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QUALIDADE
DO LEITE
16 passos para melhorar
seus resultados!
E-book Qualidade do leite: 16 passos para melhorar seus resultados

Introdução
A qualidade do leite é um dos fatores de maior preocupação na cadeia leiteira. É
muito importante para o produtor, que consegue melhor preço pelo seu leite e
maior saúde para o seu rebanho, ao mesmo tempo em que é muito essencial
para a indústria, uma vez que está diretamente relacionada com a qualidade
dos produtos finais produzidos.

Pensando em aumentar seus conhecimentos no tema, bem como apresentar


um plano para melhorar os indicadores de qualidade, o EducaPoint criou este
e-book exclusivo, com dicas e checklists para que você possa atingir melhores
resultados. Esperamos que você goste do conteúdo!

Como melhorar os principais


indicadores de qualidade do leite
A produção de quantidades máximas de leite de alta qualidade é uma meta
importante de todas as fazendas leiteiras, ou seja, além de produzir bastante
leite, este deve ter boa qualidade. Isso porque a má qualidade do leite afeta
todos os segmentos da indústria de laticínios, resultando em leite com
propriedades de fabricação diminuídas e produtos lácteos com vida útil
reduzida.

Além disso, a preocupação com a qualidade do produto torna-se cada vez mais
importante, especialmente porque vivemos em uma época em que a
credibilidade da marca é muito valorizada. Por isso mesmo, a legislação que
regulamenta a indústria está sempre sendo desenvolvida e aprimorada, pois
isso ajuda a garantir que o leite e os derivados que são produzidos e vendidos
no país sejam de qualidade cada vez melhores.

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E-book Qualidade do leite: 16 passos para melhorar seus resultados

Como a qualidade do leite é


determinada?
Se você é um produtor de leite, precisa entender quais são os indicadores de
qualidade e como melhorar esses indicadores.

Para o leite in natura, a qualidade é determinada basicamente por três


parâmetros:

1. Baixas contagens de células somáticas (CCS);


2. Baixa contagem bacteriana total (CTB);
3. Ausência de resíduos de antibióticos ou de outros resíduos químicos.

Confira abaixo como melhorar esses indicadores na sua fazenda.

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Contagem de células somáticas (CCS)
A principal chave para diminuir a CCS do leite é o manejo. Dentro
deste ponto, considera-se também a questão da higiene da fazenda.
Siga os 5 passos abaixo para reduzir a CCS do seu rebanho.

Passo #1 Identifique suas vacas com alta CCS

Para ajudar a identificar vacas individuais com altas CCS, execute testes de
qualidade do leite para ajudar a monitorar as tendências do rebanho e localizar
vacas infectadas. Um dos testes mais importantes é o chamado teste da
caneca, teste da caneca de fundo preto ou teste da caneca telada, que deve ser
feito em toda ordenha. Esse teste consiste em, antes de colocar o equipamento
de ordenha, retirar os primeiros jatos de leite para que o ordenhador faça a
avaliação visual para averiguar se há a presença ou não de grumos.

Faça o teste do CMT (Califórnia Mastite Teste) de vacas recém-paridas,


especialmente em vacas com CCS alta. Este teste ajuda na identificação do
quarto positivo para mastite.

Realize culturas mensais no tanque em um laboratório confiável. Essa é a


melhor maneira de descobrir que tipos de bactérias estão causando infecções
mamárias.

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Passo #2 Reduza a propagação da infecção

A fim de reduzir uma alta CCS, é importante priorizar os procedimentos de


ordenha adequados para ajudar a reduzir a propagação da infecção. Confira
abaixo algumas etapas que precisam ser seguidas:

- Faça procedimentos adequados de pré-ordenha e pós-ordenha. Deve-se fazer


a desinfecção dos tetos pré-ordenha, também chamada de pré-dipping, que
consiste na imersão dos tetos em uma solução desinfetante, que reduz a
contaminação da pele do teto. Essa etapa é fundamental para eliminar as
chances de contaminação. Depois da retirada do conjunto de ordenha,
recomenda-se realizar a etapa pós-ordenha que é o pós-dipping. Trata-se de
uma medida de controle de mastite contagiosa que deve ser feito pela imersão
dos tetos em uma solução desinfetante.

