Você está na página 1de 29

BOTULISMO

P R O F. D R . F E R N A N D O V I S S A N I F E R N A N D E S
INTRODUÇÃO
•Intoxicação

•Altamente fatal

•Não febril

•PARALISIA FLÁCIDA

•Locomoção, mastigatório e deglutição

•Ingestão da toxina botulínica


ETIOLOGIA
•Clostridium botulinum

•Bactéria anaeróbia

•Bacilo

•Gram +

•Produtor de esporos

•Amplamente encontrado no solo, vegetais e materiais orgânicos (fezes)


ETIOLOGIA
•NEUROTOXINA BOTULÍNICA

•Toxinas: A, B, C1, D, E, F e G

•Antigenicamente distintas

•Ação farmacológica semelhante

•Termossensível - 80ºC/10min

•Resistência moderada a proteólise enzimática


EPIDEMIOLOGIA
•ANIMAIS SUSCETÍVEIS
•Ruminantes
•Eqüídeos
•Suínos

•Aves
•Cães
•Gatos
•Homem
HISTÓRICO DA DOENÇA
•O Botulismo em homens foi descrito pela primeira vez em Wurttemburg, na Alemanha- 1793,

•Surto associado à ingestão de salsicha de produção doméstica - 7 óbitos

•Em 1820 e 1822, Kerner - estudos envolvendo 230 casos suspeitos da doença(“Enfermidade de
Kerner”)

•Kerner - Hipótese: agente anaeróbio, alimentos responsáveis pela intoxicação eram embutidos
envoltos por estômago e intestino grosso

• Embutidos que continham bolhas de ar – sem relação com casos

•Embutidos fervidos ou defumado apresentavam relação - organismo termoresistente


HISTÓRICO DA DOENÇA

•1897 - Van Emergen, isolou Clostridium botulinum, denominando-a Bacillus botulinum (de “botulus”
= embutido).
•Leuchs em 1910 verificou que as amostras obtidas no surto descrito por Van Emergen, diferiam das
amostras isoladas de peixes envolvidos em outro surto de botulismo.

•Burke em 1919, classificou estes tipos sorológicos em C. botulinum tipo B e A respectivamente.


•Em 1922, foi proposto por Bengston, um novo tipo de C. botulinum, o tipo C, isolado e identificado a
partir de larva de moscas e na Austrália, no mesmo ano, por Seddon, a partir de ossos de bovinos
mortos com paralisia bulbar.
HISTÓRICO DA DOENÇA
•O tipo D foi proposto em 1928 por Meyer e Gunnison, isolada por Du Toit e Robson a partir
de materiais de bovinos na África do Sul.

•Gunnison et al. (1936-37), após estudarem as amostras isoladas na Ucrânia a partir de


pescados, propuseram a classificação do C. botulinum tipo E.

•Moller e Scheibel (1960) classificaram o C. botulinum tipo F à partir do isolamento em pasta


de fígado embutida após um surto na Dinamarca.
BOTULISMO NO BRASIL
•Tokarnia et al. (1970), após isolamento de culturas de C. botulinum tipo C e D

•Amostras de conteúdo intestinal, fígado e baço de animais acometidos por uma doença comumente

conhecida como “doença da mão-dura” no estado do Piauí.

• Posteriormente foi diagnosticado nos estados de GO, MS, MG, RS, BA, SP, DF e outros
PATOGENIA
•Deficiência de fósforo -> Osteofagia
•Contaminação alimentar (silo, feno)

•Uso de cama de frango – Proibido 2001/ MAPA


•Veiculação hídrica

•Aves marinhas
•Cães - carcaças
PATOGENIA
•Ingestão da toxina

•Ação sobre músculo estriado

- Ligação ao terminal nervoso colinérgico

- Internalização

- Inibição de neurotransmissores cálcio-dependentes

•Mecanismos de ação da toxina:

- Relaxamento muscular, ação antinociceptiva, SNA,


PATOGENIA
•Máxima absorção - intestino delgado.

