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Aula 4 – Pensamento Marxista

Pensamento Econômico QS 2020


Danilo Freitas Ramalho da Silva
Estrutura da aula
• 1) Introdução
• 2) Crítica à Economia Política Clássica
• 3) Mercadorias, Valor, Valor de Uso e Valor de Troca
• 4) Trabalho Útil e Trabalho Abstrato
• 5) Natureza Social da Produção de Mercadorias
• 6) Circulação Simples de Mercadorias e Circulação Capitalista
• 7) Mais Valia, Troca e a Esfera da Circulação
• 8) Circulação do Capital e a Importância da Produção
• 9) Trabalho, Força de Trabalho e a Definição de Capitalismo
• 10 ) O Valor da Força de Trabalho
• 11) Trabalho Necessário, Trabalho Excedente e Criação e Realização
de Mais-Valia
• 12) Capital Constante, Capital Variável e a Taxa de Mais-Valia
• 13) Duração da Jornada de Trabalho
• 14) Propriedade Privada, Capital e Capitalismo
• 15) Acumulação Primitiva
• 16) Acumulação de Capital
1) Introdução
• Karl Marx (1818 – 1883)
• Alemão, formulou um sistema intelectual completo e integrado
com concepções sobre ontologia, epistemologia, Homem,
sociedade e História;

• Análise do capitalismo elaborada nos três volumes de O Capital


(1867, 1885, 1894), influenciado pelas teorias do valor de Smith e
Ricardo, ao mesmo tempo em que os criticava pela falta de
perspectiva histórica;

• Capital não era um elemento universal em todos os modos de


produção – ao contrário do que acreditavam Smith e Ricardo;

• Só no capitalismo os instrumentos de produção e o trabalho


acumulado eram a fonte de renda da classe social dominante;

• Interesse em explicar a natureza da relação social entre capitalistas


e trabalhadores (lucros e salários)
2) Crítica à Economia Política Clássica
• Falta de perspectiva histórica em Ricardo e Smith (um pouco
menos)
• Produção é uma atividade social, que pode assumir diferentes
modos, dependendo da forma vigente de organização social e das
correspondentes técnicas de produção.
Ex: escravocrata, feudal, capitalista.
• Modos de produção têm características comuns e específicas. Não
distingui-las leva a erros de interpretação.
Exemplos de erros de interpretação:
• 1) Capital é um elemento universal em todos os modos de
produção
• 2) Toda atividade econômica pode ser reduzida a uma série de
trocas
2) Crítica à Economia Política Clássica
• 1) Capital tem uma característica universal e uma particular
• a) Universal: instrumento de produção e trabalho passado
materializado
• b) Particular: poder de gerar lucros para uma classe social. Fonte de
renda da classe dominante através da propriedade privada dos
meios de produção.
• 2) Quando os economistas burgueses aceitavam os direitos de
propriedade capitalistas existentes como universais, eternos e
sagrados, e viam o capital como sendo comum a toda produção, as
instituições distintivas do capitalismo eram postas de lado.
• Resta apenas, então, a análise da troca; da compra e venda de
mercadorias; da circulação de moeda e mercadoria
2) Crítica à Economia Política Clássica
• Quando o trabalho de um operário passou a ser encarado como
uma mercadoria, com valor de troca igual ao de qualquer outra
mercadoria, todas as distinções econômicas, sociais e políticas
entre os indivíduos desapareceram

• Superficialmente, um sistema de trocas parece, então, um sistema


de igualdade e liberdade

• A harmonia econômica do capitalismo só é concebível, através da


mão invisível de Smith, por exemplo, quando se aceita que a única
relação econômica existente é a troca – e ignoram-se as relações de
produção
3) Mercadorias, Valor, Valor de Uso e
Valor de Troca
• Marx inicia o volume 1 de O Capital “jogando no campo do
adversário”, ou seja, analisando a mercadoria e sua circulação, tão
caras aos economistas clássicos liberais

• Marx estava interessado em explicar como se dava a relação social


entre capitalistas e trabalhadores, a relação entre salários e lucros

• Quando se analisa apenas a circulação e se ignora a produção,


parece que a divisão entre salários e lucros é proveniente da troca
de mercadorias

• A mercadoria tem duas características essenciais:


• 1) satisfaz as necessidades humanas, dadas as suas propriedades
particulares, que têm utilidade, ou seja, que têm valor de uso
• 2) pode ser trocada por outra mercadoria, ou seja, tem valor de
troca
3) Mercadorias, Valor, Valor de Uso e
Valor de Troca
• O valor de troca é o meio pelo qual todas as mercadorias podem
ser direta e quantitativamente comparadas
• Os valores de troca pressupõem um elemento comum a todas as
mercadorias para que as comparações possam ser feitas
• Além do valor de troca, as mercadorias possuem valor de uso e
trabalho humano
• Marx rejeitou o valor de uso como determinante do valor de troca:
impossível comparar quantitativamente mercadorias
qualitativamente diferentes
• Único elemento comum a todas as mercadorias e diretamente
comparável em termos quantitativos é o tempo de trabalho
necessário para sua produção
• Quando encaradas como cristais do trabalho humano, todas as
mercadorias são comuns, são valores
4) Trabalho Útil e Trabalho Abstrato
• Trabalho determina os valores de troca das mercadorias

