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Diagramação
Livro Digital
1ª Edição
Aline Damasceno
GLOSSÁRIO
SINOPSE
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Epílogo
AGRADECIMENTOS
SOBRE A AUTORA
Primeiramente, começo pedindo desculpas caso haja algum
erro no emprego das palavras turcas presentes no texto a fim de
Anne – mãe
Aşk – amor
Bok – merda
Değerlim – preciosa
Güzel – gostosa
Kıymetli – preciosa
Tanri – Deus
Tatlim – querida
Uma mocinha ferida, um milionário arrogante e uma gravidez
acidental...
usaria todo o seu charme para tê-la. Tiveram uma tórrida noite de
prazer, mas, arrependida, por não ser o tipo de mulher que mantém
o homem misterioso, que não estava nada satisfeito por ter sido
deixado, seria seu novo chefe.
os servir.
Bebendo um pouco, sentindo as pequenas bolhas contra a
concentrava ali.
era insegura demais para flertar com quem quer que fosse à
mesmo que soubesse que não era nada elegante correr com meus
ser comum para homens como ele, Mark deve ter desistido de mim.
Esse pensamento fez com que eu quisesse rir amargamente
da minha idiotice, mas me contive, lamberia minhas feridas mais
estava muito longe disso, mas foi impossível para mim não me
deixar levar pelas suas palavras doces, seu toque gentil, o olhar
ele apenas disse que era um grande bobo por não ter visto a mulher
linda e inteligente que eu era, alimentando ainda mais o meu ego.
Balancei a cabeça em negativa, mas me concentrei para não
Mark poderia ser esse homem. Não sei onde estava com a cabeça
por confundir tudo, de não ter conseguido enxergar a verdade, que
quebrar minha ética de trabalho. Foi quase que impossível não cair
na sua rede e estava prestes a sucumbir, entregando meu corpo a
ele, o que teria sido pior ainda.
Respirando fundo quando a brisa fresca tocou o meu rosto,
recursos para tal, vendendo tudo que tinha para isso, reconstruindo
tudo com ela novamente. Um sentimento puro que sobreviveu às
um homem que não me achasse fria e sem sal na cama, mas sim,
outro emprego que pagasse tão bem como o que eu tinha, e que
pudesse amar tanto quanto amava trabalhar para a companhia, já
uma mera coincidência? Por mais que achasse que era somente o
mim que o movia. Mais uma das minhas bobagens. Nem sabia se
era realmente ele, o tal “homem” que me seguia com o olhar.
— Boa noite, senhorita. — A voz grave e rouca, acentuada
Uma mecha do cabelo escuro caía sobre sua têmpora e uma barba
motivo para tal, já que ali havia mulheres muito mais atraentes do
melindrada por ver Mark com outra, até essa minha reação
imperceptível, mas que com certeza foi percebido por ele. Estava
ficando completamente maluca em fantasiar com aquele homem
que nem sabia o nome, além de que eu não era o tipo de mulher
indicativo.
Merda, eu não era tão imprudente assim. Nem ao menos
desviado.
somente algo criado pela minha mente machucada que queria vê-lo
na pior. Uma espécie de vingança, o que era ainda mais ridículo da
minha parte, me fazendo sentir ainda mais patética.
Virei-me para o homem desconhecido, forçando-me voltar a
realidade, dando-me conta de que ele me observava atentamente.
Apesar do brilho de desejo ainda cintilar em seu olhar, percebi que
— Com licença.
Fiquei constrangida pelo modo com que reagia a ele e pela
calor que irradiava por todo o meu corpo. Perante aquele estranho,
parecia que não tinha vontade própria, e, para o meu pânico, eu
soube que, com o seu toque, eu poderia fazer tudo aquilo que ele
Deus!
— Senhor? — questionei, sentindo meus lábios ficarem
secos.
Apoiei uma mão no ombro largo quando senti minhas pernas
ficarem bambas pela onda de desejo que me assolou ao fitar
fogo em mim.
Buscando me controlar e suprimir aquele calor indesejável,
— Eu?
mulher fantástica que minha mãe tanto falava, pois sabia que isso
só deixaria minha noite ainda mais melancólica. Lidar com o fato de
ter sido feito de boba por Mark, que provavelmente dava em cima de
significado especial?
— Severo.
— Oh!
como uma ordem, o que poderia não me fazer encarar bem o fato,
mas as palavras seguintes me desarmaram: — gosto que você me
toque.
— Yaz…
— Por favor.
— Trabalho, tatlim[5].
— Apenas isso, senhor? — Com uma ousadia que não sabia
que existia dentro de mim, insinuei-me para ele, que abriu os olhos,
chamar meu ex de idiota, fez com que eu sentisse que tinha valido a
pena meu desabafo, que não era eu a culpada pela minha suposta
frigidez.
incentivando-me a continuar.
— Mas só posso culpar a mim mesma, a minha ilusão de
— Sim?
Antes que pudesse perguntar se ele era do tipo que iludia, de
que iria me fazer promessas doces só para me levar para cama,
ouvi vozes e risadas que ficavam cada vez mais próximas, e quando
as reconheci, fiquei tensa, esquecendo-me do flerte com o homem à
minha frente, da perspectiva de nos envolver. Maneei a cabeça.
não teriam?
Eu que não ficaria ali para descobrir, ainda mais quando
sabia que tinha gente que gostava de ser assistido. O melhor seria
deixar aquela festa e não mais sofrer com aquilo. Colocaria uma
baixinho.
Pousei a minha palma contra a mão dele apenas para baixá-
la, um pedacinho de perda me invadindo por não ter mais o seu
ocorreria.
Dei um passo à frente quando a risada da Senhora Jenkins
se tornou mais próxima, porém o turco segurou meu braço e
murmurou:
— Espere!
Girei-me em sua direção, não tendo forças para me afastar
companhia ou porque era daquele tipo que não aceitava não, mas
não importava.
— São Mark e a amante — minha voz saiu rasgada e quase
não reconheci meu próprio tom.
Detestei minha vulnerabilidade, que de algum modo
aumentou a irritação dele, só que não era por mim, mas pelo diretor
financeiro.
ir atrás dela.
sorrisos, dela levando uma taça aos lábios chamativos. Meus olhos
eu senti que faria de tudo para remover aquele vestido azul marinho
vários outros dias. E usaria todas as minhas armas para obter o que
de todos.
vida, por mais que tudo em mim quisesse pele contra pele, gemidos,
De distraí-la do quer que fosse que a fazia sofrer. Uma ânsia boba
que em nada combinava comigo se espalhou pelo meu peito. E por
mais que eu tentasse suprimir aquele sentimento tolo, ele se tornava
olhar de Val que estava nublado pelo desejo que espelhava o meu.
Com meu pênis ficando cada vez mais excitado, ainda mais
equilíbrio, mole com o meu beijo, o mero roçar não era mais o
suficiente para aplacar minha fome. Querendo senti-la, aprofundei o
contato ao usar a ponta da língua para abrir os lábios macios para
algo que parecia ir além do prazer físico, como se o mero toque não
fosse o suficiente. Pelo menos para mim não o era, precisava
severidade.
Ignorando esses pensamentos impróprios, apartei o beijo por
alguns momentos e encarei as duas safiras que me pediam por
seu sexo.
— Eu quero você — confessei, deixando uma série de
senti-lo.
— Não podemos, Yazuv… — disse baixinho, saindo do meu
abraço.
corpo.
— Tatlim? — Tive que perguntar, precisando da certeza.
e eu deixei meu olhar pousar nos topos dos seios arfantes, não
contendo o sorriso com a ousadia dela. Não me lembrava de algum
dia ter sorrido tanto quanto hoje, tudo por causa dela. — Me mostre
meu aperto que tinha dado nela em meio ao beijo e Val emitiu um
chiado, que despertou ainda mais a minha fome. E eu não resisti em
pouco de controle para não fazer sexo com ela ali mesmo.
— É só uma amostra do que te darei, değerli.
recuperar.
— Hoje não, peguei um táxi.
— Ótimo.
Não escondi o meu contentamento, ainda mais perante a
— Linda.
devagar para ela não tropeçar nos saltos. Naquela noite, não
precisava atrair atenção para mim, não mais do que o necessário,
seu gosto embriagante mais uma vez, do calor dos seus lábios, do
mansão.
Mas, a cada passo que dava, algo dentro do homem rígido e
severo que eu era, intuía que aquela mulher tinha entrado em minha
antecipação.
Mas pensar o quão poderoso ele poderia ser, fez com que me
vestido que impedia de ter pele contra pele. Quando deslizou seus
casto, que fez um calor gostoso e diferente subir pelo meu peito. Era
um toque que tinha a intenção de acalmar o que quer que fosse. E
eu me senti grata por isso também, pelo fato dele respeitar os meus
horrível.
Embora aparentasse ser rígido, pude notar que ele escondia
segurando o meu rosto com uma mão, me trouxe para perto do seu,
enquanto a outra voltava a pousar sobre a minha coxa, seus dedos
bem próximos da minha vagina, apertando-me. O arrepio delicioso
mão livre ao cós da sua calça, sentindo a ereção firme sob o meu
tato. Arfei quando fui brindada com um gemido de contentamento e
Por mim, faria sexo com ele ali mesmo, tamanha a urgência
de tê-lo, de ser sua mulher por aquela noite. O som dos carros que
passavam por nós era um mero ruído, somente o barulho do nosso
inspirar me importava.
— Yazuv?
se preocupava comigo.
vendo coisas que não existiam. Às vezes ele só não curtia a posição
que daria a ele menos controle, já que eu teria que ficar por cima,
— Kıymetli?
recordar da razão pela qual ele tinha parado o veículo, pois minha
ânsia por ele, as sensações despertadas tinham sido intensas
impediu.
— Uma bobagem.
o que desejava.
— Eu sou apenas uma assistente administrativa. — Meu
— E?
dois.
— Sei que você é…
novamente.
— Acho melhor irmos — deslizei minha boca até alcançar a
deliciosa tortura que seus olhos prometiam que ele iria me infligir.
Um silêncio de antecipação preenchia o veículo enquanto eu
sentia meu corpo todo tenso, com o meu desejo insatisfeito pelos
contra o tecido da minha cueca e calça, uma carícia que era mais
exploração do que algo para fazer-me perder o controle, mas que foi
Mas foi o modo como reagiu ao roçar dos meus dedos na sua
queria não apenas por uma noite, agora tinha total certeza disso.
posições, queria tudo que eu sabia que Valdete poderia me dar com
seus dedos. Não hoje, quem sabe em outro dia. Eu queria tudo com
Valdete. Explorar aquele desejo irracional e desconhecido por sexo,
embriagava. Algo que nunca teve tanta importância para mim, agora
sedução.
Enquanto dirigia, com o canto do olho, percebi que ela tinha
que tinha sobre mim e que poderia ser a minha derrocada. Reprimi
um suspiro e mantive minha expressão, voltando a minha mente
para as deliciosas maneiras que eu a faria gozar. Era um terreno
colocar no mesmo patamar que meu avô e pai, que não ajudaria a
destruir ainda mais uma mulher com problemas de autoestima. Não
era igual aos dois bostas que a magoaram. Mas sabia que estava
enganando a mim mesmo por razões que era melhor não investigar.
— O apartamento que comprei ainda está sendo mobiliado —
empecilhos.
Balancei a cabeça negando, e inclinando-me o máximo que o
cinto permitia, aproximei meus lábios dos dela. Pairando sobre ela,
desejei beijá-la com toda a fúria a fim de fazê-la esquecer as
antes ouvir um sou uma péssima amante dito baixinho. Aquela fala
surpreendido.
azuis e ergui a mão dela, levando-a aos meus lábios. A beijei, sem
Não deixei que ela continuasse, pois sabia que iria comentar
sobre o quão caro deveria ser uma suíte como aquela. Girando
passo que, infiltrando suas mãos por entre o meu blazer e camisa,
começou a remover a peça. Contorcendo-me, sem conseguir me
que não sentisse sua pele nua, os lugares que fazia ela gemer, se
arquear e estremecer; gravando as expressões dela, o brilho dos
seus olhos.
mas isso parecia apenas intensificar o desejo dela, que não parava
de gemer, se aconchegando ainda mais para que nenhum pedaço
ficasse sem a minha atenção. Sua pelve encontrava a minha com
fúria mais uma vez, nosso atrito fazendo com que um enlevo
idiotas por não valorizar uma mulher çok ateşli[15] como ela.
presa ao meu peitoral, mas sem dar o beijo que ela queria, o que a
pescoço.
Soltando um arfar e sons baixinhos, senti que no momento
ato, do fato dela marcar minha pele, foi como um combustível para
minha excitação. Val fazia com que eu conhecesse uma nova faceta
de mim mesmo, uma que gostou e muito daquela dor proporcionada
ainda mais mole. E minha própria fala fez com que uma ideia me
invadisse. Quanto mais eu pensava sobre, mais ela se tornava real
sexy.
— Não quer… — Engoliu em seco, não conseguindo
continuar.
tinha começado.
uma mulher ousada, mas não aquele ponto, embora quisesse fazer
— Mas...?
soubesse que era mais uma idiotice da minha mente romântica, pois
provavelmente nunca mais o veria depois dessa noite.
— Tatlilik[16]...
seu pedido.
— Não tenho autoconfiança para isso.
Me contorci quando plantou um beijo no meu pescoço e sua
elas me adulavam. Mas não tive muito tempo para pensar, pois,
roubando um beijo lento, sedento, me ajustando melhor em seu
calcinha rendada.
Deixei que meu amante me contemplasse, embora tudo em
mim quisesse se cobrir, como se fosse a primeira vez que eu
ele arfou. Aquilo foi o suficiente para me deixar ainda mais molhada.
Eu precisava e muito ser preenchida pelo turco que me fazia
— Yazuv?
— Você se vestiu para ele? — Seu tom era severo e eu
insuportável.
meu desejo, mas sabia que era melhor não continuar brincando com
ele dessa maneira. Além do mais, ele não era nada meu para que
— Hum…
Gemeu contra a minha barriga e eu segurei seus cabelos
ato que pareceu bastante tolo, mas o brilho que ardeu nos seus
sexo para ele. Não tive tempo para ver o que ele fez com o objeto,
sentindo toda a tensão que havia nele. Ficamos nos encarando por
longos segundos, até que, suavemente, seus lábios capturaram os
corpos, não pelo orgasmo, mas por outras coisas que não queria
pensar tamanha a insensatez.
por finalmente estarmos unidos. Era tão gostoso ter ele assim, pele
o som que saía dos nossos lábios em meio ao beijo, o barulho das
nossa urgência crescendo cada vez mais. Senti meu corpo tremular
de encontro ao dele quando afundou seu pau ainda mais fundo
dentro de mim e seu beijo tornou-se faminto. E sem pudores,
passamos a nos tocar com uma ânsia furiosa, querendo sentir mais
e mais um do outro. O simples fato de nossos sexos estarem unidos
naquele bailar não pareciam o suficiente para aplacar as chamas
que nos consumiam. Desejávamos mais, por mais perigoso que
fosse, podia sentir isso no seu toque. Ansiávamos por fundir um no
outro, marcarmos de alguma forma um ao outro. Gemíamos alto a
para ele, fazendo-me recebê-lo mais fundo, até que meus músculos
internos apertassem seu pênis, levando-o ao orgasmo, e senti o
líquido quente me preenchendo.
Muito mais.
prazer que eles suscitavam fizeram com que o sexo fosse ainda
melhor.
Além de que, através do contato moroso, tornava-a minha
refém através do desejo. Quis me impregnar nela lentamente,
mim. E o brilho nos olhos dela, para minha satisfação, indicava que
esconder.
completamente satisfeito.
de fazer sexo com ela me invadisse. Dessa vez, iria fazê-la gozar
enganei.
