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URGÊNCIAS & EMERGÊNCIAS

Elaborado por:
ENFERMEIRA Eliane Tricarico
Especialista em Urgência , Emergência e APH
Especialista em UTI NeoNatal e Pediátrica
Especialista em Estratégia de saúde da família
TEC ENF. Leonardo Tricarico
Instrutor BLS / APH / STOP THE BLEED
EMR #ID 82.150

CRR TREINAMENTOS URGÊNCIAS & EMERGÊNCIAS- DEZEMBRO/2021


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Sumário

Unidade 1 - Emergências Traumatológicas


Unidade 2 - Emergências Cardiovasculares e Hematológicas
Unidade 3 – Emergências Neurológicas
Unidade 4 - Emergências Respiratórias
Unidade 5 - Emergências Renais
Unidade 6 – Procedimentos de Emergência
Unidade 7 – Cuidados de Enfermagem
Unidade 8 - Farmacologia

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Unidade 1 - Emergências Traumatológicas


Trauma musculoesquelético
Lesões musculoesqueléticas ou de extremidades são muito comuns. Pequenos
acidentes domésticos, recreativos ou esportivos levam a esse tipo de lesão, na maioria
das vezes, sem maiores consequências. O principal mecanismo pelos quais essas
lesões podem representar uma ameaça à vida é a perda sanguínea, que pode causar
choque, dano a vasos sanguíneos e nervos.
Os tipos de lesões musculoesqueléticas são:
Fraturas abertas e fechadas: Ocorre interrupção na continuidade do osso. Nas fraturas
fechadas à pele está intacta, e nas fraturas abertas ocorre sobre a lesão de continuidade
da pele, produzida pelos próprios fragmentos ósseos ou objetos penetrantes.
Luxações: São lesões em que à extremidade de um dos ossos que compõem uma

articulação é deslocada de seu lugar. O dano a tecido mole pode ser muito grave,
afetando vasos sanguíneos, nervos, e a cápsula articular.
Entorses: São lesões aos ligamentos. Podem ser de grau mínimo ou grave, causando
ruptura completa do ligamento. As formas graves produzem perda da estabilidade da
articulação, às vezes, acompanhada por luxação.
Distensões: lesões aos músculos ou tendões, geralmente causados por hiperextensão
ou por contrações violentas. Em casos graves pode haver ruptura do tendão.
Amputações traumáticas: As amputações traumáticas são lesões em que há
separação de um membro ou de um uma estrutura protuberante do corpo. Podem ser
causadas por objetos cortantes, esmagamentos ou tracionamento. As causas por
acidentes industriais e automobilísticos são mais comuns em jovens.

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Unidade 2 - Emergências Cardiovasculares e


Hematológicas

✓ Angina pectoris: se manifesta com uma forte dor torácica causada pela falta de
oxigênio no coração. Muitas vezes vem acompanhada de uma sensação de aperto e
queimação, que se prolonga um pouco acima do tórax e pode se espalhar para os
braços, costas e pescoço. Trata-se de um conjunto de sintomas provocados pela
limitação da irrigação e baixo suprimento de oxigênio ao músculo cardíaco. Essa
insuficiência ocorre em razão do estreitamento das artérias que levam sangue ao órgão.
A evolução do caso de angina pode provocar um infarto. 1
Os sintomas da angina costumam se manifestar de forma mais intensa durante
atividade física, estresse emocional e baixas temperaturas, e decrescem durante
repouso. Entre eles estão: Desconforto e pressão no peito; Fadiga; Respiração rápida;
Náusea; Taquicardia.
O tratamento da angina, na maioria dos casos, é feito com medicação específica,
que inclui fármacos vasodilatadores e os betabloqueadores, que aumentam a irrigação
sanguínea ao músculo cardíaco. Algumas situações exigem procedimento cirúrgico,
como a implantação de pontes em artérias coronárias ou angioplastia, que consiste na
implantação de um balão inflado nas artérias estreitadas a fim de expandi-las e
desbloqueá-las.

✓ IAM – Infarto Agudo do Miocárdio: A dor torácica é o principal sintoma


associado ao IAM, que é descrito como uma dor súbita, sobre o esterno (osso localizado
no meio do peito), constante e constritiva, que pode ou não se irradiar para várias partes
do corpo, como a mandíbula, costas, pescoço e braços, especialmente a face interna do
braço esquerdo, e falta de ar. Quando ocorre na pessoa idosa, o IAM nem sempre se
apresenta a dor constritiva típica, em virtude da menor resposta dos neurotransmissores
que acontece no período de envelhecimento, podendo assim passar despercebido.

1
Instituto Lado a Lado, Angina, 2020. Disponível em: https://www.ladoaladopelavida.org.br/angina-o-que-
e-doencas-cardiovasculares#:~:text=A%20angina%20(ou%20angina%20pectoris,os%20bra%C3%A7os
%2C%20costas%20e%20pesco%C3%A7o.

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A dor do IAM se deve à redução de fluxo sanguíneo ocasionado pelo


estreitamento ou obstrução de uma artéria do coração, impedindo que oxigênio chegue
em quantidade adequada para as células cardíacas. Esse estreitamento se dá pelo
acúmulo de gordura por dentro na artéria ou pela impactação (“entupimento”) de um
êmbolo. A dor pode ser confundida com sintomas corriqueiros como má digestão, dor
muscular, tensões, dentre outros. A redução do fluxo sanguíneo também pode ser
resultante de choque, uso de drogas estimulantes, tumores ou hemorragias.
O atendimento imediato ao paciente aumenta as chances de sobrevivência e uma
recuperação com um mínimo de sequelas. Para isso, é fundamental que, perante um
quadro suspeito de IAM, o indivíduo acione o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(SAMU) ou procure imediatamente uma Unidade de Saúde ou Unidade de Pronto
Atendimento. O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico, dependendo de alguns fatores,
como por exemplo a extensão e a área do coração acometida. 2

✓ HAS - Hipertensão Arterial Sistêmica: popularmente conhecida como “Pressão


Alta” é uma condição clínica que tem como causa múltiplos fatores, entre eles genéticos,
ambientais e hábitos de vida. É definida por níveis elevados e sustentados de pressão
arterial (PA). A pressão arterial é consequência da força que o sangue exerce contra as
paredes das artérias para conseguir circular pelo corpo. O valor máximo da pressão
(sistólica) ocorre quando o coração se contrai e expulsa o sangue de seu interior para as
artérias. A pressão mínima ou diastólica ocorre quando a musculatura cardíaca relaxa
para permitir que o sangue volte a encher suas cavidades. 3
São considerados valores ótimos da pressão arterial medidas abaixo de
120x80mmHg ou 12 por 8. Contudo níveis acima de 140x90 mmHg, isto é, acima de 14
por 9 são considerados anormais (altos). É importante lembrar que pacientes portadores
de outras doenças ou comorbidades podem necessitar de valores mais baixos para um
controle adequado.

2
UNASUS, Os sintomas do infarto agudo do miocárdio, 2014. Disponível em:
https://www.unasus.gov.br/noticia/os-sintomas-do-infarto-agudo-do-miocardio. Acesso: 10/06/2020.
3
CardioDay, Hipertensão Arterial, 2016. Disponível em: https://www.cardioday.com.br/single-
post/2016/07/08/Hipertens%C3%A3o-Arterial-Sist%C3%AAmica-HAS.

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A HAS quando não tratada de forma adequada pode levar a complicações em


órgãos alvo, que são órgãos sensíveis a esta alteração e podem se comprometer com a
evolução da doença, como o coração, os rins, o cérebro, os olhos.
O uso de medicamentos pode ser necessário para o tratamento da HAS e estes
devem ser utilizados de modo contínuo, sem interrupção e com acompanhamento
médico. Contudo o tratamento não farmacológico deve ser aplicado a todos os pacientes,
pois apresenta um grande impacto no controle da pressão artéria. Este tratamento ocorre
com mudança no estilo de vida.

✓ EAP- Edema Agudo de Pulmão: é uma síndrome clínica em que ocorre acúmulo
de fluido nos espaços alveolares e intersticiais dos pulmões, podendo ser decorrente de
causas diversas. O resultado do processo é caracterizado por hipoxemia, aumento no
esforço respiratório, redução da complacência pulmonar e redução da relação ventilação
perfusão. Está relacionado, na maioria das vezes, a causas cardíacas, e em nosso meio
é mais prevalente o acometimento valvular reumático. O EAP pode ser a primeira
manifestação de doença prévia assintomática e que descompensa devido às alterações
hemodinâmicas fisiológicas da gestação, incluindo o aumento do volume plasmático e
débito cardíaco, além da redução da pressão coloidosmótica do plasma, muitas vezes
agravada pela presença de anemia. Aproximadamente 1:1.000 gestações complicam
com EAP que se associa ao aumento da morbimortalidade materna e fetal. 4

✓ ICC - Insuficiência Cardíaca Congestiva: A insuficiência cardíaca pode ocorrer


quando o coração não consegue bombear sangue (sistólica) ou encher-se de sangue
(diastólica) adequadamente. Os sintomas incluem falta de ar, fadiga, pernas inchadas e
batimentos cardíacos acelerados. O tratamento pode incluir a ingestão limitada de sal e
de líquidos, bem como o uso de medicamentos com prescrição. Em alguns casos, pode
ser implantado um desfibrilador ou marca-passo.
As pessoas podem ter:
• Dores locais: peito;
• Tosse: com catarro;

4
MACIEL, MVA, Insuficiência cardíaca, Arq. Bras. Cardiol., São Paulo, v. 93, n. 6, supl. 1, p. 146-152, Dec.
2009

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• No corpo: fadiga, incapacidade de praticar atividade física, perda de apetite ou


tontura
• No sistema respiratório: falta de ar ao deitar-se, falta de ar durante a atividade física,
falta de ar durante a noite ou respiração rápida;
• No aparelho gastrointestinal: inchaço ou retenção de líquido;
• Também é comum: ganho de peso, micção excessiva à noite, palpitações, pernas
inchadas ou pés inchados

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o Sistema Cardiovascular?

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Unidade 3 – Emergências Neurológicas

✓ Aneurisma: é a dilatação anormal de uma artéria. Um aneurisma pode se romper e


causar uma hemorragia ou permanecer sem estourar durante toda a vida. Os aneurismas
podem ocorrer em qualquer artéria do corpo, como as do cérebro, do coração, do rim ou
do abdômen. Os do tipo cerebral e da aorta torácica e abdominal apresentam altas taxas
de mortalidade.5
• Abdominal: estão associados à aterosclerose, que é caracterizada pela presença
de placas de gordura e calcificação nas artérias, e não têm relação com o
aneurisma cerebral. Mesmo sendo uma doença assintomática, o aneurisma da
aorta abdominal pode apresentar alguns sinais, como sensação de pulsação
abdominal. Quando um aneurisma se expande rapidamente, está prestes a se
romper ou já se rompeu, alguns sintomas podem aparecer de maneira brusca,
como dor forte ou persistente no abdômen ou nas costas; náuseas e vômitos;
frequência cardíaca acelerada; queda de pressão e choque hemorrágico, quando
ocorre grande perda de sangue.
• Aórtico: é o tipo de aneurisma mais frequente da aorta e que ocorre na sua
porção intra-abdominal (dentro do abdómen). Um aneurisma é uma dilatação de
um vaso sanguíneo (artéria ou veia). A aorta é a maior artéria do corpo humano,
estendendo-se do coração, passando pelo tórax, até ao abdómen, onde se divide
para fornecer sangue às pernas.

A maioria dos doentes com aneurisma da aorta abdominal não apresenta qualquer
tipo de sinal ou sintoma. O aneurisma é identificado quando o paciente faz um exame de

5
BRASIL, Ministério da Saúde, Aneurisma, 2018. Disponível: https://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-
saude/2795-aneurisma.

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rotina, como uma ecografia ou TAC. No entanto, alguns sintomas iniciais podem ser
percepcionados pelos doentes. Por vezes, o paciente sente uma palpitação no abdómen.
Diz que sente o “coração a bater na barriga”. Pode ter uma sensação de estômago cheio
(sensação de plenitude gástrica) após ingerir uma pequena refeição. Pode também notar
uma dor no abdómen ou costas. O aneurisma também pode ser diagnosticado quando
o médico por palpação do abdómen, identifica uma pulsatilidade aumentada.

• Cerebral: é a dilatação anormal de uma artéria que irriga o cérebro, geralmente


localizado nos pontos em que ela se bifurca (mais frágeis). Pode se romper e
causar uma hemorragia cerebral ou permanecer sem estourar durante toda a vida.
Os aneurismas também podem ocorrer em qualquer artéria do corpo, como as de
coração, rim e abdômen. Os do tipo cerebral e da aorta torácica e abdominal
apresentam altas taxas de mortalidade.

Sintomas
No cérebro, surgem sinais geralmente quando
há ruptura. Em alguns casos, ocorre um
sangramento inicial no cérebro, acompanhado
de dor de cabeça súbita e intensa, antes do
rompimento definitivo. Esta é a hora de procurar
uma emergência. Em outras situações, quando
o aneurisma se rompe totalmente, dependendo
da intensidade do sangramento, a pessoa tem
desde dor de cabeça até perda dos sentidos e
coma.

