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Como a Cadeia de Valor contribui para a criação de valor aos seus clientes?

 O que é Cadeia de Valor?


 O que é criação de valor e como uma empresa cria valor?
 Por que utilizar a Cadeia de Valor?
 Elementos da Cadeia de Valor
 Como utilizar a Cadeia de Valor de Porter?
 Como realizar a Análise da Cadeia de Valor?
 O papel do departamento financeiro na Cadeia de Valor
 Conclusão

Buscar pela excelência na Gestão Empresarial significa fazer parte de um jogo extremamente
competitivo, com adversários altamente competentes. E o que fazemos quando temos uma partida
decisiva?
Primeiro, é preciso avaliar os recursos que possuímos em mãos. Para exemplificar, pense
em sua empresa e em seus concorrentes. No ambiente empresarial, todo dia é dia de
campeonato com partidas decisivas, concorda? Avaliar os recursos que sua empresa
possui é essencial para decidir as melhores jogadas (quem sabe não esteja na hora de
avaliar o orçamento de custo de produção?) e tomar decisões sempre olhando para o
objetivo final (aqui chamado de planejamento estratégico).

Entrar em campo sem ter um bom Planejamento Estratégico, Tático e Operacional é


algo fora de cogitação. Por isso, a Análise de SWOT (a matriz FOFA) exerce um papel
essencial, já que contribui para a empresa conhecer tanto suas forças e fraquezas com
relação aos concorrentes, bem como definir oportunidades e ameaças.

Ao ter essas informações em mãos, a empresa poderá partir para uma tática de jogo focada
em atingir diretamente quem interessa: seu público-alvo e driblar seus concorrentes. Para
isso, é preciso realizar atividades voltadas para a criação de valor para o cliente, as quais
afetarão direta e positivamente os lucros da empresa.

A esse conjunto de atividades damos o nome de Cadeia de Valor, e é exatamente isso que
abordaremos neste artigo.

O que você vai encontrar neste artigo:


O que é Cadeia de Valor?
O que é criação de valor e como uma empresa cria valor?
Por que utilizar a Cadeia de Valor?
Elementos da Cadeia de Valor
Como utilizar a Cadeia de Valor de Porter?
Como realizar a Análise da Cadeia de Valor?
O papel do departamento financeiro na Cadeia de Valor
Conclusão

O que é Cadeia de Valor?


Uma Cadeia de Valor é um conjunto de atividades realizadas por uma organização
com o objetivo de criar valor para seus clientes. O modelo foi desenvolvido
por Michael Porter (por isso também é conhecido como Cadeia de Valor de Porter) e
basicamente descreve um processo que as empresas podem seguir para examinar suas
atividades e analisar a conexão entre elas (chamados de elos).

De acordo com a Cadeia de Valor a maneira como as atividades da cadeia são


realizadas determina os custos e afeta os lucros. Este é o principal motivo pelo qual a
ferramenta pode ajudar a empresa a entender quais são suas fontes de valor.

Quando falamos em custos, temos que lembrar que são todos e quaisquer gastos
relativos à aquisição ou produção de mercadorias. Entram na lista matéria-prima,
mão-de-obra e gastos gerais de fabricação (GGF), bem como depreciação de máquinas e
equipamentos, energia elétrica, manutenção, materiais de conservação e limpeza para
fábrica, viagens de pessoas ligadas a fábrica etc.

Observe que o conceito é diferente de despesas, as quais são os gastos relativos à


administração da empresa, ou seja, gastos que a organização precisa ter para manter a
estrutura funcionando, porém não contribuem diretamente para geração de novos itens que
serão comercializados.

Reforçamos que sem uma correta apuração e classificação dos Custos e Despesas sua
empresa não tem como projetar e analisar Indicadores de Desempenho importantes como
a Margem de Contribuição, EBITDA ou Lucratividade. Além disso, como a Cadeia de Valor
busca apresentar como os custos da empresa são apresentados, é importante que você
tenha na ponta da caneta quais custos são esses.

E por que estamos falando tudo isso? Porque a “Cadeia de Valor descreve o processo
pelo qual as empresas recebem matérias-primas, relacionam-se com fornecedores,
agregam valor às matérias-primas para criar um produto acabado e, em seguida,
comercializam o produto final aos clientes”. A Cadeia de Valor de uma determinada
empresa é influenciada pela Cadeia de Valores de seus Fornecedores, bem como influencia
na Cadeia de Valores de seus Compradores (empresas ou famílias), formando uma corrente
integrada, a qual Porter chamou de Sistema de Valores.