A morena baixinha, embriagante e fogosa tinha conseguido
Sik[19].
— Yazuv?
Bufei ao ouvir a voz fria do espanhol do outro da linha, e a
éramos muito parecidos, pois nada nos dava mais prazer do que
ganhar mais dinheiro e poder. Por termos uma filosofia de trabalho
Fraquezas.
No mesmo momento em que pensei nisso, imagens de
Valdete nua, invadiram a minha mente, fazendo meu pau reagir
o que não amenizou muito a minha irritação por ter sido alvo da
risada dele.
— Se você não se lembra, mi amigo, tínhamos uma reunião
ajudou em nada.
não.
detalhes.
ética para obter o que queria. Esse era outro aspecto que nos
aproximava.
— Não é do seu feitio ser relapso nas transações comerciais.
Ele não disse nada. Não precisava que meu melhor amigo
me julgasse por ter deixado de lado tudo que era importante para
esquecendo de tudo.
— Tive uma das melhores noites da minha vida, Javier, e eu
o motivo.
que faria, Javier Castillo, tratou tal deslealdade com uma indiferença
dos Castillo, a avó que prometeu odiar com todas as suas forças por
desabafo.
Porém surpreendia-me que não queria que ele pensasse mal
sendo desleal a aquela mulher, por mais que ela tivesse jogado
baixo comigo.
cama.
fechei a cara.
Cautelosamente, descobriria quem era a değerli, mandando
possíveis sobre ela. Até aqui só sabia que era fogosa trabalhava
como assistente administrativa na Motors. Queria saber de tudo da
minha presa, antes de fazer aquela mulher me pagar por ter me
abandonado. Me rejeitado.
Por mais que não me deixasse dominar por impulso e que eu iria
agir de uma maneira odiável, sabendo que o melhor que faria era
merecia.
Tal pensamento possessivo me fez rir, dessa vez, com a
euforia e excitação que me percorria de fazê-la minha mulher. Tanri,
— Belki[20]... — sussurrei.
Novamente, o instinto protetor se aflorou dentro de mim e,
mais.
Determinado a começar o dia sem pensar em mais nada que
não fosse ganhar dinheiro e resolver os problemas da empresa que
volta?
repreendeu-me pela minha fala e eu me senti mal por não o ter feito.
Poderia ser adulta, mas ela sempre seria minha mãe e sempre se
preocuparia comigo. — Estou morrendo de saudades. Parece que
situação ainda mais estranha. Ele deu a entender que seria uma
que em breve iria perder o meu emprego, mas não queria daquela
maneira.
para sufocar. Por mais que eu tentasse, ainda podia sentir o seu
me tratasse como mero sexo casual, por mais que não tivesse me
prometido nada, sendo completamente honesto naquilo que queria.
Tinha me envolvido mais do que gostaria. Era uma tola
romântica que nem conseguia separar as coisas. Ele não era o meu
príncipe encantado, minha alma gêmea, a metade que eu sonhava.
uma mulher como eu, que confundia uma noite com uma vida.
— Besteira. — A voz da minha mãe me tirou do transe,
uma mulher jovem, bonita e saudável, que isso era natural. Que eu
deveria me permitir mais. Ela mesmo teve sua quota de namorados
antes de conhecer o meu pai, reforçou. Ficou feliz quando contei
que o estrangeiro tinha sido carinhoso comigo, mesmo que eu
para ele. O que a gente não faz por amor e para não destruir um
feliz.
ainda era ativa. Sexo nunca foi um tema tabu com a minha mãe,
maneira alguma.
— E não duvido nada que ele vai adorar te recompensar —
— Val?
— Sim, mamãe?
— Depois me envie uma foto do seu bronzeado, quero morrer
Sabia que ela fazia isso para elevar minha autoestima, mas
não me sentia tão irresistível assim, embora não pudesse negar que
ter passado muito tempo no sol dava a minha pele um lindo tom de
dourado.
que também trabalha na empresa. Não queria nada vindo dele, tal
não era Mark, percebendo que ele estava mais empertigado do que
minha espinha.
pareceu mais rígido. Deu de ombros, mas seu gesto não conseguia
impacientes.
Encarei-o por alguns segundos, reprimindo uma resposta
meu nervosismo tolo, desfiz com as pontas dos dedos uma pequena
prega que tinha se formado na minha saia quando entramos no
como tal. Poderia perder o meu emprego hoje, o que era uma coisa
que já esperava, mas não iria demonstrar fragilidade e insegurança
do que eu.
Sentando-me no lugar indicado, deixei que meu olhar
incomodado por ocupar aquele lugar. Não havia dúvidas de que algo
muito estranho estava acontecendo.
Porém logo a minha atenção foi desviada do baixinho para o
presença dele, por mais que eu lutasse contra. O calor que somente
um homem tinha conseguido despertar em mim se espalhava pelo
meu interior.
Pelo jeito, ultimamente estava tão desesperada por afeto e
atenção, que qualquer homem me deixava naquele estado.
trabalho.
Patético.
Mas as sensações que borbulhavam em mim diminuíram um
cintilava nos seus olhos, de perder o seu precioso cargo que lhe
rendia milhares de dólares ao mês, me fez sorrir em contentamento
a ele.
poder que dele emanava, embora ao olhá-lo, fizesse com que meu
coração batesse acelerado e os pelinhos da minha nuca se
por saber que ela era a amante de Mark e que também ria de mim
desconhecido.
manter equilibrada.
pelo CEO da empresa era calmo, parecendo que aquela seria uma
conversa casual, como se não fosse necessário que todos os
honra e respeito.
— Podemos dar férias coletivas e ir demitindo gradualmente
envolver com ele, acreditando que era o cara certo. Realmente era
temporário.
Ignorou-o, e se fez um silêncio agonizante na sala.
em ordem.
— Convidei a todos para participarem dessa reunião de
companhia não será mais regida por um. Tudo será controlado por
E não consegui ouvir mais nada do que era dito, embora uma
série de vozes falassem ao mesmo tempo. As duas pequenas
palavras impregnavam os meus ouvidos. Fechei os olhos quando
pensei que minha mente estava me pregando alguma peça. Estava
tão desejosa por ver o turco que tinha sussurrado palavras cujos
significados eu desconhecia enquanto me tocava, beijava,
geral em um tom rude, que fez com que alguns dos diretores
perdessem o ar confiante e emitissem sons de lamento e temor,
mas não consegui prestar atenção em ninguém que não fosse no
turco.
Sua expressão era uma máscara severa. O sorriso diabólico
que se abriu lentamente enquanto me encarava fez com que eu
Feri o seu ego, algo que ele não deixaria passar em branco.
Sentando com a graça de um felino na cadeira destinada ao
presidente, não deixou de me fitar um só instante, como se temesse
todos. Isso fez meu coração se apertar ainda mais com a decepção.
O homem que tinha me venerado com a sua boca e mãos, por
daquilo.
Agora, confirmar que ia muito além do que ser rico, que ele
tinha ido muito além com aquele homem que iria me dispensar de
como se me dissessem que eu não sabia quem ele era e que não
deveria julgar as suas intenções. Meu pulso se acelerou, e por um
momento ouvi somente o som da minha própria respiração rápida e
porém não dei atenção a ela. Mas a voz de Mark, num tom
desaprovador, tirou-me do transe e com o canto do olho percebi que
ele estava confuso:
— Senhor, eu...
— Não estou falando com o senhor. — O tom foi cortante,
função.
— Sente-se aqui, senhorita Johnson — ordenou, apontando
para a cadeira ao seu lado, que antes estava ocupada pelo antigo
dono e que nem tinha visto ir embora, e eu arfei com a surpresa, e
não fui a única. Pisquei várias vezes, sem acreditar. Nas reuniões
uma amargura maior em meu interior, peguei minhas coisas e fui até
mim assim que o reconheci, tanto que eu não fugi dos olhares
atentos de todos, nem mesmo da zombaria presente nas feições de
de atraí-los.
porém justo.
— Portanto, qualquer problema que tiverem de grande
dizer nada demais, sendo ignorada por ele. Atordoada, minha mente
demorou a processar sua fala, em conseguir interpretar seu
significado.
Não seria demitida por ter ido embora sem me despedir? Ele
não se vingaria de mim, como eu pensava, humilhando-me na frente
chocados quanto eu, mas sob o olhar de Yazuv nenhum deles teve
sussurro.
— Você pode escolher viajar ou manter o seu emprego,
inúteis.
De costas para ela, pousei minhas mãos contra a superfície
de madeira, sentindo a aspereza contra a minha palma, controlando
eu.
esquema de corrupção ali dentro, eles não eram tolos para não
problemas, uma decisão que não foi tomada levianamente, mas sim,
depois de refletir horas a fio na noite anterior sobre o relatório
transações comerciais.
E eu iria negociar o prazer daquela mulher para vingar o seu
abandono.
agradecê-la por refrear meu desejo por ela, impedindo meu pau de
estivesse me traindo.
Não a forçaria a nada agora, iria esperar, a minha represália
com ela, que por enquanto nada tinha a ver com a necessidade que
sentia de ter carne contra carne mais uma vez. Observei que, pouco
a pouco, ela parecia estar recuperando o domínio sobre suas
emoções, sua expressão se transformando em uma máscara de
mesmo.
relatórios e dados...
enquanto fitava seus olhos azuis, mas me esforcei para que ela
soasse mais normal. — Como vamos trabalhar juntos e passaremos
assentindo em concordância.
— Sobre isso, Yazuv… — remexeu-se na cadeira, inquieta,
para que ele possa te passar tudo o que precisa saber, como
— Certo.
Rabiscou algo no papel, mas percebi que ela estremeceu
surpreendê-la.
entrelinhas o quão ela era única para mim. Não iria machucá-la
fazendo-a acreditar que era daqueles que substituem pessoas com
seria.
Remexi-me na cadeira, inquieto, tentando controlar meu
corpo. Aqueles pensamentos me deixaram queimando, já que não
Idiota.
— Gostaria que você começasse ainda hoje, familiarizando-
desorganizadas.
Suspirou baixinho e foi inevitável não pensar novamente que
—Exigirei que seu substituto recomece do zero para que ele nem
pense em fazer isso, e revisarei pessoalmente todo seu trabalho.
— Não será… — Fiz um gesto com a mão interrompendo-a e
Por que estava sendo delicado? Será que queria lhe dar falsas
ilusões de que eu era um homem terno e carinhoso, coisa que não
era? Era apenas sexo que eu queria dela, não era? Claro que era. E
tinha que parar de enganá-la desse modo, ou não seria melhor do
que os outros.
consentimento.
— Mais tarde continuamos essa conversa — ela estacou ao
ouvir meu tom frio, e eu aproveitei para olhar sua bunda bem-feita,
eu tenha consciência que tinha sido apenas sexo e nada mais. Por
breves segundos, depois que ele tinha beijado minha mão e testa
com tanta ternura, seus olhos brilhantes dizendo que queria algo
mais, me permiti viver aquele pequeno momento de conto de fadas,
tolamente massacrado pela máscara fria que que logo tomou sua
me fazer sentar ao seu lado e dizer aos executivos que, junto com
ele, eu tomaria as decisões finais, sobrepondo-me aos diretores,
algo que não foi visto com bons olhos por ninguém, pude perceber
não uma máquina eficiente que nem mesmo parava para descansar
e se alimentar. Novamente, o pensamento de que ele deveria se
permitir descansar mais vezes, como se permitiu por uns instantes
respeito, já que nem sabia da sua rotina, apesar que a agenda dele
dizia muito. E, principalmente, por ser a parva que era, por ficar
relembrando a noite que tivemos juntos e que nada significou para o
turco, por mais que não podia negar a cobiça que ainda via em seus
olhos luxuriosos. Por sonhar acordada com um homem que nunca
minha compreensão.
— Não entendi...? — acabei externando em voz alta.
— Não demore, değerli — disse roucamente —, estou
bastante ansioso.
Não me respondeu, deixando-me na expectativa. Desligando
na minha cara, me deixando atônita, com a respiração
disposto a ser gentil. — Você deve estar com fome. — Fez uma
pausa, adotando na sua próxima fala um duplo sentido que me
arrepiou contra a minha vontade: — Confesso que estou faminto.
Ficamos nos encarando por longos minutos em silêncio, que
somente era quebrado pelo som das nossas respirações
entrecortadas, acompanhando a tensão que parecia fluir entre nós
dois. Umedeci meus lábios ao senti-los ressecados, gesto que foi
acompanhado por ele, e buscando um pouco de controle, desviei
minha atenção para a imensa janela panorâmica, que deixava ver
ao longe a silhueta escura do rio Chicago, iluminado pelo brilho das
estrelas. Deus, por que perante aquele homem eu me comportava
sempre como uma boba? Como se não fosse capaz de controlar
meus impulsos.
Estava mesmo disposta a transar com o turco novamente e
quebrar meu coração, já que parecia inevitável não me apaixonar
por ele? Um homem que, como meu ex, só iria me machucar?
Sendo justa, em momento nenhum ele me fez qualquer promessa.
— E então, Val? — o tom descompassado dele fez com que
de pele contra pele, a sedução do seu toque, foi o modo como ele
encontrou para me submeter. E eu não consegui conter um suspiro
baixinho pela carícia inesperada, principalmente quando ele
começou a traçar com as pontas dos dedos pequenos círculos,
arrepiando-me. Desse jeito, ele roubava a minha força de vontade
de resistir.
— Desejo que você jante comigo hoje. — Seu tom foi rouco.
— Não me negue esse pequeno prazer.
— Eu… — Não tinha forças para dizer não, principalmente
quando ele me fitava com seus olhos escuros sedutores. A
a minha boca com a sua, sua língua enroscando na minha, até que
perdêssemos o ar. Só de imaginar fez com que minha respiração
acelerasse ainda mais com o desejo e um calor líquido banhasse as
minhas veias.
— Tudo bem — falei baixinho, mole. Tentei ignorar o fato de
que estava sendo manipulada por ele, enquanto tentava convencer
que estava.
— Sim, senhor? — Fitei-o. — Desculpe-me.
— O que quer para o jantar? — Demonstrou impaciência. —
Estamos perdendo tempo.
— Uma salada qualquer está de bom tamanho para mim —
disse ao dar um sorriso que provavelmente não chegou aos meus
olhos.
Não queria nos dar o trabalho de ter que olhar o cardápio,
atrasando ainda mais o pedido, já que não tinha ideia do que era
servido naquele lugar, apesar de intuir que custaria mais do que
pretendia pagar. E além do mais não estava com fome.
com todas as imperfeições que eu sabia que era dona, mas que o
turco foi capaz de passar por cima.
— Para mim você está perfeita. Mais do que você pode
imaginar…
Ficamos em silêncio por vários minutos, e escutava apenas o
ligava o tablet:
— Não tínhamos alguns assuntos pendentes sobre a minha
nova função?
Os olhos escuros dele cintilaram perigosamente, como se
não houvesse gostado de que eu o lembrasse do motivo de ter sido
descuido.
Pensei por alguns minutos sobre o assunto, que no meu caso
tinha ficado muitas vezes no campo das hipóteses, já que não era
da minha alçada, e assenti, admirada pela astúcia de Yazuv. Não
adiantava injetar mais capital se o esquema continuasse.
— É uma ideia plausível, senhor Ibrahim. Todos sabem que a
minha değerli.
rejeição ao meu toque, aos meus beijos. Não admitiria que ela tinha
quebrado mais uma vez o meu ego, mexendo com uma parte
incomodava.
