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Clostridioses

Etiologia
● Clostridium
● Bastonetes Gram Positivos
● Anaeróbios
● Hemolíticos
● Fermentadores e produtores de toxinas
● Formadores de endósporos
● Responsáveis por doenças nos humanos e animais
● Encontrados no ambiente e no TGI
Morfologia:

● Formas esféricas (0.3 – 2 um de diâmetro e 1.5 – 20 um de comprimento)


● Arranjos aos pares ou em cadeias curtas com extremidades arredondadas ou
retas: pleomórficos
● Imóveis (C. perfringens ou móveis por flagelos peritríquios)
● Podem apresentar cápsula
● Produtores de potentes toxinas. Possuem plasmídeos
● Coloração de Gram - roxo

Patógenos exógenos ou não invasivos

● Formadores de esporos que habitam o solo e contaminam feridas ou


alimentos
● Pouca ou nenhuma capacidade de invadir e multiplicar-se nos tecidos
● Produção de potentes toxinas -> patogenicidade
- Clostridium botulinum e Clostridium tetani

Patógenos endógenos ou invasivos

● Invadem e multiplicam nos tecidos e intestinos do hospedeiro


● Produzem toxinas que são distribuídas no organismos pela corrente
sanguínea
- Clostridium chauvoei, Clostridium haemolyticum, Clostridium
perfringens
Botulismo
Etiologia
● Clostridium botulinum
● Intoxicação causada por conta da ingestão da bactéria Clostridium
botulinum e que pode acarretar, em um curto período, a paralisia motora dos
animais, por conta do microorganismo, que vai para a corrente sanguínea e
chega ao SNP. Geralmente, a consequência deste processo é a morte do
animal.
● Tipos A – B – C1 – C2 – D – E – F – G
● A, B,E e F – humanos
● Tipo C – aves silvestres e domésticas
● Toxinas antigenicamente diferentes
● Habitat – solo/trato digestivo de animais
● Deficiência de fósforo
● Características da toxina botulínica:

● Prevalência:
- Ambiente anaeróbico – desenvolvimento do agente
- Matéria vegetal em decomposição
- Carcaça de animais em putrefação
- Ossos abandonados
- Silagens contaminadas por carcaças de animais
- Cama de frango
- Ocorrência em cães

Patogenia
● Ingresso no Organismo hospedeiro
- Ingestão da toxina pré-formada
- Crescimento do agente no trato digestivo
- Síndrome do potrinho tremedor
★ Contaminação de feridas
● Locais de Ação da toxina Botulínica
- Junção neuromuscular
- Terminais nervosos colinérgicos
- Gânglios autônomos
- Terminações nervosas parassimpáticas pós-ganglionares

Sinais clínicos
● Aparecem de 2 a 48 horas após exposição à toxina.
● depressão;
● incapacidade de levantar;
● anorexia;
● salivação intensa;
● fraqueza das pernas (paralisia flácida);
● tremores musculares;
● decúbito lateral;
● pupila dilatada;
● língua puxada para fora com facilidade.

Botulismo em aves
● O botulismo nas aves é caracterizado por uma paralisia simétrica
ascendente, acometendo patas, asas, pescoço e pálpebras,
concomitantemente com perda de penas e psiquismo inalterado. A morte
ocorre por parada cardiorrespiratória.

Diagnóstico
● O diagnóstico do botulismo só pode ser realizado a partir da coleta de
algumas informações:
● Histórico:
- Obtenção de informações referentes à doença, tais como número e
categoria animal acometida, presença de carcaças nos pastos, curso,
etc.
● Análise de casos clínicos:
- Interpretação dos sinais clínicos encontrados nos animais acometidos.
● Resultados obtidos com a adoção de medidas profiláticas:
- Eliminação ou decréscimo do número de casos após a adoção de
medidas profiláticas.
● Diagnóstico definitivo:
- Detecção da toxina botulínica
● Isolamento de cepas toxigênicas e identificação do subtipo envolvido (C ou
D) através do uso da técnica de soro neutralização em camundongos ou
cobaias.
● Detecção de toxina botulínica em amostras enviadas para análise
laboratorial (conteúdo intestinal, soro, fragmentos de fígado, etc.).