A análise da Cadeia de Valor é realizada observando todas as etapas de produção


necessárias para criar um produto e identificar maneiras de aumentar a eficiência da cadeia.
O objetivo geral é entregar o valor máximo pelo menor custo total possível e criar
vantagem competitiva sustentável.

O que é criação de valor e como uma empresa cria valor?

A pergunta melhor talvez seria: como a empresa muda os inputs (as entradas) em outputs
(saídas) de tal maneira que crie valor aos consumidores? Criação de valor significa adicionar
qualquer tipo de valor que aprimorará a saúde econômico-financeira em longo prazo e
garantirá a competitividade e sucesso do negócio. O valor criado por uma empresa é a
margem de lucro.
Bom, sabemos que quanto mais valor uma organização cria, maior sua
probabilidade de ser lucrativa. Ao fornecer mais valor aos seus clientes, maior é a
vantagem competitiva. Viu como tudo está ligado?

Exatamente por isso que compreender como sua empresa cria valor e procurar maneiras de
agregar mais valor, são elementos cruciais no desenvolvimento de uma estratégia
competitiva. Michael Porter fala sobre isso no livro Vantagem Competitiva. Aliás, foi na obra
que Porter primeiro introduziu o conceito de Cadeia de Valor.
Ok, já entendemos que a Cadeia de Valor é um conjunto de atividades realizadas pela
empresa para criar valor para seus clientes. Também entendemos que o modo como as
atividades dessa cadeia são realizadas determina os custos e afeta os lucros. Mas
agora a pergunta é:

Por que utilizar a Cadeia de Valor?

Para iniciar, um dos maiores pontos positivos da Cadeia de Valor de Porter é por ela ser
uma ferramenta de estratégia muito flexível para analisar o negócio, seus
concorrentes e os respectivos locais no sistema de valores da empresa. Além disso,
pode ser utilizada para diagnosticar e criar vantagens competitivas tanto no custo quanto
na diferenciação (mais adiante falamos sobre isso). Isso faz com que a empresa inteira
foque sua atenção nas atividades necessárias para entregar a criação de valor.

Lembra da análise de SWOT? Utilizar a Cadeia de Valor para comparar o seu modelo de
negócio com seus concorrentes ajuda a dar uma compreensão muito mais aprofundada de
forças e fraquezas para serem incluídas na matriz SWOT. Isso pode ser extremamente útil
especialmente para o desenvolvimento de novos diferenciais.

Ainda como vantagem podemos citar que a Cadeia de Valor pode ser adaptada para
absolutamente qualquer porte de empresa e qualquer tipo de negócio. Por fim, a
importância da Cadeia de Valor está em possibilitar a avaliação da rentabilidade das
operações.

A Cadeia de Valor possui diversas atividades. Falaremos sobre isso no próximo tópico.

Elementos da Cadeia de Valor

Ao invés de focar em departamentos ou tipos de custos contábeis, a Cadeia de Valor de


Porter se concentra em sistemas, além de como as entradas são transformadas em saídas
que, por sua vez, são compradas pelos consumidores. Partindo desse princípio, Michael
Porter descreveu uma cadeia de atividades comuns a todas as empresas e as dividiu
em atividades primárias e de apoio, como mostramos abaixo:

Independentemente da empresa indústria, são cinco as atividades primárias:


o Logística interna ou de entrada: relacionamento com fornecedores é decisivo
para a criação de valor;
o Operações: maquinário, embalagens, montagem, manutenção de equipamento,
testes e demais atividades de criação de valor que transformam as entradas em
produto final;
o Logística Externa ou de saída: atividades associadas com a entrega do
produto/serviço ao cliente;
o Marketing e vendas: processos utilizados para convencer os clientes a
comprarem os seus produtos/serviços;
o Serviços: atividades que mantêm e aumentam o valor dos produtos/serviços
após a compra.