Droga!
desejo que ela nutria por mim, sabendo que, embora ela tentasse
resistir, ela iria para minha cama outra vez, que iria usá-la para
afastar tal pensamento. Eu não era como eles. Eu daria todo meu
respeito e devoção a essa mulher, sendo um amante carinhoso,
coisa que aqueles porcos nunca deram a ninguém. Iria tratá-la como
uma igual não apenas no sexo, mas fora dele, e aquela
oportunidade de ser meu braço direito era prova disso. Além de que
mim mesmo que não a faria sofrer, que seria sincero, e ainda hoje
deixaria isso claro entre nós dois, não queria mais nenhum mal-
havia nela. Tinha que admitir que não me importaria se ela tratasse
todos os outros homens com essa forma gélida, desde que ela
guardasse toda a sua volúpia e desejo para mim. Descobri que era
possessivo com relação a ela, ciumento. Queria tudo dela para mim.
Só para mim.
Traguei o ar com força, tentando desfazer o bolo que se
voltasse minha atenção para ela, mas que tive que conter a vontade
de rilhar os dentes pela sua formalidade. Queria que seus lábios
— Claro, senhor.
Reprimindo a minha vontade de me levantar e acabar de uma
não era interesseira, me diziam que ela não me trairia, embora nada
pudesse me dar tal certeza a não ser o tempo.
Não contive meu próprio sorriso para ela, sentindo-me bem mais
leve, e um desejo desconhecido, diferente de tudo que já senti, me
colocar uma pequena distância entre nós para lidar com aquelas
espírito.
— Está tudo bem? — Questionou-me em uma voz
difícil de ignorar.
Quando girei sua cadeira em minha direção, ergueu a mão
para me tocar quando me inclinei sobre ela, porém não o fez, o que
agitava.
Meu rosto pairou a centímetros da sua boca que passei o dia
— Não, sevgili.
convite.
Mas sabia que estava mentindo para mim mesmo, pois como
senhor.
pequeno capricho. Sabia que não era o jantar que ela merecia, que
uma boa música, onde todos poderiam nos ver, mas tive medo de
alta que queria a continuação daquilo que teríamos feito se ela não
tivesse escapulido no meio da madrugada. Não necessariamente na
meus negócios não comportariam tal coisa. Não tinha tempo para
me dedicar a ninguém. Sabia que estava sendo hipócrita, já que
pretendia passar muito tempo me perdendo nas curvas suaves do
corpo delgado.
Fechei a cara, na habitual expressão severa, torcendo os
lábios.
Então porque eu estava desejando coisas que pareciam
pertencer ao pacote “relacionamento sério” e não ao do “sexo
casual”?
Era patético.
dela, embora não conhecesse nada do seu gosto. Val poderia trocar
se quisesse.
eu sabia serem macios, agora muito mais. A luz dourada do spot era
como um halo sobre ela, tornando-a ainda mais angelical, melhor,
sedutora. O desejo foi como lava quente em minhas veias, minha
sorriso radiante nos lábios que pareciam chegar aos olhos, fazendo
com que eu segurasse com ainda mais força as alças, pois, agora,
temia que realmente caíssem da minha mão.
fazendo com que ela colocasse ainda mais barreiras entre nós dois,
sedosa ecoar pelo cômodo. Vi que Val não estava mais tão retraída,
pelo contrário, parecia radiante.
— Nada pode ficar ruim com suco de uva — seu tom foi
Felizmente seu sorriso não havia morrido, embora seu tom tivesse
que aconteceria, talvez por ser ela e pela alegria que cintilava em
seu rosto. — Não sabia que esse tipo de informação constava em
relatórios.
— O quê? — Não escondi a minha surpresa e parei com a
coisa do senhor.
uma relação, mesmo assim revelei nas entrelinhas meu pesar por
não saber esses detalhes como gostos e o que ela reprovava, que
forma corriqueira.
ainda.
está fazendo?
— Posso ser rigoroso com muitas coisas, Val, mas não posso
exigir que você esteja alinhada depois de mais de oito horas de
jornada de trabalho.
— Entendo.
— Você não deixará de ser profissional pela sua aparência
que fluía entre nós dois, que nos fazia cada vez mais conscientes de
cada gesto um do outro. Não via a hora em que finalmente ela seria
minha outra vez.
devorando.
— Sério? — Arqueei a sobrancelha, olhando para o meu
prato.
menos não no meu ciclo social, que era muito conservador, em que
as mulheres ainda cobriam o rosto ou até mesmo todo o corpo para
reservar sua beleza para marido. Tradição machista e passível de
com ela.
— Bom… — não soube o que dizer, mas vi as duas safiras
escurecerem com o desejo, e ela se moveu, como se quisesse
— Investir? — acrescentei.
Ela gargalhou e, sem perceber, tocou o meu braço. O calor
da palma contra a minha pele roubou o meu ar por alguns
momentos, mas o contato durou pouco, pois logo ela afastou a mão,
deixando em mim um rastro de fogo que me queimava, o fluxo
careta.
Vi que ela segurou o copo com certa força, como se isso a
impedisse de me tocar novamente, e o molho do ravioli pareceu
parar de me tocar?
— Infelizmente não.
Larguei o prato sobre a mesa e virei-me para ela, que
vez, não fui rejeitado por ela. Pelo contrário, ela virou a mão e
entrelaçou nossos dedos, apertando-os. Seus olhos buscavam a
verdade nos meus, como se precisasse da certeza, ainda
desconfiada.
Não a culpava por novamente me julgar de acordo com o
comportamento dos outros homens, que costumavam ir a festas e
faziam parte do pacote, que aquilo não era algo para um homem
como eu. Mas eu já tinha dado mais a ela do que a qualquer outra
pessoa.
rosto dela, que estava virado para o lado, e trouxe-o para mim.
Como aquele jantar que planejei ser algo sensual estava se
tornando um arremedo de sentimentalismos da minha parte e da
dela?
— Quase nunca tenho tempo para mim mesmo, değerli —
beijei a sua testa, demonstrando uma ternura que não deveria.
pessoas.
Ela não disse nada e apenas assentiu com a cabeça em
concordância.
— Mas isso não quer dizer que eu também não me permito a
baixa.
— Por que não me surpreendo? — zombou. — Posso
apostar algumas centenas de dólares que busca estar inteirado de
falando dos seus filmes água com açúcar e dos romances que lia.
Quando perguntei a ela o enredo do último livro que ela tinha lido,
agrado tão bom e tão sedutor assim. Nunca tinha passado por
aquela experiência de servir alguém com as minhas próprias mãos,
tinha empregados para tudo, nem mesmo uma criança, e aquele
gesto me pareceu íntimo demais.
Mas o sorriso que abriu em seus lábios e o cintilar dos seus
olhos em apreciação, era tudo o que eu precisava para que minha
cansativo e que iria exigir o máximo de mim. Mas não imaginei que
claro.
Quem realmente não gostou disso tudo foi minha mãe. Como
cuidando, e por aí vai. Podia imaginar a careta que ela tinha feito do
outro lado da linha quando disse que trabalharia nos finais de
semana também. Apesar de tudo, sentia que traía a nossa amizade
excesso de tarefas.
chefe durante a semana - não eram nada perante o fato de ter que
quando ficávamos lado a lado na mesa dele, eram a pior parte. Era
coração sangrar por dentro, pois era uma coisa que meu ex-
namorado não fazia questão de me perguntar, deixando ainda mais
claro e evidente o quão pouco valor ele tinha me dado, mas era algo
que o homem que queria apenas me levar para cama me oferecia.
Ao mesmo tempo que me enternecia por isso, sentia uma grande
disse que não poderia ir para cama dele novamente por eu não ser
mais aquela mulher que conseguia se envolver apenas fisicamente
mistura de deleite e dor. Sabia que elas nada significavam, mas meu
coração insistia em conferir a elas uma importância que me
o que iria contra a minha lógica de trabalho, mas sabia que tinha
tempo de sobra para colocar em ordem, já que Yazuv chegaria às
abrindo um leve sorriso. Mesmo com o desejo que via nele, percebia
cada número o quão implacável ele poderia ser. Com isso, foi
escritório, mesmo ciente que a vida dele, o que ele fazia, e sua
“namorada”, algo que não era. Era uma intromissão que não lhe era
— Değerli.
Só de ouvir a voz rouca de Yazuv, falando uma palavra em
pude ler nas entrelinhas aquilo que ele queria, agindo como um
combustível a ânsia desencadeada pela sua voz.
disso.
imaginei.
invadiu por não o ver hoje. Uma grande tolice da minha parte.
esperar que um homem como ele fizesse tal coisa, se justificar, nem
Posse.
O maior absurdo.
Mesmo assim, não consegui me conter, nem mesmo de me
ele que ele também estava cansado, que ele precisava relaxar tanto
quanto eu.
— Posso ficar mais algumas horas… — Toquei as pétalas da
escritório para buscar tudo o que vamos precisar — fez outra pausa
e terminou: — te passarei meu endereço por mensagem. Espero
você, ansiosamente, às dez.
Arfei, o torpor que me comandava evaporando, as palavras
dele sendo assimiladas.
— O quê? — Minha voz saiu alta, esganiçada.
e lamentei que ela não fosse grande o suficiente para que pudesse
me esticar.
Sabia que era uma ilusão pensar que dessa vez aquele ritual
inquieta.
Droga!
fazer, por ser uma estúpida romântica que sonhava com um príncipe
encantado inexistente.
Estava me achando cada vez mais ridícula e patética.
Ri amargamente por não conseguir ser profissional e ficar ali
imaginação fértil
Irritada, sem me preocupar de espirrar água no piso aquecido
do banheiro, me ergui e puxei a tampa que esvaziaria a banheira,
fiquei ali, imersa naquele estado caótico que me encontrava, até que
senti uma lágrima teimosa escorrer pela minha face, a qual limpei
com força.
Não iria chorar por aquilo, mas não contive a dor leve que me
ao ver a nova foto que eles tinham tirado, junto com a tal
caminhonete velha. Realmente não acreditava que meu pai tinha
feito aquilo.
Precisando ouvir a voz dela, disquei seu número, mas
acabou chamando até cair. Não insisti, sabia que ela veria o registro
tristeza.
Perdida no tempo e no espaço, já iria passar para a segunda
página da comédia romântica, que tinha o poder de nos fazer
fantasiar com homens que não existiam na vida real, quando meu
celular tocou. Sabendo que só poderia ser a minha mãe, pois os
melhor no sofá.
— Mãe — cumprimentei-a, fingindo uma animação que não
sentia.
— Filha, não estava esperando sua ligação. — A voz dela era
doce e eu confirmei ali que ela conhecia cada nuance minha para se
deixar enganar. — Aconteceu alguma coisa? Estava fazendo a janta
eu odiei que tivesse colocado aquela reserva nela, uma barreira que
nunca existiu na nossa relação. — Eu conheço o seu tom de voz,
minha filha. Sei que embora você esteja cansada, está feliz com o
Desde que ela entrou na garagem, seu pai nem me deu um único
— Muito, mamãe.
minha mesa.
mais quando sei que ele não quer nenhum relacionamento sério.
Posso ver isso nos olhos dele e ele mesmo já me deu a entender
que ele demonstra, que pode ser somente para me levar para cama
queima.
melhor escolha.
— E sobre se apaixonar, acontece, querida. Você bem sabe
que não escolhemos essas coisas. Ir ou não para a cama dele não
impedirá que você goste desse homem ou que você não acabe
— Deus sabe que esse turco não está facilitando as coisas para
você…
Senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto enquanto dava
uma risada sem humor com a verdade que ela jogou na minha cara.
Eu sabia que tinha deixado uma pontinha do meu coração com ele
forçada por ele me fazia enxergá-lo por outro ângulo. Ceder ou não
a cada noite, eu via uma outra faceta dele, a do homem que ele era,
poderia impedir que, sem querer, eu pudesse a vir a amar cada uma
pai e hoje o valorizo ainda mais o que eu tenho com ele, mesmo
tendo os seus altos e baixos — seu tom ficou mais suave —, mas
algo que você quer tanto. Meu único conselho é que não se paralise
pelo medo por algo que não está nas suas mãos, mas sim no seu
coração.
provocação.
meu pai a tinha pegado no colo como tinha por hábito fazer. E eu dei
felicidade.
condomínio de luxo.
um nervosismo ridículo.
aquilo que estava ali, mas sim para fazer o meu trabalho. Mesmo
repetindo isso como um mantra, não me ofereceu nenhum conforto.
ensurdecedor.
251.
casaco. Fazia tanto tempo que não usava uma roupa tão causal,
que quase não me reconheci. Mas, ali, naquele ambiente, me
arrependia de não ter colocado uma calça e uma blusa social com
meus saltos altos, contrariando o que ele tinha pedido.
e meu coração estava batendo tão rápido, que parecia que ia sair
pela boca. Perdi completamente o fôlego quando as portas se
de Yazuv.
Não tive tempo de tentar me aprumar, pois, como se previsse
roupas formais que pareciam ser sua segunda pele. O que não
gostei foi notar que havia uma pontinha de cansaço em suas
lo, desejo que me fez virar o rosto. Mas sabia que eu era analisada
com igual intensidade. Senti seus olhos negros percorrendo
lentamente todo o meu corpo e, quando voltou a me encarar, pude
mundo.
gominhos do abdômen, até alcançar seu quadril. Não era porque ele
estava desnudo que aquilo era um convite para tocá-lo, embora seu
se eu o fizesse.
Yazuv me desafiava a tocá-lo, mas apenas fiquei ali o
descansar?
me assolou.
Fez uma boa viagem de volta? Deu tudo certo ontem com os
negócios?
algumas horas.
— Entendo…
nutria por ele cresceu, por saber que ele trabalhava demais e se
considerava indestrutível. Sem que me desse conta, deixei minha
— Oh!
— Aylla. — Ouvi a voz de Yazuv soar grave.
insistentemente.
visitá-los no rancho.
— Fico feliz.
Voltei a olhá-lo perante suas palavras cheias de alívio, como
mais do que perfeito pelo tamanho apreço que vi nele pelo seu
nisso.
— Talvez — seu tom foi misterioso e seu olhar cintilou,
apaixonar por ela à primeira vista. Estava tão absorta, que não
cintura com força, o que fez com que minhas palmas encontrassem
aquele peitoral delicioso, e tomou meus lábios em um beijo duro,
sua língua pedindo passagem pelos meus lábios, e eu concedi,
convidada.
daríamos vazão àquilo que nos consumia. Minha ânsia por aquela
tornando-a ainda mais linda aos meus olhos. Sabia que poderia
parecer algo sem sentido, mas que para mim tinha muita
importância. Em muitos lares turcos animais não eram permitidos
quisesse, e não iria prendê-la por conta de sua visita. Então gostei
muito da interação das duas, e principalmente pela cachorra não a
temer, sendo mais que cordial. Poderia ser uma amizade que se
fortaleceria ao longo do tempo, e meu sorriso ficou ainda maior
voltar toda a sua atenção para mim, cheirando a minha calça, mas
surpreendentemente, não tentou nos afastar em um gesto de
repelido meu abraço, pelo contrário, ela se ajustou ainda mais nele,
como se ali fosse o seu lugar. Sua bunda esfregou suavemente na
pelos seus olhos. Tinha a certeza que poderia ficar assim por longos
minutos, sentindo seu calor, seu cheiro e os toques que tinha me
privado nos últimos dias. Aquela torrente de emoções
desconhecidas produziam um grande vendaval dentro de mim
sempre que estava próximo dela, mas não havia mais aquela fúria
descomunal de necessidade, apenas uma sensação de completude,
apartamento ainda.
Ela não respondeu de imediato, apenas girou no meu aperto,
entregas.
