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DIREITO DO

TRABALHO
Contrato de Trabalho e Contratos Afins

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO DO TRABALHO
Contrato de Trabalho e Contratos Afins

Sumário
Maria Rafaela

Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Contrato de Trabalho e Contratos Afins..................................................................................... 4
1. Ponderações sobre Contratos Plúrimos e de Equipe........................................................... 4
2. Contrato de Prestação de Serviço............................................................................................ 5
3. Contrato de Mandato. . ................................................................................................................ 9
4. Contrato de Parceria Rural...................................................................................................... 14
5. Contrato de Representação Comercial.................................................................................. 17
6. Empregado Vendedor. . .............................................................................................................. 26
7. Contrato de Obra Certa............................................................................................................. 28
8. Contratos em que o Estado é Empregador.......................................................................... 28
9. Ponderações sobre o Sistema de Cotas no Contrato de Trabalho. . ................................ 30
Resumo............................................................................................................................................. 33
Questões de Concurso.................................................................................................................. 35
Gabarito............................................................................................................................................ 55
Referências...................................................................................................................................... 56
Anexo – Jurisprudência. . ............................................................................................................... 58

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Maria Rafaela

Apresentação
Olá, meu (minha) querido (a) aluno (a)! Como você está? Vamos para mais uma aula pro-
veitosa, aproximando-se de sua sonhada aprovação!
Eu e a equipe do Gran Cursos Online estamos aqui para turbinar seus estudos e você ser
aprovado! Meu nome é Maria Rafaela de Castro. Atualmente sou Juíza do Trabalho Substituta
no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) 7ª Região.
Eu e toda a equipe do Gran Cursos Online estamos aqui para lhe dar o máximo de dicas,
teorias, exercícios e respondendo questões de provas anteriores. Nesse ponto, este material
vai lhe ajudar a chegar à posse. Espero seu feedback sobre a forma de explicação, didática e
dúvidas lá no fórum do aluno.
Este material está repleto de INFORMAÇÕES IMPORTANTÍSSIMAS para as suas provas.
Eu também elaborei questões inéditas para você verificar como a banca poderia surpreender.
No fim do nosso material, existe toda a jurisprudência atualizada sobre o tema, exatamente
para que você esteja apto para as provas tanto em concursos mais simples quanto mais com-
plexos. A ideia é lançar o panorama de cada matéria.
Estamos passando por um momento muito sensível, diante da pandemia da COVID-19 e,
apesar da distância física, saiba que estou por aqui, do outro lado, estudando muito e prepa-
rando o melhor material para você conseguir alcançar seu sonho da aprovação como eu con-
quistei. Vamos juntos que vai dar certo!
Espero que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Estou esperando as
dúvidas no fórum do aluno. Preparado? Sempre acredite em si mesmo e lute pelo que você
sonha! Pegue o café (descafeinado rs) e vamos nessa!

Maria Rafaela de Castro


@mrafaela_castro

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CONTRATO DE TRABALHO E CONTRATOS AFINS


1. Ponderações sobre Contratos Plúrimos e de Equipe
Já estudamos a morfologia do contrato de trabalho. No entanto, para fins de deixar seu
trabalho e estudo 100%, incluí alguns temas aqui para que seu desempenho supere as expec-
tativas. Vambora!
O contrato de trabalho, em regra, é individual. Mas é possível a realização de trabalho plú-
rimo e em equipe, que é quando há um feixe de relações envolvidas, como, por exemplo, na
contratação de uma banda de músicos, e o contrato então passa a ser da equipe.
Aqui não estamos tratando de contratos coletivos, ou seja, aqueles provenientes da nego-
ciação coletiva, que estudaremos lá em Direito Coletivo. Aqui se trata de indivíduos, mas cujo
trabalho desenvolvido ultrapassa os limites da individualidade. Sendo assim, é imperioso des-
tacar o tratamento jurídico pertinente.
Veja a posição de Godinho (2020, p. 659):

Contrato coletivo de trabalho corresponde a figura do Direito Coletivo do Trabalho, mediante a qual
seres coletivos empresariais e obreiros pactuam cláusulas assecuratórias de direitos e obrigações
entre si e os dispositivos fixadores de normas jurídicas autônomas aplicáveis à respectiva base
econômico-social.

Então, na classificação doutrinária, existem sim duas espécies de contratos, a depender do


número de empregados envolvidos: contratos individuais ou plúrimos (de equipe)11.
A ideia de pluralidade ou unilateralidade será em relação à quantidade de sujeitos obreiros
existentes na relação. Comparece, no caso de contratos plúrimos, mais de um trabalhador no
polo ativo. Existe aqui uma UNIDADE LABORATIVA.

O PULO DO GATO
Não existe previsão da modalidade de contratos plúrimos na Consolidação das Leis do Traba-
lho (CLT). A jurisprudência vem reconhecendo como mero conjunto de contratos individuais
entre cada empregado e o empregador comum. Com isso, cada trabalhador pode demandar
judicialmente de forma individual. Esse entendimento está amparado pelo princípio do acesso
ao Poder Judiciário e do direito de ação.

A jurisprudência reconhece o vínculo de emprego com o contrato em equipe, reunidos os


pressupostos dos arts. 2 e 3 da CLT; porém, considera que cada trabalhador tem direito de
receber o seu salário.
1
Alguns doutrinadores fazem distinção entre trabalhos em equipe e trabalho plúrimos, mas, para fins de prova, em geral,
1

consideram-se como sinônimos, não sendo aprofundada essa distinção nas provas objetivas.

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Não é preciso que toda a equipe, junta, ajuíze ação no Judiciário para reconhecimento
de seus direitos. No caso em comento, cada empregado da equipe pode ajuizar sua pró-
pria demanda.
Nesse ponto, Godinho (2020, p. 661) arremata:

Nesse quadro normativo e jurisprudencial, ainda que haja apenas um único instrumento do contra-
to, formar-se-iam relações jurídicas empregatícias específicas entre cada obreiro e o empregador
comum, podendo, desse modo, cada um deles demandar individualmente o empregador. É o que
ocorreria, por exemplo, com os músicos integrantes de uma orquestra vinculada estruturalmente a
um clube de dança.

Os tribunais estão compreendendo que o contrato de equipe reúne uma série de feixe de
contratos individuais, numa conexão orgânica envolvendo os componentes do grupo, que pres-
tam, em conjunto, um único serviço ao empregador. Assim, não há relações particularizadas,
mas de toda a equipe ao mesmo tempo.
O contrário, no entanto, não torna o contrato plúrimo. Dessa feita, se existe mais de um
empregador ou grupo econômico, o trabalhador mantém uma relação de contrato individual.
Por exemplo, no caso de empregado de um grupo econômico, o contrato continua sendo indi-
vidual. A situação jurídica do empregado não muda.
Nesse ponto, destaca-se, dessa feita, a Súmula 129 do Tribunal Superior do Trabalho (TST):

CONTRATO DE TRABALHO. GRUPO ECONÔMICO. A prestação de serviços a mais de uma


empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não carac-
teriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário.

2. Contrato de Prestação de Serviço


Deve-se destacar, primeiramente, o conhecimento de uma portaria do ano de 2018, quando
ainda existia o Ministério do Trabalho. Nesse sentido, destaca-se a importância de conhecer
o teor do art. 1, na medida em que, vez ou outra, é lembrado em provas. Veja a Portaria n. 349:

Art. 1º A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, com ou sem
exclusividade, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista no art. 3º do
Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943, que aprova a Consolidação das Leis do Trabalho.
§ 1º Não caracteriza a qualidade de empregado prevista no art. 3º da Consolidação das Leis do
Trabalho o fato de o autônomo prestar serviços a apenas um tomador de serviços.
§ 2º O autônomo poderá prestar serviços de qualquer natureza a outros tomadores de serviços que
exerçam ou não a mesma atividade econômica, sob qualquer modalidade de contrato de trabalho,
inclusive como autônomo.
§ 3º Fica garantida ao autônomo a possibilidade de recusa de realizar atividade demandada pelo
contratante, garantida a aplicação de cláusula de penalidade, caso prevista em contrato.

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§ 4º Motoristas, representantes comerciais, corretores de imóveis, parceiros, e trabalhadores de
outras categorias profissionais reguladas por leis específicas relacionadas a atividades compatíveis
com o contrato autônomo, desde que cumpridos os requisitos do caput, não possuirão a qualidade
de empregado prevista o art. 3º da Consolidação das Leis do Trabalho.
§ 5º. Presente a subordinação jurídica, será reconhecido o vínculo empregatício.

Aqui há diferença entre contrato e emprego. Isso porque, no contrato de prestação de servi-
ços, existe o prestador com autonomia para a realização de serviços referentes a uma ou mais
tarefas para outrem, mediante uma retribuição específica.
Não tratamos dessa matéria na CLT, mas sim no Código Civil (CC). Assim, destaca-se o art.
593, que preceitua: “A prestação de serviço, que não estiver sujeita às leis trabalhistas ou a lei
especial, reger-se-á pelas disposições deste Capítulo”.

O PULO DO GATO
Motoristas, representantes comerciais, corretores de imóveis, parceiros, e trabalhadores de
outras categorias profissionais reguladas por leis específicas relacionadas a atividades com-
patíveis com o contrato autônomo, desde que cumpridos os requisitos do caput, não possuirão
a qualidade de empregado prevista no art. 3º da CLT. Presente a subordinação jurídica, será
reconhecido o vínculo empregatício.

Logo, muito embora a matéria seja julgada na Justiça do Trabalho, o fato é que a prestação
de serviços é tratada mediante a legislação civil.

001. (INÉDITA/2021) A prestação de serviços é uma espécie de relação de trabalho, a ser pro-
cessada e julgada pela Justiça do Trabalho, regulamentada, em capítulo específico, pela CLT.

De fato, a regulamentação é processada e julgada pela Justiça do Trabalho, nos termos do art.
114 da Constituição Federal (CF)/1988, mas a regulamentação é feita pelo CC, a partir do art.
593, que preceitua: “A prestação de serviço, que não estiver sujeita às leis trabalhistas ou a lei
especial, reger-se-á pelas disposições deste Capítulo”.
Errado.

Toda espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial, pode ser contratada me-
diante retribuição.
No contrato de prestação de serviço, quando qualquer das partes não souber ler nem es-
crever, o instrumento poderá ser assinado a rogo e subscrito por duas testemunhas. Observa-
-se a relevância do documento ser escrito, até pela mentalidade diferente do CC, que exige uma
prestação mais formalizada.

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Não se tendo estipulado, nem chegado a acordo as partes, fixar-se-á por arbitramento a
retribuição, segundo o costume do lugar, o tempo de serviço e a sua qualidade.
A retribuição pagar-se-á depois de prestado o serviço, se, por convenção ou costume, não
houver de ser adiantada, ou paga em prestações. A prestação de serviço não se poderá con-
vencionar por mais de quatro anos, embora o contrato tenha por causa o pagamento de dívida
de quem o presta, ou se destine à execução de certa e determinada obra.
O prazo máximo é de quatro anos. É diferente, por exemplo, da previsão do contrato por
prazo determinado e temporário. Importante esse detalhe. Aqui é irrelevante a conclusão ou
não da obra contratada. Com quatro anos, encerra-se a prestação de serviços.
Há uma linha muito tênue, na prática, para desconfigurar a relação de prestação de servi-
ços para uma relação de emprego. Até porque, na prestação de serviços, não incide nenhum
dos direitos que já estudamos, e que estão previstos no art. 7 da CF/1988 e nos ditames da
CLT. Então, quando for cobrada nas provas a prestação de serviços, deve-se esquecer, em tese,
o preceituado na CLT.
Não sendo o prestador de serviço contratado para certo e determinado trabalho, entender-
-se-á que se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com as suas forças e condições. Nes-
se caso, decorridos quatro anos, dar-se-á por findo o contrato, ainda que não concluída a obra.
Não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferi-lo da natureza do contrato ou do
costume do lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio, mediante prévio aviso, pode resolver
o contrato.
Muito embora não seja uma situação de relação de trabalho, o aviso prévio é aqui admitido.
Destaca-se, principalmente, o prazo máximo de quatro anos. Então, não se esqueça: PRAZO
MÁXIMO DE 4 ANOS.
Não se conta no prazo do contrato o tempo em que o prestador de serviço, por culpa sua,
deixou de servir. Se for rompido antes desse prazo, entende-se que é devido o aviso prévio, o
qual deve ser feito da seguinte forma, nos termos do CC, com prazos diferentes dos que cons-
tam no art. 7 da CF/1988, até porque não é relação de emprego:

I – com antecedência de oito dias, se o salário se houver fixado por tempo de um mês, ou mais;
II – com antecipação de quatro dias, se o salário se tiver ajustado por semana, ou quinzena;
III – de véspera, quando se tenha contratado por menos de sete dias.

Vamos fazer um mapa mental para fixar esse aviso prévio melhor.
É possível aviso prévio na prestação
de serviços, nos termos do Código Civil

Aviso prévio de oito dias, se o salário se


houver fixado por tempo de um mês ou
Aviso prévio na véspera, quando se tenha
contratado por menos de sete dias. Aviso prévio mais.

na prestação
de serviços Aviso prévio de quatro dias,
se o salário se tiver ajustado
por semana ou quinzena.

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002. (INÉDITA/2021) No caso de aviso prévio em situações de prestação de serviços no Bra-


sil, nos termos do disposto no CC brasileiro:
a) não há previsão de aviso prévio em caso de prestação de serviço, mas tão só em relação
de emprego.
b) existe previsão de aviso prévio de trinta dias, tal como ocorre na relação de emprego.
c) existe previsão de aviso prévio, sendo sempre em todas as situações o prazo de oito dias de
antecedência.
d) existe previsão de aviso prévio de quatro dias, se o salário se tiver ajustado por semana,
ou quinzena.

Existe sim a previsão de aviso prévio, nos exatos termos do art. 599 do CC:

Não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir da natureza do contrato, ou do costume do
lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio, mediante prévio aviso, pode resolver o contrato.
Parágrafo único. Dar-se-á o aviso:
I – com antecedência de oito dias, se o salário se houver fixado por tempo de um mês, ou mais;
II – com antecipação de quatro dias, se o salário se tiver ajustado por semana, ou quinzena;
III – de véspera, quando se tenha contratado por menos de sete dias.
Letra d.

O prestador de serviço contratado por tempo certo, ou por obra determinada, não se pode
ausentar, ou ser despedido sem justa causa, antes de preenchido o tempo, ou concluída a obra.
Caso seja despedido sem justa causa, terá direito à retribuição vencida, mas responderá
por perdas e danos. O mesmo dar-se-á se for despedido por justa causa.
Se o prestador de serviço for despedido sem justa causa, a outra parte será obrigada a
pagar-lhe por inteiro a retribuição vencida, e por metade a que lhe tocaria de então ao termo
legal do contrato.
Findo o contrato, o prestador de serviço tem direito a exigir da outra parte a declaração de
que o contrato está findo. Igual direito lhe cabe se for despedido sem justa causa, ou se tiver
havido motivo justo para deixar o serviço.
Nem aquele a quem os serviços são prestados poderá transferir a outrem o direito aos
serviços ajustados, nem o prestador de serviços, sem aprazimento da outra parte, poderá dar
substituto que os preste.
Se o serviço for prestado por quem não possua título de habilitação, ou não satisfaça ou-
tros requisitos estabelecidos em lei, não poderá quem os prestou cobrar a retribuição normal-
mente correspondente ao trabalho executado.
Mas se deste resultar benefício para a outra parte, o juiz atribuirá a quem o prestou uma
compensação razoável, desde que tenha agido com boa-fé. Não se aplica essa compensação
razoável quando a proibição da prestação de serviço resultar de lei de ordem pública.
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O contrato de prestação de serviço acaba com a morte de qualquer das partes. A mor-
te dissolve o contrato de prestação de serviços, diferente do que pode ocorrer na relação
de emprego.
Termina, ainda, pelo escoamento do prazo, pela conclusão da obra, pela rescisão do con-
trato mediante aviso prévio, por inadimplemento de qualquer das partes, ou pela impossibilida-
de da continuação do contrato, motivada por força maior.
Aquele que aliciar pessoas obrigadas em contrato escrito a prestar serviço a outrem pa-
gará a elas a importância que ao prestador de serviço, pelo ajuste desfeito, houvesse de caber
durante dois anos, como uma espécie de indenização.
A alienação do prédio agrícola, onde a prestação dos serviços se opera, não importa a
rescisão do contrato, salvo ao prestador opção entre continuá-lo com o adquirente da proprie-
dade ou com o primitivo contratante. Aqui pode existir ou não a continuidade da prestação
do serviço.