• Tempo de trabalho é constituído do trabalho simples e homogêneo,


o gasto de uma força de trabalho uniforme

• Processos específicos de trabalho geram os valores de uso das


diferentes mercadorias; trabalho útil

• Quando as diferenças de qualidade de vários tipos de trabalho são


abstraídas, tem-se o trabalho abstrato, criador do valor de troca
das mercadorias

• Trabalho abstrato que necessita de habilidades especiais pode ser


reduzido a um múltiplo do trabalho simples
5) Natureza Social da Produção de
Mercadorias
• Trabalho humano só se transforma em mercadoria quando esta é
produzida com a intenção de ser trocada no mercado
• Somente quando há condições históricas específicas, uma
sociedade pode ser dominada em sua extensão e profundidade
pelo valor de troca
• 1) alto grau de especialização
• 2) separação entre valor de uso e valor de troca
• 3) mercado amplo, com moeda
• Todos os produtores produzem individualmente, mas só produzem
para vender no mercado; dependem do mercado para satisfazerem
suas necessidades materiais; se relacionam socialmente através das
mercadorias
• Alienação e fetichismo
5) Natureza Social da Produção de
Mercadorias
• Em uma sociedade que produz mercadorias, os valores de uso
produzidos pelo trabalho útil não podem ser consumidos sem a
troca no mercado

• Smith e os economistas burgueses pensavam que a utilidade era


gerada na própria troca - e não na produção. A partir daí, o
mercado poderia fazer com que a sociedade fosse harmoniosa

• Na verdade, o trabalho útil é a fonte de toda a utilidade das


mercadorias e a troca é apenas um pré-requisito para o bom
funcionamento de uma sociedade que produz mercadorias

• A aparente harmonia das trocas no mercado (circulação) esconde as


verdadeiras relações sociais de uma sociedade capitalista(produção)
6) Circulação Simples de Mercadorias e
Circulação Capitalista
• Condições históricas necessárias para a produção de mercadorias
não são idênticas às necessárias para a existência do capitalismo

• Pode haver produção de mercadorias fora do modo de produção


capitalista, desde que elas sejam produzidas a fim de se obter
outras mercadorias para uso

• Forma simples de circulação da mercadoria: M – D – M


Mercadoria é trocada por dinheiro para comprar outra mercadoria

• No capitalismo, existe outra forma de circulação, que é: D – M – D


(dinheiro compra mercadoria para vendê-la), mas que só faz
sentido se for, na verdade, D – M – D’ (D’ > D)

• Ou seja, D – M – D’ implica um valor final (D’) maior do que o


inicial (D), e o dinheiro deixa de ser um meio para ser um fim em si
mesmo
7) Mais Valia, Troca e a Esfera da
Circulação
• D’ – D = mais-valia, força motivadora de todo o sistema capitalista

• Detentor de D é o capitalista

• D – M – D’ é a fórmula geral do capital, e a questão central para


Marx era saber se a mais- valia (D’ – D) poderia ser encontrada na
esfera da circulação

