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Sutura é um método de aproximação de bordas da lesão que possui como finalidade parar o
sangramento, acelerar o processo de cicatrização e a reabilitação, além de aprimorar a estética da incisão.
Uma sutura pode ser feita em pontos contínuos os separados, sendo assim classificados de acordo
com a finalização com nó em relação ao número de alçadas. Assim, pontos contínuos são aqueles que as
alças são mantidas apenas com um nó inicial e outro final. Já nos pontos separados cada alça é finalizada
com um nó.
Independentemente do tipo de sutura escolhido, a técnica mantém certos padrões que devem ser
seguidos, sendo esses:
● A agulha deve ser presa no porta-agulhas pela parte média ou na junção entre os dois primeiros
terços. A ponta fica voltada para cima e para o lado da saída da ponta dos dedos no porta-agulha;
● A borda a ser suturada deve ser exposta (pinçada) com uma pinça delicada (do tipo Adson) em
tecidos friáveis ou com uma pinça dente de rato para tecidos mais robustos;
● Em geral, agulha deve ser introduzida em sentido perpendicular à estrutura, como mostrado na
figura abaixo (isso pode variar no caso de pontos em profundidade);
● O porta-agulhas faz com que a agulha progrida mais (com a pinça segurando a agulha para dar mais
estabilidade), para que seja adequadamente extraída;
● Após os nós, o fio deve ser cortado com tesoura reta, deixando, em geral, um excedente de fio a
partir do fio para facilitar o procedimento de retirada da sutura após a cicatrização.
● A tensão máxima junto aos tecidos é obtida quando as suturas são colocadas a uma distância maior
do que 0,5 cm uma das outras. Quando colocadas mais próximas que 0,5 cm, causam retardamento
da cicatrização devido à reação tecidual e comprometimento da circulação sanguínea nas bordas da
ferida. Em suturas de pele, sugere-se uma sutura com distanciamento de 0,5 cm das bordas,
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totalizando 1 cm, mesma distância que deve ser observada entre cada ponto. Nas suturas de face
essas distâncias devem ser menores.
Dentre as suturas separadas serão esclarecidas no capítulo o ponto simples, ponto em X, ponto
Donatti (em U Vertical), ponto de Wolff (em U Horizontal). Dentre as suturas contínuas serão abordados
os pontos contínuos, ancorados e intradérmicos.
PONTO EM X
1. É uma sutura utilizada principalmente para a hemostasia, embora altere o suprimento sanguíneo
das bordas da lesão. Também é reconhecido por ser uma sutura de aposição que impede a eversão
do tecido.
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2. Por ser um ponto de constrição, é aplicado em locais de sangramento que dificultam outros tipos
de sutura.
3. O ponto em X pode ser executada com os nós para dentro ou para fora da ferida, no entanto ambos
devem possuir alças cruzadas em algum momento da sutura.
4. A agulha penetra de um lado da incisão e passa perpendicularmente através da mesma, e uma
segunda passagem é feita através dos tecidos, paralela e de 0,5 a 1cm da primeira passagem, de
modo que duas alças fiquem cruzadas no interior ou fora do tecido.
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PONTO EM U HORIZONTAL – DE WOLFF
1. Semelhante ao Donatti, difere apenas na posição horizontal da alça.
2. É utilizada na pele quando existe alguma tensão que impeça a
perfeita coaptação de bordas.
3. Não tem bom resultado estético, mas tem como vantagem a rápida
execução;
4. Utilizada majoritariamente em pele e em locais com tensão
moderada.
5. Está indicada para a sutura de tecidos de pouca mobilidade, como o
couro cabeludo, estruturas mais frágeis, como a pele de idoso, ou
para simples aproximação tecidual, como no tecido muscular, sem
qualquer tensão;
6. Se apertada demais, tende a reduzir o suprimento sanguíneo das
bordas e prejudicar a cicatrização
SUTURA ANCORADA
1. Também chamada de sutura festonada.
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2. Ponto que se realiza da mesma maneira do anterior, todavia a cada passada deve-se passar o fio
dentro da alça anterior dando a sutura um caráter mais hemostático e com melhor distribuição da
tensão.