O PULO DO GATO
A matéria referente à prestação de serviços não é regida pela CLT, como a relação de emprego,
mas sim pelo CC, a partir do art. 593. Não sendo o prestador de serviço contratado para certo e
determinado trabalho, entender-se-á que se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com
as suas forças e condições.

Vamos fixar no mapa mental abaixo.

O prestador de serviço contratado Regulamentada pelo CC (não, pela CLT).


não se pode ausentar ou despedir
sem justa causa, antes de preenchido
o tempo ou concluída a obra.
Toda a espécie de serviço ou trabalho

Prestação de lícito, material ou imaterial pode ser


contratada mediante retribuição.
Decorridos quatro anos, dar-se-á
por findo o contrato, ainda que
serviços
não concluída a obra. A retribuição pagar-se-á depois
de prestado o serviço, se, por
convenção ou costume, não
houver de ser adiantada, ou
paga em prestações.

Não se poderá convencionar


por mais de quatro anos.

3. Contrato de Mandato
O contrato de mandato é tratado também pelo CC, em vez da CLT. É diferente do contrato
de trabalho, mas é uma forma de prestação de serviços. É o que chamamos de relação de tra-
balho, que é o gênero, do qual a prestação de serviço é espécie.

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Configura-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome,
praticar atos ou administrar interesses.
Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento particu-
lar, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante. O instrumento particular que trata
do mandato deve conter a indicação do lugar onde foi passado, a qualificação do outorgante
e do outorgado, a data e o objetivo da outorga, com a designação e a extensão dos poderes
conferidos.
Ainda quando se outorgue mandato por instrumento público, pode substabelecer-se me-
diante instrumento particular. O mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito.
A outorga do mandato está sujeita à forma exigida por lei para o ato a ser praticado. Não
se admite mandato verbal quando o ato deva ser celebrado por escrito. Então, a conclusão é
que nem sempre o mandato pode ser verbal. Cuidado com o enunciado da questão da prova.
Esses tipos de contratos que estamos estudando neste livro digital tanto podem ser cobra-
dos nas provas de Direito do Trabalho quanto nas provas de Direito Civil.

O PULO DO GATO
Cuidado para não confundir no gabarito: o mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou es-
crito. A outorga do mandato está sujeita à forma exigida por lei para o ato a ser praticado. Não
se admite mandato verbal quando o ato deva ser celebrado por escrito.

Vamos fixar no mapa mental as principais características.

Quando alguém recebe de outrem


poderes para, em seu nome, praticar
atos ou administrar interesses.

O mandato presume-se gratuito


quando não houver sido Todas as pessoas capazes são aptas
estipulada retribuição. para dar procuração mediante
Contrato de instrumento particular.

Não se admite mandato verbal mandato


quando o ato deva ser
Pode ser expresso ou tácito,
celebrado por escrito.
verbal ou escrito.

O mandato pode ser gratuito ou oneroso. O mandato presume-se gratuito quando não hou-
ver sido estipulada retribuição, exceto se o seu objeto corresponder ao daqueles que o manda-
tário trata por ofício ou profissão lucrativa.
Se o mandato for oneroso, caberá ao mandatário a retribuição prevista em lei ou no con-
trato. Sendo estes omissos, será ela determinada pelos usos do lugar, ou, na falta destes, por
arbitramento.

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003. (INÉDITA/2021) São características do mandato:


a) verbal.
b) escrito.
c) oneroso.
d) gratuito.
e) todas as alternativas.

Todas as alternativas estão corretas. Nesse sentido, nota-se o CC: “Art. 656. O mandato pode
ser expresso ou tácito, verbal ou escrito.”.
Letra e.

A aceitação do mandato pode ser tácita, e resulta do começo de execução. O mandato


pode ser especial a um ou mais negócios determinadamente, ou geral a todos os do mandan-
te. O mandato em termos gerais só confere poderes de administração.
Importante para o seguinte aspecto acerca dos limites dos poderes do mandato: isso por-
que, nos termos do art. 661 do CC:

§ 1º Para alienar, hipotecar, transigir, ou praticar outros quaisquer atos que exorbitem da administra-
ção ordinária, depende a procuração de poderes especiais e expressos.

O poder de transigir não importa o de firmar compromisso. Segundo o art. 662 do CC:

Os atos praticados por quem não tenha mandato, ou o tenha sem poderes suficientes, são inefica-
zes em relação àquele em cujo nome foram praticados, salvo se este os ratificar.
Parágrafo único. A ratificação há de ser expressa, ou resultar de ato inequívoco, e retroagirá à data
do ato.

Nesse ponto, temos os poderes do mandatário, dispostos nos arts. 664 e 665 do CC.

Art. 664. O mandatário tem o direito de reter, do objeto da operação que lhe foi cometida, quanto
baste para pagamento de tudo que lhe for devido em consequência do mandato.
Art. 665. O mandatário que exceder os poderes do mandato, ou proceder contra eles, será conside-
rado mero gestor de negócios, enquanto o mandante lhe não ratificar os atos.

Importante saber para as provas: quem pode ser o mandatário? O maior de dezesseis e
menor de dezoito anos não emancipado pode ser mandatário, mas o mandante não tem ação
contra ele senão de conformidade com as regras gerais, aplicáveis às obrigações contraídas
por menores.

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Essa exigência da idade é importante, na medida em que, conforme o art. 667 do CC:

O mandatário é obrigado a aplicar toda sua diligência habitual na execução do mandato, e a inde-
nizar qualquer prejuízo causado por culpa sua ou daquele a quem substabelecer, sem autorização,
poderes que devia exercer pessoalmente.

A atividade do mandatário é personalíssima, na medida em que só pode o mandato se


substituir por outro se houver autorização expressa do mandatário. O referido artigo dispõe:

§ 1º Se, não obstante proibição do mandante, o mandatário se fizer substituir na execução do man-
dato, responderá ao seu constituinte pelos prejuízos ocorridos sob a gerência do substituto, embora
provenientes de caso fortuito, salvo provando que o caso teria sobrevindo, ainda que não tivesse
havido substabelecimento.
§ 2º Havendo poderes de substabelecer, só serão imputáveis ao mandatário os danos causados
pelo substabelecido, se tiver agido com culpa na escolha deste ou nas instruções dadas a ele.

Mas tudo é limitado pelos poderes dados pelo mandante que pode proibir o substabeleci-
mento. Veja o estabelecido nos seguintes artigos do CC:

Art. 668. O mandatário é obrigado a dar contas de sua gerência ao mandante, transferindo-lhe as
vantagens provenientes do mandato, por qualquer título que seja.
Art. 669. O mandatário não pode compensar os prejuízos a que deu causa com os proveitos que, por
outro lado, tenha granjeado ao seu constituinte.
Art. 670. Pelas somas que devia entregar ao mandante ou recebeu para despesa, mas empregou em
proveito seu, pagará o mandatário juros, desde o momento em que abusou.

Pode haver mais de um mandatário envolvido na relação:

Art. 672. Sendo dois ou mais os mandatários nomeados no mesmo instrumento, qualquer deles
poderá exercer os poderes outorgados, se não forem expressamente declarados conjuntos, nem
especificamente designados para atos diferentes, ou subordinados a atos sucessivos. Se os man-
datários forem declarados conjuntos, não terá eficácia o ato praticado sem interferência de todos,
salvo havendo ratificação, que retroagirá à data do ato.

Embora ciente da morte, interdição ou mudança de estado do mandante, deve o mandatá-


rio concluir o negócio já começado, se houver perigo na demora.
Por sua vez, segundo o arts. 675 e 676 do CC:

Art. 675. O mandante é obrigado a satisfazer todas as obrigações contraídas pelo mandatário, na
conformidade do mandato conferido, e adiantar a importância das despesas necessárias à execu-
ção dele, quando o mandatário lho pedir.
Art. 676. É obrigado o mandante a pagar ao mandatário a remuneração ajustada e as despesas da
execução do mandato, ainda que o negócio não surta o esperado efeito, salvo tendo o mandatário
culpa.

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Veja que aqui não estamos tratando de salários.


O CC prossegue discorrendo sobre as obrigações dos mandantes nos artigos seguintes:

Art. 677. As somas adiantadas pelo mandatário, para a execução do mandato, vencem juros desde
a data do desembolso.
Art. 678. É igualmente obrigado o mandante a ressarcir ao mandatário as perdas que este sofrer
com a execução do mandato, sempre que não resultem de culpa sua ou de excesso de poderes.
Art. 679. Ainda que o mandatário contrarie as instruções do mandante, se não exceder os limites do
mandato, ficará o mandante obrigado para com aqueles com quem o seu procurador contratou; mas
terá contra este ação pelas perdas e danos resultantes da inobservância das instruções.

Um dos pontos mais importantes para as provas são os motivos de cessação do mandato,
estabelecidos no art. 682 do CC:

Art. 682. Cessa o mandato:


I – pela revogação ou pela renúncia;
II – pela morte ou interdição de uma das partes;
III – pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os poderes, ou o mandatário para
os exercer;
IV – pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio.

Observe a cláusula de revogabilidade do mandato, expressa no arts. 683 a 691 do CC:

Art. 683. Quando o mandato contiver a cláusula de irrevogabilidade e o mandante o revogar, pagará
perdas e danos.
Art. 684. Quando a cláusula de irrevogabilidade for condição de um negócio bilateral, ou tiver sido
estipulada no exclusivo interesse do mandatário, a revogação do mandato será ineficaz.
Art. 685. Conferido o mandato com a cláusula “em causa própria”, a sua revogação não terá eficácia,
nem se extinguirá pela morte de qualquer das partes, ficando o mandatário dispensado de prestar
contas, e podendo transferir para si os bens móveis ou imóveis objeto do mandato, obedecidas as
formalidades legais.
Art. 686, Parágrafo único. É irrevogável o mandato que contenha poderes de cumprimento ou con-
firmação de negócios encetados, aos quais se ache vinculado.
Art. 687. Tanto que for comunicada ao mandatário a nomeação de outro, para o mesmo negócio,
considerar-se-á revogado o mandato anterior.
Art. 688. A renúncia do mandato será comunicada ao mandante, que, se for prejudicado pela sua
inoportunidade, ou pela falta de tempo, a fim de prover à substituição do procurador, será indenizado
pelo mandatário, salvo se este provar que não podia continuar no mandato sem prejuízo considerá-
vel, e que não lhe era dado substabelecer.

Art. 690. Se falecer o mandatário, pendente o negócio a ele cometido, os herdeiros, tendo ciência
do mandato, avisarão o mandante, e providenciarão a bem dele, como as circunstâncias exigirem.
Art. 691. Os herdeiros, no caso do artigo antecedente, devem limitar-se às medidas conservatórias,
ou continuar os negócios pendentes que se não possam demorar sem perigo, regulando-se os seus
serviços dentro desse limite, pelas mesmas normas a que os do mandatário estão sujeitos.

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Contrato de Trabalho e Contratos Afins
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Vamos recapitular o importante da disciplina pelo mapa mental abaixo.


É obrigado a satisfazer todas as obrigações contraídas pelo
mandatário.
Pagar ao mandatário a remuneração ajustada e as despesas
da execução do mandato, ainda que o negócio não surta o
Partes da relação Mandante
esperado efeito.

de mandato Ressarcir ao mandatário as perdas que este sofrer com a exe-


cução do mandato, sempre que não resultem de culpa sua ou
de excesso de poderes.

É obrigado a aplicar toda sua diligência habitual na execução


do mandato.
Tem que indenizar qualquer prejuízo causado por culpa sua ou
daquele a quem substabelecer, sem autorização, poderes que
devia exercer pessoalmente.
Mandatário
É obrigado a dar contas de sua gerência ao mandante, trans-
ferindo-lhe as vantagens provenientes do mandato, por qual-
quer título que seja.

4. Contrato de Parceria Rural


Acerca desse contrato, destaco a definição de Godinho (2021, p. 732):

Parceria rural é o contrato mediante o qual uma ou mais pessoas comprometem-se a realizar ou
mandar realizar uma ou mais tarefas agrícolas ou pecuárias, em área rural ou prédio rústico, para
um tomador de serviço rural, sob a imediata direção do próprio prestador e mediante uma retribui-
ção especificada.

As atividades dessa parceria podem ser de natureza agrícola, pecuária, agroindustrial e


extrativa. Essa atividade seria em área rural ou prédio rústico.
O trabalhador recebe do tomador rural um imóvel rural ou prédio rústico para ser cultivado
pelo obreiro ou sob sua ordem, com a divisão da produção em partes que eles ajustam entre
si. É como uma modalidade de contrato societário, mas no meio rural.
As partes contratantes repartem entre si o ônus da utilização dos maquinários, implemen-
tos agrícolas etc. Ambos podem trabalhar na lavoura ou pecuária. Na parceria rural, o traba-
lhador recebe do tomador rural um ou mais animais para, pessoalmente ou por sua ordem,
trabalhar com os referidos.
A Lei n. 4.504/1964 dispõe o seguinte a respeito dos contratos de parceria rural:

Art. 92. A posse ou uso temporário da terra serão exercidos em virtude de contrato expresso ou
tácito, estabelecido entre o proprietário e os que nela exercem atividade agrícola ou pecuária, sob
forma de arrendamento rural, de parceria agrícola, pecuária, agro industrial e extrativa.
§ 1º O proprietário garantirá ao arrendatário ou parceiro o uso e gozo do imóvel arrendado ou cedido
em parceria.
§ 2º No caso de alienação do imóvel arrendado, o arrendatário terá preferência para adquiri-lo em
igualdade de condições, devendo o proprietário dar-lhe conhecimento da venda, a fim de que possa

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exercitar o direito de perempção dentro de trinta dias, a contar da notificação judicial ou comprova-
damente efetuada, mediante recibo.
§ 6º O inadimplemento das obrigações assumidas por qualquer das partes dará lugar, facultativa-
mente, à rescisão do contrato de arrendamento ou de parceria.

Art. 93. Ao proprietário é vedado exigir do arrendatário ou do parceiro:


I – prestação de serviço gratuito;
II – exclusividade da venda da colheita;
III – obrigatoriedade do beneficiamento da produção em seu estabelecimento;
IV – obrigatoriedade da aquisição de gêneros e utilidades em seus armazéns ou barracões;
V – aceitação de pagamento em “ordens”, “vales”, “borós” ou outras formas regionais substitutivas
da moeda.
Parágrafo único. Ao proprietário que houver financiado o arrendatário ou parceiro, por inexistência
de financiamento direto, será facultado exigir a venda da colheita até o limite do financiamento con-
cedido, observados os níveis de preços do mercado local.