Profilaxia
● Suplementação de fósforo
- Feita através de complementos de micro e macro elementos ao sal
mineral fornecido em cochos, muito eficaz desde que sejam escolhidas
as misturas corretas e os cochos sejam construídos de maneira
correta visando evitar a umidade.
● Vacinação
- Deve ser feita anualmente ao final da seca e início das chuvas.
- Animais que foram vacinados pela primeira vez devem receber dose
de reforço 30 dias após a primeira dose.
- A vacinação é uma medida muito eficaz.
● Eliminação de cadáveres (impedir osteofagia e disseminação de esporos)
Tétano
Etiologia
● Clostridium tetani
● Intoxicação aguda e potencialmente fatal que afeta muitas espécies.
● Toxinas tetânicas
- Tetanospasmina e tetanolisina

Patogenia

TÉTANO ASCENDENTE

● Somente os troncos nervosos próximos ao sítio toxigênico recebem toxina


suficiente para produzir os sintomas
● Animais menos susceptíveis – cães e gatos
TÉTANO DESCENDENTE

● A toxina se dissemina para áreas distantes do sítio toxigênico;


● A toxina adentra o SNC em vários níveis produzindo tétano generalizado,
frequentemente iniciando cranialmente;
● Animais mais susceptíveis – humanos e equinos;
● Acometimento inicialmente de centros nervosos motores responsáveis pela
inervação de cabeça e pescoço e posteriormente acomete os membros.
Sinais clínicos
● A forma de evolução depende:
- Resistência natural do hospedeiro; -
- Característica da cepa envolvida (pode ser má produtora de toxina ou
a produção de toxina pode ser lenta)
● Andar rígido;
● Orelhas em pé;
● Protusão da membrana nictante;
● Posição de cavalete;
● Cauda em bandeira;
● Mandíbula cerrada (lock jaw)
● Sudorese;
● Opistótono;
● Reflexos exacerbados;
● Sem perda de consciência;
● Morte por parada respiratória.
● SUPER-AGUDA:
- Convulsões seguidas;
- Hiperexcitabilidade;
- Morte em 1-2 dias.
● AGUDA:
- Forma mais frequente
- Duração de 5-7 dias.
- Contração da musculatura
- Protusão da membrana nictitante
- Orelhas em pé
- Mandíbula cerrada
- Posição de cavalete
- Cauda em bandeira
- Sudorese
- Não há febre
- Não há perda de consciência
- Morte por parada respiratória
● SUB-AGUDO:
- Duração de 7 a 14 dias;
- Sintomas semelhantes ao agudo com intervalos maiores entre os
espasmos.
● CRÔNICO:
- Duração de 21 dias;
- Concentração de grupos musculares sem generalização.
Tratamento
● O objetivo é eliminar a presença da bactéria e bloquear a ação da toxina.
● O primeiro passo é obtido através da administração de antibióticos (ex:
penicilina) e lavagem da ferida.
● O soro antitetânico bloqueia a ação da toxina; no entanto, na presença de
sinais clínicos, o soro é eficaz apenas se administrado diretamente no
sistema nervoso (isto é, na coluna vertebral) o que requer anestesia geral.
Tratamento de suporte

● O tratamento de suporte é importante durante o período de recuperação da


doença e consiste na administração de tranquilizantes, relaxantes
musculares e ventilação com oxigênio.
● Os cavalos deverão ser estabulados em boxes sossegadas, com pouca luz e
a cama deve ser abundante.

Prevenção
● O tétano é uma doença que pode ser prevenida através da vacinação.
● Éguas gestantes devem ser vacinadas 1 mês antes do parto de modo a
otimizar a transferência de anticorpos ao potro recém nascido.
● Os potros deverão depois ser vacinados pela primeira vez entre as 10 e 12
semanas de idade, recebendo uma segunda vacina 4 semanas depois.
● A terceira vacina é dada 1 ano mais tarde e a partir daí repetida anualmente
ou a cada 2 anos.

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