.
Deve se procurar
imediatamente uma unidade
hospitalar imediatamente

O melhor exame para detectar o


aneurisma é a arteriografia, uma espécie de cateterismo cerebral. Mas a doença também
pode ser detectada por angiografia por tomografia computadorizada, que é um exame

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não invasivo e rápido. Por isso, geralmente, a angiografia por tomografia é o primeiro
exame a ser feito. Se não mostrar um aneurisma, deve ser feita a arteriografia.
Existem duas formas:
• Cirurgia: coloca-se um clipe metálico na base do aneurisma, excluindo-o da
circulação. O paciente fica curado.
• Embolização endovascular: leva-se um cateter até o aneurisma, no qual são
introduzidas pequenas molas, fazendo-o coagular e cicatrizar. Cerca de 20% dos
pacientes precisam de novo tratamento, pois o aneurisma pode voltar a se abrir. 6

✓ AVC - Acidente Vascular Cerebral


O AVC constitui uma emergência neurológica, pois a perda de tempo para a
abordagem destes pacientes significa uma pior evolução, tendo assim a necessidade de
ser tratado imediatamente por uma equipe médica conduzida por um neurologista clínico.
O atendimento e reconhecimento do diagnóstico para o AVC proporcionam uma
grande diferença no resultado do tratamento. O paciente diagnosticado clinicamente,
tomograficamente e submetido a tratamento medicamentoso nas primeiras horas após
o início do acometimento tem maior chance de minimizar as sequelas decorrentes do
AVC. A maior parte do atendimento de pacientes com AVC no Brasil é realizada em
hospitais secundários, que muitas vezes não dispõem de uma infraestrutura adequada
para o atendimento completo deste tipo de patologia.
O AVC é uma doença crônico-degenerativa causada por uma diminuição ou
interrupção do fluxo sanguíneo em uma determinada área do encéfalo, provocando
déficits neurológicos e consequentemente gerando uma alta incidência de incapacidade
física e até mesmo o óbito. As equipes de saúde devem estar cientes de que a
determinação do intervalo de tempo desde o início dos sinais e sintomas neurológicos é
importante, pois definirá a escolha do tratamento. Os AVCs podem ser divididos em duas
categorias principais: os que acometem mais, cerca de 85% dos casos, são definidos
como isquêmicos e os hemorrágicos que alcançam os outros 15%.

6
Rede Brasil AVC, Aneurisma Cerebral, 2020. Disponível em: http://www.redebrasilavc.org.br/para-
pacientes-e-falimiares/o-que-e-aneurisma-cerebral/#:~:text=Aneurisma%20cerebral%20%C3%A9%20
a%20dilata%C3%A7%C3%A3o,etourar%20durante%20toda%20a%20vida.

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Os sinais e sintomas do isquêmico, vão depender da área privada do fluxo. O


tamanho da área afetada pela perfusão inadequada e a quantidade de fluxo sanguíneo
colateral, apresentando sintomas como dormência ou fraqueza da face, braço ou perna,
principalmente em um lado do corpo, confusão ou alteração no estado mental, problema
ao proferir ou compreender a fala, distúrbios visuais, dificuldade em caminhar, tontura,
perda do equilíbrio ou coordenação e cefaleia intensa.
Qualquer paciente que adentra uma unidade de saúde apresentando déficits
neurológicos necessita de uma história cuidadosa e exames físicos e neurológicos
complexos. A primeira avaliação visa focalizar a permeabilidade da via aérea, que pode
estar deteriorada devido a perda dos reflexos de tosse ou ânsia e padrão respiratório
alterado, e o estado cardiovascular, incluindo pressão arterial, ritmo e frequência
cardíacas, além do sopro carotídeo.7

✓ Coma
O coma é uma condição que se caracteriza pela redução do nível de consciência
em que uma pessoa parece estar dormindo, não responde aos estímulos do ambiente e
não demonstra saber sobre si mesmo. Nesta situação, o cérebro continua produzindo
sinais elétricos capazes de manter as funções vitais, como os batimentos do coração,
por exemplo.
Esta condição pode acontecer devido a diversas situações como traumatismo
cranioencefálico, provocado por pancadas fortes na cabeça, infecções e até pelo
consumo excessivo de drogas e álcool, sendo neste caso, denominado coma alcoólico.
O coma pode ser classificado através da escala de Glasgow, em que um médico
ou enfermeiro capacitado avalia as capacidades motoras, verbais e oculares da pessoa
no momento, podendo indicar os níveis de consciência da pessoa e, assim, prevenir
possíveis sequelas e estabelecer o melhor tratamento. 8
As causas do coma ainda não são completamente esclarecidas, porém algumas
condições podem levar uma pessoa a ficar em coma, que podem ser:

7
SILVEIRA, T.C., CASTILLO, A.M.C.M., A importância do tempo e a assistência na unidade de
emergência no atendimento a pacientes acometidos por AVC, 2009. Disponível em:
http://bibliotecaatualiza.com.br/arquivotcc/EE/EE10/SILVEIRA-Thaiane%20Cardoso.pdf
8
BEZERRA, C., O que é coma, principais causas e como é feito o tratamento, 2020. Disponível em:
https://www.tuasaude.com/causas-de-coma/

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• Efeito tóxico de algum medicamento ou substância, por meio do uso


excessivo de drogas ilícitas ou álcool;
• Infecções, como meningite ou sepse, por exemplo, que podem diminuir os níveis
de consciência da pessoa devido ao acometimento de vários órgãos;
• Hemorragia cerebral, que é caracterizado pelo sangramento no cérebro devido
ao rompimento de um vaso sanguíneo;
• Acidente vascular cerebral, que corresponde à interrupção do fluxo de sangue
para alguma região do cérebro;
• Traumatismo craniano, que é uma lesão no crânio causada por concussão,
cortes ou contusões e que quando há o comprometimento no cérebro, recebe o
nome de traumatismo cranioencefálico;
• Falta de oxigenação no cérebro, devido a doenças pulmonares graves ou à
inalação excessiva de monóxido de carbono, como fumaça de motor de automóvel
ou sistema de aquecimento doméstico, por exemplo.

Além disso, o coma pode ser resultado de hiperglicemia ou hipoglicemia, ou seja,


por problemas de saúde que fazem os níveis de açúcar se elevar ou baixar muito, e
também por hipertermia, que é quando a temperatura corporal fica acima de 39℃, ou
hipotermia, que é ocorre em situações em que essa temperatura baixa para menos de
35℃. E ainda, dependendo da causa do coma, a pessoa pode chegar à morte cerebral,
em que o cérebro não emite mais sinais elétricos para o corpo
O coma pode ser dividido em três tipos, dependendo da causa que levou ao
surgimento desta condição, como por exemplo:
• Coma induzido: também chamado de sedação, é o tipo de coma que ocorre pela
administração de medicamentos na veia que reduzem a função cerebral, sendo
indicada pelos médicos para proteger o cérebro de uma pessoa com traumatismo
cranioencefálico, reduzindo o inchaço e evitando o aumento da pressão
intracraniana, ou para manter a pessoa respirando por aparelhos;
• Coma estrutural: consiste no tipo de coma que surge a partir de uma lesão em
alguma estrutura do cérebro ou do sistema nervoso, devido a um traumatismo
cranioencefálico, por causa de um acidente de carro ou de moto, ou por causa de
lesões cerebrais provocadas por acidente vascular cerebral;

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• Coma não-estrutural: ocorre quando a pessoa fica de coma por causa de


situações de intoxicação por uso de medicamentos, drogas ou álcool em excesso,
porém também pode aparecer em pessoas com diabetes muito descompensadas,
levando a um mau funcionamento do cérebro e consequentemente ao coma.
Existe ainda, a síndrome de Locked-in, também chamada de síndrome de
Encarceramento, que pode levar ao coma, no entanto, neste caso, apesar de ocorrer a
paralisia dos músculos do corpo e não ser possível falar, a pessoa continua consciente
de tudo o que ocorre ao seu redor.

✓ Escala de Glasgow
A Escala de Coma de Glasgow lista várias condutas possíveis ao paciente e cada
uma delas corresponde a uma pontuação, sendo 15 o resultado máximo. Quanto mais
perto o paciente chegar do 15, mais consciente ele está e menos sequelas ele apresenta
ou pode desenvolver. Conhecida como ECG, essa escala leva em conta diversos três
tipos de estímulos: o verbal, o ocular e o motor.
O uso da Escala de Coma de Glasgow é muito comum por neurologistas, clínicos
gerais e socorristas. No entanto, outros especialistas que precisem determinar sequelas
e inconsciência do paciente podem fazer uso do ECG. Essa escala é essencial quando
os pacientes sofrem de traumatismo craniano, como em casos de pancadas ou de
quedas. Se o indivíduo teve complicações por causa de doenças, ele também pode ter
o seu nível de consciência avaliado por essa escala. Sendo assim, os especialistas
podem monitorar o despertar de pacientes que estavam em coma, por exemplo.
Os profissionais têm de avaliar a resposta do paciente a determinados estímulos
e anotar a sua pontuação. Depois, devem consultar o que aquela faixa de pontuação
representa a fim de determinar se aquela pessoa ainda está relativamente inconsciente
e quais as possíveis sequelas do seu quadro de saúde.
Se o paciente respondeu aos estímulos de forma a somar entre 9 e 12 pontos,
então seu quadro cerebral é de gravidade moderada. Porém, se a soma for de 8 ou
menos que isso, então o quadro clínico é bem preocupante e com grande probabilidade

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de sequelas. Os pacientes cuja resposta aos estímulos ultrapassam 12 pontos são


considerados em boas condições, com quadro de leve gravidade. 9

LEMBRANDO QUE FOI RETIRADA COMO ESTIMULO DOLOROSO A


FRICÇÃO EXTERNAL E APERTO MAMILAR E FOI INSERIDO PRESSÃO
LETUBIAL,PROPICIAMENTO DO TRAPÉZIO E PRESSAO NA CISURA
ORBITÁL.

9
FAIKO, J., Escala de coma de Glasgow: aprenda a utilizar, disponível em:
https://faikojalecos.com.br/escala-de-coma-de-glasgow-aprenda-a-utilizar/

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Unidade 4 - Emergências Respiratórias


✓ Pneumonia
Caracteriza-se por uma infecção que se instala nos pulmões, órgãos duplos
localizados um de cada lado da caixa torácica. Pode acometer a região dos alvéolos
pulmonares onde desembocam as ramificações terminais dos brônquios e, às vezes, os
interstícios (espaço entre um alvéolo e outro).
Basicamente, pneumonias são provocadas pela penetração de um agente
infeccioso ou irritante (bactérias, vírus, fungos e por reações alérgicas) no espaço
alveolar, onde ocorre a troca gasosa. Esse local deve estar sempre muito limpo, livre de
substâncias que possam impedir o contato do ar com o sangue. Diferentes do vírus da
gripe, que é altamente infectante, os agentes infecciosos da pneumonia não costumam
ser transmitidos facilmente.
Seus sintomas são: febre alta; tosse; dor no tórax; alterações da pressão arterial;
confusão mental; mal-estar generalizado; falta de ar; secreção de muco purulento de cor
amarelada ou esverdeada; toxemia (danos provocados pelas toxinas carregadas pelo
sangue); prostração (fraqueza).
Os fatores de risco para a pneumonia são: o fumo, que provoca reação
inflamatória que facilita a penetração de agentes infecciosos; o álcool, que interfere no
sistema imunológico e na capacidade de defesa do aparelho respiratório; o ar-
condicionado, que deixa o ar muito seco, facilitando a infecção por vírus e bactérias; os
resfriados mal cuidados; e as mudanças bruscas de temperatura.
Para o diagnóstico é necessário o exame clínico, auscultação dos pulmões e
radiografias de tórax são recursos essenciais para o diagnóstico das pneumonias. O
tratamento das pneumonias requer o uso de antibióticos e a melhora costuma ocorrer
em três ou quatro dias. A internação hospitalar pode fazer-se necessária quando a
pessoa é idosa, tem febre alta ou apresenta alterações clínicas decorrentes da própria
pneumonia, tais como: comprometimento da função dos rins e da pressão arterial,
dificuldade respiratória caracterizada pela baixa oxigenação do sangue porque o alvéolo
está cheio de secreção e não funciona para a troca de gases. 10

10
BVS, Pneumonia, disponível em https://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/233_pneumonia.html.

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✓ DPOC
Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é a limitação do fluxo de ar
provocada por resposta inflamatória a toxinas inalatórias, frequentemente fumaça de
cigarro. Deficiência de alfa-1 antitripsina e uma variedade de exposições ocupacionais
constituem causas menos comuns em indivíduos que não são tabagistas.
Os sintomas compreendem tosse produtiva e dispneia, que se desenvolvem
durante anos, e os sinais comuns envolvem a diminuição do murmúrio vesicular e a
ausculta de sibilos. Os casos graves podem ser complicados por perda ponderal,
pneumotórax, episódios frequentes de descompensação aguda, insuficiência cardíaca
direita e/ou insuficiência respiratória aguda ou crônica. O diagnóstico baseia-se na
história, no exame físico, na radiografia do tórax e nos testes de função pulmonar. O
tratamento é com broncodilatadores, corticoides e, se necessário, oxigênio e antibióticos.
Cerca de 50% dos pacientes com DPOC grave morrem em até 10 anos após o
diagnóstico.
A DPOC envolve a Bronquite obstrutiva crônica (determinada clinicamente) e o
Enfisema pulmonar (determinado patológica ou radiologicamente). Muitos pacientes têm
características de ambos.
A bronquite obstrutiva crônica é a bronquite crônica com obstrução das vias
respiratórias. A bronquite crônica é definida como tosse produtiva na maioria dos dias da
semana, com duração total de pelo menos 3 meses em 2 anos consecutivos. A bronquite
crônica torna-se bronquite obstrutiva crônica se houver o desenvolvimento de evidências
espirométricas de obstrução das vias respiratórias. A bronquite asmática crônica é uma
condição sobreposta semelhante, caracterizada por tosse produtiva crônica, sibilos e
obstrução parcialmente reversível das vias respiratórias em tabagistas com história de
asma. Em alguns casos, a distinção entre bronquite obstrutiva crônica e bronquite
asmática não é clara e pode ser chamada de sobreposição de DPOC e asma (ACO).
O enfisema pulmonar é a destruição do parênquima pulmonar, acarretando a
perda da retração elástica dos septos alveolares e da tração radial das vias respiratórias,
o que aumenta a tendência ao colapso destas. É sucedido por hiperinsuflação pulmonar,
limitação do fluxo aéreo e aprisionamento de ar. Os espaços aéreos dilatam-se e com o

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tempo desenvolvem vesículas ou bolhas. Considera-se a obliteração das pequenas vias


aéreas a lesão mais precoce que precede o desenvolvimento do enfisema. 11
✓ Bronquite
A bronquite é um tipo de inflamação das vias respiratórias, mais especificamente
dos brônquios, os responsáveis por conduzir o ar que entra pelo nariz até o pulmão.
As causas da bronquite são diversas, sendo que essa condição pode ser
desencadeada por um vírus ou uma bactéria. Outros fatores que desencadeiam uma
crise de bronquite podem ser poluentes ambientais diversos, como o uso prolongado de
cigarro ou a inalação da fumaça de cigarro produzida por uma outra pessoa.
Entre os principais sintomas de
bronquite, tem-se: Tosse com muco;
Chiado no peito; Sensação de peito
carregado; Febre; Cansaço; Falta de ar;
Dificuldade para falar; Irritação na
garganta; Lábios roxos e Coriza.

