra de S. HERDADE DA MALHADINHA NOVA com fruta silvestre em contenção,
Alicante Bouschet e Cabernet Mamede. Fruta sóbria aliada a notas de especiaria discreta e nuance tostada.
tosta e tabaco, caruma, especiaria e Alicante Bouschet, Trincadeira Preta,
Sauvignon. Aroma imediatamente De perfil austero, assente na estrutura
certa terrosidade. Denso e estruturado, Touriga Nacional, Tinta Caiada e
cativante pela intensidade e Castelão. Fruta vermelha bonita e notas tânica, com acidez a condizer e a
complexidade a mostrar fruta sério, com tanino compacto e algo precisar de tempo em garrafa para
áspero que lhe confere muita garra e mentoladas a abrir, revelando também
madura e definida, mirtilo e pimento, especiaria e apontamento vegetal bem mostrar o potencial. (14%)
mentolados, caruma e especiaria. uma frescura adicional. Longo e seco
no final. (13,5%) enquadrado. Muita classe e polimento
Guloso mas elegante na boca, todo exemplar, tanino fino, harmonia que dá
bem proporcionado de grande
muito prazer na prova. (15%)
polimento e projecção no final de
boca. (14,5%)

18 €59,20 C 18 €150 B 18 €23,95 B 18 €38,50 B


ROSA SANTOS TORRE DE PALMA QUINTA DA FONTE QUINTA DO PARAL
FAMÍLIA Reg. Alentejano Alicante Bouschet/
Tinta Miúda tinto 2019
SOUTO VINHA VINHAS VELHAS
Reg. Alentejano tinto 2019
SOC. AGR. JORGE ROSA SANTOS
TORRE DE PALMA DO SOUTO Alentejo tinto 2019
HERDADE TINTO E BRANCO
No nariz exuberante destaca-se doce Alentejo tinto 2019
E FILHOS
QUINTA DA FONTE SOUTO
Aragonez e Tinta Grossa. Aroma
de ameixa e cereja, alguma uva passa, com evolução, tons medicinais
Syrah, Touriga Nacional, Aragonez e aneto, caruma e especiaria doce. Alicante Bouschet e Syrah. Agradece
Alicante Bouschet. Nariz intenso com e balsâmicos no primeiro plano,
Tanino maduro bem trabalhado e arejamento para revelar os aromas eucalipto, muita especiaria, fruta
fruta macerada a destacar framboesa e polido, textura notavelmente sedosa, de fruta sóbria a lembrar framboesa
ameixa, ervas aromáticas e especiaria. compotada e tomate seco. Prova com
muito sabor, algo exótico, final guloso e mirtilo, especiaria delicada e tanino vigoroso, corpo amplo e textura
Tanino autoritário e corpo amplo, e muito bem projectado. (15%) apontamento mineral. Denso, com
mostra uma certa rebeldia por baixo densa, presença de boa barrica,
grande definição e certa austeridade sensação terrosa no final de boca bem
da textura trabalhada o que lhe a mostrar tanino com garra mas
confere carácter. Precisa prato de bom persistente. (15,5%)
domado, acidez à altura, textura
porte. (15%) acetinada e final sério. (14,5%)

68 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3
17,5 €24,99 B 17,5 €29 B 17,5 €38 A 17,5 €41,99 A
ADEGA MAYOR BLOG FONTE MOURO HERDADE
RESERVA DO Reg. Alentejano tinto 2020
TIAGO CABAÇO
Reg. Alentejano Grande Reserva
tinto 2018
DA CAPELA
COMENDADOR Alicante Bouschet e Touriga Nacional SOC. AGR. DO MONTE NOVO E
Alentejo Grande Reserva tinto 2016
CASA CLARA
Reg. Alentejano tinto 2019 entre outras castas. Doce de fruta FIGUEIRINHA
ADEGA MAYOR silvestre e notas de café, muito tomilho Touriga Nacional, Alicante Bouschet
Alicante Bouschet e Touriga Nacional. e Syrah. Cravinho, baunilha e café
Alicante Bouschet, Touriga Nacional e cravinho. Fechado, austero no sabor, Fruta muito madura em abundância no
com tanino bem domado, muito corpo, moído, a juntar fruta compotada,
e Syrah. No nariz destaca-se ameixa nariz em aliança com especiaria doce
amargor de chocolate negro e nota funcho e notas balsâmicas. Encorpado
desidratada, uva passa e rebuçado com destaque à canela e cravinho, com tanino musculado, sensação de
de café, com muita especiaria e especiada de pimenta preta no final de nuance de louro. Encorpado, com
boca. (14,5%) fruta doce e especiaria em boca e
ligeiro apontamento vegetal. Tanino tanino redondo e polido, aveludado muito veludo na textura. Pronto para
robusto, muita estrutura sem perder a na textura e guloso no final de boca. beber. (14,5%)
suculência e percepção de equilíbrio. (15%)
Final de boca longo e tânico. (14,5%)

17,5 €22,50 B 17,5 €30 B 17,5 €23,95 B 17,5 €25 B


MAMORÉ DE BORBA MINGORRA BLACK MONTE DA PORTA DA RAVESSA
VINHAS VELHAS Reg. Alentejano tinto 2020
H. UVA
RAPOSINHA Reg. Alentejano Grande Escolha
tinto 2018
Alentejo Reserva tinto 2018 Reg. Alentejano Grande Reserva
SOVIBOR
Feito de Sousão. O aroma funciona tinto 2019
ADEGA COOP. DE REDONDO
num ambiente negro a fazer justiça Touriga Nacional, Syrah, Cabernet
Alicante Bouschet e Trincadeira. ao nome – fruta preta, azeitona,
MONTE DA RAPOSINHA
Profundo no aroma com fruta preta Sauvignon e Touriga Franca. No
café e chocolate preto apimentado. Alicante Bouschet, Touriga Nacional e primeiro impacto doce de mirtilo e
madura, ervas aromáticas, eucalipto, Uma bela dinâmica na prova, com Syrah. Aroma delicado com juventude
café e apontamento vegetal e pimenta preta, mostrando mais fruta
suculência, tanino vivo, acidez bem e frescura a mostrar fruta silvestre preta fresca, alcaçuz, ervas aromáticas
mentolado. Sedoso na textura, afinado, presente, muita f luidez e final guloso e e muitos apimentados. Redondo e
cheio de sabor, com tanino fino, muito e f lores campestres. Mastigável e
apetecível. (14%) amplo, bem texturado, com tanino em aveludado, com tanino maduro e
suculento e prazeroso ao longo da grande e final com notas de chocolate
prova e no final extenso. (14%) um óptimo equilíbrio do conjunto
amargo e alguma percepção térmica. prolongado até ao final. (14%)
(15%)

17 €20 B 17 €38 B 17 €19,99 B 17 €15,50 A


HERDADE DE SÃO HERDADE PAÇO MONTES CLAROS VIDIGUEIRA
MIGUEL DO CONDE Alentejo Garrafeira tinto 2020
ADEGA DE BORBA
Alentejo Reserva tinto 2019
ADEGA COOP. DE VIDIGUEIRA
Reg. Alentejano Reserva tinto 2020 Reg. Alentejano Grande Reserva
CASA RELVAS tinto 2018
Trincadeira, Aragonez, Syrah e Touriga Feito de Syrah. Apresenta uma cor
Nacional. Efusivo no nariz com granada e aroma com fruta em
Alicante Bouschet, Trincadeira, Touriga SOC. AGR. ENCOSTA DO GUADIANA
boa definição a revelar framboesa, compota, ameixa desidratada, muita
Nacional e Cabernet Sauvignon. Muito Alicante Bouschet, Syrah e Touriga ervas aromáticas com destaque especiaria e notas medicinais.
apelativo no nariz pela sua frescura Nacional. No aroma destacam- para manjericão e hortelã, e notas Boca densa, tanino notável, alguma
aromática a revelar amora, framboesa, se ameixa e cereja em compota, de bergamota e especiaria doce. sensação calorosa a mostrar um vinho
notas de chocolate preto, pimentas e especiaria doce com muita canela e Cativante e guloso, com óptima acidez capitoso e persistente. (16,5%)
algum eucalipto. Redondo, com textura baunilha, pimenta da Jamaica. Com a assegurar a frescura do conjunto
notável e acidez a suportar bem todos tanino bem presente e muito corpo, maduro com fruta doce. (15%)
os componentes. (15%) mostra-se sólido e maduro, com fruta
doce e especiaria no final. (15%)

GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 69
EVENTO VINHOS & SABORES 2023

16 MIL
PESSOAS

RENDIDAS

AOS VINHOS

PORTUGUESES
O evento Grandes Escolhas Vinhos & Sabores teve

mais uma edição nos dias 14, 15 e 16 de Outubro,

no Pavilhão 1 da Feira Internacional de Lisboa (FIL).

Organizada anualmente pela Grandes Escolhas, a

feira de vinho registou, este ano, o impressionante

número de mais de 16 mil visitantes ao longo dos

três dias, 3 mil dos quais profissionais do sector.

TEXTO MARIANA LOPES FOTOS RICARDO PALMA VEIGA

70 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3
GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 71
EVENTO VINHOS & SABORES 2023

afluência geral do público superou as nossas expectati-


vas, o que foi para nós uma grande satisfação e, mais
uma vez, demonstrou a relevância que o sector vínico

“A
tem em Portugal. Cerca de 3 mil profissionais marcaram
presença na feira e o feedback do público foi muito posi-
tivo. A presença de convidados estrangeiros foi igual-
mente notória, com uma forte aposta da Grandes Escolhas na internacionali-
zação, de forma a mostrar o que de melhor Portugal tem em termos de vinho”,
declara João Geirinhas, director de negócio da Grandes Escolhas, referindo-
-se ao grupo de 18 convidados estrangeiros, entre eles jornalistas, sommeliers,
compradores e uma Master of Wine, provenientes do Reino Unido, Bélgica,
Países Baixos, Luxemburgo e países nórdicos, que tiveram oportunidade de
contactar com os produtores portugueses e provar os seus vinhos.
O Enoturismo foi um dos grandes focos do evento, com uma área de exposi-
tores dedicada ao tema e um colóquio — “Como potenciar a sua exploração
para um Enoturismo de sucesso?” — organizado em colaboração com o Turis-
mo de Portugal. Esta iniciativa teve como objectivo incentivar os produtores
de vinho a fazer crescer o seu negócio através do Enoturismo.
Quase 300 stands de vinho e mais de 400 expositores estiveram à disposição
do público que, de ano para ano, se mostra mais jovem, mais interessado e
conhecedor, características sentidas pela generalidade dos produtores de vi-
nho presentes. “Esta feira serve muito para educar e para mostrar como é que
o vinho em Portugal está a evoluir. A Grandes Escolhas têm um papel pre-
ponderante nisso, e a evolução tem sido fantástica. Há pessoas a beber menos
e de melhor qualidade, e os consumidores são jovens, conhecedores, gostam
de bom vinho e de aprender. O dia dos profissionais permite-nos, com uma só
garrafa, mostrar um vinho a vários clientes, ao invés de ter de andar ‘a bater
às portas’, o que é muito bom”, afirma Jaime Olazabal, proprietário da Quinta
do Vale Meão. Já Fátima Lopes, da Vallegre, sublinha que “enquanto produto-
res engarrafadores de vinho do Porto, estar presente no evento é uma mais
valia para nós, porque há sempre a possibilidade de nos aproximarmos ainda
mais dos nossos clientes, dar a conhecer novos produtos, contactar mais di-
rectamente e estreitar a relação com os consumidores. Temos vindo a reparar
que o público se tem tornado mais conhecedor e apreciador de vinho e do vi-
nho do Porto em concreto, e que consegue saber o que está a provar, tornan-
do-se mais fácil para nós explicar o produto”. Vasco Rosa Santos, enólogo da
Ravasqueira, fala numa perspectiva que junta a razão à emoção: “Acredito
muito neste tipo de feiras, porque acho que as pessoas precisam de sentir
proximidade com o mundo dos vinhos, e nós delas, tudo olhos nos olhos e cara
a cara. É a hipótese de transmitir algo mais sobre os nossos vinhos, um mo-
mento muito importante para nós, para transmitir a nossa paixão”. Por sua
vez, a enóloga Filipa Tomaz da Costa, da Bacalhôa, lembra que, além do con-
tacto com o público, “também é importante, para nós produtores, provar e
conhecer o que a concorrência está a fazer, e as novidades do mercado, os
perfis de vinho e as castas que se estão a utilizar, por exemplo”.
Na abertura da feira foram ainda anunciados os resultados do Concurso Es-
colha da Imprensa 2023. Este concurso, que reúne no Júri representantes de
vários órgãos de comunicação social, teve este ano 500 vinhos em competi-
ção, em cinco categorias: Espumantes, Brancos, Rosés, Tintos e Fortificados.
Os resultados podem ser consultados em grandesescolhas.com e nesta edi-
ção da revista, a partir da página 96.
Como é já habitual neste evento, a Grandes Escolhas proporcionou ao público
um programa de Provas Especiais de luxo, orientadas por alguns dos produ-
tores mais emblemáticos do país e também pelos especialistas da revista.
O Vinhos & Sabores, que continua a ser uma vitrine essencial para a cele-
bração e promoção da riqueza vitivinícola e gastronómica de Portugal — já
tem data marcada para a próxima edição, para 12, 13 e 14 de Outubro de 2024,
na FIL. GE

72 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3
GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 73
PROVAS ESPECIAIS VINHOS & SABORES

74 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3
PROVAS

DO
OUTRO

MUNDO
conjunto de provas QUINTA DO REGUEIRO, ALVARINHO COM CLASSE

especiais é sempre um A história da Quinta do Regueiro, um pequeno projecto familiar em Melgaço,


dos pontos mais altos do
começou em 1988 com os primeiros 3 ha de Alvarinho. A uva que colhiam, no

O
Grandes Escolhas Vinhos
início, entregavam a uma empresa local. A viragem aconteceu em 1999, o ano
e Sabores. Este ano não
que deu origem ao primeiro vinho com marca Quinta do Regueiro. Nesta pro-
va, seguimos a história da casa expressa em diferentes perfis do Alvarinho. De
fugiu à regra, com dez
cada referência, o produtor Paulo Cerdeira Rodrigues e o enólogo Jorge Sousa
extraordinárias provas, centradas em
Pinto apresentaram 2 vinhos.
produtores e temas distintos, todas
As primeiras duas colheitas – 1999 e 2000 – sem barrica mostraram-se em
elas traçando um percurso, uma
grande forma, com uma complexidade e elegância extremas, sobretudo o 1999
história, e também contando estórias – mineral, cremoso e infinito. Mais tarde surgiu o Regueiro Primitivo das vi-
a partir de vinhos antigos e raros, hoje nhas plantadas em 1986-87 pelos pais de Paulo Cerdeira Rodrigues . A primeira
praticamente inatingíveis, ou de vinhos colheita é de 2013, com nariz mais rico e afinado, com notas de especiaria para
mais jovens, alguns deles ainda não além da fruta e sílex. A fruta parece doce, a textura cremosa, mas a acidez
lançados no mercado. Dez momentos manda na prova. O 2014 tem menos fruta, mais cogumelos, ervas aromáticas,
de sonho que vão perdurar nas
limão maduro e laranja, sério, compacto, estiloso e gastronómico. O Regueiro
memórias dos apreciadores.
Barricas nasceu quando Paulo cedeu aos pedidos de fazer Alvarinho com bar-
rica. O vinho estagiou em barricas de 300 litros durante 8 meses. As primeiras
duas colheitas, de 2014 e 2015 revelaram casca de limão, limão cristalizado, tarte
de laranja, marmelo, especiaria sem excesso, ambos cremosos, amplos e inten-
samente frescos. O Regueiro Maturado passa mais tempo em barricas de maior
capacidade (700 litros) e resulta em vinhos de grande classe, sendo o 2020 per-
fumado mas não efusivo, com presença de barrica subtil e o 2019 com mais
tosta, mas também mais profundo e mais mineral. O já famoso Jurássico re-
presenta 2-3 colheitas, guardadas em cubas de inox e lançadas no mercado
mais tarde, por isso não tem data de colheita, é numerado como I, II e III (este
últimosairá em Fevereiro do próximo ano). São vinhos de uma selecção rigoro-
sa com uma juventude e integridade impressionantes. V.Z.

GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 75
PROVAS ESPECIAIS VINHOS & SABORES

JÚLIO BASTOS, ALICANTE BOUSCHET NA SUA ORIGEM

O projecto estremocence Dona Maria, de Júlio Bastos, completa este ano o seu 20º
aniversário, tendo a primeira vindima, desta mais recente etapa do produtor, aconte-
cido em 2003. Dois anos antes, Júlio Bastos tinha adquirido uma propriedade para
plantação de novas vinhas e, em 2002, comprou uma vinha que hoje tem mais de 70
anos, e que foi enxertada com as varas da primeira vinha de Alicante Bouschet plan-
tada em Portugal, mantendo-se, assim, o clone inicial, “um dos primeiros oito clones
existentes da casta, que é um cruzamento de Garnacha com Petit Bouschet”, explicou
Sandra Gonçalves — enóloga da casa há também 20 anos — durante a prova especial
que orientou com Nelson Rosa, coordenador de viticultura da empresa desde Julho
deste ano. “Quando cheguei, encontrei uma vinha não regada com uma vegetação
fantástica” contou Nelson, referindo-se à vinha mais velha de Alicante Bouschet.A
prova incluiu, além de uma vertical com todas as colheitas do já icónico tinto Júlio B.
Bastos Alicante Bouschet — 2004, 2007, 2012, 2014, 2015 e o ainda não lançado 2018 —
dois tintos Dona Maria Reserva — 2003 e 2005 — e dois Grande Reserva, 2010 e o novo
lançamento 2018. “Na zona onde estamos, os lagares são de mármore bravo, que é dez
graus mais frio do que o granito. Todos os nossos vinhos são pisados em lagar”, recor-
dou Sandra Gonçalves. “Os solos são argilo-calcários e encontram-se a 360m de alti-
tude, e temos uma excelente amplitude térmica, o que contribui para uma óptima
maturação das uvas”, desenvolveu.
Dos Dona Maria provados, destaque para os Reserva 2003 (balsâmico, com evolução
muito positiva), Grande Reserva 2010 (ainda jovem, imensa especiaria, lado vegetal de
musgo e pinheiro, potente mas fino) e, claro, Grande Reserva 2018, a ser lançado para o
mercado, potente, ainda fechado, para crescer. Na linha Júlio B. Bastos Alicante Bous-
chet, merecem aplauso maior o 2007 (especiado e balsâmico, sedoso, elegante, com tani-
nos de luxo, excelente), o 2014 (a impressionar à grande, eucalipto, musgo fresco, cogu-
melo, imenso nervo e presença de boca), e o 2015 (actualmente no mercado, a implorar
para ser guardado, tenso e complexo, adivinha futuro brilhante). Quanto ao 2018, dado à
prova como “teaser”, exótico e carnudo, vamos ter de esperar por ele. M.L.