Já as atividades de apoio dão suporte às atividades primárias. Sua classificação genérica


é feita em quatro categorias.

o Infraestrutura: sistemas de apoio para manter as operações diárias. Inclui a


gestão geral, administrativa, legal, financeira, contábil, entre outras;
o Gestão de Recursos Humanos: atividades associadas ao recrutamento,
desenvolvimento, retenção de talentos e compensação de colaboradores e
gestores. Como as pessoas são uma fonte de valor importantíssima para
qualquer negócio, empresas podem criar grandes vantagens ao utilizarem boas
práticas de RH;
o Desenvolvimento tecnológico: atividades que apoiam as atividades da cadeia
de valor, como automação de processos, por exemplo;
o Aquisição/compras: processos realizados com o objetivo de adquirir os
recursos necessários para manter a empresa em operação: aquisição de
matérias-primas, serviços etc. Aqui também inclui a busca por fornecedores e a
negociação dos melhores preços.

Olhando para a imagem, temos que abordar ainda a Margem. Ela nada mais é do que
a diferença entre o valor percebido pelo produto/serviço e o custo coletivo da
execução das atividades para a criação do produto/serviço.

Como utilizar a Cadeia de Valor de Porter?

Para fazer uso desta ferramenta, é preciso seguir algumas etapas, conforme definimos a
seguir:

#01 - Identifique as subatividades para cada atividade primária: determinar as


subatividades que criam valor significa otimizar ainda mais os resultados. As subatividades
podem ser:
o Diretas: criam valor por si próprias;
o Indiretas: permitem que as atividades diretas funcionem normalmente;
o De garantia de qualidade: asseguram que as atividades anteriores cumpram
com os padrões necessários.

As subatividades devem estar descritas em uma planilha.

#02 - Identifique as subatividades para cada atividade de apoio: primeiro deve-se


determinar as subatividades que criam valor em cada atividade de apoio (lembrando que as
atividades de apoio dão suporte para as atividades primárias). Por exemplo: como a gestão
de recursos humanos pode criar valor na logística de entrada, operações, logística de saída
etc. Em seguida, identifique as subatividades que criam valor na infraestrutura da empresa.

#03 - Identifique as ligações: na Cadeia de Valor processos e atividades são ligados


como se fossem elos. Ao encontrar as ligações de cada atividade ficará mais fácil conduzir
os processos da empresa de forma mais estratégica e organizada. Para exemplificar: o setor
financeiro pode estar ligado aos fornecedores, já que os mesmos entram como despesa ou
custo no Balanço Patrimonial.

#04 - Procure por oportunidades para aumentar o valor: aqui é importante rever cada
uma das subatividades e ligações identificadas (os elos) e analisar como elas podem ser
mudadas ou melhoradas a fim de maximizar o valor aos clientes. Lembre-se que o valor
percebido pelo consumidor é a qualidade, utilidade e a satisfação que o produto/serviço
proporciona. Em outras palavras: vai muito além do preço.

Como sabemos que a definição do valor do produto é algo essencial nessa estratégia de
gerar valor, elaboramos um artigo intitulado O que é Markup, por que é importante
conhecer sobre precificação e como realizar a formação do preço de venda de produtos e
serviços? falamos melhor sobre isso. Também elaboramos um Guia completo para o cálculo
do Preço Ideal de Venda dos produtos, mercadorias e serviços de sua empresa. Para
acessá-lo, é só clicar na imagem:

Após definidas as subatividades, identificadas as ligações e procuradas as oportunidades de


aumentar valor, podemos entender melhor como acontece a Análise da Cadeia de Valor.

Como realizar a Análise da Cadeia de Valor?

A Análise da Cadeia de Valor pode ser realizada de duas maneiras, de acordo com o tipo de
vantagem competitiva que a empresa deseja criar: vantagem competitiva de
custo ou vantagem competitiva de diferenciação. A escolha por uma opção em
detrimento da outra deve basear-se nas estratégias da empresa,
suas metas e planejamento estratégico.

Vantagem Competitiva de custo: como você deve imaginar, esta abordagem é utilizada
quando as empresas tentam competir em custos e precisam entender as fontes da
vantagem de custo (ou desvantagem) e quais fatores geram esses custos. Cinco etapas
devem ser seguidas:

1. Identifique as atividades primárias e de apoio da empresa;


2. Estabeleça a importância relativa de cada atividade no custo total do
produto/serviço;
3. Identifique fatores geradores de custo para cada atividade;
4. Identifique os elos de ligação entre atividades (lembre-se que a redução de
custos em uma atividade pode levar a novas reduções de custos nas atividades
subsequentes);
5. Identifique oportunidades de redução de custos (aproveite e salve a leitura do
artigo Redução de custos com OBZ: a arte de cortar custos sem
prejudicar o futuro da sua empresa)

