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CENTRO UNIVERSITÁRIO UniFECAF – EaD

Verônica Ferreira de Carvalho Amorim

ESTUDO DE CASO
DIREITO DO CONSUMIDOR

BRASÍLIA/DF

2024
VERÔNICA FERREIRA DE CARVALHO AMORIM

ESTUDO DE CASO
DIREITO DO CONSUMIDOR

Estudo de Caso como parte da


avaliação para obtenção do título de
Cursos Superiores de graduação em
Gestão Comercial/EAD, apresentado
ao Centro Universitário UniFECAF –
Ead.

Profesor-conteudista: Professor:
Felipe Sá

BRASÍLIA/DF
2024
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 04

2. DESENVOLVIMENTO ..................................................................................... 05

3. CONCLUSÃO .................................................................................................. 07

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 08


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1. INTRODUÇÃO

No cenário competitivo do mercado atual, a confiança é um elemento crucial para o


sucesso de qualquer negócio. Os consumidores não apenas buscam produtos e serviços de
qualidade, mas também esperam uma experiência segura e satisfatória ao interagir com as
empresas. No entanto, quando essa confiança é violada, seja por negligência ou falta de
segurança, as repercussões podem ser significativas, tanto para a reputação quanto para o
bolso da empresa.
O caso da Churrascaria Roveda LTDA, uma tradicional casa de Garibaldi, no Rio Grande
do Sul, exemplifica os desafios enfrentados pelas empresas quando se trata de garantir a
segurança dos clientes e de seus pertences. Ao promover um "amplo estacionamento para sua
comodidade", o restaurante não apenas ofereceu um serviço adicional, mas também assumiu
uma responsabilidade implícita pela segurança dos veículos e dos itens deixados dentro deles.
No entanto, quando um cliente teve seu notebook e outros objetos furtados de seu carro
enquanto estacionado nas proximidades do estabelecimento, o tribunal de justiça decidiu que a
churrascaria era responsável pelos danos causados. Esta decisão destaca a importância de
uma comunicação clara e precisa por parte das empresas, bem como a necessidade de
medidas concretas para garantir a segurança dos clientes.
Neste estudo de caso, será analizado as implicações legais, financeiras e de reputação
enfrentadas pela Churrascaria Roveda LTDA após este incidente. Além disso, examinar as
medidas que a empresa pode adotar para restaurar a confiança de seus clientes e reconstruir
sua reputação no mercado. Ao fazer isso, destacar a importância de uma abordagem proativa
para resolver crises e manter a confiança do consumidor em um ambiente altamente
competitivo.
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2. DESENVOLVIMENTO