Art. 95. Quanto ao arrendamento rural, observar-se-ão os seguintes princípios:


I – os prazos de arrendamento terminarão sempre depois de ultimada a colheita, inclusive a de plan-
tas forrageiras temporárias cultiváveis. No caso de retardamento da colheita por motivo de força
maior, considerar-se-ão esses prazos prorrogados nas mesmas condições, até sua ultimação;
II – presume-se feito, no prazo mínimo de três anos, o arrendamento por tempo indeterminado, ob-
servada a regra do item anterior;
III – o arrendatário, para iniciar qualquer cultura cujos frutos não possam ser recolhidos antes de
terminado o prazo de arrendamento, deverá ajustar, previamente, com o arrendador a forma de pa-
gamento do uso da terra por esse prazo excedente;
IV – em igualdade de condições com estranhos, o arrendatário terá preferência à renovação do ar-
rendamento, devendo o proprietário, até 6 (seis) meses antes do vencimento do contrato, fazer-lhe
a competente notificação extrajudicial das propostas existentes. Não se verificando a notificação
extrajudicial, o contrato considera-se automaticamente renovado, desde que o arrendador, nos 30
(trinta) dias seguintes, não manifeste sua desistência ou formule nova proposta, tudo mediante sim-
ples registro de suas declarações no competente Registro de Títulos e Documentos;
V – os direitos assegurados no inciso IV do caput deste artigo não prevalecerão se, no prazo de 6
(seis) meses antes do vencimento do contrato, o proprietário, por via de notificação extrajudicial,
declarar sua intenção de retomar o imóvel para explorá-lo diretamente ou por intermédio de descen-
dente seu;
VI – sem expresso consentimento do proprietário é vedado o subarrendamento;
VII – poderá ser acertada, entre o proprietário e arrendatário, cláusula que permita a substituição de
área arrendada por outra equivalente no mesmo imóvel rural, desde que respeitadas as condições
de arrendamento e os direitos do arrendatário;
VIII – o arrendatário, ao termo do contrato, tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e
úteis; será indenizado das benfeitorias voluptuárias quando autorizadas pelo proprietário do solo; e,
enquanto o arrendatário não for indenizado das benfeitorias necessárias e úteis, poderá permanecer
no imóvel, no uso e gozo das vantagens por ele oferecidas, nos termos do contrato de arrendamento
e das disposições do inciso I deste artigo;

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IX – constando do contrato de arrendamento animais de cria, de corte ou de trabalho, cuja forma de
restituição não tenha sido expressamente regulada, o arrendatário é obrigado, findo ou rescindido o
contrato, a restituí-los em igual número, espécie e valor;
X – o arrendatário não responderá por qualquer deterioração ou prejuízo a que não tiver dado causa;
XI – na regulamentação desta Lei, serão complementadas as seguintes condições que, obrigatoria-
mente, constarão dos contratos de arrendamento:
a) limites da remuneração e formas de pagamento em dinheiro ou no seu equivalente em produtos.

XII – A remuneração do arrendamento, sob qualquer forma de pagamento, não poderá ser superior a
15% (quinze por cento) do valor cadastral do imóvel, incluídas as benfeitorias que entrarem na com-
posição do contrato, salvo se o arrendamento for parcial e recair apenas em glebas selecionadas
para fins de exploração intensiva de alta rentabilidade, caso em que a remuneração poderá ir até o
limite de 30% (trinta por cento).

Art. 96. Na parceria agrícola, pecuária, agro industrial e extrativa, observar-se-ão os seguintes prin-
cípios:
I – o prazo dos contratos de parceria, desde que não convencionados pelas partes, será no mínimo
de três anos, assegurado ao parceiro o direito à conclusão da colheita [...];
II – expirado o prazo, se o proprietário não quiser explorar diretamente a terra por conta própria, o
parceiro em igualdade de condições com estranhos, terá preferência para firmar novo contrato de
parceria;
III – as despesas com o tratamento e criação dos animais, não havendo acordo em contrário, corre-
rão por conta do parceiro tratador e criador;
IV – o proprietário assegurará ao parceiro que residir no imóvel rural, e para atender ao uso exclusi-
vo da família deste, casa de moradia higiênica e área suficiente para horta e criação de animais de
pequeno porte.
VII – Aplicam-se à parceria agrícola, pecuária, agropecuária, agroindustrial ou extrativa as normas
pertinentes ao arrendamento rural, no que couber, bem como as regras do contrato de sociedade, no
que não estiver regulado pela presente Lei.
VIII – O proprietário poderá sempre cobrar do parceiro, pelo seu preço de custo, o valor de fertilizan-
tes e inseticidas fornecidos no percentual que corresponder à participação deste, em qualquer das
modalidades previstas [...];
§ 1º Parceria rural é o contrato agrário pelo qual uma pessoa se obriga a ceder à outra, por tempo
determinado ou não, o uso específico de imóvel rural, de parte ou partes dele, incluindo, ou não,
benfeitorias, outros bens e/ou facilidades, com o objetivo de nele ser exercida atividade de explora-
ção agrícola, pecuária, agroindustrial, extrativa vegetal ou mista; e/ou lhe entrega animais para cria,
recria, invernagem, engorda ou extração de matérias-primas de origem animal, mediante partilha,
isolada ou cumulativamente, dos seguintes riscos:
I – caso fortuito e de força maior do empreendimento rural;
II – dos frutos, produtos ou lucros havidos nas proporções que estipularem, observados os limites
percentuais estabelecidos no inciso VI do caput deste artigo;
III – variações de preço dos frutos obtidos na exploração do empreendimento rural.
§ 2º As partes contratantes poderão estabelecer a prefixação, em quantidade ou volume, do mon-
tante da participação do proprietário, desde que, ao final do contrato, seja realizado o ajustamento
do percentual pertencente ao proprietário, de acordo com a produção.

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§ 3º Eventual adiantamento do montante prefixado não descaracteriza o contrato de parceria.
§ 4º Os contratos que prevejam o pagamento do trabalhador, parte em dinheiro e parte em percentu-
al na lavoura cultivada ou em gado tratado, são considerados simples locação de serviço, regulada
pela legislação trabalhista, sempre que a direção dos trabalhos seja de inteira e exclusiva responsa-
bilidade do proprietário, locatário do serviço a quem cabe todo o risco, assegurando-se ao locador,
pelo menos, a percepção do salário mínimo no cômputo das 2 (duas) parcelas.

Com base nessas informações que também estão presentes na Lei do Estatuto da Terra,
vamos verificar os aspectos mais importantes para a sua prova nos mapas mentais.

O prazo dos contratos de parceria, desde


que não convencionados pelas partes,
será no mínimo de três anos, assegurado
ao parceiro o direito à conclusão da
colheita.

A posse ou uso temporário da terra


serão exercidos em virtude de contrato
As despesas com o tratamento e criação
expresso ou tácito.
dos animais, não havendo acordo em
contrário, correrão por conta do parceiro
tratador e criador.
PARCERIA Estabelecido entre o proprietário e os
que nela exercem atividade agrícola ou
RURAL
pecuária.
Aplicam-se à parceria agrícola, pecuária,
agropecuária, agroindustrial ou extrativa
às normas pertinentes ao arrendamento
Sob forma de arrendamento rural, de
rural, no que couber, bem como as regras
parceria agrícola, pecuária, agro industrial
do contrato de sociedade.
e extrativa.

Eventual adiantamento do montante


prefixado não descaracteriza o contrato
. de parceria.

5. Contrato de Representação Comercial


Vamos ter atenção aqui a duas espécies de representação. Existem duas figuras na
legislação:
• a) O representante comercial empregado, que é aquele regido pela CLT, ou seja, que pos-
sui um contrato de trabalho firmado com um empregador, com carteira de trabalho assi-
nada, que tem direito a salário, férias, 13º salário e os demais direitos inerentes à relação
de emprego. Só pode ser uma pessoa física (não podendo ser pessoa jurídica); presta

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serviço de natureza não eventual (de forma contínua, habitual); age sob subordinação
(atua sob o poder de direção do empregador), de forma pessoal (não pode ser substituí-
do por outro); e seu contrato é oneroso (recebe salário pelos serviços prestados);
• b) O representante comercial autônomo possui sua relação contratual estabelecida
pela Lei n. 4.886/1965. Pode ser uma pessoa física ou jurídica, não possui horário fixo
de trabalho, não possui subordinação jurídica em relação ao representado, não possui
pessoalidade (pode ser substituído ou auxiliado por outras pessoas). Não tem direito a
salário, férias, 13º salário, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), sendo que
sua remuneração é através de comissões.

Importante ver a abordagem do representante comercial autônomo, para diferenciar do


representante comercial empregado.
O contrato de representação comercial é regulado pela Lei n. 4886/1965, tendo uma cono-
tação mais empresarial e que causa, na prática, dúvidas sobre a utilização fraudulenta para fins
de descaracterizar um contrato de emprego. Destaque-se, ainda, julgado recente do Superior
Tribunal Federal (STF), do ano de 2020, acerca da competência da Justiça Comum para fins
de processar e julgar os causos de autêntica relação de representação comercial autônoma.

O PULO DO GATO
A tese de repercussão geral fixada em 2020 no STF foi a seguinte:

Preenchidos os requisitos dispostos na Lei n. 4.886/1965, compete à Justiça Comum o


julgamento de processos envolvendo relação jurídica entre representante e representada
comerciais, uma vez que não há relação de trabalho entre as partes.

004. (INÉDITA/2021) Para fins de julgamento e processamento da relação de representação


comercial, nos termos da Lei n. 4.886/1965 a competência é da justiça do trabalho, por se tra-
tar de relação de trabalho, nos termos da atual jurisprudência dos Tribunais Superiores.

O STF decidiu que a competência para processar e julgar ações que envolvam contratos de
representação comercial autônoma é da Justiça Comum, e não da Justiça do Trabalho. A
questão foi objeto do Recurso Extraordinário (RE) 606003, com repercussão geral (Tema 550),
julgado na sessão virtual encerrada em 25/9/2020, e vai orientar decisões em processos se-
melhantes sobrestados em outras instâncias. Logo, a competência é da Justiça Comum.
Errado.

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Mas também existe entendimento de 2019 do Tribunal Superior do Trabalho (TST), em rela-
ção à competência da Justiça do Trabalho para fins de apreciação de ser a competência para
os casos de representação comercial como pessoa física.
A 7ª Turma do TST decidiu que a Justiça do Trabalho é competente para resolver confli-
to envolvendo relação de trabalho do representante comercial, ainda que não haja pedido de
reconhecimento de vínculo de emprego (TST – RR 1423-08.2010.5.15.0129, DEJT 05/07/19).
O fundamento da decisão consta da ementa, que dispõe:

LIDE DECORRENTE DE CONTRATO DE REPRESENTAÇÃO COMERCIAL CELEBRADO POR


PESSOA FÍSICA. COMPETÊNCIA MATERIAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO. Desde a Emenda
Constitucional n. 45/2004, a competência dessa Justiça Especializada foi significativa-
mente ampliada para albergar todas as relações de trabalho entre pessoas físicas, e não
mais apenas as lides decorrentes de vínculo de emprego. Na hipótese dos autos, o autor,
na qualidade de representante comercial autônomo, pleiteia parcelas do contrato civil
estabelecido com a ré. Não se trata, assim de lide civil entre pessoas jurídicas, mas de
discussão em torno do trabalho prestado por pessoa física, a atrair a competência da
Justiça do Trabalho, nos exatos termos do artigo 114, I, da Constituição Federal. Prece-
dentes. Recurso de revista conhecido e provido.

Então, é preciso ficar atento às duas informações que apontei acima para fins de prova e
de gabaritar, o que é mais importante! Em suma: a competência para discutir não só a cobran-
ça de comissão de representação comercial autônoma mas todas as questões envolvendo a
relação entre o representante e o representado é da Justiça Comum Estadual. Já se o repre-
sentante comercial for empregado do representado (com Carteira de Trabalho e Previdência
Social registrada) a competência será da Justiça do Trabalho.
Segundo o art. 1º da Lei n. 4.886/1965:

Exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem relação de
emprego, que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou mais pessoas, a mediação
para a realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para, transmiti-los aos
representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios.

Para isso, serão remunerados. Somente será devida remuneração, como mediador de ne-
gócios comerciais, a representante comercial devidamente registrado.
É obrigatório o registro dos que exerçam a representação comercial autônoma nos Conse-
lhos Regionais. Nos casos de transferência ou de exercício simultâneo da profissão, em mais
de uma região, serão feitas as devidas anotações na carteira profissional do interessado, pelos
respectivos Conselhos Regionais.
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Esses Conselhos Regionais são criados pelo Conselho Federal, aos quais incumbirá a fis-
calização do exercício da profissão, na forma da Lei n. 4.886/1965. É vedado, aos Conselhos
Federal e Regionais dos Representantes Comerciais, desenvolverem quaisquer atividades
não compreendidas em suas finalidades previstas nesta Lei, inclusive as de caráter político e
partidárias.
As pessoas jurídicas deverão fazer prova de sua existência legal.

O PULO DO GATO
REPRESENTANTE COMERCIAL pode ser pessoa física ou jurídica, sem relação de emprego,
que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou mais pessoas, a mediação
para a realização de negócios mercantis.

Nem todos podem ser representante comercial. Conforme o art. 4º da Lei n. 4.886/1965:

Não pode ser representante comercial:


a) o que não pode ser comerciante;
b) o falido não reabilitado;
c) o que tenha sido condenado por infração penal de natureza infamante, tais como falsidade, este-
lionato, apropriação indébita, contrabando, roubo, furto, lenocínio ou crimes também punidos com
a perda de cargo público;
d) o que estiver com seu registro comercial cancelado como penalidade.

O representante comercial pessoa física, como responsável técnico de pessoa jurídica de-
vidamente registrada no Conselho Regional dos Representantes Comerciais, pagará anuidade
em valor correspondente a 50% (cinquenta por cento) da anuidade devida pelos demais profis-
sionais autônomos registrados no mesmo Conselho.
Os arts. 18 e 19 da Lei n. 4.886/1965 dispõe o seguinte:

Art. 19. Compete aos Conselhos Regionais aplicar, ao representante comercial faltoso, as seguintes
penas disciplinares:
a) advertência, sempre sem publicidade;
b) multa até a importância equivalente ao maior salário mínimo vigente no País;
c) suspensão do exercício profissional, até um (1) ano;
d) cancelamento do registro, com apreensão da carteira profissional.
§ 1º No caso de reincidência ou de falta manifestamente grave, o representante comercial poderá
ser suspenso do exercício de sua atividade ou ter cancelado o seu registro.
§ 2º As penas disciplinares serão aplicadas após processo regular, sem prejuízo, quando couber, da
responsabilidade civil ou criminal.

Art. 19. Constituem faltas no exercício da profissão de representante comercial:


a) prejudicar, por dolo ou culpa, os interesses confiados aos seus cuidados;

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b) auxiliar ou facilitar, por qualquer meio, o exercício da profissão aos que estiverem proibidos, im-
pedidos ou não habilitados a exercê-la;
c) promover ou facilitar negócios ilícitos, bem como quaisquer transações que prejudiquem interes-
se da Fazenda Pública;
d) violar o sigilo profissional;
e) negar ao representado as competentes prestações de contas, recibos de quantias ou documen-
tos que lhe tiverem sido entregues, para qualquer fim;
f) recusar a apresentação da carteira profissional, quando solicitada por quem de direito.

O contrato de representação comercial exige alguns requisitos, dispostas no art. 27 da


mesma Lei:

Do contrato de representação comercial, além dos elementos comuns e outros a juízo dos interes-
sados, constarão obrigatoriamente:
a) condições e requisitos gerais da representação;
b) indicação genérica ou específica dos produtos ou artigos objeto da representação; c) prazo certo
ou indeterminado da representação;
d) indicação da zona ou zonas em que será exercida a representação;
e) garantia ou não, parcial ou total, ou por certo prazo, da exclusividade de zona;
f) retribuição e época do pagamento, pelo exercício da representação, dependente da efetiva realiza-
ção dos negócios, e recebimento, ou não, pelo representado, dos valores respectivos;
g) os casos em que se justifique a restrição de zona concedida com exclusividade;
h) obrigações e responsabilidades das partes contratantes:
i) exercício exclusivo ou não da representação a favor do representado;
j) indenização devida ao representante pela rescisão do contrato fora dos casos previstos no art. 35,
cujo montante não poderá ser inferior a 1/12 (um doze avos) do total da retribuição auferida durante
o tempo em que exerceu a representação.

Muito cuidado com a seguinte peculiaridade, expressa no mesmo artigo:

§ 1º Na hipótese de contrato a prazo certo, a indenização corresponderá à importância equivalente


à média mensal da retribuição auferida até a data da rescisão, multiplicada pela metade dos meses
resultantes do prazo contratual.
§ 2º O contrato com prazo determinado, uma vez prorrogado o prazo inicial, tácita ou expressamen-
te, torna-se a prazo indeterminado.

O PULO DO GATO
O contrato de representação comercial tanto pode ser por prazo determinado ou indetermina-
do o que altera o direito e valores concernentes à ruptura do contrato.