76 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3
.OÃÇAREDOM MOC ABEB .LEVÁSNOPSER AJES

A Barão de Vilar, Vinhos SA mudou o nome e imagem corporativa.


Esta é a renovada casa dos vinhos Barão de Vilar, Palmer, Feuerheerd’s,
Quinta do Castro do Saião, ZOM, Kaputt, Maynard’s e Vilarissa.
PROVAS ESPECIAIS VINHOS & SABORES

QUINTA DA LEDA, ESSÊNCIA DO DOURO SUPERIOR


A Quinta da Leda desempenha um papel crucial no império da Sogrape
desde 1987. Foi aqui que se deu a continuação ao Barca Velha quando a
GRANDES TINTOS DE 2013 Quinta do Vale Meão avançou com o projecto próprio. O Quinta da Leda
Prova clássica que reúne vários dos melhores tintos 10 anos volvidos da é o vinho que melhor explica a essência da quinta. Enquanto, o Barca
colheita, no caso a fresca e elegante colheita de 2013. Ano desafiador com Velha e o Reserva Especial estão noutro campeonato e patamar de pre-
muita chuva no inverno, e primavera húmida, nem na vindima faltou ços, o Quinta da Leda é mais acessível em todos os aspectos e permite
alguma água. Ano que permitiu vinhos longevos e com perfis longe da levar a interpretação da propriedade a mais pessoas. Localizada no Dou-
sobrematuração de outras colheitas. João Paulo Martins e Nuno de Oli- ro Superior, a quinta estende-se por cerca de 170 hectares de vinha, em
veira Garcia comentaram uma prova de grandes vinhos, do norte ao sul múltiplas exposições, permitindo uma grande plasticidade na matéria
do país, marcas antigas e outras recentes. Em flights de 3 vinhos, come- prima. O enólogo Diogo Sepúlveda Moreira explica que conhecendo as
çou-se com um balsâmico e sedutor Palácio da Bacalhôa, feito a partir uvas, provando os vinhos “à nascença”, a equipa de enologia consegue
de 3 castas bordalesas, um elegante Tapada do Chaves Vinhas Velhas a interpretar “o que cada vinho quer ser”. O primeiro Quinta da Leda era
representar a Serra de S. Mamede e um fresco e aguerrido Chocapalha um monovarietal de Touriga Nacional que teve quatro colheitas: 1995,
Vinha Mãe com a Touriga Nacional a expressar-se com finura. O segun- 1996, 1997 e 2019. A partir de 1997 nasceu o Quinta da Leda de lote, que in-
do flight começou com o monumental Quinta da Vegia Superior, muito clui Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz. O monovarietal de
jovem este tinto do Dão e um dos melhores em prova, seguindo-se o 1997 revelou muitas notas de chá, violetas cristalizadas, couro e fumo,
Carvalhas do Douro, complexo e cálido e também a pedir garrafa, e um ameixa desidratada e muita fruta em compota; o vinho de lote do mesmo
magnifico Mouchão a justificar toda a sua fama e prestígio. Seguiram- ano apresentou-se mais vegetal, com tosta e fumo, especiaria, chocolate
-se 3 vinhos do Douro, o elegantíssimo Quinta da Manoella Vinhas Ve- amargo e tabaco. Seguiu-se o 1999 com notas de tosta e charuto, fruta
lhas, o intenso Quinta da Touriga Chã e um Abandonado da Quinta da preta ainda presente e violetas, muito macio e sedoso, com acidez no
Gaivosa em plena forma e numa das suas melhores edições. Tempo ain- ponto. O ano 2009, extremamente quente e seco, resultou num vinho
da para se provar o Marias da Malhadinha, num lote exótico e muito com cereja em compota, ameixa e amora, balsâmicos, esteva, alcaçuz e
bem conseguido, e dois grandes representantes da Bairrada, o Quinta chocolate preto. O 2011, ano mítico no Douro, mostrou-se em grande for-
das Bágeiras Pai Abel e o Kompassus Private Collection, ambos a reve- ma, muito afinado e harmonioso, com fruta de pureza e definição. Nas
larem juventude e tipicidade (o primeiro com um pouco de Touriga Na- colheitas de 2016 e 2019 ao trio das Tourigas e Tinta Roriz juntou-se um
cional a amenizar a Baga…), e por fim o Grande Rocim, um poderoso pouco de Tinto Cão, sendo o primeiro menos estruturado e mais dado na
tinto, negro e caprichoso, verdadeiramente demolidor. Para o fim, um prova, e o segundo muito perfumado, elegante, com força e finesse ao
vinho extra, o único não de 2013 (por lapso de envio), um Poeira 2012 a dar mesmo tempo. Terminou-se com o Quinta da Leda 2020, cujo lote tam-
grande prova, a revelar um Douro mais viçoso e a confirmar que tam- bém inclui um pouco de Sousão. Este revelou-se muito floral, com fruta
bém 2012 foi uma colheita excelente. N.O.G. expressiva e muito macio na textura. V.Z.

78 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3
PROVAS ESPECIAIS VINHOS & SABORES

ESPORÃO, OS PRIMEIROS 50 ANOS


Na região vitivinícola onde o tempo passa mais devagar, o processo de
crescimento e maturidade vanguardista da Herdade do Esporão foi
tudo menos sereno. Criada em 1973 por Joaquim Bandeira e José Roque-
te, a propriedade cedo foi alvo do “processo revolucionário em curso”
com a sua nacionalização, prontamente revertida e recuperada após
aquele histórico e conturbado período. Liderada por visionários, preco-
cemente havia de se tornar uma referência nacional, com um pioneiris-
mo inédito nos estudos avançados de viticultura, liderados por Amân-
dio Rodrigues, e, em três fases distintas, de interpretação das virtudes
do terroir, inicialmente por Luis Duarte e Colaço do Rosário, explodindo
em notoriedade com o trabalho de David Baverstock e, mais recente-
mente, com a afirmação da contemporaneidade de Sandra Alves e, ac-
tualment , da equipa José Luís Moreira da Silva, João Ramos e Teresa
Gaspar. Uma viagem de cinco décadas percorrida em 13 vinhos. Esporão
Reserva, branco e tinto, da colheita de 1987 foram os primeiros vinhos
em prova e que marcaram a génese, umbilicalmente ligada às castas
tradicionais da região, de vinhos de perfil elegante, urbanos e de baixo
teor alcoólico, sem perda daquela tensão que ainda os mantém vivos e
frutados. A chegada de David Baverstock traz à Esporão uma visão glo-
balista, inspirada no Novo Mundo, aportando uma maior influência de
castas internacionais, caso da Cabernet Sauvignon e da Sémillon, com a
barrica na afinação dos vinhos. A marca do australiano é bem patente
nos Esporão Private Selection tinto 1997, branco 2006, bem como no im-
ponente Reserva 2011, notando-se maior extração e concentração. O ano
de 2011, marca também o início do processo de certificação biológica, que
engloba hoje os 635 hectares da Esporão, concepção que se estende da
vinha à adega. Aumento da fertilidade dos solos, promoção da biodiver-
sidade e da comunhão mais directa com a natureza, no intuito também
de criar vinhos mais expressivos, aspecto vincado nos Esporão Reserva
tinto 2014, Private Selection tinto 2019 e branco 2021, havendo ainda es-
paço para a expressão máxima da singularidade com a prova do Torre do
Esporão 2017, vinho único, que apenas surge em anos excepcionais, mar-
cando com convicção a solidez deste projeto que, porque prepara cons-
cientemente o futuro, tem-no assegurado. M.F.

DIRK NIEPOORT: OS VINHOS DE UMA VIDA


A ideia desta prova apontava para que se desse carta branca a Dirk Niepoort para seleccionar alguns vinhos
que o acompanharam nos seus anos na empresa, sobretudo nos vinhos DOc Douro e, dentro do possível, alguns
vinhos do Porto. Na ausência de Dirk, foi o seu filho Daniel – actual Niepoort à frente da empresa - que veio
apresentar os vinhos, acompanhado por Luís Lopes que acedeu ao pedido de Dirk para estar também presente
na prova. Foi assim feito um enquadramento histórico de cada vinho em prova, muitos deles acompanhados
desde o nascimento por Luis Lopes. A selecção abrangeu vinhos brancos e tintos, um Porto branco Colheita 1968
(dos dois únicos feitos até hoje pela empresa), um Vintage (o celebérrimo 1970, sendo que este é um dos grandes
vinhos desta declaração) e o Garrafeira 1987, uma originalidade que exigiu muita perseverança até ser aceite
pelo IVDP. A prova dos brancos e tintos dispersou-se pelo Douro, pelo Dão e pela Bairrada, as zonas de eleição de
Dirk. A Bairrada era, desde os tempos do seu pai, uma região muito apreciada e Dirk, depois de vários ensaios,
nomeadamente na Casa de Saima, instalou-se na Quinta de Baixo, uma propriedade de onde tinham saído al-
guns dos mais clássicos tintos da região, ainda hoje muito procurados. Já no Dão foi a Quinta da Lomba (branco
e tinto de 2016) o local eleito para os vinhos agora dados à prova, onde as vinhas velhas originam vinhos delica-
dos muito ao gosto de Dirk, sempre apontando para a leveza, para a acidez elevada e para a longevidade que daí
se pode esperar. No Douro tivemos oportunidade de revisitar alguns brancos emblemáticos, como o Redoma
Reserva 1996 e o Coche 2021 e tintos que fizeram história como o Charme 2021, o Batuta 2001 e o Turris 2017 . Ter-
minámos a prova com branco do Mosel, impróprio para beber agora, mas que Daniel assegurou que é assim
mesmo e que no futuro vai ser bom. Há que acreditar. J.P.M.

80 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3
PROVAS ESPECIAIS VINHOS & SABORES

LUÍS PATO, DESDE 1980 A FALAR BAIRRADA


É um dos mais irreverentes produtores do país e na muito sua Bairrada tem sabido ser a um tempo controver-
so e original. Na prova especial Luís Pato proporcionou uma viagem muito interior através de vinhos exempla-
res e marcantes.
Luís Pato é um dos mais magnéticos produtores portugueses e os seus momentos de contacto com a comunida-
de enófila são garantidamente marcantes. A prova que orientou nesta edição da feira da Grandes Escolhas
transcendeu a prova estritamente técnica, foi um autêntico manifesto estético que tocou fundo em todos os
presentes. Abriu com três espumantes notáveis com a sua inconfundível assinatura; Vinha Formal 2013 (Bical
e Cercial), Vinha Pan branco de Baga 2015 e Bical Pé Franco 2019. Autoria e sedução, recorte técnico irrepreensí-
vel e muita pedagogia numa área em que todos precisamos sempre de certa iniciação. Nos vinhos brancos,
deixou bem clara a vocação da Bairrada de berço de grandes vinhos nesta categoria. Intervenção mínima e foco
nos micro-terroirs que tão bem domina: Vinha Formal 2021, Vinha Formal 2008, Parcela Cândido 2021, Home-
nagem a David Lopes Ramos - Cercial da Bairrada - e Quinta do Ribeirinho Sercialinho 2021. Estilos diversos
mostrados em vinhos cheios de personalidade, contados através de muitas pequenas histórias que fizeram as
delícias dos presentes. No capítulo dos tintos surpreendeu logo a abrir com dois vinhos de pé franco de 2015:
Quinta do Ribeirinho Baga - solo arenoso - e Vinha das Valadas Baga. Provados lado a lado, para se perceber e
sentir a importância do local. Seguiram-se o Parcela Cândido 2021 e um dueto glorioso constituído por Vinha
Pan 2001 e Vinha Barrosa 1997, este servido em magnum (1,5L). Impressionante a forma e frescura destes vinhos,
excelência enológica daquele que é um dos grandes autores da região da Bairrada. F.M.

GRAHAM’S: QUINTAS, ADEGAS E VINHOS


Desta vez não houve o exótico sotaque britânico misturado com por-
tuense e duriense, já que não houve membros da família Symington a
apresentar a prova. Coube a liderança a Gonçalo Aragão e Brito, que fez
jus ao enorme orgulho e prazer que a família Symington tem em cuidar
e apresentar a sua jóia da coroa, a Graham’s e seus vinhos. A Graham’s
foi fundada em 1820 por dois irmãos William e James, e foi das primeiras
casas exportadoras em apostar em ter vinhas próprias, com a compra
da Quinta de Malvedos em 1890. Andrew Symington trabalhou na
Graham’s, mas deixou a empresa para fundar a sua própria companhia.
Os seus netos compraram mais tarde a Graham’s, em 1970. Os actuais
Symingtons à frente da empresa são descendentes de Andrew e sua
mulher Beatrice, cuja família estava já no negócio desde 1652. São 14 ge-
rações que passaram a viver séculos de vinho do Porto. Nesta prova,
fez-se um exame às ultimas décadas deste trajecto. Vintages Single
Quinta de Malvedos: 1999, 2008 e 2015, com este último a mostrar-se vi-
brante e encantador, ainda jovem mas já a mostrar muita patine. Do vin-
tage estrela Graham’s vieram os anos de 2003, 1994 e 1970. O 1970 é um
histórico, e sempre um prazer voltar a mergulhar na sua delicadeza e
cremosidade fresca e complexa, mas o 2003 está já num excelente mo-
mento de consumo, polido e musculado, pode vir a ser um novo 1970. Na
Graham’s os Colheita chamam-se Single Harvest Tawny Port e vieram
o 1997, 1974 e 1950. Todos excelentes, com o 1974 a brilhar pela sua conten-
ção e sofisticação, com amargor suave a equilibrar a doçura lustrosa e
lasciva. O 1950 é uma explosão de sabores e aromas, profundo, velho, en-
cantador e opulento, mas sempre sofisticado e contido. Para fechar,
tawnies com indicação de idade: 20, 30 e 40 anos: complexos e elegantes,
muito polidos e bem desenhados, com o 40 anos e marcar pela sua so-
briedade, contenção e complexidade. A fotografia da “família Graham’s”
ficou bem fixada na parede das nossas memórias. L.A.

82 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3
PROVAS ESPECIAIS VINHOS & SABORES

NICOLAU DE ALMEIDA, UMA FAMÍLIA, CARTUXA, UM CLÁSSICO DO ALENTEJO


A MESMA PAIXÃO A Fundação Eugénio de Almeida foi fundada em 1963, faz agora 60 anos,
A família é muito antiga e com fortes raízes no sector do vinho. O por Vasco Maria Eugénio de Almeida, engenheiro agrónomo com exten-
seu nome começou a brilhar alto quando Fernando Nicolau de Al- sa actividade no Alentejo, em particular em torno de Évora. Deixou to-
meida criou o Barca Velha na Casa Ferreirinha. O seu filho João dos os seus bens para que fosse continuado o seu trabalho de apoio social
foi mandado para Bordéus para estudar enologia e regressou, ten- e desenvolvimento educativo na região. Muito preocupado com o pa-
do estado 40 anos à frente da enologia da casa Ramos Pinto. Por trimónio histórico edificado, Eugénio de Almeida empenhou-se na re-
seu lado, dois dos seus três filhos foram seguir as pegadas do pai e construção e recriação do Convento da Cartuxa, que haveria de dar
estudaram também em Bordéus. De lá trouxeram conhecimen- nome a um dos vinhos mais emblemáticos da Fundação, do Alentejo e
tos e, como João (pai) afirmou na prova, trouxeram também ideias de Portugal. Assim, Pedro Baptista, enólogo principal da Fundação,
novas que foram aplicar na propriedade comprada em Foz Côa – a apresentou com orgulho 10 colheitas dos tintos Cartuxa e Cartuxa Re-
Quinta do Monte Xisto - e onde se plantou vinha em terra virgem. serva. A Fundação tem hoje 650ha de vinha própria e ainda mais 50 de
Por lá nada tinha sido alguma vez cultivado e, dessa forma, a fa- vinha arrendada, e ainda compra uvas a viticultores da região, para vi-
mília encetou uma prática de agricultura bio, facilitada por não nhos entrada de gama. Não é o caso do Cartuxa, um tinto glamouroso,
ter ninguém por perto, com vinhas convencionais. João (filho) ex- muito cobiçado pelos apreciadores. Pedro Baptista apresentou os vinhos
plicou o conceito que passa por total ausência de químicos e com dos mais antigos para os mais modernos e começou com o primeiro Car-
intenso recurso a tisanas e múltiplas ervas e flores que podem tuxa, de 1986, ainda em grande forma e a mostrar que o mito de que os
criar defesas na vinha. João (pai), incrédulo de início, está hoje vinhos do Alentejo não envelhecem bem não tem qualquer fundo de
convertido. Explicou também a semelhança entre a enologia e o verdade. À pergunta, Pedro respondeu que “os vinhos do Alentejo real-
golf, algo surpreendente para quem não pratica, mas deu para mente nascem mais cedo, mas não morrem mais cedo. Os taninos são
perceber que sem um bom swing não se chega lá. Os vinhos da- suaves, mas estão lá na mesma.” Quase com 40 anos, o 1986 mostra viva-
dos à prova foram de três famílias: dois vinhos do Porto, um bran- cidade e expressividade, com final vibrante. As castas do Cartuxa eram
co Extra Seco Leve, uma categoria rara no sector, um Vintage na altura Aragonez, Alfrocheiro, Tinta Caiada, Moreto, Trincadeira e
Nicolau de Almeida de 2019 (enquanto se espera pela chegada do Castelão, com predominância das três últimas. Provámos em seguida
21), dois vinhos de parcela que procuram tirar partido das múlti- os anos de 1991, 1998 e o Reserva 1996, com destaque para a frescura e in-
plas exposições possíveis na quinta, a propriedade que agora tem tensidade do 1998, um ano na altura complicado, mas que tem mostrado
70 ha, dos quais 12 de vinha. Provámos também dois tintos – bom desempenho. Regressámos depois aos Colheita, com 2006, 2013 e
Oriente e Órbita – que apontam para um conceito de maior leveza 2015. Sempre em boa forma, com destaque para a juventude destes últi-
e pouca maceração, sempre com o “selo” da Touriga Nacional a fa- mos. Começa aqui a aparecer o Alicante Bouschet no lote. Final em pleno
zer-se sentir, e várias colheitas do Quinta do Monte Xisto, a marca com o regresso aos Reserva, que desde a colheita de 2005 são feitos todos
que nasceu em 2011 e que tem tido uma enorme consistência de os anos. 2008 o vinho da noite, com 15 anos cheios de juventude, muito
qualidade, mantendo um perfil que é o resultado da combinação, lustroso e polido, harmonioso. 2011 e o jovem 2017, acabado de sair para o
actualmente muito usada na região, das castas Touriga Nacional mercado foram um final em pleno. Com enfase no Alicante Bouschet e
e Touriga Francesa. O nome da família vai, ainda bem, continuar Aragonez e estágio em barricas de madeira durante mais de um ano,
no sector. J.P.M. firmes, rijos, muito jovens ainda, vão crescer muito em garrafa. L.A. GE

84 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3
A ESCOLHA DO MESTRE
SARIEGÁB SAD ATNIUQ

86 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3
DIRCEU VIANNA JUNIOR MW

A ARTE DO LOTE
Produtores e enólogos vêm aperfeiçoando a arte do lote ao longo de séculos, explorando a enorme

variedade de castas disponíveis, as uvas de diferentes parcelas com solos, exposição solar e altitudes

distintas, ou utilizando vinhos eleborados segundo diversas técnicas de vinificação. Sempre com um

objectivo em mente: alcançar um vinho mais completo e equilibrado.