De forma geral, podemos destacar três tipos de bronquite:


Bronquite aguda: A bronquite aguda é um tipo de infecção temporária dos
brônquios, que acontece, geralmente, de forma associada a alguma outra condição. É o
caso de uma gripe que pode acabar evoluindo para uma bronquite aguda. Essas crises
de bronquite agudas podem durar de uma a duas semanas
Bronquite crônica: A bronquite crônica acontece quando um paciente apresenta
crises de bronquite que podem acontecer por mais de três meses por ano, sempre com
piora durante a manhã. Essas crises podem ter períodos de melhora, mas o paciente
apresenta tudo com certa frequência. Para esses pacientes, é preciso acompanhamento
médico direto porque outros problemas respiratórios, como a pneumonia, podem afetá-
los com maior facilidade. Entre os sintomas de bronquite crônica, incluem-se inchaços
nos tornozelos, pernas e pés e essa condição também pode ser chamada de bronquite
asmática

11
MDS, Manual Doenças Pulmonar Obstrutiva. Disponível em:
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-
obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-
cr%C3%B4nica-dpoc

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Bronquite alérgica: A bronquite alérgica é o tipo de inflamação dos brônquios que


é desencadeada pelo contato direto com alguma substância capaz de causar alergia,
como o cigarro e outros poluentes animais.
O tratamento para bronquite pode ser feito por meio do uso de medicamentos
como antibióticos (no caso de uma infecção bacteriana) e broncodilatadores (no caso de
infecção por vírus). Podem ser recomendadas ao paciente a realização de inalação com
soro fisiológico e a constante hidratação das narinas. Remédios complementares, que
tratam dos sintomas da bronquite, como a coriza e a febre, também são recomendados
no tratamento da bronquite. Ficar em repouso e consumir muito líquido costumam ser
indicados aos pacientes assolados por esta condição.
Não existe fórmula para como curar a bronquite crônica, mas evitar substâncias
que podem desencadear uma crise de bronquite, como a fumaça de cigarro, é uma das
principais opções.12

✓ Asma
Asma é o estreitamento dos brônquios (canais que levam ar aos pulmões) que
dificulta a passagem do ar provocando contrações ou broncoespasmos. As crises
comprometem a respiração, tornando-a difícil. Quando os bronquíolos inflamam,
segregam mais muco o que aumenta o problema respiratório. Na asma, expirar é mais
difícil do que inspirar, uma vez que o ar viciado permanece nos pulmões provocando
sensação de sufoco.
A asma acomete pessoas de qualquer
idade. A maioria dos casos, todavia, é
diagnosticada na infância e é comum
manifestar-se em pessoas de uma mesma
família. Os sintomas mais frequentes são:
Falta de ar; Tosse seca; Chiado; Opressão
no peito. Gripes e resfriados costumam
agravá-los.
As recomendações para asmáticos são: não fumar, numa família de asmáticos
ninguém deve fumar, evite o contato com fumaça e com fumantes; todos os membros

12
REDE DOR, Bronquite. Disponível em: https://www.rededorsaoluiz.com.br/doencas/bronquite.

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de uma família de asmáticos precisam ser orientados a respeito das características da


doença e das crises, pois a informação correta ajuda a reduzir os mitos que cercam a
doença e os doentes; identificar os sintomas iniciais das crises e tome as medidas
necessárias para que não se tornem graves; submeter-se a testes de pele para identificar
possíveis alergias a alguma substância específica; evitar resfriados e gripe, Gases,
cheiros de tinta, de produtos de limpeza ou de higiene pessoal e perfumes podem ser
prejudiciais aos asmáticos, fuja deles; evite mudanças abruptas de temperatura;
exercite-se moderadamente todos os dias. A asma não deve limitar a vida ou a atividade
física de ninguém. Caminhar, nadar e pedalar são atividades muito saudáveis. 13

Hemotórax e Pneumotórax
Existe muita confusão a respeito destes termos, por isso define-se:
Hemotórax é o acúmulo de sangue no espaço pleural, quando o hematócrito no
líquido pleural corresponde a pelo menos 50% do hematócrito do sangue periférico. Pode
ser classificado em traumático ou não traumático. O hemotórax iatrogênico pode ocorrer
após cirurgia torácica, inserção de cateteres em veias centrais, toracocentese, biópsia
de pleura, colocação de dreno de tórax, biópsia transbrônquica, tratamento endoscópico
de varizes esofágicas e reanimação cardiopulmonar. A ocorrência de hemotórax não
traumático é incomum, mas suas três causas mais frequentes são doença pleural
maligna metastática, complicação do uso de anticoagulantes em pacientes com embolia
pulmonar e hemotórax catamenial (associado à menstruação).
Pneumotórax é a presença de ar no espaço pleural. É classificado em
espontâneo (sem trauma prévio) ou traumático. O pneumotórax espontâneo ainda é
subdividido em primário (sem doença pulmonar subjacente) ou secundário (com doença
pulmonar subjacente). O pneumotórax traumático ocorre após trauma torácico, mas
também pode decorrer de procedimentos diagnósticos ou terapêuticos, sendo, então,
denominado pneumotórax iatrogênico.
Pneumotórax primário: Apesar de os pacientes com pneumotórax primário não
apresentarem doença pulmonar clinicamente aparente, até 90% deles têm bolhas
subpleurais. Acredita-se que essas bolhas sejam formadas devido à degradação das
fibras elásticas do pulmão, pelo influxo de neutrófilos e macrófagos decorrente do

13
VARELLA, D., Asma. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/asma/

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tabagismo. Posteriormente, ocorre obstrução das pequenas vias aéreas induzida por
inflamação, de forma a aumentar a pressão alveolar, causando ruptura de alvéolos,
deslocamento de ar para o interstício e hilo pulmonar, gerando pneumomediastino. Com
o aumento da pressão mediastinal, há ruptura da pleura parietal mediastinal e
pneumotórax.
Pneumotórax secundário: Em pacientes com pneumotórax secundário, a pressão
pleural excede a pressão no interstício (p. ex., após tosse em indivíduos com DPOC e
inflamação das vias aéreas), o ar do alvéolo rompido move-se para o interstício e ao
longo do ramo broncovascular até o hilo, resultando em pneumomediastino. Se houver
deslocamento de ar através da pleura parietal mediastinal até o espaço pleural, ocorre,
então, pneumotórax. Também pode haver ruptura de alvéolo, com o ar movendo-
se diretamente ao espaço pleural, devido à necrose do pulmão, como nos casos de
pneumonia por P. jirovecii.14

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14
MEDICINA-NET, Pneumotórax e hemotórax, Disponível em:
http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/5888/pneumotorax_e_hemotorax.htm

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Unidade 5 - Emergências Renais


✓ IRA - Insuficiência Renal Aguda: é a perda rápida da função renal devido a
dano aos rins em menos de 7 dias. Caracterizada pela retenção de produtos de
degradação nitrogenados (ureia e creatinina) e dos não-nitrogenados, que são
normalmente excretados pelo rim.
Dependendo da severidade e da duração da disfunção renal, este acúmulo é
acompanhado por distúrbios metabólicos, tais como acidose metabólica (acidificação do
sangue) e hipercaliemia (níveis elevados de potássio), mudanças no balanço hídrico
corpóreo e efeitos em outros órgãos e sistemas. Pode ser caracterizada por oligúria ou
por anúria (diminuição ou parada de produção de urina), embora a IRA não-oligúrica
possa ocorrer. É uma doença grave e tratada como uma emergência médica.
Desenvolve-se rapidamente dentro de poucas horas ou alguns dias e pode ser
fatal. É mais comum em pessoas que estão gravemente doentes e hospitalizadas. Os
sintomas incluem diminuição do débito urinário, inchaço devido à retenção de líquidos,
náuseas, fadiga e falta de ar. Às vezes, os sintomas podem ser sutis ou não aparecer.
Além de tratar a causa subjacente, os tratamentos incluem líquidos, medicação e diálise.
Em alguns casos não apresenta sintomas, mas as pessoas podem ter:
No corpo: fadiga ou distúrbios do equilíbrio hidroeletrolítico (água e eletrólitos)
No trato urinário: produção insuficiente de urina ou retenção urinária
Também é comum: confusão mental, excesso de ácido no sangue e nos tecidos,
falta de ar, incapacidade de produzir urina, inchaço ou vômito

✓ IRC - Insuficiências Renais Crônicas: também chamadas de Doenças Renais


Crônicas (DRC) são um termo geral para alterações heterogêneas que afetam tanto a
estrutura quanto a função renal, com múltiplas causas e múltiplos fatores de risco. Trata-
se de uma doença de curso prolongado, que pode parecer benigno, mas que muitas
vezes se torna grave e que na maior parte do tempo tem evolução assintomática. Na
maior parte do tempo, a evolução da doença renal crônica é assintomática, fazendo com
que o diagnóstico seja feito tardiamente. Nesses casos, o principal tratamento imediato
é o procedimento de hemodiálise.
Os rins são fundamentais no funcionamento do corpo. Eles filtram o sangue e
auxiliam na eliminação de toxinas do organismo. A doença renal crônica é silenciosa,

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não apresenta sintomas e tem registrado crescente prevalência, alta mortalidade e


elevados custos para os sistemas de saúde no mundo.
Os principais fatores de risco para as doenças renais crônicas são: pessoas com
diabetes (quer seja do tipo 1 ou do tipo 2); pessoa hipertensa, definida como valores de
pressão arterial acima de 140/90 mmHg em duas medidas com um intervalo de 1 a 2
semanas; idosos; portadores de obesidade (IMC > 30 Kg/m²); histórico de doença do
aparelho circulatório (doença coronariana, acidente vascular cerebral, doença vascular
periférica, insuficiência cardíaca); histórico de Doença Renal Crônica na família;
tabagismo; e uso de agentes nefrotóxicos, principalmente medicações que necessitam
de ajustes em pacientes com alteração da função renal.
Existem diversas formas de aferir as funções renais, incluindo um exame de urina
e exames detalhados dos rins. No entanto, do ponto de vista clínico a função excretora
é aquela que tem maior correlação com os desfechos clínicos. Todas as funções renais
costumam declinar de forma paralela com a sua função excretora. Na prática clínica, a
função excretora renal pode ser medida por meio da Taxa de Filtração Glomerular (TFG).
Para o diagnóstico das doenças renais crônicas são utilizados os seguintes
parâmetros: TFG alterada; TFG normal ou próxima do normal, mas com evidência de
dano renal ou alteração no exame de imagem. É portador de doença renal crônica
qualquer indivíduo que, independentemente da causa, apresente por pelo menos três
meses consecutivos uma TFG<60ml/min/1,73m².
Para os pacientes com Doença Crônica Renal, o SUS oferta duas modalidades
de Terapia Renal Substitutiva (TRS), tratamentos que substituem a função dos rins: a
hemodiálise, que bombeia o sangue através de uma máquina e um dialisador, para
remover as toxinas do organismo. O tratamento acontece em clínica especializada três
vezes por semana. E a segunda, é a diálise peritoneal feita diariamente na casa do
paciente, por meio da inserção de um cateter flexível no abdome do paciente,
normalmente no período noturno.15
✓ Glomerulonefrite: é uma inflamação do glomérulo, unidade funcional do rim formada
por um emaranhado de capilares, onde ocorrem a filtragem do sangue e a formação
da urina. Pode ser aguda ou crônica

15
BRASIL, Ministério da Saúde, Doenças renais: causas, sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção.
Disponível em: https://saude.gov.br/saude-de-a-z/doencas-renais.

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As primárias se instalam diretamente no glomérulo e, em geral, são causadas por


alteração imunológica resultante de infecções por vírus ou bactérias. Conforme os sinais
clínicos que apresentem, elas recebem denominações específicas. A mais comum é a
nefropatia por IgA, ou doença de Berger, que se caracteriza por presença de sangue na
urina, pressão alta e, em alguns casos, edema nas pernas. As glomerulonefrites
primárias podem ser assintomáticas, o que retarda o diagnóstico e o início do tratamento.
Quando aparecem, os sintomas variam muito de um paciente para o outro. Entre eles
merecem destaque: pressão alta (hipertensão arterial), edema nos olhos e/ou nas
pernas, aumento de peso por causa da retenção de líquidos, perda de sangue
(hematúria) e de proteína (proteinúria) pela urina, cansaço, indisposição, fraqueza e
anemia.
As secundárias não se originam primariamente no glomérulo, mas estão
associadas a doenças, como hipertensão arterial, diabetes, lúpus eritematoso, hepatites
B e C, infecção pelo HIV, ou, ainda, por alguns medicamentos. As causas mais
frequentes, porém, são diabetes mellitus e hipertensão arterial sistêmica. Nas
glomerulonefrites secundárias, urina espumosa (em consequência da proteinúria) e
edema são os sintomas mais comuns.16
O tratamento das glomerulonefrites é proposto de acordo com as características,
gravidade e causas da doença e pode exigir ou dispensar o uso de medicamentos. Se
não houver necessidade de prescrevê-los, a recomendação é diminuir a ingestão de
proteínas, de sal e de líquidos e controlar rigorosamente a pressão arterial. Entretanto,
os medicamentos são fundamentais no tratamento das enfermidades de base,
especialmente para o controle de diabetes e hipertensão.