— Hmm…
Seus olhos brilharam em um convite que estava prestes a
aceitar, porém Aylla, que até então estava comportada até demais,
que Valdete saísse dos meus braços, dando um passo para trás,
acariciando a cadela, que pareceu se alegrar com o fato de que ela
sentimento.
— Preciso tirar os sapatos? — Tirou-me dos meus devaneios
mãe e avó. — Fiz uma pausa e acariciei a cadela, que pedia pelos
meus carinhos me dando patadas na minha calça. — Várias vezes
— Não por isso — minha boca secou com o desejo que senti
ao vê-la apenas de meia calça, e engoli em seco. Minha voz saiu
manter o casaco.
pelo biquíni, contrapondo com a meia calça, ela estava ainda mais
poderosa, uma Tanriça. E não consegui deixar de comer aquela
para si mesma.
— Sei que estou inadequada. — A voz saiu fraca e ela
nesse quesito ela parecia muito comigo. — Tenho certeza que Aylla
vai adorar mostrar as caminhas dela e te entreter com a sua coleção
de brinquedos.
— Seria ótimo.
comigo que a soltei, mas fui logo a puxando para sair do hall,
arrastando-a pelas mãos como se fosse uma criança, com uma
algo, ele havia dito que não, então só cabia a mim trabalhar nas
informações sobre a compra e venda de matérias primas.
turco, uma grande surpresa para um homem tão austero como ele.
Enquanto percorria os cômodos principais tinha sido impossível não
imaginar como seria viver naquele lugar que parecia proveniente de
um conto de fadas oriental, o que fez com que uma pontinha de dor
ali”.
temporário, mas não tinha forças mais para resistir. Quando estava
acariciando a barriga de Aylla com os pés, fazendo a cadela rolar no
apaixonando por ele, pelo lado sensível, humano, que ele escondia
de todos, mas não de mim, e o sentimento de proteção não me
deixava negar.
Meu coração se apertou, se quebrando em mil estilhaços por
saber que nunca seria correspondida, por mais amável que ele
fosse.
Mas eu aceitaria qualquer migalha que me desse. O meu
quando parecia ter vários problemas para resolver. Seria injusto com
ele.
Deixando que Aylla cheirasse minha mão livre, quanto mais
coisa eu sabia que estava errada. Não sabia se era uma suspeita
que teria fundamento, mas percebia uma pequena discrepância no
aumento de centavos no preço de cada unidade que utilizávamos
descobrir aquilo que estava errado, que nem percebi que Aylla tinha
saído, provavelmente para deitar em uma das suas muitas
caminhas, e nem a aproximação de Yazuv por trás de mim.
Somente notei quando ele espalmou a mão forte sobre o meu
está estranha.
Balancei a cabeça como se dissesse que estava tudo bem.
— Eu que deveria estar te perguntando isso. — Acariciei a
barba dele, demonstrando a ternura que sentia por ele, e um leve
seu tom, e uma leve suspeita de que ele nunca teve a intenção de
passar o dia trabalhando, fomentada pelo desejo que sentia por ele,
me invadiu.
Uma tolice.
— Humm…
Ficamos nos encarando em silêncio, as promessas, a
cadeira presidencial.
que era apenas eu que causava tal coisa nele. Tinha que acreditar
nele quando me dizia que ele não era igual aos outros homens.
— Sim? — perguntou, e eu voltei para aquilo que importava.
mesmo?
— Bem — pareceu curioso —, você deve saber que sim. Por
que pergunta?
saber. Minha admiração por ele aumentou ainda mais, bem como o
uma gargalhada.
— Eu sei…
me senti mal pela sua resposta, afinal, ele havia jogado seu charme
de diferentes maneiras e eu sucumbi ao turco muito antes disso. —
uma mão no ombro forte, toque que foi recebido como uma
descarga elétrica no meu corpo, e com alguma hesitação, dobrei um
sua mão acariciando minhas costas, sua boca deixando uma série
de beijinhos no meu rosto. E, por mais machucada que saísse
quando tudo terminasse, soube que não havia nenhum outro lugar
em que eu queria mais estar.
— Değerli? — sussurrei.
que sentia por não ter dormido, o peso dos problemas que ainda
tinha que resolver, a frustração e raiva por saber de onde vinha a
por ela.
mas por vontade própria. Não queria que ela não tivesse medo, se
por ela não estar despida para que eu pudesse sentir a pele dela
tocando.
gemido, e tive que segurar com força a cintura dela para que não
continuasse, sabendo que se ela prosseguisse com seus
— Yazuv…
— Eu te desejo. Muito. Mais do que você pode imaginar —
deixei outro beijo na sua fronte, arfando —, mas te respeito ainda
arrependesse depois.
— Não vou me arrepender — sussurrou e acariciou o meu
queixo. — Eu quero você e não tenho mais forças para lutar contra
o que sinto.
mim. Por que faria isso? Não fazia ideia, apenas sabia que o faria.
Não queria mais pensar, muito menos analisar razões.
Dando um último aperto, soltei seus dedos, e levando uma
mão aos cabelos dela, os enrolei no meu punho, sentindo a maciez
dos fios, e trouxe seu rosto para o meu. Encostei meus lábios nos
dela, moldando-os suavemente, num beijo carregado com a ânsia
com a descoberta.
beijasse.
bater forte ao ponto de ecoar nos meus ouvidos junto aos gemidos.
ainda mais.
braços.
atenção.
vermelho pela pele que arranhava com minha barba, que ela
o toque.
mim.
Nem nos meus sonhos mais eróticos com ela, nem nas vezes
que me pegava fantasiando com ela enquanto me masturbava,
que ela me fitasse enquanto se explorava. Queria ver cada uma das
sensações cruzando o seu olhar. Queria que estivéssemos
conectados, não de corpo, mas por algo mais profundo. E só
ordenei. Com a voz áspera, repeti o comando, mas ela parecia não
me escutar. Apertei seus quadris, roçando meu pau nela com mais
gostado, pude ver pelo seu estado de relaxamento e pela calça dele
estar molhada com seu gozo, não tinha certeza de como lidar com a
que eu deveria fazer de tudo para suprimir, mas que, com Yazuv
alisando minhas costas, deixando beijinhos no topo da minha
em meus lábios, que despertou minha fome e meu amor por ele.
— Yazuv — choraminguei o nome dele quando não deu
colo para excitá-lo. Não precisei de muito para senti-lo duro, e rocei
centro.
em busca de apoio.
que precisava para ter certeza que poderia estar horrível, mas que
ele ainda me queria. Muito.
sobrancelha.
— Tem um cômodo que não te mostrei ainda e gostaria muito
que você conhecesse — sussurrou ao curvar-se em direção ao meu
ser carregada por ele. Eu virei no seu abraço, e vi a cama king size,
com um abajur dourado de cada lado e um grande espelho em
mão.
— Yazuv?
Novamente não respondeu meu questionamento. Ao invés
que não podia negar que era muito desconfortável. Mas o olhar
incômodo de vesti-la.
para ele, não havendo dúvidas em mim que ele tinha adorado. Não
precisava de uma resposta, tanto que o abracei, colando os nossos
por ele e minha pelve passou a procurar pela dele, embora meus
movimentos fossem limitados pelo seu peso. Com a ponta dos
movidos pela pressa, tanto que, com um puxão, ele rasgou a renda
pelo turco era algo visceral, e tudo em mim queria ser possuída por
ele, eu não mais podia esperar. Eu gostava do homem terno e
músculos tensos sobre o meu tato e o suor que escorria por sua
coluna indicassem estar chegando ao seu limite.
entrecortada.
— Não posso esperar mais, Yazuv — sussurrei e por mais
diferente, até que, soltando meus dedos que seguravam seu pau,
estocava e me beijava.
— É. — Fiquei envergonhada.
— Entendi — disse depois de um tempo em silêncio, e secou
preço.
— Estranho — sussurrou ao beijar o topo da minha cabeça.
primeira vez.
Inspirei fundo, aspirando o leve aroma que desprendia da pele da
Val, e abri um sorriso, ao sentir seu corpo quente aconchegado ao meu e
ouvir o leve ressonar.
Abri os olhos lentamente, sentindo-me completamente revigorado,
e olhei as horas no relógio na cabeceira, constatando que era mais de
uma da manhã. Encarei a mulher que dormia em cima do meu braço, que
levava-me a um torpor físico e mental que não poderia reclamar. Era bom
imergir naquele nível de relaxamento, ao ponto de me fazer esquecer
corpo nu e perfeito tão próximo ao meu. Sou arrogante demais para saber
que bastava acordá-la para que começássemos novamente a busca
desenfreada pelo prazer. Mas não, não era pela possibilidade de sexo
com ela, mas apenas o deleite de poder observar o seu rosto, admirar os
cílios longos, o nariz pequeno, se movendo incomodado quando uma
Não sei quanto tempo fiquei ali observando-a, movido por uma
incomodavam, tentei removê-los, porém meu toque fez com que ela
remexesse no meu braço e abrisse lentamente os olhos.
meu pênis ficar rígido com o vislumbre das nádegas macias, o desejo
retomando com toda a sua fúria.
— Tem toalhas limpas dentro do armário, se quiser tomar um
banho. — Meu tom saiu áspero com a ânsia que me inflamou quando
Valdete se ergueu, dando-me uma visão completa da bunda arrebitada —,
e tem xampu no suporte, se quiser lavar os cabelos.
pelo ventre liso, até alcançar o sexo coberto por pelos negros, o que fez
com que eu sorrisse lascivamente, que aumentou vi as meias que, em
algum momento, tinham abaixado. Voltei a subir os olhos, fixando minha
vista na vagina, minha boca enchendo d’água com a vontade de prová-la,
fazendo-a gozar em meus lábios. Inconsciente, levei a minha mão ao meu
pênis, acariciando-o suavemente.
— Por que você não confia em mim, aşk31? — Estava sério, e nem
prestei atenção na palavra que eu tinha usado. — Por que não acredita
quando digo que não sou esse tipo de homem, que dorme com uma
mulher diferente a cada dia?
Ficou em silêncio e eu a abracei, deslizando meus dedos pelas
costas nuas.
— Por que prefere acreditar que sou ruim o suficiente para oferecer
um produto que pertence a outra mulher? Que sou esse tipo de canalha?
— Fiz uma pausa e minha voz saiu baixinha, machucada: — Que sou
mesmo agora com meus trinta e quatro anos de idade, algo que escondia
de todos.
— Só confie em mim, Valdete — pedi. Precisava disso. — Por
favor.
— Não quis te ofender, Yazuv — pegou a minha mão e levou aos
lábios —, me desculpe por sempre estragar tudo.
— Não fez nada de errado. — Minha expressão se suavizou. — Eu
para mim, por saber que o grande CEO, o homem que tinha todo o
mundo aos seus pés, estava cozinhando para nós. O observava da
banqueta alta vestindo apenas uma das camisas sociais dele,
horário.
fazia com mais frequência por não ter tempo, o que, segundo ele,
não contava como um hobbie. Mas o relaxamento dos seus
propunha a fazer.
homem que ele era, não só suas qualidades, mas algo mais.
E eu daria tudo para ter o prazer de vê-lo cozinhando outras
tinha visto quando meu pai, nos fins de tarde, sentava no balcão e
tinha me envolvido.
Forcei-me a afastar meus pensamentos do ex, era passado e
essas eram mais carinhosas. O fato de estar ali com Yazuv, com
uma cadela amável que gostava muito de mim, que fazia de tudo
relação com Yazuv era muito diferente da que meus pais tinham, e
que só cabia a mim aproveitar aqueles pequenos momentos antes
que acabassem.
Não estávamos vivendo uma vida dois, nem ele buscava uma
rotina fora do trabalho.
lambida de Aylla.
Aproximou-se da bancada e pegou a garrafa, servindo-me de
mais uma dose, para depois pegar a sua taça com água, bebendo
um gole.
os pratos?
— Claro — dei um último gole no meu vinho e me coloquei
de pé, fazendo a cadela latir em protesto —, mas tenho certeza que
— Você só diz isso para que eu fale algo que alimente ainda
mais seu ego — provoquei. Caminhei até o armário, com Aylla
— É. — Dei de ombros.
Istambul.
turco não seria a mesma coisa sem a profusão de cores das louças.
— Entendo.
disso.
— Gostaria de presentear minha mãe com uma louça dessa,
parada, sem reação com a sua fala. Fui tirada do transe quando
recebi uma patada de Aylla. Acariciei a cachorra e fui até o balcão
pratos que preparou e meu vinho, até que sentou-se à minha frente,
sem o seu avental. Roubou o meu ar quando sorriu, o rosto
um pedaço à boca.
tempero.
— Humm… — emiti outro suspiro e aproveitei para sondá-lo,
assentindo. Pensei que não iria dizer nada, mas para minha
conforto. E aquele pequeno gesto fez com que o carinho que sentia
de Aylla que parecia saber que seu “papai” precisava dela, começou
sabia que ele era movido pela frustração de não poder ajudar quem
realmente amava.
Mudei de assunto quando percebi o desconforto em seus
indicavam muito sobre quem ele realmente era, talvez mais do que
ele teria gostado de demonstrar.
E isso me deu a certeza de que ainda que tivesse a
capacidade de quebrar o meu coração, Yazuv nunca iria me
machucar deliberadamente como eu acreditava.
assim por algo que tinha comido, e que nem tinha dito nada a minha
mãe para não a preocupar. Sabia que ela brigaria e muito comigo
por eu não ter procurado um médico. Mamãe era muito neurótica
quanto a saúde.
Porém, hoje, tudo parecia pior. Estava com uma dor de
cabeça irritante que nem mesmo os analgésicos foram capazes de
quando ele me fitou com aquele sorriso sedutor barato, que antes
eu tinha caído direitinho, e tentou tocar a minha mão enquanto
deixar que o choro corresse por algo tão tolo, senti-me mais
enjoada. Cambaleante, sentindo muito cansaço, caminhei até a
cozinha e tomei um copo de água com gelo, um truque que mamãe
chamou atenção. Dei um passo para trás quando percebi que minha
menstruação, que era até regular por conta do medicamento, ainda
não havia vindo, e estava pouco mais de uma semana atrasada, e já
e com a bile.
Deixei-me ficar ali no chão do banheiro, sem forças para
infundado.
Como se fosse um autômato, suando frio, joguei a minha
carteira dentro da bolsa e, ignorando o celular que estava tocando,
ainda mais por estarmos tanto tempo afastadas uma da outra, mas
tudo o que sentia era um torpor melancólico. Precisava
delas, e senti alívio pelo remédio para enjoo ter feito algum efeito, o
indiferente, algo me dizia que sua reação não seria tão negativa e
que ele não fugiria da sua responsabilidade, mas o que me impedia
de sentir-me radiante era o próprio peso da culpa que eu carregava
pareceu se acalmar.
— Eu fiz uma burrada, mamãe — confessei quando ela
para ser mãe, não era uma adolescente, e já era adulta o suficiente
para arcar pelos meus atos. Tudo bem que eu era nova ainda, nem
tinha chegado aos vinte e cinco e havia muitas coisas que queria
fazer antes de ter filhos, principalmente progredir na minha carreira,
Mas, olhando para minha mãe, me senti ainda pior por estar
na defensiva e, com isso, recear que eles poderiam se decepcionar
comigo, algo que nunca aconteceu nem mesmo nas minhas piores
traquinagens. Tive medo de não poder contar com o apoio deles,
que eu necessitava nesse momento tão delicado, pensamento que
risada baixinha.
contar para o meu pai. Novas lágrimas rolaram pela minha face,
Sabia que ela tinha uma resposta mordaz sobre o assunto, uma
troça, mas se conteve. Sabia que meu estado de espírito não iria
— Vou até a cozinha, Val — sua voz era suave e seus dedos
pressionaram os meus com mais força, transmitindo-me calor e
— Talvez seja bom que seu pai esteja na oficina, para que
tenhamos um papo de mulher para mulher, apesar que tenho
medo de ser julgada por mim e pelo seu pai — deu um beijo na
prejudicou outras pessoas, por mais grave que seja. Você nunca
tocaram o meu dorso e sua voz rouca, emocionada, fez com que eu
encarasse seu rosto que não mais tinha preocupação, apenas uma
— Filha?
