Esquema Do Texto 5 - Antiguidade Oriental

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UNIVERSIDADE NILTON LINS

LICENCIATURA PLENA EM HISTÓRIA


ANTIGUIDADE ORIENTAL

Referência: BOTTÉRO, Jean. No começo eram os deuses. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
2011.

Capítulo III – Moral e Sabedoria dos Mesopotâmicos.

 A pergunta do autor é: Tinham os mesopotâmicos uma moral? A resposta para essa


questão gira em torno do entendimento do que é moral, se isso se baseia num conjunto
de regras que organiza a atividade humana, então a resposta é sim.
 Para Bottéro: “ninguém pode viver normalmente sem que sua atividade livre seja
orientada para uma certa felicidade, da coletividade ou de cada pessoa”.
 Necessidade de compreender a moral a partir de um novo olhar, não podemos
responder tal questão a partir de um questionamento de “sim ou não”.
 Regras de conduta em muitos casos são implícitas – não há necessidade de remeter ou
defini-las.
 Códigos na Mesopotâmia – documentos que registram mais visivelmente as normas de
conduta.
 Após a descoberta do código de Hamurábi – muitos pontos de vista mudaram em
relação a análise de tal fonte.
 Deve-se levar em consideração que existem documentos mais antigos que o famoso
código.
 Bottéro – analisa o código a partir de uma lógica que as famosas leis não são de fatos
“leis, mais sim sentenças dados pelo rei ou seus representantes – “de um lado, um
problema de conduta, do outra sua solução” – leis foram despojadas de notas
individualizantes.
 Decisões individualizantes foram transformadas em conduta pública – o autor encara o
“código” como um modo de ensinar como proceder em determinadas situações sociais –
“modelos de julgamentos”.
 Sentenças como “se a esposa de um homem for acusada de adultério por seu marido,
sem jamais ter sido surpreendida em flagrante delito, ela prestará juramento de
inocência e voltará para casa sem que ninguém a perturbe”. – devemos interpretar tais
leis como diretrizes de conduta social que visem a ordem social – ensinam o povo como
se comporta perante a ordem coletiva.
 Valores morais estão antes de tudo fundamentados na ideia de bem e de mal.
 A moral – cobre tudo que chamamos de vida privada – o modo como a moral é
transmitida está ligada a forma como concebemos o termo civilização.
 A regras em muitos casos são mencionadas de maneira negativa e não positiva.
 É preciso compreender a importância de falta e de pecado aos olhos mesopotâmicos.
 Infringir quaisquer vontade e decisões era ir contra o divino – “revoltar-se contra os
deuses, desprezá-los e cometer uma falta” – PECADO.
 Os deuses puniam diretamente os pecadores – todo infração gerava uma punição.
 Como implorar o perdão dos deuses? Bottéro aponta para a presença de orações e ritos
especiais como o “exorcismos” – modo de implorar perdão e relaxar a pena.
 A boa conduta girava em torno de ter cortesia, polidez, boas maneiras e a arte de saber
viver, desta forma o autor afirma “o que parece, sobretudo, é o que devia ser feito para
não prejudicar os outros, o próximo, como diríamos, mas vir em seu auxílio, ser-lhe
caridoso, com generosidade, às vezes até mesmo com certa delicadeza, como quando
se recomenda não ensurdecer falando demais, de modo a não incomodar” – modo de
evitar ser mal.
 Mesopotâmicos acreditavam que quando os deuses criavam algo queriam com tal
atitude anunciar um futuro definido sendo ele bom ou ruim.
 Adivinhos – os únicos que conheciam as vontades dos deuses – sabiam interpretar os
presságios e o futuro – presença de muitos tratados divinatórios.
 Tanto o presságio quanto oráculo têm valores invertidos: “o que é bom no presságio
promete coisas ruins no oráculo e vice-versa”.
 Deuses – vivam com bons olhos a boa conduta – recompensavam a moral e o bom
caráter.