- Use linha de ordenha, que consiste em


ordenhar primeiro os animais com baixa
CCS, para ajudar a prevenir que a bactéria
causadora da mastite se espalhe para
vacas saudáveis e com baixa CCS.

- Faça a correta manutenção e


higienização da máquina de ordenha. É
possível espalhar Staphylococcus
aureus para as próximas seis a oito
vacas depois de ordenhar uma vaca
infectada.

- Mantenha as luvas limpas. Mesmo as


mãos limpas podem estar cheias de
organismos disseminadores de mastite.
Portanto, é imperativo usar luvas em
todos os momentos durante a ordenha
e substituir/esterilizar as luvas sujas
conforme necessário.

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- Use uma toalha por vaca ao limpar e secar as pontas dos tetos. Ao usar
toalhas de pano, lave e seque em temperatura alta. Após 500 a 600 ordenhas,
descarte as toalhas de pano e substitua por novas.

- Mantenha a equipe da fazenda bem treinada nos indicadores de qualidade do


leite e nos procedimentos operacionais padrão de ordenha. Explique por que
uma boa CCS é importante e elogie o bom controle da mastite. Além disso, é
essencial o monitoramento da rotina de ordenha dos funcionários e
participação ativa do gerente ou proprietário durante o processo de ordenha.

- Mantenha sempre o ambiente das vacas sem lama e barro, para garantir a
higiene durante todos os momentos.

Passo #3 Saiba o que você está enfrentando

Para obter uma CCS mais baixa, é importante saber o que você está
enfrentando, ou seja, quais são os microrganismos envolvidos. Certos tipos de
bactérias são responsáveis pela mastite subclínica e é necessário saber para
qual organismo você deve tratar.

Assim, recomenda-se coletar amostras de leite de vacas com alta CCS que
representam diferentes idades, juntamente com infecções por mastite crônica
versus infecções recentes para correta identificação do agente infeccioso no
rebanho.

Passo #4 Desenvolva um plano de ação

Depois de determinar o tipo de bactéria para a qual você precisa tratar, é hora
de começar a tomar decisões.

Foque nas vacas que contribuem com a maior porcentagem de células


somáticas para o tanque. Para determinar quais são esses animais, considere
sua história individual de CCS, idade, resposta à terapia anterior de vacas secas
com antibióticos, história de mastite clínica, produção de leite, estado de
fertilidade, locomoção ou problemas de claudicação, juntamente com a saúde
geral do animal. A partir daí, você pode decidir se deseja tratar, secar ou abater
as vacas. No entanto, é essencial que alguma atitude seja tomada com relação
às vacas que apresentam mastite clínica ou subclínica.

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É importante fazer o descarte de vacas problema, que têm mastite crônica ou


CCS alta, mas o descarte é sempre uma decisão cara e irreversível. Por isso,
essa decisão precisa ser bem tomada. Sempre discuta as opções com seu
veterinário.

Uma estratégia que pode ser interessante quando a infecção é causada pela
bactéria Escherichia coli é a possibilidade de vacinação. A vacina J5 é
recomendada em rebanhos que tenham uma alta incidência de mastite
causada por Escherichia coli. A vacina, nesses casos, é uma boa medida de
controle para prevenção e redução da gravidade dos danos causados por essa
bactéria.

Passo #5: Monitore o progresso

Ter uma baixa CCS nunca acontece por acidente. Trata-se do resultado de alta
intenção, esforço sincero, direção inteligente e execução habilidosa. Para obter
uma pontuação mais baixa, é fundamental saber sua média atual de CCS para
acompanhar seu progresso.

Assim, o produtor deve acompanhar mensalmente as análises do laticínio para


ver o impacto das suas ações corretivas, pois somente assim será possível
fazer os ajustes necessários.

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Contagem Bacteriana Total (CBT)
A contagem bacteriana total do leite cru (CBT) é o teste empregado
para avaliação da qualidade microbiológica do leite. O resultado
fornece indicação dos cuidados de higiene empregados na obtenção
e no manuseio do leite na fazenda. Altas contagens indicam falhas na limpeza
dos equipamentos, na higiene da ordenha e/ou problemas na refrigeração do
leite.