✓ Pielonefrite
A inflamação do rim é causada por um tipo
específico de infecção do trato urinário (ITU). A
ITU geralmente começa na uretra ou na bexiga
e passa para os rins. Os sintomas incluem
febre, micção frequente e dores nas costas, nas

16
VARELLA, D. Glomerulonefrite , disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-
sintomas/glomerulonefrite/#:~:text=Glomerulonefrite%20%C3%A9%20uma%20inflama%C3%A7%C3%A
3o%20do,ou%20secund%C3%A1rias%2C%20agudas%20ou%20cr%C3%B4nicas.

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laterais ou na região genital. As pessoas podem ter: dores locais: costas ou parte lateral
do corpo; dores circunstanciais: durante a micção; no trato urinário: micção frequente,
necessidade frequente de urinar, urina com odor desagradável, urina turva ou sangue na
urina; no corpo: calafrios, fadiga, febre ou mal-estar; também é comum: confusão mental
ou ritmo cardíaco acelerado. O tratamento inclui antibióticos e, muitas vezes, requer
hospitalização.

Existem outras ocorrências de causa renal, que apesar de nem sempre


serem consideradas emergências, devem ser mencionadas:

✓ Cistite
Cistite é uma infecção e/ou inflamação da bexiga. Em geral, é causada pela
bactéria Escherichia coli, presente no intestino e importante para a digestão. No trato
urinário, porém, essa bactéria pode infectar a uretra (uretrite), a bexiga (cistite) ou os rins
(pielonefrite). Outros microrganismos também podem provocar cistite. Homens,
mulheres e crianças estão sujeitos à cistite. No entanto, ela ocorre mais nas mulheres
porque as características anatômicas femininas favorecem sua ocorrência. A uretra da
mulher, além de muito mais curta que a do homem está mais próxima do ânus. Nos
homens, depois dos 50 anos, o crescimento da próstata provoca retenção de urina na
bexiga e pode causar cistite.
Os sintomas são: necessidade urgente de urinar com frequência; quantidade
pequena de urina eliminada em cada micção; ardor durante a micção; dores na bexiga,
nas costas e no baixo ventre; febre; sangue na urina nos casos mais graves.
O Tratamento das cistites infecciosas requer o uso de antibióticos ou
quimioterápicos que serão escolhidos de acordo com o tipo de bactéria encontrada no
exame laboratorial de urina. Especialmente nas mulheres, o retorno das cistites pode ser
frequente e mais grave, mas, se o tratamento for seguido à risca, a probabilidade de cura
é grande. Por isso, é preciso tomar os medicamentos respeitando o tempo recomendado
pelo médico mesmo que os sintomas tenham desaparecido com as primeiras doses. 17

17
BVS, Cistite, Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2044-
cistite#:~:text=Cistite%20%C3%A9%20uma%20infec%C3%A7%C3%A3o%20e,ou%20os%20rins%20(pi
elonefrite).

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✓ Uretrite
É uma infecção bacteriana ou viral que causa inchaço e irritação da uretra.
Costuma ser causada por uma infecção sexualmente transmissível. Os sintomas incluem
dor, ardência, vontade frequente de urinar ou secreção na uretra. As pessoas podem ter:
dores locais: pélvis; dores circunstanciais: durante a micção ou durante a relação sexual;
também é comum: necessidade frequente de urinar, secreção de muco e pus ou coceira
genital. O tratamento envolve antibióticos.

✓ Retenção urinária
A retenção urinária pode não ser causada por doenças subjacentes. Algumas
causas comuns são reter a urina intencionalmente ou efeitos colaterais de
medicamentos. É necessário consultar um médico imediatamente nas seguintes
circunstâncias: incapacidade de urinar e desconforto ou dor intensos no baixo ventre e
no trato urinário.
Caso aconteçam os seguintes fatores, caracteriza-se retenção urinária, e é
necessária uma investigação mais aprofundada: urinar mais de oito vezes por dia; fluxo
de urina fraco ou entrecortado; sentir necessidade de urinar logo após terminar de urinar
sensação de não conseguir esvaziar a bexiga completamente.

✓ Incontinência urinária
Consiste na perda de controle da bexiga, variando de uma ligeira perda de urina
após espirrar, tossir ou rir até a total incapacidade de controlar a micção. A incontinência
urinária pode não ser causada por doenças subjacentes. Algumas causas comuns são
embriaguez, indisponibilidade de banheiros, tosse, espirros, ansiedade extrema ou riso
intenso. É recomendado fazer exercícios para o assoalho pélvico, evitar a cafeína e usar
roupas íntimas absorventes pode ajudar a reduzir a incontinência urinária. Reeducar a
bexiga aumentando gradualmente o tempo até a micção também pode ajudar.
A consulta médica deve ser efetuada imediatamente quando houver início súbito
de vazamento de urina; ocorrência de outros sintomas urinários; sede excessiva e
necessidade frequente de urinar; dificuldade para realizar tarefas diárias; e sensação de
constrangimento ou tendência a se retrair socialmente em função de ocorrências de
perda de urina.

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✓ Litíase
Os cálculos renais, mais comumente conhecidos como pedras nos rins, são
concreções formadas pela agregação de sais minerais presentes na urina. Uma pedra é
dita renal quando se localiza na pelve renal ou em algum cálice renal. Sua ocorrência
anual é de 120-140 casos para cada grupo de 100.000 pessoas e atinge mais
frequentemente adultos na faixa dos 30 a 40 anos. As pedras têm diferentes
composições, podendo ser compostas por sais de cálcio (tipo mais comum), ácido úrico,
estruvita (magnésio + amônia+fosfato) ou cistina.
Os rins funcionam como dois grandes filtros do sangue. Além de água para formar
a urina, eles retêm diversos elementos, como cálcio, ácido úrico e oxalato. Quando essas
moléculas aparecem em grande quantidade e há pouco líquido para dissolvê-las, surgem
cristais ou agregados que se avolumam e viram os cálculos. A maioria dos casos de
cálculo renal ocorre por falta de água para diluir a urina adequadamente. Porém, há um
grupo de pacientes que mesmo bebendo bastante água ao longo do dia continua a
formar pedras. São as pessoas com alterações na composição natural urina,
apresentando excesso de sais minerais, em geral, excesso de cálcio. A quantidade de
cálcio na urina é tão grande que mesmo com uma boa ingestão de água este ainda
consegue se precipitar.
Os fatores de risco para ocorrência da litíase urinária são os seguintes: Sexo
masculino (ocorre 3x mais em homens, principalmente na faixa dos 40 anos); Histórico
familiar; Dietas ricas em sódio; Excesso de alimentos ricos em cálcio e proteínas; pouco
líquido na dieta; Altas temperaturas (muita transpiração e falta de hidratação adequada
deixam a urina mais concentrada, aumentando a aglomeração das partículas);
Obesidade; Hipertensão; Predisposição genética
Vale ressaltar que o paciente com cálculo renal em geral não apresenta nenhum
sintoma, convivendo anos com a pedra no interior do rim sem sentir qualquer tipo de dor.
No entanto, se este cálculo impactar na saída do rim ou migrar para o ureter, levará ao
quadro de dor aguda, causada pela obstrução e dilatação do sistema urinário. Os
principais sintomas associados ao quadro são os seguintes: dor lombar variável e
intensa, em cólica, que pode se irradiar para flanco, abdome inferior e região genital (até
vulva ou testículo); náuseas e vômitos são comuns; desejo aumentado de ir ao banheiro

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urinar mas não expelir muita urina; desejo de evacuar mas sem eliminar nada, pouco
comum; ardência para urinar; sangue na urina.18

BEBA ÁGUA

Unidade 6 – Procedimentos de Emergência


✓ Traqueostomia
A traqueostomia (TQT) é em um
procedimento cirúrgico onde ocorre a abertura da
parede anterior da traqueia, fazendo uma
comunicação da mesma com o meio externo. Este
procedimento é indicado quando há acumulo de
secreção traqueal, inativação da musculatura
respiratória ou para promover uma via aérea estável
em paciente com intubação traqueal prolongada.
O principal objetivo da traqueostomia é servir
como uma alternativa segura para que o indivíduo

18
STRATTNER, Cálculo Renal, disponível em: https://www.strattner.com.br/blog/categorias/tratamento-
nao-invasivo/calculo-renal-em-adultos.asp

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faça um ciclo respiratório através de outro meio. A única contraindicação para a


realização do procedimento é a alteração homeostática.
Das indicações podemos citar:
• Permitir a ventilação mecânica (VM);
• Liberação de obstrução das vias aéreas;
• Promover higiene brônquica;
• Permitir a ventilação em paciente com disfunção na musculatura respiratória
A traqueostomia pode ser usada pode ser dividida entre várias finalidades:
preventiva (para complementar outros procedimentos cirúrgicos), curativa (situação onde
assegura a manutenção da via aérea) e paliativa (para conforto respiratório). Quanto ao
tempo apropriado para a realização pode ser tanto de urgência como eletiva. E por fim,
quanto ao tempo de permanência podem ser temporárias ou definitivas.
Quando comparado à intubação orotraqueal, a traqueostomia é benéfica, pois
facilita a alimentação do paciente, a higiene brônquica, assim como o retorno precoce da
fala e entre outros.
A escolha da cânula (metálica ou plástica) é realizada antes do procedimento,
devendo ser levado em conta a individualidade e necessidades de cada paciente. Assim
que for determinado, diversos calibres devem ser colocados na mesa cirúrgica para
definir o tamanho correto somente após a exposição da traqueia.
A incidência de complicações após a traqueostomia varia de 4 a 10% e a taxa de
mortalidade fica em menos que 1%. A morbidade mais frequente é a hemorragia,
presente no pós-operatório imediato, seguida pela obstrução da cânula por secreção e
então pelo deslocamento da cânula.
A traqueostomia é um procedimento capaz de promover inúmeros benefícios aos
pacientes, devendo ser realizado com as técnicas adequadas e profissionais
especializados para evitar complicações. Suas modalidades de ventilação mecânica são
feitas de acordo com o que é mais adequado para cada paciente e vai depender de suas
individualidades clinicas, dos tipos de equipamentos disponíveis, assim como da
experiência da equipe multidisciplinar com o manuseio do mesmo.
Assim como qualquer procedimento cirúrgico, a traqueostomia exige cuidados
especiais, que podem ser realizados pelo paciente ou por seu cuidador. A aspiração do

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tubo, por exemplo, pode ser feita pelo cuidador, a fim de que fique livre de secreções e
afasta possíveis infecções.

✓ Dreno
O dreno é um pequeno tubo fino
que pode ser inserido na pele após
algumas cirurgias, para ajudar a retirar
o excesso de líquidos, como sangue e
pus, que podem acabar se acumulando
no local operado. As cirurgias em que é
mais comum existir a colocação do
dreno incluem as cirurgias abdominais,
como cirurgia bariátrica, no pulmão ou na mama, por exemplo.
Na maioria dos casos, o dreno é inserido abaixo da cicatriz da cirurgia e, é fixado
com pontos ou grampos, e pode ser mantido por cerca de 1 a 4 semanas. O dreno pode
ficar colocado em várias regiões do corpo e, por isso, existem diferentes tipos de drenos,
que podem ser de borracha, plástico ou silicone. Embora existam vários tipos de dreno,
os cuidados normalmente são semelhantes.
O procedimento em caso de obstrução de um dreno de aspiração consiste na
realização imediata de uma massagem na extensão do dreno. A obtenção de êxito na
desobstrução depende de alguns fatores como: tempo que este dreno está obstruído, se
estava fechado o clamp, ou da coagulação da drenagem. Deve-se comunicar o médico
de modo que ele possa tracionar, retirar ou conforme o caso colocar outro dreno. Não
devemos retirar nem tracionar o dreno sem autorização prévia do médico assistente.
Cuidados com drenos aspirativos:
• Observar o aspecto da secreção;
• Fechar o clamp (trava) no momento que for esvaziar o dreno.
• Medir o conteúdo drenado três vezes ao dia, sempre lavando as mãos antes e
após o procedimento;
• Anotar a hora, data e o volume drenado;
• Apertar o dreno (parte sanfonada), e fechar a tampa com o dreno apertado;
• Abrir o Clamp (trava);

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• Observar alterações no local de inserção do dreno (hiperemia, secreção e/ou


edema).
• Perguntar a paciente se ela sente dor no local da inserção do dreno.

Unidade 7 – Cuidados de Enfermagem


O exercício da enfermagem em diversos ambientes de assistência
Em todo o mundo, a enfermagem constitui o maior contingente da força de
trabalho em cuidados à saúde. É o grupo profissional mais amplamente distribuído e com
os mais diversos papéis, funções e responsabilidades. A natureza do trabalho da
enfermagem é dialogar com o paciente o tempo inteiro, e que, para isso, é necessário
buscar formas de dialogar com a pessoa de quem está se cuidando. Na prática da
enfermagem, o cuidado mais humano é um elemento muito presente. 19
O processo de cuidar e o processo de gerenciar podem ser considerados como
as principais dimensões do trabalho do enfermeiro em seu dia a dia. O cuidar caracteriza-
se pela observação, o levantamento de dados, planejamento, a implementação,
evolução, a avaliação e interação entre pacientes e trabalhadores da enfermagem e
entre diversos profissionais de saúde. Já o processo de administrar tem como foco
organizar a assistência e proporcionar a qualificação do pessoal de enfermagem, através
da educação continuada, apropriando-se, para isso, dos modelos e métodos de
administração, da força de trabalho da enfermagem e dos equipamentos e materiais
20
permanente.
A enfermagem é exercida por três categorias: o enfermeiro, o técnico e o auxiliar
de enfermagem, e isso pode gerar confusão em relação ao que compete a cada um.
Nesse olhar, é fundamental o conhecimento específico de cada profissional sobre sua
função, para que a população receba um atendimento qualificado e efetivo, bem como
seja garantida a legalidade das ações do profissional e da equipe. 19
Ao enfermeiro cabem tarefas diretamente relacionadas com sua atuação com o
cliente, liderança da equipe de enfermagem e gerenciamento de recursos físicos,

19
STOLARSKI, C.V., TESTON, V., KOLHS, M., Conhecimento da equipe de enfermagem sobre suas
atribuições legais, Revista Mineira de Enfermagem, Volume 13:3, 2009.
20
CAMELO, S.H.H., Competência profissional do enfermeiro para atuar em Unidades de Terapia Intensiva:
uma revisão integrativa, Rev. Latino-Am. Enfermagem vol.20 no.1 Ribeirão Preto Jan./Feb. 2012.