Vantagem Competitiva de diferenciação: esta abordagem é utilizada por empresas que


se esforçam para criar produtos ou serviços superiores. As etapas seguem conforme abaixo:

1. Identifique as atividades de criação de valor para os clientes (por exemplo, o


sucesso dos produtos da Apple não é pelos recursos de seus produtos, pois
outras empresas também possuem ofertas de alta qualidade também, mas sim
de bem-sucedidas estratégias de marketing);
2. Avalie as estratégias de diferenciação para melhorar o valor do cliente (aqui
podem ser utilizadas estratégias como adicionar mais features ao produto,
aumentar a personalização ou melhorar o atendimento ao consumidor);
3. Identifique a melhor diferenciação sustentável.

Como você pode ver, cada estratégia tem um foco e vai depender tanto da posição da
empresa no mercado quanto da sua concorrência (por isso a análise de SWOT é
fundamental). A estratégia vai depender também dos objetivos da organização e, claro, do
que foi definido em seu orçamento empresarial e no planejamento estratégico.

A área de planejamento e controladoria é ideal para apoiar na definição da vantagem


competitiva. Isso porque ela está constantemente medindo e avaliando os resultados da
empresa e comparando-o com o desempenho das outras empresas do ramo. Além disso,
podemos dizer que o departamento de finanças contribui de outras maneiras na Cadeia de
Valor.

O papel do departamento financeiro na Cadeia de Valor

Para operar de forma eficaz e buscar melhorias na Cadeia de Valor as empresas


devem estabelecer metas de rentabilidade e lucratividade. O orçamento
empresarial é fundamental nessa definição, bem como a Margem de Contribuição, que
representa o quanto o lucro da venda de cada produto contribuirá para a empresa cobrir
todos os seus custos e despesas fixas e ainda gerar lucro.

Ao estabelecer a Margem de Contribuição é possível definir a quantidade mínima de


produtos que a empresa precisará vender para que metas de rentabilidade e lucratividade
sejam atingidas. Além disso, lembra que falamos que a maneira como as atividades da
Cadeia de Valor são realizadas determina os custos e afeta os lucros?

Pois bem, ao analisar a Cadeia de Valor é possível alterar a Margem de Contribuição, já que
serão identificadas maneiras para entregar o valor máximo pelo menor custo total possível
e criar vantagem competitiva.

Nesse caso, profissionais do departamento financeiro (o controller, por exemplo), atuam na


identificação das atividades primárias e de apoio que estão sendo mais onerosas para a
empresa e estão desviando-se do orçamento empresarial. Dessa maneira, será
possível analisar mudanças que podem ser realizadas para contribuir com a
diminuição de custos na Cadeia de Valor.

Ao realizar mudanças econômico-financeiras na cadeia, o controller deverá verificar a


Margem de Contribuição de acordo com as alterações feitas na Cadeia de Valor, as quais
impactarão nos custos do produto.
Conclusão

A Cadeia de Valor descreve o processo pelo qual as empresas recebem matérias-primas,


relacionam-se com fornecedores, agregam valor às matérias-primas para criar um produto
acabado e, em seguida, comercializam o produto final aos clientes.

A análise da Cadeia de Valor é realizada observando todas as etapas de produção


necessárias para criar um produto, bem como para identificar maneiras de aumentar a
eficiência da cadeia. O objetivo geral é entregar o valor máximo pelo menor custo total
possível e criar vantagem competitiva. Trata-se, portanto, de criação de valor para o
cliente.

Por meio da Cadeia de Valor é possível avaliar a rentabilidade das operações. A partir dessa
avaliação mudanças são propostas a fim de que custos sejam diminuídos e o lucro
aumentado. O controller exerce um papel importante, já que ele é o profissional indicado
para analisar como o orçamento empresarial está sendo impactado por cada etapa do
processo produtivo.

Com essa informação, a empresa tem uma maneira muito mais certeira de atuar na Cadeia
de Valor.

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Fonte:

CAMARGO, Renata Freitas de. Como a Cadeia de Valor contribui para a criação de valor aos
seus clientes? – Gestão por Processos e Projetos. Disponível em:
<https://www.treasy.com.br/blog/cadeia-de-valor>. Acesso em: 28 de abr. de 2021.

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