FOTOS ARQUIVO

criação de um bom lote é obtida através da sobre- De certa forma, é possível considerar a maioria dos vinhos como
posição de componentes com atributos únicos vinhos de lote, pois mesmo no caso de um ‘Single Vineyard’ a fru-
usados para melhorar aspectos como cor, frescu- ta é oriunda de diferentes partes do vinhedo cujo microclima es-

A
ra, estrutura ou adicionar características específi- pecífico irá adicionar nuances ao resultado final.
cas de frutas ou especiarias com a finalidade de Exceptuando alguns casos específicos, como o vinho do Porto, an-
realçar sabor, ganhar complexidade, aperfeiçoar o tes do século XX, quando as leis que supostamente governavam a
equilíbrio e dar ao vinho melhor qualidade. Fazer o ‘lote’ ou ‘blend’ produção de vinhos raramente eram respeitadas, o acto de fazer
é simplesmente o acto de misturar diferentes vinhos com o objec- lote em vinhos tranquilos tinha pouco a ver com qualidade, che-
tivo de obter um produto cuja soma das partes é superior às par- gando mesmo a ser utilizado para fins comerciais ilícitos. Fazer
tes individuais. um lote era algo visto como suspeito, quase uma falsificação. Ac-
Em épocas distantes, diferentes castas eram misturadas na mes- tualmente, o acto de fazer um lote é frequentemente utilizado
ma parcela como uma espécie de seguro contra pragas, doenças, como uma ferramenta para oferecer um produto de qualidade
guerra ou desafios da natureza, com o objetivo de proporcionar superior.
um rendimento regular. Através desse método, ainda utilizado Os vinhos de lote elaborados hoje foram lapidados ao longo dos
hoje, uvas provenientes de vinhedos mistos, conhecidas como anos e o método de eleboração sobreviveu ao teste do tempo pelo
“field blends”, são colhidas, esmagadas e fermentadas em conjun- facto de ter produzido bons resultados. O interesse dos consumi-
to. Os resultados são menos previsíveis e precisos, mas a combi- dores por vinhos distintos tem incentivado os produtores portu-
nação dos diferentes estágios de maturação ajuda proporcionar gueses a lançar vinhos monovarietais, o que tem ajudado viticul-
equilíbrio e complexidade. tores e enólogos a compreender o extraordinário potencial de

GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 87
A ESCOLHA DO MESTRE
EÃMAGEDA

castas menos conhecidas. A herança histórica, experiência e o extraor- pação em manter certo estilo ou perfil pré-determinado da marca, le-
dinário número de variedades encontradas no território português ofe- vando em consideração as características do público-alvo. Por outro
recem um número invejável de componentes que permitem aos produ- lado, vinhos premium exigem, além de harmonia, tipicidade e alta qua-
tores demonstrar criatividade e gerar alguns dos melhores e mais lidade, a capacidade reflectir as características da colheita e do terroir.
interessantes vinhos de lote do mundo. Alguns desses vinhos são mis- Como refere Luís Sottomayor, director de enologia da Sogrape no Dou-
turas regionais clássicas bem estabelecidas, outros são vinhos inco- ro, o lote de um vinho de alta qualidade precisará de componentes com
muns, exóticos, capazes de surpreender os paladares mais exigentes. mais amplitude e complexidade e, como tal, vai necessitar uma gama de
aromas e sabores mais diversos.

ESTILOS E SEGMENTOS
A arte do lote é vital tanto na produção dos vinhos mais ambiciosos OS DESAFIOS DO LOTE
quanto na criação de vinhos para o dia à dia. Para vinhos mais simples, São vários os desafios na hora de fazer um lote, desde limitações de com-
o lote pode ajudar mitigar imperfeições e suavizar diferenças entre as ponentes, fatores logísticos, espaço e estabilidade química, dentre outros.
vindimas, conferindo consistência. Eis porque, na maioria dos países Carlos Lucas descreve o lote como a combinação de três factores: inspi-
europeus, a legislação permite a adição de até 15% de uma colheita, casta ração, habilidade técnica e experiência. Todos são cruciais para se obte-
ou origem diferente da que está especificada no rótulo. Carlos Lucas, rem vinhos equilibrados e elegantes. Explicado de forma simples, Luís
enólogo e CEO da Empresa Magnum, acredita que fazer um lote para Sottomayor acredita que manter o equilíbrio entre as distintas varieda-
um vinho de entrada de gama pode muitas vezes ser um grande desafio, des de uva e, ao mesmo tempo, permitir que as mesmas expressem seus
no sentido em que se torna importante adicionar um elemento vital na aromas e demonstrem as suas características, são os principais desafios.
equação, ou seja, volume. Não basta apenas ir ao encontro do vinho pre- Na opinião de Pedro Correia o aspecto mais desafiante é tentar encon-
tendido, mas é preciso levar em consideração as respectivas quantida- trar uma combinação perfeita entre os diferentes componentes, de modo
des disponíveis e avaliar o que é possível fazer. A exigência de quantida- que, o resultado seja melhor do que as partes individuais. Além disso,
de e consistência que existe no segmento dos vinhos dos primeiros caso haja um perfil organoléptico a manter, o desafio é chegar ao mesmo
escalões de preço pode tornar o processo de execução de lote desafiante e resultado partindo de um conjunto de componentes diferentes ano após
envolvente. ano. Dependendo do estilo do vinho, existem parâmetros que se tornam
Para Pedro Correia, enólogo chefe dos vinhos Douro da Symington, fa- mais relevantes na hora de executar o lote. De acordo com Carlos Lucas,
zer lotes para vinhos de entrada de gama significa demonstrar preocu- a cor é algo importante a considerar independentemente do estilo, mas

88 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3
A ESCOLHA DO MESTRE
AULAF

quando se trata de um vinho tinto é crucial pensar também na estrutu- abstrair-se de uma prova muito técnica e prefere pensar em como agra-
ra e taninos da mesma forma que quando se trata de um branco, espu- dar o consumidor final. Para Pedro Correia, o segredo é nunca ter pres-
mante e rosé é importante considerar o perfil aromático e acidez acima sa, ponderar decisões, dar tempo de modo a não tomar decisões precipi-
de tudo. Fazer um lote para espumantes, para Carlos Lucas, constitui tadas. Luís Sottomayor diz que “seguir a intuição” é um dos melhores
uma arte bastante mais especifica (e, também, especializada). O objecti- conselhos que já lhe foi dado.
vo é iniciar com uma base neutra e isso requer do enólogo experiência e
capacidade de previsão, visto que o vinho ainda deve passar pela segun-
da fermentação, período de envelhecimento, seguido pelo ‘degorgement’ AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
e adição do ‘licor de expedição’; tudo isso vai alterar o vinho radicalmen- Melhor análise de parâmetros enológicos e novas tecnologias laborato-
te antes de ele chegar ao mercado. riais tem resultado em vinhos de lote de maior precisão e qualidade.
Já para Pedro Correia, é importante ter em conta se o vinho tem data de Luís Sottomayor complementa dizendo que a grande evolução que
colheita, caso em que o blend deve reflectir as características do ano; ou aconteceu nos últimos anos está relacionada com a experiência pessoal
caso se trate de uma mistura de anos (como acontece num Porto tawny, que torna os enólogos mais aptos e confiantes no seu trabalho, o que con-
por exemplo), será fundamental manter inalterado, em cada engarrafa- sequentemente gera maior índice de sucesso. Para Pedro Correia o
mento, o estilo e perfil da marca ou produtor. aprofundamento do conhecimento das castas, de como evoluem e a ca-
pacidade de integração de cada uma delas tem contribuído significante-
mente para elaboração de vinhos cada vez melhores e mais profundos.
EXERCENDO CONTROLO Já Carlos Lucas defende que, actualmente, é possível fazer lotes com
Para assegurar sucesso é importante que o enólogo tenha o objetivo cla- mais convicção e com características que permitem ao vinho manter-
ro antes da fruta chegar na adega e que desde o início esteja no controle -se na garrafa durante mais tempo.
do processo. Luís Sottomayor considera mais vantajoso fazer o lote o Entretanto, as mudanças climáticas que estamos observando nos últi-
mais cedo possível para que o vinho já nasça com seus componentes li- mos anos vão requerer capacidade de adaptação. Além de mudança no
gados, o que pode acontecer mesmo na cuba onde irá fermentar, salvo perfil da fruta, devemos esperar, também, colheitas irregulares, e que as
algumas excepções, pois acredita que sua harmonia será melhor, mais castas mais frágeis desapareçam. Carlos Lucas prevê que castas capa-
natural e equilibrada. Pedro Correia prefere manter os componentes se- zes de suportar as ameaças climatéricas, e oferecer rendimento adequa-
parados ou fazer uma junção parcial e acompanhar a evolução do lote do, ganharão muito maior expressão, tanto a nível varietal como em lo-
por cerca de 12 meses dando tempo para uma melhor consolidação da tes. Isso vai exigir mais investigações das castas autóctones, muitas
matriz para então fazer nova avaliação antes de definir o blend final, delas ainda não devidamente estudadas. Os lotes serão dominados por
evitando engarrafar demasiadamente cedo. Carlos Lucas recomenda castas mais resistentes ao calor, não tanto por estilo, mas por necessida-

90 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3
A ESCOLHA DO MESTRE

de. Luís Sottomayor concorda que será imprescindível conhecer 18 €60 B


melhor as castas, suas características e principalmente como res-
pondem às diferentes condições climatéricas, mas acrescenta que
ARCHÉ
Alentejo branco 2020
Portugal, devido ao seu terroir tão heterogéneo, terá a possibilida- HERDADE DO SOBROSO
de de misturar uvas oriundas de locais com exposições e altitudes Antão Vaz e Arinto. Aromas pungentes incluem notas de frutas de
distintas para obter o resultado esperado. caroço, brioche, feno, e nuances f lorais. Na boca revela-se um
vinho encorpado, com excelente concentração de frutas, textura
sedosa e frescura assertiva que assegura harmonia e providencia
um final extremamente persistente e refrescante. (13%)
PORTUGAL E OS LOTES DO FUTURO
A arte de fazer vinhos de lote teve origem há seculos desde quan-
do vinhas plantadas com muitas castas, brancas e tintas, serviam
18 €13,50 B
como uma garantia contra desastres naturais e calamidades. PEDRA CANCELA
Dão Reserva branco 2020
Crescente investigação, desenvolvimento das técnicas de viticul-
LUSOVINI
tura e métodos de vinificação modernos proporcionam hoje aos Malvasia Fina e Encruzado. Um vinho para ser apreciado por
quem gosta de elegância e subtileza ao invés de potência. Puro,
preciso, com aromas contidos e elegantes de citrinos, maçã
e padaria. Na boca é seco, assertivo, com notas minerais. Os
componentes estão todos em perfeito equilíbrio e prometem
envelhecer graciosamente. Incrível relação qualidade/preço.
(13,5%)

18 €37 B
QUINTA DAS BÁGEIRAS PAI ABEL
Bairrada branco 2019
QUINTA DAS BÁGEIRAS
Maria Gomes e Bical. Um estilo de vinho distinto e com enorme
personalidade, exibindo notas de maçã, citrinos, feno e f lores
secas, positivamente oxidativo. Excelente concentração, com
textura sedosa e, apesar do álcool elevado, mostrando belo
equilíbrio com óptima frescura e final de boca longo. (14,5%)

18 €35,95 B
QUINTA DA EXTREMA EDIÇÃO II
Douro branco 2017
COLINAS DO DOURO
Encruzado e Rabigato. Um vinho elegante, vibrante e
surpreendentemente jovem apesar de sua idade. Aromas
atraentes incluem notas de peras maduras, toranja, f lores
silvestres, maçãs e massa de pão fresca. Leve e equilibrado,
crocante, com textura sedosa, baixo teor de álcool e final de
boca longo e refrescante. (12,5%)

17,5 €59 A
ADEGA MAE TERROIR
Reg. Lisboa branco 2017
ADEGAMÃE
Viosinho e Arinto. Subtil e elegante, mas com muita
personalidade, inclui aromas de maçãs, pêssegos, citrinos,
nuances f lorais e especiarias doces. Na boca revela-se um vinho
encorpado, cremoso com excelente frescura atlântica e final de
boca persistente. (13%)

18,5 €55 B
QUINTA DO VESÚVIO
Douro tinto 2020
SYMINGTON FAMILY ESTATES
Touriga Nacional e Touriga Franca, sobretudo. Exuberante, polido,
preciso e convidativo com atraentes notas de cerejas maduras,
amoras, compota de mirtilo, alcaçuz. Na boca é potente,
encorpado, com excelente concentração. Maravilhosa textura,
taninos refinados e sedosos, bela frescura e final de boca
sofisticado e prolongado. (14,5%)

92 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3
A ESCOLHA DO MESTRE

produtores melhor controle e mais precisão na hora de fazer o 18 €87 B


lote. Os produtores portugueses, grandes mestres na arte de fazer
lote, contam com invejável número de castas para demostrar a
CONDE VIMIOSO
sua criatividade e gerar vinhos únicos, o que em muitos casos VINHA DO CONVENTO
DoTejo tinto 2017
pode significar uma vantagem comercial formidável. Para con- FALUA
sumidores que buscam algo diferente e autêntico, é inegável que 45% Touriga Nacional, 30% Cabernet Sauvignon e 25%
os vinhos portugueses oferecem excelentes alternativas. No en- Castelão. Potente, denso, complexo, com excelente intensidade,
tanto, os desafios impostos pelas mudanças climáticas certamen- amora, mirtilo, cassis, chocolate, violetas e especiarias doces.
Encorpado, musculado, bela concentração de fruta, taninos finos
te exigirão adaptações por parte dos produtores para conseguir e sofisticados ao lado de perfeita acidez que confere harmonia e
manter o estilo, qualidade e a consistência dos vinhos no futuro. persistência. (14,5%)
Para que isso aconteça é crucial investir tempo, energia e recur-
sos agora. É preciso aprimorar ainda mais a compreensão sobre o
comportamento das castas para que no futuro os produtores por-
18 €27,90 B
tugueses continuem sendo os mestres da arte do lote. GE LV LOBO DE VASCONCELLOS
Reg. Alentejano Reserva tinto 2019
LOBO DE VASCONCELLOS WINES
Syrah, Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon e Touriga
Nacional. Aromas muito convidativos, incluindo frutos silvestres,
violetas, compota de amora e nuances de especiarias. Vibrante,
jovem, com encantadora pureza de frutas. Na boca mostra-se
maduro, sumarento e um leve toque balsâmico confere bastante
complexidade. (14,5%)

18 €50 B
QUINTA DA LEDA
Douro tinto 2019
SOGRAPE VINHOS
Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinto Cão e Tinta Roriz. Muito
carácter e complexidade, mirtilos, ameixas maduras, chocolate
amargo, especiarias doces, um toque balsâmico. Possui
excelente concentração de fruta, equilibrada com boa frescura,
sofisticado, com textura sedosa e taninos firmes, mas refinados,
que prometem longevidade. (13,5%)

18 €46 B
RIBEIRO SANTO VINHA DA NEVE
Dão tinto 2016
MAGNUM – CARLOS LUCAS VINHOS
Excelente pureza incluindo frutas negras, violetas, caixa de
charuto, terra húmida. Na boca apresenta grande concentração
de fruta e frescura vibrante, além de taninos refinados de grãos
finos, toque de alcatrão, final balsâmico e intenso, notas de
chocolate amargo. (14%)

18 €59 B
TABOADELLA GRANDE VILLAE
Dão tinto 2019
TABOADELLA
Alfrocheiro, Touriga Nacional e Tinta Roriz. Jovem, vibrante
e convidativo, exibindo aromas de frutos silvestres, cedro,
terra húmida, violetas e ervas exóticas. Na boca é vibrante,
harmonioso, com taninos sedosos, excelente frescura seguida
por um final de boca longo e complexo. (14%)

17,5 €43 B
MONTE BRANCO
Reg. Alentejano tinto 2018
LUÍS LOURO
Alicante Bouschet e Aragonez. Jovem, polido, de perfil moderno,
com excelente intensidade de frutas incluindo amoras, mirtilo
e notas de compota. No palato resulta um vinho exuberante,
concentrado, com taninos finos e notavelmente firmes, junto com
boa acidez. Muito bem estruturado e feito para durar. (14%)

94 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3
CONCURSO

RENATA TAVARES PEDRO CRUZ GOMES JOÃO PEDRO RATO M. JOÃO VIEIRA PINTO
VIVA O VINHO GASTROSSEXUAL MUTANTE MARKETEER

SÉRGIO COSTA LOPES ISABEL MARTINS EMANUEL TAVARES FERNANDO BLASCOS


CONTRA RÓTULO VIDA RURAL VIVA O VINHO WINEFAN

ESCOLHA DA

IMPRENSA
2023

LUIS GRADÍSSIMO PAULO ABREU ALEXANDRA COSTA MÁRIO RODRIGUES


ENÓPHILO MEIA GAIOLA FREELANCER ALIVE TASTE

MIGUEL FERREIRA AGOSTINHO PEIXOTO FERNANDO MELO ANDRÉ MAGALHÃES


A LEI DO VINHO RADIALISTA EVASÕES PAIXÃO PELO VINHO

96 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3
SOFIA FERREIRA LUÍS MANUEL SILVA DIEGO ARMÉS JORGE NUNES
FREELANCER THE PORTUGUESE WINE EXPERIENCE GQ JOLI WINE & FOOD

RAUL LUFINHA PEDRO MIRANDA JOÃO BARBOSA ANTÓNIO MENDES NUNES


MESA DO CHEFE SÁBADO FREELANCER PAIXÃO PELO VINHO

Organizado pela Grandes Escolhas, o Escolha da Imprensa passando pelos blogs, magazines e websites. Não fechar a

é um concurso de vinhos original, no qual uma publicação apreciação dos vinhos aos circuitos da crítica especializada

especializada convida colegas de outros órgãos de e alargar o âmbito da sua divulgação a todas as plataformas

comunicação social a provar e premiar o que de melhor se disponíveis, são os dois principais objectivos deste

faz no país, totalmente às cegas. Na edição de 2023, foram concurso, cujos vencedores de 2023 foram anunciados no

inscritos 500 vinhos na competição, avaliados no dia 19 de evento Vinhos & Sabores deste ano, numa cerimónia de

Setembro por um júri de 32 elementos vindos de meios entrega de diplomas conduzida por João Geirinhas, director

de comunicação variados, das revistas e jornais à rádio, de negócio, e Luís Lopes, director editorial.

