Você está na página 1de 73

AULA 1

Doenças
Bacterianas
Daniele Rodrigues
Médica Veterinária
DANIELE CAROLINA RODRIGUES XAVIER MURTA

• Médica veterinária - FUNORTE (CRMV BA 5545)


• Pós-graduação em Farmacologia e Terapêutica Veterinária - UNYLEYA
• Mestranda em Reprodução Animal – IFNMG
• Docente – UniFG
• Médica Veterinária Autônoma – Reprodução, Clinica e Cirurgia em
grandes animais.
PROGRAMAÇÃO 2021.1
EDUCAÇÃO HIBRIDA

Uma das maiores tendências da Educação, que promove uma


mistura entre o ensino presencial e propostas de ensino
online – ou seja, integrando a Educação à tecnologia, que já
permeia tantos aspectos da vida do estudante.
PLATAFORMAS E FERRAMENTAS

• Aulas teóricas – GOOGLE MEET

• Serão depositadas na plataforma MOODLE

• Atividades avaliativas – MOODLE


ORGANIZAÇÃO DAS AULAS

1. MOMENTO SINCRONO (MÁX 1:30 H – 10:00 MIN DE


INTERVALO)

2. MOMENTO ASSINCRONO

3. COMUNICAÇÃO

4. AVALIAÇÃO
PLANO DE ENSINO
CRONOGRAMA DA DISCIPLINA
EMENTA
Estudo das principais doenças bacterianas de interesse econômico e social que
afetam os animais domésticos no Brasil e no mundo. Hospedeiros, agentes
etiológicos, fontes de infecção, vias de eliminação, vias de transmissão, porta de
entrada, susceptibilidade, principais sintomas e lesões, diagnóstico, tratamento e
controle.
METODOLOGIA
 Aulas teóricas expositivas e dialogadas com utilização de ferramentas online.

 Aplicação de exercícios práticos complementados com palestras e estudos de


artigos. Trabalhos de pesquisa utilizando material disponível na biblioteca e
periódicos científicos;

 Apresentação de trabalhos ou seminários, individuais e/ou em grupos sobre


temas pré-estabelecidos;
SISTEMA DE AVALIAÇÃO
Avaliação da I Unidade - AV1: (10,0 pontos)
• Avaliação Regular Teórica 1 (AT 1) - 50% da AV1
• Atividades – Aulas Teóricas - 30% da AV1
• Avaliação individual (AI 1) – 20 %

Avaliação da II Unidade - AV2: (10,0 pontos)


• Avaliação Regular Teórica 2 (AT 2) - 50% da AV2
• PEI - 20% da AV2
• Atividades – Aulas Teóricas (AI 2) - 30% da AV2
CONTEÚDO PROGRAMATICO
DATA CONTEÚDO

25/02 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

04/03 BOTULISMO / TÉTANO

11/03 COLIBACILOSE / PIOMETRA

18/03 TUBERCULOSE

25/03 MÉTODO DE DIAGNÓSTICO – TUBERCULOSE

01/04 RECESSO – SEMANA SANTA

08/04 LEPTOSPIROSE / CAMPILOBACTERIOSE

15/04 SEMINÁRIO

22/04 AVALIAÇÃO UNIDADE I


29/04 CORREÇÃO AVALIAÇÃO – ENCERRAMENTO UNIDADE I
CONTEÚDO PROGRAMATICO
DATA CONTEÚDO

06/05 BRUCELOSE

13/05 SALMONELOSE / LISTERIOSE

20/05 GARROTILHO

27/05 ATIVIDADES

03/06 FERIADO – CORPUS CHRISTI

10/06 MORMO

17/06 AVALIAÇÃO UNIDADE II

24/06 FERIADO – SÃO JOÃO


CONTRATO DIDÁTICO
COMPETE AO PROFESSOR
• Exercer a docência com clareza, objetividade, respeito e humanidade;
• Apresentar e cumprir o plano e cronograma de aulas; Comunicar
alterações no planejamento feito;
• Comunicar-se com os alunos para orientações utilizando o e-mail e
WhatsApp;
• Esclarecer dúvidas nas aulas síncronas;
COMPETE AO PROFESSOR
• Cumprir com os prazos institucionais para feedbacks e
lançamento de notas;
• Sanar dúvidas sobre correção de atividades e provas;
• Informar, previamente, os critérios definidos para as avaliações;
• Depositar as aulas e todo material necessário na Plataforma
Moodle.
COMPETE AO ALUNO
• Cooperar para o bom andamento das aulas síncronas;
• Estar atento ao cronograma e orientações dadas pelo professor;
• Utilizar apenas dos meios disponibilizados para comunicação com o
professor;
• Comunicar e justificar as ausências ao professor e, se necessário, à
Central de Atendimento;
COMPETE AO ALUNO