•O mecanismo de ação: bloqueio nervoso pré-sináptico por inibição da liberação de


acetilcolina na placa motora.

•Ocupa os sítios íon cálcio evitando a exocitose da acetilcolina

•O sistema nervoso central, as terminações nervosas e os músculos não são afetados


diretamente.
APRESENTAÇÕES
•Epizoótico
•Regiões geográficas com acentuada deficiência de fósforo.

•Ingestão de ossos (osteofagia) e ou cadáveres (sarcofagia).


•Os esporos podem ser ingeridos e eliminados junto com as fezes

•Carcaça em putrefação possui condições de anaerobiose, temperatura, ph e nutrientes adequados


para germinarem e produzirem toxinas

•Fatores ambientais, manejo, tipo de raças e estrutura da organização da produção pecuária.

•Ex: vacas em lactação e gestação (maior demanda nutricional) em períodos de precipitações,


(deficiência de fósforo nas pastagens) e dificulta a remoção de carcaças do pasto.
APRESENTAÇÕES
•Esporádica

•Fornecimento de suplementos alimentares

•Cama de frango, fenos, grãos e silagens.

•Esporos germinam em condições ideiais e produzem toxina (fornecida junto à alimentação).

•Água de poças estagnadas contaminadas


SINAIS CLÍNICOS
•Suscetibilidade da espécie animal
•Quantidade de toxina ingerida

•BOVINOS
•Período de incubação

•18 horas até 16 dias


•Evolução clínica relacionada a quantidade de toxinas

Superaguda Aguda Subaguda Crônica


SINAIS CLÍNICOS - Bovinos
•Afebril
•Paresia/ Paralisia de musculatura locomotora, mastigação e deglutição

•Paralisia progressiva à partir de membros pélvicos


•Manutenção da percepção sensorial e ação reflexa ocular

•Estado mental normal e alerta


•Dificuldade respiratória: inspiração bifásica
•Morte por parada respiratória
SINAIS CLÍNICOS - Outras espécies
•Equinos - tóxico-infecção pelo tipo B

•Síndrome do potro agitado

•Tremores musculares – 2 a 4 semanas de vida

•Ovinos e caprinos – sinais clínicos similares aos bovinos

•Não há envolvimento de musculatura mastigatória

•Suínos - salivação excessiva, dispneia, incontinência urinária e fecal


PATOLOGIA – Achados macroscópicos
•Raros

•Congestão intestinal

•Fragmentos de ossos no retículo

•Enterite Hemorrágica

•Petéquias hemorrágicas no miocárdio


DIAGNÓSTICO
•PRESUNTIVO
•Histórico + Sinais clínicos + Achados de necrópsia
•DEFINITIVO
•Detecção da toxina – soroneutralização em camundongo
•LANAGRO ou IB
•Material clínico / Material suspeito
•Fígado, conteúdo ruminal ou intestinal
•Soroterapia homóloga
TRATAMENTO
•Fluidoterapia oral e / ou venosa.
•Evitar aminoglicosídeos - potencializam a fraqueza neuromuscular.

•Soro antibotulínico (Embrapa ,MAPA e Vencofarma do Brasil).

• Ampola 2500 UI de antitoxina botulínica Tipo C e 2500 UI Tipo D - SC ou IM

•Expostos ao risco – 2 ampolas de 5 ml


•Sintomáticos - 40 ampolas
VACINAÇÃO
•Vacinação com toxóides botulínicos dos tipos C e D.

•Deve ser feita anualmente, no final do período das secas.

•A primovacinação deve ser feita seguida por reforço após 42 dias


CONTROLE E PROFILAXIA
•Botulismo por osteofagia

•Destruição dos cadáveres

•Suplementação mineral

•Vacinação

•Botulismo alimentar

•Correção das fontes alimentares ou água

•Vacinação

Você também pode gostar