CARLOS JANEIRO FÁTIMA MOURA JOSÉ LUÍS ARAÚJO FILIPA TEIXEIRA


COMER, BEBER E LAZER FOOD WRITER GAZETA RURAL SÁBADO

RUI CAROÇO DOS SANTOS MIGUEL PEIXOTO MARGARIDA VAQUEIRO LOPES RITA AVELAR
WINE WRITER RDP EXAME MÁXIMA/MUST

GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 97
GRANDE PRÉMIO ESCOLHA DA IMPRENSA

ESPUMANTES

MARQUÊS DE MARIALVA MONTANHA GRANDE MURGANHEIRA VINTAGE


CUVÉE PRIMITIVO CUVÉE Távora-Varosa Espumante branco 2014
SOC. AGR. COM. DO VAROSA
Bairrada Espumante branco 2015 Bairrada Espumante Chardonnay/Arinto branco 2018
ADEGA COOP. DE CANTANHEDE CAVES DA MONTANHA
Referência de primeira grandeza, o Murganheira
Vintage é feito com Pinot Noir. Apresenta grande
O Arinto é uva polivalente e este espumante, com Casa com largas tradições neste tipo de vinho, delicadeza aromática, com a fruta subtil a revelar
60 meses de estágio, isso evidencia. No aroma a Montanha pegou num blend de castas com um estilo de enorme complexidade e finura, pão
sobressaem as notas de tostados, biscoito, farinha, créditos firmados para fazer um espumante fino torrado e fruta de qualidade. Com mousse muito
ao lado da fruta citrina e leve vegetal seco. Bolha e elegante, com apontamentos de citrinos, maçã delicada, tem acidez perfeita e notável equilíbrio
viva e fina, com sabor cremoso, envolvente, e biscoito. A textura é cremosa, conjugando de boca.
seco (é bruto natural) e cheio de sabor. Fresco e juventude e estágio em garrafa, o sabor fresco,
poderoso no final. terminando complexo e persistente.

BRANCOS

AVELEDA SOLOS QUINTA DO CARDO QUINTA DO PARAL


DE GRANITO Beira Interior Grande Reserva branco 2021
QUINTA DO CARDO
Reg. Alentejano Reserva branco 2020
HERDADE TINTO E BRANCO
Vinho Verde Alvarinho branco 2021
AVELEDA
De vinhas antigas de Síria, em modo biológico O perfil mais “internacional”, assente nas castas
fermentou em barricas novas e usadas de 500 Chardonnay e Sauvignon Blanc, não lhe esconde
A Aveleda tem vindo a desenvolver importante litros. Os fumados da madeira estão perfeitamente o carácter Vidigueira, patente nas notas de
trabalho no estudo desta casta em diversos integrados com a fruta, laranja e melão, num pederneira que amparam a fruta citrina, f lor de
ambientes, de solo e clima. Aqui revela certa registo volumoso, mas muito firme e pleno de laranjeira, leve fumado. Excelente cremosidade
austeridade de aroma, notas vegetais e de frescura. No largo final, sofisticado e elegante, associada a vibrante acidez que refresca e
pimenta branca, “explodindo” depois na boca, perdura a casca de laranja. prolonga o final.
com muita fruta citrina, estrutura e amplitude.
Muito cremoso, fresco e sedutor.

ROSÉS

DONA ANINHAS MATEUS DRY SELECTION PAÇO DOS INFANTES


Reg. Lisboa Reserva rosé 2022 Bairrada rosé 2022 Alentejo Touriga Nacional rosé 2022
MULTIWINES SOGRAPE VINHOS HERDADE DA LISBOA
Este rosé de Touriga Nacional, Merlot e Castelão, O Mateus “normal” sempre foi um rosé de Bonita cor de casca de pêssego. Sugestões
mantém nesta colheita a elevada consistência referência, pela sua “limpeza”, equilíbrio e aromáticas de framboesa e tangerina num registo
qualitativa da marca. Pálido na cor, muito delicado pureza de fruta. O Dry Selection tem tudo isso e de elegância e frescura. Acidez crocante e textura
e elegante no aroma, fruta vermelha bonita, muito mais, num perfil naturalmente mais sério, muito macia, num conjunto suculento e saboroso
damasco, um toque de fósforo a dar carácter. Na seco, a fruta sempre presente equilibrada por que deixa um rasto de frescura num final bem
boca é leve, mas intenso, com acidez refrescante perfeita acidez, num registo leve, convidativo, persistente. Um belo exemplo da casta em versão
no final. imensamente sedutor. rosé.

98 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3
TINTOS

ESPORÃO PRIVATE QUINTA DA BACALHÔA VALLADO VINHA


SELECTION Reg. Península de Setúbal Cabernet Sauvignon
tinto 2018
DA COROA
Alentejo Garrafeira tinto 2019 Douro tinto 2020
BACALHÔA VINHOS DE PORTUGAL
ESPORÃO QUINTA DO VALLADO
Feito, como habitualmente, com Aragonez, Touriga Com um “cheirinho” de Merlot num lote De vinha velha com 27 castas e exposição norte,
dominado pelo Cabernet, são as notas vegetais e
Franca e Alicante Bouschet, tem aroma profundo tem cor rubi aberta e aroma austero, com atractivo
e complexo, com alcaçuz, tabaco, cereja, ameixa, apimentadas desta última casta que sobressaem toque vegetal envolvendo a fruta silvestre, muita
no aroma, ao lado de bagas silvestres maceradas,
fumo e especiaria. A prova é dominada pela especiaria, notas terrosas e tostadas também. Na
elegância e frescura, com taninos e acidez em musgo, balsâmicos. Sabor clássico, com boca sente-se um Douro de perfil clássico, seco,
taninos vigorosos bem envolvidos, enorme
perfeito equilíbrio. Clássico e sofisticado ao sério, com uma certa rusticidade a dar muito
mesmo tempo. prolongamento e elegância. carácter.

FORTIFICADOS

ALAMBRE BARROS JUSTINO’S


Moscatel de Setúbal 20 anos Porto Colheita Tawny 1974 Madeira Malvasia Colheita 1997
JOSÉ MARIA DA FONSECA SOGEVINUS FINE WINES JUSTINO’S MADEIRA WINES
Muitos tons esverdeados no copo, enorme Mostra uma belíssima profundidade aromática, Enorme intensidade e complexidade aromática,
riqueza aromática, com farripa de laranja, frutos característica dos Colheita deste ano, com notas notas de bolo de mel, figos secos, caramelo,
secos, compotas e mel, mas sem perder frescura de licores, amêndoas, avelãs, tofa e tabaco. A chá, ervas aromáticas, madeira exótica, sempre
e elegância. Excelente volume, com acidez untuosidade e cremosidade de boca é equilibrada com elegância e pureza. Levíssima sugestão
refrescante, um Moscatel acetinado, gordo e por excelente acidez, num registo elegante, fino, de “vinagrinho” dá frescura gigante à boca
macio que deixa um rasto citrino no final preciso sofisticado e muito longo. No final, perduram naturalmente doce, com final muito longo, macio e
e interminável. citrinos e frutos secos. envolvente. Um clássico.
GRANDE PRÉMIO ESCOLHA DA IMPRENSA

● HERDADE ALDEIA DE CIMA REG.


ALENTEJANO GARRAFEIRA 2020
ESPUMANTES BRANCOS Herdade Aldeia de Cima
● ADEGA MAYOR REGIONAL ● HERDADE CANAL CAVEIRA
● ADEGA PONTE DE LIMA VINHO ALENTEJANO ARINTO 2022 REG. PENÍNSULA DE SETÚBAL
VERDE LIMA LOUREIRO Adega Mayor CHARDONNAY E SAUVIGNON
Adega Cooperativa de Ponte de Lima BLANC RESERVA 2021
● ALVARINHO DEU-LA-DEU Herdade Canal Caveira
● GÉGÉ ROSÉ HISTÓRICO VINHO VERDE MONÇÃO
Quinta de Lemos E MELGAÇO 2017 ● HERDADE DA CAPELA ALENTEJO
Adega Cooperativa e Regional de GRANDE RESERVA 2019
● LUIZ COSTA 6ª EDIÇÃO BAIRRADA Monção Casa Clara
Caves São João
● ANSELMO MENDES PRIVATE VINHO ● HERDADE DO ESPORÃO REG.
● MURGANHEIRA TÁVORA-VAROSA VERDE LOUREIRO 2020 ALENTEJANO PRIVATE SELECTION
CUVÉE RESERVA ESPECIAL 2008 Anselmo Mendes 2021
Sociedade Agrícola e Comercial do Esporão
Varosa ● BARÃO DO HOSPITAL VINHO
VERDE MONÇÃO E MELGAÇO ● LAGOALVA DOTEJO ARINTO E
● QUINTA DO CERRADO DÃO ROSÉ ALVARINHO RESERVA 2020 CHARDONNAY RESERVA 2022
RESERVA 2016 Falua Quinta da Lagoalva Vinhos
União Comercial da Beira
● ● BORGES ESTAGIADO EM BORRAS ● HUMANITAS REG. ALENTEJANO
● RAPOSEIRA VELHA RESERVA FINAS VINHO VERDE ALVARINHO RESERVA 2021
Caves da Raposeira 2022 Vinha das Virtudes
Sociedade dos Vinhos Borges
● VIA LATINA VINHO VERDE ● MARQUÊS DE MARIALVA BAIRRADA
Vercoope ● CASA DE SANTAR VINHA DOS BICAL RESERVA 2021
AMORES DÃO ENCRUZADO 2019 Adega Cooperativa. de Cantanhede
Sociedade Agrícola de Santar
● MINGORRA REG. ALENTEJANO
● CASA ERMELINDA FREITAS RESERVA 2022
REG. PENÍNSULA DE SETÚBAL H. Uva
SAUVIGNON BLANC E VERDELHO
2022 ● MONTE DAS BAGAS DE OURO REG.
Casa Ermelinda Freitas ALENTEJANO RESERVA 2020
Monte das Bagas de Ouro
● CASA SANTA EULÁLIA TERROIR
VELHO MUNDO REG. MINHO ● MORGADO DE BUCELAS CUVÉE 2022
ALVARINHO 2020 Sociedade Agrícola Boas Quintas
Casa Santa Eulália
● ODE DOTEJO ARINTO 2022
● CHOCAPALHA REG. LISBOA Ode Winery
RESERVA 2022
Casa Agrícola das Mimosas ● PAULO LAUREANO VINHAS
VELHAS ALENTEJO VIDIGUEIRA
● COLARES CHITAS COLARES 2019 PRIVATE SELECTION 2019
António Bernardino Paulo da Silva PL Wines
● COLECÇÃO PRIVADA DSF ● PEDRA SÓ BAIRRADA BICAL E
REG. PENÍNSULA DE SETÚBAL ARINTO RESERVA 2021
VERDELHO 2022 Idálio de Oliveira Estanislau
José Maria da Fonseca
● PORTAL DO FIDALGO VINHO VERDE
● DOM VICENTE DÃO RESERVA 2021 MONÇÃO E MELGAÇO ALVARINHO
Artemis 2022
Provam
● DONA PAULETTE DÃO 2019
Quinta de Lemos ● QUINTA DA BACALHÔA REG.
PENÍNSULA DE SETUBAL 2022
● ERUPTIO PICO ARINTO DOS AÇORES Bacalhôa Vinhos de Portugal
2021
Adega Cooperativa do Pico ● QUINTA DA FOLGOROSA REG.
LISBOA SAUVIGNON BLANC 2021
● FREIXO REG. ALENTEJANO Quinta da Folgorosa
RESERVA 2021
Herdade do Freixo ● QUINTA DA REDE DOURO GRANDE
RESERVA 2019
● GRAINHA DOURO RESERVA 2021 José da Fonseca Alves
Quinta Nova de Nossa Senhora do
Carmo ● QUINTA DO AMEAL VINHO VERDE
RESERVA 2020
Quinta do Ameal

100 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3


1000
GRANDE PRÉMIO ESCOLHA DA IMPRENSA

● QUINTA DO NOVAL DOURO


RESERVA 2021
Quinta do Noval
● QUINTA DO REGUEIRO PRIMITIVO
VINHO VERDE MONÇÃO E
MELGAÇO 2021
Quinta do Regueiro
● RAVASQUEIRA HERITAGE REG.
ALENTEJANO 2019
Ravasqueira Vinhos
● RÉGIA COLHEITA ALENTEJO
RESERVA 2022
CARMIM
● SOALHEIRO GRANIT VINHO VERDE
MONÇÃO E MELGAÇO 2022
Vinusoalleirus
● SOITO DÃO ENCRUZADO RESERVA
2021
Soito Wines
● SONHADOR REG. ALENTEJANO 2021
Howard’s Folly
● SOULMATE DOURO ALVARINHO
GRANDE RESERVA 2021
Cortes do Tua
● TAPADA DE COELHEIROS ALENTEJO
2020
Herdade de Coelheiros
● TERRA A TERRA DOURO RESERVA
2022
Quanta Terra
● TERRAS DE FELGUEIRAS VINHO
VERDE ALVARINHO 2022
Vercoope
● TERRAS DO GRIFO DOURO
SUPERIOR GRANDE RESERVA 2019
Rozès
● TERRAS DO PÓ REG. PENÍNSULA DE
SETÚBAL RESERVA 2021
Casa Ermelinda Freitas
● TERRAS MADRE DE ÁGUA DÃO
SERRA DA ESTRELA BICAL 2022
Madre de Água
● VAL MOREIRA DOURO RESERVA 2021
Quinta do Val Moreira
● VALLEGRE DOURO RESERVA
ESPECIAL 2020
Vallegre
● VILLA OLIVEIRA DÃO SERRA DA
ESTRELA ENCRUZADO 2020
O Abrigo da Passarela
● VINEADOURO DOURO SPECIAL
EDITION 2021
Vineadouro
● VINHA DOS AARDS PICO 2020
Azores Wine Company

102 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3


(rede fixa nacional)
GRANDE PRÉMIO ESCOLHA DA IMPRENSA

● CASTELLO DE NUMÃO SIGNATURE ● MONTE BRANCO ALENTEJO


ROSÉS DOURO 2019 ESTREMOZ ALICANTE BOUSCHET
Winewalkers 2020
Luís Louro
● ADEGA PONTE DE LIMA VINHO ● CONDE D’ERVIDEIRA ALENTEJO
VERDE 2022 PRIVATE SELECTION 2019 ● MONTE DA RAPOSINHA REG.
Adega Cooperativa de Ponte de Lima Ervideira ALENTEJANO GRANDE RESERVA
● ARRIBAS DO DOURO 2022 2019
● CONDE VIMIOSO REG. TEJO Monte da Raposinha
Porttable RESERVA 2020
Falua ● MONTES CLAROS ALENTEJO
● BACALHÔA ROXO PENSÍNSULA DE
SETÚBAL 2022 GARRAFEIRA 2017
● DONA ERMELINDA REG. PENÍNSULA Adega Cooperativa de Borba
Bacalhôa Vinhos de Portugal DE SETÚBAL GRANDE RESERVA
● BONS ARES REG. DURIENSE 2022 2020 ● PALA PINTA DOURO 2020
Casa Ermelinda Freitas Maçanita Vinhos
Ramos Pinto
● EA REG. ALENTEJANO 2022
● DONA GEORGINA DÃO 2015 ● PALATO DO CÔA DOURO GRANDE
Quinta de Lemos RESERVA 2016
Fundação Eugénio de Almeida
5 Bagos
H.O Matrona Douro 2022
● DONA MARIA ALENTEJO GRANDE
MWC RESERVA 2018 ● PASSADOURO DOURO RESERVA 2019
Júlio Bastos Quinta do Passadouro
● MONTE VELHO REG. ALENTEJANO
2022
● FONTANÁRIO DE PEGÕES VINHAS ● PEDRA SÓ BAIRRADA BAGA
Esporão VELHAS PALMELA 2016 RESERVA 2019
Cooperativa Agrícola Santo Isidro de Idálio de Oliveira Estanislau
● RAVASQUEIRA HERITAGE REG. Pegões
ALENTEJANO 2022
● PINTAS CHARACTER DOURO 2021
Ravasqueira Vinhos
● FONTE DO OURO GRANDE RESERVA Wine & Soul
2018
● TORRE DE PALMA REG. Sociedade Agrícola Boas Quintas ● QUINTA DA BIAIA BEIRA INTERIOR
ALENTEJANO 2022 RESERVA 2018
Torre de Palma
● FOZTUA DOURO GRANDE RESERVA Domínios do Interior
2019
Foz do Tua ● QUINTA DA BOA ESPERANÇA REG.
LISBOA ALICANTE BOUSCHET 2018
● FREIXO ALENTEJO RESERVA 2020 Quinta da Boa Esperança
Herdade do Freixo
● QUINTA DA BOAVISTA VINHA DO
● GRAND’ARTE REG. LISBOA PINOT ORATÓRIO DOURO 2019
TINTOS
NOIR 2020 Sogevinus Fine Wines
DFJ Vinhos
● QUINTA DA BOAVISTA VINHA DO
● 1808 PORTUGAL FIELD BLEND REG. ● GRANDE ROCIM ALENTEJO UJO DOURO 2019
ALENTEJANO GRANDE RESERVA RESERVA 2021 Sogevinus Fine Wines
2017 Rocim
Casca Wines ● QUINTA DA COSTA DAS
● HERDADE DO PESO ALENTEJO AGUANEIRAS DOURO 2018
● ADEGA MAYOR RESERVA DO RESERVA 2019 Lavradores de Feitoria
COMENDADOR REG. ALENTEJANO Sogrape Vinhos
2019 ● QUINTA DA TERRUGEM REG.
Adega Mayor ● HERDADE PAÇO DO CONDE REG. ALENTEJANO 2017
ALENTEJANO RESERVA 2018 Aliança Vinhos de Portugal
● ADEGAMÃE REG. LISBOA RESERVA Sociedade Agrícola Encosta do
2017 Guadiana ● QUINTA DE VENTOZELO LOCI
AdegaMãe DOURO 2020
● HERDADE SÃO MIGUEL THE Quinta de Ventozelo
● ALMA DE LISBOA REG. LISBOA FRIENDS COLLECTION REG.
RESERVA 2019 ALENTEJANO ● QUINTA DO PARAL ALENTEJO
Adega São Mamede Casa Relvas VIDIGUEIRA SUPERIOR 2019
Herdade Tinto e Branco
● CABEÇA DE TOIRO RESERVA ● HUMILITAS REG. ALENTEJANO
PRIVADA DOTEJO ALICANTE TOURIGA NACIONAL RESERVA 2018 ● QUINTA DO PETO DOURO GRANDE
BOUSCHET 2018 Vinha das Virtudes RESERVA 2019
Enoport Wines Epordouro Family Estates
● MAMORÉ DE BORBA ALENTEJO
● CASA D’ARROCHELLA CERVAL BORBA TOURIGA NACIONAL 2019 ● QUINTA DO SANGUINHAL ÓBIDOS
DOURO 2016 Sovibor RESERVA 2017
Sociedade Agrícola Casa Companhia Agrícola do Sanguinhal
d’Arrochella ● MARQUÊS DE MARIALVA BAIRRADA
BAGA RESERVA 2018 ● QUINTA DOS MURÇAS DOURO
● CASAL DA AZENHA REG. LISBOA Adega Cooperativa de Cantanhede RESERVA 2017
2017 Murças
António Bernardino Paulo da Silva