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Confira os ditames seguintes da Lei n. 4.886/1965:

§ 3º Considera-se por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro de seis meses, a outro
contrato, com ou sem determinação de prazo.
Art. 28. O representante comercial fica obrigado a fornecer ao representado, segundo as disposi-
ções do contrato ou, sendo este omisso, quando lhe for solicitado, informações detalhadas sobre o
andamento dos negócios a seu cargo, devendo dedicar-se à representação, de modo a expandir os
negócios do representado e promover os seus produtos.
Art. 29. Salvo autorização expressa, não poderá o representante conceder abatimentos, descontos
ou dilações, nem agir em desacordo com as instruções do representado.
Art. 30. Para que o representante possa exercer a representação em Juízo, em nome do represen-
tado, requer-se mandato expresso. Incumbir-lhe-á porém, tomar conhecimento das reclamações
atinentes aos negócios, transmitindo-as ao representado e sugerindo as providências acauteladoras
do interesse deste.
Parágrafo único. O representante, quanto aos atos que praticar, responde segundo as normas do
contrato e, sendo este omisso, na conformidade do direito comum.

Fique atento com as peculiaridades das zonas de atuação do representante comercial:

Art. 31. Prevendo o contrato de representação a exclusividade de zona ou zonas, ou quando este
for omisso, fará jus o representante à comissão pelos negócios aí realizados, ainda que diretamente
pelo representado ou por intermédio de terceiros.

O PULO DO GATO
A exclusividade de representação não se presume na ausência de ajustes expressos. O repre-
sentante comercial adquire o direito às comissões quando do pagamento dos pedidos ou pro-
postas. O pagamento das comissões deverá ser efetuado até o dia 15 do mês subsequente ao
da liquidação da fatura, acompanhada das respectivas cópias das notas fiscais. As comissões
pagas fora do prazo previsto no parágrafo anterior deverão ser corrigidas monetariamente. É
facultado ao representante comercial emitir títulos de créditos para cobrança de comissões.
As comissões deverão ser calculadas pelo valor total das mercadorias.

A Lei n. 4.886/1965 prossegue com os seguintes postulados:

Art. 32, § 5º Em caso de rescisão injusta do contrato por parte do representando, a eventual retri-
buição pendente, gerada por pedidos em carteira ou em fase de execução e recebimento, terá ven-
cimento na data da rescisão.
§ 7º São vedadas na representação comercial alterações que impliquem, direta ou indiretamente,
a diminuição da média dos resultados auferidos pelo representante nos últimos seis meses de vi-
gência.
Art. 33. Não sendo previstos, no contrato de representação, os prazos para recusa das propostas
ou pedidos, que hajam sido entregues pelo representante, acompanhados dos requisitos exigíveis,

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ficará o representado obrigado a creditar-lhe a respectiva comissão, se não manifestar a recusa, por
escrito, nos prazos de 15, 30, 60 ou 120 dias, conforme se trate de comprador domiciliado, respecti-
vamente, na mesma praça, em outra do mesmo Estado, em outro Estado ou no estrangeiro.
§ 1º Nenhuma retribuição será devida ao representante comercial, se a falta de pagamento resultar
de insolvência do comprador, bem como se o negócio vier a ser por ele desfeito ou for sustada a en-
trega de mercadorias devido à situação comercial do comprador, capaz de comprometer ou tornar
duvidosa a liquidação.
§ 2º Salvo ajuste em contrário, as comissões devidas serão pagas mensalmente, expedindo o repre-
sentado a conta respectiva, conforme cópias das faturas remetidas aos compradores, no respectivo
período.
§ 3º Os valores das comissões para efeito tanto do pré-aviso como da indenização, prevista nesta
lei, deverão ser corrigidos monetariamente.
Art. 34. A denúncia, por qualquer das partes, sem causa justificada, do contrato de representação,
ajustado por tempo indeterminado e que haja vigorado por mais de seis meses, obriga o denuncian-
te, salvo outra garantia prevista no contrato, à concessão de pré-aviso, com antecedência mínima
de trinta dias, ou ao pagamento de importância igual a um terço (1/3) das comissões auferidas pelo
representante, nos três meses anteriores.
Art. 35. Constituem motivos justos para rescisão do contrato de representação comercial, pelo re-
presentado:
a) a desídia do representante no cumprimento das obrigações decorrentes do contrato;
b) a prática de atos que importem em descrédito comercial do representado;
c) a falta de cumprimento de quaisquer obrigações inerentes ao contrato de representação comer-
cial;
d) a condenação definitiva por crime considerado infamante;
e) força maior.
Art. 36. Constituem motivos justos para rescisão do contrato de representação comercial, pelo re-
presentante:
a) redução de esfera de atividade do representante em desacordo com as cláusulas do contrato;
b) a quebra, direta ou indireta, da exclusividade, se prevista no contrato;
c) a fixação abusiva de preços em relação à zona do representante, com o exclusivo escopo de im-
possibilitar-lhe ação regular;
d) o não pagamento de sua retribuição na época devida;
e) força maior.
Art. 37. Somente ocorrendo motivo justo para a rescisão do contrato, poderá o representado reter
comissões devidas ao representante, com o fim de ressarcir-se de danos por este causados e, bem
assim, nas hipóteses previstas no art. 35, a título de compensação.
Art. 38. Não serão prejudicados os direitos dos representantes comerciais quando, a título de coo-
peração, desempenhem, temporariamente, a pedido do representado, encargos ou atribuições diver-
sos dos previstos no contrato de representação.

Art. 42, § 2º Ao representante contratado, no caso de rescisão de representação, será devida pelo
representante contratante a participação no que houver recebido da representada a título de indeni-
zação e aviso prévio, proporcionalmente às retribuições auferidas pelo representante contratado na
vigência do contrato.
§ 3º Se o contrato for rescindido sem motivo justo pelo representante contratante, o representante
contratado fará jus ao aviso prévio e indenização na forma da lei.

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O PULO DO GATO
É vedada no contrato de representação comercial a inclusão de cláusulas del credere. A cláusu-
la del credere corresponde ao instituto ou previsão da parte contratante ou representada des-
contar os valores de comissões ou vendas do representante comercial na hipótese da venda
ou da transação ser cancelada ou desfeita.

Vejamos mais alguns pontos regulados pela Lei n. 4.886/1965:

Art. 44. No caso de falência do representado as importâncias por ele devidas ao representante co-
mercial, relacionadas com a representação, inclusive comissões vencidas e vincendas, indenização
e aviso prévio, serão considerados créditos da mesma natureza dos créditos trabalhistas.
Parágrafo único. Prescreve em cinco anos a ação do representante comercial para pleitear a retribui-
ção que lhe é devida e os demais direitos que lhe são garantidos por esta lei.
Art. 45. Não constitui motivo justo para rescisão do contrato de representação comercial o impedi-
mento temporário do representante comercial que estiver em gozo do benefício de auxílio-doença
concedido pela previdência social.

Como é muita informação, vamos resumir tudo nos mapas mentais abaixo:

Obrigatório o registro dos que exerçam a


representação comercial autônoma nos
Conselhos Regionais.
Pessoa jurídica ou a pessoa física, sem
Somente será devida remuneração, como relação de emprego.
mediador de negócios comerciais, a
representante comercial devidamente Desempenha, em caráter não eventual
registrado. REPRESENTANTE por conta de uma ou mais pessoas, a
COMERCIAL mediação para a realização de negócios
Adquire o direito às comissões quando do CONCEITO E R$ mercantis.
pagamento dos pedidos ou propostas.
Pode agenciar propostas ou pedidos,
O pagamento das comissões deverá ser para, transmiti-los aos representados,
efetuado até o dia 15 do mês subsequente praticando ou não atos relacionados com
ao da liquidação da fatura, acompanhada a execução dos negócios.
das respectivas cópias das notas fiscais.

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As comissões deverão ser calculadas pelo


valor total das mercadorias.

Caso de rescisão injusta do contrato


O pagamento das comissões a por parte do representando, a eventual
representante comercial contratado retribuição pendente, gerada por pedidos
dependerá da liquidação da conta de em carteira ou em fase de execução e
comissão devida pelo representando ao FIM DA recebimento, terá vencimento na data da
representante contratante.
RELAÇÃO DE rescisão.

REPRESENTAÇÃO
Se o contrato for rescindido sem motivo
COMERCIAL A denúncia, por qualquer das partes,
justo pelo representante contratante, o sem causa justificada, do contrato de
representante contratado fará jus ao aviso representação, ajustado por tempo
prévio e indenização na forma da lei. indeterminado e que haja vigorado por
mais de seis meses, obriga o denunciante
à concessão de pré-aviso, com
antecedência mínima de trinta dias, ou
ao pagamento de importância igual a um
terço (1/3) das comissões auferidas pelo
representante, nos três meses anteriores.

É vedada no contrato de
representação comercial a
inclusão de cláusulas del credere.

Prevendo o contrato de representação a exclusividade Prescreve em cinco anos a ação do


de zona ou zonas, ou quando este for omisso, representante comercial para pleitear
fará jus o representante à comissão pelos a retribuição que lhe é devida e os
negócios aí realizados, ainda que diretamente demais direitos que lhe são
pelo representado ou por intermédio de terceiros. Características garantidos por esta lei.

São vedadas na representação comercial


da representação Ressalvada expressa vedação contratual,
alterações que impliquem, direta ou
indiretamente, a diminuição da média
comercial o representante comercial poderá exercer
sua atividade para mais de uma empresa
dos resultados auferidos pelo representante e empregá-la em outros misteres ou ramos
nos últimos seis meses de vigência. de negócios.

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Na hipótese de contrato a prazo certo, a


indenização corresponderá à importância
equivalente à média mensal da retribuição
auferida até a data da rescisão,
multiplicada pela metade dos meses
resultantes do prazo contratual.

ESPÉCIES DE Contrato com prazo determinado, uma


CONTRATO POR vez prorrogado o prazo inicial, tácita
REPRESENTAÇÃO ou expressamente, torna-se a prazo
indeterminado.
COMERCIAL

Considera-se por prazo indeterminado


todo contrato que suceder, dentro de seis
meses, a outro contrato, com ou sem
determinação de prazo.

6. Empregado Vendedor
O empregado vendedor tem tratamento legislativo específico, exatamente nos termos
da Lei n. 3.207/1957. Aqui não se aplica a Lei do Representante Comercial, ou seja, a Lei n.
4.886/1965. Temos os pagamentos mediante comissão.
Abaixo apresentamos os postulados da Lei n. 3.207/1957.

Art. 1ºAs atividades dos empregados vendedores, viajantes ou pracistas serão reguladas pelos pre-
ceitos dessa lei, sem prejuízo das normas estabelecidas na Consolidação das Leis do Trabalho - De-
creto-lei número 5.452, de 1 de maio de 1943 - CLT, no que lhes for aplicável.
Art. 2º O empregado vendedor terá direito à comissão avençada sobre as vendas que realizar. No
caso de lhe ter sido reservada expressamente, com exclusividade, uma zona de trabalho, terá esse
direito sobre as vendas ali realizadas diretamente pela empresa ou por um preposto desta.
§ 1º A zona de trabalho do empregado vendedor poderá ser ampliada ou restringida de acordo com
a necessidade da empresa, respeitados os dispositivos desta lei quanto à irredutibilidade da remu-
neração.
§ 2º Sempre que, por conveniência da empresa empregadora, for o empregado viajante transferido
da zona de trabalho, com redução de vantagens, ser-lhe-á assegurado, como mínimo de remunera-
ção, um salário correspondente à média dos 12 (doze) últimos meses, anteriores à transferência.
§ 3º A transação será considerada aceita se o empregador não a recusar por escrito, dentro de 10
(dez) dias, contados da data da proposta. Tratando-se de transação a ser concluída com comercian-
te ou empresa estabelecida noutro Estado ou no estrangeiro, o prazo para aceitação ou recusa da
proposta de venda será de 90 (noventa) dias podendo, ainda, ser prorrogado, por tempo determina-
do, mediante comunicação escrita feita ao empregado.

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Art. 4º O pagamento das comissões e da percentagem deverá ser feito mensalmente, expedindo a
empresa, no fim de cada mês, a conta respectiva com as cópias das faturas correspondentes aos
negócios concluídos.
Parágrafo único. Ressalva-se às partes interessadas fixar outra época para o pagamento de comis-
sões e percentagens, o que, no entanto, não poderá exceder a um trimestre, contado da aceitação
do negócio, sendo sempre obrigatória a expedição, pela empresa, da conta referida neste artigo.
Art. 5º Nas transações em que a empresa se obrigar por prestações sucessivas, o pagamento das
comissões e percentagens será exigível de acordo com a ordem de recebimento das mesmas.
Art. 6º A cessação das relações de trabalho, ou a inexecução voluntária do negócio pelo emprega-
dor, não prejudicará a percepção das comissões e percentagens devidas.
Art. 7º Verificada a insolvência do comprador, cabe ao empregador o direito de estornar a comissão
que houver pago.
Art. 8º Quando for prestado serviço de inspeção e fiscalização pelo empregado vendedor, ficará a
empresa vendedora obrigada ao pagamento adicional de 1/10 (um décimo) da remuneração atribu-
ída ao mesmo.
Art. 9º O empregado vendedor viajante não poderá permanecer em viagem por tempo superior a 6
(seis) meses consecutivos. Em seguida a cada viagem haverá um intervalo para descanso, calcula-
do na base de 3 (três) dias por mês da viagem realizada, não podendo, porém, ultrapassar o limite
de 15 (quinze) dias.
Art. 10. Caracterizada a relação de emprego, aplicam-se os preceitos desta lei a quantos exercerem
funções iguais, semelhantes ou equivalentes aos empregados viajantes, embora sob outras desig-
nações.

Por fim, revise com nosso mapa mental:

O empregado vendedor viajante não poderá


permanecer em viagem por tempo superior
a seis meses consecutivos. Em seguida a Terá direito à comissão avençada
cada viagem haverá um intervalo para sobre as vendas que realizar.
descanso, calculado na base de três
dias por mês da viagem realizada, não
podendo, porém, ultrapassar o limite de 15 dias. A zona de trabalho do empregado vendedor
poderá ser ampliada ou restringida de acordo
com a necessidade da empresa, respeitados
Empregado os dispositivos desta lei quanto à irredutibilidade
da remuneração.
A cessação das relações de trabalho, ou vendedor
a inexecução voluntária do negócio pelo Assegurado, como mínimo de remuneração,
empregador, não prejudicará a percepção um salário correspondente à média
das comissões e percentagens devidas. dos 12 últimos meses, anteriores à
transferência.

O pagamento de comissões e percentagem


deverá ser feito mensalmente, expedindo
a empresa, no fim de cada mês, a conta
respectiva com as cópias das faturas
correspondentes aos negócios concluídos.

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A doutrina majoritária entende que não se aplica a cláusula del credere também para os
vendedores. A lei específica, no entanto, foi silente.

7. Contrato de Obra Certa


Define Godinho (2021, p. 700):

Contrato de obra certa é o pacto empregatício urbano a prazo, qualificado pela presença de um
construtor em caráter permanente no polo empresarial da relação e pela execução da obra ou servi-
ço certo como fato ensejador da prefixação do prazo contratual.

Assemelha-se aos contratos a termo, mas também se aplicam aqui os ditames da Lei n.
2.959/1956:

Art. 1º No contrato individual de trabalho por obra certa, as inscrições na carteira profissional do
empregado serão feitas pelo construtor, desse modo constituído em empregador, desde que exerça
a atividade em caráter permanente.
Art. 2º Rescindido o contrato de trabalho em face do término da obra ou serviço, tendo o empregado
mais de 12 (doze) meses de serviço, ficar-lhe-á assegurada a indenização por tempo de trabalho na
forma do art. 478 da Consolidação das Leis do Trabalho, com 30% (trinta por cento) de redução.

Aplicam-se as demais regras relacionadas à sucessividade, ao prazo, ao tempo de serviço,


à rescisão etc. Incide aqui o art. 478 da CLT. Isso não prejudica também a percepção de FGTS.
Aqui, o motivo justificador do contrato é a realização de obras ou serviços certos, vinculados
ao objeto empresarial do construtor contratante do obreiro.

8. Contratos em que o Estado é Empregador


O Estado pode ser empregador, mas somente quando se trata de concurso público. Isso
porque o legislador constituinte tornou obrigatória a realização de concurso público, no qual se
submeterão aos regimes temporários, estatutários ou celetistas (empregados públicos).
No entanto, o Estado pode fazer a terceirização da relação de trabalho, mas isso não im-
plica relação direta com o empregado, independentemente se for terceirização lícita ou ilícita,
nos termos da Súmula n. 331 do TST.
Diante disso, aplica-se aqui a Súmula n. 331 do TST, muito cobrada em provas:

Súmula n. 331 do TST


CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE
I – A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo
diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei n.
6.019, de 03.01.1974).