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materiais, humanos, financeiros, políticos e de informação para a prestação da


assistência de enfermagem. Do enfermeiro são exigidos conhecimentos, habilidades e
atitudes para desempenhar seu papel e, acima de tudo, idoneidade para que os
membros de sua equipe tenham competência para executar as tarefas que lhes são
destinadas. O técnico exerce atividade de nível médio, envolvendo orientação e
acompanhamento do trabalho em grau auxiliar, e participação no planejamento da
assistência de Enfermagem. O Auxiliar exerce atividades de nível médio, de natureza
repetitiva, envolvendo serviços auxiliares de Enfermagem sob supervisão, bem como a
participação em nível de execução simples, em processos de tratamento. 21
Os profissionais de saúde, em seu âmbito de atuação, devem estar aptos a
desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde, tanto em
nível individual quanto coletivo. Cada profissional deve assegurar que sua prática seja
realizada de forma integrada e contínua com as demais instâncias do sistema de saúde,
sendo capaz de pensar criticamente, analisar os problemas da sociedade e procurar
solucioná-los. Os profissionais devem realizar seus serviços de acordo com os mais altos
padrões de qualidade e princípios da ética/bioética, tendo em conta que a
responsabilidade da atenção à saúde não se encerra com o ato técnico, mas, sim, com
a resolução do problema de saúde.19

Bioética e cuidado de Enfermagem22

A enfermagem é uma das profissões da área da saúde cuja essência e


especificidade é o cuidado ao ser humano, individualmente, na família ou na
comunidade, desenvolvendo atividades de promoção, prevenção de doenças,
recuperação e reabilitação da saúde, atuando em equipes. A enfermagem se
responsabiliza, através do cuidado, pelo conforto, acolhimento e bem estar dos
pacientes, seja prestando o cuidado, seja coordenando outros setores para a prestação
da assistência e promovendo a autonomia dos pacientes através da educação em saúde.

21
COFEN, Parecer 07/2014. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/parecer-n-
072014cofenctln_50330.html
22
SANTIAGO, I.S., CARVALHO, K.K., Princípios da bioética e o cuidado de enfermagem, CIFMP,
Universidade Federal de Pelotas, 2009.

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O profissional enfermeiro estuda e tem essa preocupação de aprimorar as


relações interpessoais, e sendo assim, os profissionais da enfermagem podem contribuir
com a bioética na busca do outro, o olhar o outro como um ser integral, o preocupar-se
com as necessidades do outro.
Falar de cuidado humano é preocupar-se com a condição de ser humano. É
permitir que este possa existir com dignidade, em situações que lhe garantam o viver
pleno, saudável em convivência com os outros, sem ameaça a sua condição de humano.
Assim o cuidado humano permeia todo processo de viver e ser saudável, permitindo que
este tenha uma morte digna dentro dos princípios éticos e morais. O cuidado humano é
o modo de ser do indivíduo, é o que aproxima e dá sentido à vida. É um existencial que
caracteriza o ser como singular e próprio, contudo, pressupõe motivação, nutrir-se,
querer viver com o outro e respeitando-o em seus valores fundamentais.
A enfermagem aplica os princípios da bioética no seu cotidiano quando respeita a
individualidade do paciente, atende as necessidades de cada paciente direcionando o
cuidado a essas necessidades, presta uma assistência isenta de riscos e danos físicos
ou morais ou sempre quando informa a ação a ser executada ao sujeito, dando-lhe o
direito de aceitá-la ou recusá-la.

Os Cuidados de Enfermagem

Os cuidados de enfermagem são essenciais, porque eles favorecem à


recuperação do paciente, evitando problemas e infecções e garantindo seu bem-estar.
Para que isso ocorra, porém, é preciso que os cuidados de enfermagem sejam feitos
com a maior atenção possível, pensando sempre na segurança do paciente. Isso
significa que os profissionais devem conhecer as atividades que precisam realizar com
clareza, bem como as manobras de urgência, no caso de algo não sair como esperado.
O enfermeiro é o profissional de saúde que costuma ficar mais próximo ao
paciente, seja antes ou após a realização de exames, laudos ou procedimento. Isso faz
com que ele tenha uma série de responsabilidades, especialmente no que tange
à orientação, segurança e higiene.
Os cuidados de enfermagem envolvem desde dar banho em enfermos, trocar o
lençol de acamados, administrar medicamentos até orientar sobre o funcionamento de

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determinados exames e como proceder após a sua realização. A gama de atividades é


diversa, sendo que todas tem como objetivo principal garantir a segurança do paciente.
Logo, a importância de fazer esses cuidados de enfermagem de forma correta é o de
preservar a saúde e vida dos pacientes, evitando que ele caia da cama ou obtenha
infecções devido à falta de higiene, por exemplo. Junto a isso, o profissional deve ter
cuidados próprios, para que também não seja infectado, não se machuque ou cause
algum problema que afete todos ao seu redor, nem a si mesmo.
Portanto, os cuidados de enfermagem são todas as atenções que enfermeiros e
auxiliares de enfermagem dedicam aos pacientes. Como cada indivíduo precisa de um
nível de assistência, pode-se afirmar que, geralmente, as ações são voltadas para o
monitoramento da saúde e a assistência aos pacientes.
Logo, no dia a dia, existe uma série de cuidados de enfermagem que são
realizados em âmbito hospitalar, com destaque para:
• Monitorar sinais vitais: Temperatura corporal; Frequência cardíaca; Pressão
arterial; Presença de dor; Frequência respiratória; e Saturação de oxigênio
sanguíneo.
• Aplicar medicamentos;
• Promover a segurança do paciente: cuidar da higiene, certificar-se que o ambiente
está seguro para que a pessoa possa transitar ou mesmo dormir sem o risco de
quedas, entre outros;
• Prevenir complicações de doenças;
• Realizar procedimentos básicos: colocação de sondas, drenagens e cateterização
das vias periféricas, entre outros;
• Auxiliar médicos em procedimentos complexos: como em Endoscopia; Biópsia;
Imobilização; Remoção de lesões cutâneas, entre outros;
• Prevenção de lesões por pressão: mudar o paciente de posição a cada 2 ou 3
horas, mantendo sempre o alinhamento corporal para evitar sobrecarga de peso;
• Cuidados com a pele: evitar a ocorrência de fungos e infecções;
• Realização de exames como: polissonografia, espirometria, radiografia,
eletroencefalograma, eletrocardiograma, entre outros.

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Seja oferecendo um atendimento antes e após a realização de exames e


procedimentos ou prestando esclarecimentos para reduzir dúvidas e ansiedades, os
cuidados de enfermagem são essenciais para garantir o bem-estar da população em
geral. No momento em que o profissional auxilia a equipe de saúde em suas ações,
favorece a realização de procedimentos mais satisfatórios e, consequentemente,
recuperações mais rápidas e menos dolorosas.

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FARMACOLOGIA

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• 1- Introdução:

Uma das maiores responsabilidades atribuídas ao profissional de enfermagem é o preparo e a


administração de medicamentos. Qualquer erro, seja no preparo ou na administração, pode
trazer conseqüências fatais para o paciente. Portanto, é imprescindível que a equipe de
enfermagem, durante a terapêutica medicamentosa, observe e avalie sistematicamente o cliente
quanto a possíveis incompatibilidades farmacológicas, reações indesejadas, bem como
interações medicamentosas, com o intuito de minimizar riscos ao cliente. Mediante tal
responsabilidade é indispensável que os profissionais de enfermagem tenham conhecimento
teórico-prático, ou seja conhecimento variado, consistente e profundo, ética, e uma atuação
extremamente cuidadosa. É fundamental que o profissional de enfermagem conheça os
princípios básicos da terapêutica medicamentosa cotidiana, que compreende:
• Ação
• Doses
• Vias de administração
• Efeitos colaterais
• Cuidados de enfermagem na administração

• 2-Responsabilidades Legais: As responsabilidades legais relacionadas com o preparo e


a administração de medicamentos são norteadas pelo código de Ética dos Profissionais
de Enfermagem:
• Das responsabilidades – capítulo III, artigo 16 – “Assegurar ao cliente uma assistência
de Enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência”;
artigo17 – “Avaliar atenciosamente sua competência técnica e legal e somente aceitar
encargos ou atribuições quando capaz de desempenho seguro para si e para a clientela.”

• Dos deveres – capítulo IV, artigo 24 – “Prestar à clientela uma assistência de


Enfermagem livre de riscos decorrentes de imperícia, negligência e imprudência.”

• Das Proibições – capítulo V, artigo 47 – “Administrar medicamentos sem certificar-se da


natureza das drogas que o compõem e da existência de risco para o cliente.”; artigo 48 –
“Prescrever medicamentos ou praticar ato cirúrgico, exceto os previstos na legislação
vigente e em caso de emergência.”; artigo 50 – “Executar prescrição terapêuticas quando
contrárias à segurança do cliente.”

• 3-A Segurança no Processo de Medicação em Serviço de Emergência


3.1 Aspectos Gerais sobre os Acidentes com Medicamentos Denomina-se acidentes com
medicamentos todos os incidentes, problemas ou insucessos, inesperados ou previsíveis,
produzidos ou não por erros, consequência ou não de imperícia, imprudência ou
negligência, que ocorrem durante o processo de utilização dos medicamentos. Este
conceito engloba toda a sequência de procedimentos técnicos ou administrativos, que
causem ou não danos ao paciente. São, portanto, todos os eventos adversos
relacionados aos medicamentos, os quais, por sua vez, dividem-se em reações adversas
e erros de medicamentos. Os acidentes com medicamentos podem ser classificados
conforme descrito a seguir:
• Eventos adversos: são aqueles que causam danos ao paciente, provocados pelo uso
ou pela falta do uso do medicamento quando necessário. São divididos em:  Reação
adversa ao medicamento: é qualquer efeito prejudicial ou indesejável que se apresente
após a administração correta de doses normalmente utilizadas para profilaxia, diagnóstico
ou tratamento de uma enfermidade.
• 4-Erros de medicação: aqueles relacionados ao sistema, profissionais e pacientes.
Causam danos evitáveis.
• Eventos adversos potenciais: são erros de medicação que não chegam a atingir o

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paciente. Podem ser classificados como:


• Erro interceptado: em alguma etapa do sistema de medicação  Evento ou circunstância
com a capacidade de causar erro.
• Erros banais: são erros que ocorrem, atingiram o paciente, mas não causaram danos
ao mesmo. São evitáveis. Taxonomia dos tipos de erros de medicação (American Society
of Health-System Pharmacists)

O problema do erro humano pode ser visto sob duas perspectivas: a abordagem da pessoa ou
do sistema.

• A abordagem centrada na pessoa possui como foco os erros e violações de


procedimentos cometidos por pessoas, e esses atos são provenientes de falta de
atenção, baixa motivação, esquecimento, negligência e descuido.

• A abordagem sistêmica defende que humanos são falíveis e que erros devem ser
esperados, mesmo nas melhores organizações. As causas dos erros de medicação são
muito complexas. Na maioria dos casos os erros são multifatoriais, porque resultam de
múltiplos fatores ou falhas presentes no sistema, relacionados não só com organização,
procedimentos, condições de trabalho etc., como também com profissionais que estão
em contato direto com os processos.

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As principais causas de erros de medicação e de fatores associados ao sistema de


trabalho que influenciam a ocorrência de erros de medicação, estão apresentadas na
tabela abaixo.

3.2 PRINCIPAIS CAUSAS DE ERROS NAS MEDICAÇÕES

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O potencial de risco para erros de medicação existente no setor de emergência é observado,


principalmente, pela quantidade de medicamentos que são prescritos e administrados durante a
fase crítica do atendimento. Além disso, alguns agentes, como as drogas vasoativas e os
eletrólitos, requerem o cálculo rigoroso da dose e da velocidade de infusão. Por outro lado, esse
risco estende para as demais fases do sistema de medicação e se agrava mediante o quantitativo
de pacientes.

1. Medicamentos usados em Emergências

Introdução
No âmbito da emergência, a maioria dos pacientes admitidos requer, inicialmente, medidas
farmacológicas para aliviar, controlar, diferentes manifestações clínicas ou mesmo evitar morte
iminente decorrente de falências orgânicas, desequilíbrio acidobásico ou choques circulatórios.
Nessas situações, a obtenção do êxito terapêutico demanda, além das habilidades técnica e
diagnóstica, a de manejar a terapia farmacológica. Esta, sem dúvida, é responsável pela
recuperação de milhares de vida, mas pode ser, também, pela morbimortalidade de muitos
pacientes, principalmente quando o conhecimento acerca das reações adversas dos
medicamentos, das interações medicamentosas e precauções relativas ao uso terapêutico são
pouco ou, ainda, desconhecidas. Deste modo, a administração de medicamentos é um dos
processos de trabalho mais complexos e um dos mais importantes neste setor, pois apresenta
várias fases inter-relacionadas e envolve diferentes profissionais (médicos, farmacêuticos,
enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem). No cotidiano, a habilidade de manejar com
segurança a terapia farmacológica deve ser compartilhada por esses profissionais, que, a partir
de conhecimentos distintos, devem ser capazes de trocar, acrescentar informações e atuar de
modo a completar e propor ações que possibilitem um atendimento rápido e eficaz ao paciente

Início e Finalização da Ação dos Medicamentos


Medicamentos exercem seus efeitos terapêuticos por meio de ligação a molécula-alvo
(receptores, enzimas, canais iônicos, ácidos nucléicos) presentes nas células. A magnitude do
efeito
produzido a partir desta interação (medicamento-molécula-alvo) depende, especialmente, da
concentração dessa substância no sítio de ação. Há vários fatores que afetam esta importante
variável,
como, por exemplo, a dose, a via de administração e a farmacocinética - absorção, distribuição,

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metabolização e excreção - do medicamento.