104 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3


VINHOS PREMIUM

GRANDE OURO / PREMIUM GOLD:


BOMBEIRA DO GUADIANA RESERVA 2016 - CONCURSO VINHOS DE PORTUGAL 2018
GRANDE ESCOLHA MÁRIO 2017 - CONCURSO VINHOS DE PORTUGAL 2021

OURO / GOLD:
ESCOLHA TRINCADEIRA 2014 - CONCURSO VINHOS DE PORTUGAL 2016
ESCOLHA SYRAH 2014 - CONCURSO VINHOS DE PORTUGAL 2016
PRÉMIOS RECENTES GRANDE ESCOLHA MÁRIO 2014 - CONCURSO VINHOS DE PORTUGAL 2017
3 ANOS
PRATA / SILVER:
RECENT AWARDS ESCOLHA TRINCADEIRA 2015 E 2016 - CONCURSO VINHOS DE PORTUGAL 2017 E 2018
3 YEARS BOMBEIRA DO GUADIANA RESERVA 2017 - CONCURSO VINHOS DE PORTUGAL 2019
ESCOLHA SYRAH 2017 - CONCURSO VINHOS DE PORTUGAL 2019
RESERVA 2019 - CONCURSO VINHOS DE PORTUGAL 2021

PRATA / SILVER:
ESCOLHA SYRAH 2014 - CONCURSO SYRAH DU MONDE 2016

PRATA / SILVER:
GRANDE ESCOLHA MÁRIO 2013 - SALON DU VIN PORTUGAIS - PARIS 2016

A CONSOLIDAÇÃO DA QUALIDADE / THE CONSOLIDATION OF QUALITY


Enólogo / Winemaker: Eng.º Bernardo Cabral
Enólogo do ano 2015 em Portugal / Winemaker of the year 2015 in Portugal

COM 16,5 HA DE VINHA (TINTOS), E 5 HA (BRANCOS) PRODUZIMOS ANUALMENTE SÓ COM AS NOSSAS UVAS:

• 60.000 Garrafas de Tintos


• 10.000 Garrafas de Rosé
• 30.000 Garrafas de Brancos

NA PROCURA DA EXCELÊNCIA
Sempre agradecidos aos que colaboram
GRANDE PRÉMIO ESCOLHA DA IMPRENSA

● QUINTA DOS TERMOS TALHÃO DA ● SOLAR DA RIA ALGARVE SYRAH


SERRA BEIRA INTERIOR RESERVA GRANDE RESERVA 2020
2020 Artemis FORTIFICADOS
Quinta dos Termos
● TABOADELLA GRANDE VILLAE DÃO ● ADEGA DE FAVAIOS MOSCATEL DO
● QUINTA NOVA VINHA CENTENÁRIA 2019 DOURO COLHEITA 1989
REF P28/P21 DOURO 2020 Taboadella Adega Cooperativa de Favaios
Quinta Nova de Nossa Senhora do
Carmo ● VALE DE TOUROS PALMELA ● KOPKE WHITE PORTO COLHEITA
VINHAS VELHAS RESERVA 2019 2004
● QUINTA VALE D. MARIA VINHA DA Adega Cooperativa de Palmela Sogevinus Fine Wines
FRANCISCA DOURO 2020
Aveleda ● VALLADO DOURO TOURIGA ● KRANEMANN PORTO TAWNY 20
NACIONAL 2020 ANOS
● QUINTA VALE D. MARIA VINHAS Quinta do Vallado Kranemann Wine Estates
VELHAS DOURO 2020
Aveleda ● VALLADO VINHA DA GRANJA ● MESSIAS PORTO COLHEITA 1980
DOURO 2020 Sociedade Agrícola e Comercial dos
● QUINTA VALE SANTA LUZIA DOURO Quinta do Vallado Vinhos Messias
RESERVA 2020
Vicente Faria Vinhos ● VILA JARDIM REG. TEJO TOURIGA ● QUINTA DA GRICHA PORTO
NACIONAL 2020 VINTAGE 2021
● REGUENGOS GARRAFEIRA DOS Quinta Vale do Armo Churchill Graham
SÓCIOS ALENTEJO 2019
CARMIM ● VILLA ALVOR SINGULAR REG. ● SANDEMAN PORTO TAWNY 20
ALGARVE NEGRA MOLE 2022 ANOS
● RESTRITO DOURO GRANDE Aveleda Sogrape Vinhos
ESCOLHA 2019
Restrito - Produtos Vinícolas ● VILLA OLIVEIRA DÃO SERRA DA ● SVP MOSCATEL DE SETÚBAL 20
ESTRELA TOURIGA NACIONAL 2017 ANOS
● SCYLLA DOURO GRANDE RESERVA O Abrigo da Passarela Sociedade Vinícola de Palmela
2020
Jean-Hugues Gros Wines ● VZ DOURO 2020 ● VISTA ALEGRE PORTO TAWNY 50
Van Zellers & Co ANOS
Vallegre

106 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3


LANÇAMENTO WINE & SOUL

MANOELLA, GURU, PINTAS

NO CORAÇÃO

DO DOURO
A Quinta da Manoella era uma das egressar à Manoella é sempre um prazer. Estamos mas margens do rio
quintas pertencentes aos Borges Pinhão e logo no trajecto entre a estrada e a casa no coração da quinta
de Sousa, uma família terratenente
somos familiarizados com a extensa floresta de mata mediterrânica que

R
com muitas propriedades na região.
se estende por 30 ha e pelas diversas casas em ruínas espalhadas pela
Foi comprada à família, em 2009,
propriedade, umas que foram armazéns, outras que foram adegas. Hoje
– em época de explosão do enoturismo – logo nos interrogamos se para
por Jorge Borges e Sandra Tavares
elas há projectos a curto prazo mas Sandra, cautelosa, lá vai dizendo que “para já não,
da Silva e passou assim a integrar
temos outras prioridades mas… mais premente é o restauro da casa principal da quin-
o património da Wine & Soul. O
ta que se apresenta muito carente de obras”. O caminho é demorado e a estrada de
perfil dos vinhos que ali nascem
terra obriga a condução cautelosa. Dá para ir percebendo que, por aqui, há quase tudo
é bem diferente dos Pintas, feitos
– vinhas, oliveiras, medronheiros, muitas árvores de fruto, apiário e ervas aromáti-
pela mesma casa a partir de outra cas indígenas. Um verdadeiro microcosmos. É nesta quinta que funciona o centro de
vinha velha, em Vale de Mendiz. Em operações da Wine & Soul para o vinho do Porto, com a adega cheia de tonéis, balseiros
comum, o traço de excelência. e barricas. Com o tempo, e tendo começado no DOC Douro, a Wine & Soul tem vindo
a produzir, adquirir e armazenar vinho do Porto e o portefólio já se estende por mui-
TEXTO JOÃO PAULO MARTINS FOTOS WINE & SOUL
tas categorias como Tawny e Ruby Reserva, Branco 10 anos e 10 anos Extra-Dry,
tawny 10 e 20 anos, todos com a chancela Manoella e o Vintage, da marca Pintas. Bem
guardado e à espera do momento certo para ser lançado, há também em arquivo um
Porto branco muito, muito velho que cirurgicamente é dado à prova e que se inscreve
naquela categoria do “néctar dos deuses”, algo que pudemos comprovar no local.

UMA VERTICAL DE GURU


As nossas provas desenrolaram-se em dois momentos. Parte foi feita ao jantar, na
casa que Jorge e Sandra têm no Pinhão e onde moraram antes de zarparem para Vila
Real com os filhos em idade escolar; a segunda parte foi nas instalações da empresa
em Vale de Mendiz, localizadas por cima da adega dos lagares onde, desde sempre, se
fizeram os vinhos tintos. Ao jantar, e em ambiente descontraído, pudemos revisitar
algumas colheitas mais antigas como o Guru 2012 em magnum, um branco notável,
mineral e rico com excelente acidez; nos tintos, o sempre surpreendente Pintas Cha-
racter 2008, o Pintas 2011 em magnum, a revelar-se muito firme na imensa qualidade
que apresenta e o Porto Vintage Pintas 2003 também ele a mostrar uma boa evolução.
Já em Vale de Mendiz tivemos a oportunidade de conhecer quase toda a equipa (neste
momento são 23 pessoas) e onde se incluem alguns estagiários e quatro timorenses a
quem, em acordo com a Caritas, a Wine & Soul se dispôs a dar casa e trabalho. Aqui
funciona também o enoturismo com imensas visitas (com provas), com equipa des-
tacada para o efeito.

108 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3


É NA MANOELLA QUE
FUNCIONA O CENTRO
DE OPERAÇÕES
DA WINE & SOUL
PARA O VINHO
DO PORTO, COM A
ADEGA CHEIA DE
TONÉIS, BALSEIROS E
BARRICAS.

GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 109


LANÇAMENTO WINE & SOUL

A MINI VERTICAL DE GURU FOI TAMBÉM APROVEITADA PARA REVISITAR


ALGUMAS COLHEITAS MAIS ANTIGAS. A MARCA NASCEU EM 2004 E O VINHO É
FEITO COM UVAS DAS ZONAS MAIS ALTAS E FRESCAS, DE PORRAIS E MARTIM.

Junto à adega existe um armazém onde se vinificam os brancos em bar- equilíbrio que mostra entre o aroma e o sabor, uma frescura incrível e
rica; não é bonito, nada tem de fashion, mas cumpre, como nos diz Jorge, muito fino na boca, dá imenso prazer a beber e é obviamente um branco
a função primordial “conseguimos aqui vinificar os brancos com con- apto para a cave, perfeito na fruta citrina e na acidez (18,5); um notável
trole de temperatura de fermentação barrica a barrica, porque elas não vinho em prova foi o 2019 com grande perfeição aromática, com fruta de
são iguais e os mostos também não; estamos nisto desde 2012.” A isto grande requinte. Fino e elegante, com toques minerais e a elegância a
pode-se chamar uma enologia de precisão, conceito que Jorge e Sandra percorrer toda a prova (18,5/19)
aplicam sobretudo aos brancos que produzem.
O momento – uma mini vertical de brancos da marca Guru - foi tam-
bém aproveitado para revisitar algumas colheitas mais antigas. A mar- NOVIDADES NA MESA
ca nasceu em 2004 e o vinho é feito com uvas das zonas mais altas e A novidade agora apresentada, o Guru Vinha da Calçada, tem origem
frescas, de Porrais e Martim. Sempre que é possível, Jorge e Sandra con- numa única parcela de quase 100 anos “seguramente anterior a 1932”,
tinuam por ali a comprar parcelas de vinhas. São zonas de xisto em com 0,5 ha, a 600 metros de altitude e com mistura de castas. Fermenta-
transição para granito, um xisto rico em quartzo e minerais. É uma re- ção e estágio em foudre durante 2 anos e mais um ano em garrafa. A
gião onde domina a casta branca Códega do Larinho. As vinhas que es- madeira não tem tosta “o que favorece a tensão nos vinhos e o formato do
tão na base do Guru obrigam a duas semanas de vindima, são vindima- foudre gera uma movimentação de borras finas de forma natural”, refe-
das parcela a parcela e há uma hierarquia de momentos de vindima. “É re Sandra Tavares da Silva.
um vinho de precisão”, como nos foi referido e como são muitas parcelas Os tintos são feitos a lagar com corte a pé e pisa a pé à noite durante 3
e há pouco tempo para fazer a vindima, é muito exigente em mão de noites. Durante o dia usam a pisa mecânica para baixar a manta. Os
obra. Provámos o Guru 2009, citrino, fcom ruta madura, leve floral, tintos fazem a maloláctica já na barrica porque “isso ajuda a integrar
cheio de classe, sem excessiva evolução; ainda cheio de força na boca, muito melhor a madeira no vinho, mas correm-se alguns riscos porque
com vida pela frente, em muito boa forma. Na altura já não era só barri- o vinho está desprotegido sem sulfuroso” salienta Jorge Borges. Mais
ca nova. (18,5); o 2010 um pouco mais carregado na cor, menos falador no atenção e mais precisão, de novo.
aroma, discreto na fruta madura, bem na boca mas com mais evolução, Para o Pintas Character entram 5 parcelas em Vale Mendiz, com castas
com menos promessa de vida em cave (18); o 2013 com muito fósforo no misturadas, lagar e barrica usada; no caso do Pintas “sempre pensámos
aroma, mesmo em dose excessiva mas, algo surpreendentemente, re- o vinho em termos de mercado externo e o PVP (mesmo alto) é sempre o
sulta muito bem na boca, evolui bem no copo, é vinho mais para falar do mesmo lá e cá; desde o princípio que procurámos diversificar os merca-
que para beber (18); da colheita de 2015 chegou-nos um Guru notável no dos e, entre outros, estamos na Suíça, Alemanha, Inglaterra, USA, Bra-

110 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3


LANÇAMENTO WINE & SOUL

sil, Macau. Trabalhamos com 25 países e vamos agora exportar para a Austrá- 18,5 €36 B
lia”, contou Sandra.
No Porto Vintage esta é a 14ª edição, “estamos a vindimar para Vintage mais
GURU
Douro branco 2022
cedo do que mandava a tradição, não exagerando na sobrematuração das uvas, WINE & SOUL
mas é uma luta vender estes vintages porque quem compra vai sempre dirigir Com menos barrica nova do que o habitual, está também (e por
a escolha para as marcas consagradas”. Tempos nem sempre fáceis para os pe- isso) com menos cor, ressalta a fruta limonada, vegetal verde e
as notas de laranja. Muito elegante na boca, muito fino de acidez,
quenos produtores de Porto, para quem estes vinhos são muito mais um com- é um branco de enorme requinte, com grande polimento de
plemento de portefólio do que propriamente uma boa fonte de rendimento. conjunto e madeira integrada na perfeição. (12,5%)
Da Quinta da Manoella, a grande novidade apresentada foi o tinto Vinha Ale-
crim que tem origem numa parcela plantada pelo trisavô de Jorge Borges ins-
talada em terraços pré-filoxéricos, rodeado de alecrim e floresta mediterrânica.
18 €70 B
Foi engarrafado em 2017 e teve 6 anos de garrafa. Como nos diz Sandra “tem GURU VINHA DA CALÇADA
Douro branco 2020
origem numa parcela que sempre se distinguiu, sempre originou um vinho
WINE & SOUL
diferenciador”. Com tanta vinha de vetusta idade não será de espantar que ou- Delicado no aroma, fruta citrina branca e refrescante, muito
tras parcelas da Manoella sejam, no futuro, escolhidas para vinhos muito espe- polido e equilibrado na boca, a madeira (foudre) integrou tudo
ciais. GE muito bem e o resultado é um branco de grande elegância onde
não há arestas, onde o sabor se prolonga num final macio e
muito longo. A provar com atenção. (12,5%)

18 €30 B
PINTAS CHARACTER
Douro tinto 2021
WINE & SOUL
Uvas pisadas a pé em lagar, transferido depois para barrica
onde ficou 18 meses. Muita frescura aromática, polimento de
fruta vermelha e uma elegância que passa do aroma para o
palato. Notas de f lores como violetas, esteva, excelente acidez,
fruta delicada e barrica discreta. Conjunto notável. (14%)

19 €100 B
PINTAS
Douro tinto 2021
WINE & SOUL
Tem origem em Vale de Mendiz, parcela quase a completar 100
anos, uvas pisadas e fermentadas em lagar. Notável pureza de
fruta e evidência mineral, elegante na boca e com taninos de
luxo, ajudado também por uma barrica de enorme qualidade.
Conjunto requintado e impactante, a justificar o preço. (14,5%)

19,5 €150 B
QUINTA DA MANOELLA VINHA
ALECRIM
Douro tinto 2015
WINE & SOUL
Um tinto sofisticado que procura enaltecer as virtudes da
parcela que o originou. Elegante e fino, com esteva e arbusto,
fantástica definição de fruta madura e muita frescura. Exibe a
especiaria da barrica de luxo e taninos de grande polimento.
Raro, distinto, irá ganhar com o tempo. Produção de 699
garrafas. (12,5%)

19 €85 B
PINTAS
Porto Vintage 2021
WINE & SOUL
É a 14ª edição deste vintage. Carregado na cor e de perfil
vegetal, notas de urze e esteva num fundo químico e levemente
mentolado. Muita pureza de fruta vermelha e negra, especiarias
de pimenta. Grande arquitectura de boca, taninos firmes mas
conservando o lado elegante e com grande frescura. Notável.
(20%)

112 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3


LANÇAMENTO PAULO LAUREANO

A LONGA MARCHA ATÉ

À VIDIGUEIRA
114 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3
É a região alentejana de eleição para Paulo Laureano,

mas o seu caminho na vinha e no vinho foi longo e

diverso. Agora, a fazer 20 anos da marca Dolium,

chegou o momento da celebração.