3. Essa sutura é mais isquemiante do que o chuleio simples.
4. É a sutura de escolha para o plano total de sutura na anastomose intestinal
INTRADÉRMICA
Esta sutura realiza-se com a transfixação apenas da derme, permite um padrão estético melhor, por não
deixar o fio aparente, e menor cicatriz.
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SUTURAS PREFERENCIAIS POR LOCALIZAÇÃO
Ressalta-se que cada caso deve ser individualizado, apesar de haver condutas mais comuns.
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Musculatura Simples ou em U Absorvível 2-0 ou 3-0
Escalpo 6-8
Orelha 10-14
Pálpebra 3-4
Sobrancelha 3-5
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Nariz 3-5
Lábios 3-4
Face 3-4
Dorso 12-14
Mão 10-14
Pé 12-14
BIBLIOGRAFIA
Técnica cirúrgica: bases anatômicas, fisiopatológicas e técnicas da cirurgia/Fábio Shimitd Gooffi
coordenador ... [et al]; ilustrações José Gonçalves Junior, Edgard Lopes Benassi, Ester L. R. Buenno. – 4.
Ed. – São Paulo: Editora Atheneu, 2007.
TOWNSEND , Courtney. Tratado de Cirurgia. 19. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.
Parra, Osório M; Saad, William A. Noções básicas das técnicas operatórias. Ed. Atheneu. 1998
i. Facilitar anti-sepsia
ii. Facilitar visualização do local da incisão ⇩ proliferação de microorganismos
⇩ proliferação de re-tricotomia
iii. Evitar que pelos caiam na cavidade
⇩ constrangimento do paciente
iv. Evitar que os pelos interfiram na técnica de sutura
⇩ irritabilidade da pele
Taxa de infecção de sítio cirúrgico de acordo
com o tipo de remoção dos pêlos: Não remoção dos pêlos – 0,6%
Lâminas de barbear – 5,6% Seropian R., et al Am. J. Surg
Agente depilatório - 0,6 %
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Taxa de infecção de sítio cirúrgico (tricotomia Imediatamente antes – 3,1%
com lâmina) de acordo com o tempo antes da 24 horas antes – 7,1%
cirurgia 24 horas antes – 20%
Seropian R., et al Am. J. Sur
BANHO PRÉ-OPERATÓRIO
Em alguns hospitais o banho antes do procedimento cirúrgico faz parte do protocolo, tendo
como finalidade eliminar a sujidade e reduzir a flora transitória da pele. O uso de antissépticos
nesse procedimento é controverso, já que ainda não há demonstrações claras da redução das taxas
de infecção.
Quando a higiene do local não for adequada, ou quando necessário um auxiliar poderá
realizar uma higiene preliminar, utilizando esponjas e compressas com degermantes (clorexedina
ou PVPI) ou escovação.
Após a higiene preliminar a antissepsia pode ser realizada pelo cirurgião ou pelo primeiro
auxiliar após o correto posicionamento do paciente na mesa e a liberação do anestesiologista. A
efetividade da antissepsia depende do antisséptico usado e como foi aplicado.
ÁLCOOL ETÍLICO
ANTISSÉPTICO E DESINFETANTE: sua concentração ideal é de 70%, age sobre bactérias
vegetativas, vírus e fungos, mas não é esporicida. Por isso não se recomenda para esterilização, apenas
para desinfecção de superfícies e antissepsia de pele. Atua pelo rompimento de membranas, com
desnaturação de proteínas e lise celular. Antissepsia das mãos realizada por simples fricção com álcool
diminui contagens microbianas e transmissão de microrganismos, com consequente queda nas taxas de
infecções hospitalares. Além disso, apresenta boa tolerabilidade, tendo aceitação, adesão e aumento de
frequência de higienização pelos profissionais, além de reduzir tempo e custos. Álcool é usado como
desinfetante de superfícies, termômetros, estetoscópios e artigos que não toleram outros tipos de
desinfecção ou esterilização. Suas vantagens são baixa toxicidade, ação rápida e baixo custo.