4.1 Via de Administração


A escolha da via depende das propriedades físico-químicas dos medicamentos, das condições
física e mental do paciente e do efeito desejado, pois é a via de administração que determinao
início do
efeito terapêutico. As características das vias de administração mais comumente usadas estão
ilustradas na Tabela abaixo.
Uma vez administrado, o medicamento percorre o organismo passando por fases que estão
envolvidas no início (absorção e distribuição) e na finalização (metabolismo e excreção) de sua
ação.
Cada medicamento apresenta farmacocinética particular, ou seja, o próprio perfil de absorção,
distribuição, metabolização e excreção.

Vias de Administração de Medicamentos: Características e Considerações

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4.2 Absorção
A absorção representa a transferência do medicamento do local de administração para a
corrente sanguínea. Os fatores que influenciam este processo incluem a via de administração, a
solubilidade do medicamento, o tipo de formulação farmacêutica e as condições do local de
absorção (fluxo sanguíneo tecidual, motilidade do trato gastrointestinal, ph e tipo de dieta). As
diferentes vias de administração apresentam uma velocidade de absorção particular, que
depende da estrutura tecidual na qual foi depositado o medicamento. A absorção do TGI é lenta,
quando comparada à mucosa sublingual. A solubilidade dos medicamentos orais depende da
formulação farmacêutica, e os líquidos são absorvidos mais rapidamente que os sólidos. O fluxo
sanguíneo dos tecidos interfere na velocidade de extração do medicamento. Assim, quanto maior
a vascularização do tecido, mais rápida a absorção. Situações como dor e estresse podem
reduzir a absorção dos medicamentos, devido à vasoconstrição periférica. Medicamentos orais
são absorvidos mais facilmente quando ministrados entre as refeições. A presença de alimentos,
geralmente, retarda a absorção, além de haver a possibilidade de interação alimento-
medicamento. Alguns medicamentos são destruídos, se administrados junto às refeições, pelo
aumento do ácido clorídrico.

4.3 Condições clínicas que afetam a absorção


A alteração de fluxo sanguíneo decorrente da redução do débito cardíaco por insuficiência
circulatória (IC), da insuficiência cardíaca congestiva (ICC) ou do envelhecimento acarreta
diminuição 9 da absorção de medicamentos. Na IC a absorção de medicamentos por via IM ou
SC encontra-se, também, reduzida. Medicamentos como a Morfina, quando administrados por
via SC em pacientes com IC, devem sofrer ajuste de dose, no intuito de evitar ineficácia
terapêutica (devido à baixa perfusão tecidual) ou toxidade (após restauração da circulação
tecidual). As alterações decorrentes do processo de envelhecimento, representadas pela
redução da motilidade intestinal e do fluxo sanguíneo (esplênico e mesentérico), diminuição na
produção de secreção ácida no estomago e do número de enterócitos (célula epitelial da camada
superficial do intestino delgado e grosso), são capazes de reduzir de maneira importante a
absorção de medicamentos, independentemente da condição patológica. Os pacientes
portadores de insuficiência renal (IR) apresentam absorção incompleta de medicamentos, devido
à utilização frequente de antiácidos e distúrbios do TGI, como náuseas e vômitos.

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4.4 Distribuição
A distribuição diz respeito ao deslocamento do medicamento da circulação sistêmica para os
tecidos. Esta fase depende além do débito cardíaco, da fração de ligação dos medicamentos às
proteínas plasmáticas (albumina, beta-globulina), do volume de distribuição e da dinâmica
circulatória. Quando os medicamentos acessam a circulação sistêmica, uma fração é
rapidamente distribuída aos tecidos (fração não-ligada) e a outra se liga às proteínas plasmáticas
(fração ligada). A fração ligada não é capaz de atravessar membranas biológicas, servindo de
reservatório dos medicamentos. Entretanto, quando a fração não-ligada (forma ativa) diminui nos
tecidos, os medicamentos soltam-se das proteínas plasmáticas, reduzindo sua concentração
plasmática, e deixam a circulação com destino ao tecidos.

4.5 Condições Clínicas que Afetam a Distribuição


A insuficiência hepática, geralmente, diminui a síntese de albumina, ocasionando uma queda nos
níveis plasmáticos de medicamentos que se ligam muito à proteína, como os ácidos fracos,
podendo elevar a concentração da fração livre deste e aumentar os efeitos de toxidade. O volume
de distribuição de um medicamento relaciona sua concentração sanguínea com a quantidade
total no corpo. Assim, qualquer fator que altere a concentração do medicamento no tecido altera
também o volume de distribuição. Os pacientes edemaciados possuem um volume de
distribuição grande para os medicamentos hidrofílicos, devido o acumulo de água no espaço
extracelular, o que torna necessária a administração de doses de ataque em altas concentrações
(infusão inicial) para obtenção do efeito esperado. Na ICC e na IC, os medicamentos, geralmente,
são distribuídos de forma precária para os tecidos menos irrigados, expondo órgãos nobres,
como coração e sistema nervoso central (SNC), a uma concentração excessiva. A insuficiência
renal é, geralmente, acompanhada da redução de proteínas plasmáticas; desta forma, agentes
como a fenitonína, que se ligam extensamente às proteínas plasmáticas, apresentam volume de
distribuição maior com consequente redução das concentrações séricas (circulante), mas com
níveis elevados da fração livre, podendo desencadear toxidade. Nos idosos, a redução de massa
do tecido adiposo, água corporal, massa magra e de proteínas plasmáticas predispõe à
ampliação de efeito dos antidepressivos e corticoides.

4.6 Metabolização
A metabolização de medicamentos ocorre nos pulmões, nos rins, no intestino, no sangue e,
principalmente, no fígado. Este órgão representa o principal laboratório que sintetiza proteínas
plasmáticas e enzimas responsáveis por catalisar reações químicas de transformação de
nutrientes e medicamentos em compostos menos ativos, mais semelhantes à molécula da água
para serem eliminados do organismo. Entretanto, nem sempre os produtos da metabolização
são inertes. Alguns 10 mostram atividade farmacológica igual ao próprio medicamento, como por
exemplo, o acetamenofeno, metabólico da fenacetina (anti-inflamatório). Outros metabólicos
possuem propriedades tóxicas, como ocorre com a normeperidina – produto da meperidina
(dolantina).

4.7 Condições Clínicas que afetam a Metabolização A Insuficiência Hepática causada por
lesões como a cirrose reduz o fluxo sanguíneo hepático e aumenta as concentrações séricas dos
medicamentos administrados por VO, principalmente daqueles que sofrem efeito de primeira
passagem, como o propranolol, a morfina e a nifedipina. Nessas condições, é aconselhável o
uso de medicamentos metabolizados e excretados por via renal, para evitar maiores danos ao
paciente. Um grande problema em relação à metabolização é o uso de indutores e inibidores
enzimáticos e as interações advindas das combinações. Os indutores, como a carbamazepina,
a fenitoína e o fenobarbital, aumentam a degradação e a excreção de outros medicamentos
administrados conjuntamente, reduzindo o efeito farmacológico de ambos. Em contrapartida,
inibidores como a cimetidina retardam a degradação dos medicamentos, intensificando a ação,
seja terapêutica, seja tóxica. Nos idosos, apesar da redução da atividade enzimática do

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citocromo P450, do fluxo sanguíneo e das proteínas plasmáticas, o prejuízo na metabolização


dos medicamentos é irrelevante. Porém, quando o idoso é portador de insuficiência orgânica ou
usuário crônico de indutores ou inibidores enzimáticos, a questão assume um vulto importantes
devido o risco de interações medicamentosas.

4.8 Excreção
A composição química da substância, geralmente, determina o órgão de sua excreção. As
glândulas exócrinas excretam medicamentos lipossolúveis. Quando os medicamentos são
excretados pelo TGI, muitos passam por transformação química no fígado e são eliminados pela
bile. Fatores que afetam o peristaltismo alteram a excreção de medicamentos pelo TGI. Por
exemplo, os laxantes aceleram a excreção, os analgésicos opióides retardam o processo. A
meia-vida é um termo que diz respeito ao tempo que o organismo leva para excretar metade de
uma determinada dose do medicamento. Este parâmetro depende do ritmo de depuração e do
volume de distribuição do medicamento. Por exemplo, a morfina apresenta uma meia-vida de 4
horas. Assim, um indivíduo com funções orgânicas preservadas, a frequência de administração
deste agente é de 4/4 horas. A maioria dos medicamentos é biotransformada no fígado e
excretada pelos rins, alguns inclusive de forma inalterada. Quando a excreção renal encontra-se
prejudicada, faz-se necessário reajuste da dose para evitar toxidade. Na ausência de situações
clínicas, a ingestão líquida normal assegura a eliminação apropriada do medicamento.

4.9 Condições Clínicas que Afetam a Excreção


A redução do fluxo sanguíneo renal, decorrente de condições fisiopatológicas que apresentam
baixo débito cardíaco (IC, ICC, envelhecimento), resulta na diminuição da filtração glomerular e
consequente atraso na excreção de medicamentos eliminados por essa via. Nessa situação a
meia-vida dos medicamentos encontra-se elevada. Portanto, agentes, especialmente
nefrotóxicos, precisam de reajuste posológico ou, em alguns casos, da suspensão da terapia.

5. Broncodilatadores Uma das principais manifestações clínicas que afetam o bom


funcionamento do sistema respiratório, levando o paciente a buscar um atendimento em
emergência, é o broncoespasmo, que pode ter origem em diferentes doenças como asma,
bronquite, pneumonias, doença pulmonar obstrutiva crônica, fibrose cística e nas rações
anafiláticas. Nesta situação, são recomendados medicamentos de diferentes classes
terapêuticas que podem ser administrados por distintas vias, dependendo da condição clínica do
paciente. As principais classes 11 terapêuticas indicadas são os agonistas adrenérgicos, os
derivados da xantina, os anticolinérgicos e os corticoides.

5.1 Agonistas Adrenérgicos Esta classe terapêutica inclui adrenalina, terbutalina, fenoterol e
salbutamol. A ação no sistema respiratório é decorrente da estimulação dos receptores beta
adrenérgicos presentes no pulmão, que resulta no relaxamento da musculatura lisa da árvore
traqueobrônquica, com consequente broncodilatação. Além disso, inibem a liberação de
mediadores químicos envolvidos na precipitação das crises de broncoespasmo. O tempo de
início do efeito terapêutico dos medicamentos desta classe são distintos, porém, a metabolização
de todos é hepática e a excreção, renal. O uso desses agentes deve ser cuidadoso nos pacientes
portadores de diabetes, doenças cardiovasculares, hipertireoidismo, aterosclerose cerebral,
quadros convulsivos, hiperplasia prostática, glaucoma e em idosos.

5.2 Derivados da Xantina A administração dos derivados da xantina deve ser cautelosa em
idosos, pacientes com doenças cardiovasculares ou hepáticas, com úlcera péptica ativa,
diabetes e hipertireoidismo. A aminofilina é utilizada, preferencialmente, por via intravenosa, o
que demanda cuidados relativos à incompatibilidade com outros medicamentos, muitas vezes
infundidos de modo simultâneo. Deste modo, deve-se evitar a administração concomitante com
os seguintes agentes: amiodarona, ciprofloxacina, claritromicina, dobutamina, ondanstrona. 6.
Ipratrópio A sua ação broncodilatadora ocorre por ação de substâncias (acetilcolina) nas

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terminações nervosas parassimpáticas da musculatura lisa brônquica. Além do efeito de


broncodilatação, ocorre também a redução das secreções produzidas pelas mucosas nasal e
brônquica. Deve ser administrado com cautela em mulheres que estão amamentando, crianças
menores de 12 anos e pacientes com glaucoma ou hiperplasia prostática.

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6.Cuidados de Enfermagem na Administração dos Broncos dilatadores


• Observar o estado mental
• Monitorar a função respiratória
• Observar a quantidade e a coloração da secreção pulmonar
• Verificar pressão arterial, e frequência cardíaca
• Verificar sinais de reações alérgicas
• Interromper a administração do medicamento, caso ocorra broncoespasmo parodoxístico,
e comunicar o médico
• Orientar o paciente a enxaguar a boca após o uso inalatório de adrenalina
• Orientar o paciente a evitar o uso de substâncias que contenham cafeína como chocolate,
café, chá e refrigerante
• Diluir a adrenalina em solução salina (3ml), quando utilizada na nebulização
• Verificar se o paciente é alérgico a beladona, atropina, lecitina de soja e amendoim, quando
do uso do ipratrópio, pois poderá haver alergia a esse agente

6.1 Cuidados adicionais necessários quando do uso da aminofilina são descritos abaixo:
• Monitorar o nível sérico do medicamento. Dose terapêutica muito próxima da dose tóxica
• Observar sinais de toxidade, especialmente em idosos, como náusea, vômito, ansiedade,
agitação, insônia, taquicardia, disritmia, convulsões
• Checar ECG, se ocorrer taquicardia
• Observar reações alérgicas, exantema cutâneo ou urticária; se esses sintomas ocorrerem,
suspender o medicamento
• Confirmar se o paciente não recebeu aminofilina previamente, para não causar efeito
aditivo.

7. Sedativos e Hipnóticos
Os hipnóticos-sedativos produzem depressão do SNC, em graus variados, que podem
resultar em sedação, hipnose, anestesia e coma, dependendo da dose, via de
administração e sensibilidade do paciente. Estes agentes são amplamente prescritos com
o objetivo de controlar estados confusionais agudos; induzir, facilitar e manter o sono;
facilitar a intubação, a realização de procedimentos invasivos e a ventilação mecânica. Além
disso, ajudam no alívio do medo e da ansiedade do paciente, bloqueando a resposta
fisiológica ao estresse. As classes terapêuticas mais utilizadas são os benzodiazepínicos,
os neurolépticos e os analgésicos opióides.