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II – A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo


de emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art.
37, II, da CF/1988).
III – Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilân-
cia (Lei n. 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços
especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoali-
dade e a subordinação direta.
IV – O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a
responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde
que haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial.
V – Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidia-
riamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no
cumprimento das obrigações da Lei n. 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscaliza-
ção do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como
empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obri-
gações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada.
VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas
decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral.

No caso da terceirização com a ideia de prestação de serviço mediante interposta pessoa,


aplica-se a Súmula n. 331 do TST. Nesse caso, o Estado será responsável por todas as verbas
condenatórias.
É diferente quando se trata de contratação direta, pois, nesse caso, o Estado só poderá se
responsabilizar pelo pagamento dos recolhimentos do FGTS e também pelo saldo de salário,
considerando-se o salário hora com base no mínimo constitucional. Veja o teor da Súmula n.
363 do TST:

Súmula n. 363 do TST


CONTRATO NULO. EFEITOS
A contratação de servidor público, após a CF/1988, sem prévia aprovação em concurso
público, encontra óbice no respectivo art. 37, II e § 2º, somente lhe conferindo direito ao
pagamento da contraprestação pactuada, em relação ao número de horas trabalhadas,
respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos valores referentes aos depósitos do
FGTS.

Por isso, é importante você ficar esperto na leitura do enunciado da questão. Se for o caso
de terceirização trabalhista, com interposta pessoa, é o caso da aplicação da Súmula n. 331 do
TST. No mesmo azo, se a contratação foi direta com o Estado, aplica-se somente a Súmula n.
363 do TST. Nesse ponto, é preciso destacar a diferença:
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SÚMULA N. 331 DO TST SÚMULA N. 363 DO TST

Aqui foi o caso de contratação direta pelo


próprio Estado.
Não existem terceiras pessoas, mas
Aqui é o caso de terceirização trabalhista.
somente o Estado e o empregado.
Nesse caso, trata-se de interposta pessoa.
Aqui a responsabilidade é direta do
Há responsabilização subsidiária do
Estado.
Estado.
O Estado vai arcar apenas com as
Responsabiliza-se aqui o Estado por todas
seguintes verbas: pagamento da
as verbas condenatórias, mas não é de
contraprestação pactuada, em relação ao
forma automática.
número de horas trabalhadas, respeitado
o valor da hora do salário mínimo, e dos
valores referentes aos depósitos do FGTS.

9. Ponderações sobre o Sistema de Cotas no Contrato de Trabalho


Acerca das cotas das pessoas com deficiência, a Lei n. 8.213/1991 trata da matéria nos
seguintes termos:

Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais funcionários está obrigada a preencher de 2% (dois por
cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados, ou pessoas portado-
ras de deficiência, na seguinte proporção:
I – até 200 funcionários – 2%
II – de 201 a 500 funcionários – 3%
III – de 501 a 1.000 funcionários – 4%
IV – de 1.001 em diante – 5%

Em continuidade, é preciso estabelecer duas premissas principais: esses percentuais re-


ferem-se ao número total de funcionários, somando sede e filiais da empresa.
Outra observação importante é que as pessoas com deficiência podem ser contratadas e
trabalharem em um único local, mas o ideal é que estejam distribuídos entre mais de uma uni-
dade, reforçando a integração. A lei proíbe que todas as pessoas com deficiência trabalhem
em um mesmo setor ou departamento da organização.
De acordo com a Lei da Aprendizagem, na CLT, a cota de aprendizes por empresa está
fixada entre 5%, no mínimo, e 15%, no máximo, calculada sobre o total de empregados cujas
funções demandem formação profissional.
No caso das cotas do contrato de aprendizagem, analisemos o art. 429 da CLT, que dispõe
o seguinte:

Os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e matricular nos cursos dos
Serviços Nacionais de Aprendizagem número de aprendizes equivalentes a cinco por cento, no

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mínimo, e quinze por cento, no máximo, dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento,
cujas funções demandem formação profissional.

É preciso destacar a importância da Instrução Normativa n. 146, a qual estabelece os


postulados abaixo.
• (1) Segundo o art. 2º:

§ 1º Na conformação numérica de aplicação do percentual, ficam obrigados a contratar aprendi-


zes os estabelecimentos que tenham pelo menos sete empregados contratados nas funções que
demandam formação profissional [...] até o limite máximo de quinze por cento previsto no art. 429
da CLT.

• (2) Segundo o mesmo artigo:

§ 8º Ficam excluídos da base de cálculo da cota de aprendizes:


I – as funções que, em virtude de lei, exijam habilitação profissional de nível técnico ou superior;
II – as funções caracterizadas como cargos de direção, de gerência ou de confiança;
III – os trabalhadores contratados sob o regime de trabalho temporário; os aprendizes já contrata-
dos;

A Instrução Normativa prossegue postulando o seguinte:

Art. 3º Estão legalmente dispensadas do cumprimento da cota de aprendizagem:


I – as microempresas e as empresas de pequeno porte, optantes ou não pelo Regime Especial Uni-
ficado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de
Pequeno Porte – Simples Nacional;
II – as entidades sem fins lucrativos que tenham por objetivo a educação profissional na modalidade
aprendizagem, inscritas no Cadastro Nacional de Aprendizagem com curso validado.

Então, há duas cotas importantes para ficar esperto no concurso: pessoas com deficiên-
cia e de aprendizes. O questionamento que se faz é a seguinte: essas cotas são acumuláveis?
Por exemplo, se for uma pessoa com deficiência, leva-se em consideração o preenchimento
das duas cotas simultaneamente?
Resposta: não é possível. Ou preencherá uma cota ou outra. Não, a contratação de apren-
diz com deficiência atende apenas para o preenchimento da cota de aprendizes, estabelecida
pelo art. 429 da CLT.
Segundo cartilha editada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (A Inclusão das Pessoas
com Deficiência no Mercado de Trabalho, disponível em www.mte.gov.br), não há sobreposi-
ção das cotas, porque cada uma delas tem finalidades e condições próprias.
Após o término do contrato de aprendizagem, se o aprendiz portador de deficiência for
efetivado na empresa, passando a trabalhar com contrato por prazo indeterminado, poderá
ser computado na cota de deficiente da empresa, se esta não estiver completa.

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O deficiente que é contado na cota de deficientes da empresa só poderá ser demitido após
a contratação de substituto em condições semelhantes. Ou seja, pode ser em outra função,
pois o objetivo da lei é o cumprimento da cota. Na cartilha editada pelo Ministério do Trabalho
(A Inclusão das Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho), há a explicação do que deve
ser entendido por condição semelhante:

Significa que outro trabalhador com deficiência deverá ser contratado, não sendo, necessariamente,
trabalhador com a mesma deficiência do substituído. Assim, à guisa de exemplo, uma vaga anterior-
mente ocupada por deficiente físico não precisa ser substituída por outro deficiente físico, podendo
ser qualquer pessoa com deficiência elencada no art. 4º do Decreto n. 3.298/99, com alterações
efetuadas pelo Decreto n. 5.296/04. Igualmente, a substituição também pode ser em outra função,
já que o objetivo é a contratação de outra pessoa com deficiência.

A demissão de uma pessoa com deficiência ensejará a contratação de outra pessoa com
deficiência. Essa regra se observa enquanto a empresa não tenha atingido o percentual míni-
mo legal. Fora desse requisito, valem as regras gerais que disciplinam a rescisão do contrato
de trabalho (art. 93, § 1º, da Lei n. 8.213/1991).
Para a reserva de cargos será considerada somente a contratação direta de pessoa com
deficiência, excluído o aprendiz com deficiência de que trata a CLT, aprovada pelo Decreto-Lei
n. 5.452, de 1º de maio de 1943.

O PULO DO GATO
A sobreposição de cotas não é permitida, ou seja, um mesmo trabalhador não pode integrar a
cota de aprendizagem e a cota de pessoas com deficiência ao mesmo tempo.

E se a empresa não consegue atingir o percentual mínimo de cotas?


Há decisão recente do TST sobre a matéria que deve nortear você na resolução da prova.
Segundo o TST, as empresas não podem ser punidas com multas e indenizações se não con-
seguirem profissionais no mercado para preenchimento de vagas de pessoas com deficiên-
cia. Segundo o TST, a despeito da obrigação legal — não é possível penalizar a empresa que
tenta, mas que por fatos alheios à sua vontade, não consegue trabalhadores com deficiência
em número suficiente.
A Seção de Dissídios Individuais I (SDI-I) do TST decidiu que as empresas não podem ser
punidas com multas e indenizações se, a despeito de procurarem preencher as vagas, não
conseguirem profissionais no mercado para preenchimento da cota.

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RESUMO
A ideia de pluralidade ou unilateralidade será em relação à quantidade de sujeitos obreiros
existentes na relação. No primeiro caso, temos o contrato de equipe como, por exemplo, ban-
da de músicos. A jurisprudência reconhece o vínculo de emprego com o contrato em equipe,
reunidos os pressupostos dos arts. 2 e 3 da CLT. O contrato de equipe reúne uma série de feixe
de contratos individuais. Com isso, cada trabalhador pode demandar judicialmente de forma
individual.
A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a
mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de traba-
lho, salvo ajuste em contrário.
Toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial, pode ser contratada
mediante retribuição. No contrato de prestação de serviço, quando qualquer das partes não
souber ler, nem escrever, o instrumento poderá ser assinado a rogo e subscrito por duas teste-
munhas. Observa-se a relevância do documento ser escrito, até pela mentalidade diferente do
CC, que exige uma prestação mais formalizada.
Não se tendo estipulado, nem chegado a acordo as partes, fixar-se-á por arbitramento a
retribuição, segundo o costume do lugar, o tempo de serviço e sua qualidade.
O contrato de prestação de serviço acaba com a morte de qualquer das partes. Termina,
ainda, pelo escoamento do prazo, pela conclusão da obra, pela rescisão do contrato mediante
aviso prévio, por inadimplemento de qualquer das partes ou pela impossibilidade da continua-
ção do contrato, motivada por força maior.
A matéria referente à prestação de serviços não é regida pela CLT, como a relação de em-
prego, mas sim o CC, a partir do art. 593. Não sendo o prestador de serviço contratado para
certo e determinado trabalho, entender-se-á que se obrigou a todo e qualquer serviço compatí-
vel com as suas forças e condições.
Um dos pontos mais importantes para as provas são os motivos de cessação do mandato:

I – pela revogação ou pela renúncia;


II – pela morte ou interdição de uma das partes;
III – pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os poderes, ou o mandatário para
os exercer;
IV – pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio.

O mandatário é obrigado a aplicar toda sua diligência habitual na execução do mandato,


e a indenizar qualquer prejuízo causado por culpa sua ou daquele a quem substabelecer, sem
autorização, poderes que devia exercer pessoalmente.
Exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem
relação de emprego, que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou mais pes-
soas, a mediação para a realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos,

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para, transmiti-los aos representados, praticando ou não atos relacionados com a execução
dos negócios.
Prescreve em cinco anos a ação do representante comercial para pleitear a retribuição
que lhe é devida e os demais direitos que lhe são garantidos por esta lei. Não constitui moti-
vo justo para rescisão do contrato de representação comercial o impedimento temporário do
representante comercial que estiver em gozo do benefício de auxílio-doença concedido pela
previdência social.
Acerca das cotas das pessoas com deficiência, a Lei n. 8213/1991 trata da matéria nos
seguintes termos:

Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais funcionários está obrigada a preencher de 2% (dois por
cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados, ou pessoas portado-
ras de deficiência, na seguinte proporção:
I – até 200 funcionários – 2%
II – de 201 a 500 funcionários – 3%
III – de 501 a 1.000 funcionários – 4%
IV – de 1.001 em diante – 5%

A sobreposição de cotas não é permitida, ou seja, um mesmo trabalhador não pode inte-
grar a cota de aprendizagem e a cota de pessoas com deficiência ao mesmo tempo.

Súmula n. 363 do TST


CONTRATO NULO. EFEITOS. A contratação de servidor público, após a CF/1988, sem
prévia aprovação em concurso público, encontra óbice no respectivo art. 37, II e § 2º,
somente lhe conferindo direito ao pagamento da contraprestação pactuada, em relação
ao número de horas trabalhadas, respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos
valores referentes aos depósitos do FGTS.

Define Godinho (2021, p. 700):

Contrato de obra certa é o pacto empregatício urbano a prazo, qualificado pela presença de um
construtor em caráter permanente no polo empresarial da relação e pela execução da obra ou servi-
ço certo como fato ensejador da prefixação do prazo contratual.

O empregado vendedor tem tratamento legislativo específico, exatamente nos termos


da Lei n. 3.207/1957. Aqui não se aplica a Lei do Representante Comercial, ou seja, a Lei n.
4.886/1965. Temos os pagamentos mediante comissão. As atividades dos empregados ven-
dedores, viajantes ou pracistas serão reguladas pelos preceitos de referida Lei, sem prejuízo
das normas estabelecidas na CLT, no que lhes for aplicável.
Para a reserva de cargos, será considerada somente a contratação direta de pessoa com
deficiência, excluído o aprendiz com deficiência de que trata a CLT, aprovada pelo Decreto-Lei
n. 5.452, de 1º de maio de 1943.
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QUESTÕES DE CONCURSO
005. (MPT/2020/MPT/PROCURADOR DO TRABALHO) Analise a seguinte proposição e as-
sinale a alternativa CORRETA: A empresa “X” metalúrgica possui 303 (trezentos e três) em-
pregados, sendo 101 em cada estabelecimento, localizados em Minas Gerais, São Paulo e
Rio Grande do Norte. Do total de empregados, 10 (dez) são pessoas com deficiência, sendo 8
(oito) empregados e 2 (dois) aprendizes de 50 (cinquenta) anos de idade cada. Além destes,
também contratou 2 estagiários pessoas com deficiência. Todas estas pessoas com deficiên-
cia trabalham em São Paulo.
a) A empresa cumpre a cota legal de contratação de pessoas com deficiência.
b) A empresa não cumpre a cota legal, porque todas as pessoas com deficiência laboravam no
mesmo estabelecimento.
c) A empresa não cumpre a cota legal de pessoas com deficiência, porque os aprendizes não
são computados para efeito de seu cumprimento.
d) A empresa está dispensada de cumprir a cota legal de pessoas com deficiência porque atua
no ramo metalúrgico.

Esses percentuais da Lei n. 8.213/1991 referem-se ao número total de funcionários, somando


sede e filiais da empresa. Logo, se são 303 funcionários, o percentual é de 3%, logo, seria 9,09
e, sendo assim, arredondado para cima, o mínimo seria 10 pessoas. A empresa contratou aci-
ma da meta. Outra observação importante é que as pessoas com deficiência podem ser con-
tratadas e trabalharem em um único local, mas o ideal é que estejam distribuídas entre mais
de uma unidade, reforçando a integração. A lei proíbe que todas as pessoas com deficiência
trabalhem em um mesmo setor ou departamento da organização.
Letra b.

006. (CONPASS/2018/PREFEITURA DO MORRO DO CHAPÉU-BA/ADVOGADO/ADAPTA-


DA) Motoristas, representantes comerciais, corretores de imóveis, parceiros, e trabalhadores
de outras categorias profissionais reguladas por leis específicas relacionadas a atividades
compatíveis com o contrato autônomo possuirão a qualidade de empregado.

São, em tese, trabalhadores autônomos, sem qualidade de empregados. Nos termos da Porta-
ria n. 349/2018, conforme consta no art. 1º:

Art. 1º A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, com ou sem
exclusividade, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista no art. 3º do
Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943, que aprova a Consolidação das Leis do Trabalho.

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§ 1º Não caracteriza a qualidade de empregado prevista no art. 3º da Consolidação das Leis do
Trabalho o fato de o autônomo prestar serviços a apenas um tomador de serviços.
§ 2º O autônomo poderá prestar serviços de qualquer natureza a outros tomadores de serviços que
exerçam ou não a mesma atividade econômica, sob qualquer modalidade de contrato de trabalho,
inclusive como autônomo.
§ 3º Fica garantida ao autônomo a possibilidade de recusa de realizar atividade demandada pelo
contratante, garantida a aplicação de cláusula de penalidade, caso prevista em contrato.
§ 4º Motoristas, representantes comerciais, corretores de imóveis, parceiros, e trabalhadores de
outras categorias profissionais reguladas por leis específicas relacionadas a atividades compatíveis
com o contrato autônomo, desde que cumpridos os requisitos do caput, não possuirão a qualidade
de empregado prevista o art. 3º da Consolidação das Leis do Trabalho.
§ 5º Presente a subordinação jurídica, será reconhecido o vínculo empregatício.
Errado.