Sujeiras vindas do solo, poeira, lama são as fontes mais importantes de


bactérias quando as vacas estão no pasto, enquanto silagem, fezes e as camas
dos animais são as fontes mais importantes de bactérias no leite cru em vacas
confinadas.

Bactérias podem contaminar as superfícies dos tetos, particularmente durante


os períodos de clima quente e úmido no verão e são facilmente transferidas para
o leite durante a ordenha.

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Confira 3 passos para reduzir a contaminação bacteriana:

Passo #1: Garanta que os tetos estejam limpos


É necessário garantir que os tetos estejam o mais limpos possível, pois eles são
a rota mais provável das bactérias para o leite. Certifique-se de que os tetos das
vacas estão limpos e secos antes da aplicação do conjunto de ordenha. A
desinfecção do teto antes da ordenha, seguida de secagem com toalhas de
papel individuais, também pode ser eficaz na redução de bactérias nas
superfícies dos mesmos.

Passo #2: Garanta um ambiente limpo para as vacas


Lembre-se que a contaminação ambiental pode ser muito importante para a
transmissão de bactérias para as vacas. Em vacas criadas a pasto, é essencial
que as áreas de permanência dos animais estejam limpas, livre de barro e lama,
além de outras sujidades que podem estar presentes. Já no caso de animais
confinados, o cuidado com a limpeza dizem respeito às instalações internas, de
forma que é necessário sempre mantê-los limpos, dando especial atenção às
camas.

Passo #3: Garanta a limpeza do equipamento de ordenha


Implemente um procedimento de lavagem correto para o equipamento de
ordenha. Com a limpeza inadequada, as bactérias no leite se fixam às
superfícies internas da tubulação e ocorre a formação de biofilme, o que facilita
o crescimento de bactérias nas ordenhas subsequentes. Assim, a correta
higienização e manutenção do equipamento de ordenha é uma medida
essencial para garantir a redução na contaminação bacteriana, melhorando a
sanidade do rebanho e a qualidade do leite.

Outros fatores a serem considerados são:

- Certifique-se de que a temperatura do leite no tanque resfriador esteja


próxima a 3°C, três horas após a ordenha;
- Limpe o tanque resfriador imediatamente após a coleta do leite;
- Use produtos específicos para limpeza;
- Certifique-se que os tetos estão secos e limpos antes de ordenhá-los;
- Utilize água potável para limpeza dos equipamentos;
- Cuide da limpeza das estradas e corredores de acesso às instalações pelos
quais as vacas terão que passar.

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Resíduos de antibióticos
Os medicamentos usados nos animais, por qualquer via de aplicação
(intramamária, intramuscular, intrauterina, oral, via alimentos e
subcutânea), podem resultar em resíduos no leite. Inclusive, o
tratamento intramamário de um único quarto com mastite resulta na passagem
do antibiótico por meio da corrente sanguínea para o leite presente nos outros
quartos, devendo-se então descartar todos os quartos dos animais durante o
período em que houver a presença do resíduo da droga.

Para evitar este problema, siga os passos abaixo:


3.1. Vacas em lactação

Passo #1 Leia e siga corretamente o rótulo dos medicamentos


Antes de administrar antibióticos a um animal, é essencial que você leia os
detalhes no rótulo. É importante certificar-se de que:

- a droga é apropriada para a doença que está sendo tratada;


- o medicamento é administrado pela via recomendada;
- que a dosagem correta foi dada na frequência certa.

Use somente medicamentos recomendados para os animais em lactação, de


acordo com o Ministério da Agricultura, e sempre de acordo com a orientação
veterinária.

Armazene todas as drogas em local adequado, separando os medicamentos


para uso de vaca seca daqueles para uso nas vacas em lactação, restringindo o
acesso apenas às pessoas responsáveis pelos tratamentos.

Passo #2: Respeite o período de carência de cada medicamento


Anote e registre o período de carência toda vez que um medicamento é usado -
nunca presuma que dois tipos semelhantes de antibióticos têm o mesmo
tempo de carência.