7.1 Benzodiazepínicos
Os efeitos dos benzodiazepínicos resultam das ações no SNC. Todos os representantes,
em maior ou menor grau, tem a capacidade de reduzir ansiedade, causar sedação, hipnose
e relaxamento muscular. O clonazepan, o clorazepato e o diazepan possuem propriedade
anticonvulsivante. São considerados medicamentos com boa margem de segurança, pois,
mesmo em altas doses, raramente são fatais, a monos que sejam associados a outros
depressores do SNC. O emprego dos benzodiazepínicos está tradicionalmente ligado ao
controle da resposta emocional (medo, ansiedade) relacionada com a dor. São úteis,
também, no combate à insônia e à contração muscular, que acompanha a sensação
dolorosa, bem como na redução do estresse do paciente, o qual se beneficia de seu efeito
amnésico, em procedimentos médicos estressantes. As precauções relativas ao uso desta
classe farmacológica incluem pacientes com doença respiratória obstrutiva, idosos e
aqueles que fazem uso de outros depressores do SNC. Os sintomas de abstinência dos
benzodiazepínicos são: ansiedade, agitação, irritabilidade, depressão, insônia, cefaleia,
tontura, anorexia, fraqueza, fotofobia, diarreia, náuseas e vômitos. Esses sintomas podem
surgir até uma semana após a suspensão do medicamento, devido à atividade
farmacológica de alguns metabólitos. Em caso de intoxicação causada por

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benzodiazepínico, utiliza-se o flumazenil como antagonista específico.

7.2 Neurolépicos
Os fármacos neurolépticos (também chamados fármacos antiesquizofrênicas, fármacos
antipsicóticos ou tranquilizantes maiores) são usados primariamente no tratamento da
esquizofrenia, mas são também eficazes, em outros estados psicóticos, como os de mania
e delírio. Os fármacos neurolépticos clássicos são inibidores competitivos de uma variedade
de receptores, mas seus efeitos antipsicóticos refletem o bloqueio competitivo dos
receptores dopaminérgicos.
A cautela no que concerne ao uso dos neurolépticos inclui pacientes com doenças
cardiovasculares, hepáticas, renais, respiratórias crônicas, especialmente crianças e
idosos, e história de crises convulsivas.

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7.4 Cuidados de Enfermagem na Administração de Sedativos e Hipnóticos


• Observar o estado mental
• Avaliar PA, FR, FC antes do tratamento e a cada 4 horas durante o início do tratamento
• Observar sinais frequentes como síncope, tontura, palpitação, taquicardia e hipotensão
Ortostática
• Avaliar sinais da síndrome extrapiramidal e da síndrome neuroléptica maligna
• Verificar débito urinário. Observar presença de bexigoma
• Observar eliminação intestinal • Evitar a infusão simultânea da prometazina com os seguintes
agentes: aminofilina, anfotericina B, ampicilina, cloranfenicol, clorotiazida, meticilina, penicilina
G, fenobarbital
• Evitar a infusão simultânea do haloperidol com os seguintes agentes: fluconazol, foscarnet,
heparina
• Orientar o paciente e os familiares sobre evitar atividades que envolvam atenção (dirigir, operar
máquinas)

8. Drogas Vasoativas Introdução:


O conhecimento referente aos efeitos desejáveis e adversos das drogas vasoativas é
fundamental para a equipe de enfermagem que atua em setores nos quais esses fármacos
costumam ser utilizados. Salienta-se seu uso em casos de adequação do equilíbrio
hemodinâmico, de reposição volêmica e da correção de distúrbios hidroeletrolíticos e
acidobásicos. As rápidas e potentes ações destas drogas determinam mudanças importantes em
padrões hemodinâmicos e respiratórios, tornando-se necessária a utilização de monitorização
contínua para aferir essas alterações. A equipe de enfermagem deverá, portanto, conhecer as
principais drogas utilizadas, de modo a contribuir com a equipe de saúde na busca das condições
ideais para cada paciente e ou na suspensão de seu uso. O termo drogas vasoativas é
empregado às substâncias que apresentam efeitos vasculares periféricos, pulmonares ou
cardíacos, direto ou indiretamente, atuando em pequenas doses e com respostas dose-
dependentes de efeito rápido e curto, através de receptores situados no endotélio vascular
(Dopaminérgicos, Beta 1, Beta 2, Alfa 1 e Alfa 2)

8.1 Classificação das Drogas Vasoativas

Drogas Simpatomiméticas
As catecolaminas (noradrenalina, dopamina e dobutamina) são os agentes simpatomiméticos
mais utilizados em situações de emergência. Os efeitos das catecolaminas variam de acordo
com a dose utilizada, podendo estimular receptores alfa, beta e dopa. Portanto, essas drogas
são classificadas em: alfa-adrenérgica, beta-adrenérgica e dopaminérgica ou mista, de acordo
com o predomínio de receptores sensibilizados.

8.1 Dopamina Mecanismo de ação:

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é inativada no meio gástrico, portanto só pode ser utilizada por via endovenosa em
administração contínua. Apresenta início e cessação de seus efeitos praticamente
imediatos, sua meia-vida é de 2 minutos. Os metabólicos são eliminados por via renal.
Indicações: para pacientes com disfunção miocárdica e baixo débito cardíaco. Também é
indicada em situações nos quais os parâmetros hemodinâmicos estejam estáveis, porém
com oligúria persistente (efeito dopaminérgico). É utilizada nos casos de bradicardia
sintomática (após o uso de atropina sem sucesso), no bloqueio atrioventricular de segundo
grau tipo II ou terceiro grau que não responde ao tratamento com marca-passo transvenoso,
no tratamento de choque (IAM, cirurgia cardíaca, ICC descompensada e insuficiência renal)
persistente depois de reposição volêmica e nos casos de hipotensão [pressão arterial
sistólica (PAS) inferior ou igual a 70 a 100 mmhg] com sinais e sintomas de choque. Dose:
a diluição padrão é de cinco ampolas de dopamina em 200 ml de solução (soro glicosado,
fisiológico a 0,9%, ringer simples ou lactato). A dopamina é disponível na forma de cloridrato
de dopamina em ampolas de 50 a 200 mg da droga. Deve ser usada sempre diluída e a
dose administrada de acordo com o efeito desejado e indicado para cada paciente.
Cuidados:
• Conhecer a ação farmacológica relacionada com a dose;
• Não deve ser diluída com solução alcalina (bicarbonato de sódio);
• Deve ser utilizada somente para uso endovenoso, preferencialmente via central;
• Caso seja instalada em via periférica, atentar para que não haja extravasamento tissular,
porque poderá provocar intensa vasoconstrição local com necrose tecidual;
• Diminuir o gotejamento lentamente até a suspensão do fármaco;
• Utilizar sempre a droga em bomba de infusão;
• Pode ser usada em pacientes hipovolêmicos , porém somente após a reposição de volume;
• Controle rigoroso de parâmetros hemodinâmicos e circulatórios. Efeitos Colaterais:
náuseas, vômitos, arritmias supraventriculares e ventriculares, hipotensão arterial sistêmica,
cefaleia e dispneia.

8.2 Dobutamina Mecanismo de ação:


atua sobre o débito cardíaco, com resposta hemodinâmica dose-dependente. Tem pouca
ação na pressão arterial, no fluxo renal e coronário. Esta droga está associada ao aumento
da incidência de arritmia ventricular e mortalidade. Age predominantemente sobre os
receptores beta-1, com pouco efeito nos receptores alfa, beta-2 ou dopaminérgicos. O início
de ação endovenosa é de 1 a 10 minutos, o seu pico de ação ocorre entre 10 e 20 minutos,
com meia-vida de 2 minutos. A excreção é renal, e o metabolismo, hepático. Indicação: pode
ser usada associada à dopamina ou isoladamente em baixo débito, sem hipotensão. É a
droga de escolha para aumentar a contratibilidade miocárdica, ou seja, melhorar a função
ventricular e o desempenho cardíaco nos pacientes com ICC ou choque cardiogênico, por
exemplo. Dose: o medicamento é disponível na forma de hidrocloridrato de dobutamina, em
ampola de 20 ml com 250 mg da droga. Dilui-se uma ampola em 230 ml de solução (exceto
solução alcalina). A concentração final será de 1 mg/ml. A dose pode variar de 2 a 4
mcg/kg/min. Cuidados:
• Não infundir na mesma via endovenosa quando estiver recebendo furosemida,
heparina e penicilina;
• Não administrar com solução alcalina (bicarbonato de sódio);
• Conhecer a ação farmacológica relacionada com a dose;
• Deve ser utilizado em via periférica, atentar para que não haja extravasamento tissular,
porque poderá provocar intensa vasoconstrição local com necrose tecidual;
• Diminuir o gotejamento lentamente até a suspensão do fármaco;
• Utilizar a droga sempre em bomba de infusão;
• Pode ser usada em pacientes hipovolêmicos, porém somente após reposição de volume;
• Controle rigoroso de parâmetros hemodinâmicos e circulatórios. Efeitos colaterais:
aumento da FC, elevação da PA, extras sístoles ventriculares, palpitação, febre, cefaleia,

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parestesia, náuseas, sudorese, flebite e dispneia.

8.3 Noradrenalina Mecanismo de ação: é um potente vasoconstritor visceral e renal, tem ação
vasoconstritora sobre a rede vascular (sistêmica e pulmonar). Dependendo da dose utilizada
provoca aumento do volume sistólico, diminuição reflexa da frequência cardíaca e
importante vasoconstrição periférica (com elevação da PA). Sua degradação é hepática, e
a excreção renal. A ação endovenosa é rápida, com duração limitada. Indicação: na
elevação da PA de pacientes sépticos, hipotensos e que não respondem à administração
de volume e outras drogas vasoativas. É utilizada no pós operatório imediato de cirurgia
cardíaca quando existe síndrome vasoplégica. Dose: habitualmente utiliza-se cinco ampolas
(4 mg/ampola) diluídas em 250 ml de solução (soro glicosado ou fisiológico). A concentração
final será de 1 mg/ml (4 ml). Inicia-se com dose de 0,5 mcg/kg/min, podendo atingir até 30
mcg/min. Deve ser administrada por via endovenosa, central. Cuidados:
• Conhecer a ação farmacológica relacionada com a dose;
• Não deve ser diluída com solução alcalina (bicarbonato de sódio);
• Deve ser utilizada somente para uso endovenoso, preferencialmente via central;
• Caso seja instalada em via periférica, atentar para que não haja extravasamento tissular,
porque poderá provocar intensa vasoconstrição local com necrose tecidual;
• Diminuir o gotejamento lentamente até a suspensão do fármaco;
• Utilizar sempre a droga em bomba de infusão;
• Pode ser usada em paciente hipovolêmico, porém somente após a reposição de volume;
• Controle rigoroso de parâmetros hemodinâmicos e circulatórios;
• Preferencialmente, não deve ser usada em veia periférica, devido ao risco elevado de
necrose tecidual;
• A infusão deve ser efetuada em veia de grosso calibre e o sítio de inserção deve ser
avaliado constantemente, evitando-se extravasamento da droga;
• Se ocorrer extravasamento, deve-se infiltrar a área com 5 a 10 mg de fentalamina em 10
a 15 ml de soro fisiológico;
• Deve-se evitar a administração desta droga em grávidas, devido ao efeito contrátil sobre
o útero gravídico;
• Utilizar sempre a infusão do medicamento em bomba de infusão;
• Não deve ser usado em paciente com hipovolemia e arteriopatia periférica, mesentérica
ou cerebral.

Efeito Colaterais: tremores, ansiedade, náuseas, hemorragias cerebral, aumento do


consumo de O2, insuficiência renal, isquemia de extremidades ou visceral, aumento da
resistência vascular pulmonar, bradicardia reflexa em doses elevadas, cefaleia, arritmia,
necrose de pele (quando houver extravasamento) e dispneia. 9. Drogas Vasodilatadoras A
falência circulatória aguda possui várias etiologias, porém os mecanismos determinantes
são:
• Diminuição do volume circulante;
• Diminuição do débito cardíaco;
• Diminuição da resistência periférica. O uso de drogas vasodilatadoras é útil nos casos em
que a reposição volêmica adequada e a otimização do débito cardíaco com as drogas
inotrópicas não revertem a condição de baixo débito. Os vasodilatadores podem ser
classificados de acordo com o seu sítio de ação em vasodilatadores (nitratos e
nitroglicerina), arteriodilatadores (hidralazina) e de ação mista (nitroprussiato de sódio). O
vasodilatador mais usado em emergências clínicas é o nitroprussiato de sódio.

9.1 Nitroprussiato de Sódio: Mecanismo de ação: esse medicamento é metabolizado


pelas células do músculo liso e libera óxido nítrico que é responsável pela vasodilatação
das arteríolas (diminuição da resistência vascular sistêmica) e das vênulas (diminuição do
retorno venoso, do débito cardíaco e da fração de ejeção do ventrículo esquerdo). O fármaco

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não exerce efeito no centro vasomotor, nos nervos simpáticos ou nos receptores
adrenérgicos. O início de ação manifesta após 30 segundos e o pico ocorre em torno de 2
minutos. Quando a administração da droga é interrompida, o efeito hipotensor desaparece
em 3 minutos. Este fármaco não é absorvido pelo trato gastrintestinal, portanto só é
administrado via endovenosa e depende da metabolização renal e hepática. Indicações: é
utilizado no tratamento de emergências hipertensivas, em situações que seja necessário
reduzir a pré e pós carga (aneurisma dissecante de aorta, aumento do débito cardíaco na
insuficiência cardíaca congestiva e na diminuição da demanda de O2 no pós Infarto Agudo
do Miocardio). É usada também para induzir hipotensão controlada durante a anestesia e
para reduzir sangramento em procedimentos cirúrgicos. Dose: o nipride é disponível em
ampolas de 50 mg que devem ser diluídas em solução (soro glicosado ou fisiológico),
fornecendo uma concentração de 50 a 200 mg/ml.