007. (MPT/2020/MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/ADAPTADA) O Supremo Tribunal Fe-


deral, ao decidir sobre a terceirização, na ADPF n. 324, explicitou que não se configura relação
de emprego entre a empresa tomadora de serviço e o trabalhador terceirizado, em nenhuma
hipótese, tanto na atividade-meio, quanto na atividade-fim.

A assertiva está correta, principalmente no que se refere ao entendimento atual do STF acerca
da legalidade de terceirização, seja em atividade-meio ou em atividade-fim. Note-se que esta-
mos aqui revisando matérias já dadas em livros anteriores e ainda estamos tratando neste li-
vro sobre a terceirização no que se refere ao ente público, nos termos da Súmula n. 331 do TST.
Certo.

008. (CESPE/CEBRASPE/2004/PREFEITURA DE BOA VISTA-RR/ANALISTA DE NÍVEL SU-


PERIOR) Após regular processo de licitação, a União contratou uma cooperativa de trabalha-
dores para a execução de serviços de digitação na Câmara dos Deputados. Por intervenção do
Ministério Público do Trabalho, os vínculos entre essa cooperativa e os trabalhadores foram
convolados de cooperativismo para relações de emprego. Nessa situação, caso não sejam
realizados os depósitos do FGTS aos trabalhadores, a União deverá ser responsabilizada sub-
sidiariamente

A assertiva está correta, nos termos da Súmula n. 331 do TST, que aponta para a responsabili-
zação subsidiária do Estado na inadimplência por parte do empregador principal.
Certo.

009. (CESPE/CEBRASPE/2004/PREFEITURA DE BOA VISTA-RR/ANALISTA DE NÍVEL SU-


PERIOR) Quanto aos sujeitos das relações de trabalho e à terceirização no âmbito dessas

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relações, no item a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a
ser julgada.
Uma empresa pública municipal contratou 100 trabalhadores, por intermédio de uma empresa
de serviços terceirizados, para a execução de suas atividades de manutenção dos jardins. Na
execução dessas atividades, todos os trabalhadores contratados estavam diretamente subor-
dinados aos empregados da empresa pública. Nessa situação, a empresa pública foi a real
empregadora desses operários, ainda que contratados por meio de empresa de terceirização.

Aqui, na aplicação da Súmula n. 331 do TST, quando se trata de ente público, mesmo que exis-
ta subordinação direta, torna-se irrelevante tal condição, não se firmando relação de emprego
direta com o ente público. E, dessa feita, não há relação direta com o Estado.
Errado.

010. (CEBRASPE/2004/PREFEITURA DE BOA VISTA-RR/ANALISTA DE NÍVEL SUPERIOR)


Quanto aos sujeitos das relações de trabalho e à terceirização no âmbito dessas relações, no
item a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada.
Na condição de garçom de um conhecido restaurante, Fábio era contratado para atuar em vá-
rias ocasiões mensais por uma empresa de promoção de festas. Percebia valores fixos por dia
trabalhado, sem qualquer compromisso quanto a futuras convocações. Nessa situação, em-
bora sua atividade fosse necessária aos fins do empreendimento, Fábio qualificava-se como
trabalhador eventual.

Nesse caso, tem-se a situação evidente de que não é vínculo de emprego configurado, razão
pela qual não se trata de labor contínuo e, logo, Fábio é um trabalhador eventual.
Certo.

011. (IBADE/2020/PREFEITURA DE VILHA VELHA-ES/PROCURADOR AUTÁRQUICO) A Sú-


mula 331 do Tribunal Superior do Trabalho estatele regramentos acerca da contratação de
serviços mediante terceirização e sua legalidade. De acordo com a súmula citada, é correto
afirmar que:
a) o inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a respon-
sabilidade solidária do tomador de serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja parti-
cipado da relação processual e conste também do título executivo judicial.
b) o inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a respon-
sabilidade subsidiária do tomador de serviços quanto àquelas obrigações, ainda que não haja
participado da relação processual e não conste do título executivo judicial.
c) a responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange algumas das verbas decor-
rentes da condenação referentes ao período da prestação laboral.

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d) os entes da Administração Pública, direta ou indireta, não respondem subsidiariamente em


caso de inadimplemento da empresa prestadora de serviços, ainda que evidenciada sua con-
duta culposa.
e) a contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de
emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou fundacional.

Aqui aplicamos a Súmula n. 331 do TST, principalmente para fins de análise de todas as al-
ternativas:

CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE. I - A contratação de trabalha-


dores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador
dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei n. 6.019, de 03.01.1974). II - A
contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de
emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37,
II, da CF/1988). III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de ser-
viços de vigilância (Lei n. 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a
de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a
pessoalidade e a subordinação direta. IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas,
por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços
quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste
também do título executivo judicial. V - Os entes integrantes da Administração Pública
direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso
evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n. 8.666, de
21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais
e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não
decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa
regularmente contratada. VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços
abrange todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação
laboral.

Letra e.

012. (CESPE/CEBRASPE/2005/SERPRO/ANALISTA) Ao adotar o modelo da terceirização,


por meio de contrato administrativo firmado a partir de procedimento licitatório, a adminis-
tração pública não tem responsabilidade solidária ou subsidiária em relação aos direitos dos
empregados da empresa prestadora, uma vez que subsiste previsão legal excludente da res-
ponsabilidade.

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Nos termos da Súmula n. 331 do TST, nota-se efetivamente que existe sim possibilidade de
responsabilização subsidiária (mas não solidária) em caso de culpa ou dolo do ente público.
Logo, a alternativa está em desconformidade com a referida súmula.
Errado.

013. (FADESPE/2019/PREFEITURA DE MARABÁ-PA/PROCURADOR MUNICIPAL) A empre-


sa prestadora de serviços a terceiros é a pessoa jurídica de direito privado destinada a pres-
tar à contratante serviços determinados e específicos. Não se configura vínculo empregatício
entre os trabalhadores, ou sócios das empresas prestadoras de serviços, qualquer que seja o
seu ramo, e a empresa contratante. Neste passo, contratante é a pessoa física ou jurídica que
celebra contrato com empresa de prestação de serviços determinados e específicos. Caso a
empresa prestadora de serviços a terceiros não pague salários aos seus trabalhadores no perí-
odo em que ocorrer a prestação de serviços para a contratante, a responsabilidade da empresa
contratante será:
a) inexistente, cabendo a responsabilidade exclusivamente à empresa prestadora de serviços
a terceiros.
b) solidária.
c) subsidiária.
d) exclusiva, não cabendo nenhuma responsabilidade à empresa prestadora de serviços a
terceiros.

No caso de terceirização trabalhista, nos termos da Súmula n. 331 do TST, a responsabilidade


é subsidiária.
Letra c.

014. (CESPE/2007/IEMA-ES/PROCURADOR) Considere que uma empresa pública estadual


contratou, por meio de regular licitação pública, empresa prestadora de serviço de conserva-
ção e limpeza e que, ao término do contrato, foram demitidos todos os empregados pela pres-
tadora de serviços. Com base nessa situação hipotética, à luz do entendimento jurisprudencial
do TST, julgue os seguintes itens.
Por ser a empresa pública estadual subsidiariamente responsável pelas verbas devidas aos
empregados da empresa prestadora de serviços de conservação e limpeza, os mesmos não
receberão a totalidade das verbas devidas em caso de demissão imotivada por iniciativa do
empregador, sendo devidos, pela empresa prestadora de serviços de conservação e limpeza,
apenas o saldo de salário correspondente às horas trabalhadas, respeitado o valor da hora do
salário mínimo, e os valores referentes aos depósitos do FGTS.

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A alternativa está em desconformidade com a Súmula n. 331 do TST, razão pela qual a respon-
sabilidade é subsidiária por todas as verbas rescisórias. Não se pode confundir com as ideias
de contratação nula quando há contratação direta do trabalhador.
Errado.

015. (INÉDITA/2021) Parceria rural é o contrato mediante o qual uma ou mais pessoas com-
prometem-se a realizar ou mandar realizar uma ou mais tarefas agrícolas ou pecuárias, em
área rural ou prédio rústico, para um tomador de serviço rural, sob a imediata direção do pró-
prio prestador e mediante uma retribuição especificada.

A assertiva está em conformidade com o conceito doutrinário da parceria rural. Aqui não há
relação de emprego, havendo certa autonomia para o parceiro rural.
Certo.

016. (INÉDITA/2021) As parcerias rurais podem ser de natureza agrícola, pecuária, agroindus-
trial e extrativista, podendo também ser pacto misto.

A resposta está correta, analisando as classificações constantes tanto no CC quanto no Esta-


tuto da Terra, bem como está em conformidade com a doutrina de Direito do Trabalho (GODI-
NHO, 2021, p. 732).
Certo.

017. (TRT-21/2015/TRT-21ª REGIÃO/RN/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/ADAPTADA)


Prevendo o contrato de representação a exclusividade de zona ou zonas, ou quando este for
omisso, fará jus o representante à comissão pelos negócios aí realizados, ainda que direta-
mente pelo representado ou por intermédio de terceiros, bem como a exclusividade de repre-
sentação não pode ser presumida na falta de ajustes expressos.

A resposta está em conformidade com a Lei n. 4.886/1965, em que se preceitua:

Art. 31. Prevendo o contrato de representação a exclusividade de zona ou zonas, ou quando este
for omisso, fará jus o representante à comissão pelos negócios aí realizados, ainda que diretamente
pelo representado ou por intermédio de terceiros. Parágrafo único. A exclusividade de representa-
ção não se presume na ausência de ajustes expressos.
Certo.

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018. (TRT-21ª/2015/TRT-21ª REGIÃO/RN/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/ADAPTADA)


A denúncia, por qualquer das partes, sem causa justificada, do contrato de representação,
ajustado por tempo indeterminado e que haja vigorado por mais de seis meses, obriga o de-
nunciante, salvo outra garantia prevista no contrato, à concessão de pré-aviso, com antecedên-
cia mínima de trinta dias, ou ao pagamento de importância igual a um terço das comissões
auferidas pelo representante, nos três meses anteriores.

Com base na Lei n. 4.886/1965, especificamente no art . 34:

A denúncia, por qualquer das partes, sem causa justificada, do contrato de representação, ajustado
por tempo indeterminado e que haja vigorado por mais de seis meses, obriga o denunciante, salvo
outra garantia prevista no contrato, à concessão de pré-aviso, com antecedência mínima de trinta
dias, ou ao pagamento de importância igual a um terço (1/3) das comissões auferidas pelo repre-
sentante, nos três meses anteriores.
Certo.

019. (TRT- 21ª/2015/TRT-21ª REGIÃO/RN//JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/ADAPTA-


DA) A não eventualidade é elemento da representação comercial autônoma.

Errado, pois a não eventualidade é característica de uma relação de emprego. A eventualidade


é característica do profissional autônomo.
Errado.

020. (TRT-3ª/2009/TRT-3ª REGIÃO/MG/JUIZ DO TRABALHO/ADAPTADA) O contrato por


obra certa é uma modalidade de contrato a termo, em que um empregador pessoa física con-
trata empregado para realização de obra ou serviço certo.

A assertiva está correta, pois o contrato de trabalho por obra certa, previsto nos termos da Lei
n. 2.959/1956, é realizado quando o empregado é admitido para trabalhar enquanto determi-
nada obra ou serviços durarem.
Certo.

021. (INÉDITA/2021) No contrato individual de trabalho por obra certa, as inscrições na cartei-
ra profissional do empregado serão feitas pelo construtor, desse modo constituído em empre-
gador, desde que exerça a atividade em caráter permanente. Rescindido o contrato de trabalho
em face do término da obra ou serviço, tendo o empregado mais de 12 (doze) meses de servi-
ço, ficar-lhe-á assegurada a indenização por tempo de trabalho com 50% de redução.

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A assertiva está errada, pois, em contrariedade ao que já foi posto no material teórico, princi-
palmente acerca do teor da Lei n. 2.959/1956, que versa o seguinte:

Art. 1º No contrato individual de trabalho por obra certa, as inscrições na carteira profissional do
empregado serão feitas pelo construtor, desse modo constituído em empregador, desde que exerça
a atividade em caráter permanente.
Art. 2º Rescindido o contrato de trabalho em face do término da obra ou serviço, tendo o empregado
mais de 12 (doze) meses de serviço, ficar-lhe-á assegurada a indenização por tempo de trabalho na
forma do artigo 478 da Consolidação das Leis do Trabalho, com 30% (trinta por cento) de redução.
Errada.

022. (FCC/2012/TRT-20ª REGIÃO/SE/JUIZ DO TRABALHO/TIPO 5/ADAPTADA) Na emprei-


tada enfatiza-se a obra concretizada pelo serviço, ao passo que na relação de emprego há, em
regra, relativa indeterminação no que toca ao resultado do serviço contratado.

Está correta a assertiva, na medida em que a obra é para prazo certo, enquanto a relação de
emprego é, em regra, por prazo indeterminado.
Certo.

023. (FCC/2012/TRT-20ª REGIÃO/SE/JUIZ DO TRABALHO/TIPO 5/ADAPTADA) Tanto o


contrato de emprego como o contrato de mandato são considerados contratos de atividade.

Os contratos de atividade situam-se em uma fronteira próxima à do contrato empregatício, mas


não se confundem. O contrato de atividade está muito próximo à ideia dos contratos de Direito
Civil, figura da representação comercial, distribuição etc. O contrato de emprego é um contrato
de prestação de serviços cujas características básicas estão dispostas no art. 3º da CLT.
Errado.

024. (FCC/2013/TRT-1ª/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO) Sobre o mandato, é correto


afirmar que:
a) ainda quando se outorgue mandato por instrumento público, pode substabelecer-se median-
te instrumento particular.
b) o mandato em termos gerais confere poderes de administração, bem como para alienar
bens móveis e transigir, dependendo o mandatário de poderes especiais e expressos para alie-
nar e hipotecar bens imóveis.
c) o mandato presume-se oneroso, salvo estipulação contrária prevendo sua gratuidade.

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d) o mandato pode ser expresso ou tácito, mas sua aceitação deverá ser sempre expressa.
e) a outorga do mandato está sujeita à forma exigida por lei para o ato a ser praticado, admitido
mandato verbal quando o ato deva ser celebrado por escrito.

Destaque-se o disposto no CC, principalmente nos seguintes artigos:

Art. 655. Ainda quando se outorgue mandato por instrumento público, pode substabelecer-se me-
diante instrumento particular.
Art. 656. O mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito.
Art. 657. A outorga do mandato está sujeita à forma exigida por lei para o ato a ser praticado. Não
se admite mandato verbal quando o ato deva ser celebrado por escrito.
Art. 658. O mandato presume-se gratuito quando não houver sido estipulada retribuição, exceto se o
seu objeto corresponder ao daqueles que o mandatário trata por ofício ou profissão lucrativa.
Parágrafo único. Se o mandato for oneroso, caberá ao mandatário a retribuição prevista em lei ou
no contrato. Sendo estes omissos, será ela determinada pelos usos do lugar, ou, na falta destes, por
arbitramento.
Art. 659. A aceitação do mandato pode ser tácita, e resulta do começo de execução.
Letra a.

025. (FCC/2013/TRT-6ª REGIÃO/PE/JUIZ DO TRABALHO) Quando o mandato contiver a


cláusula de irrevogabilidade,
a) se o mandante o revogar poderá ter que pagar perdas e danos.
b) será sempre considerado como em causa própria
c) será nulo o ato pelo qual o mandante o revogar.
d) a revogação será sempre ineficaz.
e) ele poderá ser revogado somente se a cláusula de irrevogabilidade for condição de um ne-
gócio bilateral.

