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QUESTÕES COMENTADAS
TRAUMA
-A tomografia é o padrão-ouro para o diagnóstico de Em relação à gestação, devemos nos lembrar que a ges-
lesões pélvicas tante possui uma hipervolemia fisiológica da gravidez,
o que torna necessária uma perda sanguínea maior para
que manifestem anormalidade de perfusão.
QUESTÃO 2 (OPÇÃO A) - INCORRETA - O uso de betabloquea-
dores pode mascarar a taquicardia, que é um dos prin-
Os pacientes politraumatizados estão sujeitos a uma cipais indicadores precoces do choque.
série de alterações hemodinâmicas e hematológicas.
Existem alguns grupos de pacientes que apresentam (OPÇÃO B) - INCORRETA - a gestante possui uma
particularidades em relação a resposta ocasionada pela hipervolemia fisiológica da gravidez, o que torna neces-
perda volêmica. No tocante ao atendimento do doente sária uma perda sanguínea maior para que manifestem
politraumatizado, assinale a alternativa correta. anormalidade de perfusão.
(OPÇÃO C) - CORRETA - O idoso manifesta mais
A. O uso de betabloqueadores classicamente pode tardiamente a taquicardia, que é um dos sinais precoces
mascarar um dos sinais tardios de choque. do choque.
(OPÇÃO D) - INCORRETA - Uma das característi-
B. Pequenas perdas volêmicas na grávida geram anor-
cas dos idosos é a sensibilidade de muitos órgãos vitais
malidade de perfusão.
a variações de fluxo sanguíneo.
C. O idoso, em virtude do déficit na resposta às cateco-
Objetivo: Relembrar particularidades de alguns grupos
laminas, acaba por manifestar mais tardiamente o que
específicos e sua resposta individualizada ao choque.
seria um dos sinais precoces do choque.
Gravidez e hipervolemia fisiológica demandando per-
D. Na população geriátrica, faz-se necessário um grau das maiores para manifestar alterações comparado a
de injúria maior para provocar disfunção orgânica, em um indivíduo não hipervolêmico
função da redução da sensibilidade dos órgãos vitais à
variação de fluxo. Idoso e sua senescência com diminuição das respostas
fisiológicas esperadas
QUESTÃO 5 A.
Paciente masculino, 42 anos, vítima de trauma pene-
trante em zona de Ziedler por projétil de arma de fogo
durante assalto é admitido em sala de emergência trazi-
do por transporte terrestre, 25 minutos após o trauma.
Realizado avaliação inicial:
A: vias aéreas pérvias, com colar cervical
B: Murmúrios vesiculares presentes, bilateralmente, FR
20 irpm, Sat O2 90%, ferimento de 1cm de diâmetro,
medial à linha hemeclavicular no 6º espaço intercostal
C: Bulhas rítmicas, hipofonéticas 2 tempos sem sopros,
FC114bpm, PA 90 x 50mmHg, tempo de enchimento B.
capilar 4 segundos. Pelve estável, abdome inocente
D: Glasgow 14 (-AO), pupilas isofotorreagentes
E: Turgência jugular bilateral
Solicitado Radiografia de tórax no leito abaixo
C.
D.
QUESTÃO 6 EXPLICAÇÃO:
Paciente vítima de colisão moto x caminhão, é trazido No choque hemorrágico, a terapia inicial é feita com um
pelo resgate ao pronto socorro. Resgate informa que bolus de cristaloide aquecido, 1 a 2 litros, ou 20ml/kg
havia grande quantidade de sangue na cena, provenien- em crianças. Após isso, observa-se a resposta do paciente.
te do trauma de extremidades. Na avaliação inicial: O volume total de fluidos a ser administrado após isso
dependerá da resposta do paciente através do nível de
A- Vias aéreas pérvias, com colar cervical, Máscara não consciência, perfusão periférica e débito urinário.
reinalante a 100%.