Efeitos Colaterais: as intoxicações pelo cianeto provoca bloqueio da respiração aeróbica,


propiciando acidose metabólica de ocorrência rara. Já os sinais de intoxicação pelo
tiocianato são: náuseas, fraqueza, confusão mental, espasmos musculares, cefaleia,
diarreia, taquicardia e psicose. Cuidados:
• Até a estabilização do quadro, ou seja, a manutenção da PA em valores desejáveis, deve
haver uma monitorização contínua do paciente;
• Retirar a droga do paciente na forma de desmame, observando as alterações da PA; • Uso
de equipo fotossensível;
• Pode ser utilizada em mulheres grávidas, embora atravesse a barreira transplacentária,
não sendo a primeira droga de escolha;
• A droga deve ser usada com cautela em pacientes com hepatopatias e nefropatias;
• Deve-se limitar o uso contínuo de nipride, preferencialmente não mantê-lo por mais de três
dias consecutivos;
• É contraindicado em pacientes com isquemia coronariana aguda;
• Deve-se usar bomba de infusão continuamente.

9.2 Nitroglicerina Mecanismo de ação: atua no sistema nervoso, diminui a pré-carga do


coração, podendo ocasionar hipotensão e taquicardia reflexa. A ação ocorre de 2 a 5
minutos após o início da infusão e sua eliminação é renal. Indicação: situações de
emergências hipertensivas, nas síndromes coronárias agudas, na hipertensão pulmonar, a
ICC pós IAM e no edema agudo de pulmão. Dose: a dose por via endovenosa pode ser de
5 a 200 mcg/min., podendo aumentar a cada 5 minutos. O nitrato tem várias apresentações,
ou seja, oral, sublingual, endovenosa, transdérmica. A via endovenosa é a mais segura,
devido ao seu efeito sustentado e de fácil controle. Cuidados:
• Conhecer a ação farmacológica relacionada com a dose;
• Não deve ser diluída com solução alcalina (bicarbonato de sódio);
• Deve ser utilizada somente para uso endovenoso, preferencialmente via central;
• Caso seja instalada em via periférica, atentar para que não haja extravasamento tissular,
porque poderá provocar intensa vasoconstrição local com necrose tecidual;
• Diminuir lentamente o gotejamento até a suspensão do fármaco;
• Utilizar sempre a droga em bomba de infusão;
• Pode ser usada em pacientes hipovolêmicos, porém somente após a reposição volêmica;
• Controle rigoroso de parâmetros hemodinâmicos e circulatórios;
• A infusão deve ser efetuada em veia de grosso calibre e o sítio de inserção deve ser
avaliado constantemente, evitando-se o extravasamento da droga;
• A suspensão da droga deve ser gradual, devido à possibilidade de dependência, quando
utilizada em doses elevadas por longo período. Efeitos colaterais: hipotensão postural, rubor
facial, taquicardia, choque, edema periférico, cefaleia, náuseas, vômito, fraqueza muscular
e visão borrada. Contraindicação: uso de sedenafil nas últimas 24 horas, trauma na cabeça,
hemorragia cerebral, anemia grave, glaucoma e hipotensão importante.

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9.3 Ação de Enfermagem frente ás Drogas Vasoativas


• Observação rigorosa do nível de consciência: devido alteração gasométricas e de perfusão
tissular cerebral, o nível de consciência poderá alterar-se, assim como os sinais de
percepção.
• Observação rigorosa dos parâmetros hemodinâmicos: as drogas vasoativas começam agir
no organismo quase que imediatamente após a sua instalação, desse modo, é primordial
que o enfermeiro permaneça ao lado do paciente até a estabilização do quadro, uma vez
que cada paciente poderá reagir de maneira diferente a cada droga.
• Controle rigoroso de parâmetros respiratório: observar a saturação de O2, que poderá ser
alterada em virtude do quadro inicial, assim como as pioras que poderão ocorrer;
• Observação rigorosa de perfusão tissular periférica: alterações de perfusão poderão
indicar deteriorização do quadro clínico e devem ser corrigidas imediatamente;
• Controlar o débito urinário: devido algumas drogas agirem diretamente na função renal.
10. Emergências Hipertensivas O paciente em crise hipertensiva deve ser avaliado
rapidamente para a seleção apropriada da droga ou das drogas anti-hipertensivas. Em
geral, não se deve distinguir entre as duas situações, baseado unicamente nos níveis
pressóricos, e sim na ameaça à vida do paciente. 21 Nas emergências hipertensivas, o
tratamento deve ser iniciado antes da obtenção do ECG. Exames subsidiários básicos, bem
como raio X de tórax ou tomografia de crânio, podem ser realizados posteriormente se não
existirem evidencias clínicas de comprometimento cerebral. 10.1 Principais drogas
utilizadas nas crises hipertensivas

• Nitroprussiato de sódio: é um potente vasodilatador tanto arterial quanto venoso,


diminuindo a pré e a pós-carga. • Bloqueadores de canais de cálcio: a nicardipine,
diferentemente de outros bloqueadores de canais de cálcio, tem um bom desempenho nas
crises hipertensivas. Reduz a isquemia tanto cerebral quanto cardíaca, e é uma droga de
escolha na hipertensão pós-operatória. • Bloqueadores adrenérgicos: o labetalol é um
bloqueador alfa e beta, que, utilizado na forma intravenosa, produz redução dos níveis
pressóricos. A rápida que da pressão arterial resulta em queda da resistência vascular
cerebral e pequena queda do débito cardíaco. • Diazóxido (Tensuril): age relaxando a
musculatura lisa arteriolar.
• Clonidina (Atensina): é uma medicação largamente utilizada nas urgências hipertensivas,
pois diminui menos acentuadamente os níveis pressóricos. É de excelente escolha quando
a pressão arterial deve ser reduzida não rapidamente.
• Inibidores da ECA (Enzima Conversora da Angiotensina): o Captopril sublingual pode
ser uma opção efetiva em pacientes com urgência hipertensiva. Os efeitos ocorrem em 5
minutos e persistem por 4 horas; os efeitos colaterais são desprezíveis. 10.2 Ações de
Enfermagem Aqui estão pontuadas as ações de enfermagem, possíveis e realistas, a serem
mantidas junto ao paciente com HAS grave em um pronto socorro, até a sua alta ou
encaminhamento para uma unidade de pacientes críticos ou semicríticos, nas quais um
outro dimensionamento de cuidados poderá ser adotado. • Observação do nível de
consciência: desmaio, vertigem, sonolência, orientação, resposta verbal, motora e sensitiva,
distúrbios visuais.
• Monitorização hemodinâmica: frequência e ritmos cardíacos, PA.
• Monitorização do padrão respiratório: frequência, ritmo, esforço, cianose, tosse e sons
adventícios. • Monitorização da perfusão periférica: coloração da pele, temperatura,
enchimento capilar, cianose e rubor.
• Observação de queixas álgicas: intensidade, localização, qualidade sensitiva, início,
alterações neurovegetativas e fatores predisponentes.
• Observação do padrão de eliminações: vesicais quanto à quantidade, cor, odor, história
de uso de diuréticos, edema, glicosúria, infecção, história de doença renal.
. Síndrome Coronariana Aguda

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11.1 Drogas utilizadas no atendimento inicial da SCA A intervenção farmacológica no


atendimento inicial visa a, principalmente, diminuir o consumo de oxigênio pelo miocárdio e
retardar o processo aterosclerótico de obstrução coronariana.

Morfina
• Administração: solução decimal
• Efeito: combate a dor, ajuda na diminuição do tônus adrenérgico e, consequentemente,
reduz o consumo de oxigênio.
• Cuidados: possíveis complicações associadas a altas doses de morfina, como, por
exemplo, depressão respiratória.

Oxigênio
• Administração: Cateter de oxigênio de 2 a 3 l/min.
• Efeito: aumenta a oferta de oxigênio ao paciente, reduzindo a área de isquemia e causando
venodilatação dos campos pulmonares aumentando a oferta de O2 ao miocárdio.

Nitrato
• Administração: comprimido sublingual, spray e endovenoso
• Efeitos: efeitos hemodinâmicos mais significativos incluem redução da pré-carga, redução
da tensão na parede ventricular, redução da pós-carga, diminuindo o consumo de O2, além
de vasodilatação das artérias epicárdicas, redistribuindo o fluxo coronariano e aumentando
a oferta de O2 ao miocárdio. • Cuidados: no caso de síndrome coronariana com
acometimento de ventrículo direito, seu uso pode levar à hipotensão e a choque
cardiogênico.

Aspirina
• Administração: via oral 160 a 325 mg.
• Efeitos: atua no impedimento da agregação plaquetária reduzindo a progressão do evento
trombótico.
• Cuidados: reação de hipersensibilidade à droga. Betabloqueador

Metoprolol
• Administração: 5 mg EV lentamente, podendo repetir a cada 5 minutos.
• Efeitos: resulta na diminuição do consumo de O2 pelo miocárdio devido à redução da
frequência cardíaca. Uso obrigatório em todas as SCA.
• Cuidados: possíveis efeitos colaterais em pacientes com doenças pulmonares.

12. Terapêutica Trombolítica


Atualmente as opções disponíveis de trombolíticos ou fibrinolíticos para uso no Brasil são:
estreptoquinase (SK), alteplase (tPA) e tenecteplase (TNK). A estreptoquinase é uma
proteína extraída de cultura de estreptococos que ativa o plasminogênio. Ainda é a mais
utilizada em nosso meio devido ao seu menor custo em relação aos outros trombolíticos e
maior disponibilidade, a despeito de estudos mostrarem maior redução de mortalidade com
tPA. A alteplase, de cadeia recombinante que ativa o plasminogênio ligado a fibrina, é
considerada “seletiva ao coagulo” A tenecteplase, ativador recombinante do plasminogênio
específico para fibrina, é derivado da t-Pa humana por meio de modificações genéticas. O
tenecteplase liga-se a fibrina componente do trombo e seletivamente converte o
plasminogênio para plasmina, da qual degrada a matriz de fibrina do trombo. Uso do
Trombolítico Dor torácica sugestiva de IAM menor que 12 horas; supra de ST igual ou
superior a 1mm em igual ou superior a duas derivações contíguas; BRE novo ou
supostamente novo; sem limite de idade. Contraindicações absolutas AVC hemorrágico,

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outros eventos cerebrais há menos de um ano, neoplasia intracraniana, sangramento


interno ativo (exceto menstruação), suspeita de dissecção de aorta. Contraindicações
relativas HAS maior que 180x110 mmHg e não controlável, outras patologias cerebrais, uso
atual de anticoagulante, trauma recente (duas a quatro semanas), RCP prolongada (maior
que 10 minutos) e traumática, cirurgia de grande porte (menor que três semanas), punção
vascular não compressível, Sangramento interno recente (menos que duas a quatro
semana), estreptoquinase nos últimos dois anos, gravidez, úlcera péptica ativa, história de
HAS grave.

Observação: todos os trombolíticos devem ser preparados e administrados,


obrigatoriamente, pelo enfermeiro.

13. Medicamentos mais usados na Parada Cardiorrespiratória


• Adrenalina: é o medicamento fundamental no tratamento da parada cardiorrespiratória.
Aumenta a pressão de perfusão coronariana e cerebral. Produz bronco dilatação,
vasoconstrição, controla a frequência cardíaca e pressão arterial, por ter afinidade com os
receptores beta adrenérgicos cardíacos e pulmonares. A dose recomendada é de 1 mg EV em
bolus a cada 3 a 5 minutos.

• Atropina: é um agente parassimpático que reduz o tônus vagal, aumenta a frequência do nó


sinusal e facilita a condução A-V, ou seja, melhora a condução dos impulsos elétricos no
miocárdio e, consequentemente, o batimento cardíaco. Indicado em bradicardia sinusal. A dose
recomendada em assistolia é de 1 mg EV e, bolus, de 3 a 5 minutos até 0,4 mg/kg de peso.
• Vasopressina: tem ação vasoconstritora não adrenérgica. Atua sobre os receptores do
músculo liso. Administrado em dose única, pois tem uma meia-vida longa, de 10 a 20 minutos e
não há evidências de que uma segunda dose seja efetiva. • Lidocaína: bloqueia reversivelmente
a propagação dos impulsos ao longo das fibras nervosas. Pode ter efeito similar nas membranas
excitáveis do cérebro e do miocárdio. Dose de 1 a 1,5 mg/kg EV em bolus, repetindo a dose a
cada 3 a 5 minutos até 3mg/kg. • Amiodarona: pesquisas afirmam que os pacientes apresentam
uma boa resposta na utilização deste medicamento. Tem efeito betabloqueador discreto.
Administrado em bolus de 300 mg. Depois é necessário que se faça manutenção para desmame
da droga, administrando 1 mg/min nas primeiras 6 horas e 0,5 mg/kg nas próximas 24 horas. A
dose máxima tolerada é de 2 gr. nas 24 horas. 14. Analgésicos Opióides Os principais efeitos

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farmacológicos dos Analgésicos Opióides (AO) ocorrem no SNC em outros sistemas orgânicos
como o cardiovascular, o musculoesquelético, o TGI, o geniturinário e o 24 imunológico. A
ocorrência desses efeitos, especialmente no SNC, depende da região afetada do cérebro e da
medula espinhal, bem como da função fisiológica dessas áreas. Alguns efeitos, como, por
exemplo, a sedação e a analgesia, fazem dos AO fármacos indispensáveis na área de
emergência. Todavia, outros, como a depressão respiratória, impedem que esta classe seja
amplamente utilizada como estratégia terapêutica, tendo em vista que há por parte dos
profissionais (médicos e equipe de enfermagem) receio na sua administração. Abaixo quadro
das reações comuns dos analgésicos opióides.

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