Dispõe o CC acerca da matéria:

Art. 685. Conferido o mandato com a cláusula “em causa própria”, a sua revogação não terá eficácia,
nem se extinguirá pela morte de qualquer das partes, ficando o mandatário dispensado de prestar
contas, e podendo transferir para si os bens móveis ou imóveis objeto do mandato, obedecidas as
formalidades legais.
Art. 686. A revogação do mandato, notificada somente ao mandatário, não se pode opor aos tercei-
ros que, ignorando-a, de boa-fé com ele trataram; mas ficam salvas ao constituinte as ações que no
caso lhe possam caber contra o procurador.
Parágrafo único. É irrevogável o mandato que contenha poderes de cumprimento ou confirmação de
negócios encetados, aos quais se ache vinculado.
Letra a.

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026. (FUNDEP/2011/MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Quanto à cessação do mandato, é


INCORRETO afirmar que ela ocorre pelo(a):
a) desídia do mandatário.
b) Revogação ou renúncia
c) morte ou interdição de uma das partes.
d) término do prazo ou conclusão do negócio.

Sobre a matéria, dispõe o CC:

Art. 682. Cessa o mandato:


I – pela revogação ou pela renúncia;
II – pela morte ou interdição de uma das partes;
III – pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os poderes, ou o mandatário para
os exercer;
IV – pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio.
Art. 683. Quando o mandato contiver a cláusula de irrevogabilidade e o mandante o revogar, pagará
perdas e danos.
Letra a.

027. (INSTITUTO ACESSO/2018/SEDUC-AM/PROFESSOR EDUCAÇÃO ESPECIAL/ADAP-


TADA) Para fins de reserva legal as empresas com mais de cem funcionários devem reservar
de 2% a 5% das vagas para pessoas portadores de deficiência, considera-se pessoa com de-
ficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual
ou sensorial, não podendo participar plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições
com as demais pessoas.

A alternativa reúne tanto o conceito de pessoa com deficiência e também em relação ao percen-
tual das cotas nas empresas para pessoas com deficiência, nos termos da Lei n. 8.213/1991:

Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais funcionários está obrigada a preencher de 2% (dois por
cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados, ou pessoas portado-
ras de deficiência, na seguinte proporção:
I – até 200 funcionários – 2%;
II – de 201 a 500 funcionários - 3%;
III – de 501 a 1.000 funcionários – 4%/;
IV – de 1.001 em diante – 5%.
Certo.

028. (INSTITUTO ACESSO/2018/SEDUC-AM/PROFESSOR EDUCAÇÃO ESPECIAL/ADAP-


TADA) Para a reserva de cargos será considerada somente a contratação direta de pessoa

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com deficiência, incluindo o aprendiz com deficiência de que trata a Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT)

Errado, pois não existe sobreposição de cotas. Ou a pessoa entra na cota de aprendiz ou na
cota de pessoa com deficiência. Para a reserva de cargos, será considerada somente a contra-
tação direta de pessoa com deficiência, excluído o aprendiz com deficiência de que trata a CLT,
aprovada pelo Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943.
Errado.

029. (INÉDITA/2021) O mandato não é uma relação de emprego, podendo ser, inclusive, de forma
gratuita através de um contrato de atividade, podendo ser verbal ou escrito, expresso ou tácito.

Nesse aspecto, a resposta está correta, especificamente pelo CC, conforme os artigos:

Art. 656. O mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito.


Art. 657. A outorga do mandato está sujeita à forma exigida por lei para o ato a ser praticado. Não
se admite mandato verbal quando o ato deva ser celebrado por escrito.
Art. 658. O mandato presume-se gratuito quando não houver sido estipulada retribuição, exceto se o
seu objeto corresponder ao daqueles que o mandatário trata por ofício ou profissão lucrativa.
Parágrafo único. Se o mandato for oneroso, caberá ao mandatário a retribuição prevista em lei ou
no contrato. Sendo estes omissos, será ela determinada pelos usos do lugar, ou, na falta destes, por
arbitramento.
Certo.

030. (CESPE/2018/STJ/CONHECIMENTOS BÁSICOS/CARGO: 1) Com base no Estatuto da


Pessoa com Deficiência e na Resolução CNJ n. 230/2016, julgue o item que se segue.
À pessoa com deficiência é garantido o direito ao trabalho de sua livre escolha e em igualdade
de oportunidades com as demais pessoas, sendo-lhe facultada a concorrência em concurso
público pela reserva de vagas.

A assertiva só está errada, pois aqui se admite de forma obrigatória a participação da pessoa
com deficiência em concursos públicos, inclusive quanto às cotas.
Errado.

031. (CESPE/2018/STM/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA) Considerando o


disposto no Estatuto da Pessoa com Deficiência e na Resolução CNJ n.º 230/2016, julgue o
item a seguir.
A colocação competitiva da pessoa com deficiência em igualdade de oportunidade com as
demais pessoas no seu local de trabalho constitui uma forma de discriminação e exclusão.

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Aqui a relação de cotas é inclusiva. Sendo assim, permite-se a inclusão das pessoas com defi-
ciência no mercado de trabalho com igualdade de condições. Isso é inclusão social.
Errado.

032. (FADESPE/2017/CONSAPA/ASSISTENTE SOCIAL/ADAPTADA) A Lei n. 13.146, de


2015, estabeleceu, entre outros assuntos, as disposições referentes ao direito ao trabalho da
pessoa portadora de deficiência. Acerca do tema, é correto afirmar que a pessoa com deficiên-
cia tem direito ao trabalho de sua livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e inclusivo,
devendo receber as oportunidades mais vantajosas do que as demais pessoas.

Na verdade, o acesso é inclusivo, e deve ser feito em igualdade de condições, exatamente para
fins de evitar intuito discriminatório. A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de
oportunidades com as demais pessoas, às condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo
igual remuneração por trabalho de igual valor.
Errado.

033. (PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/2016/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/PSICÓLO-


GA/ADAPTADA) É vedada restrição ao trabalho da pessoa com deficiência e qualquer discrimi-
nação em razão de sua condição, inclusive nas etapas de recrutamento, seleção, contratação,
admissão, exames admissional e periódico, permanência no emprego, ascensão profissional e
reabilitação profissional, bem como exigência de aptidão plena.

A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de oportunidades com as demais pesso-
as, às condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo igual remuneração por trabalho de
igual valor.
Certo.

034. (PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/2016/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/PSICÓLO-


GA/ADAPTADA) A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de oportunidades com
as demais pessoas, às condições justas e favoráveis de trabalho, exceto quanto à igual remu-
neração por trabalho de igual valor.

O trabalhador com deficiência tem direito a igual valor. A pessoa com deficiência tem direito,
em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, às condições justas e favoráveis de
trabalho, incluindo igual remuneração por trabalho de igual valor.
Errado.

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035. (FCC/2015/TRT-23ª/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/ADAPTADA) O Direito do Tra-


balho não permite que se deixe o empregado ao desamparo; consequentemente, se o exame
da situação concreta revela que a prestação de serviços se desenvolveu em violação das nor-
mas trabalhistas, não pode o produtor rural, que usufruiu aquele benefício, eximir-se de sua
responsabilidade para com o empregado. Assim, os demais integrantes do consórcio, além
daquele a quem tenham sido outorgados os poderes previstos em lei, têm responsabilidade
subsidiária pelos direitos trabalhistas dos empregados

Aqui temos o princípio da proteção. Porém, nos termos da Lei n. 8.212/1991, a responsabilida-
de é solidária. Afirma o dispositivo:

Art. 25A. Equipara-se ao empregador rural pessoa física o consórcio simplificado de produtores
rurais, formado pela união de produtores rurais pessoas físicas, que outorgar a um deles poderes
para contratar,gerir e demitir trabalhadores para prestação de serviços, exclusivamente, aos seus
integrantes, mediante documento registrado em cartório de títulos e documentos.
§ 1º O documento de que trata o caput deverá conter a identificação de cada produtor, seu endereço
pessoal e o de sua propriedade rural, bem como o respectivo registro no Instituto Nacional de Co-
lonização e Reforma Agrária - INCRA ou informações relativas a parceria, arrendamento ou equiva-
lente e a matrícula no Instituto Nacional do Seguro Social - INSS de cada um dos produtores rurais.
§ 2º O consórcio deverá ser matriculado no INSS em nome do empregador a quem hajam sido ou-
torgados os poderes, na forma do regulamento.
§ 3º Os produtores rurais integrantes do consórcio de que trata o caput serão responsáveis solidá-
rios em relação às obrigações previdenciárias.
Errado.

036. (FCC/2015/TRT-23ª REGIÃO/MT/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/ADAPTADA) O


consórcio de empregadores rurais ganha corpo com o pacto de solidariedade, registrado em
cartório de títulos e documentos e que deverá conter a identificação de cada produtor, seu en-
dereço pessoal e o de sua propriedade rural, também com o respectivo registro no INCRA ou
informações relativas a parceria, arrendamento ou equivalente e a matrícula no INSS de cada
um dos produtores rurais. Ainda, o consórcio deverá ser matriculado no INSS em nome do em-
pregador a quem hajam sido outorgados os poderes.

Nesse termo, dispõe a Lei n. 8.212/1991:

Art. 25A. Equipara-se ao empregador rural pessoa física o consórcio simplificado de produtores
rurais,formado pela união de produtores rurais pessoas físicas, que outorgar a um deles poderes
para contratar,gerir e demitir trabalhadores para prestação de serviços, exclusivamente, aos seus
integrantes, mediante documento registrado em cartório de títulos e documentos.

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§ 1º O documento de que trata o caput deverá conter a identificação de cada produtor, seu endereço
pessoal e o de sua propriedade rural, bem como o respectivo registro no Instituto Nacional de Co-
lonização e Reforma Agrária - INCRA ou informações relativas a parceria, arrendamento ou equiva-
lente e a matrícula no Instituto Nacional do Seguro Social - INSS de cada um dos produtores rurais.
§ 2º O consórcio deverá ser matriculado no INSS em nome do empregador a quem hajam sido ou-
torgados os poderes, na forma do regulamento.
§ 3º Os produtores rurais integrantes do consórcio de que trata o caput serão responsáveis solidá-
rios em relação às obrigações previdenciárias.
Certo.

037. (TRT-16ª/2011/TRT-16ª REGIÃO/MA/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/ADAPTADA)


É empregado e não parceiro agrícola o trabalhador que preste serviços pessoalmente, ou com
o auxílio de seus familiares, quando não possui idoneidade financeira para estabelecer-se ou
responder pelo empreendimento e depende inteiramente do suposto parceiro, que por via dire-
ta ou transversa, comanda o negócio e aufere maior parte da renda líquida.

A alternativa está correta, pois, de fato, estão reunidos os pressupostos do art. 3 da CLT. Nesse
caso existe subordinação, e não parceria.
Certo.

038. (TRT-16ª/2011/TRT-16ª REGIÃO/MA/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/ADAPTADA)


Os trabalhadores que prestam serviços a produtor rural apenas nas épocas de plantio e co-
lheita não podem ser considerados eventuais, e sim, safristas, porque suas atividades estão
inseridas no objetivo empresarial, sendo estes eventos sazonais, porém previsíveis, inclusive
quanto a sua duração aproximada.

Nesse caso, está correto, pois não se trata de trabalhador autônomo, mas sim aquele que se
insere na atividade produtiva em movimento sazonal.
Certo.

039. (TRT-16ª/2011/TRT-16ª REGIÃO/MA/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/ADAPTADA)


Estão presentes no contrato do representante comercial o caráter da não eventualidade e da
onerosidade, devendo ser analisada, dentre outros fatores, o conteúdo da subordinação jurídi-
ca, que nesta espécie de contrato ê minimizada, mas não excluída.

De fato, essa é a definição da representação comercial. A subordinação é diminuída de fato,


razão pela qual o conceito está integralmente correto.
Certo.

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040. (FCC/2014/TRT-1ª/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO) Atila é produtor rural que explo-


ra diretamente atividade agroeconômica em pequena propriedade de seu cunhado. Resolve
contratar verbalmente Félix para trabalhar como tratorista por prazo determinado para o exer-
cício de atividade de natureza temporária. Nessa situação, com fulcro na legislação cabível a
espécie, essa modalidade de contratação
a) não é possível porque o contratante deve ser pessoa física ou jurídica, desde que seja pro-
prietária do módulo rural.
b) é possível, não havendo forma específica para sua realização, desde que o contrato não
supere três meses dentro do período de um ano.
c) é possível, admitindo-se a contratação verbal, desde que não supere três meses dentro do
prazo de um ano.
d) não é possível por falta de previsão legal para contrato por pequeno prazo, salvo o contrato
de safra que somente pode ser realizado por pessoa jurídica proprietária rural.
e) não é possível porque que o contrato deve ser escrito, desde que não supere dois meses
dentro do período de um ano.

A alternativa está em conformidade com a lei do trabalho rural, que prevê a excepcionalidade
do contrato por prazo determinado, o qual deve ser por escrito e não pode ser superior a dois
meses dentro do período de um ano.
Letra e.

041. (INÉDITA/2021) A empresa com mais de 100 funcionários está obrigada a preencher de
cinco a dez por cento dos seus cargos com beneficiários reabilitados, ou pessoas portadoras
de deficiência.

Há dois erros na assertiva. O primeiro erro é 100 ou mais funcionários, e o segundo erro é o
percentual. Veja, dessa forma, a Lei n. 8.213/1991:

Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais funcionários está obrigada a preencher de 2% (dois por
cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados, ou pessoas portado-
ras de deficiência, na seguinte proporção:
I – até 200 funcionários – 2%
II – de 201 a 500 funcionários – 3%
III – de 501 a 1000 funcionários – 4%
IV – de 1001 em diante – 5%
Errado.

042. (IDIP/2016/PREFEITURA DE LIMOEIRO DO NORTE-CE/AGENTE ADMINISTRATIVO/


ADAPTADA) Sobre o contrato de representação comercial, podemos afirmar que, em caso de

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rescisão injusta do contrato por parte do representando, a eventual retribuição pendente, gera-
da por pedidos em carteira ou em fase de execução e recebimento, terá vencimento após 20
(vinte) dias a contar da data da rescisão.

Em caso de rescisão injusta do contrato por parte do representando, a eventual retribuição


pendente, gerada por pedidos em carteira ou em fase de execução e recebimento, terá venci-
mento na data da rescisão.
Errado.

043. (VUNESP/2015/TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO/ADAPTADA) É permitida na representação


comercial a estipulação de cláusulas del credere.

É expressamente proibida a cláusula del credere, que é justamente a proibição de cobranças de


comissões em relação a eventuais prejuízos nas vendas.
Errado.

044. (CESGRANRIO/2015/PETROBRAS/ADVOGADO JUNIOR) Na hipótese de uma parte, na


qualidade de autônomo, se obrigar a obter pedidos de compra e venda comercializados pela
outra parte, tem-se um contrato de:
a) franquia.
b) compra e venda.
c) comissão mercantil.
d) representação comercial.
e) arrendamento mercantil.

Exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem relação
de emprego, que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou mais pesso-
as, a mediação para a realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos,
para, transmiti-los aos representados, praticando ou não atos relacionados com a execução
dos negócios.
Letra c.

045. (TRT 14/2013/TRT-14ª REGIÃO/RO E AC/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/ADAP-


TADA) Não pode ser representante comercial: a) o que não pode ser comerciante; b) o falido
não reabilitado; c) o que tenha sido condenado por infração penal de natureza infamante, tais
como falsidade, estelionato, apropriação indébita, contrabando, roubo, furto, lenocínio ou cri-
mes também punidos com a perda de cargo público; d) o que estiver com seu registro comer-
cial cancelado como penalidade.
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De fato, existem impeditivos na Lei de Representação Comercial (Lei n. 4.886/1965). Nesse


sentido, destaca-se o seguinte:

Art. 4º Não pode ser representante comercial:


a) o que não pode ser comerciante;
b) o falido não reabilitado;
c) o que tenha sido condenado por infração penal de natureza infamante, tais como falsidade, este-
lionato, apropriação indébita, contrabando, roubo, furto, lenocínio ou crimes também punidos com
a perda de cargo público;
d) o que estiver com seu registro comercial cancelado como penalidade.
Certo.

046. (TRT 14/2013/TRT-14ª REGIÃO/RO E AC/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/ADAP-


TADA) Em caso de rescisão injusta do contrato por parte do representando, a eventual retri-
buição pendente, gerada por pedidos em carteira ou em fase de execução e recebimento, terá
vencimento 10 (dez) dias da data da rescisão, sob pena de multa.