GLICONATO DE CLOREXIDINA
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ANTISSÉPTICO E DESINFETANTE: age por rompimento de membranas citoplasmáticas, precipitando
conteúdos celulares. Tem melhor atividade contra bactérias gram-positivas, menor atividade contra
bactérias gram-negativas e fungos e mínima atividade contra o bacilo da tuberculose. Não é esporicida.
Apresenta excelente ação residual, especialmente em adição com álcool. Usa-se em lavagem de mãos e
antissepsia bucal. Encontram-se formulações aquosas, alcoólicas ou degermantes. Comparações entre
clorexidina e iodopovidona (PVPI) geralmente demonstram superioridade da clorexidina, mas esses
resultados se equivalem quando ambas se apresentam em formulações alcoólicas e associadas à fricção.
GLUTARAL
DESINFETANTE: se apresenta na forma de líquido incolor ou amarelo pálido viscoso. Possui atividade
bactericida, esporicida, fungicida, virucida e micobactericida. É usado para desinfecção e esterilização
de instrumentos, como artigos metálicos, plásticos e de borracha, lentes, hemodialisadores, endoscópios,
materiais de terapia respiratória, transdutores, equipamentos de anestesia, entre outros. Não deve ser
empregado em desinfecção de superfícies. Tem baixa corrosividade, mas necessita enxágue exaustivo.
Desinfecção se faz por imersão durante 20 minutos, e esterilização, por imersão durante 10 horas. Apresenta
toxicidades cutânea e inalatória. É considerado tóxico para profissional, paciente e meio ambiente e seu
descarte no esgoto pode causar contaminação da água.
HIPOCLORITO DE SÓDIO
DESINFETANTE: amplo espectro de ação, bactericida, fungicida, micobactericida e virucida. Não
deixa resíduos e tem ação rápida e baixo custo. É usado em superfícies, artigos não-metálicos, materiais de
terapia respiratória, tonômetros e em lactários. Em concentração de 0,1% é eficaz para desinfecção de
materiais termossensíveis, tais como nebulizadores, máscaras, sistemas de CPAP e Venturi, acessórios de
ventiladores mecânicos e de aparelhos de anestesia, conectores, umidificadores etc. Desinfecção se faz por
imersão de 15 a 30 minutos dependendo do tipo de material e onde está situado.
IODOPOVIDONA
ANTISSÉPTICO E DESINFETANTE: Combinação de 10% de iodopovidona e 1% de iodo livre. O
polímero aumenta a solubilidade do iodo, promove sua liberação gradativa, aumenta a ação residual e reduz
a irritação cutânea. Sua atividade antimicrobiana pode ser alterada por pH, temperatura, matéria orgânica
(ex: sangue ou escarro), tempo de exposição, concentração de iodo em quantidade e tipo de materiais
orgânicos e inorgânicos associados. É antisséptico tópico de uso frequente.
ANTISSEPSIA CIRÚRGICA
A limpeza da pele antes do procedimento cirúrgico deve ser feita em duas fases:
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b. DEGERMAÇÃO: lavar com esponja, compressa ou gaze montada embebida na solução
degermante.
i. Importante evitar o uso de escovas para não causar microlesões na pele, assim
como o uso de lâminas de barbear.
c. ANTISSEPSIA: realizada com uma gaze dobrada em uma pinça longa (Kocher, Collin,
etc) embebida em clorexidina alcoólica (2% a 4%), iodopovidona ou álcool iodado.
1. Pele ⇨ alcoólico
2. Mucosa ⇨ aquoso
CÍRCULOS CONCÊNTRICOS
i. Realizar a antissepsia com movimentos circulares aleatórios concêntricos em
direção à periferia
ii. Área ampla incluindo a possível ampliação da cirurgia ou inserção de drenos.
iii. Aplicar sobre a pele limpa!
iv. Evitar incompatibilidade entre soluções antissépticas
Cuidado de não retornar com a mesma gaze, compressa ou esponja de uma área
"contaminada" para uma área já limpa, o aplicador deve ser descartado uma vez que
atingiu a periferia.