— Estou grávida, mamãe. — Continuei a acariciar a minha
arregalados.
ser vovó!
Uma gargalhada brotou da minha garganta ao assisti-la
cauda com vigor, latindo forte, ficando sob as patinhas traseiras para
mãos.
bebê.
Ela tinha ciência de que meia hora atrás eu estava presa à
culpa, não tinha por que esconder isso. Ainda mais porque esse
estranho que não tivesse ficado com receio. A vida de uma mulher
— Verdade.
latiram.
— Não passará por isso sozinha, filha. — Beijou minha testa,
colocando uma mecha atrás da minha orelha.
— Obrigada, mãe.
Tinha certeza que não seria um período solitário, e por mais
que eu temesse a reação inicial de Yazuv, novamente pensando
outros homens. Ele tinha me provado isso com gestos e com suas
falas, embora, na minha situação, não houvesse nenhuma garantia.
— Tenho certeza que seu pai ficará nas nuvens com a notícia
que vai ser vovô. Ele sempre quis ter mais filhos — comentou,
dela, me sentindo bem mais leve por dentro. Ainda havia muita
coisa para contar, pensei, vendo os cachorrinhos trotarem na nossa
frente para entrar no meu antigo quarto. Não havia dúvidas que
pedaço da iguaria.
cuidar.
— Em partes, sim, mãe — confessei, levando a bebida aos
lábios, sentindo-me reconfortada quando o líquido quente deslizou
que sentia.
explicação.
rosto sob os cabelos que caíram sobre minha face. — Pensei que
contei.
— Sim.
Ficamos em um silêncio desconfortável, cada uma presa aos
esse homem, além do mais, nem tem como esconder por muito
tempo, não quando você vai continuar trabalhando para ele.
meu pai enlaçou a cintura da minha mãe com força, colando seus
corpos, puxando-a para lhe dar um beijo digno daqueles de cinema.
corpo enxuto. Era mais do que evidente a razão pela qual minha
mãe ficava totalmente em polvorosa quando o via, ainda mais
sabendo que um homem daqueles a amava loucamente. Até eu me
comportaria assim.
apertado dele.
— Oi, minha princesinha. — Beijou minha bochecha com um
— Eu também, pai.
— Te amo tanto, princesinha. — Sua voz era suave ao
estava acontecendo.
falando alto que seria avô e que iria ganhar um neto. Os bichinhos,
testa. Seu sorriso era tão largo que parecia que a qualquer
momento sairia do rosto —, você sabe que sempre fui louco para ter
crianças me visitando e me chamando de vovô.
vez.
pois a felicidade era maior, ao ver os dois dando pulinhos pela sala,
acompanhados pelos cachorros. Meu pai, apesar de tudo, era quase
mudado muito, que ter casos era normal, e que criaríamos nosso
filho sem ser um par romântico.
— Ele está viajando — dei um sorriso fraco, que ele não viu,
egoistamente não tinha pensado nas últimas horas. Será que estava
tudo bem? Fiz uma pequena prece silenciosamente para que sim.
Seria horrível descobrir que não estava tudo bem com a avó ou com
colo. Resolvi me sentar ao lado dele, e segurei sua mão com força.
— Eu estou tão feliz — sua voz soou baixinha.
suavemente.
Ficamos ali juntinhos, abraçados, compartilhando aquela
alegria, até que minha mãe se ergueu para pegar três taças com
da minha mãe. Usava todo meu controle para esconder a raiva que
sentia do meu pai, o causador desse sofrimento, ao olhar o rosto
cinco anos de casamento, ainda mais que o triplo talaq[29] tinha sido
tudo, o amava muito. Ela tinha fé que Allah o faria mudar de ideia.
Minha mãe não dependia dele financeiramente e não
necessitava seguir fielmente as regras conservadoras infligidas ao
era ela quem precisava do meu conforto. Ver seus olhos vermelhos
e as olheiras dava um nó enorme no meu estômago e aumentava a
minha fúria. Ela sempre foi sorridente e alegre, mas agora estava de
tão frágil, sentia meu coração apertar com força por ela. Segurei
minhas próprias lágrimas, não iria desabar na frente dela.
esperar.
— Você deve estar cansado depois de tantas horas de
viagem — insistiu. — Não precisava ter vindo direto para cá. Acho
que gostaria de tomar um banho, não é?
— Dormi no voo e o banho pode ficar para depois. — Disse
abatido pelo choro, uma força inata naqueles olhos escuros. Ela
poderia ser muitas vezes submissa, por conta da criação que teve,
mas havia determinação em suas feições.
— Por favor, Yazuv — pediu em um tom que era frágil, mas,
ao mesmo tempo, não aceitava uma negativa —, quero ficar
sozinha.
não poder fazer nada. Melhor, poderia tentar fazer algo, sim, poderia
tentar convencer o meu pai a voltar atrás, mas sabia que isso não
humilhada.
Suspirei, passando a mão pelos meus cabelos com fúria,
que sentia. Imaginei que ficar uns momentos a sós com os meus
pela falta de notícias. Mas Val sabia o quanto minha mãe e avó
Algo me dizia que só de ouvir sua voz, eu teria algum alento para
aquele turbilhão.
estava sabendo lidar com isso. A satisfação física não me era mais
toda dor e tristeza que havia na Terra. Não sei por que me lembrei
agora daqueles lindos olhos azuis ardendo quando recebia minhas
carícias.
brutal.
E, por mais que não queria aceitar a dependência que sentia,
ouvir a voz suave e doce da mulher que não saía dos meus
pensamentos. Algo que tinha certeza que aliviaria as minhas dores
só pelo fato dela me escutar.
Precisava dela.
Por alguns momentos apenas contemplei a foto do contato.
da minha mãe.
Impelido pela onda de raiva que me assolou ao pensar nisso,
uma vontade louca de esmurrar a cara do meu pai me tomou. Era
uma violência que daria vazão com prazer se ele estivesse na
passos para trás até jogar o meu corpo sobre uma poltrona.
— Yazuv? — O tom dela era sonolento.
Nunca me senti tão frágil e isso era assustador, mais ainda quando
percebi que precisava desesperadamente de alguém. Daquela
mulher.
— Não se preocupe, Yazuv, estava acordada.
Dei um grunhido em resposta.
alerta, sua voz não tinha mais aquela sonolência. Val parecia
genuinamente preocupada, o que aliviou um pouco a dor que me
ver.
quando tinha ralado com força meus joelhos, que ganhei uma bela
Mas, por mais que tivesse sido moldado pela cultura rígida do meu
pareceu tornar-se mais leve, apesar de ainda existir. Era como se,
junto com as lágrimas, o peso tivesse diminuído. Mas a verdade era
que o simples fato de compartilhar com ela minha dor, mesmo sem
dizer uma palavra, que fez com que aquilo fosse possível.
— Não me deixe no escuro — sua voz era urgente, agitada,
mãe? Pelo que você me disse antes de viajar, algo ocorreu com ela.
Sabia que Val não iria me julgar por sentir ódio pelo que ele
linha e foi impossível não perceber que Val sofria junto comigo. Por
minha anne, por ela mesma que já teve o coração quebrado pelo
jardim.
esconder dela que me sentia ferido, não pelo divórcio em si, mas
machucava minha mãe, alguém que o amava, com seus atos, por
não ter conseguido protegê-la, mesmo que não houvesse nada que
eu pudesse fazer.
—, odeio por toda a dor que ele causou a ela e que ainda irá causar.
Pela vergonha que ele trará para nossa família, pela humilhação
mulher alegre que existia dentro dela — limpei uma lágrima que caiu
com fúria, e meu tom ficou mais seco, revelando minha frustração —
por ele a fazer chorar, fazer sentir vergonha de si mesma por algo
que não tem culpa. Por ela ter que sofrer sozinha, em silêncio.
— Yazuv…
— Eu sinto vergonha por ser filho de um homem como esse.
muita firmeza, algo que fez com que a minha raiva arrefecesse, e
um leve torpor me invadiu.
deliberadamente, Yazuv.
mulher e tivesse jurado a mim que nunca o faria. Mas não havia
garantias. Eu nada sabia sobre relacionamentos além daquilo que
as próprias lágrimas. — Fico feliz que esteja com a sua mãe nesse
momento, Yazuv. Imagino o quão difícil será o divórcio para ela,
doloroso, mesmo que não tenha ideia do que é vivenciar isso numa
baque, lembrando da sua voz doce, sentindo aquela energia que ela
ela me despertava.
Desviando a minha atenção do monitor à minha frente,
deslizei a mão pela minha barriga e sorri ao fitar a caixa de
Yazuv, e não podia negar que estava se tornando cada vez mais
continuar com a sua vida, por mais difícil que fosse, ainda tendo que
ainda mais por ele não estar presente na minha primeira consulta e
no ultrassom, que aconteceria amanhã, um momento importante na
vida de qualquer pai, e que eu estava negando a ele poder ir. Pelo
menos para mim, era algo mágico, embora não tivesse muita
meu ventre, mesmo sabendo que meu bebê não reagiria à minha
estar com outra pessoa, mesmo que tivesse dito que seria fiel
naquela relação frágil que tínhamos. Mas um homem que estava
sofrendo tanto pela dor da mãe por conta da infidelidade e do
momento.
— Mamãe é tão boba, não é, meu bebê? — minha voz era
repleta de ternura e amor.
palpitado algum dia por aquele homem e por não ter visto o
sua falta. Muita. Você está isolada demais nesse andar, mesmo que
merecesse e muito o novo cargo. Mas não tem mais tempo para
conversar com os amigos. — Piscou, como se falasse de si mesmo
empurrá-lo, mas o aperto dele ficou mais forte com a minha frase. —
— Agora me larga.
— Posso explicar…
— O que está acontecendo aqui? — Escutei aquela voz atrás
— rosnou.
— O quê?
Seu tom indicava posse, mas não me importei, pois o meu
coração batia com força no peito só por ouvir sua voz me chamando
de “sua mulher”.
Antes que Mark pudesse reagir, Yazuv segurou-o pelo terno
incredulidade.
— Senhor Ibrahim? — sussurrou.
deixou uma série de beijos pelo meu rosto, até que os lábios mornos
visivelmente irritado.
dele não me importava, não mais. Mas isso não impediu Yazuv de
reagir:
sua presença, que fazia com que meu coração dançasse no peito, e
seria papai.
Então me aproximei dele e entrelacei os nossos dedos, o que
prédio imediatamente.
— Você não pode fazer isso — protestou.
eu estremeci.
Soltei um suspiro de alívio quando ouvi o barulho das portas
beijo.
A raiva ainda se espalhava pelo meu interior, mas isso não
impediu minha boca de deslizar pela dela em um beijo intenso.
unha cravando em meu peito, e meu ego todo inflou pela sua reação
desejosa.
região suavemente, e a aflição dela por mim fez com que um leve
sorriso se formasse.
nervosa.
uns quilinhos.
Tanri, ela sempre seria mulher demais para mim, mesmo que
reação.
Um sinal de alerta soou como um sino na minha cabeça e
meus pensamentos começaram a me bombardear, buscando uma
minhas mãos dela e dar dois passos para trás. Não havia mais
meu próprio.
— Precisamos conversar primeiro… — disse com certa
novamente para o seu rosto, fixando meus olhos nos dela. Encontrei
a verdade no embaraço presente em seu olhar, uma confirmação
contraditórios.
— Você está...
Estaquei.
Ela estava grávida. E eu era o pai.
corpo estremecendo.
festa.
— Por Allah!
vez.
Fui atrás dela, dando passos largos com minhas pernas
completamente moles, sentindo o ar queimar os meus pulmões à
Oğlum[37].
ou ele seria livre para fazer o que quisesse, inclusive expor todos os
forçado, voltando o rosto para privada. Pediu outra vez em uma voz
falha: — por favor, me deixe sozinha, Yazuv. Vá para o escritório, ou
grávida.
Definitivamente, a paternidade parecia estar subindo a minha
cabeça mais rápido do que imaginava.
Não esperava uma reação tão poderosa somente por tocar o local
em que meu bebê crescia. Fitei minha mão deslizando pela barriga
quase lisa dela e prendi o ar, sentindo meu coração bombardear
dentro do peito.
Deixei-me ficar assim por uns instantes, porém senti certa
decepção ao perceber que seus olhos estavam fechados, como se
sentisse algum incômodo.
que era algo ridículo para mim, um homem sempre seguro, tirei uma
mecha do cabelo dela que colava ao rosto, e dei um beijo na
bochecha.
para o enjoo.
— Claro.
confirmado a gravidez.
Quando ele segurou os meus cabelos com cuidado para não
desmoronaria. Mas foi o olhar repleto de amor que ele tinha lançado
para a minha barriga enquanto a acariciava e depois sua fala
de amor, por saber que o meu bebê já parecia ser muito amado pelo
contudo sabia que não poderia sair sem termos uma conversa.
modo irrevogável.
momentaneamente do remédio.
Percebi que ele não gostou muito do meu tom e não contive
quando desgostava de algo. E a ternura que sentia por ele fez com
ventre. Não podia negar que queria muito fazer sexo com ele.
— Certo — pegou a minha mão gentilmente, pousando um
— O quê?
— O enjoo.
lágrimas.
— Há quanto tempo você descobriu a gravidez? — Sua voz
não escondeu a dor que sentia, o que foi uma grande surpresa.
fria, me mostrando porque ele era conhecido como “Sr Severo”. Fui
uma idiota em confessar a ele o que senti.
Engoli em seco.
— Que você confiasse em mim — sussurrou.
Não tive forças para responder suas acusações, por mais que
estivessem erradas. Eu confiava nele. Muito.
— Não importa.
Soltou uma risada sombria, que me fez tremer, mas que me
deu coragem para fazer o que era correto. Erguendo-me devagar,
disse com um tom que soava como se não tivesse nenhuma dúvida.
Não foi a certeza da sua afirmação que me atingiu como um
tiro à queima roupa, mas sim o fato dele frisar as palavras lugar e
poderia fazer qualquer um curvar aos seus desejos, mas pela frieza.
amor.
um casamento infeliz.
que esse homem destruía pela frieza com que pronunciava a minha
sentença.
Não, eu não iria aceitar a condenação. Nem a dele. O amava
meu bebê.
filho dessa proposta, e empreguei a voz mais firme que tinha, mas
não sem antes afastar-me do seu toque:
— Não!
— Não? — rosnou. — Nós vamos nos casar, karı, quer você
queira ou não — sentenciou, mas não respondi.
tática:
— Não criarei meu filho fora do matrimônio como muitos
vermes fazem. — Puxou o ar com força. — Meu bebê terá o meu
sobrenome.
Balancei a cabeça em negativa. Como a minha gravidez,
que o preocupa.
— Você não pode me impedir de assistir o crescimento do
imaginava o que poderia ser, e quis dizer sim ao ver que ele
implorava com os olhos para que eu aceitasse sua proposta, dando
uma família para o nosso filho. Contudo não poderia ceder. Por nós.
gelados, com uma coragem que não sabia que havia dentro de mim
—, paixão não sustenta uma relação a longo prazo, Yazuv. — Fez
Não havia mais raiva e fúria, apenas mágoa por eu ter jogado
traria dor.