• A circulação ou troca de mercadorias não gera valor algum; o ganho


de um é a perda do outro

• Então, a característica essencial do capitalismo (excesso de D’ em


relação a D) só poderia ser encontrado na produção
8) Circulação do Capital e a
Importância da Produção
• Fórmula D – M – D’ pode aparecer em outros modos de produção
que não o capitalismo (feudal, por exemplo), mas aí estamos
tratando do capital comercial ou capital portador de juros, não do
capital industrial
• Capital comercial e capital portador de juros não criam mais-valor,
apenas se apropriam do excedente criado na produção
• Capital industrial é a forma mais representativa do modo de
produção capitalista, através do qual a mais-valia é criada, de fato, e
expropriada
• Esquema de circulação do capital industrial:
D – M ... P ... M’ – D’
D – M: capitalista compra mercadorias com dinheiro
M...P...M’: consumo da mercadorias compradas pelo capitalista, ou
seja, produção
M’ – D’: capitalista vende suas mercadorias por mais dinheiro do
que pagou no início (mais-valia)
8) Circulação do Capital e a
Importância da Produção
• Origem da mais-valia (D’-D) está no fato de que o capitalista compra
um determinado conjunto de mercadorias e vende um outro
conjunto de mercadorias, que é diferente
• O primeiro conjunto de mercadorias é composto pelos ingredientes
da produção e o segundo conjunto pelo produto do processo
produtivo
• No ato da produção, o capitalista consome o valor de uso dos
insumos produtivos, das mercadorias que ele compra
• Para criar valor a partir do consumo de uma mercadoria, o
capitalista tem que encontrar uma mercadoria cujo valor de uso
seja, justamente, criar valor
• Essa mercadoria especial é a força de trabalho: agregado das
capacidades mentais e físicas existentes em uma pessoa, que ela
exerce sempre que produz qualquer espécie de valor de uso
9) Trabalho, Força de Trabalho e a
Definição de Capitalismo
• Força de trabalho é, então, a capacidade de trabalhar ou trabalho
potencial
• Quando a força de trabalho é vendida como mercadoria, seu valor
de uso é a própria execução do trabalho
• Quando o trabalho é, de fato, executado e incorporado à
mercadoria, dá a ela valor
• Portanto, a única fonte possível de mais-valia é a diferença entre o
valor do poder de trabalho (mercadoria) e o valor da mercadoria
produzida
• Ou seja, a força de trabalho é uma mercadoria absolutamente
única: seu uso cria novo valor, que substitui não só seu valor
original, mas também gera mais valor (mais-valia)
• Para ser mercadoria é preciso que a força de trabalho seja:
• 1) oferecida como mercadoria pelo seu dono por tempo
determinado, caso contrário o próprio dono viraria uma mercadoria
• 2) vendida exclusivamente pelo seu dono, e que ele não possa
vender outra mercadoria que contenha seu trabalho
9) Trabalho, Força de Trabalho e a
Definição de Capitalismo
• Essas são as características distintivas do capitalismo: uma
sociedade que produz mercadorias, na qual uma pequena classe de
pessoas – capitalistas – tem o monopólio dos meios de produção e
a grande maioria dos produtores diretos – os trabalhadores – não
poderiam produzir livremente por não terem meios de produção

• Os trabalhadores são “livres” para escolher entre: vender sua força


de trabalho como mercadoria ou morrer de fome

• Marx: “a natureza não produz, de um lado, donos de dinheiro ou de


mercadorias e, do outro, homens que só possuem sua própria força
de trabalho. Esta relação não tem qualquer base natural, nem sua
base social é comum a todas as épocas históricas
10 ) O Valor da Força de Trabalho
• Marx: “O valor da força de trabalho é determinado, como no caso
de todas as outras mercadorias, pelo tempo de trabalho necessário
para a sua produção e reprodução”
• Ou seja, o valor da mercadoria força de trabalho é igual ao valor da
subsistência da família de um trabalhador
• O trabalho incorporado (valor) à força de trabalho é igual ao
trabalho incorporado (valor) às mercadorias necessárias para a
subsistência do trabalhador
• Se, por exemplo, forem necessárias 4 horas de trabalho por dia para
o trabalhador produzir a subsistência de sua família, o valor da sua
força de trabalho é de 4 horas
• Mas se cada trabalhador trabalhar apenas 4 horas por dia, não há
excedente na produção
11) Trabalho Necessário, Trabalho Excedente
e Criação e Realização de Mais-Valia
• A parte do dia de trabalho durante o qual é produzido o valor da
força de trabalho é chamada de tempo de trabalho necessário, e o
trabalho em si é chamado de trabalho necessário

• No capitalismo, o dia de trabalho vai sempre além do tempo de


trabalho necessário, e essa extensão é chamada de tempo de
trabalho excedente, sendo o trabalho feito nesse período o
trabalho excedente

• Ou seja, assim como o valor é trabalho materializado, a mais-valia é


o trabalho excedente materializado

• D – M ...P... M’ – D’
11) Trabalho Necessário, Trabalho Excedente
e Criação e Realização de Mais-Valia
• D – M ...P... M’ – D’

• D – M: capitalista compra instrumentos, matérias-primas e força de


trabalho

• M ...P... M’: valor (trabalho incorporado) dos instrumentos e das


matérias-primas são transferidos ao produto final. Valor da força de
trabalho também, mas cria mais-valor através do trabalho
excedente

• Força de trabalho, como mercadoria, é a única fonte de mais-valia

• M’ – D’: produto é vendido por um valor maior do que o montante


inicial
12) Capital Constante, Capital Variável
e a Taxa de Mais-Valia
• Capital empregado na produção é dividido em capital constante e
capital variável
• Capital Constante: instrumentos, máquinas, prédios e matérias-
primas. Transfere seu próprio valor ao valor do produto final.
• Capital Variável: força de trabalho. Seu valor aumenta quando
usado na produção.
• De forma monetária:
• C: capital empregado na produção = (c + v)
• c: capital constante
• v: capital variável
• s: mais-valia
• C’: mercadoria final, resultante da produção = (c + v) + s
• Taxa de mais-valia: s/v = trabalho excedente/trabalho necessário.
Ou seja, quanto o trabalhador trabalhou para gerar lucros pro
capitalista em relação à sua própria subsistência.
13) Duração da Jornada de Trabalho
• A magnitude da diferença de valor entre trabalho e força de
trabalho depende, principalmente, da duração da jornada de
trabalho