POR QUADRANTES
i. Passar a gaze desde a região da fúrcula esternal até o pubis, em movimento único
sem retorno, descartando a gaze ao fim
ii. Utilizar uma nova gaze para cada lateral do paciente, pintado no sentido medial
para lateral desde a região lateral à fúrcula esternal até a raiz da coxa
iii. Realizar o mesmo procedimento do outro lado
iv. Área ampla incluindo a possível ampliação da cirurgia ou inserção de drenos.
v. Aplicar sobre a pele limpa!
vi. Evitar incompatibilidade entre soluções antissépticas
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É necessário esperar a solução secar (especialmente soluções que contém álcool, por serem
inflamáveis). A área da antissepsia deve possuir margens o suficiente para cobrir as necessidades de uma
possível complementação operatória. Ao final do processo todo material deve ser descartado, a pinça
utilizada não deve voltar a mesa de instrumentação e as luvas devem ser trocadas.
Para pequenas operações, usa-se campos menores de tamanhos variáveis com um orifício no centro
através do qual se realiza o procedimento; são chamados campos fenestrados.
1. O instrumentador entrega ao cirurgião um dos campos maiores, este campo é desdobrado nas duas
extremidades sendo uma segurada pelo cirurgião e outra pelo auxiliar, e é colocado sobre as pernas
do paciente;
2. O segundo campo será colocado na parte superior do abdome da mesma forma do primeiro, sendo
que suas extremidades deverão ser entregues ao anestesista ou ao circulante que constituirá uma
forma de barraca isolando a equipe cirúrgica do anestesista;
3. A seguir serão colocados dois campos menores cobrindo as laterais do paciente.
4. Após a colocação dos campos estes podem ser fixados com as pinças Backaus ou podem possuir
material adesivo que se adere a pele do paciente e ao campo inferior.
5. O passo seguinte será fixar a caneta do bisturi elétrico e a borracha do aspirador nos campos do
paciente, feitas com pinças Backaus.
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SEM DIREITO DE IMAGEM
CAMPO ADESIVO
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São formas complementares aos campos convencionais, indicados para cirurgias com duração
superior a duas horas e perda de sangue superior a 100ml. O campo adesivo evita que os campos molhados
de sangue contaminem a cirurgia. No entanto não há indícios que comprovam a superioridade do campo
adesivo em relação aos campos descartáveis de tecido ou não tecido.
FONTE: 3M
As Infecções do sítio cirúrgico (ISC) são consideradas eventos adversos frequentes, decorrentes da
assistência à saúde, sendo uma ameaça à segurança do paciente. Além disso, podem prolongar a estadia do
paciente em média de sete a onze dias, aumentar a chance de readmissão hospitalar, cirurgias adicionais e,
elevar os gastos assistenciais com o tratamento.
É importante ressaltar que controle de infecção é um processo continuado de pré intra e pós
operatório, com medidas de infecção que vão além da antissepsia. Essas incluem avaliação pré-operatória
a nível ambulatorial; organização do agendamento de internação e cirurgia e compensação doenças
subjacentes, como controle da glicemia (tanto no pré como no pós operatório imediato), manutenção de
temperatura
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Degermação e anti-sepsia das esterilizado cuidados com incisão
mãos
Manter a porta da sala fechada
Profilaxia antimicrobiana
Número de pessoas reduzido
Limpeza no ambiente
BIBLIOGRAFIA
WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO Guidelines on Hand Hygiene in Health Care. Geneva:
WHO, 2009.
CUNHA, ML. et al. Effect of the first bath with chlorhexidine on skin colonization with Staphylococcus
aureus in normal healthy term newborns. Scand. J. Infect. Dis., Stockholm, 2008; 40: 615-620.
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