— Não podemos — repeti. — Por nós. Encontraremos uma
Mesmo destruída por dentro pelo silêncio dele ser quase que
uma confirmação de que não havia nada além de desejo e do amor
que parecia já ter pela criança, forcei-me a reunir forças para sair
saída.
peito, causando uma dor ainda mais intensa do que aquela que me
invadiu quando descobri que ela havia escondido a gravidez de
dos seus lábios o que mais me feriu e fez com que eu tratasse tudo
de mim.
O sentimento de traição tinha me atingido como uma
punhalada. É isso, me senti traído na confiança que tinha
inadmissível para mim, para o meu ego, que a mãe do meu bebê
crescer em um lar repleto de amor, tendo os dois pais com ele! Não
pulmões a cada inalação por vários minutos até que pude ver que o
Tinha feito aquilo que jurei não fazer quando via minha mãe
vez. Se essa rejeição fez meu coração bater apertado, saber que
machuquei a mulher que, por mais que eu tentasse mentir para mim
lutado muito para não ser como meu pai e avô, me tornar um
homem diferente deles, mas em uma única tarde tinha destruído
estupidez.
Mas logo a dor tornou-se ainda maior no meu peito, quando a
frase dela “Eu não posso me casar com o homem que eu aprendi a
amar, sabendo que ele não me ama de volta” começou a ecoar na
riqueza e compulsão por poder. Era por isso que o sexo tinha sido
diferente com ela, me feito ansiar por muito mais, mais do que
apenas satisfação física. Ela tinha feito amor comigo várias vezes e,
precisava do seu amor, algo que até então não sabia que
necessitava.
— Aptal — gritei.
Amaldiçoei-me várias vezes, xingando-me em diversas
línguas. Saindo daquele torpor, caminhei em direção ao meu
escritório, mas parei próximo a mesa dela e toquei a caixa de
em cima da mesa, com raiva. Não estava com cabeça para lidar
fazendo-a feliz ao contar que seria vovó, apenas para depois admitir
que tinha pedido a mulher que gostava em casamento de maneira
fria, dizendo que era apenas pela minha honra, como se meu filho
apaixonado. Isso seria assumir que eu era igual ao meu pai, sem
sentimentos, só dever.
A única pessoa que poderia me abrir era meu melhor amigo,
acordado.
— Não, Yazuv...
garganta.
— Creio que também não seja para discutir negócios. —
estive pior.
— Sua mãe? — Falou com a voz tensa.
— Mamãe ainda se sente bastante envergonhada e triste
confessei. — Mas tenho certeza que minha anne ficará bem com o
tempo — completei — mesmo que nunca venha a aceitar que não
momentaneamente aliviado.
Por alguma razão, ele tinha uma preocupação excessiva com
o bem-estar da anne. Talvez fosse pelo fato de não ter podido
fui rude, batendo o punho na mesa com força, não contendo a ira
que me consumiu ao ouvir a pergunta que sugeria que eu poderia
“pedir” a Valdete para tirar a criança.
deixava furioso pensar que meu amigo achava que eu seria capaz
de fazer algo tão sujo como pressionar uma mulher a fazer um
aborto.
do que qualquer outra coisa. Instinto talvez aflorado por ele mesmo
Inveja?
As doses de whisky que eu havia tomado, ao contrário do
discernimento.
O Javier que eu conhecia dificilmente iria querer ter uma
um bebê.
deu errado?
— Eu a pedi em casamento — confessei, sentindo meu peito
tornasse minha esposa, porque, para mim, não existe outra forma
de criar um bebê que não fosse dentro do casamento.
silêncio.
foi isso o que ela me disse, com todas as letras. Eu feri a mulher
que Val já amava aquele pequeno ser que carregava em seu ventre,
um lar amoroso, algo que nem sabia que um dia poderia ansiar.
Mas não me ative àquele lado dele por muito tempo, pois sua
— Yok[40].
Estalou a língua e eu não contive um bufar de impaciência. A
mulher que virou a sua cabeça, que te mudou tanto, que você não
nós dois. Mesmo que eu passe a vida inteira implorando para que
preciso. Ela também riu, mas, ficando logo sério, voltou a ser o
agora nem tanto. Ele escondia tantas coisas dentro de si que não
me surpreenderia que o espanhol escondesse o desejo de ter um
filho algum dia. Mas era algo que, provavelmente, nunca saberia.
Hoje, tinha sido por duas vezes um grande tolo: por esconder
meus sentimentos e por não ter corrido atrás da mulher que eu
uma outra para Yazuv, que não tinha certeza se deveria ter enviado,
motivada pela vontade de mais uma vez demonstrar como eu me
nos amando, não tinha sido especial para o turco quanto havia sido
para mim. Provavelmente, tinha significado apenas sexo e prazer,
mas, como uma menininha romântica, que parecia gostar de
amante, com algo a mais. E eu sabia que iria pagar caro pelo meu
maior sacrifício que faria pelo fruto que crescia dentro de mim.
Saber que o turco nunca iria retribuir meus sentimentos doía muito.
quase sete semanas, mas nem sempre nesse período era possível
escutar os batimentos, mas torcia e muito para que sim. Seria um
que muitas tinham por aí? Por que não me contentava com isso?
Chiei baixinho, xingando a minha própria tolice, por não agarrar
aquilo que era dado a mim e ao meu bebê pelos meus sonhos
ingênuos, que pareciam cada vez mais distante de serem
alcançados.
que escutou o meu grito e veio me acudir, saí da cama, calcei meus
chinelos, e fui acendendo as luzes pelo caminho, a claridade
irritando meus olhos. Felizmente, ou infelizmente, meu apartamento
— Değerli…
Estaquei com a mão na chave ao ouvir a palavra turca tão
pedido frio de casamento dele, meu corpo todo reagiu a voz grave e
rouca, traindo-me. Odiei-me por sentir tanto desejo por ele.
tom, com tanta súplica que meu peito se apertou —, por favor abra a
porta para mim.
Ele não precisou dizer mais nada para que eu reagisse e
girando a chave na fechadura, segurei a maçaneta com a minha
sorriso. Era apaixonada demais por ele para não reagir a sua
personalidade ranzinza.
conforto. E não pude evitar desejar com todas as minhas forças que
ele me abraçasse apertado, afastando de vez qualquer medo que
rapaz um pouco mais novo do que eu, com o corpo magro e o rosto
pude — insistiu.
fosse uma corda de segurança que me indicava que ele nunca iria
minhas costas, a mão livre deslizando pela minha cintura até tocar a
som baixinho escapou dos meus lábios, bem como uma lágrima,
constatando que eu era uma fraca que não conseguia resistir a ele,
ainda estava próximo demais para o meu bom senso, fitando seus
queria.
Mesmo que a aparência dele pudesse não significar nada,
uma esperança sem sentido brotou em meu interior, e por mais que
eu deveria dizer que não, porém era insensata demais para negar
algo a ele. Então apenas assenti, concordando.
queixo. — Acho que nenhum de nós quer ter uma conversa no meio
toda a sala, tornando-a menor do que ela era, algo que sempre
acontecia quando ia ali.
que ele vivia, era inadequado para criar nosso filho. Saber que tudo
que lutei para conquistar não seria, aos seus olhos, suficiente para o
meu bebê, me machucaria ainda mais.
Precisando fazer algo que diminuísse um pouco a minha
insegurança, caminhei em direção a cozinha. Buscando aparentar
algo ou não, amassadas ou não, elas eram lindas aos meus olhos e
queria preservá-las.
— Você quer tomar alguma coisa, Yazuv? — perguntei
nervoso.
A intensidade do seu olhar fez com que meu coração se
extremidade.
Meus lábios secaram e umedeci-os com a ponta da língua, e
obriguei-me a dizer qualquer coisa que disfarçasse minha tensão
pela sua proximidade:
— Como você conseguiu subir sem que o porteiro me
avisasse?
me deixar subir.
— Por quê, Yazuv?
quero casar com você porque é a mãe do meu bebê, quero casar
com você porque é a mulher que eu desejo, que admiro e por quem
estou me apaixonando.
— Ya…
— Xiu. — Não deixou que eu falasse, roubando um selinho
que fez meu coração bater acelerado. — Eu tentei me enganar de
as vezes que eu a vejo, que ouço a sua voz — pegou a minha mão
e levou ao próprio peito, fazendo-me sentir os batimentos
acelerados. — Eu tentei negar para mim mesmo, dizendo que era
apenas desejo. Poderia até ser no início, mas tudo mudou quando
fizemos amor pela primeira vez.
mesmo. E agora, meu maior pavor é perdê-la para sempre por conta
do que fiz.
Emocionada pelas palavras dele, pela sinceridade que via em
provocando-o.
— Você sempre será muito mulher para mim, değerli. Nunca
duvide disso.
cintilava. Fitando meus olhos, tocou cada um dos meus dedos com
os lábios, alcançando a palma, traçando um círculo lento,
provocante, apenas para envolver a minha cintura suavemente e
erguer-me, me rodopiando desajeitadamente no meio da cozinha,
fazendo com que eu me aferrasse a ele, segurando com força seu
pescoço, rindo. Como se lembrasse do meu enjoo mais cedo, parou
dos dedos.
— Farei de tudo para ser um bom pai e um bom namorado.
nunca imaginei que seria benéfico, rolando, até ficar de frente para
mim.
pensava na minha sorte por ela ter me perdoado pelo meu erro, e
palavras. Para que ela acreditasse que não era apenas pelo nosso
bebê.
era o que mais senti falta quando estive longe na Turquia e que
agora podia perceber que era mais um indício de que me
comportava como um homem apaixonado.
Aptal…
novamente.
ânsia pelo seu corpo, tanto que passei a noite e madrugada inteira a
tocando, conhecendo aquelas pequenas mudanças. E eu começaria
múltiplos orgasmos.
— Você não deveria estar trabalhando, senhor Ibrahim? —
procurar na internet.
— Minha preciosa — sussurrei —, porque sempre soube que
você vale mais do que qualquer pedra e joia. Seu valor é
meu coração.
— Sei que você não gosta muito, mas acho que temos tempo
para uma rapidinha no banho.
meu corpo todo derretia pelo toque suave repleto de devoção e que
alinhada que tinha numa pequena mala que estava no seu carro,
como se previsse que passaria a noite comigo. Olhando-o, tive que
chamar.
— Nunca imaginei que me sentiria dessa maneira —
o meu parto.
Só precisava convencer o homem ao meu lado disso, o que
— Yazuv — arfei.
Dei um tapinha no ombro dele, observando o sorriso lento em
seu rosto, lutando para não fechar as pernas com a intensidade do
desejo que me invadiu. Olhei para todos os lados, com medo de que
alguém pudesse ter ouvido aquelas palavras, mas, por sorte,
değerli, e tenho certeza que romperei com várias outras. Então não
firmeza e puxou-me para o seu rosto, seus lábios colando aos meus
em um beijo a princípio suave que se tornou cada vez mais
senhor.
social.
eu ser a próxima.
O nervosismo dele, de algum modo, havia aumentado o meu.
retribuiu com um sorriso que chegou aos olhos. Não havia dúvidas
crises de enjoo e cansaço, mas fora isso, acho que estou bem.
— Bom, é natural que nos primeiros meses você seja
por não ter contado a ele sobre a gravidez antes, mas evitei pensar
muito no assunto.
cadeira.
aflição me invadir.
Não entendia muito dessas coisas.
médico e fiz como solicitado, ajudada por Yazuv, que não me soltou
por nenhum momento. — É um procedimento que não irá doer.
— Okay. — Como se quisesse me passar segurança, Yazuv
necessária.
Apertei os dedos de Yazuv com um pouco mais de força do
Meu bebê!
Não contive mais o pranto quando um som ecoou em todo o
consultório, o coraçãozinho daquele a quem mais amava no mundo
primeiro.
Prendi o ar em expectativa, me apegando ao fato dele ter dito
anteriormente de que não havia nenhum problema.
Não tinha ideia de como faria para cuidar de todos eles e isso
me apavorou.
Porém, quando senti os lábios do homem que amava
pousando em minha cabeça, soube que por mais difícil que fosse,
eu teria o apoio incondicional dele, fazendo com que o medo que
sentia se dissolvesse, dando lugar uma alegria que não conhecia
limites.
O amor pelas três sementinhas que cresciam em meu interior
me preencheu de maneira instantânea.
amor.
Três bebês!
com racionalidade.
Apertei a mão da benim değerli com mais força ao fitar
mão aos lábios enquanto me deixava levar pelo amor que sentia por
eles.
nunca imaginei que teria tantos bebês de uma única vez e a ideia
eu teria trigêmeos. Tinha certeza que meu melhor amigo iria cansar
da minha mulher, algo que não havia percebido até então e que me
fez sentir em completo pânico.
tudo para proteger, não é? Seria cruel demais e tal pensamento fez
sorriso que fez com que tanto eu quanto Val soltássemos o ar,
respirando novamente —, é normal que não consigamos identificar
o som do coraçãozinho dos sacos gestacionais, pois eles ainda
completa.
— Graças a Deus — ela murmurou baixinho e eu fiz uma
prece silenciosa a Allah pedindo que continuasse a abençoar meus
exame.
Voltou sua atenção para o monitor e eu fiz o mesmo,
observando a imagem e escutei o coraçãozinho do meu bebê
se seria assim dali por diante. Sorri, dando de ombros, e ela soprou
uma mecha que havia caído sobre seus olhos com um bufar.
por ela era violento, e eu não tinha dúvidas que a cada semana ele
só seria intensificado. A ânsia que ainda me incinerava me dava
essa certeza. Meu ego e meu instinto primitivo por saber que eu
tinha feito três bebês naquela mulher faria o restante, alimentando a
minha fome.
Mas se ficar sem sexo significasse proteger ela e meus
trigêmeos, por mais difícil que fosse, abraçaria o celibato com o
maior prazer. Era algo que antes não tinha problema nenhum,
— E então? — insistiu.
—Nós vamos poderemos continuar a ter relações, doutor? —
irreconhecível.
bem protegidos.
dedos.
— Sim — sussurrou.
atendente emburrada, uma que tentou jogar seu charme para cima
camisa social:
— Acho que tenho que tomar cuidado — a voz soou séria e a
invadindo.
zombeteira.
você? Que tenho somente olhos para você? — Fiz uma pausa. — E
Bok!
Ficamos nos encarando por alguns segundos e tentei
para trás, percebendo que os lábios dela tinham dito uma coisa e
seu corpo dizia outra.
Eu falava sério que com ela eu cometeria um atentado ao
pudor, mas sabia que não era algo que a minha namorada
desejasse.
puramente ternura.
Não sabia, mas acho que era um pouco daquilo que as
minha atenção.
— Do quê, aşk?
maternidade era algo muito mais pesado para a mãe, e não era
conta. Queria ser um bom pai para os meus três bebês, mas e se eu
não fosse?
— E se eu falhar com eles, Yazuv? — externou a minha
assustador.
— Você não estará sozinha, değerli — deixei um beijo na
— Eu sei, querido.
— Além disso, acho que seus pais e a minha mãe irão querer
estar sempre presentes — disse suavemente —, não há dúvidas
— Verdade.
Soltou uma pequena gargalhada, me fazendo rir também.
Mas logo, tornei-me mais sério.
obrigação.
— Se for necessário, podemos frequentar aqueles cursos
para pais de primeira viagem para que ganhemos mais confiança —
mudei de assunto.
alucinado por aprofundá-lo, por tê-la. Por fazer amor com ela outra
vez.
Mas não ali.
ofegante.
