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Com máximo respeito a proposta de voto do ilustre relator, pedimos pela manutenção da

sentença de origem

Como já é de conhecimento dessa Colenda turma, o patrono da parte Recorrente, possui


diversos processos contra o Grupo Casas Bahia, onde a s petições iniciais trazem matéria fática e
alegações idênticas, independentemente da região, sem qualquer diferenciação de rotina, por
unidade/filial, como se todos cumprissem a mesma jornada e nas mesmas condições laborais. É o que
nos deparamos nesse caso.

 DAS DIFERENÇAS DE COMISSÕES. INDEVIDAS.

A Reclamante não apontou sequer uma única diferença, mesmo após ter tido acesso a toda
documentação apresentada pela empresa. Assim Excelência, não há razão nenhuma para que a
Reclamante questione as comissões pagas à época da vigência do seu contrato, uma vez que (i) era ela
própria quem lançava as vendas no sistema, (ii) tinha acesso ao que lhe era pago (podendo sempre
reportar eventuais divergências) e (iii) sabia das regras do comissionamento.

o Das comissões sobre as vendas não faturadas, canceladas e/ou objeto de troca:

Não podemos confundir inadimplemento com cancelamento das vendas. Uma venda não faturada ou
cancelada é uma venda que não se concretizou, dessa forma não gera faturamento. Além da previsão
contratual, incide, no caso, o regramento contido no caput do art. 466 da CLT – “O pagamento de
comissões e percentagens só é exigível depois de ultimada a transação a que se referem.”

Assim não ocorre a dita transferência do risco do negócio ao vendedor. No caso, a venda depende de
entrega do produto ao cliente para conclusão do negócio e somente pode ser considerada concretizada
a partir da efetiva transferência do bem ao consumidor.

 DAS DIFERENÇAS DE PRÊMIO ESTÍMULO. INDEVIDAS.

A premiação paga pela Reclamada é feita por mera liberalidade, em razão do desempenho superior
ordinário e dentre as modalidades de premiação incluem-se aquelas pagas conforme o porte da loja em
que o empregado atua, bem como às metas estabelecidas a partir desse porte.

Não são devidas quaisquer diferenças de prêmios ao Recorrida, tendo em vista que a base de cálculo
para apuração e pagamento das comissões aos vendedores eram realizados corretamente, com base nas
vendas faturadas e no valor do produto ou serviço comercializado, sendo assim não há que se falar em
qualquer equívoco na apuração e pagamento destas comissões e, consequentemente, sobre os prêmios
e premiações recebidos pelo Reclamante.

 HORAS EXTRAS.

A Recorrente pretende a reforma da r. decisão, para que seja declarada a imprestabilidade dos cartões
de ponto, e sejam deferidas as horas extras nos termos da peça de ingresso, inclusive em relação aos
intervalos. É certo que os registros de jornada de trabalho constituem prova robusta que somente
podem ser desconstituídos quando devidamente impugnados e produzida prova subsistente, o que não
ocorreu.

Ademais, a r. sentença não deixou sombra de dúvidas de que os cartões de ponto apresentados com a
peça de bloqueio são válidos como meio de prova, não tendo a recorrente se desincumbido do seu ônus
de prova. Desta forma não há como se desconstituir a prova documental produzida, quão menos para
deferir a jornada declinada na inicial.

Ainda, destaca-se que os registros de ponto juntados à defesa demonstram que os horários anotados
são extremamente variáveis e indicam a anotação em período muito anterior, inclusive, ao declinado
pelo Reclamante.
Desta forma não há como se desconstituir a prova documental produzida, quão menos para deferir a
jornada declinada na inicial.

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