A responsabilidade solidária, conforme estabelecida no Código de Defesa do


Consumidor (CDC), significa que diversos fornecedores envolvidos na cadeia de produção ou
prestação de serviços podem ser responsabilizados conjuntamente pelos danos causados ao
consumidor, sem a necessidade de se comprovar culpa individual de cada um deles. Em outras
palavras, quando há mais de um fornecedor envolvido na cadeia de fornecimento de um
produto ou serviço que cause dano ao consumidor, todos eles podem ser responsabilizados
solidariamente pela reparação dos danos.
Essa ideia de responsabilidade solidária busca assegurar uma proteção mais efetiva ao
consumidor, garantindo que ele tenha meios de obter reparação pelos danos sofridos, mesmo
que não seja possível identificar claramente qual dos fornecedores específicos foi o
responsável pelo problema. Isso é especialmente importante em casos em que a cadeia de
produção ou prestação de serviço é complexa, envolvendo múltiplos agentes.
A responsabilidade solidária promove a equidade e a efetividade na proteção do
consumidor, incentivando todos os fornecedores envolvidos na cadeia produtiva ou de serviços
a adotarem medidas para garantir a qualidade e a segurança de seus produtos e serviços.
Dessa forma, mesmo que um dos fornecedores falhe em suas obrigações, os consumidores
ainda podem buscar reparação junto aos demais envolvidos na cadeia, garantindo uma maior
segurança jurídica e um maior incentivo para a adoção de práticas responsáveis por parte de
todos os agentes econômicos envolvidos.
A Súmula 130 do STJ veio para acabar com qualquer dúvida, já que determinou que “a
empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou furto de veículo ocorrido em
seu estacionamento”.
Ou seja, de nada adianta os avisos dados aos clientes de que não se responsabilizarão
pelos danos causados aos veículos, sendo entendimento recorrente dos tribunais que, por se
tratar de relação de consumo, incumbe ao fornecedor do serviço o dever de proteger a pessoa
e seus bens. A responsabilidade nesses casos será objetiva, conforme art. 14 do Código de
Defesa do Consumidor, ou seja, sem necessidade de comprovação de culpa na ocorrência do
dano ao consumidor.
Também vale destacar que os tribunais vêm seguindo o posicionamento de que o fato
de o estacionamento ser gratuito não exime a responsabilidade dos fornecedores, pois muitas
vezes o estacionamento funciona como atrativo, devendo oferecer confiança e segurança aos
clientes.
Como o consumidor poderá comprovar o dano a fim de requerer indenização?
Poderá comprovar por meio do boletim de ocorrência, notas fiscais de compra e
também testemunhas. Segundo o STJ, “a conjugação desses elementos, quando em
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harmonia com as datas e horários, são provas mais do que suficientes para embasar pedido
de indenização."
Por sua vez, com o instituto da inversão do ônus da prova, deverá o estabelecimento
comprovar que o consumidor não fez uso do seu estacionamento naquele dia e horário, bem
como que não ocorreu o furto, roubo, tentativas ou qualquer dano, podendo se utilizar das
câmeras de segurança, por exemplo. Caberá ao estabelecimento comprovar a não ocorrência
do dano!
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) já se posicionou sobre a responsabilidade dos
estabelecimentos pelos veículos estacionados em seus estacionamentos em diversos casos.
Embora cada situação possa ter suas peculiaridades, em linhas gerais, o entendimento é que o
estabelecimento tem sim uma responsabilidade em garantir a segurança dos veículos
estacionados em suas dependências.
O STJ entende que, ao oferecer um estacionamento como parte dos serviços prestados,
o estabelecimento assume uma obrigação implícita de zelar pela segurança dos veículos ali
estacionados. Isso significa que o estabelecimento deve adotar medidas razoáveis para evitar
danos ou furtos aos veículos, como a instalação de sistemas de vigilância, iluminação
adequada, controle de acesso, entre outros.
Esse entendimento está em consonância com os princípios do Código de Defesa do
Consumidor (CDC), que estabelece a responsabilidade objetiva dos fornecedores de serviços
pelos danos causados aos consumidores. Ou seja, mesmo que o estabelecimento não tenha
agido com culpa direta no ocorrido, ele pode ser responsabilizado pelo prejuízo sofrido pelo
consumidor em decorrência do furto ou dano ao veículo enquanto estacionado em suas
dependências.
Portanto, o posicionamento do STJ sobre o assunto é no sentido de que os
estabelecimentos têm sim uma responsabilidade em garantir a segurança dos veículos
estacionados em seus estacionamentos, devendo adotar as medidas necessárias para evitar
danos ou furtos, sob pena de serem responsabilizados pelos prejuízos causados aos
consumidores.
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3. CONCLUSÃO

A conclusão deste estudo de caso destaca a importância da responsabilidade dos


estabelecimentos em garantir a segurança dos veículos estacionados em suas dependências,
conforme estabelecido pelo Código de Defesa do Consumidor e corroborado por
jurisprudência, como a do Superior Tribunal de Justiça.
A partir da análise do caso da Churrascaria Roveda LTDA, fica evidente que a oferta de
estacionamento por parte de um estabelecimento implica em uma responsabilidade implícita de
proteger os veículos ali estacionados. A decisão judicial de condenar o restaurante a indenizar
o cliente pelo furto de seu notebook e outros objetos reforça essa obrigação.
Além disso, o caso ressalta os impactos negativos que incidentes dessa natureza podem
ter na reputação e nos negócios do estabelecimento. A perda de confiança dos clientes e a
necessidade de investir em medidas corretivas, tanto em termos de segurança quanto de
reconstrução de imagem, destacam a importância de uma abordagem proativa por parte das
empresas para prevenir tais situações e mitigar seus efeitos.
Portanto, conclui-se que a segurança dos veículos estacionados em estabelecimentos
comerciais é uma questão de responsabilidade compartilhada entre os fornecedores de
serviços e os consumidores, sendo fundamental que os estabelecimentos adotem medidas
adequadas para garantir a proteção dos bens de seus clientes, a fim de evitar prejuízos e
preservar a confiança do público consumidor.
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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: responsabilidade civil. 31. ed. São
Paulo: Saraiva Educação, 2022.
MARTINS-COSTA, Judith. Comentários ao Código de Defesa do Consumidor. 4. ed. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2021.
MARQUES, Cláudia Lima et al. Comentários ao Código de Defesa do Consumidor: arts. 1º
a 74. 4. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2020.
JUSBRASIL. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/artigos/responsabilidade-civil-dos-
estabelecimentos-comerciais-que-disponibilizam-estacionamentos-a-seus-clientes/113788608
Acesso em: 01 de Março de 2024.

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