— Bom… — Pareceu sem graça, e eu arqueei a sobrancelha
para ela. — Só é difícil imaginar um CEO como você participando de
ela não parecia mais tão presa ao medo, fez com que eu sorrisse
também.
— Estou disposto a aprender tudo o que for possível — dei
Fiz que não com a cabeça, prevendo aonde ela queria chegar
com aquele mas.
sempre.
— Yazuv — murmurou o meu nome, novas lágrimas se
— Cada um deles.
— Gosto disso — emitiu um bocejo.
que eu tomava. Não podia negar que queria que meu apartamento
trigêmeos.
Com uma ternura que fazia com que o meu coração batesse
acelerado, abri a porta tentando fazer o mínimo barulho possível,
a testa dela.
— Okay. — Aninhou-se contra mim, seus braços circundando
apreciava e muito. Eu poderia ficar assim com ela para sempre. Ela
parecia tão pequena contra mim, frágil, fazendo com que o meu lado
protetor entrasse em atividade em toda a sua força.
no meu colo, e não prestei atenção nos grandes arcos góticos que
equilibrar para não deixar Valdete cair quando Aylla veio nos
papai.
Resignado, emitindo um bufar por não poder colocá-la na
trigêmeos. Mesmo que sexo estivesse liberado, sabia que teria que
conter um pouco meu desejo por ela, por mais que o médico tenha
dito que era saudável.
acometia sempre que eu pensava nela nua, por mais que dessa vez
pesadas.
suavidade da cena que fazia com que uma outra onda de ternura
— Não pude atender sua ligação antes, Javier, mas não faz
nem três horas que me ligou— não iria me desculpar mais do que
irritado, sentimento que deve ter sido amplificado pelas noites mal
dormidas —, com certeza, perderíamos muito mais dinheiro se eu
não entrasse com a venda das ações por um valor bem abaixo
por ele não ter esperado minha opinião ou ter agido em meu lugar,
confiava na astúcia dele e na experiência para tomar uma atitude o
mais rápido possível. Afinal, ele estava à frente de uma das maiores
verdade, meu lado coerente sabia que era inevitável lidar com as
perdas e com os ganhos, embora nunca fosse fácil. Se fosse outro
pelos meus filhos, disse para mim mesmo que não havia dúvidas de
desgosto.
— Um convite para ações trabalhistas — recordei algo que
palavra.
— Acho melhor não, compañero — fez uma pausa longa,
Que ele deixasse para trás todas as feridas emocionais que sabia
que existiam dentro de si, embora mascarasse-as muito bem.
E, mesmo que ele guardasse essa vontade sob a fachada de
parecia soar fria, falsa, mas que era a mais verdadeira que escutei
vindo dele.
momento de desconcentração.
Bok.
— Nunca o fiz e nunca o farei — completou.
pensamentos.
— Fico realmente feliz por você, Yazuv — disse em um tom
havia dito algo assim para ele —, nunca pensei que esse
pedaço do meu ser. Eu não consigo parar de pensar nos meus três
bebês, sonhando acordado em pegá-los no colo, brincar com os
verdade.
alma e no coração.
resposta.
Novamente o silêncio caiu sobre nós. Estranhamente,
se gabando por ter sido “potente” e ter feito três em uma noite só,
mas não conseguia fazê-lo perante o estado de espírito melancólico
passar.
— Deve estar tarde em Madrid — olhei o relógio, constatando
descansar.
—, e você mais do que ninguém sabe que não morreremos por falta
de sono. Ou se esqueceu que tinha o mesmo hábito do que o meu
por Javier, que se tornava cada vez mais solitário e recluso. Mais
uma vez agradeci o fato daquela mulher ter entrado na minha vida,
contente e satisfeito por formar com a sua mulher e seus três bebês
uma família.
— Eu sei que sim. — Sorri, mesmo que ele não pudesse ver.
— Javier…
— Se eu fosse você, teria contado vantagem pelo fato de ter
trigêmeos. — Soltou uma gargalhada rouca, menosprezando a
minha compaixão.
Seus sentimentos, definitivamente, era algo que ele evitava
adentrar e eu respeitei isso.
— Vai achando que não irei, acho que contarei a todos sobre
o meu êxito, principalmente aos meus pares que costumam esfregar
minha değerli, ela sim que terá que suportar a minha possessão e
meus cuidados exagerados. Sabe o homem terrível que eu sou.
ponta de inveja, pelo que eu estava vivendo, mas ele não se abre
comigo. Quantos mais segredos ele esconde de todos? O diabo de
gelo não mais me parece tão diabólico e frio assim. Pelo contrário, o
espanhol parecia muito mais complexo e… sentimental.
Permaneci um bom tempo assim imerso nas minhas
guarda-roupa, mas vivia dizendo que era muito cedo para isso,
embora antes que eu viajasse para Turquia, ela passasse mais
latido de Aylla, juntamente a uma patada na sua coxa, fez com que
Val interrompesse o beijo, e sua risada preencheu todo o cômodo
Istambul. Acho que você também precisa fazer uma ligação para os
seus pais, não?
— Sim, farei isso daqui a pouco — sussurrou. — E então, o
que aconteceu para você ter ficado tão distante nos seus
pensamentos.
— Algo que Javier me disse. — Trouxe-a ainda mais contra o
Fiz que sim com a cabeça. Como meu melhor amigo sabia
dela, era justo que eu tivesse contato algo sobre ele a Val também,
porém não havia adentrado muito nas questões pessoais, como o
drama familiar e os traumas que haviam deixado marcas nele e que
o que acho.
— Mas o que o impede? — Franziu o cenho. — Sei que se
apaixonar não é algo que cai do céu, e também estou ciente de que
mesmo. Javier se afunda cada vez mais no mundo de gelo que criou
para si.
— Entendo — disse em um tom repleto de compaixão, não
— Sim, aşk?
— Eu estou ficando com fome, mas fome de um belo pedaço
de pizza com a borda alta, com bastante queijo e pepperoni — disse
com a voz suave, transformando o clima que pairava entre nós dois.
— Ou melhor, alguns pedaços.
favorito.
— É mesmo? — Entrei na sua brincadeira.
— Desejo de grávida. — Sua expressão era completamente
Olhei-a, confuso.
— É uma expressão brasileira que a minha mãe usa — deu
uma risada baixinha, fazendo com que Aylla levantasse a cabeça,
divertida.
— Hmmm… — fiz uma pausa, como se processasse a sua
fala —, odiaria que nossos bebês parecessem com uma pizza,
com a gravidez.
Balancei a cabeça em negativa, conformada, removendo o
sapato de bico fino que maltratava meus pés e pegava nos meus
calcanhares. Era um ato pouco profissional, mas como eu saía bem
mais tarde que boa parte dos funcionários, dei-me esse pequeno
luxo, ainda mais que eu sabia que meu chefe não iria me condenar
por isso, já que não era a primeira vez que o fazia. O alívio foi
insano e lidar com tanto ego — comentei com meus bebês, sorrindo
para a minha barriga antes de desviar minha atenção para a caixa
me conta.
aquela carranca severa — disse uma mentira, pois queria ele ali
comigo, e levei o chocolate aos lábios.
Dei uma mordida generosa no doce e degustei o chocolate,
com os meninos, caso tivesse algum, mas me parecia doce ter uma
menina. Imersa no sabor do doce e nas possibilidades, tomei um
colocando sobre meu colo, fitando cada detalhe, curiosa com o peso
leve. — Você pode assinar o documento de recebimento?
— Claro. — Peguei minha caneta quando ele me deu a
seguida. — Obrigada.
— Nada, senhorita, tenha uma boa noite.
— Você também.
embargando.
De fato, nunca poderia imaginar que Yasuv tivesse tamanha
conseguido, não fazia ideia. Mas era algo que me marcaria para
sempre.
Levei as mãos ao meu rosto, chorando ainda mais, sem
dividida.
mais linda.
— Não, aşk, ela sabe que o meu lugar é junto a mulher que
amo e me expulsou de lá.
e preciso de você.
presa pela euforia por saber que realizava todos os meus sonhos, o
que fará de tudo para te fazer feliz e que jura por tudo que é mais
Que daria a vida por você, pelos nossos bebês, pela nossa família?
sua esposa.
Não disse nada, apenas abraçou minhas pernas,
visivelmente emocionado.
feliz em um único dia. Por realizar meu sonho de ser amada. Por ter
paciência com as minhas inseguranças. Por ser meu futuro esposo.
Mas principalmente por ter me dado três presentinhos lindos de uma
só vez. — Sorri.
— Eu amo você, aşk.
ambiente, mas que acabou sendo sufocada pela pressão dos lábios
dele que me transformaram instantaneamente em uma grande
massa derretida, desejosa por ser modelada pelos seus toques.
Colocando uma dose generosa de hidratante na palma,
espalhei o líquido pela minha barriga bastante volumosa de vinte e
mais de creme e passar nas minhas pernas, fazendo com que meus
nenéns reagissem e não contive um sorriso. — Mas mamãe ama
suíte dele, que se tornou nossa, já que decidi finalmente morar com
ele, embora ainda não houvéssemos nos casado, curiosa para
saber como Yazuv me veria. Através do tecido, pude perceber os
meus mamilos inchados pela gestação, coroados pelos bicos já
poderosa.
ao fato daquilo que o doutor Érike tinha dito, de que o meu parceiro
completamente sedenta por fazer amor com ele. Além de que tinha
que aproveitar enquanto podia, já que pelo tamanho da minha
barriga, pelas dores nas costas que já sentia e pelo fato de estar
esperando trigêmeos, eu teria que ficar de repouso, evitando
Quando viu que não iria pegar o objeto e jogar para ela,
voltou para a caminha e, dando voltas em si mesma, deitou,
emitindo um suspiro. Sorrindo, deixei a cachorrinha sapeca,
úmida por ser o alvo do seu desejo. De fato, a reação dele não me
decepcionou nem um pouco, pelo contrário, foi muito mais intensa
do que imaginava.
Arfando, sem tirar os olhos dos dele, levei meus dedos
trêmulos a amarra da peça e lentamente a soltei, apreciando os
grunhidos que ele me dava em resposta e o fato dele não conseguir
alto que escapou pela garganta dele reverberou por todo o meu
corpo.
Passei o braço pela manga e, antes que a peça caísse no
eu fosse aquela renda que ele segurava com tanta devoção, não
evitando um pequeno gemido que escapou da minha garganta. Ele
tinha virado o jogo para si, me fazendo a sua cativa apenas com
a mão para tocar a lateral do meu corpo, mas não deixei, dando um
iria fazer.
barriga não permitisse estar tão próximo a ele como gostaria, mas
sério do que pensei, mas teremos que esperar até amanhã para
suavemente.
Grunhiu.
— Você sabe que eu amei. — Apertou minha popa com mais
me dizer?
vídeo?
Dei de ombros.
— Não faço a mínima ideia — dei um sorriso, completando
terminar.
Sem esperar uma resposta, segurando-o pelo queixo, trouxe
som selvagem que escapava pela sua garganta indicando que ele
sensações.
E ele não me decepcionou. Apertou o meu seio com mais
força, amassando-o contra a sua palma, fazendo com que meu sexo
da minha vagina, ao passo que erguia a mão que estava nos meus
quadris. Levando-a aos meus cabelos, enrolou várias mechas entre
seus dedos, possessivo, e me puxou para outro beijo que não
meu corpo contra a mão dele. Estava cada vez mais perdida, vendo
tudo desfocado, esquecendo-me completamente das dores nas
costas e até mesmo da minha barriga enorme que tornava
imensurável.
Completamente bamba, movimentando-me instintivamente
contra a mão dele, não precisou de muito para que eu me deixasse
assim por um bom tempo até que, erguendo um pouco meu corpo,
ele removeu a mão do meu interior, e eu sentei nele com força,
sentindo-o duro debaixo de mim com o desejo insatisfeito.
falando.
— O quê?
— Depois de você ficar nua para o seu homem,
que ele era ciumento, mas não podia mentir que a recíproca era
verdadeira. Talvez fosse a convivência com ele que me fez tornar-
uma careta.
— Que Allah me proteja dessa mulher insaciável —
sussurrou contra a minha orelha e eu estremeci.
impossível.
Gargalhei com o pensamento, fazendo-o erguer a
sobrancelha em questionamento, mas não disse nada, apenas, mais
ele.
Apesar de ainda haver luxúria em seus olhos, também tinha
uma centelha de preocupação comigo que me enterneceu.
calça.
O som estrangulado que ecoou no quarto, em meio a um
bufar, me fez dar uma gargalhada de euforia e deu-me coragem
para continuar estimulando-o, friccionando o pênis, sentindo o tecido
cada vez mais úmido pelo pré-gozo dele, incitando-o sem dar aquilo
que queria.
observei-o.
— Val? — Havia novamente confusão nele.
— Tire a roupa — ordenei em um tom imperioso, que
rivalizava com o dele, e ele arqueou a sobrancelha — quero que se
como sentisse um prazer enorme por saber que era comido com os
olhos, começou a remover a camisa social. Os gestos deliberados,
calculados para me provocar, o sorriso maroto e as duas ônix
repletas de luxúria, deixavam o meu coração cada vez mais
descompassado. Jogando a camisa no chão, pude observar como
da língua, gesto que não passou despercebido para ele, que sorriu
ainda mais enquanto deslizava o tecido pelas suas pernas
lentamente, removendo-a e expondo as coxas firmes cobertas por
pequenos pelos que o deixavam ainda mais másculo.
— Gosta do que vê, değerli? — A voz grossa chegou-me com
uma carícia e eu gemi quando ele enfiou a mão dentro da cueca e
os sons que ele emitia ao se dar prazer, sabendo que ele me fitava
com igual luxúria. Porém, eu realmente necessitava tê-lo dentro de
mim, de ser preenchida, daquela conexão prazerosa de ter os
nossos sexos unidos e de chegarmos juntos ao orgasmo. E eu
precisava agora.
— Pare — forcei-me a dizer.
pedi.
— Envolva meus quadris também.
Quando seu braço poderoso me envolveu, coloquei minhas
pernas sobre o corpo dele e flexionei-as de modo que meu sexo
tocasse sua pelve, minha coluna ficasse reta e minha barriga
apoiada no colchão.
Ter o seu pau tão próximo à minha entrada, pulsando, fez
com que eu soltasse um gemido baixinho e rouco, e rebolei contra
sua ereção, obtendo um grunhido em resposta, sua mão segurando
com mais força meus quadris. E não precisei dizer mais nada, pois,
como se guiado pelos próprios instintos e compreendesse o
mecanismo da posição sexual, com a mão livre, rodeou o seu pênis
e lentamente encaixou sua glande na minha entrada que estava
mais do que pronta para recebê-lo.
Prendendo-me ao seu olhar, com um impulsionar dos
quadris, penetrou-me em um tranco, deslizando facilmente pelo meu
interior, fazendo com que eu o segurasse com mais força,
ombro dele ficava mais tenso com o esforço que imprimia para
prolongar nosso sexo, algo que eu não queria, estando cada vez
mais próxima ao abismo.
— Por favor, Yazuv — implorei em um sussurro, levando a
minha mão livre aos seus cabelos molhados pelo suor, entrelaçando
ecoando por todo a suíte, mesclando aos sons que ele emitia.
Enquanto ele continuava a fazer todo o trabalho por nós dois,
aumentando ainda mais o ritmo de vai e vem, fechei os olhos e tudo
pareceu se intensificar, as sensações que banhavam as minhas
veias, os barulhos que escapavam das nossas bocas, o som dos
estalos provocados pelo chocar das pelves, o cheiro pungente de
suor.
Movidos pelos sentidos que estavam cada vez mais
aguçados, senti que meus músculos se contraíram com o orgasmo
quando ele me penetrou com intensidade uma última vez.