• Entregar as atividades no prazo estabelecido pelo docente;

• Realizar as tarefas solicitadas para os momentos


assíncronos;

• Resolver eventuais dilemas ou conflitos através da prática


do diálogo livre e respeitoso com o docente e colegas.
CONTATOS

E-mail: dannyelle.carollina@gmail.com

Celular: (38) 999470448 - Wpp


AULA 2

Doenças
Bacterianas
Daniele Rodrigues
Médica Veterinária
CONTEÚDO
• Botulismo;
• Tétano.
ETIOLOGIA
• Clostrídios são bastonetes Gram +
• Formadores de esporos;
• Maioria móveis e anaeróbios;

VÁRIOS TIPOS:
• Clostridium perfringens
• Clostridium chauvoei + importantes
• Clostridium botulinum
• Clostridium tetani
Clostridium botulinum

 Responsável pelo BOTULISMO.

 Encontrado no solo e, em certas ocasiões, em fezes de animais.

 Produz toxina botulínica.

 Os esporos são altamente resistentes ao calor.

 São destruídas pelo calor a 100 ºC, durante 20 minutos.


Clostridium botulinum

Intoxicação alimentar

• Ocorre quando ingerimos alimentos contendo as toxinas


produzidas devido à multiplicação do microrganismo.
Clostridium botulinum
• É classificado de A a G de acordo com as características antigênicas das
neurotoxinas produzidas, embora todas tenham ação extremamente semelhante.

• Os tipos A, B e E (e raramente o tipo F) são os causadores de botulismo em


humanos, enquanto que em animais os principais incriminados são os tipos C e D.
BOTULISMO

- Morte de 1100 cabeças


- Agosto de 2017
- Mato Grosso do Sul

VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=fVlkF6AKuoQ
Clostridium botulinum

• CATEGORIAS FREQUENTEMENTE ACOMETIDAS (OSTEOFAGIA):


– Fêmeas em fase reprodutiva

– Macho de engorda

– Animais jovens
PATOGENIA
• A bactéria encontra condições ideais
- ambiente anaeróbico;
- pH > 4,5
- atividade de água

• Tem a produção de toxinas que irão bloquear a liberação de acetilcolina;

• Provoca paralisia flácida funcional e motora.


PATOGENIA
Via Oral - Ingestão de alimentos contaminados

Absorção da toxina no intestino delgado

Via circulação sanguínea

Junções neuromusculares

Inibe a liberação de acetilcolina

Paralisia flácida ascendente progressiva da musculatura (Músculos da Locomoção
(membros), tórax, pescoço e cabeça;)

Morte por parada respiratória
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS

• Fontes de infecção: Animais portadores do Cl. Botulinum

• Vias de eliminação: Fezes e carcaças em decomposição

• Vias de transmissão: Ossos de carcaças em decomposição; Água e Alimentos


contaminadas com fezes ou carcaças;

• Porta de entrada: Via oral;


DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
• Susceptíveis:
- Todas;
- Animais não suplementados mineralmente;
- Animais de pastagens em solos pobres em Fósforo (P);
- Animais que se alimentam de alimentos com produtos de origem
animal, cama de frango, água parada;

osteofagia;
SINTOMAS
• Paralisia dos membros posteriores;
• Paralisia discreta de membros anteriores;
• Decúbito esterno abdominal; ainda mantém apetite (comem e bebem);
• Dificuldade de se levantar; caem quando ajudados a se locomover;
• Paralisia lingual e maxilar (dificuldade de mastigar e deglutir);
• Morte por parada respiratória;
• Casos agudos: Vários animais mortos de um dia para o outro;
CONTROLE

• Suplementação mineral;
• Destino de carcaças;
• Cuidados com silagem (como foi feita? armazenada como?);
• Não fornecer cama de frango;
• Bebedouros com água corrente;
CONTROLE
• Vacinação dos animais:
– 1ª dose a partir de 3 meses;
– Reforço com 21 a 30 dias;

Revacinação a cada 6 meses até completar 24 meses*;

• Revacinação anual;
DE FERIDA
• As bactérias podem entrar no organismo por meio de lesões na pele,
machucados e outras feridas, onde liberam as toxinas e levam a uma
grave infecção.

