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FACULDADE TEOLÓGICA BATISTA

ANDERSON APARECIDO DE JESUS PINHEIRO


PROFESSOR ANDRÉ FARIAS

RESUMO DAS INSTITUTAS DE CALVINO – CAPÍTULO XX

São Paulo
2023
Calvino inicia o capítulo esclarecendo a necessidade de se discutir a respeito do papel
do governo civil em relação ao poder divino e assuntos pertinentes a fé já que homens de forma
veemente tentam distorcer a ordem das coisas não se sujeitando ele ou impedindo que outros
usufruam legitimamente deles e outros, exaltando seu poder exageradamente, não hesitam em
abstê-lo do senhorio de Deus. Mesmo que sejam de naturezas diferentes, tanto o governo civil
como a autoridade divina, não entram em atrito já que foi Deus quem estabeleceu as autoridades
humanas e leis para executar seu juízo e manter a ordem e sobre elas governa.
É justo que todo homem busque um tribunal ao ter seus direitos violados ou que se
defenda de um acusador, porém não deve ser conduzido por desejo de vingança, ódio ou rancor,
mas sim, por apenas querer manter o que lhe é devido de maneira honrada e benevolente.
Nenhum cristão pode, por mais justa que a causa seja, demandar com seu irmão se não tiver a
intenção de resolver o assunto de modo pacifico e não deve ser proibido de fazê-lo com o
pretexto de que ele estaria se antecipando à vontade do Senhor. É certo que Cristo em Mt 5:39-
40 orienta aos seus que suportem injúrias maiores sem se deixar inflamar por vingança.
Entretanto, isso não os impedem de recorrer a justiça humana quando necessário. Paulo também
não condena se valer desse ato, mas fazer isso de maneira imprópria (1Co 6:5-8) gerando
escândalo ao evangelho por parte dos cristãos em seus pleitos diante dos infiéis. Ainda assim,
é preferível perder os bens do que ter o coração cheio de ira e indignação.
Mais que simplesmente aceitar as autoridades como um mal necessário, o povo deve
lhes oferecer profundo respeito, honra e obediência já que ser designado por Deus para essa
função inclui um grande peso de responsabilidade. As autoridades que agem de modo
reprovável, devem ser obedecidas até onde é possível, porque nelas reside o poder que Deus
lhes conferiu, elas são usadas para punir a impiedade do povo e resistir-lhes é resistir ao próprio
Deus que conforme sua vontade, distribui reinos e reis sejam bons ou maus para que todos
reconheçam que Ele é o Senhor, Deus as colocou nessa posição de poder, independente de
cumprirem corretamente seu dever ou não. Antes de se revoltar, todo homem deve se lembrar
humildemente de que por causa dos delitos cometidos é que veio o castigo, isso fará refrear a
revolta. Além disso, o povo deve clamar ao Senhor pelo seu auxílio em casos de abuso das
autoridades. Deus pode levantar servos para os livrar da tirania como sucedeu com Moisés e
faraó (Ex 3:7-10) entre outros casos incluindo aqueles em que alguns intentando o mal, sem
saber, são usados pelo Senhor para fazer sua vontade. A alguns é conferida autoridade para
representarem o povo e como função do seu ofício os livrarem de abusos cometidos por
autoridades maiores, como reis, mas o cidadão comum deve ter em mente que isso não concede
o direito de desprezar ou violar a autoridade dada por Deus a homens indignos.
REFERÊNCIA

CALVINO, João. As Institutas ou Tratado da Religião Cristã Vol. 4. Cidade: Editora Fiel,
2018

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