• Capitalista tem interesse em estender a jornada de trabalho ao


máximo, a fim de conseguir maiores lucros, se apropriar de mais
valor

• Existe um limite físico para a jornada de trabalho, mas é só através


da luta persistente que os trabalhadores conseguem se proteger da
exploração do capital

• Direitos trabalhistas: jornada de 40h semanais, pagamento de hora-


extra, férias remuneradas etc.
14) Propriedade Privada, Capital e
Capitalismo
• Todas as sociedades em todas as épocas: capital como instrumentos
de produção e algum tipo de propriedade na produção.
• O que era específico do capitalismo?
• Capital como uma relação social específica de um período e de uma
sociedade, na qual os meios de produção são monopólio de uma
classe e a outra tem apenas a sua força de trabalho para oferecer
• O agente do capital é o capitalista, que se torna poderoso nessa
sociedade
• A base legal do capital é a lei da propriedade privada, tal qual como
existe no modo de produção capitalista
• A separação entre propriedade e trabalho tornou-se a
consequência necessária de uma lei que, aparentemente, se
originou de sua identidade
• O capital e as leis da propriedade privada se tornaram, no
capitalismo, o mecanismo através do qual uma classe dominante
expropria o excedente econômico criado pela classe operária
15) Acumulação Primitiva
• Acumulação primitiva é o nome dado ao processo histórico que
criou as classes dos capitalistas e dos trabalhadores
• Ironia de Marx: Há muito tempo, havia duas espécies de pessoas:
os prudentes e os devassos. O primeiro tipo acumulou riqueza e o
segundo só ficou com sua própria pele pra vender.
• Marx: “Essa infantilidade insípida nos é pregada todos os dias em
defesa da propriedade...Na História concreta, é visível que a
conquista, a escravidão, o roubo, o assassinato, em suma, a força, é
que entram em cena...Os métodos de acumulação primitiva não
têm nada de poéticos”
• Marx: “...o roubo de terras comuns, a usurpação da propriedade
feudal e dos clãs e sua transformação em moderna propriedade
privada, em circunstâncias de terrorismo impiedoso, foram alguns
dos muitos métodos “poéticos” de acumulação primitiva”
• Outros métodos: sistema colonial, exploração da América, da África,
das Índias Orientais.
• No período de sua criação inicial, “o capital pingava sangue e fogo
da cabeça aos pés, por todos os poros”
16) Acumulação de Capital
• Quando os capitalistas se tornaram a classe dominante, eles e seus
porta-vozes se tornaram os advogados da “lei e da ordem” – lei da
propriedade privada e ordem do modo de produção capitalista

• A posição social do capitalista e seu prestígio, bem como seu poder


econômico e político, dependiam do valor do capital por ele
controlado

• Ele não podia ficar parado, era atacado pela concorrência. Tinha
que acumular mais e ficar mais poderoso do que seus concorrentes.
Essa é a lógica do sistema: concorrência por acumulação de capital.

• Quatro consequências da concorrência e da acumulação:


concentração econômica, tendência à queda da taxa de lucro,
desequilíbrios e crises setoriais e alienação e miséria da classe
operária
16) Acumulação de Capital
• 1) Concentração Econômica: concorrência faz com que o capitalista
mais rico absorva o mais fraco. Desenvolvimento tecnológico cria
um volume mínimo de capital para concorrer.

• 2) Tendência Decrescente da Taxa de Lucro:


• Taxa de lucro: s/C = s/(c + v)
• Taxa de mais-valia: s/v
• Composição orgânica do capital: c/v
• Acumulação de capital e aumento de c/v faz com que a taxa de
lucro caia
• A única maneira de manter (ou aumentar) a taxa de lucro, então, é
aumentar a taxa de mais-valia s/v, mas existe um limite físico
• Tendências compensatórias: aumentar a exploração (s/v), diminuir
os salários, mudança tecnológica e novos mercados
16) Acumulação de Capital
• 3) Desequilíbrios setoriais e crises econômicas: desemprego
tecnológico é uma forma de diminuir o montante pago de salários,
mas cria um problema de demanda para a produção. Crises de
superprodução são típicas (e únicas) do capitalismo

• 4) Alienação e miséria do proletariado: separação entre o


trabalhador e o produto do seu trabalho. Separação entre os
próprios trabalhadores. Relações sociais através do mercado, das
coisas (fetichismo). Aumento de salário pode iludir o trabalhador
quanto à sua situação, mas não muda a essência de exploração
capitalismo .

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