• É a forma mais rara de acontecer.

• A OMS adverte que este tipo de intoxicação não pode ser transmitida
de pessoa para pessoa, embora ela possa, sim, ser repassada
especificamente pelo contato com feridas ou pela inalação.
SINAIS CLINICOS - FERIDA
• Dificuldade em engolir ou falar

• Fraqueza faciais em ambos os lados da face

• Visão turva ou dupla

• Pálpebras caídas

• Dificuldade em respirar

• Paralisia
ALIMENTAR
• Forma comum;
• A toxina botulínica é transmitida principalmente por meio de
alimentos mal processados ​ou com um nível muito baixo de
acidez.
CASOS
- Entre 1999 e 2008, foram registrados 105 casos de suspeitos de
botulismo no Brasil, sendo que houve confirmação em 39 casos (37%).

- A letalidade foi de 33%, com óbito de 13 indivíduos.


CASOS

FONTE: http://rondoniaempauta.com.br/nl/policial/tragedia-no-almoco-familia-e-infectada-por-bacteria-causadora-do-botulismo/
ALIMENTAR
• Inclui vegetais enlatados com baixa acidez, como feijão verde,
espinafre, cogumelos e beterraba;
• Carnes cruas ou peixes preservados por salga ou defumação
deficientes também podem apresentar a toxina.
• O mesmo vale para vitaminas e suplementos alimentares.

Em geral acontece com: alimentos prontos para consumo, embalados


com pouco oxigênio.
ALIMENTAR
• Normalmente os sintomas começam a aparecer entre 12 e 36 horas
após a ingestão do produto em más condições.
SINAIS CLINICOS - ALIMENTAR
• Dificuldade para engolir ou falar
• Boca seca
• Fraqueza faciais em ambos os lados da face
• Visão turva ou dupla
• Pálpebras caídas
• Dificuldade para respirar
• Náuseas, vômitos e cólicas abdominais
• Paralisia
O PROBLEMA DO MEL
• Diversos benefícios à saúde são atribuídos ao mel, seja por conta de sua
composição natural ou de seus efeitos cicatrizantes e antibióticos, que
ajudam em dores de garganta, gripe e fortalecem o sistema imunológico.
• Entretanto, apesar de todos os aspectos positivos, o alimento não é
recomendado para qualquer pessoa: bebês com menos de um ano não
devem ingeri-lo, porque correm maior risco de infecção por botulismo.

• Alguns autores recomendam esperar dois anos para ingerir mel.


O PROBLEMA DO MEL

• Somente temperaturas superiores a 100°C podem afetar o agente


causador do botulismo e aquecer o mel a essa temperatura destrói suas
propriedades físico-químicas. Portanto, o mel pode está contaminado.
• Apesar de mais de mil casos de botulismo infantil já ter sido relatado em
todo mundo, acredita-se que os diagnósticos errôneos encobrem grande
parte da ocorrência dessa doença.
O PROBLEMA DO MEL
• A ausência da microbiota de proteção permite a germinação de esporos e
a produção de toxina na luz intestinal dos bêbes.
• As pessoas saudáveis e maiores de 2 anos conseguem na maioria das
vezes eliminar o bacilo causador do botulismo sem maiores problemas.
SINAIS CLINICOS - INFANTIL
• Constipação (muitas vezes o primeiro sinal)
• Movimentos flexíveis, devido à fraqueza muscular e dificuldade para controlar
a cabeça
• Choro fraco
• Irritabilidade
• Baba excessiva
• Pálpebras caídas
• Cansaço
• Dificuldade de sucção ou alimentação
• Paralisia
TÉTANO
Clostridium tetani

FONTE: https://www.gettyimages.pt/ilustra%C3%A7%C3%B5es/clostridium-
tetani?sort=mostpopular&mediatype=illustration&phrase=clostridium%20tetani
ETIOLOGIA
O tétano é uma infecção aguda e grave, causada pela toxina do
bacilo tetânico (Clostridium tetani), que entra no organismo
através de ferimentos ou lesões de pele e não é transmitido de
um indivíduo para o outro.
ETIOLOGIA