Completamente mole, presa ao torpor do êxtase, o rugido baixo de
satisfação que ele emitiu com a própria libertação parecia um som
continue.
— Besta — fingi ralhar com ele e rocei suavemente minhas
nádegas no seu pênis, fazendo com que ficasse rente a minha
fenda.
— Foi ruim? — insistiu naquela conversa absurda, e eu
pisquei os olhos, sentindo minhas pálpebras pesarem.
erguia meu rosto para o dele, beijando os meus lábios com uma
ternura excessiva, moldando-os, provocando pequenos estalos.
Mordiscando-os suavemente, entreabriu minha boca com meiguice
antes de invadir com a língua, aprofundando o beijo, gemendo com
a própria intensidade que imprimia ao contato, ora adotando um
ritmo lento, ora devorando-me, como se fizesse amor comigo com a
colo.
— Isso é muito bom — a mulher que eu amava disse em um
tom baixinho.
procura a sua sorte; é a sua sorte que o procura”. Por toda a minha
Sem ela.
Sorrindo ainda mais, balançando a cabeça como se eu fosse
dolorosamente, querendo-a.
Pensei que manter-me em abstinência no período de
resguardo da benim değerli seria uma tarefa mais fácil, mas não
poder fazer amor com ela vinha sendo um verdadeiro martírio, pois
não importava quantas vezes eu a tive antes desse período, eu
sempre queria mais dela, do seu corpo, do seu calor, dos seus
gemidos. A fascinação que sentia por cada mudança lenta que
única pessoa nesse mundo que poderia rir de mim sem sofrer as
consequências.
todo o meu autocontrole para não ceder a raiva que me invadia com
com força pelo meu cabelo. Antes que eu pudesse fazer mais uma
esperar.
Eu não era merecedor da benim değerli. Desde que a vi,
sempre soube que ela era mulher demais para mim, e ali tive
certeza de que eu teria que vir a nascer umas mil vezes para chegar
aos pés dela. Se antes não acreditava em alma gêmea, eu tinha que
pescoço.
sussurrei.
— E então? — Plantou um beijo no meu peito, que batia
Não era uma surpresa para mim saber que todos eles
arrogante.
dos trigêmeos, além das conversas com a minha mãe e a dele, que
estava nos fazendo uma visita, nada mudava o fato de que éramos
pais de primeira viagem e que temíamos dar passos em falsos que
os prejudicassem.
ecoando pela sala de reunião, que nem havia percebido que estava
de raiva sobre mim, não sem antes perceber que a mesa estava
dor. Desviei minha atenção para Yazuv, que se continha para não
esmurrar alguém, e por debaixo da mesa, encontrei a mão dele,
amistoso assim.
sido comprada por mim, a empresa vinha passando por uma série
que ele soubesse que eu tinha estado com medo e que eu também
reconhecesse nele toda a tensão e raiva. — Temos agora que
pensar na reestruturação da empresa.
preenchendo.
— Eu sei disso — sussurrei lentamente, jogando minha
cabeça para trás para fitá-lo. Quando vi amor e zelo nos olhos
negros, ergui minha mão para acariciar sua barba. — Teremos muito
trabalho pela frente.
sustentar.
— Hm… — deixou um selinho em meus lábios —, que bom
para a minha esposa que eu tenho adorado o fato de que ela mande
ir sozinha.
Ele bufou.
— Mas…
olhos até que eu virasse para o corredor que levava aos sanitários
do andar.
o que ela quis dizer com aquilo. Perdi algum tempo apreciando a
sorriso.
— Que Allah me proteja.
cabelos.
Caminhei com passos rápidos em sua direção, escutando o
rosto.
— Você já está acordando a todos com seus gritos, Yazuv —
deu uma risada, fazendo-me franzir o cenho, pois nem me dei conta
do que estava fazendo.
hijab[42] dela estar mal colocado indicava que ela tinha levantado às
pressas.
mesmo —, nem sei se ele está de plantão hoje. Mas se não estiver,
darei um jeito.
muito mais forte do que eu. Pelo que havia pesquisado, diziam que
a dor poderia ser bastante intensa. Tinha que confessar que quando
li, eu temi e muito pela minha mulher. Hoje eu via que tinha que
preocupar era comigo, que parecia prestes a surtar. Eu era uma
mistura de euforia, medo, alegria e amor. Uma verdadeira bomba-
relógio.
E em meio as contrações da mulher que amava, que se
Fitou-me com seus lindos olhos azuis e eu podia jurar que nunca a
achei tão linda na vida com uma touca prendendo os cabelos fartos
e a camisola do hospital. Deu-me um sorriso em meio a uma
tive que me esforçar para não levar a minha mão aos cabelos
cobertos pela touca. Acho que nunca na minha vida fiquei tão
nervoso como agora, apesar de que o nascimento dos meus seria o
começar.
para acontecer.
— Obrigado.
— Nada. — Voltou sua atenção para os instrumentos
lo.
tornando-se infinito.
eles teriam que ficar na UTI neonatal por um tempo para ganhar
peso, porém eu colocava todo o meu coração numa prece para que
não houvesse nenhuma complicação, como problemas
respiratórios.
choro ecoou por toda a sala cirúrgica, o som mais lindo do universo.
Até mesmo o aperto de Val ficou mais fraco, e encontrei nos olhos
dela o amor que resplandecia nos meus. Ela era pura emoção.
Eufórico, desviei minha atenção para o pequeno bebê, que era
değerli, que ainda não tinha podido ver os nossos bebês, mas que
— Eles são muito mais, aşk — falei, levando minha mão livre
mãe deles.
peso.
— Graças a Deus — murmurou Valdete, mas não teve tempo
para a própria barriga com um amor que palavras não eram capazes
de descrever, porém, naquele momento, eu conheci a força do
sentimento que ela nutria pelos nossos bebês. Era algo raro, que
Por uma breve fração de tempo, parecia que não havia mais
ninguém além de mim e a minha bebê.
Eu só tinha olhos para ela, minha pequena Nádia.
pauzinhos. Confesso que não havia refletido muito sobre essa parte
operacional, em como seria, mas ele havia pensado em tudo e eu
precisávamos era trago pelos meus pais, pela mãe dele ou por
algum funcionário. Yazuv trabalhava mais ali do que no escritório,
turco, próximos aos bercinhos dos nossos bebês. Segundo ele, era
barriga.
ver que ele dava uma chuquinha para Onur, com um sorriso no
rosto, como se fosse a melhor tarefa do mundo. Meu sorriso ficando
começasse a chorar.
— Não, meu amor, você vai acordar sua irmãzinha —
erguendo-o, deixando em pé, comecei a fazer movimentos
nos auxiliar, o que talvez fosse um erro da nossa parte, mas sempre
haveria tempo quando realmente sentíssemos necessidade. E ainda
cada vez mais durinhos, tinha essa confiança para segurar os dois
enquanto estava de pé. Eles eram tão frágeis, pequeninos, que
mesmo.
— Enquanto você cuida dela, por que não me dá esse
meninão que precisa ser examinado? Se ele atingiu dois quilos,
darei a alta dele. Não haverá mais motivos para segurá-lo aqui. — A
médica foi suave e eu senti que minha respiração ficava acelerada
em expectativa, rezando para que isso acontecesse.
— Claro — respondeu com voz alterada, indicando que
estava nervoso.
Com suavidade, contrariando seu estado, Yazuv passou a
empolgação.
namoradinhas e namoradinhos.
Ouvi o bufar exasperado de Yazuv, percebendo o rosto
sorridente se transformar numa carranca, e tive que me conter para
Desde que a ficha dele havia caído que teria uma linda
mais. Nunca ri tanto na minha vida, eufórica, ainda mais quando ele
Provoquei-o.
— Isso que veremos — ignorou a minha primeira frase,
respondendo a segunda naquele tom sedoso que não fazia a
cantar uma música turca que havia aprendido com a sua anne, na
tentativa de que os choros diminuíssem. Porém, sem sucesso.
havia percebido que meu pai tinha voltado e até mesmo a anne de
deixava beijinhos no topo da cabeça dele. Como eu, ela era uma
ter netinhos, já que não pôde ter mais filhos porque teria colocado
tanto ela quanto o bebê em risco, o que me tocou muito. Não sabia
que ela guardava para si essa frustração de não poder ter tido mais
filhos. E vê-la com meus bebês, o amor que tinha por eles, me
sensibilizava muito.
Sabia que ela daria a vida dela por eles, assim como meu pai
mais uma onda de lágrimas pelas suas doces palavras. Ela não
dizia isso apenas por ser minha mãe e amiga, mas também como
mulher.
— Não tenho essa certeza, mas, felizmente, depois de tanto
meu pai vindo atrás de mim, e senti seus braços abraçando tanto eu
quanto minha mãe.
primeira vez em que estive ali, Yasuv quis mostrar alguns cômodos
do nosso pequeno palácio aos seus amores, por mais que os bebês
não pudessem compreender aquilo. O que arrancou de nós uma
dormir.
Estávamos no quarto que preparamos para os trigêmeos eu,
ela e minha mãe enquanto meu pai tinha ido fazer o almoço e
Yazuv, muito a contragosto, foi atender uma ligação de Javier, que
— Obrigada, kizi.
Mesmo que ainda estivéssemos nos conhecendo, quebrando
mesmo.
— Volto daqui a pouco, então — comentei, dando de ombros,
muito tempo para curtir meus nenéns. Por hora, deixaria que as
união. Nosso noivado havia sido longo, mais por opção minha do
que de Yazuv, que teria casado comigo logo após ter me pedido em
noivado. Eram coisas demais para lidar durante a gestação, e o
casamento dos meus sonhos seria uma tarefa que exigiria tempo e
atenção, por mais que tudo ficasse nas mãos dos cerimonialistas. E,
que amava, que se demonstrava cada dia mais apaixonado por mim
negócios, pois, em relação aos filhos, ele era tudo, menos rigoroso,
e eu tinha que ralhar com ele, dizendo que deixaria nossos bebês
martírio.
— Eles estão com a sua sogra. — Deu um passo para trás,
— Sim.
Meu pai deu o braço para mim, enquanto uma assistente do
tendo uma Aylla comportada aos seus pés. Caí em prantos com a
cena, embora tivesse reparado na ausência dos meus bebês, da
minha sogra e agora, da minha mãe. Assim que me viu, Yazuv abriu
um largo sorriso, parecendo orgulhoso. Enxergando em meio ao
embaçado, auxiliada pelo meu pai, o alcancei.
— Cuide bem dela, Yazuv — meu pai disse, ao entregar-me a
ele, dando um beijo na minha testa para depois pousar minha mão
enluvada na do meu noivo.
para o homem.
— Sim — falamos em uníssono e, com o companheirismo
ativos na cerimônia.
rosto, fitei meu quase marido que sorria para mim. Seus olhos
dos nossos bebês quando eles alcançaram o altar, tendo que lidar
com a confusão canina, já que Aylla era pura empolgação. O papai
beijou-os na testa e nas mãozinhas, pegando um saquinho que
luva que cobria meus braços, dando-a para uma auxiliar, o vi pegar
a aliança das mãos do juiz de paz, e meu coração bateu ainda mais
forte. Virou-se para mim, tocando o meu rosto com suavidade, antes
— Como você bem sabe, aşk, não sou um homem muito bom
com palavras. Sou um homem rude, que antes de conhecer você
não sabia o que era amor — começou com os seus votos, ditos em
por toda a eternidade. Pois você sempre será a minha ruh eşini[45].
completou.
pediu.
como se não me beijasse por anos, não por algumas horas. Uma
salva de palmas e gritos de incentivo ecoou por todo o local, em
nossos bebês nos colos dos avós, que ficaram assustados com os
desvencilhar dele.
ouvindo a risada rouca dele ecoar, antes que, como dois pais
babões, déssemos atenção aos nossos trigêmeos que precisavam
FIM
Sem nenhuma dúvida, terminar esse livro foi a coisa mais
difícil que tive que fazer na vida, não pela complexidade da história,
mas, sim, pela perda que sofri enquanto redigia os capítulos finais
desse texto.
Mãe, minha rainha, meu amor, meu porto seguro, meu norte,
minha beta e maior leitora, onde quer que você estiver hoje, terminei
esse livro por você que estava adorando cada palavra aqui redigida.
você, pelo seu amor, que tento, arduamente, a cada dia, continuar e
seguir em frente. Mas é difícil, mãe…
minha vida, por sermos unidas, por você não ter soltado a minha
Danny, Danusa, Edi, Glei, Helenir, Thais, Joana, Lizzie, Nana, Thaty,
sucesso, gratidão.
Mas é principalmente a você, leitor, que conheceu meio
histórias.
Agradeço do fundo do meu coração sua existência, seu
Aline
Mineira, se apaixonou por romances há alguns anos, quando
comprou e devorou um romance de banca que adquiriu em um
fazê-lo não seria nada fácil, pois o avô só daria ao empresário o que
tanto almejava se ele lhe desse um outro herdeiro.
surge em sua mente ao ouvir que a menina que viu crescer, a sua
melhor amiga de infância, desejava ser mãe. Não havia mulher mais
perfeita para gerar o seu filho, já que Sofia era adorada pelo avô.
Um CEO precisando de um herdeiro, uma mocinha traída,
família.
não poderia mais permitir ter. E lutar contra a tentação que Mariana
melhor amigo.
paixao-do-ceo/
Sinopse: Sua secretária não resistiria a ele...
no seu caminho.
Machucada e ferida por um relacionamento fracassado,
envolver tão cedo com outro homem. Mas o seu chefe, e amigo,
estava determinado a arrastá-la à uma ilha australiana a fim de
atração e do desejo?
A menina inocente do CEO
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virgem-comprada-do-magnata/
Sinopse: Bilionário conhecido por seu gênio controlador,
sua arrogância e foco nos negócios, o magnata Andrea Della Torre
secretária. Mesmo que para isso tivesse que comprá-la, pois todos
tinham o seu preço.
magnata.
[1]
Eu me lembro do cheiro da sua pele.
Eu me lembro de tudo
Eu me lembro de todos os seus movimentos
Eu me lembro de você, sim
Eu me lembro da noite
Você sabe que eu ainda lembro.
[2]
Meu doce.
[3]
Minha deusa.
[4]
Minha querida.
[5]
Querida.
[6]
Preciosa.
[7]
Ao inferno .
[8]
Minha preciosa.
[9]
Preciosa.
[10]
Perfeita.
[11]
Deus.
[12]
Bela.
[13]
Idiota.
[14]
Gostosa.
[15]
Fogosa, quente ou sexy.
[16]
Doçura.
[17]
Céus.
[18]
Meu Deus .
[19]
Porra.
[20]
Talvez...
[21]
Pequena feiticeira.
[22]
Feiticeira.
[23]
Gostosa.
[24]
Droga.
[25]
Meu amor ou minha preciosa.
[26]
Meu amor .
[27]
Céus.
[28]
Mãe.
[29]
Divórcio imediato na tradição muçulmana.
[30]
Minha mãe.
[31]
Filho.
[32]
Menino.
[33]
Meu amor.
[34]
Espada curta usada no império otomano e na Armada Turca, sem guarda, cuja
lâmina se curva em formato côncavo e convexo, tornando-a mais letal.
[35]
Meu amor.
[36]
Filho da puta .
[37]
Meu filho.
[38]
Por favor, meu amor.
[39]
Desculpe-me, preciosa.
[40]
Não.
[41]
Meu homem .
[42]
Véu usado pela mulher mulçumana que esconde os cabelos, orelhas e
pescoço, deixando à mostra somente o contorno do rosto.
[43]
Meu menino ou filho.
[44]
Filha.
[45]
Alma gêmea.