Se, durante ressuscitação, a quantidade de fluido ne-
B- MV+, simétrico sem RA. SatO2 97%. FR 30irpm. cessária para restaurar ou manter uma perfusão do ór-
C - Presença de dois acessos venosos periféricos calibro- gão adequada excede demasiadamente as estimativas
sos, TA 80x50mmHg, FC 126bpm, enchimento capi- da perda de sangue, deve-se pensar em ferimentos não
lar de 5s. Abdome flácido, sangramento contido em reconhecidos ou outras causas de choque associadas.
membro inferior direito. Toque retal sem sangramento Onde buscar a fonte de sangramento além das perdas
ou espículas ósseas, tônus normal. Sondagem vesical de para o meio externo: há 4 lugares no corpo passíveis de
demora sem hematúria, com saida de 10ml de urina na perda sanguínea o suficiente para causar choque hipo-
primeira hora. volêmico graves, de pelo menos grau III: tórax, abdo-
D- Glasgow 14 (4+4+6), pupilas isofotorreagentes. me, pelve (retroperitônio), e coxa.
E- trauma complexo de extremidades com sangramen- No entanto, não devemos administrar volume de modo
to contido com torniquete. Escoriações em membros excessivo, pois pode exacerbar tríade letal de coagulo-
superiores. Em relação ao caso clínico, assinale a alter- patia, acidose e hipotermia, com ativação da cascata
nativa correta: inflamatória.
Nos traumas penetrantes com sangramento ativo, sem
possibilidade de hemostasia cruenta imediata, deve-se
A. Deve ser infundido 1 litro de cristalóide aquecido, evitar a ressuscitação volêmica agressiva até que seja
iniciando os hemoderivados o mais precocemente pos- feito um controle definitivo do sangramento.
sível, avaliando a resposta através do nível de consciên-
cia, perfusão periférica e débito urinário. Esse conceito chama-se hipotensão permissiva e foi es-
tudado em modelos animais, observando que naqueles
B. Deve-se infundir 2 litros de cristaloides aquecidos, com sangramento incontrolável, a reposição agressiva
independente do volume administrado no pré hospita- estava a associada a maior sangramento, coagulopatia e
lar, avaliando a resposta em seguida. aumentando de mortalidade comparado a uma ressus-
C. Deve-se adotar a estratégia da hipotensão permissi- citação objetivando menores pressões arteriais (PAM
va, não administrado cristaloides pelo risco de agravar 65 mmhg). Um estudo prospectivo avaliou a ideia de
a hemorragia. ressuscitação tardia em vítimas de trauma penetrante
de tronco. Aqueles pacientes que receberam menos
D. A perda de sangue com consequente perda do car- fluidos no pré hospitalar e no centro de trauma antes
reador de oxigênio (hemoglobina) para os tecidos é o da cirurgia apresentaram aumento de sobrevida e redu-
componente mais importante para o choque apresen- ção do tempo hospitalar. Porém, trata-se de um estudo
tado. com algumas falhas metodológicas e esse é um tema
ainda bastante controverso, com estudos conflitantes.
O que ainda se pode afirmar é: reduzir a quantidade
(OPÇÃO C) - INCORRETA - nesses casos não há in- Resposta transitória à reposição volêmica inicial:
dicação de hemoderivados.
A maioria dos doentes responde à reposição inicial rá-
(OPÇÃO D) - INCORRETA - esses pacientes prova- pida. Entretanto, em alguns pacientes, a medida que se
velmente apresentam sangramento ativo e o tratamento reduz a velocidade de infusão, a perfusão periférica pio-
para parar a hemorragia deve ser urgente (seja cirúrgico ra, indicando que o estado circulatório está deterioran-
ou embolização). do, o que significa sangramento persistente ou reani-
mação inadequada. A maioria desses doentes teve perda
sanguínea inicial estimada entre 20 a 40% do volume
EXPLICAÇÃO: sanguíneo. Nestas condições estão indicados a adminis-
tração contínua de líquidos e o início de transfusão san-
Estamos diante do tema intitulado: decisão terapêutica
guínea (com compatibilidade ABORh), além da identi-
baseado na resposta à terapia fluida inicial.
ficação da fonte de sangramento e abordagem cirúrgica.