• Nessas feridas, quando há condições ideais de baixa tensão de oxigênio, há a


multiplicação do C. tetani e produção de três toxinas: tetanospasmina,
tetanolisina e uma toxina não espasmogênica.
TOXINAS
• A tetanolisina é uma hemolisina promotora de necrose
tecidual local, favorecendo a multiplicação e disseminação do
C. tetani.
TOXINAS
• A tetanospasmina é a toxina neurogênica, que depois de produzida, difunde-se
pela circulação sanguínea até os nervos periféricos e age inibindo a liberação de
glicina, neurotransmissor que promove a descontração muscular, desse modo, a
musculatura permanece contraída, observando-se assim a espasticidade (aumento
do tônus muscular).
TOXINAS

• A toxina não espasmogênica causa estímulo excessivo


(hiperestimulação) do sistema nervoso simpático.
FONTE: http://www.uff.br/veterinaria/
ETIOLOGIA
• O Clostridium tetani está presente no solo e nas fezes de animais e pode viver ali
durante anos. As bactérias do tétano entram no corpo através de:
- Feridas contaminadas com solo ou fezes (sobretudo se a ferida não for limpa de forma
adequada).

- Punções da pele com agulhas não estéreis.


ETIOLOGIA

• Acomete diversas espécies de animais domésticos, mas os


equinos são os mais susceptíveis (inclusive, mais do que o
homem), seguidos dos ovinos, caprinos e bovinos.
ETIOLOGIA
• Nos bovinos, a doença pode se alojar por meio de feridas causadas
da colocação de argola no focinho, da descorna, da castração e de
traumatismos durante o parto.

• Já nos ovinos e caprinos, a instalação da doença se dá,


principalmente, por meio da tosquia, marcações, caudectomia e
castração.
TRANSMISSÃO
• Acidental;
• Neonatal;
• Puerperal;
• Idiopática;
ACIDENTAL
• Geralmente adquirido através da contaminação de ferimentos
(mesmo pequenos) com esporos do Clostridium tetani, que são
encontrados no ambiente (solo, poeira, esterco, superfície de
objetos - principalmente quando metálicos e enferrujados).

• O Clostridium tetani, quando contamina ferimentos, sob


condições favoráveis (presença de tecidos mortos, corpos
estranhos e sujeira), torna-se capaz de multiplicar-se e produzir
uma toxina, que atua em terminais nervosos, induzindo
contraturas musculares intensas.
NEONATAL

• Conhecido como “tétano umbilical, "mal dos sete dias") é


adquirido quando ocorre contaminação do cordão umbilical com
esporos do Clostridium tetani.

• A contaminação pode ocorrer durante a secção do cordão com


instrumentos não esterilizados ou pela utilização subsequente de
substâncias contaminadas para realização de curativo no coto
umbilical (esterco, fumo, pó de café, teia de aranha etc).
PUERPERAL
• Retenção de placenta com uma retirada inadequada ou animais
que passaram por parto um distócico feito sem assepsia pode
ocasionar esse tipo de tétano.
IDIOPÁTICA
• Existem relatos de surtos de tétano em bovinos em que nenhuma
lesão foi observada.
SINTOMAS
• Os sintomas aparecem após uma a três semanas depois
que o animal foi contaminado.

• São observados: opistótono, andar rígido em forma de


cavalete, tremores musculares, impossibilidade de abrir a
boca, prolapso da terceira pálpebra, rigidez da cauda,
orelhas eretas em estado de alerta, rigidez dos
músculos da cara e dificuldade ou impossibilidade para
defecar e urinar.
DIAGNÓSTICO
• É dado com base na sintomatologia e pelos dados
epidemiológicos, ou seja, história recente de lesão acidental
ou cirúrgica.

• A avaliação, assim como os exames clínicos, devem ser feitos


por profissionais capacitados.
TRATAMENTO
• Soro antitetânico na dose 100.000 UI por via intravenosa;
• Aplicação de Penicilina em volta da lesão;
• Alimentação líquida e de fácil deglutição;
• Isolamento do animal doente em abrigo escuro e sossegado;
• Drenagem e limpeza dos ferimentos com água oxigenada ou
permanganato de potássio;

Embora o prognóstico seja considerado reservado a desfavorável,


há variação conforme o tempo de evolução e intensidade dos sinais
clínicos.
CONTROLE
• Cuidados diversos com o manejo dos animais e abrigo dos mesmos

• Vacinação;
Esquema parecido com botulismo.
MUITO OBRIGADA!

Você também pode gostar