O período de carência indicado no rótulo só é válido quando todas as instruções


são seguidas corretamente. Por exemplo, se um antibiótico com uma dose
rotulada de 20mL for administrado em uma dose de 30mL, o período de
carência declarado não se aplicará mais. Como, neste caso, o período de
carência é desconhecido, existe o risco de o animal ser ordenhado muito cedo e
o leite contaminar todo o tanque. Se você não tiver certeza, teste o leite antes de
misturá-lo no tanque.
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Passo #3 Identifique claramente as vacas tratadas e as isole


Se um animal em lactação for tratado com antibióticos, ele deve ser claramente
identificado. Use uma combinação de métodos de identificação para garantir
que a vaca não seja perdida se um método falhar.

Se possível, o isolamento do animal tratado é a maneira mais eficaz de prevenir


a contaminação do tanque por antibióticos. O ideal seria colocar os animais
tratados em um local separado que seria um “hospital”, ordenhando as vacas
somente após o leite dos outros animais ter sido removido do tanque. Embora
essa opção seja mais confiável, pode não ser viável em rebanhos pequenos.

Assim, a vaca pode ser mantida com o rebanho principal, mas deve ser
ordenhada por último.

Passo #4 Mantenha registros


Bons registros permitem que você acompanhe o que aconteceu no rebanho e
também são um importante meio de comunicação. Um quadro onde se
registrem instruções e detalhes do tratamento da vaca onde todos possam ver
é uma maneira simples e eficiente de fazer isso. O quadro deve conter
informações como uma explicação do sistema de identificação usado, número
da vaca e quarto tratado, data e hora do tratamento, período de carência, data
em que o leite deve voltar a entrar no tanque e os tratamentos consecutivos no
mesmo animal.

Passo #5 Certifique-se de que todos os ordenhadores estão cientes


dos tratamentos realizados
Se você tratou uma vaca com antibióticos e outra pessoa - por exemplo,
ordenhador substituto, membro da família, etc. - fará a ordenha, certifique-se de
que eles sabem como e por que o animal foi tratado.

Isso também se aplica a ordenhadores regulares - não presuma que seus


funcionários saibam como o sistema funciona se você não o tiver explicado.
Certifique-se de que eles entendem as marcações no animal e as informações
do quadro.

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3.2. Vacas secas

Passo #1 Respeite o período de carência do medicamento


Antes de tratar um animal com terapia de vaca seca, certifique-se de que o
tempo entre a secagem e o parto esperado seja maior do que o período de
carência do medicamento usado. Pode haver momentos em que você sabe que
o animal parirá dentro do período de carência, mas você decide tratá-lo mesmo
assim. Se você tomar essa decisão, tome muito cuidado para se certificar de
que o leite desta vaca seja retirado do tanque após o parto até o fim do período
de carência. O leite deve ser testado para garantir que está pronto para ser
incluído no tanque.

Passo #2 Identifique e isole os animais tratados


Depois de tratar uma vaca com terapia de vaca seca, é essencial marcá-la com
uma identificação duradoura. A vaca deve ser reconhecida como tratada caso
ela volte para o rebanho. Uma combinação de isolamento e identificação clara é
a maneira mais eficaz de evitar que o leite de suas vacas secas contamine o
tanque.

Passo #3 Mantenha registros de tratamento


Registros detalhados de cada vaca seca tratada com antibióticos devem ser
mantidos na fazenda. Esses registros devem incluir número da vaca, quarto
tratado, produto usado e dosagem, data do tratamento, período de carência,
data de término do período de carência e outros tratamentos.

EducaPoint 09
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Fontes consultadas:

Checklist: Como melhorar seus indicadores de qualidade do leite


(https://www.milkpoint.com.br/colunas/educapoint/checklist-como-melhorar-s
eus-indicadores-de-qualidade-do-leite-214214/)

5 Steps to Reduce Somatic Cell Counts, de Taylor Leach


(https://d28e2b5z7p5q0k.cloudfront.net/news/5-steps-reduce-somatic-cell-co
unts)

Minimizing bacterial counts and residues in milk


(https://www.glanbiaconnect.com/farm-advice//detail/article/minimizing-bacte
rial-counts-and-residues-in-milk)

Preventing antibiotic residues in milk


(https://www.agric.wa.gov.au/dairy-cattle/preventing-antibiotic-residues-milk?
page=0%2C1)

EducaPoint 12

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