Na lei de representação comercial, consta expressamente que, em caso de rescisão injusta do


contrato por parte do representando, a eventual retribuição pendente, gerada por pedidos em
carteira ou em fase de execução e recebimento, terá vencimento na data da rescisão
Errado.

047. (TRT-2ª/2015/TRT-2ª REGIÃO/SP/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/ADAPTADA) A


denúncia do contrato de representação comercial, ajustado por tempo indeterminado, inde-
pendentemente do prazo de duração, gera as partes a obrigação da concessão de pré-aviso ou
indenização substitutiva.

Errado, pois precisa de um mínimo de seis meses. Dispõe a Lei de Representação Comercial
(Lei n. 4.886/1965):

Art. 34. A denúncia, por qualquer das partes, sem causa justificada, do contrato de representação,
ajustado por tempo indeterminado e que haja vigorado por mais de seis meses, obriga o denuncian-
te, salvo outra garantia prevista no contrato, à concessão de pré-aviso, com antecedência mínima
de trinta dias, ou ao pagamento de importância igual a um terço (1/3) das comissões auferidas pelo
representante, nos três meses anteriores.
Errado.

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048. (TRT-2ª/2015/TRT-2ª REGIÃO/SP/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/ADAPTADA) O


representante comercial receberá as comissões apenas se a falta de pagamento resultar de
insolvência do comprador; já se o negócio vier a ser desfeito pelo comprador ou for sustada a
entrega de mercadorias devido à situação comercial do comprador, capaz de comprometer ou
tornar duvidosa a liquidação, nenhuma retribuição será devida.

Dispõe a Lei de Representação Comercial (Lei n. 4.886/1965) que não é possível a cláusula del
credere; logo, não pode existir descontos das comissões do representante.
Errado.

049. (TRT-14ª/2013/TRT-14ª/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO) Prevendo o contrato de


representação a exclusividade de zona ou zonas, ou quando este for omisso, fará jus o repre-
sentante à comissão pelos negócios aí realizados, ainda que diretamente pelo representado ou
por intermédio de terceiros.

Nos termos da Lei de Representação Comercial (Lei n. 4.886/1965):

Art. 31. Prevendo o contrato de representação a exclusividade de zona ou zonas, ou quando este
for omisso, fará jus o representante à comissão pelos negócios aí realizados, ainda que diretamente
pelo representado ou por intermédio de terceiros.
Parágrafo único. A exclusividade de representação não se presume na ausência de ajustes expres-
sos.
Certo.

050. (CESPE/2014/PGE-PI/PROCURADOR DO ESTADO SUBSTITUTO/ADAPTADA) O repre-


sentante atua em nome próprio e gere interesse alheio, enquanto o concessionário atua em
nome alheio e gere interesse próprio.

O concessionário realiza atividade de mercancia. O representante deve mediar negócios de ou-


trem sem obrigatoriamente exercer mandato, enquanto o concessionário efetivamente realiza
mercancia. Diante disso, é o conceito de representante comercial, nos termos da lei específica
(Lei n. 4.886/1965):

Art. 1º Exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem rela-
ção de emprego, que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou mais pessoas, a
mediação para a realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para, trans-
miti-los aos representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios.
Parágrafo único. Quando a representação comercial incluir poderes atinentes ao mandato mercantil,
serão aplicáveis, quanto ao exercício deste, os preceitos próprios da legislação comercial.
Errado.

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051. (CESPE/2014/PGE-PI/PROCURADOR DO ESTADO SUBSTITUTO/ADAPTADA) O repre-


sentante deve mediar negócios de outrem sem obrigatoriamente exercer mandato.

A resposta está no conceito da Lei de Representação Comercial (Lei n. 4.886/1965):

Art. 1º Exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem rela-
ção de emprego, que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou mais pessoas, a
mediação para a realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para, trans-
miti-los aos representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios.
Parágrafo único. Quando a representação comercial incluir poderes atinentes ao mandato mercantil,
serão aplicáveis, quanto ao exercício deste, os preceitos próprios da legislação comercial.
Certo.

052. (TRT-3ª/2014/TRT-3ª REGIÃO/MG/JUIZ DO TRABALHO) NÃO é correto afirmar no que


concerne à representação comercial (Lei n. 4.886/65):
a) A não eventualidade é pressuposto da representação comercial autônoma.
b) A exclusividade pode ser prevista no contrato de representação autônoma.
c) A onerosidade é pressuposto a ser considerado no contrato de representação autônoma,
ainda que condicionada à efetivação da venda e do pagamento.
d) O representante comercial poderá conceder abatimentos, descontos ou dilações, segundo
critérios por ele próprio estabelecidos, como decorrência de sua autonomia.
e) O representante comercial fica obrigado a fornecer ao representado, conforme disposições
do contrato ou, sendo ele omisso, quando lhe for solicitado, informações detalhadas sobre o
andamento dos negócios a seu cargo.

Nesse sentido, destacam-se artigos em relação à Lei de Representação Comercial (Lei n.


4.886/1965):

Art. 28. O representante comercial fica obrigado a fornecer ao representado, segundo as disposi-
ções do contrato ou, sendo este omisso, quando lhe for solicitado, informações detalhadas sobre o
andamento dos negócios a seu cargo, devendo dedicar-se à representação, de modo a expandir os
negócios do representado e promover os seus produtos.
Art. 29. Salvo autorização expressa, não poderá o representante conceder abatimentos, descontos
ou dilações, nem agir em desacordo com as instruções do representado.
Art. 30. Para que o representante possa exercer a representação em Juízo, em nome do represen-
tado, requer-se mandato expresso. Incumbir-lhe-á porém, tomar conhecimento das reclamações
atinentes aos negócios, transmitindo-as ao representado e sugerindo as providências acauteladoras
do interesse deste.
Parágrafo único. O representante, quanto aos atos que praticar, responde segundo as normas do
contrato e, sendo este omisso, na conformidade do direito comum.
Letra d.

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053. (CESPE/2014/TJ-SE/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/PROVI-


MENTO/ADAPTADA) Na representação comercial, em caso de falência do representado, os
créditos devidos aos representantes são quirografários, pois não há relação de emprego entre
as partes.

Dispõe a Lei da Representação Comercial (Lei n. 4.886/1965):

Art. 44. No caso de falência do representado as importâncias por ele devidas ao representante co-
mercial, relacionadas com a representação, inclusive comissões vencidas e vincendas, indenização
e aviso prévio, serão considerados créditos da mesma natureza dos créditos trabalhistas.
Parágrafo único. Prescreve em cinco anos a ação do representante comercial para pleitear a retribui-
ção que lhe é devida e os demais direitos que lhe são garantidos por esta lei.
Errado.

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GABARITO
5. b 41. E
6. E 42. E
7. C 43. E
8. C 44. c
9. E 45. C
10. C 46. E
11. e 47. E
12. E 48. E
13. c 49. C
14. E 50. E
15. C 51. C
16. C 52. d
17. C 53. E
18. C
19. E
20. C
21. E
22. C
23. E
24. a
25. a
26. a
27. C
28. E
29. C
30. E
31. E
32. E
33. C
34. E
35. E
36. C
37. C
38. C
39. C
40. e

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REFERÊNCIAS
BARROS, ALICE MONTEIRO DE. Curso de Direito do Trabalho. SÃO PAULO: LTR, 2011.

BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. BRASÍLIA: SENADO FEDERAL, 1943.

BRASIL. Lei 4.886, de 9 de dezembro de 1965. Regula as atividades dos representantes co-
merciais autônomos. BRASÍLIA: MINISTÉRIO DA FAZENDA; MINISTÉRIO DO TRABALHO E
PREVIDÊNCIA SOCIAL, 1965. DISPONÍVEL EM: HTTPS://LEGISLACAO.PRESIDENCIA.GOV.
BR/ATOS/?TIPO=LEI&NUMERO=4886&ANO=1965&ATO=D86MTSE5UEZRVT0. ACESSO
EM: NOV. 2020.

BRASIL. Lei n. 6.001, de 19 de dezembro de 1973. Estatuto do Índio. BRASÍLIA: MINISTÉ-


RIO DA JUSTIÇA, 1973. DISPONÍVEL EM: HTTPS://LEGISLACAO.PRESIDENCIA.GOV.BR/
ATOS/?TIPO=LEI&NUMERO=6001&ANO=1973&ATO=C03G3YQ5EENRVT213. ACESSO
EM: NOV. 2020.

BRASIL. Lei n. 5.889. de 8 de junho de 1973. Lei do Trabalhador Rural. BRASÍLIA: MINIS-
TÉRIO DO TRABALHO, 1973. DISPONÍVEL EM: HTTPS://LEGISLACAO.PRESIDENCIA.GOV.
BR/ATOS/?TIPO=LEI&NUMERO=5889&ANO=1973&ATO=4ACUTVU5EENRVT382. ACES-
SO EM: NOV. 2020.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. BRASÍLIA: SENADO, 1988.

BRASIL. Código Civil Brasileiro. BRASÍLIA: SENADO FEDERAL, 2002.

­B RASIL. Lei Complementar n. 150 de 1 de junho de 2015. Regulamenta o Trabalhador Do-


méstico. BRASÍLIA: CASA CIVIL, 2015. DISPONÍVEL EM: HTTP://WWW.PLANALTO.GOV.
BR/CCIVIL_03/LEIS/LCP/LCP150.HTM. ACESSO EM: NOV. 2020.

BRASIL. Site oficial do Supremo Tribunal Federal. BRASÍLIA: SUPERIOR TRIBUNAL DE JUS-
TIÇA [S/D]. DISPONÍVEL EM: WWW.STF.JUS.BR. ACESSO EM: OUT. 2020.

BRASIL. Site oficial do Tribunal Superior do Trabalho. BRASÍLIA: TRIBUNAL SUPERIOR DO


TRABALHO [S/D]. DISPONÍVEL EM: WWW.TST.JUS.BR. ACESSO EM: OUT. 2020.

BRASIL. A Inclusão das Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho. BRASÍLIA: MINIS-
TÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, [S/D].

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CASSAR, VÓLIA BOMFIM. Direito do Trabalho. 11ª ED. SÃO PAULO: EDITORA MÉTODO,
2015.

DELGADO, MAURÍCIO GODINHO. Curso de Direito do Trabalho. 19ª ED. SÃO PAULO: EDITO-
RA LTR, 2019.

DELGADO, MAURÍCIO GODINHO; DELGADO, GABRIELA NEVES. A Reforma Trabalhista no


Brasil: com os Comentários à Lei n. 13.467/2017. SÃO PAULO: EDITORA LTR, 2017.

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ANEXO – JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 129 do TST
CONTRATO DE TRABALHO. GRUPO ECONÔMICO. A prestação de serviços a mais de uma
empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não carac-
teriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário.

Competência para julgar litígio sobre contratos de representação comercial é da Jus-


tiça Comum.
Para a maioria do Plenário, a relação entre o representante e a empresa representada não
é de trabalho, mas comercial.
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a competência para processar e julgar ações
que envolvam contratos de representação comercial autônoma é da Justiça Comum, e não da
Justiça do Trabalho. A questão foi objeto do Recurso Extraordinário (RE) 606003, com reper-
cussão geral (Tema 550), julgado na sessão virtual encerrada em 25/9, e vai orientar decisões
em processos semelhantes sobrestados em outras instâncias.
O recurso foi interposto contra decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que reco-
nheceu a competência da Justiça trabalhista para julgar ações que envolvem a cobrança de
comissões referentes à relação jurídica entre um representante comercial e a empresa por ele
representada. Segundo o TST, a Emenda Constitucional (EC) 45 teria retirado da Justiça Co-
mum (estadual) a atribuição de examinar processos que tratem de controvérsias sobre relação
de trabalho.
Relação Comercial

Prevaleceu o entendimento do ministro Luís Roberto Barroso no sentido da competência


da Justiça Comum. Ele explicou que, de acordo com a jurisprudência do STF, nem toda
relação entre o contratante de um serviço e o seu prestador caracteriza relação de traba-
lho. No caso da representação comercial autônoma, segundo Barroso, não há, entre as
partes, vínculo de emprego ou relação de trabalho, mas relação comercial regida pela Lei
4.886/1965, que estabelece a competência da Justiça Comum.
Barroso destacou que, segundo a lei, a representação comercial configura contrato típico
de natureza comercial, que pode ser realizada por pessoa jurídica ou pessoa física, não
havendo relação de emprego nessa mediação para a realização de negócios mercan-
tis. Observou, ainda, que o caso concreto trata de pedido de pagamento de comissões
atrasadas, sem natureza trabalhista. Seu voto foi seguido pelos ministros Alexandre de
Moraes, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Luiz Fux.

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Ficaram vencidos os ministros Marco Aurélio (relator), Edson Fachin e Rosa Weber, que
entendem que há relação de trabalho na representação comercial, o que atrai a competência
da Justiça trabalhista.

Tese

A tese de repercussão geral fixada foi a seguinte: “Preenchidos os requisitos dispostos na


Lei 4.886/65, compete à Justiça Comum o julgamento de processos envolvendo relação
jurídica entre representante e representada comerciais, uma vez que não há relação de
trabalho entre as partes”.

Jurisprudência do TST sobre Representação Comercial por Pessoa Física

A 7ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu que a Justiça do Trabalho


é competente para resolver conflito envolvendo relação de trabalho do representante
comercial, ainda que não haja pedido de reconhecimento de vínculo de emprego (TST
– RR 1423-08.2010.5.15.0129, DEJT 05/07/19). O fundamento da decisão consta da
ementa, que dispõe: LIDE DECORRENTE DE CONTRATO DE REPRESENTAÇÃO COMER-
CIAL CELEBRADO POR PESSOA FÍSICA. COMPETÊNCIA MATERIAL DA JUSTIÇA DO TRA-
BALHO. Desde a Emenda Constitucional n. 45/2004, a competência dessa Justiça Espe-
cializada foi significativamente ampliada para albergar todas as relações de trabalho
entre pessoas físicas, e não mais apenas as lides decorrentes de vínculo de emprego. Na
hipótese dos autos, o autor, na qualidade de representante comercial autônomo, pleiteia
parcelas do contrato civil estabelecido com a ré. Não se trata, assim de lide civil entre
pessoas jurídicas, mas de discussão em torno do trabalho prestado por pessoa física, a
atrair a competência da Justiça do Trabalho, nos exatos termos do artigo 114, I, da Cons-
tituição Federal. Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido.
Súmula n. 331 do TST
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE. I - A contratação de trabalhado-
res por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador
dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei n. 6.019, de 03.01.1974). II - A
contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de
emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37,
II, da CF/1988). III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de ser-
viços de vigilância (Lei n. 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a
de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a
pessoalidade e a subordinação direta. IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas,
por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços
quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste
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também do título executivo judicial. V - Os entes integrantes da Administração Pública


direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso
evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de
21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais
e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não
decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa
regularmente contratada.
VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas
decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral.
Súmula n. 363 do TST CONTRATO NULO. EFEITOS
A contratação de servidor público, após a CF/1988, sem prévia aprovação em concurso
público, encontra óbice no respectivo art. 37, II e § 2º, somente lhe conferindo direito ao
pagamento da contraprestação pactuada, em relação ao número de horas trabalhadas,
respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos valores referentes aos depósitos do
FGTS.

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Juíza do trabalho substituta da 7ª Região. Doutoranda em Direito pela Universidade do Porto/Portugal. Mes-
tre em Ciências Jurídicas pela Universidade do Porto/Portugal. Professora de cursos de pós-graduação na
Universidade de Fortaleza - Unifor. Palestrante. Professora convidada da Escola Judicial do TRT 7ª Região.
Especialista em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho. Professora de cursos preparatórios para con-
cursos públicos. Formadora da Escola de Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. Cargos
desempenhados: foi juíza do trabalho substituta no TRT 14ª Região, promotora de justiça titular do MPRO,
analista judiciária do TJCE; professora concursada do quadro permanente na Universidade Federal de Ron-
dônia; professora concursada temporária na Universidade Federal do Ceará. Aprovada em outros concursos
públicos. Autora de artigos científicos publicados.

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