TEXTO JOÃO PAULO MARTINS FOTOS PL WINES

aulo apresentou-se aprumado, com ar citadino, o aspecto típico de


quem já acabou a vindima. Como o próprio afirmou, “é bom em
final de vindima deixar o fato de macaco na adega”. Lavados os

P
cestos, está na hora de comemorar os 20 anos da marca Dolium, o
seu rótulo emblemático do Alentejo. Até chegar à planície, Paulo
andou por terras longínquas, no caso a Austrália, onde nasceu
uma paixão muito forte pela casta Cabernet Sauvignon. Foi longa a marcha
mas, no regresso à pátria, a diversidade e originalidade de algumas variedades
alentejanas falou mais alto e foi “de cabeça” o mergulho nas castsa antigas que
foi encontrar na Vidigueira, onde chegou em 2006. A uva Cabernet Sauvignon,
abandonada a partir de 2004, ficou nos arquivos, ainda que Paulo lhe reconhe-
ça todas as virtudes que fizeram dela uma das castas mais famosas do planeta
e tenha integrado alguns dos primeiros tintos que saíram com a sua assinatu-
ra. Apesar disso, Antão Vaz nos brancos e Trincadeira e Tinta Grossa nos tintos
acabaram por determinar o rumo. A forma como estas variedades se adapta-
ram aos xistos da região convenceram o enólogo que está ciente que a mancha
de xisto é ali muito variada e a qualidade depende muito do local exacto onde
estão as vinhas. Segundo Laureano, ali existe uma das formações geológicas
mais antigas do país, conhecida por Água de Peixe, onde nascem vinhos cheios
de forte personalidade.
A sua actividade desdobra-se por várias regiões, dos Açores a Bucelas, passan-
do pelo Dão e Douro. A partir de 2021, a Parras Vinhos entrou no capital da
empresa “mas isso em nada alterou o perfil e a filosofia dos vinhos”, como refe-
riu. Também por isso, Luis Vieira (da Parras Vinhos) marcou presença na

18,5 €70 B
apresentação que teve lugar no restaurante Eleven, em Lisboa. Ali, o Chef Joa-
chim Koerper, amigo de Paulo de longa data, continua a oficiar na cozinha e
presenteia o enólogo com um menu sem queijo, uma birra antiga do enólogo DOLIUM BY PAULO
(digo eu…) de que não há maneira de se curar…
Para celebrar o evento provaram-se alguns vinhos da marca Dolium: branco
LAUREANO
Alentejo Vidigueira Reserva tinto 2015
2019, tintos de 2014, 2001, 2007 e 2004, com destaque para as edições de 2001 e PL WINES
2014, muito fiéis ao perfil da Vidigueira. O 2015 agora apresentado resulta de um Bastante concentrado na cor, aroma
field blend onde, entre outras, comparecem as castas Alicante Bouschet, Alfro- denso a mostrar já alguma evolução, com
notas balsâmicas e mentoladas em fundo,
cheiro, Tinta Grossa e Trincadeira. Fermentou em lagares de inox, estagiou 24 ajudadas por sugestões maduras de fruta
meses em barricas e 5 anos na garrafa. Grande vinho que vai deixar saudades, em calda, musgo, cogumelos e bosque.
mas está já prometida uma próxima edição, da vindima de 2019. GE Bastante completo na boca, texturado,
com taninos finos, muito volume, um tinto
ambicioso e personalizado, bem fiel à
região. (14,5%)

GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 115


LANÇAMENTO RAVASQUEIRA

COMEÇOU

UMA NOVA
Uma prova de vinhos em estágio e uma vertical de Touriga

Franca vieram sublinhar a aposta da Ravasqueira em vinhos

superiores, com ambição e capacidade de guarda, que

ERA
expressam o terroir da propriedade em Arraiolos.

TEXTO MARIANA LOPES FOTOS M&A CREATIVE AGENCY

116 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3


stamos no Monte da Ravasqueira, em Arraio- o enólogo lembrou que foi iniciada cedo, com alguns dias de
los, 25 anos depois da plantação das primeiras paragem em meados de Setembro, devidos à chuva. “Sur-
videiras, para passar o dia junto dos vinhos preendentemente, foi uma vindima com bastante produ-

E
mais ambiciosos, que saem daqueles 45 hecta- ção”, afirma.
res de vinha, e sentir as características únicas
do local. Quem nos acompanha é a equipa de
enologia, composta por David Baverstock — enólogo chefe, PROVAR O FUTURO E O PASSADO
chegado recentemente à Ravasqueira para impulsionar as Uma caminhada pelas vinhas até à adega levou-nos a uma
gamas superiores — o seu “braço direito” Vasco Rosa Santos prova de vinhos em estágio, essencialmente uma prova de
(que já conhece a casa como a palma das suas mãos) e a enó- tintos monocasta, uns com o destino traçado, outros ainda
loga assistente Ana Filipa Pereira. “O meu papel na Ravas- a aguardar sentença. O futuro Reserva da Família branco e
queira é fazer vinhos com elegância, complexidade e longe- um antigo Vinha das Romãs tinto, ambos lotes de duas cas-
vidade. Temos aqui talhões muito diferentes uns dos outros, tas, juntaram-se à festa. Um momento curioso e esclarece-
e estamos a reflectir isso na adega”, sublinhou David Ba- dor, passado na companhia das barricas e da dupla de enó-
verstock, que, já junto às vinhas, explicou o que a proprie- logos da Ravasqueira. O Reserva da Família branco 2023
dade pode oferecer aos vinhos: “O micro-clima especial junta Alvarinho e Viognier e mostra-se promissor, com
deste sítio tem que ver com os vales, as ribeiras, as encos- acidez vincada e pureza de fruta. Já o vinha das Romãs tin-
tas... Há aqui grandes amplitudes térmicas. Esta zona de to 2016, que junta Syrah à Touriga Franca, foi um regresso
Arraiolos é mesmo interessante, e a frescura daqui vai ser ao passado, para melhor compreender o vinho que está
muito importante para os próximos anos, sobretudo para agora no mercado e que provámos no mesmo dia mais tar-
lidar com o aquecimento global”. Sobre a vindima deste ano, de, de 2021. Surpreendentemente, o 2016 apresenta-se ainda

OS ENÓLOGOS DAVID BAVERSTOCK


E VASCO ROSA SANTOS.

GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 117


LANÇAMENTO RAVASQUEIRA

com alguma juventude de corpo, mas com evolução positiva nos aro-
mas, sobretudo especiarias e fruta negra, também leve tabaco.
A prova dos monocasta tintos, todos de 2022, mostrou porque é que estes
vinhos não saem da adega tão cedo. Mesmo já com um ano de estágio, o
fio condutor é o nervo e a pujança, com os taninos ainda a precisar cla-
ramente de uma “achega”. O Alicante Bouschet, todo ele terroso, vegetal,
e o couro a sobressair. Já o Syrah traz-nos fruta de perfil atractivo, mas
com estrutura e complexidade de conjunto. O Touriga Franca, nem é
bom pensar em bebê-lo (não é por nada que a colheita actualmente no
mercado é a de 2019…), a revelar-se o tinto com os taninos mais aguerri-
dos e jovens da prova. Já o Alfrocheiro tem data marcada para lança-
mento, enquanto monocasta, em 2024. Apesar da juventude, já denota
elegância e algumas das características aromáticas da casta, como pu-
reza de fruta silvestre e um perfil florestal.
Num momento mais focado, mas igualmente interessante, fez-se uma
(mini) vertical do Touriga Franca, escolhido pelo produtor pela originali-
dade (há outros vinhos no Alentejo monocasta de Touriga Franca, mas
não são muitos), e para representar a aposta actual da casa nos monova-
rietais, como uma das estratégias do segmento premium. Começando
no 2012, este aponta, no aroma, muita fruta silvestre bem madura, levís-
simo balsâmico e nota resinosa envelhecida. Na boca mostra-se mais
vivo e fresco, com óptima acidez e amplitude, e também suculência, 17,5 €15 B 17,5 €20 B
dada sobretudo pelo lado vegetal (17). O 2013, por sua vez, dá um grande
salto no nariz, ainda com pureza de fruta e as especiarias vivas, comple-
RAVASQUEIRA RAVASQUEIRA
xidade, levíssima gordura fumada, agulha de pinheiro e um lado resino-
Reg. Alentejano Touriga Franca tinto
2019
VINHA DAS ROMÃS
Reg. Alentejano tinto 2021
so expressivo. Na boca tem uma componente lenhosa bastante vincada, RAVASQUEIRA VINHOS
RAVASQUEIRA VINHOS
muito nervo, fruta negra, bastante herbáceo (17,5). O 2017 confirma o de- Perfil bastante f lorestal mas para o Touriga Franca e Syrah. Fruta negra
lado seco, ainda mais proeminente
nominador comum aromático que são os balsâmicos e a fruta silvestre nos exóticos, fruta negra subtil,
junta-se no nariz a chocolate negro,
levíssimo eucalipto e caruma,
madura, mas este com um lado mais exótico nas especiarias e sândalos. arbusto seco, cedro, amora também fumados subtis e uma
Na boca é fogoso, elegante, sedoso nos taninos, com boa fruta. madura... Na boca é elegante interessante nota Láctea. Na boca
e levemente adstringente em
A Ravasqueira quis mostrar que, cada vez mais, quer apostar em vi- simultâneo, o que lhe dá piada e
é o cacau que sobressai e oferece
mastigabilidade, é sedoso e afunda
nhos ambiciosos, com capacidade de envelhecimento, colocando o adivinha capacidade de guarda. bonita. Congo, e com um perfil
“spotlight” nos monovarietais. Um lado do produtor ainda não conhecido Longo, harmonioso, com muita muito atractivo e internacional.
presença e carácter. (14%)
por todos, mas que veio para ficar. GE (14,5%)

118 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3


os amigos.
Onde nos
esperam

Apetece ir.
.oãçaredom moc abeB .levásnopser ajeS
LANÇAMENTO QUINTA NOVA

UM FUTURO

CONSTRUÍDO

NO INTERIOR

DO PASSADO
O lançamento das novas colheitas dos Quinta Nova Parcelas/Vinhas Centenárias e do Porto

Vintage 2021 foi o pretexto para conhecer a quase terminada obra de remodelação da adega, com

ampliação da capacidade de vinificação, onde couberam também os projectos de um futuro muito

próximo que revigoram e tornam ainda mais sustentável a vertente de enoturismo da Quinta Nova.

TEXTO MIGUEL FERREIRA FOTOS QUINTA NOVA

e num lançamento, o vinho é o “verbo”, a ver- identidade, valoriza-se igualmente a microflora que se de-
tiginosa veia de projecção e criação de Luísa senvolve no interior das cubas nos processos de fermenta-
Amorim insiste em levar-nos para a imensi- ção e estágio, conduzindo à expressão única de cada uma

S
dão de feitos que, desta vez na Quinta Nova, delas e a vinhos diferenciados e únicos. As mudanças cli-
se moldam e erguem numa constante busca máticas e a antecipação dos seus efeitos são, igualmente,
do sublime e exclusivo. uma preocupação latente associada à preservação das flo-
Dentro do edifício original, construído em 1764, ungido pela restas. A opção pelo cimento é uma prática cada vez mais
pequena capela que a ladeia, nasce uma nova adega onde a difundida nos mais reconhecidos produtores franceses,
tecnologia mais recente convive com a inspiração tradicio- vanguardismo que o universo de Luísa Amorim – Quinta
nal, onde o cimento possui, agora, um papel cada vez mais Nova, Taboadella e Aldeia de Cima- procura seguir.
presente e persistente na concepção e definição de perfil Não revelando os valores do investimento, a produtora
dos vinhos DOC Douro. A orografia duriense replica-se na afirmou com segurança que, não obstante o montante ele-
disposição das cubas de cimento de fabrico italiano, criadas vado, augura-se que o mesmo seja amortizado num espaço
à medida da adega, imitando os altos patamares e as cur- de 4 a 5 anos.
vilíneas formas das vinhas. São 35 novas cubas que aliam Prevista para estar concluída no final de 2024 a início de 2025,
a tecnologia às fórmulas tradicionais de vinificação, valo- está a ampliação da unidade de alojamento e serviços de eno-
rizando-se a preservação da matéria-prima, permitindo turismo de vertente ecológica. Serão mais 6 a 8 quartos, inse-
uma evolução lenta do vinho e uma micro-oxigenação não ridos numa nova unidade dotada de spa e piscina semiolímpi-
redutiva dos vinhos. Com uma vertente promoção de ca panorâmica, com vista privilegiada para o rio Douro.

120 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3


A OROGRAFIA DURIENSE
REPLICA-SE NA DISPOSIÇÃO
DAS CUBAS DE CIMENTO DE
FABRICO ITALIANO, CRIADAS
À MEDIDA DA ADEGA.

GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 121


LANÇAMENTO QUINTA NOVA

DOIS TINTOS E UM VINTAGE


No já longínquo ano de 1979 e até 1981, decorreram na Quinta Nova os primeiros
estudos para a plantação monovarietal no Douro, centrados nas castas Touriga
Nacional, Tinta Roriz e também Touriga Francesa. No âmbito desses trabalhos,
foram criadas várias parcelas de vinha, cifrando-se hoje em 41, cada uma com
cerca de 3500 plantas por hectare, plantadas entre a cota mínima de 80 metros
e a máxima de 287 metros. Os Quinta Nova Vinha Centenária P28/P21 e P29/P21,
ambos da colheita de 2020, resultam desse compromisso entre duas parcelas
de Touriga Nacional, num caso, e Tinta Roriz, noutro, com a magnificência e
complexidade das Vinhas Centenárias, património genético com um total de 7
hectares onde pontificam cerca de 80 castas identificadas.
O primeiro Vintage da Quinta Nova nasce apenas em 1992 e, desde então, pro-
cura-se manter um perfil com um cunho muito pessoal da casa, afirmando
um estilo próprio e identificável na prova. O Quinta Nova Porto Vintage 2021 é
um arauto de personalidade e manutenção dessa marca, impondo concentra-
ção de fruta, robustez e estrutura, não descurando a tensão e a frescura num
conjunto de profunda harmonia. GE

19 €90 B
QUINTA NOVA VINHA CENTENÁRIA
REF P29/P21
Douro tinto 2020
QUINTA NOVA DE NOSSA SENHORA DO CARMO
Cor púrpura, sumptuosidade violeta, fruta negra madura,
equilíbrio completo e definidor da singularidade da Touriga
Nacional com as vinhas centenárias. Suculento, especiado,
tanino firme afagado pela sedosidade, elegância e final de puro
prazer e persistência. Um vinho enorme. (14,5%)

18,5 €90 B
QUINTA NOVA VINHA CENTENÁRIA
REF P28/P21 2020
Douro tinto 2021
QUINTA NOVA DE NOSSA SENHORA DO CARMO
Da conjugação da Tinta Roriz com a vinha velha, tem nariz
austero, terroso, trufado, sofisticação e assertividade numa
composição de frutos azulados, pimenta preta e chocolate
negro, inusitada complexidade. Fresco, tânico, intenso, sem
perder uma delicadeza elegante e fina, terminando com assertiva
imponência. (14,5%)

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QUINTA NOVA
Porto Vintage 2021
QUINTA NOVA DE NOSSA SENHORA DO CARMO
Cor opaca, enunciando ameixa e amoras maceradas, compota,
grafite e percepção mineral. Suculento, intenso, com frescura
e juventude, perfeito equilíbrio entre doçura, acidez e álcool,
expressão de um ano desafiante e, por isso mesmo, criador
de singularidades. Precisão final com imponente persistência.
(19,5%)

122 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3


LANÇAMENTO CARMIM

GARRAFEIRA

DOS SÓCIOS
À PROVA DO TEMPO

124 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3


O Alentejo moderno com o espírito m branco bivarietal, dois Grande reserva da gama Trifo-
colectivo e os valores de sempre. lium e um histórico Garrafeira dos Sócios constituem o
É o que a Cooperativa Agrícola de “pacote” de quatro vinhos agora lançados. O bivarietal de

U
Reguengos de Monsaraz-CARMIM Antão Vaz e Verdelho conjuga a expressão aromática das
representa hoje. Provámos algumas duas castas que completam a fermentação em barrica,
das novas colheitas bem como
com batonnage e posterior estágio durante 8 meses. Ini-
a edição mais recente do seu
cialmente demonstra aroma exuberante de Verdelho, mas com o tempo
o mais modesto no início Antão Vaz, dá-lhe boca. Com um perfil fresco e
clássico – Reguengos Garrafeira dos
alguma complexidade conferida pelo estágio em barrica é um branco
Sócios de 2019 – e a consistência
que tanto pode ser consumido no verão, como ao longo do inverno.
demonstrada merece aplauso.
Trifolium é uma gama mais recente que abrange quatro vinhos (branco,
TEXTO VALÉRIA ZEFERINO FOTOS CARMIM
tinto, rosé e espumante), cada um elaborado de três castas. No branco são
Antão Vaz (40%), Arinto e Roupeiro em partes iguais. É vinificado com
maceração pelicular de cerca 12 horas para extrair mais compostos aro-
máticos das películas, o estágio ocorre em barricas novas de carvalho
francês e húngaro com bâtonnage durante 9 meses. É um vinho cremo-
so e intenso o suficiente para aguentar um prato picante, por exemplo.
O rosé é um lote de Aragonez, Touriga Nacional e Touriga Franca. Tam-
bém com ligeira maceração pelicular, fermenta em inox e termina a
fermentação em barricas de carvalho francês de 300 litros de segunda
MIGUEL FEIJÃO (PRESIDENTE) utilização, onde depois fica ao longo de 6 meses com bâtonnage durante
E JOÃO CALDEIRA (CEO) os primeiros dois. É um rosé que funciona muito bem à mesa.

GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 125


LANÇAMENTO CARMIM

O CARMIM Reguengos Garrafeira dos Sócios é um vinho histórico, faz parte do ima- UMA PARTE DE
ginário colectivo de muitos consumidores e apreciadores de vinhos. O vinho nasceu
em 1982 com o objectivo de ser uma oferta premium exclusiva para os associados da
GARRAFAS DO
CARMIM. REGUENGOS
As castas variaram ao longo dos anos. Outrora prevaleceram Castelão, Moreto e Tin- GARRAFEIRA DOS
ta Caiada entre outras, tipicamente alentejanas. Mais tarde o destaque foi para Ara-
gonez e Trincadeira, começando o Cabernet Sauvignon a entrar nos lotes. Nos anos
SÓCIOS 2019 SERÁ
mais recentes o Alicante Bouschet assume a maior responsabilidade, como, por LANÇADA NO
exemplo, nesta edição, onde a casta predomina com 55%, Aragonez entra com 30% e MERCADO 10 ANOS
Cabernet Sauvignon funciona como sal e pimenta com 15% do lote. A composição final
decide-se depois do estágio de 18 meses em carvalho francês de primeira e segunda
DEPOIS, EM 2029.
utilização e algum carvalho americano e húngaro. O objectivo é chegar à complexi-
dade e equilíbrio. Depois de engarrafado, o vinho ainda permanece mais 12 meses em
cave antes de ser lançado para o mercado.
O modelo implementado pela CARMIM, e que já se tornou tradição, de dar a provar
algumas versões mais antigas no lançamento de uma nova colheita deste vinho clás-
sico, é merecedora de todos os elogios, pois permite avaliar o percurso da marca. Des-
ta vez também foi feita uma pequena prova vertical a evocar 2013, 1996 e 1993, todos

16,5 €10 A
bem vivos e cheios de saúde, a dar muito prazer beber. organolêptica. O Reguengos
Garrafeira dos Sócios 2013 (60% Alicante Bouschet, 30% Touriga Nacional e 10% Trin-
cadeira) em grande forma, com imensa complexidade e consistência na prova, sério, MONSARAZ
compacto, com notas mentoladas e de cedro. O 1996 (Aragonez, Trincadeira e Cabernet Alentejo Antão Vaz/Verdelho branco 2022
Sauvignon), de um ano quente com muita produção revelou couro, cogumelos, fruta CARMIM
compotada, muito bem composto e fresco no final. O 1993 (Aragonez, Trincadeira e Intenso e também com certa complexidade e barrica
Castelão) de ano quente e seco mostrou-se mais vegetal, com fruta vermelha cozida, bem integrada. Citrino, com folhas verdes, lima, f loral
ténue, bom toque fumado e ainda ameixa branca madura.
especiaria e notas balsâmicas, de corpo mais delicado e com boa acidez. Outra bem Boca ampla e cremosa, a acidez sem ser autoritária, está
vinda tradição é a de guardar uma quantidade significativa de garrafas para lançar sempre presente a dar frescura. (12,5%)
daqui a 10 anos, ou seja, uma parte da colheita de 2019, será relançada em 2029. Espere-
mos estar por cá para voltarmos a este tinto depois da prova do tempo. GE 17 €17 B
REGUENGOS TRIFOLIUM
Alentejo Grande Reserva branco 2022
CARMIM
No aroma fruta está embrulhada em especiaria a revelar
camadas de nêspera, marmelo e limão maduro com notas
de baunilha e coco e ainda um apontamento vegetal ao
fundo. Muita amplitude e textura na prova, acidez delicada
bem enquadrada na untuosidade do conjunto. O final é
prolongado e saboroso. (13,5%)

16,5 €10 A
REGUENGOS TRIFOLIUM
Alentejo Grande Reserva rosé 2022
CARMIM
Touriga Nacional e Franca, mais Aragonez. Salmonado na
cor com certa intensidade cromática. Destaca-se doce
de morango e ameixa madura no aroma, bem como uma
componente vegetal que contribui com complexidade
e frescura aromática. É um rosé seco, amplo, com
estrutura, bem texturado e persistente. (12,5%)

17,5 €25 B
REGUENGOS GARRAFEIRA DOS
SÓCIOS
Alentejo tinto 2019
CARMIM
Alicante Bouschet, Aragonez e Cabernet Sauvignon.
Grande complexidade de aroma com fruta madura e
lembrar mirtilo, ameixa preta e alguma amora, tosta,
azeitona e pimento, aneto e notas balsâmicas. Ainda bem
novo, com pujança no palato, encorpado, de estrutura
robusta, mas sem transmitir peso, tudo bem afinado.
(15%)

126 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3


ESTABILIZAÇÃO
TARTÁRICA

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SEGURA E DURÁVEL
NO TEMPO!
LANÇAMENTO JOÃO PORTUGAL RAMOS

ESTREMUS

E PETRICHOR,

CONSAGRAÇÃO

E DESAFIO
É a terceira colheita do grandioso Estremus, o vinho

de topo na gama alentejana de João Portugal Ramos.

Produtor que igualmente se aventura por outros

perfis com a estreia do Petrichor um branco de longa

maceração, muito sério e gastronómico.

TEXTO NUNO DE OLIVEIRA GARCIA FOTOS J. PORTUGAL RAMOS

á escrevemos anteriormente que a empresa João Portugal Ramos, a operar em quatro


regiões portuguesas, está em plena velocidade de cruzeiro, e nem a renovação gera-
cional a faz abrandar. Pelo contrário! A cada vez maior preponderância do papel de

J
João Maria Portugal Ramos, filho do fundador e enólogo do grupo, isso o demonstra
claramente (a experiente enóloga Donzília Copeto mantém-se como directora de pro-
dução e João Perry Vidal, incontornável cúmplice do fundador João Ramos, como di-
rector vitivinícola da Quinta de Foz de Arouce e da Duorum). Tal é bem visível também no facto de
João Maria já ter tido um papel muito importante no desenho de vinhos como Pouca Roupa e Mar-
quês de Borba Vinhas Velhas, duas gamas que, sendo relativamente recentes, já levam alguns
anos de história e de sucesso. Também relativamente recente foi a criação do vinho Estremus, cuja
primeira edição ocorreu em 2015, com nova edição dois anos depois em 2017.
Pois bem, é agora lançada a de 2019 deste verdadeiro topo de gama, lugar anteriormente ocupado
pelo clássico Marquês de Borba Reserva tinto. Quanto ao Estremus mantém, nesta edição de 2019,
o seu desenho e perfil de pendor vegetal, com base em Alicante Bouschet e Trincadeira, provenien-
tes de uma vinha com 20 anos muito próxima das muralhas da cidade de Estremoz, num solo
calcário com pedra mármore visível à superfície, e a uma altitude de quase 400 metros. Como não
poderia deixar de ser num topo de gama desta qualidade, as uvas foram vindimadas manualmen-
te para pequenas caixas sendo que, em termos de vinificação, as duas castas fermentaram em
conjunto por quatro dias em lagares de mármore com pisa a pé (mas delicada para não provocar
concentração excessiva). Ora, a co-fermentação é algo que pode ajudar muito um vinho na inte-
gração do lote, mas nem sempre é possível por existirem castas que amadurecem na vinha em
períodos diferentes e, assim, não podem ser fermentadas em simultâneo. Porém, na vinha onde
estão em ‘field blend’, o Alicante Bouschet e Trincadeira utilizados neste vinho tiveram um ama-
durecimento quase sincrónico, pelo que a opção da casa foi mesmo para a co-fermentação, e os
consumidores agradecem o excelente resultado. Seguiu-se, depois, a trasfega para cuba de inox
onde acaba a fermentação alcoólica, e mais 12 dias de maceração pós fermentativa. O estágio e afi-
namento é feito em meias pipas de carvalho francês durante um período de 18 meses. Encheram-se
quase 4000 garrafas, praticamente o dobro da edição anterior, sendo que nesta colheita de 2019 o
vinho – fabuloso! – está simultaneamente mais fresco e sofisticado.

128 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3


GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3 129
LANÇAMENTO JOÃO PORTUGAL RAMOS

JOÃO PORTUGAL RAMOS,


GERE A EMPRESA COM OS
FILHOS FILIPA E JOÃO MARIA.

Mas igualmente a provar a pujança e criatividade da em-


presa, aproveitou-se a ocasião do lançamento do Estremus
2019 para ser revelado um novo vinho branco da casa, to-
talmente diferenciado do resto da gama. Falamos do Petri-
chor! Como nos disse João Maria, foi sem qualquer medo
de arriscar que quiseram fazer um branco diferente, no
caso com maceração pelicular (contacto do mosto com as
películas) mas procurando evitar uma oxidação desmedi-
da. O vinho teve uma origem claramente conceptual, tanto
mais que se elegeu o Arinto pela sua frescura e acidez e o
Verdelho pela capacidade de resistir a oxidações (até na
cor). As uvas, colhidas manualmente de manhã cedo, pro-
vêm de vinhas plantadas em 2003 em solos xistosos a 320
metros de altitude, e são arrefecidas numa câmara frigorí-

18 €32 A 19 €140 B
fica antes de serem vinificadas. São depois desengaçadas,
suavemente esmagadas e transferidas para cubas de ci-
mento ovais de 3000 litros, onde a fermentação alcoólica PETRICHOR SINGLE ESTREMUS
ocorre com temperatura controlada, seguindo-se a mace-
ração pós-fermentativa durante sete meses. É um branco
VINEYARD Alentejo tinto 2019
J. PORTUGAL RAMOS VINHOS
Alentejo branco 2022
de perfil austero e seco, mas mantendo alguma fruta citri- J. PORTUGAL RAMOS VINHOS
Alicante Bouschet e Trincadeira.
Aroma profundo e complexo, em
na, sobretudo com notas de laranja e sua casca. São 2000 Vinho de curtimenta com tonalidade camadas de fruto azul e negro, nota
garrafas de um branco muito gastronómico, levemente âmbar e muitos laivos amarelados. de bosque, casca de árvore, perfil
Revela um aroma a casca de laranja, silvestre e balsâmicos no fundo.
terroso (petrichor é o nome que se atribui à fragância da f lores secas, chão de bosque num Cremoso em boca, fresco e com
chuva ao cair em solo seco). Com grau alcoólico ajuizado, perfil terroso. Excelente percepção boa acidez, volumoso e compacto,
que, estamos certos, será um parceiro imbatível à mesa, de acidez em boca (pH de 3,05!), termina fino e harmonioso, sempre
saboroso e longo, leves amargos em elegância e com promessa de
junto a um presunto ou até com combinações geralmente e algum tanino até, termina com óptima evolução. (14%)
complicadas como escabeches. A não perder! GE referências a mel e caruma. (12%)

130 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3


PASSEIO DA FAMA VEUVE CLICQUOT

LA GRANDE DAME,

UM CHAMPAGNE

DE HOMENAGEM

Aqui estamos em território de

excelência. La Grande Dame é

a cuvée de maior prestígio da

casa Veuve Clicquot Ponsardin,

actualmente, e desde 1986,

integrada no consórcio de

produtos de luxo LVMH, onde

também encontramos a marca

Krug. Uma bebida de deuses!

TEXTO JOÃO PAULO MARTINS

FOTOS VEUVE CLICQUOT

132 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3


PASSEIO DA FAMA VEUVE CLICQUOT

á várias maneiras de falar de


Veuve Clicquot: tanto pode-
mos começar pelo rótulo ama-

H
relo que distingue esta garrafa
numa prateleira, como pode- ESTILO DA CASA
mos falar de uma marca que, Na Veuve Clicquot há a noção clara que a ma-
com os seus 12 milhões de garrafas produzi- nutenção do estilo da casa e a excelência do
das anualmente, se encontra facilmente em mesmo depende muito da personalidade do
qualquer loja que tenha champgne à venda. É Chef de Cave. Essa ideia levou a que, até hoje,
hoje um dos nomes mais prestigiados, incluí- apenas 10 pessoas tenham sido Chef de Cave,
do no restrito grupo dos produtores de vinhos o que garante a continuidade do perfil. A
de sonho. Cuvée La Grande Dame, homenagem mais
La Grande Dame é a cuvée que faz jus à tei- que merecida à grande figura de novecentos,
mosia da viúva Clicquot, que apostava nas foi criada em 1972 e esta é a 24ª edição, a mais
uvas tintas para fazer grandes brancos. Neste recente, de 2015.
caso estamos a falar de 90% de Pinot Noir, A explosão na produção e diversificação de
acrescido de Chardonnay. No entanto, para se marcas foi enorme a partir de 1840, até ao final
fazer um grande champgne temos de ter em do séc. XIX. Nasceram então as grandes mar-
conta a origem das uvas. É neste campo espe- cas, muitas vezes por mão alemã – Bollinger,
cífico que a empresa dá cartas, uma vez que Krug, Heidsieck, Mumm -, por exemplo. Ini-
tem 390 hectares vinhas próprias em 12 dos 17 cialmente muito doce, o champgne caminhou
terroirs classificados como Grand Cru e em em direcção à secura e o primeiro verdadei-
20 dos 44 que têm a classificação de Prémier ramente Brut foi criado pela empresa de Lou-
Cru. Compreende-se melhor… ise Pommery, em 1874, uma novidade imensa
para a época, de que essa empresa ainda hoje
(e bem) se reclama.
UMA HISTÓRIA E TANTO… Com um grande volume de uvas – lembre-
A Madame Clicquot, nascida em 1777, enviu- mo-nos que toda a vindima é obrigatoria-
vou aos 27 anos e, a partir de 1806, tomou as mente feita à mão e isso obriga, só na Veuve
rédeas da empresa, numa época em que não Clicquot, a 1000 vindimadores -, naturalmen-
era suposto as meninas de sociedade se torna- te as adegas são de alta tecnologia mas ali en-
rem empresárias mas sim aprenderem ape- contram-se também pequenas cubas onde
nas a bordar, tocar piano e falar francês e parcelas especiais são vinificadas separada-
aguardar pacientemente que os pais lhe ar- mente, o que depois facilita o blending, uma
ranjassem casamento. A viúva Clicquot re- das grandes artes que se praticam na região.
velou uma rara visão de mercado e abriu os Desde 1961 e por mais de 40 anos a Veuve Clic-
mercados de leste, sobretudo o russo quando, quot não usou barricas durante todo o pro-
em 1814 colocou o seu vinho de 1811 na corte de cesso de fermentação e estágio. No entanto,
St. Petersburgo. As vinhas que então adqui- mais recentemente (a partir de 2009) verifi-
riu ainda hoje pertencem à empresa, muitas cou-se um retorno muito moderado ao uso de
delas localizadas nas zonas Grand Cru mais barricas, sobretudo para os topos de gama da
famosas da região, como Avize, Oger, Le Mes- empresa.

19,5 €260 A
nil, Ambonnay, Bouzy. Foi o seu Chef de Cave O Comité Interprofissional de Champagne,
Antoine Müller, que, em 1818, introduziu a téc- entidade reguladora e fiscalizadora da região,
nica da remuage, resolvendo o problema de LA GRANDE DAME foi criado em 1941. O mercado interno absorve
como lidar com as borras das leveduras que Champagne branco 2015 metade da produção de toda a região que, ape-
ficavam como sedimento na garrafa após a VEUVE CLICQUOT PONSARDIN – sar de variações conforme a oferta e a procu-
segunda fermentação; criou as pupitres com IMPORTADO POR EL CORTE INGLÈS ra, se situa na casa das 300 milhões de garra-
buracos onde se inseriam as garrafas. Uma Excelente presença no copo, com mousse fas/ano, podendo o rendimento vitícola,
muito delicada. Todo o aroma respira
inovação fantástica que se mantém em uso subtileza, desde o lado f loral até leves decidido anualmente, atingir as 15 ton de uva
actualmente. Foi também nesta empresa que, notas de fruta vermelha, ao lado de um por hectare. Sabendo-se que as uvas são pa-
em 1818 se criou o primeiro rosé d’assemblage. fundo citrino. Elegância pura. No palato gas a peso de ouro, pode dizer-se que, em
mostra um perfil fino, com fantástica acidez
O conhecido rótulo amarelo foi criado, mais e com excelente estrutura. Um vinho de Champagne, para ser rico basta produzir
recentemente, em 1977. meditação. (12,5%) uvas, nem é preciso ter adega… GE

134 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3


SEJA RESPONSÁVEL. BEBA COM MODERAÇÃO.
CASA DOS ESPÍRITOS SOVIBOR

MAMORÉ
EM VERSÃO

VELHÍSSIMA

Ao que se sabe, esta aguardente estava “por lá” esquecida

no fundo de uma pipa. Os actuais proprietários que herdaram

instalações e stock da antiga Sovibor, não demoraram muito a

perceber que por ali estava uma relíquia.

TEXTO JOÃO PAULO MARTINS

aguardente vínica é um destilado muito exigente. Pode ser feito


de várias maneiras, sendo que é obrigatório ser um destilado de
vinho, para que assim se distinga das aguardentes que são fei-

A
tas quer de bagaços quer de frutos. No fundo, qualquer produto
que tenha açúcar e seja passível de fermentar, hortícola ou fru-
tícola, pode, depois, dar origem a uma aguardente. Quando falo
em várias maneiras de ser elaborada estou a pensar que, basicamente, a aguar-
dente pode resultar da destilação de vinho que não encontrou comprador (as
razões podem ser múltiplas), algo que tem muita tradição em Portugal; a Junta
Nacional do Vinho (organismo que após o 25 de Abril se transformou em IVV)
adquiria os excedentes da produção e depois enviava para destilação. Mas pode
também resultar de uma vinificação específica para aguardente, com o vinho

18 €135 A
a ser destilado imediatamente a seguir a terminar o processo fermentativo,
sem adição de sulfuroso. Este é o método mais usado em Cognac e na elabora-
ção das aguardentes da Lourinhã, mas, entre nós, sempre foi a destilação de MAMORÉ
vinhos já feitos e, por vezes, guardados há muito, que se vulgarizou. Aguardente Vínica Velhíssima 50 anos
Creio que esta aguardente destilada na Sovibor, casa fundada em 1968 e adqui- SOVIBOR
rida por Fernando Tavares em 2014, se enquadrará na primeira categoria. Tanto O aspecto visual é magnífico com muitas tonalidades
esverdeadas que nos remetem para a idade do destilado.
quanto o proprietário pode adiantar, estaremos perante uma aguardente com O aroma, marcadamente suave, leva-nos para os frutos
cerca de 50 anos, uma idade que, se estivéssemos em Cognac, daria origem a secos, como alperce, nozes e avelãs, com um fundo
um produto com preço de ourivesaria… Note-se que, a partir de uma certa ida- achocolatado. Muito macia na boca, extremamente
envolvente, é uma aguardente muito sedutora, aveludada
de (digamos, 20 anos) já não adianta manter a aguardente mais tempo em casco e de final longo, a deixar excelentes memórias. (37,5%)
porque nada mais o tempo lhe acrescenta e, antes pelo contrário, rouba, uma
vez que a evaporação é constante.
Portugal já foi pródigo em inúmeras aguardentes vínicas velhas que eram
produzidas em quase todas as regiões, mas, as limitações à destilação, os preços
altíssimos dos impostos e o “cerco” das autoridades alfandegárias levaram a
que muitos produtores abandonassem a destilação. É com gosto que assistimos
actualmente a um certo renascimento e ao surgimento de novas marcas, com
preços muito ajustados à raridade e originalidade dos produtos.
Esta aguardente tem uma apresentação magnífica, com uma tampa em
mármore, material bem abundante em Borba. Foram cheias 2000 garrafas
de 500 ml. GE

136 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3


NOTÍCIAS

Naturalfa será

certificadora
Grandes do novo

Escolhas Referencial de

lança app Sustentabilidade

do Sector
para
Vitivinícola
consulta
A Naturalfa foi selecionada pela Vini-
de notas Portugal como organismo de certifica-
ção das organizações do sector vitivi-
de prova nícola nacional que pretendem adotar o
mais recente Referencial Nacional de
Certificação de Sustentabilidade do
Sector Vitivinícola. Este referencial
tem como objectivo certificar os produ-
a primeira aplicação móvel por- tos comercializados pelas organizações
tuguesa do género. A app Gran- vitivinícolas que assumam o compro-
des Escolhas foi lançada ao públi- misso de implementar práticas susten-

É
co no evento Vinhos & Sabores, táveis a nível ambiental, social e econó-
que aconteceu em Outubro na mico. Tendo como base o princípio da
FIL, e permite a pesquisa e con- melhoria contínua, a certificação per-
sulta de mais de 14 mil vinhos, com nota de mite que as organizações progridam ao
prova dos especialistas da Grandes Escolhas, longo do tempo e, consequentemente,
preço, características, classificação e botão obtenham melhores resultados. O refe-
para compra nas principais garrafeiras do rencial tem ainda em consideração as
país. É também possível guardar vinhos nos especificidades de cada região onde o
“Favoritos”. A pesquisa dos vinhos pode ser operador exerce a sua actividade.
escrita ou, de forma muito prática, através de
fotografia do rótulo, quer o vinho esteja à
venda numa prateleira ou já na mesa. Uma
app muito aguardada pelos consumidores,
que passam a ter, no bolso, um mecanismo
para comprar e consumir vinho com con-
fiança e de forma informada.
A aplicação Grandes Escolhas, disponível
para Android e iOS (nas respectivas lojas de
aplicações), tem ainda uma secção “Notícias”,
para leitura rápida das novidades do mundo
do vinho, e outra de “Destaques”, com infor-
mação sobre os próximos eventos de vinho e
outros temas relevantes.
A Grandes Escolhas escolheu o ano do seu
sexto aniversário, 2023, para investir numa
presença online e digital melhorada e mais
adequada às necessidades dos tempos. A app
Grandes Escolhas junta-se, assim, a uma
nova newsletter e a um website totalmente
renovado, apresentados em Março deste ano,
nos Prémios Grandes Escolhas.

