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OS DIVERSOS TIPOS DE CONHECIMENTO

EMPÍRICO E RELIGIOSO

O conhecimento é um processo complexo que envolve vários mecanismos sensoriais e


cognitivos, permitindo que as informações sejam obtidas do ambiente.
Desde o início da civilização humana, cada indivíduo utiliza diferentes metodologias
para entender o mundo ao seu redor. De fato, por meio da observação, pesquisa e
análise, várias gerações enfrentaram muitos desafios.
É por isso que existem diferentes tipos de conhecimento, classificáveis por sua
aquisição ou por sua fundamentação e universalidade.

Existem quatro tipos de conhecimento, que também são conhecidos como quatro
dimensões do saber, são eles:

 empírico;
 religioso;
 científico;
 e filosófico.

O empirismo (do grego empeirìa, que significa experiência) é um ramo filosófico


nascido na segunda metade do século XVII na Grã-Bretanha. O conhecimento humano
deriva exclusivamente dos sentidos ou da experiência.
Em um sentido amplo, entende-se por empirismo uma abordagem prática e
experimental para aprender, baseada na investigação e um modo de proceder de acordo
com as observações do cotidiano.
O conhecimento empírico é produto da experiência, é adquirido quando os órgãos dos
sentidos estabelecem contato com o mundo externo.
Esse tipo de conhecimento permitiu que a humanidade acumulasse experiências valiosas
ao longo de sua história.
O conhecimento empírico usa dados sensoriais como base de qualquer forma de
conhecimento e procede da sensação ao conceito, e não vice-versa.
Por isso que o empirismo afirma que o conhecimento é a aceitação de dados sensoriais
em sua percepção concreta e particular.
O conhecimento humano parte sempre do particular, pois nenhuma noção universal
condiciona o movimento do pensamento, mas a universalidade dos conceitos (obtida por
meio de generalizações) é apenas um ponto de chegada.
Além disso, o método do empirismo é a indução, e não reconhece nenhum
conhecimento que não provenha de um contato imediato do sujeito com o objeto que
está sendo analisado.
A fonte primária de todo conhecimento são os dados empíricos que levam o nome de
sensações, percepções, impressões e ideias.
Vale destacar que o conhecimento empírico limita o alcance da aprendizagem aos dados
e nega ao pensamento a possibilidade de ir além dele, negando assim a oportunidade da
metafísica.
O uso do fogo, o surgimento da agricultura e a domesticação de plantas e animais são
exemplos de conhecimentos empíricos transmitidos de geração em geração.
Além disso, a validação de muitos conhecimentos empíricos sobre medicina,
astronomia, agricultura, navegação e construção, entre outros, foi comprovada pela
prática diária.
Religioso

É entendido por conhecimento religioso aquilo que se baseia em um sistema de crença


não comprovável.
Serve como suporte moral, ético ou emocional para o comportamento humano,
propondo seu vínculo com o sagrado: Deus, divindade, espírito, orixás, entre outros.
Geralmente, esse tipo de conhecimento é organizado em torno de um credo específico,
reunido em um ou mais textos místicos ou sagrados.
Eles são guardados, ensinados e interpretados por instituições religiosas, como as
diversas igrejas e sacerdócios existentes.
Esse tipo de conhecimento é herdado ao longo de várias gerações. Por isso, abriga um
importante valor cultural e serviu em diferentes épocas da humanidade para organização
moral, social e até política da comunidade.
De resto, o conhecimento religioso responde à sua maneira a um conjunto de dúvidas e
questões de tipo existencial que a humanidade tem desde os seus primeiros tempos no
mundo.
Ao fazê-lo, pode dar contenção, tranquilidade e sentido a uma existência que, para
muitos, pode tornar-se vazia ou angustiante, sem sentido final.
O conhecimento religioso, antes de tudo, é dogmático: é aceito ou não, mas carece de
argumentos lógicos demonstráveis, porém é baseado na fé.
Esse tipo de conhecimento propõe, de diversas formas, que o ser humano é fruto da
criação divina e que, portanto, devemos adorar o criador.
Impõe certos preceitos morais e éticos, expressos como doutrina. Isso pode ou não ser
guardado e ensinado por uma igreja, sendo reconhecida como uma organização que visa
perpetuar uma fé específica.
O conhecimento religioso é colocado em prática por meio de rituais e orações,
geralmente baseados na repetição e forjamento de laços comunitários entre os crentes.
Isso acaba servindo também como ponto de encontro social e constituição de um grupo
organizado. Historicamente, muitas guerras foram travadas nos tempos antigos para
impor uma fé à outra.
O conhecimento religioso, então, é inquestionável e regido por uma lógica própria, que
geralmente distingue entre o bem e o mal, ou entre o certo e o pecaminoso, dependendo
dos valores expressos por trás de cada religião.
Por exemplo, o cristianismo é uma doutrina de redenção dos pecados, enquanto a
religião da Grécia Antiga era baseada na honra e no equilíbrio.
Por fim, o conhecimento religioso costuma ser reunido em livros sagrados, que podem
ser um ou vários volumes, e que costumam mesclar a narrativa com as ordenanças, com
as orações e com o relato histórico-religioso. A Bíblia, o Alcorão ou o Talmud são
exemplos disso.
Qualquer prática religiosa é um bom exemplo de conhecimento desse tipo. Para nós as
mais conhecidas são as tradições cristãs e católicas, com os seus santos e a abundante
literatura hagiográfica (sobre a vida dos santos), e com o seu Novo Testamento.
Por outro lado, existem diferentes tradições védicas da Índia e do hinduísmo, com sua
roda da vida, seu Samsara e seu circuito de reencarnação.
Além disso, podemos citar também o misticismo africano da Santeria (religião Yoruba)
no Caribe.

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