Observe atentamente a tabela abaixo:
Resposta a Ressuscitação Volêmica Inicial (2000ml de cristaloide ou 20ml/kg de ringer lactato em crianças)
Necessidade de mais Baixa Baixa a moderada Moderada com uma ponte para
cristaloides a transfusão
Necessidade de sangue Baixa. Tipado e com pro- Moderada a alta. Tipado. Imediata, liberado em caráter
va cruzada de emergência (tipo O)
Necessidade de interven- Possivelmente Provavelmente Muito provável
ção cirúrgica
Resposta rápida à reposição volêmica inicial: Resposta mínima ou ausente à reposição volêmica
inicial:
Um pequeno grupo de doentes responde rapida-
mente à reposição volêmica inicial rápida, e perma- Essa resposta ocorre numa porcentagem pequena, po-
nece estável e hemodinamicamente normal quando rém, significativa, de pacientes traumatizados. A falta
a reposição inicial é completada e a velocidade de de resposta à administração adequada de cristalóides e
infusão é reduzida para níveis de manutenção. Es- de sangue indica a necessidade de intervenção cirúrgica
ses pacientes tiveram uma perda pequena da volemia de emergência para controlar uma grande hemorragia.
(inferior a 20%). Para esse pequeno grupo de pa- Em casos raros (e não provavelmente como fala a al-
cientes não está indicado administração adicional de ternativa), uma resposta inadequada pode ser devida à
soros ou a infusão imediata de sangue. Sangue tipa- falência de bomba, resultante de contusão miocárdica
do com prova cruzada deve ser mantido disponível. ou de tamponamento cardíaco, choque cardiogênico,
Na impossibilidade de acessos periférico, opta-se ou 1.Decúbito dorsal, com flexão de 30 graus do joelho.
por acesso venoso central pela técnica de Seldinger
2.Antissepsia e anestesia no ponto de punção: fazer an-
(utilizando fio guia), ou pela dissecção da veia safena
teromedial da tíbia, 1 a 3 cm abaixo da tuberosidade
magna na região anterior ao maléolo medial. Pode-se
tibial
ainda realizar a punção intraóssea.
3.Introduzir a agulha de aspiração de medula óssea ou
Para o acesso na veia femoral devemos lembrar da dis-
cateter de peridural de 18G num ângulo de 90 graus
posição das estruturas na região inguinal.
até alcançar o osso, direcionando então caudalmente
num ângulo de 45 a 60 graus, num movimento de ro-
tação.
4.Remover o mandril e conectar a agulha a uma seringa
de 10ml com 6ml de soro e tracionar o êmbolo suave-
mente. A aspiração de medula óssea indica entrada da
agulha na cavidade medular.
5.Injetar soro na agulha para expelir qualquer coágulo
que possa estar obstruindo. Se fluir facilmente sem for-
mar edema ao redor, indica que esta bem posicionada
(mesmo que não tenha conseguido aspirar medula na
etapa anterior). Outro sinal de bom posicionamento:
agulha firme sem necessidade de apoio.
6.Conecta a agulha ao equipe para infunsão dos fluidos
De lateral para medial, a sequência de estruturas é: ner- desejados. Introduzir mais a agulha até que seu encaixe
vo femoral, artéria femoral, veia femoral e espaço linfá- se apoie na pele.
tico (mnemônico ‘’navel’’). Portanto a veia está medial 7.Curativo e reavaliação frequente.
a artéria e lateral ao espaço linfático. Deve-se palpar o
pulso da artéria e puncionar medialmente e em sentido Pode-se infundir cristaloides, drogas vasoativas, hemo-
cranial, onde deveremos encontrar a veia. derivados, antibióticos.
IMEDIATAS TARDIAS
-Sangramento -Infeção
-Punção arterial -Trombose/embolia
-Arritmia -Migração/embolização do cateter
-Mal posicionamento do cateter -Perfuração miocárdica
-Embolia gasosa
-Hemotórax/pneumotórax (jugular e subclavio).
Hematoma subdural Forma aguda: até dois dias Imagem hiperdensa que
do evento (50% apresenta- acompanha a convexi-
-se com coma). Um terço dade cerebral. Cruza as
pode apresentar intervalo suturas do osso (a super-
lúcido. fície interna é côncava)
mas não se adentra nas
Forma subaguda: início de 3 fissuras e nem nos sulcos.
a 14 dias do trauma
Forma crônica: após 2 se-
manas - cefaléia, déficit
neurológico insidiosos.
Hematoma epidural (ou Espectro variado, metade Imagem hiperdensa, bi-
extradural) apresentando intervalo lú- convexa. Não cruzam os
cido. limites das suturas ósseas
(estão localizados entre o
osso e a dura).
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