138 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3


NOTÍCIAS

WineStone:

Grupo José

de Mello

cria holding

e investe

no Douro

e Vinhos

Verdes

o sector do vinho, o Grupo José de Mello já não significa apenas “Ravasqueira”. Oitenta anos depois da
aquisição, pela família José de Mello, da propriedade em Arraiolos, Monte da Ravasqueira, que viria a
ser a base deste projecto alentejano, o grupo cria uma holding de investimentos, WineStone, e anuncia

N
as primeiras apostas: as propriedades Quinta do Retiro Novo e Quinta do Côtto, no Douro; Paço de Tei-
xeiró, na região dos Vinhos Verdes; e a marca de vinho do Porto Krohn.
A WineStone vem reforçar, segundo o grupo, a vontade de crescimento “em diferentes áreas da activi-
dade económica” e de posicionamento “no top 3 da liderança do sector do vinho”.
Num evento para a imprensa (que aconteceu no dia 17 de Outubro), o Grupo José de Mello descortinou, ainda, outros
objectivos ambiciosos: crescer, até 2030, pelo menos dois dígitos percentuais por ano; passar dos actuais 21 milhões de
euros anuais, em facturação, para 60 milhões; e duplicar as exportações, dos 30% de hoje para 60%.
Em relação à Quinta do Retiro Novo e à respectiva marca Krohn, foi feita aquisição directa, enquanto que na Quinta
do Côtto, na mesma região, e no Paço de Teixeiró, nos Vinhos Verdes, foi feito um contrato de exploração total, sem te-
rem sido revelados valores ou prazos. As equipas das propriedades agora adquiridas e geridas serão mantidas, mas
David Baverstock, recentemente integrado na Ravasqueira, assume a liderança de toda a enologia. O reconhecido
enólogo confessou, à Grandes Escolhas, que já supervisionou a vindima deste ano nas três regiões.
Além da entrada do grupo numa nova categoria de vinhos, vinho do Porto, com a marca Krohn, a WineStone — que
apresenta Pedro Pereira Gonçalves (à direita na foto) como Presidente Executivo — vai também trazer desenvolvimen-
to do segmento de vinhos “luxury”, como dito pelos próprios, mas o maior foco será “no meio da pirâmide”, os vinhos
“premium”.
Pedro Pereira Gonçalves liderou, nos últimos anos, o processo de desenvolvimento e afirmação da Ravasqueira. “O
nosso principal objectivo é desenvolver uma estratégia de crescimento com ambição, consistência e sustentabilidade,
numa perspetiva de longo prazo, para conseguirmos produzir e comercializar vinhos de qualidade em todas as regiões
em que estamos presentes, com marcas admiradas pelos consumidores dos diferentes segmentos, no mercado nacio-
nal e com impacto nos mercados internacionais”, afirma o Presidente Executivo da WineStone.
Já Salvador de Mello (à esquerda na foto), Presidente Executivo do Grupo José de Mello, reforça que “a criação da nova
plataforma de negócios WineStone representa mais um passo na concretização da nossa ambição de crescimento e
constitui também um desafio para assumirmos, a exemplo das outras áreas de negócios em que estamos presentes,
uma posição de liderança no sector do vinho”.
A WineStone garante, adicionalmente, que tenciona vir a entrar na região de Lisboa e expandir a acção no Alentejo,
bem como desenvolver enoturismo no Douro.

140 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3


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Confiamos no nosso processo de inspeção DS100. Se receber

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NOTÍCIAS

60 anos de Cartuxa em edição especial


LUÍS LOPES

ssinatura emblemática entre os vinhos do Hoje, o nome Cartuxa é, sobretudo, vinho e azeite. E vinho e
Alentejo e de Portugal, a Adega Cartuxa azeite constituem o conteúdo de cada uma das luxuosas
está intrinsecamente ligada à casa mãe, a 1000 embalagens agora colocadas no mercado, ao preço

A
Fundação Eugénio de Almeida, fundada em unitário de €1000, disponíveis no enoturismo Cartuxa e
1963 e que comemora este ano o seu 60º ani- nas lojas de vinhos e gastronomia. Em cada caixa de madei-
versário. Provavelmente, se tivesse sido ra estão seis tintos varietais, um blend branco, um blend
festejado da mesma forma, o 20º aniversário da Fundação tinto e um azeite. Tirando este último, da safra de 2022/2023,
não teria tido o vinho como elemento principal, uma vez todos os vinhos são da vindima de 2021, todos elaborados
que a primeira colheita engarrafada do tinto Cartuxa nas- propositadamente para o efeito a partir de castas tradicio-
ceu na vindima de 1986. Mas 60 anos passados, o vinho e a nais alentejanas e todos “à moda antiga”, sem inoculação de
Cartuxa são, de muito longe, as imagens que os portugue- leveduras ou, no caso do branco, clarificação de mostos. O
ses retêm desta casa, cujo património se estende pelo imobi- branco fermentou também em barricas usadas e os tintos,
liário, floresta, gado e o cada vez mais importante olival. consoante o caso, fermentaram pequenas cubas inox de
Com uma acção continuada e abrangente nas áreas cultu- 1000 litros ou balseiros de madeira. Branco e tintos estagia-
ral, educativa e social, a Fundação Eugénio de Almeida ram em barricas de carvalho francês, bem usadas, de modo
afirma-se como uma das mais relevantes fundações portu- a que a barrica não se sobreponha ao vinho.
guesas, cujo impacto ultrapassa largamente a região de O branco é um blend de Arinto e Roupeiro, sobretudo, com
Évora, onde tem a sua sede. pequenas percentagens de Assario (Malvasia Fina), Gou-
veio e Antão Vaz. Com imenso carácter, austero, fresco, en-
corpado e seco, com final salino, promete bastante (18).
Tal como no branco, a escolha das seis variedades de uva
tinta que melhor representam aquilo que é a história e o
perfil Cartuxa coube a Pedro Baptista, director de enologia
e viticultura e administrador da casa. Quando olhamos
para os rótulos, de imediato sentimos a ausência do Alican-
te Bouschet. Mas Pedro tem uma explicação que faz senti-
do: “Naquilo que são as bases dos vinhos que produzimos,
em todos os segmentos de preço, o Alicante Bouschet não é
tão importante quanto outras castas”. Assim, os varietais
tintos alinham com: Moreto, um tinto leve, vegetal, terroso,
com notas de cogumelos, belíssimo equilíbrio (18); Castelão,
pleno de fruta, framboesa e cereja, delicado, fino, distinto,
um lado “pinot” extremamente atractivo (18,5); Alfrocheiro,
super elegante, perfumado sem excessos, subtil, sumaren-
to e sofisticado (18,5); Tinta Caiada, com fruta de enorme
qualidade e delicadeza, tanino suavíssimo, vibrante acidez
no final (18); Aragonez, evidenciando a garra e tanino pró-
prios da casta, mas polido pela barrica e pelo corpo cheio,
impositivo, jovem, a precisar de tempo (18); e Trincadeira,
notável na identidade alentejana, com vegetal seco e espe-
ciarias, taninos firmes, sério, de primeira grandeza (18,5). O
blend tinto, feito com percentagens distintas destas 6 cas-
tas, é mais do que a soma das partes. Muito jovem ainda,
complexo, com fruta de enorme qualidade, vegetal seco,
flores do campo, mato, perfeita textura, fresco, vibrante,
grande vinho (18,5/19). Já o azeite comemorativo é um extra
virgem, de muito baixa acidez (0,14 %), elaborado no lagar da
Fundação a partir de Picual e Arbequina. E assim se come-
moram, em beleza, seis décadas de vida.

142 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3


NOTÍCIAS

Alban Cacaret (vice-


(Nova) Quinta da Côrte celebra
presidente do Grupo
10 anos Vignobles Austruy)
Marta Casanova
JOÃO PAULO MARTINS

(directora geral e
Quinta da Côrte, localizada na região do Douro (Cima Corgo) esteve ligada ao grupo Croft/ enóloga Quinta da
Delaforce quando, nos anos 80, este era um forte grupo no sector do vinho do Porto. Os Côrte) Bruno Ramos
Vintage com o nome da quinta saíam como “single quinta” nos anos em que a Delaforce
(director comercial
A
não declarava Vintage clássico. Já na altura pertencia às famílias Pacheco e Cyrne e o
nome de Pacheco & Irmãos, que se encontra nos rótulos, remete para a família que era Quinta da Côrte) e
proprietária em 1927. Phillipe Austruy
Em 2013, a quinta e a empresa foram vendidas a Philippe Austruy que é também produtor de vinho rosé
na região francesa de Provence e em Itália. Após a aquisição, procedeu-se à reconstrução dos muros das (Presidente do Grupo
vinhas e à renovação da adega. À frente da enologia, e agora com funções de direcção de toda a quinta, Vignobles Austruy).
está Marta Casanova, enóloga desde 1994 na região. A quinta produz vinhos Douro e também vinho do
Porto de várias categorias, dos Tawny aos Vintage, passando pelos LBV. Com uma localização privilegia-
da e com encostas que ladeiam o rio Torto, a quinta tem cerca de 26ha de vinhas, dos quais metade são de
vinha velha. É nessa parcela de vinha velha que nascem as uvas que originam os Vintage que conti-
nuam a ser feitos em lagar com pisa a pé (nota de prova do Vintage 2021 nos Vinhos do Mês) e onde o tra-
balho de lavra tem de ser feito a macho e arado, como pudemos comprovar este ano. Nestas parcelas da
vinha velha, pontificam mais de 100 castas, todas elas já geo-referenciadas cepa a cepa.
No apoio aos vinhos Douro, a quinta conta com Stéphane Derenoncourt, consultor de enologia, sediado
em Bordéus e que recentemente se reformou, mas cuja equipa continua a dar apoio a 150 produtores nos
mais variados cantos do mundo. Como disse na altura, a partir de agora apenas estará ligado aos projectos
com os quais sente uma maior paixão, o que acontece com a Côrte. A primeira vindima da nova era foi
precisamente em 2013 e chegou agora o momento de comemorar os primeiros 10 anos do projecto.
O Enoturismo dispõe de oito quartos, e aos visitantes podem proporcionar-se, mediante marcação, visi-
tas, passeios e provas de vinho. A nova boutique Rendez-Vous, onde os produtos da quinta estão à venda
(incluindo o azeite) foi inaugurada este ano. No evento da celebração dos 10 anos foi também apresentado
um vinho tinto apenas comercializado em magnum – TNX – Touriga Nacional em Xisto, uma edição li-
mitada de 658 garrafas a €450, disponível apenas no canal HoReCa, a partir de Novembro.

144 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3


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Romain Jouannais, Escanção, La Cave Spirituelle.
NOTÍCIAS

Vinalda Wine Experience trouxe

centenas de vinhos à La Distillerie


VALÉRIA ZEFERINO

o dia 25 de Setembro, em Lisboa, foi realizado mais va, 18 vinhos premium do panorama vínico português foram
um evento de sucesso baseado no portefólio da apresentados pelos enólogos e produtores. Ao lado das novas co-
mais antiga distribuidora de vinhos e bebidas de lheitas de vinhos que já ganharam prestígio no mercado, como o

N
Portugal: Vinalda Wine Experience. Encontro Special Cuvée Extra Bruto 2016, o Marquês de Marialva
Fundada em 1947, a Vinalda continua actual e dinâ- Cuvée Primitivo Brut Nature 2015, o Raríssimo “37 Anos” Extra
mica, representando um mix de marcas icónicas e Bruto 2007, o Terras de Mogadouro Grande Reserva 2020, o Quinta
emergentes, que constituem o mais completo catálogo de bebidas da Biaia Fonte da Vila Síria 2019, o XXVI Talhas Talha XV Tinta
premium para todos os canais no território nacional, apostando Grossa 2022, Quinta do Monte d’Oiro Parcela 24 2019 e Brutalis
também na exportação para mais de 30 mercados. 2018, foram provadas algumas estreias absolutas. António Sara-
A mostra de um portefólio que contém vinhos de perfis e seg- mago, um dos enólogos mais antigos do país, apresentou o seu
mentos diferentes, de quase todas as regiões nacionais, além de espumante Brut Nature 2014, feito de Chardonnay e Castelão,
França, Espanha e Itália, bebidas espirituosas nacionais e interna- numa edição super limitada de apenas 770 garrafas. Diana Silva,
cionais, e ainda cervejas artesanais, águas minerais, sumos e a produtora jovem e grande promotora da casta madeirense Tinta
azeites, proporciona sempre uma experiência completa para os Negra, apresentou o monovarietal Ilha Tinta Negra “A Emblemá-
profissionais nesta área. tica” 2018. Com boa dose de irreverência e reflexão, João Roseira da
No dia do evento, as salas de La Distillerie receberam sommeliers, Quinta do Infantado falou das razões por detrás do palhete Infan-
profissionais de restauração, proprietários de garrafeiras e outras tado Junior 2021 e do Porto Vintage Quinta do Infantado 2017.
pessoas ligadas à área dos vinhos, onde todos os produtores que a Para além de vinhos, houve uma área dedicada às cervejas arte-
Vinalda distribui apresentaram centenas de referências, de Norte sanais, águas e bebidas espirituosas, onde os brand ambassadors
a Sul do país. de grandes marcas de whisky, gin, vodka, rum, tequilla, mezcal e
Em paralelo com as provas junto aos produtores, decorreu a IV licores, e a equipa Vinalda, deram a provar (em cru) os seus pro-
edição de uma prova especial com acesso por convite. Nesta pro- dutos e cocktails.

146 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3


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NOTÍCIAS

Vinhos do

Alentejo

promovem

integração de

pessoas com

deficiência no

sector

A Comissão Vitivinícola Regio-


nal Alentejana formalizou um
protocolo de colaboração com a
Humanwinety, projecto criado
em 2022 pelo enólogo Bento
Amaral, que promove a integra-
ção de indivíduos com deficiên-
cias físicas ou intelectuais nos
sectores vinícola e hoteleiro. No
âmbito desta parceria, que visa o
desenvolvimento da sustentabi-
lidade social do Alentejo, será
definida uma agenda que passa-
rá, entre outros, pela formação
Matriarca: Symington lança de profissionais para o sector,
tendo como destinatários produ-
clube com vinhos e experiências tores e agentes económicos da
região alentejana.
exclusivas

família Symington lançou o clube de enófilos “Matriarca”, que dará acesso privile-
giado a vinhos exclusivos, experiências vínicas e novos lançamentos. Este é um
projecto inspirado em Beatriz Leitão de Carvalhosa Atkinson, membro da primei-

A
ra geração familiar e esposa de Andrew James, o primeiro Symington a vir para
Portugal para trabalhar no sector do vinho do Porto, em 1882.
“Beatriz, sendo luso-britânica, corporiza a história do vinho do Porto; foi mestra da
arte do bem-receber, entusiasta da vida, amante das almoçaradas com família e amigos. Beatriz foi
a mulher decidida e decisiva que fez com que fosse possível erguer o negócio familiar que se man-
tém quatro gerações depois. Hoje, é nela que a quinta geração se inspira para o lançamento do
projecto mais inovador que tem em mãos: o Matriarca”, declara a família Symington.
O clube Matriarca pretende ser uma comunidade de amantes de vinho, de entusiastas da gastro-
nomia e de curiosos. Os seus membros terão acesso a uma loja online exclusiva e receberão uma
selecção semestral de vinhos especialmente curada a partir do portefólio da Symington Family
Estates e amigos. Estará também ao alcance dos membros um programa cultural exclusivo, que
permitirá visitar espaços da Symington interditos ao público geral, e participar em formações,
lançamentos de novos produtos, e reserva de vinhos com alocações especiais.
A família Symington anunciou ainda que, para já, procura apenas os primeiros 100 membros fun-
dadores desta comunidade. Uma vez encontrado o centésimo membro, qualquer candidatura sub-
sequente será colocada em lista de espera, até que uma nova fase de entrada seja anunciada, “pre-
visivelmente em 2024”, como indica a família.
As inscrições no clube Matriarca podem ser feitas através do website do projecto, em matriarca-
-club.pt.

148 GRANDES ESCOLHAS N O V E M B R O 2 0 2 3


garrafas,
pr od u çã o de apenas 700
Com u m a m vinho,
ro n a R osé é mais do que u
H.O Mat desafia
pe ri ên ci a sensorial que
é uma ex zonais,
a" e n ão co n hece limites sa
a "norm alquer
(e de ve) se r bebido em qu
este pode
altura do ano.

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