Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva
Professora Jessica Gaspar da Costa
PRINCIPAIS EVENTOS
Conferência Mundial sobre Educação para Todos (Conferência de
Jomtien, 1990) Relatório Delors (1993–1996) V Reunião do Comitê Regional Intergovernamental do Projeto Principal de Educação para a América Latina e Caribe (1993) Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais (Declaração de Salamanca, 1994) Século XIX: Fundação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos e do Instituto dos Surdos no Rio de Janeiro, marcam o início das políticas em educação especial. Primeira metade do século XX: Destaque para o Instituto Pestalozzi e a fundação da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), evidenciando a preocupação com singularidades. Segunda metade do século XX: Início da ênfase na inclusão, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1961), embora não tenha sido efetivamente implementada. A Constituição Federal de 1988 reforça o direito à educação para todos. Década de 1990: Importância do Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) e das declarações da UNESCO sobre educação inclusiva. A Política Nacional de Educação Especial (1994) orienta o acesso de alunos com deficiência ao ensino regular. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996): Flexibiliza o currículo e métodos para atender às necessidades de todos os educandos, garantindo oportunidades educacionais adequadas, inclusive para alunos que não concluíram o ensino fundamental. A partir da Constituição Federal de 1988 e da Lei nº. 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), os sujeitos com deficiência passaram a ser reconhecidos como sujeitos de direitos, inclusive no que se refere à educação (BRASIL, 1988; 1990) LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL Estabelecida em 20 de dezembro de 1996. Define a educação especial como modalidade oferecida preferencialmente na rede regular de ensino para educandos com necessidades especiais. Transformou a educação especial de um sistema separado para uma modalidade transversal. Intenção de abrir espaços para a ideia de educação para todos, priorizando a escola regular. A matrícula para alunos com deficiência tornou-se obrigatória na escola regular, mas sem uma abordagem explícita de inclusão até então. DIRETRIZES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO ESPECIAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA Organizadas pelo MEC em 2001. Introduziram um maior aporte teórico sobre a inserção da Educação Especial na escola regular. Foram acompanhadas de informações detalhadas sobre os serviços de apoio pedagógico especializado. Introduziu o termo "inclusão" pela primeira vez, substituindo o termo "integração". Destaca três aspectos importantes: referência aos "alunos com necessidades especiais", responsabilização do governo na inclusão como meta educacional e responsabilidade pelo sucesso da inclusão. PLANO DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO (PDE) Lançado oficialmente a partir do Decreto nº. 6.094, de 24 de abril de 2007. Inclui o Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais (2005) e o Programa Incluir: Acessibilidade na Educação Superior (2005). Em 2008, foi criada a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Posteriormente, surgiram várias outras políticas, como a Resolução nº. 4 do Conselho Nacional de Educação (2009), Nota técnica nº. 11 da SEESP (2010), Decreto nº. 7.611 (2011), e o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº. 13.146, de 06 de julho de 2015). OBJETIVOS: Transformar os sistemas educacionais em sistemas inclusivos. Promover acesso, participação e aprendizagem de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas escolas regulares. Garantir: Transversalidade da educação especial em todos os níveis, complementando o ensino regular. Atendimento Educacional Especializado (AEE) complementar ou suplementar. Continuidade da escolarização nos níveis mais elevados. Formação de professores e demais profissionais para inclusão escolar. Participação da família e da comunidade. Acessibilidade urbanística e arquitetônica. Articulação intersetorial na implementação das políticas públicas. DESAFIOS: Democratização do ensino ampliou o olhar sobre a educação inclusiva, exigindo reflexão sobre formação docente e contexto social. Paulo Freire destaca a educação como prática de liberdade, integrada ao diálogo e à valorização da cidadania. Inclusão requer esforço para superar visões estabelecidas sobre diferenças e diversidades, envolvendo engajamento das instituições educacionais e profissionais. Diretrizes e metas para a inclusão existem há décadas, mas desafios persistem devido à identificação com processos de hierarquização e reprodução de desigualdades. Necessidade de espaços educacionais que promovam a problematização das normas de distinção dos sujeitos e reconheçam a diversidade como potencialidade. Formação contínua de educadores e gestores é essencial, incentivando a aprendizagem cooperativa e a flexibilização do currículo para atender às necessidades específicas dos alunos. Envolvimento de todos