 Presença de uma fonte essencial para compreender a moral mesopotâmica –
compilação de vários provérbios (de difícil compreensão) – entendidos muito mais como
sentenças que expressam conselhos ou modelo de conduta ou até mesmo enigmas,
como por exemplo: “quando entra, não acrescenta nada à riqueza. Quando sai, nada
retira dela. O que é? Um bem que pertence ao rei!”
 Outros exemplos: “Jovem, não é seu irmão que lhe escolherá um esposo”. “Uma esposa
gastadora em casa é pior do que um demônio morbígeno (que causa doenças)”. “Aquele
que mente sempre parece uma carta que chegou de muito longe”. “Oh nora, eu você faz
com seu sogra farão com você também”. “Enquanto durar a prosperidade que seu deus
lhe deu, nada recuse a sua irmã, nada negue a sua família, dê de comer a seus
conhecidos: você ganha na mesma proporção”.
 Outro “gênero” literário presente na Mesopotâmia que ajuda a guiar e a estabelecer a
boa conduta é os “conselhos de um pai ao seu filho” – conselhos que ligam a uma plena
moral – um dos mais antigos gêneros literários presentes na Mesopotâmia remonta a
cerca de 2.600 a.C.
 Dificuldade de compreender tal gênero ligados a lacunas e estado imperfeito em as
tabuletas foram encontrados.
 “Conselhos de um pai ao seu filho” – o que conhecido tem idade posterior pois foi
expandido e escrito em outras línguas como o sumério. Um trecho diz: “ Naqueles dias,
aqueles dias recuados,/ Naquelas noites, aquelas noites distantes,/ Naqueles anos,
aqueles anos arcaicos,/ Naqueles dias, o Inteligente, o Autor de sábias palavras,/ O
Conhecedor das palavras verídicas, que vivia em Sumer,/ Shurupak, deu estas
instruções a Ziusudra, seu filho:/ "Meu filho, deixe-me dar-lhe minhas instruções, receba-
as!/ Deixe-me falar com você, preste atenção!/ Não negligencie meus conselhos!/ Não
transgrida minhas palavras!/ As instruções de um homem idoso são preciosas, observe-
as!...”
 Objetivo destes dizeres – ser útil e gerar resultados felizes.
 Outros exemplos – “Não seja fiador de ninguém: ele teria poder sobre você”. “Meu filho,
não fique sentado em um quarto com a esposa de outro”. “Não se deite com sua
servente: ela o chamaria de canalha”. “Não pronuncie julgamento quando tiver bebido”.
“O amor mantém família; o ódio a destrói”.
 Conselhos e provérbios apesar de duas formas não estão distante em seus objetivos –
tratam-se de máximas, advertências e exemplos – código de boa conduta – um modo de
assegurar a felicidade humana.
 A moral mesopotâmica é traduzida e observada nos detalhes dos documentos, ela não
se faz presente de maneira explícita.
 Motivações primeiras da conduta – enraizadas na consciência – inculcadas desde a
infância pela educação e cotidiano social.
 O autor observa que tais práticas não estão distantes do nosso próprio código de moral
prática.
 A mudança em relação a percepção da moral passa a mudar com as transformações
introduzidas por Moisés – a moral passa a ser integrada ao culto.
 Culto – torna-se a prática da moral, da boa conduta e já não está ligada aos deuses
mesopotâmicos.
 O ato de comporta-se bem passa a ser ligado a prática de evitar-se pecar – precaução e
prudência.
 A moral atual ligada a descendência cristã foi reorientada “tornou-se o único meio,
essencial, de demonstrar a Deus nosso apego, nossa fidelidade, nosso amor”.
 A moral não finda com o fim da vida, mas pode ser visualizada como garantia no além
vida.
 Na Mesopotâmia busca-se os prazeres acessíveis no curto espaço da vida – meio de
obter o máximo possível de satisfação e felicidade.
 Sem buscar em vão a imortalidade,/ Encha sua pança,/ Permaneça alegre dia e noite,/
Vista-se com belas roupas,/ Lave e banhe seu corpo,/ Olhe ternamente seu pequeno,
que lhe segura a mão,/ E faça a felicidade de sua mulher, abraçada a você,/ Pois essa é
a única perspectiva dos homens!

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